Você está na página 1de 14

1

DOCUMENTO BASE DA SECRETARIA DE AGITAÇÃO E PROPAGANDA

Gostaria, antes de mais nada, expressar minha felicidade e ânimo neste novo
momento da organização. Que seja um ano de muitos avanços para URC. No processo de
pensar e desenvolver as primeiras linhas gerais que nortearão a forma de ser da Secretaria
de Agitação e Propaganda, devo advertir que esse primeiro documento, ainda que já se
tenha com ele uma boa de ideia de como será desenvolvida tal Secretaria, é,
necessariamente, incompleto. Com isso, será de grande importância a participação do
conjunto de nossa militância no desenvolvimento e adequação do documento em questão.

Dito isto, para facilitar a visualização e o desenvolvimento do texto, ele foi


dividido em tópicos, com as áreas onde a Sec. terá papel de coordenar. São eles:

Selo NovaCultura

O desenvolvimento do selo vem demonstrando boas possibilidades de maturação:


já temos uma identidade estabelecida que nos confere certa referência entre aqueles e
aquelas que se debruçam nos estudos sobre o marxismo-leninismo-maoísmo no Brasil.
No entanto, precisamos dar um novo passo rumo a profissionalização da nossa atividade
de edição. Temos lacunas no que diz respeito a produções sobre a realidade brasileira –
muito por conta das dificuldades em relação aos direitos autorais, como bem sabemos –,
entretanto, penso ser possível que nós, enquanto organização, possamos iniciar um
processo de produção de literatura própria que atenda a demanda acerca da interpretação
da realidade brasileira. Uma primeira indicação, por exemplo, pode ser um livro sobre a
questão agrária, assunto que o camarada Rosendo já produziu um bom acúmulo de textos.

Para que isso aconteça, partimos já de uma base interessante de publicações que
nos aproximam de inúmeros processos revolucionários no mundo, com particular atenção
ao que nos dispomos a traduzir acerca de África e Ásia, o que nos confere um trabalho
particular no Brasil – onde as publicações em geral e as marxistas em particular atendem
a uma intepretação dos fenômenos de maneira unilateral, colocando constantemente
2

como ótica de análise uma perspectiva eurocêntrica. No entanto, reorganizar o trabalho


do selo no sentido de atender a demanda acerca da realidade brasileira se faz urgente.

Outro ponto em que podemos avançar é na criação de coleções que passem a


conferir sentido mais profundo para publicação de obra x ou y e que, também, nos ajude
a aprofundar a vinculação dos conteúdos das obras com a nossa linha de atuação enquanto
URC. Esse processo exigirá tempo, dedicação, braços e cabeças dispostas a efetivar esse
novo possível contexto.

Assim, temos tarefas mais imediatas para desenvolver, efetivamente, essa


condição de um selo que possibilitará o acesso do proletariado a uma literatura
revolucionária, bem como facilitará o trabalho cotidiano dos e das camaradas no processo
de agitação e propaganda. Então, se faz como tarefas mais urgente a criação de um
Conselho Editorial efetivo (dado que uma primeira tentativa já foi feita). Para isso, sugiro
que cada célula indique um ou uma camarada para compor este Conselho Editorial. Esse
processo será acompanhado de perto pelo responsável da Sec. e, sugiro também, pelo
camarada Medina, por já ter experiência conferida no desenvolvimento do selo.

O Conselho Editorial será responsável por organizar todo processo de edição e


publicação das obras, desde estabelecer os critérios de criação das coleções, periodicidade
das publicações, divisão dos trabalhos entre o conjunto de militantes (a partir da
capacidade específica de cada militante no que diz respeito a tempo, domínio de outras
línguas, eficiência na transcrição, etc.), a responsabilidade acerca do funcionamento, do
atendimento aos assinantes e ampliação da adesão ao Clube do Livro. O desenvolvimento
qualitativo dessa demanda do selo nos ajudará não só na forma de exposição política da
organização, mas também no próprio desenvolvimento de uma disciplina cada vez mais
justa para as necessidades da URC e dos processos de luta em que estamos inseridos.

