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INFRAESTRUTURA AEROESPACIAL NOS PELOTÕES DE

FRONTEIRA DA REGIÃO AMAZÔNICA – POSSÍVEIS AMEAÇAS


À SEGURANÇA DE VOO E AO PODER AEROESPACIAL

Aron-Luis Martins da Silva


Dr. Flavio Neri Hadmann Jasper
Ms. Nelson Augusto Bacellar Gonçalves

Apresentação no 10° ENABED


São Paulo, 3 de setembro de 2018.
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Roteiro
➢ Introdução

➢ Fundamentação teórica

➢ Segurança de voo: breves definições, conceitos e


teorias

➢ Considerações finais

➢ Referências
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Introdução
➢ Transporte aéreo-logístico realizado pela Força Aérea
Brasileira na Região Amazônica – importância estratégica.

➢ Presença do Estado nas Fronteiras - Pelotões Especiais de


Fronteira (PEF) do Exército Brasileiro.

➢ O C-105 “Amazonas”, operado pelo 1°/9°GAv e sediado em


Manaus-AM é a aeronave mais frequentemente engajada
para prestar tal apoio.
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Problema de Pesquisa
➢ Inquietação - experiência profissional deste pesquisador ao
longo de seis anos voando na região.
➢ Delimitação - onze PEF atendidos mais frequentemente pelo
1°/9°GAv.
➢ Recorte temporal – 2007 a 2016.
➢ Em que medida a Infraestrutura Aeroespacial nos Pelotões
de Fronteira influencia a segurança de voo e o Poder
Aeroespacial na Região Amazônica?
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Hipótese
➢ A inadequada Infraestrutura Aeroespacial existente na
Região Amazônica é determinante nas ocorrências
aeronáuticas, limitando as operações aéreas de apoio
aos Pelotões de Fronteira, realizadas pelo 1°/9°GAv.

Metodologia
➢ Gil (2007)
➢ Objetivos - pesquisa descritiva
➢ Procedimentos - documental e bibliográfica
➢ Abordagem - quantitativa e qualitativa (predominante)
➢ Coleta de dados – questionário para os 50 tripulantes e
entrevistas com 3 oficiais de segurança de voo
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Objetivos
➢ Analisar em que medida a Infraestrutura Aeroespacial
nos Pelotões de Fronteira influencia a segurança de voo
e o Poder Aeroespacial na Região Amazônica.
➢ Verificar qual a importância estratégica da operação aérea
nos Pelotões de Fronteira.
➢ Identificar se fatores estressores estão presentes durante
a operação aérea, devido à Infraestrutura Aeroespacial.
➢ Analisar se a Infraestrutura Aeroespacial pode afetar o
desempenho das tripulações no cumprimento das missões
de apoio aos PEF.
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Justificativa
➢ Núcleo temático – Emprego do Poder Aeroespacial
➢ Linha de pesquisa – Poder Aeroespacial Brasileiro,
Segurança e Defesa
➢ Tema – Ameaças à Segurança de Voo
➢ Estudos desse tema justificam-se pela necessidade de
manutenção da capacidade de emprego da aviação
militar, enquanto elemento constitutivo do Poder
Aeroespacial.
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Fundamentação Teórica
➢ A Estratégia Nacional de Defesa (END) (BRASIL, 2012b)
estabelece como uma das diretrizes a priorização da Região
Amazônica e reafirma soberania ao rebater interesses
estrangeiros, apoiando-se no trinômio monitoramento/controle,
mobilidade e presença.
➢ 11.000km de fronteira são vigiados por 24 PEF. Cada PEF conta
com um efetivo de aproximadamente sessenta militares. Dentre
eles, há oficiais e praças de carreira e temporários, da linha
bélica e da área da saúde (CASSÂNEGO, 2017).
➢ A presença dos PEF está ligada a “estratégia da presença” que
prevê o combate e resistência às ameaças externas funcionando
como uma “ponta de lança” da defesa, além de cumprir com a
função de “vivificação” da fronteira (SILVA e RIBEIRO, 2016).
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Fundamentação Teórica
➢ As florestas densas e de copas altas dificultam as comunicações,
o monitoramento aéreo e por satélite, o deslocamento e o apoio
logístico na região. [...] todos esses fatores são complicadores
para a defesa da região (PIERANTI e SILVA, 2007).
➢ A Força Aérea Brasileira, a despeito de fundamental para a
defesa, tem atuado de forma coadjuvante na “estratégia de
presença” (FUCCILE, 2015), ao lado do Exército Brasileiro, que
cumpriria, portanto, o papel principal.
➢ A atividade de piloto de aeronaves é diferenciada, sendo uma
atividade de transporte que necessita um controle preciso sobre
um sistema complexo envolvendo distintos níveis de operação e
tarefas interligadas, sujeita a numerosos estressores
ocupacionais que afetam diretamente o desempenho do piloto
(Feijó, Câmara e Luiz, 2014, apud Roscoe, 1993).
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Fundamentação Teórica
➢ Poder Aeroespacial (DMD) - resulta da integração dos recursos
que a Nação dispõe para a utilização do espaço aéreo e do
espaço exterior, quer como instrumento de ação política e
militar, quer como fator de desenvolvimento econômico e social,
visando a conquistar e a manter os objetivos nacionais (BRASIL,
2007).
➢ Infraestrutura Aeroespacial (DCA1-1)- É o conjunto de
instalações e serviços, militares e civis, que proporciona o apoio
necessário às atividades aeronáuticas e espaciais do País. Tal
infraestrutura é essencial para promover o controle e a
vigilância do espaço aéreo, a segurança da navegação aérea e a
operação segura e eficiente da aviação no espaço aéreo
brasileiro (BRASIL, 2012).
14 Segurança de voo
➢ Propósito da investigação das corrências aeronáuticas -
determinação dos fatores contribuintes, para que,
futuramente, sejam anulados ou mitigados os riscos em outras
situações semelhantes.
➢ O elevado nível de segurança de voo na condução das
operações aéreas figura como um dos fatores críticos de
sucesso no objetivo estratégico de fortalecer e aprimorar a
capacidade de emprego da Força Aérea Brasileira, conforme
previsto no PEMAER - Plano Estratégico Militar da Aeronáutica
(BRASIL, 2016).
15 Segurança de voo
➢ Aspectos relacionados à Infraestrutura Aeroespacial
que podem se constituir fatores estressores e afetar o
desempenho das tripulações:
➢ Peso de pouso e decolagem;
➢ Dimensões da pista;
➢ Tipo e conservação do pavimento;
➢ Relevo nos entornos;
➢ Natureza das missões.
16 Segurança de voo
➢ Uma das teorias elaboradas pelo psicólogo britânico James
Reason também foi aceita para explicar a ocorrência de
acidentes aeronáuticos.
➢ Na chamada Teoria do Queijo Suíço, Reason faz analogia
como se fatias de queijo alinhadas representassem
barreiras e defesas em um processo de produção. Apesar de
serem eficientes na maioria dos casos, sempre há falhas,
tais como os buracos do queijo. As perdas ocorrem quando
uma fonte de perigo perpassa todas as barreiras pelas
pequenas falhas existentes.
➢ Ademais, quando um evento adverso ocorre, o importante
não é descobrir quem cometeu o erro, mas sim como e
porque as defesas falharam.
17 Teoria do Queijo Suíço

