DISTRITO TECH TRENDS

#1 | AGOSTO | 2021

Novo Varejo
5 tendências que impactarão
o setor no pós-pandemia
3 Sumário

04 O FUTURO DO VAREJO

05 VAREJO DATA-DRIVEN

06 ESG: SUSTENTABILIDADE NOS NEGÓCIOS

07 A CORRIDA PELO MELHOR LAST-MILE

08 GO PHYGITAL OR GO HOME

09 DIVERSIDADE E INCLUSÃO

10 ABOUT US
4 O futuro do varejo
E
m março de 2020, a pandemia
de COVID-19 foi declarada
uma emergência global. A crise
instaurada na Saúde foi e ainda é devas-
tadora, tanto em seus efeitos sanitários
quanto socioeconômicos. Entretanto,
este processo mobilizou a sociedade e o
mercado de tamanha forma, que um enor-
me salto no desenvolvimento e na aplica-
ção de tecnologia para solução de proble-
mas relacionados ao tal do “novo normal”
foi dado - e veio para ficar.
Em pouco mais de um ano, teste-
munhamos as empresas dedicando es-
forços para se adaptar às circunstâncias
extraordinárias que se impunham. Agora,
salvo a ocorrência de catástrofes ines-
peradas, podemos vislumbrar uma tran-
sição rumo ao futuro pós-pandêmico -
onde nada será como antes.
A economia global como um todo
passa por uma metamorfose, para alguns
setores de forma mais intensa do que
para outros. Entre eles está o varejo: um
dos mais afetados (e transformados) nes-
te contexto de crise.
As tendências que eram apontadas
para o futuro do varejo tornaram-se a nova
norma no espaço de pouco mais de um
ano, criando um cenário onde as empre-
sas não tiveram outra opção senão rees-
truturar suas operações. Se, por um lado, o
desafio é grande, historicamente, as crises
desencadeiam ondas de inovação e impul-
sionam gerações de empreendedores.
Com os lockdowns, os consumidores
se viram obrigados a tentar novas formas
de comprar, impondo aos varejistas do
mundo todo a entrega de uma nova expe-
riência. Nos mercados emergentes, onde
os efeitos da pandemia foram sentidos de
maneira mais severa, o consumo digital
saiu de um hábito para uma realidade.
Segundo dados da PwC, 30% dos
brasileiros declararam fazer compras fre-
quentes pelo celular - hoje o canal prefe-
rido dos consumidores no país -, ao passo
que 50% das compras efetuadas em lojas
físicas são influenciadas pela internet. Não
há, portanto, espaço para uma experiência
de consumo que não passe pelo digital.
Essa mudança no comportamento
dos consumidores coloca desafios para vá-
rios pontos da operação dos varejistas, co-
brindo desde a adaptação para canais híbri-
dos físico-digitais, a cadeia de suprimentos e
a logística, até o posicionamento de marca.
O novo normal chegou e, com ele, as
tendências que você vai ver na sequência
e que definirão o que é o novo varejo.
O novo normal chegou e, com
ele, as tendências que definirãoo
FUTURO DO VAREJO.
5 Varejo data-driven

Os consumidores de hoje procuram mais

do que preços competitivos, disponibilida-
de ou novos produtos nas prateleiras - o
que se espera é uma experiência única; que
cada compra seja feita sob medida para
atender as necessidades do consumidor.
Ao contrário das práticas usuais de
diferenciação, como precificação estraté-
gica, promoções e outros, a personaliza-
ção do consumo a partir de dados trata os
consumidores como indivíduos, dando um
passo além na experiência de consumo.
Para os varejistas, essa capacidade
está diretamente relacionada com a me-
lhora na conversão das vendas online e
com a fidelização dos clientes — isso no
momento em que a retenção é um dos
grandes obstáculos no setor.
Os players que adotarem as melho-
res práticas de data analytics podem pros-
© UNSPLASH

perar, e não apenas sobreviver, no novo

cenário do Retail.