NOVACULTURA.info e Revista

O trabalho do site e da revista dialogam de maneira próxima ao selo, e será


necessária a criação de uma equipe de redação a ser indicada por cada célula. Essa equipe
de redação terá um trabalho de ordem mais cotidianas, pois a dinâmica, sobretudo do site,
exige uma periodicidade que atenda a um ritmo mais intenso de produção. Nesse sentido,
temos que desenvolver um debate acerca de certas características do site, como terá uma
periodicidade que atenda uma dinâmica de postagens semanais, com textos de análise
política, teórica e etc., com notícias que tenham validade de tempo mais prolongada como,
3

por exemplo, o debate acerca da Reforma da Previdência. Ou se, também, terá a produção
sobre o que, entre jornalistas, chamam de “notícia quente”. Agora, do ponto de vista
também da revista, a equipe de redação ficará responsável por direcionar todo o trabalho,
bem como fiscalizar a produção das e dos camaradas e estabelecer metas e prazos para
postagens e publicações.

Boletim e panfletagens

É de fundamental importância o acúmulo em relação as experiências a serem


desenvolvidas no NOVACULTURA.info, Revista e selo, pois serão basilares para o
desenvolvimento do boletim. No entanto, o processo de criação do boletim não precisa
ser, necessariamente, posterior. Na célula de SP, por exemplo, terá o boletim da campanha
“Brasil: pela segunda e definitiva independência” sob nossa responsabilidade e,
paralelamente, iremos desenvolver um boletim próprio. Esse boletim, num primeiro
momento, deve abordar questões mais gerais acerca do desenvolvimento contemporâneo
do Brasil e, consequentemente, do operariado e campesinato brasileiro, bem como
denunciar as ingerências imperialistas no Brasil, na América Latina e no Mundo,
respeitando e divulgando a luta dos povos em todos os continentes. No entanto, na medida
em que o processo de produção do boletim avance, produzir sobre as realidades locais é
fundamental como instrumento não só de denúncia e defesa dos interesses do povo, mas
também para vincular-se ao povo, ao cotidiano do povo. A produção de panfletos e
boletins deve ser acompanhado de um processo sistemático de panfletagens, que caminhe
nessa linha de articulação das demandas e da realidade geral da classe trabalhadora e as
questões específicas de cada local, nesse sentido, é importante que cada célula faça um
levantamento rotineiro das contradições locais que produzam um potencial de luta e de
atuação. Nesse caso, a panfletagem será instrumento importante para inserção nas fileiras
de luta do proletariado.

No que diz respeito aos textos produzidos para panfletagens com pautas gerais,
proponho que seja analisado o conteúdo pela C.O. e pela Sec. responsável.

Observação: obviamente, essa estrutura de boletins e panfletos não preenche a


necessidade de vivermos, cada vez mais, o dia a dia das massas, seja no local de estudo,
trabalho, moradia e etc.
4

Manifestações e eventos

Proponho que desenvolvamos um padrão de atuação em manifestações que leve


em consideração a garantia de segurança aos militantes da URC, as formas de propaganda
das posições demarcadas pela organização. Assim, o camarada Rodrigo Ortega
desenvolveu algumas noções gerais de como devemos nos portar.

Uniformes: É necessário que todos estejamos com camiseta da URC e tenhamos uma
extra para nos descaracterizar se necessário. Também é fundamental a utilização de calça
e um sapato que seja confortável caso seja necessário correr.

Pontos de Encontro: Toda manifestação deve ser minimamente mapeada, tendo pontos
de encontro para nos reagruparmos caso alguém se perca ou se separe por algum outro
motivo.

Blocos: Seríamos mais notórios andando em blocos, juntos, assim as camisetas da


organização cumprem um papel fundamental.

Panfletagem: Para toda manifestação, precisamos ter um material próprio tratando das
pautas, assim podemos expressar nosso posicionamento através do nosso boletim ou
mesmo de panfletos.

