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Prefácio . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1
Introdução . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3
Últimos pensamentos . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
Bibliografia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 57
Prefácio
Uma rápida busca no Google pelo termo “cultura organizacional” nos
traz 1.780.000 resultados. Isso mesmo: um milhão, setecentos e oitenta
mil. Aparentemente, muita gente fala sobre o assunto. Mas o que é essa
tal de cultura organizacional sobre a qual tanto se fala por aí?
Essa foi uma das perguntas que me fez deixar para traz uma carreira
de 10 anos no mercado financeiro e fundar a Qulture.Rocks.
O caminho não foi nada simples, nem fácil. O primeiro passo foi estudar
uma cultura que eu sempre admirei muito: a criada pelo trio formado
por Jorge Paulo Lemann, Marcel Telles e Beto Sicupira, cultura que hoje
permeia, em diferentes intensidades, uma série de empresas como AB
Inbev, gigante das cervejas, e Kraft Heinz, gigante dos condimentos e
alimentos. O resultado desse estudo foi um livro chamado The 3G Way:
Dream, People, and Culture.
Escrever The 3G Way me ensinou o que são metas devidamente
desdobradas, o que é gestão de talentos, o que é gastar tempo e
dinheiro de verdade com gente. Me ensinou também o que são valores,
especialmente aqueles que dizem algo para quem os lê. E também
me jogou de paraquedas no mundo da “gente e gestão”, uma versão
turbinada do RH que conhecemos, que de fato mete a mão nos negócios
e é cobrada por isso. E desse salto nasceu a vontade de criar produtos
incríveis para que mais empresas tivessem acesso às práticas que
fizeram dessa cultura uma cultura tão forte e bem-sucedida para a
realidade dessas empresas.
A Qulture.Rocks, empresa de tecnologia que fundei algum tempo
depois, me pôs em contato com outro mundo muito bacana e do qual
eu conhecia muito pouco: o Vale do Silício. E com isso vieram ideias
de o que mais pode ser feito quando o assunto é cultura, gente e
gestão. Foi assim que aprendi sobre práticas como as OKRs, metas
Prefácio 2
Cultura na sociedade
No dia a dia, muitos de nós nos referimos a cultura como algo
relacionado às artes: museus, teatro, cinema, shows de música,
etc. É muito comum ouvir “gosto muito de ir a São Paulo. Minha
cidade não tem uma vida cultural tão rica”.
Cultura também pode ser usada como quase-adjetivo, quando
falamos que alguém “tem muita cultura” ou “é muito culto”,
quando queremos descrever esse ou essa alguém como uma
pessoa que lê muito ou que estudou muito.
Antropólogos, para adicionar ainda mais um aspecto ao termo,
falam de cultura como sendo o conjunto de costumes e práticas
que uma sociedade desenvolve com o tempo. Falam por exemplo
que o machismo nos países muçulmanos é um “aspecto cultural”,
ou que a corrupção no Brasil “é cultural”.
Aqui estamos interessados no que significa cultura no contexto
de uma organização, seja ela com ou sem fins lucrativos. Esse
ângulo de cultura no ambiente organizacional é influenciado pela
antropologia, pois aplica um ferramental similar à analise da
cultura de uma organização daquele aplicado pela antropologia
para analisar a cultura de um país.
Cultura no dicionário
Por fim, uma definição do bom e velho dicionário Cambridge:
As entradas do sistema
Agora vamos discutir algumas dessas entradas do sistema e como
funcionam. Como você pôde peceber na nossa definição, citamos qua-
tro tipos principais de entradas: valores, exemplos, artefatos e rituais.
Agora vamos falar um pouco mais sobre como chegamos nesses quatro
tipos e depois vamos entrar em um pouco mais de detalhe em cada um
deles.
Se estamos interessados em entender como são formados os com-
portamentos em uma organização, vale começar pensando em quais
são todos os fatores que influenciam o comportamento das pessoas
no trabalho. Se nos ativermos ao nível de análise de uma pessoa
dessa organização, podemos pensar um número enorme de fatores que
influenciam seu comportamento no trabalho:
Valores individuais
Segundo o dicionário Cambridge, valores (values) são definidos como:
“principles or standards of behavior; one’s judgement of what is im-
portant in life”. Em uma tradução livre, “princípios ou padrões de
comportamento; o julgamento de alguém sobre o que é importante na
vida”.