Fonte: Prado (2016, p. 27).


18 Considerações finais
➢ O trabalho demonstrou a importância estratégica das
operações aéreas realizadas pela FAB nos Pelotões de
Fronteira, uma missão de suma importância para a proteção
das fronteiras do país na Região Amazônica.
➢ Parcialmente identificaram-se fatores estressores presentes
durante a operação aérea, devido à Infraestrutura
Aeroespacial, que podem afetar o desempenho dos tripulantes.
➢ A completa identificação desses fatores e sua efetiva
influência sobre a segurança de voo e o Poder Aeroespacial
serão feitas na próxima fase da pesquisa, a coleta de dados,
por meio de questionários para tripulantes do 1°/9° GAv e
entrevistas com oficiais de segurança de voo.
19 Referências
BALSTER, I. O programa de aviação regional e o desafio da administração dos
aeroportos regionais. 2016. 126 f. TCC (Graduação). Curso de Engenharia Civil,
Escola Politécnica - UFRJ, Rio de Janeiro.
BRASIL. DOUTRINA MILITAR DE DEFESA MD51-M-04. DEFESA, M. D. Brasília 2007.
BRASIL. Política Nacional de Defesa. Estratégia Nacional de Defesa. MINISTÉRIO
DA DEFESA. Brasília 2012.
BRASIL. Plano Estratégico Militar da Aeronáutica. AERONÁUTICA, E.-M. D.
Brasília 2016.
CASSÂNEGO, G. A. O emprego dos pelotões especiais de fronteira no combate
aos ilícitos transfronteiriços e a ampliação de suas capacidades por meio do
SISFRON. Revista Agulhas Negras. Resende. 1: 11 p. 2017.
FUCCILLE, A. Amazônia e Defesa Nacional: um olhar a partir da perspectiva
brasileira. PAIAGUÁS: revista de estudos sobre a Amazônia e Pacífico, v. 2, n. 2,
2015. ISSN 2446-9556.
20 Referências
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed. São Paulo: Editora
Atlas S.A., 2007. ISBN 978-85-224-2270-8.
PIERANTI, O. P.; SILVA, L. H. R. A questão amazônica e a política de defesa
nacional. Cadernos EBAPE. BR. 5: 1 p. 2007.
PRADO, A. S. Instrução de voo na Academia da Força Aérea: relação entre
os acidentes aeronáuticos e a percepção do risco. 2016. 84 f. Dissertação
(Mestrado). Universidade da Força Aérea, Rio de Janeiro.
SILVA, A. B. D. Geopolítica na fronteira norte do Brasil: o papel das Forças
Armadas nas transformações sócio-espaciais do Estado de Roraima. 2007.
187 f. Tese (Doutorado). Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas,
Universidade de São Paulo, São Paulo.
SILVA, T. L.; RIBEIRO, D. S. C. Defesa, desenvolvimento e securitização na
fronteira setentrional da Amazônia brasileira: preocupações, atores e
conexões regionais. PRACS: Revista Eletrônica de Humanidades do Curso de
Ciências Sociais da UNIFAP. Macapá. 9: 225 p. 2016.
OBRIGADO A TODOS!

MAJ ARON
ARON.SELVA@GMAIL.COM

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