Repressão: Mesmo estando em bloco e uniformizados, não podemos incorrer em


aventureirismos e tentar combater a repressão numa manifestação, por isso os pontos de
encontro. É necessário sempre estar atento ao celular.

Bandeira: Fundamental que sempre tenhamos nossa bandeira.


5

DOCUMENTO BASE DA SECRETARIA DE FORMAÇÃO

Como discutido e deliberado na II Conferência Nacional da URC, criamos a


Secretaria de Formação com o objetivo de finalizar o curso de formação básica da URC;
acompanhar os aspectos de formação nos processos de aproximação/recrutamento (no
caso, trabalhando junto com a secretaria de recrutamento); articular os grupos de estudo
dos selos como instrumento de aproximação; estabelecer uma “formação continuada” aos
já ingressos na URC, tanto estabelecendo planos gerais e eventuais planejamentos
específicos para as células, além de acompanhar e garantir a justeza política de todos esses
processos.

Assim, o secretário de formação e a secretária de recrutamento não precisam


participar de todos os grupos de apoiadores, de estudos e formação, mas devem estar por
dentro do processo e intervirem quando necessário, estando em contato constante com os
responsáveis por esses grupos, auxiliando-os na organização do processo, para que não
se caia no espontaneísmo e para que tenhamos uma metodologia comum na condução
desses trabalhos. Os responsáveis pelos grupos de apoiadores e de formação, por sua vez,
devem comunicar o secretário de formação, por meio de um tópico específico nos
relatórios gerais, sobre os processos de estudos e de formação em andamento.

Curso de formação básica da URC

Para que tenhamos um alinhamento teórico e político na formação dos camaradas


que compõem nossas atividades, dos camaradas que desejam ingressar na organização,
bem como dos camaradas que já são organizados, devemos levar a cabo a tarefa de
finalização do Manual Básico de Formação da URC. O curso de formação básica da URC
é essencial para que as diversas células espalhadas pelo país tenham um guia de estudos,
evitando assim todo o espontaneísmo.
6

Grupo de estudos do Nova Cultura (presencial)

A atividade dos nossos grupos de estudos é essencial, pois só com uma formação
política, teórica e ideológica consistente trilharemos o caminho correto, evitando assim
problemas de maior relevo no futuro – vide várias experiências de nosso passado que
refletem erros cometidos nessas áreas. Portanto, os camaradas de todas as células devem
se dedicar de forma exemplar às questões de formação de futuros militantes, bem como
da nossa própria formação interna.

Assim, todas as células devem organizar dois tipos de grupos, sendo eles: o “grupo
de estudos” e o “grupo de formação”. Os grupos de estudos são mais amplos, podem
reunir pessoas mais ou menos alinhadas com as nossas posições, além de pessoas com
interesse honesto em aprender sobre o marxismo, leninismo, movimento comunista, etc.
Esse grupo tem como uma de suas funções apresentar a nossa linha e polemizar com as
linhas incorretas, e com base em fontes qualificadas e argumentação consistente – os
camaradas devem estar preparados para isso – podemos fazer com que os integrantes do
grupo desenvolvam afinidade com a nossa linha e com isso se aproximem da organização.
As células devem incentivar os participantes dos grupos a compor atividades práticas,
isso também ajudará na aproximação e depuração de militantes.

Indicamos que em linhas gerais os textos utilizados devem ser materiais


produzidos pelo Nova Cultura, incluindo revista, site e editora. Mas não só, os clássicos
do marxismo-leninismo-maoísmo também devem ser lidos com afinco. A leitura na fonte
dos grandes revolucionários é de vital importância.

Destacaremos três módulos que funcionarão como pilares dos grupos de estudos do Nova
Cultura, sendo eles:

1- Marxismo-leninismo-maoísmo;
2- Realidade brasileira;
3- Balanço histórico do movimento comunista nacional e internacional.

Evidentemente que esses eixos são flexíveis de acordo com as demandas que
forem surgindo em cada local, portanto, outros tantos temas poderão ser estudados. O que
importa realmente é nunca perder de vista a nossa linha política.