Para nós, valores são crenças ou “verdades absolutas” das pessoas de
um grupo,e que acabam por determinar a forma com que essas pessoas
agem, pensam e se sentem.
Vamos pensar no exemplo de uma CEO. Ela vem de uma família
muito trabalhadora. Seus avós eram agricultores que durante suas
vidas adultas começavam a trabalhar desde antes de o sol nascer, e
paravam apenas para dormir. Seu pai também é muito trabalhador,
Cultura organizacional: em busca de uma definição (prática) 13
Exemplos
Exemplos são outro fator extremamente importante na construção e
desenvolvimento de culturas organizacionais. Aqui também acabam no
começo refletindo os valores de seus fundadores, fundadoras e líderes.
Os mais fortes exemplos de comportamento em uma empresa são
o comportamnto de pessoas influentes no grupo, como fundadores,
fundadoras, e pessoas do time executivo sênior (essas pessoas podem
também não ser sêniores, mas apenas influentes por outros motivos -
lideranças “locais”). Seus comportamentos são geralmente tidos como
aceitáveis ou até desejáveis, e a falta de coerência entre a cultura
pregada pela empresa e o comportamento dessas pessoas pode causar
grande confusão cultural.
Cultura organizacional: em busca de uma definição (prática) 14
Artefatos
Artefatos são fatores muito importantes e visíveis (ainda que menos
importantes que incentivos) no desenvolvimento de uma cultura orga-
nizacional.
“Valores” escritos na parede são um exemplo muito comum. O escritó-
rio em que as pessoas de uma empresa trabalham é um dos artefatos
mais importantes de uma cultura. Em um escritório, podem ser obser-
vados sua configuração (especialmente no que tange a distribuição das
estações de trabalho no ambiente, e o isolamento das estações entre
elas), que pode ser aberta ou fechada, assim como a estrutura e de-
coração dos espaços ocupados pela liderança (principalmente quando
comparados aos dos não-líderes), a existência - ou inexistência - de
portas, “secretários-xerife” e outras barreiras, físicas ou psicológicas,
de acesso à liderança.
Cultura organizacional: em busca de uma definição (prática) 15
Até aqui nenhuma novidade, certo? Parecem todos valores que vemos
por aí.
O interessante é que há sempre uma lacuna entre a cultura explícita,
dos artefatos, e a cultura implícita, real. O que muda ‘é o tamanho
dessas lacunas.
No nosso exemplo, o grande banco é uma das empresas mais burocrá-
ticas, formais e hierárquicas que pode existir. A empresa de alimentos
e a construtora, por outro lado, estão metidas até a raiz em operações
de delação premiada, acordos de leniência e escândalos de corrupção.
O que conseguimos deduzir disso? Há sempre duas “culturas” coexis-
tindo em uma empresa: a cultura implícita, real, as is, que é o produto
da interação de valores, histórias, exemplos, artefatos, etc., e a cultura
explícita, que é como a empresa e seus membros falam sobre como é
e/ou como deveria ser sua cultura:
Cultura organizacional: em busca de uma definição (prática) 17
Rituais
Um tipo importante de input de uma cultura são os rituais desenvolvi-
dos pelo grupo. Rituais são eventos como reuniões periódicas, prêmios,
cafés da manhã com o presidente e outras coisas do tipo menos formais
(até o happy hour de quinta-feira pode ser considerado um ritual) e que
acabam por reforçar certos comportamentos do grupo.
No Google, por exemplo, por uns vinte anos aconteceram reuniões
semanais onde participavam todas as pessoas da empresa chamadas
TGIFs (sigla que quer dizer thank god it’s friday, do inglês), algo que
em outras empresas chama-se all-hands ou town hall. No Google, eram
feitos anúncios, discutidas prioridades, mas mais importante, funcioná-
rios podiam fazer perguntas diretamente à liderança da empresa, sem
aparente censura.
Reuniões como a TGIF são rituais poderosos, que no caso específico
do Google reforçavam a crença da liderança do Google (refletida em
alguns livros e entrevistas dadas por fundadores e executivos sêniores)
de que a transparência é importante para o sucesso da empresa à me-
dida em que todos têm acesso máximo possível à todas as informações
que não sejam estritamente confidenciais da empresa, pois, acreditam
(ou acredivatam) isso levaria o Googler ou a Googler médios a tomar
decisões melhores no trabalho.