Em relação a frequência dos grupos de estudos, as particularidades de cada local


têm que ser levadas em conta. Dependendo do tamanho da cidade e da rotina dos
7

camaradas da organização ou que integram os grupos, as células vão decidir questões


como localidade e assiduidade do grupo de estudos – isso serve também para o grupo de
formação. Contudo, os encontros devem ser semanais ou quinzenais, pois com um
intervalo de tempo maior que isso o andamento dos trabalhos podem ser afetados.

Grupo de estudos do Realidade Brasileira (presencial)

Alguns camaradas levantaram a proposta de um grupo de estudos sobre a


Realidade Brasileira vinculado aos trabalhos da “Frente pela segunda e definitiva
independência”. O grupo mencionado visa refletir sobre múltiplas interpretações da
realidade brasileira e suas implicações práticas para a Revolução Brasileira. Tem como
objetivo adequar a própria proposta da “frente pela segunda e definitiva independência”
com base no estudo amplo das mais diversas leituras de Brasil. E dentro disso não
podemos perder de vista o objetivo de que a URC conduza o processo e consiga extrair
ganhos não só para a frente, mas também para a organização. Os camaradas dividiram os
estudos em dois módulos:

1- Questão agrária;

2- Imperialismo, dominação imperialista e dependência.

Esses módulos foram apresentados de forma mais detalhada no documento


exclusivo sobre o grupo de estudos supracitado.

Grupo de estudos de formação (presencial)

O grupo de formação, diferentemente do grupo de estudos, deve ter


essencialmente o caráter de formar futuros membros da URC, e essa finalidade deve ser
explicada com clareza para os militantes que compõe o grupo, pois nesse estágio será
exigido do ou da camarada interessado/a um maior comprometimento com os estudos,
tarefas práticas, etc.

Nesse grupo as células devem estudar detalhadamente o nosso documento “O


desenvolvimento da luta exige uma nova postura dos comunistas”, as nossas notas
políticas e o “Programa de 15 pontos”, para lapidar o conhecimento sobre nossa linha na
pessoa interessada em se filiar. Outros textos, livros e artigos (preferencialmente do NC)
também devem ser estudados. O militante em formação deve ter assiduidade nas reuniões,
disciplina nos estudos e apresentar desenvolvimento da compreensão.
8

O fator da prática (já presente no grupo de estudos) deve ser aprofundado com os
militantes do grupo de formação, que deve saber aplicar o conteúdo estudado na
compreensão de situações específicas e gerais; e, principalmente, devemos observar em
que medida a formação teórica aprendida se reflete em todo o conjunto das atitudes da
pessoa, isto é, em sua prática cotidiana.

Grupos de estudos dos apoiadores do Nova Cultura (presencial ou via internet)

Devemos sistematizar com clareza a função e os objetivos desse grupo de estudos


para não cairmos em uma prática errada. Contudo, o grupo de estudos de apoiadores é a
melhor via para a aproximação de militantes e difusão do NC em lugares distantes onde
não existem células da URC.

Em primeiro lugar, o grupo de apoiadores não funcionará necessariamente para o


recrutamento de militantes, mas no caso existir casos de pessoas interessadas em se filiar,
então as Secretarias de Formação e de Recrutamento deverão acompanhar o processo e
elaborar um plano para traduzir essa aproximação em um recrutamento de fato. Com isso,
os responsáveis pelos grupos de apoiadores (destacaremos um membro da URC) e de
formação devem comunicar, por meio de relatórios, o secretário de formação e
recrutamento, sobre os processos de estudos e de formação em andamento.

Em relação ao material de estudo, o grupo de estudos dos apoiadores do NC deve


seguir a linha do grupo de estudos teórico (não do grupo de formação no caso), devendo
ler tanto textos dos diversos órgãos do NC, quanto os clássicos do marxismo-leninismo-
maoísmo. O representante da URC que compor o grupo de apoiadores deve ser o instrutor
político, teórico e ideológico, supervisionando a ajudando a organizar as atividades
práticas.

Grupos de estudos livros Nova Cultura (presencial ou via internet)

Os camaradas Medina e Rosendo deram a ideia de realizarmos grupos de estudos


baseados nos livros publicados pelo Nova Cultura. O grupo de estudo dos livros da
Editora Nova Cultura terá os seguintes objetivos:

1- Organizar os participantes segundo os princípios de uma atividade coletiva, com


periodicidades e prazos a serem cumpridos, estimulando a disciplina nos estudos;

2- Fornecer uma formação teórica Marxista-Leninista-Maoísta;


9

3- Consolidar um conjunto de pessoas em quem tenhamos confiança para tomar parte


em possíveis atividades práticas;

4- Selecionar pessoas para tomarem parte nos grupos de formação para recrutamento, de
acordo com os seguintes critérios:

a) Assiduidade nas reuniões e disciplina nos estudos,

b) Desenvolvimento da compreensão do conteúdo de cada módulo dos grupos de


estudos,

c) Capacidade criadora para desenvolver uma aplicação do conteúdo estudado para a


compreensão de situações específicas e gerais, e também, principalmente, em que
medida a formação teórica aprendida se reflete em todo o conjunto das atitudes da
pessoa, isto é, em sua prática, que significa a transformação de sua concepção de mundo
burguesa, pequeno-burguesa, numa concepção de mundo revolucionária-proletária.

Pela quantidade de mensagens de correio eletrônico que temos recebido, há


pessoas de diversos estados interessadas em nos conhecer e mesmo em ingressar na
URC, e os Grupos de Estudos Nova Cultura fornecerão a estrutura prática para nos
aproximarmos dessas pessoas. Entra aí a questão: seria ou não viável formar grupos de
estudos em estados ou cidades nas quais não tenhamos células ou membros dispersos.
Caso não haja membro da URC na respectiva localidade para cumprir a tarefa de
instrutor político local, devemos assim proceder:

1- Selecionarmos uma pessoa de confiança para a condução dos grupos de estudos, que
cumprirá o papel de instrutor político anexo;

2- O membro da URC que seria destacado para cumprir o papel de instrutor político,
representante da organização, deve cumprir as seguintes tarefas:

a) sempre antes das reuniões, reunir-se em videoconferência com o instrutor político


anexo para estudar os documentos, e levantar com o mesmo, pontos relevantes para a
mobilização e a discussão, b) cobrar do instrutor político anexo relatórios periódicos
sobre o andamento dos grupos.

O dirigente de célula ao qual se submete o respectivo instrutor político possui


mérito para dissolver o respectivo grupo de estudo, bem como para excluir
determinado(s) participante(s).
10

Em resumo, as células devem tentar realizar pelo menos dois grupos de estudos
dentre os mencionados acima, buscando alternar entre os diferentes tipos de grupo, mas
também de acordo com as condições particulares.

Nos relatórios de todas as células devem ser apresentados um tópico sobre as


atividades de todos os grupos de estudos que são realizados nas demais regiões.

Outra questão que deve ser levada a diante por todos e todas camaradas da
organização é a formação e recrutamento de camaradas mulheres, assunto amplamente
debatido e aclamado nas duas conferencias já realizadas pela URC. Portanto, nos grupos
de estudos, os camaradas, sejam homens ou mulheres, devem incentivar uns aos outros
na aproximação de camaradas mulheres.
11

DOCUMENTO BASE DA SECRETARIA DE RECRUTAMENTO

Camaradas, este documento é fruto da I Conferência da URC e foi revisto após a II


Conferência e tem como propósito apresentar um projeto de recrutamento já aprovado
pela C.O. e que precisa ser aplicado urgentemente por todas as células da URC.

1. Histórico do Ingressante

Devemos ter claro qual o Perfil do camarada que quer ingressar na organização. As
questões que apresentaremos a seguir são parte do primeiro momento deste processo,
quando o camarada começar sua participação no Grupo de Estudos:

- Fez parte de alguma outra organização anteriormente? Quais a implicações


(divergências e concordâncias) para o desligamento - voluntário ou não - desta pessoa na
organização anterior?