Nossa definição acima, um *sistema que tem como entradas valores,
incentivos, artefatos, rituais, entre outros fatores, deliberados ou não,
e como saída, a forma com que as pessoas se comportam em uma
organização**, pode ser representada pelo diagrama abaixo:
Cultura organizacional: em busca de uma definição (prática) 19
A Formação da Cultura
Por que cultura importa?
Por que cultura importa? 21
Cultura e estratégia
Cultura pode ser pensada como um elemento da estratégia
empresarial. E como tal, uma arma furtiva. Seu retorno
sobre investimento resultante de fatores como lealdade
dos colaboradores e continuidade da organização, serviço
e experiência do cliente, ganhos de produtividade e uma
mentalidade colaborativa frente outros membros da em-
presa - pode ser impressionante. - James Heskett, em The
Culture Cycle
Jeff Bezos, fundador da Amazon, entende que três fatores são funda-
mentais no seu sucesso e, portanto, na definição da sua estratégia:
Artefatos
Para que a empresa possa sempre ter o menor preço, ela tem que
ser extremamente frugal em relação aos seus custos. Se não for, seu
negócio será insustentável. Por isso, até hoje a empresa é conhecida por
seus escritórios “espartanos” (quando comparados, obviamente, com
pares do mundo da tecnologia como Apple e Google), cartões de visita
bicolores e pela inexistência de sofisticados restaurantes grátis nos seus
escritórios (só são servidos água, café e chá).
Exemplos
Cultura e Burocracia
sas que têm negócios tão, mas tão bons, que qualquer “cultura” nelas
daria grandes resultados.
Também há muitos empresários que bradam o canto da cultura em-
presarial, mas em cujas empresas “cultura” não é muito mais do que
alguns valores insípidos e algum endomarketing mal feito.
É muito fácil bradar uma “cultura” forte com bicicletas elétricas, salas
de descompressão, e comida à vontade. Isso não é sinônimo de uma
cultura incrível, que traz resultados no longo-prazo, funcionários apai-
xonados e dedicados, e que não vão largar o emprego para a próxima
empresa que lhes oferecer pula-pulas e uma roda-gigante dentro do
prédio.
Jim Collins, um dos maiores gurus empresariais dos últimos anos,
e suspeitosamente tido como “o novo Peter Drucker”, defendeu as
culturas-culto, que parecem muito com o que aqui descrevemos:
Isso nos leva a uma última menção honrosa de cultura empresarial que
sem dúvida deve ser estudada por todo e qualquer empresário inte-
ressado em cultura: A Bridgewater Associates, firma de investimentos
baseada nos EUA e fundada por Ray Dalio.
A cultura da Bridgewater, articulada em um livro de mais de 100
páginas denominado de Principles, é talvez uma das mais intensas
e polêmicas de que se tem notícia. Na empresa, todas as reuniões
são gravadas em vídeo, e marcadas com os nomes dos participantes
e de pessoas que tenham sido mencionadas, para que todos possam
consultar tais vídeos no futuro. Tudo tem de ser dito ’na cara’, sem
rodeios - mas com todo o respeito - em busca das melhores ideias. A
cultura é tão intensa que 25% dos recém-contratados (que passam por
um processo seletivo árduo e que obviamente já faz um pente finíssimo)
deixam a empresa nos primeiros 18 meses de emprego. Mas quem fica,
você já pode imaginar: trabalha na empresa por anos e anos feliz. Nas
palavras de Dalio:
I think the most important thing for any group of people working
together is the culture. Culture is the values that that group of people
has and how they work together on a daily basis to live out those
values… That was the basis of the company’s success in the past, and
will be the basis of the company’s success in the future… At Bridgewater,
our most important value is transparency… Most people have a hard
time confronting their weaknesses in a really straightforward, evidence-
based way. They also have problems speaking frankly to others. Some
people love knowing about their weaknesses and mistakes and those
of others because it helps them be so much better, while others can’t
stand it. So we end up with a lot of people who leave quickly and a lot
of people who wouldn’t want to work anywhere else.
O que você pode aprender com tudo isso? Que sua cultura deve
desagradar a muitos, e agradar muito a poucos. Deve atrair ‘poucos
e bons’, que não troquem a empresa por nada. Devem ser cultos, não
no sentido de devoção irracional a uma causa, mas sim de devoção
racional a um modo de trabalho.
Como a cultura se forma
Não se cria cultura “do zero” de maneira deliberada a não ser que
você seja o fundador da sua empresa e comece a moldá-la a partir
do primeiro momento em que alguém começar a trabalhar com você.
Em todos os outros casos, alguma cultura se formará organicamente.
Portanto saiba você ou não, queira você ou não, sua empresa - muito
provavelmente - já tem uma cultura.
Como essa cultura “orgânica” se forma?
Nossa visão é que a cultura se forma a partir dos valores de pessoas
altamente influentes dentro do grupo. Geralmente, esse alguém é o
fundador da empresa e um grupo pequeno de outras pessoas que
estejam no seu círculo de influência.
À medida em que o fundador começa a imprimir seus valores no
grupo (valores estes que como vimos são crenças e padrões de com-
portamento) formam-se rituais, histórias e exemplos que começam a
dar forma para o comportamento dos seus membros. Assim, começa a
tomar forma a cultura de uma empresa.
Descobrindo sua cultura
Se partirmos do pressuposto de que qualquer empresa, sabendo ou não,
tem uma cultura, o primeiro passo para tomar as rédeas dela, ou seja,
influenciá-la de maneira consciente, é descobrir que tipo de cultura já
existe na organização. Chamamos isso de “descoberta de cultura”.
Descobrir a cultura de uma organização é descobrir a cultura implícita
dessa organização. Pouco importa, nesse esforço, a cultura explícita da
empresa, ou seja, como a empresa fala sobre sua cultura. Como já vimos
antes, há sempre uma lacuna entre a cultura implícita e a explícita,
portanto, o melhor aqui é entender qual é a cultura “de fato”.
Para falarmos de descoberta de cultura, o ponto de partida é buscar
suas premissas: as crenças da empresa, pelos seus líderes (no sentido de
membros que influenciam o pensamento do todo muito mais do que
no sentido hierárquico que às vezes a palavra toma), que dão susten-
tação a todos os outros elementos da cultura, como comportamentos,
princípios e processos.
Teoria Y
O ser humano médio:
Enquetes
Outro exercício interessante para se descobrir a cultura de uma em-
presa é perguntar aos seus colaboradores quais comportamentos eles
entendem que representam e que não representam a cultura da em-
presa.
A ideia é que cada colaborador pense em casos práticos vividos no dia a
dia da empresa de atitudes eles pensam representarem a “nossa cultura”,
assim como casos práticos também vividos no dia a dia da empresa
de atitudes que eles acham que representem “nossa anti-cultura”, ou o
oposto da nossa cultura.
O ideal é que isso seja feito com alguma ferramenta anônima de coleta
de respostas, como Google Forms ou Survey Monkey. Com as respostas,
você deve fazer um esforço de aglutinação de atitudes recorrentes, e
ordenar os temas pela quantidade de ocorrências. Muito provavelmente
você verá um padrão interessante emergindo de coisas que o grupo
vê como sendo representativas e não representativas da cultura da
empresa.
Influenciando sua cultura
Premissas relacionadas a clientes, competidores, forne-
cedores, comunidades e o ambiente legal e regulatório
influenciam a estratégia de uma empresa e como ela a
executa… Para mudar a cultura nas suas raízes, essas
premissas têm de ser entendidas e alteradas. Isso toma
tempo. E em parte por isso, poucos conseguem concluir
essa tarefa da mudança cultural em seus mandatos na
função. Isso explica por que a maioria dos esforços de
mudança cultural focam em outros aspectos da cultura que
não essas premissas. - James Heskett, The Culture Cycle
Instead of trying to change culture significantly, it’s much
better to concentrate on changing the behaviors, because
they’re more tangible and measurable. Cultures don’t
change automatically, but they do tend to follow behavior
changes. - Jon Katzenbach
Organizations are complex systems with many ripple ef-
fects. Reworking fundamental practices will inevitably
lead to some new values and behaviors - Jay Lorsch
• Reforço cultural
• Mudança cultural
Fechando a lacuna
“A company’s values are the core of its culture. While a vision arti-
culates a company’s purpose, values offer a set of guidelines on the
behaviors and mindsets needed to achieve that vision.” – John Coleman
A maioria das organizações articula sua cultura com uso de um
conjunto de artefatos bastante simples: sua missão e seus valores. Mas
articular a cultura da empresa pode ir muito além de um conjunto de
missão e valores para serem estampados na parede do escritório.