- Mulheres, negros e membros LGBTTI, deverão ser priorizados e instigados/convidados


a participar dos grupos de estudo e, consequentemente de formação. Para que não reste
dúvidas isso implica que, se houver duas pessoas interessadas em se filiar – sendo por
exemplo, um homem e uma mulher; devemos nos focar na mulher, mesmo que o homem
seja “mais avançado teoricamente”. Sendo assim, devemos trazer essa ‘minoria social’
para o debate, as incentivando a expor opiniões, a ler textos, tradução, bem como
produção própria de textos para o site novacultura.info, panfletagem e principalmente
ação prática. Sendo assim, todas as vezes que aparecerem alguma mulher, negro ou
LGBTTI, deverá ser informado à Secretaria de Recrutamento, inclusive para auxiliar
neste processo. Para isso foi criado um Grupo no Telegram chamado URC Mulheres, da
mesma forma, posteriormente serão criados outros grupos com o mesmo objetivo de
ajudar na formação específica.

- Trabalho ligado a militância: prático ou teórico?


12

Se o camarada ainda não exercer atividade prática, deverá ser pensado um


“relatório” sobre os movimentos sociais na cidade onde moram, como por exemplo, se é
uma cidade mais urbana ou mais rural. Pois assim poderá ser refletido os locais de atuação
dos militantes.

Deveremos privilegiar os camaradas que atuam praticamente, em vista que estes,


por exercerem um trabalho sem o suporte teórico de uma organização, podem acabar
caindo nas garras de outras organizações mal-intencionadas, bem como caírem em
espontaneísmo ou mesmo a desistência da prática. Vista que essa prática, somente em seu
âmbito “micro”, não é efetiva sem horizonte político de luta e sem a partilha e feedback
de outros camaradas que estão atuando de forma parecida.

- Assalariado ou dependente? A questão econômica do camarada implica em sua


assiduidade, tantos nos grupos quanto na prática. Deve ser respeitado se os horários de
trabalho dos camaradas assalariados. Da mesma forma que devemos sempre apontar e
criticar os desvios burgueses dos camaradas que são dependentes economicamente de
pais, herança, pensões, etc.; exterminando as velhas ideias.

- Saúde Mental: este é um tópico extremamente delicado e subjetivo. Devemos ver as


possibilidades de atuação de pessoas que estão em uma situação fragilizada. Sendo assim,
devemos respeitar os limites de sua participação; entretanto devemos sempre convidar
tais pessoas à prática e designar trabalhos teóricos. Essas atividades podem, inclusive, ser
de extrema importância para a recuperação deste possível militante. Infelizmente,
entretanto, já vivenciamos, a tentativa de incluir pessoas com alguma questão de saúde
mental, que mesmo sendo um quadro extremamente avançado teoricamente, não
conseguiu participar de nenhum modo de questões práticas. Isso não é para ser um motivo
de “exclusão” desta pessoa da possibilidade de filiação; mas também deverá ser
despendido maior atenção e tempo antes de oficializar o recrutamento. Sempre devemos
manter esses bons quadros próximos a nós mesmo que apenas teoricamente.

- Lembrem-se: Não é porque pessoas nos admiram ou são nossos amigos que devemos
dar a elas prioridade no recrutamento! Amigos e admiradores da organização têm extrema
importância fora da organização. Isso vale para a experiência do Paulo, que em prol da
amizade pelo Klaus, se retirou da organização sem retratação. Da mesma forma, devemos
ter em mente que os camaradas, nos grupos de estudo/formação, bem como na URC como
um todo, são antes de tudo, camaradas! Não devemos confundir a luta com amizade. Isto
13

gera desde a incapacidade de cobrar os camaradas de suas funções a “confusões de


interpretação”, ocasionando até mesmo em violência de gênero; como ocorreu no ano
passado.