Sob influência das empresas do Vale do Silício, muitas organizações
estão começando a criar códigos de cultura, que são materiais muitas
vezes gráficos e em tom de manifesto que traduzem a cultura da
empresa de maneira muito mais palpável para seus colaboradores.
Alguns dos casos mais conhecidos que podem - e devem - servir de
inspiração são, nos EUA:
E no Brasil:
A Formação da Cultura
Nosso ponto com esse diagrama é mostrar que cultura é uma abstração
que usamos para indicar uma série de fatores que afetam a vida de
uma organização, e cujo produto, ou seja, consequência, chamamos de
Influenciando sua cultura 43
cultura.
Se cultura é um produto, ou seja, um lagging indicator, ela não pode
ser administrada diretamente. Para que possamos influenciar a cultura,
temos que agir no que está sob nosso controle. O que está sob nosso
controle são os artefatos, incentivos, exemplos, rituais e histórias de
uma organização.
Mecanismos
Vamos chamar de mecanismos as intervenções deliberadas de uma
organização com o objetivo de influenciar os artefatos, incentivos,
exemplos, rituais e histórias de uma organização com o objetivo de
reforçar ou mudar comportamentos, e consequentemente, a cultura da
organização.
Para ilustrar alguns exemplos de mecanismos usados por empresas
que têm culturas fortes e que são muito bem-sucedidas nas suas
áreas de atuação, vamos apresentar nas próximas páginas uma série
de estudos de caso de empresas como Amazon, Southwest Airlines,
Disney, Google e Facebook.
Estudos de Caso
Amazon
Disney
• Segurança (safety)
• Cordialidade (courtesy)
• Show (show)
• Eficiência (efficiency)
GE
Pano de fundo
A jornada
Resultados
Vocabulário
Southwest Airlines
Apple
Mas não teria sido algo que a Apple faz. E não teria mandado a
mensagem a todos que trabalharem aqui todos os dias de que os
detalhes importam, de que a preocupação importa”. O Apple Park,
ainda segundo ele, é “o presente de Steve”.
Faz todo o sentido. Para uma empresa que tem mais de U$ 750 bilhões
de valor de mercado, e um caixa maior do que o PIB de diversos países,
o novo “campus” é uma forma provavelmente muito eficaz, ainda que
de eficiência e custo duvidáveis, para perpetuar a cultura da empresa
e os valores do seu fundador, que faleceu em outubro de 2011, e cujo
maior desafio, sem dúvida, é mostrar que sobreviverá sem sua forte
presença.
Últimos pensamentos
Chegamos ao fim do nosso livro.
Nele, partimos da definição de cultura, discutimos como culturas se
formam, como há geralmente um gap entre a cultura que se formou
(cultura implícita) e como falamos e nos referimos a essa cultura
(cultura explícita). Passamos brevemente pelo tema de porque cultura
é importante em uma empresa (tanto sob o aspecto do alinhamento
entre cultura e estratégia quando sob o aspecto da cultura como “cola”
que mantêm uma organização em alto crescimento unida). Depois,
inserimos uma nova variável nessa conversa: a cultura desejada, que
nasce quando queremos mover a cultura implícita para um novo
destino. Falamos de influenciar a cultura de uma organização, em
esforços de reforço cultural (quando o gap entre a cultura atual e a
desejada é menor) e em esforços de mudança cultural (quando o gap
é maior). Por fim, aprendemos o que são mecanismos de cultura -
os processos e práticas que reforçam histórias, incentivos, artefatos,
exemplos e rituais - e como eles são usados em algumas empresas como
Disney, Amazon, Southwest Airlines e GE.
Foi uma grande jornada. Esperamos que você esteja mais inspirada, mo-
tivada e capacitada para tomar as rédeas da cultura da sua organização
com mecanismos práticos. Se precisar de ajuda, nós da Qulture.Rocks
adoraríamos ajudar. É só mandar um e-mail para kiko@qulture.rocks¹
que teremos muito prazer em conversar sobre o assunto.
¹mailto:kiko@qulture.rocks
Bibliografia
Arthur, W. Brian. The Nature of Technology: What It Is and How It
Evolves. Free Press. Kindle Edition.
Carver, R. (2016). What we talk about when we talk about love. London:
Vintage Digital.
Williams, R. (2017). Keywords: A vocabulary of culture and society.
New York, NY: Oxford University Press.