2. Grupo de Estudo e de Formação

Faz parte da proposta de Assis apresentada na Conferência, de que todos os camaradas


que estão isolados devam construir um grupo de estudos, e a partir dele, um grupo de
formação com os membros mais empenhados na prática e avançados teoricamente. Por
exemplo, se a resposta for sim para “fez parte de alguma outra organização
anteriormente?”, devemos apresentar nas primeiras reuniões de formação o Programa de
15 pontos da Organização, bem como o documento “O Desenvolvimento da Luta exige
uma Nova Postura dos Comunistas”. Assim que possível, a Secretaria de Formação da
Organização irá apresentar um Manual de Formação para utilizar neste grupo. Após este
segundo momento, o militante responsável pela formação deste camarada, deverá
escrever um relatório, tentando às perguntas realizadas no tópico anterior, inclusive para
um exercício próprio de pensar quais são os pontos concordantes e discordantes que o
camarada em processo de recrutamento, se são falta de debate teórico, confusão ou
oportunismo.

O grupo deverá acontecer antes e após o recrutamento do camarada. Baseado na


experiência de Assis, sugiro que antes do recrutamento o camarada deva participar do
Grupo de Formação durante um ano, se as reuniões forem quinzenais ou, seis meses, se
as reuniões forem semanais, resultando em um total de pelo menos 26 reuniões realizadas.
Para organização do grupo de estudo, também sugerimos que ele funcione por módulos
– revolução brasileira, URSS, estudos do pensamento Mao Tsé-Tung, e assim por diante.

Neste ano, deverá ser notado se o camarada realiza os trabalhos que são para ele
destinados. Não deverão ser destinados somente trabalhos teóricos!

3. Acompanhamento posterior

Desde o grupo de estudos, deverá ficar claro o quanto que as decisões coletivas devem
ser valorizadas em detrimento de qualquer decisão individual. Não é por discordâncias
menores que a pessoa deve deixar a luta dentro da Organização. Tal atitude, como
vivemos recentemente com o ex-militante Glauco, é fruto de um possível desvio
individualista por parte do camarada.
14

E, como apontamos anteriormente, todo e qualquer desvio burguês e as velhas ideias


devem ser, desde o grupo de estudo, apontadas e exterminada; garantindo assim um
processo de recrutamento muito mais seguro e consciente.

Sendo oficializada a entrada na organização, o ingressante terá novas funções e deverá


ampliar sua atividade prática e teórica. No primeiro momento o responsável pelo
recrutamento será, naturalmente, aquele que passará as funções. Entretanto, com o passar
do tempo, todos os militantes devem se atentar aos novos integrantes da organização.

Isso devido ao fato que, o novo militante poderá atuar em locais dos quais os outros
membros da organização têm conhecimento; compartilhando prática e teoria e efetivando
a linha política da URC.

4. Sobre o relatório

O relatório deve ser enviado para a C.O. mensalmente, preferencialmente até


o dia 15, contendo tópicos específicos para cada trabalho, sendo eles: Formação;
Recrutamento; e Agitação e Propaganda. Os relatórios serão discutidos nas reuniões
conjuntas entre as Secretarias e a C.O., para depois podermos sistematizar os trabalhos
junto às células. Os secretários sugerem que os tópicos sobre formação e recrutamento
abordem os seguintes temas:

- Grupo de Estudos

- Grupo de Formação

- Trabalho prático dos camaradas próximos e dos que iniciaram o processo de


recrutamento.

- Perfil dos camaradas em recrutamento.

Cada célula deve designar um membro para lidar com a questão de recrutamento.

A falha de comunicação e o desrespeito em relação a secretaria de recrutamento


gera desvios na célula como um todo, pretende-se levantar questões e autocríticas sobre
a disciplina pessoal dos militantes da URC e a falta de organização no planejamento das
atividades do recrutado – organização essencial para incentivar o contato orgânico com a
prática e a teoria política de nossa organização.

Saudações Comunistas!!!

Você também pode gostar