STITCH FIX faz uma curadoria de Fix é capaz de analisar

A Stitch Fix utiliza data peças selecionadas de as mudanças de
science para oferecer acordo com o tamanho, comportamento quanto
aos consumidores estilo e budget dos a escolha das roupas,
personalização na clientes, que escolhem oferecendo maior
escolha de roupas. as que mais agradam acurácia no seu
Com base em um e devolvem as demais. serviço, mas também
questionário inicial e na Com o acúmulo de antevendo as tendências
experiência acumulada experiências de cada no mercado fashion
com a empresa, a startup consumidor, a Stitch como um todo.
 6 ESG: sustentabilidade nos negócios

Hoje, há uma pressão significativa para
a transformação dos negócios rumo a
uma prática mais sustentável e social-
mente responsável. Esse processo se
dá em função do aumento da regula-
ção e da fiscalização em um contexto
de preocupação com as mudanças cli-
máticas, mas também pela iniciativa
dos próprios consumidores - cada vez
mais engajados socialmente e mobili-
zados por meio das novas tecnologias
de comunicação.
Neste contexto, a adequação aos cri-
térios ESG (sigla para Environment, Social
e Governance) passa a ocupar um lugar
central na estratégia das corporações. Essa
espécie de pressão se dá não só por parte
dos consumidores, mas também dos inves-
tidores que diversas vezes têm negado ca-
pital a negócios que descumpram ou que
sequer tenham uma agenda ESG aplicada
ao modelo de negócios.
As novas tecnologias oferecem di-
versas oportunidades nesse sentido, cabe
aos gestores foco e estratégia para imple-
mentar uma agenda de ESG alinhada com
os objetivos estratégicos da corporação.

HERING + MOSS comprometeu a ter uma

A Hering - varejista pegada de carbono neutra,
fashion em atividade compensando sua emissão
no Brasil há mais de CO2 na produção
de 130 anos - já era de roupas a partir do
conhecida por se uso da criptomoeda
envolver em causas MCO2. A iniciativa é
sociais como a campanha fruto da parceria com a
de conscientização startup brasileira MOSS,
“O Câncer de Mama referência no mercado
no Alvo da Moda”; de créditos de carbono.
agora a marca está se A compensação dessa
comprometendo também e de outras empresas
a diminuir a emissão de está associada ao projeto
gás carbônico, aderindo Fazenda Fortaleza Ituxi,
ao conceito de moda no Estado do Amazonas,
© UNSPLASH

sustentável. A partir de voltado para preservação

2021, a companhia se da Floresta Amazônica.
7 A corrida pelo melhor last-mile

Com o aumento da concorrência no

e-commerce, um dos principais diferen-
ciais competitivos é a capacidade logís-
tica dos varejistas. Isso porque temos
observado consumidores cada vez mais
exigentes quanto ao tempo de entrega
dos produtos.
A jornada do consumidor pode co-
meçar online, mas ela termina na porta do
seu domicílio, no seu escritório, na mala do
carro, entre outras possibilidades. Nesse
ínterim, clientes buscam rastreabilidade,
segurança e muitos esperam que as en-
tregas sejam quase instantâneas.
Essa batalha pelo last-mile mais efi-
ciente demanda dos varejistas a digitaliza-
ção da cadeia de suprimentos, bem como
criatividade de modo a atingir as expecta-
tivas cada vez mais altas. Mesmo que as
© UNSPLASH

entregas sejam terceirizadas, sempre será

o varejista a ser cobrado pela experiência.

AMERICANAS + SHIPP shop e restaurante e movimento é generalizado

30 minutos. É o
tempo de entrega
que a Americanas
promete para seus
clientes, que poderão
comprar produtos
de conveniência,
supermercado, pet
recebê-los meia hora ou no setor, fruto da
menos. Para viabilizar concorrência intensa de
essa oferta, a gigante do empresas de tecnologia
varejo adquiriu a startup - tanto o Rappi como o
Shipp, cujo aplicativo foi iFood também oferecem
rebatizado Americanas o serviço de delivery mais
Delivery após o ágil, variando entre 15 e
processo de M&A. Esse 30 minutos após a compra.
8 Go phygital or go home

Mesmo com a erradicação da pandemia e

com a recuperação do consumo, é quase
certo que a presença física nas lojas dimi-
nua de forma permanente à medida que
o e-commerce se consolida como canal
para os consumidores.
Nesse contexto, é importante que o
valor de cada visita seja maximizada. Um
meio para alcançar essa meta é a união en-
tre a experiência física e a digital dos clientes,
também conhecida como varejo phygital.
Para isso, há necessidade de investi-
mento para atender à demanda crescen-
te por a tecnologia in-store: adaptação
ao mobile payment, logística adequada
às retiradas em compras feitas por apps,
realidade aumentada para testar produ-
tos, apps para escanear códigos de barra,
© UNSPLASH

entre outras estratégias.

É preciso ter excelência ao longo
de toda a cadeia do om-
nichannel para cativar os
consumidores, visto que
esse cenário não é mais
VIA + BORNLOGIC
um diferencial competiti-
Durante a pandemia,
vo e sim o mínimo espe-
grande parte das lojas
rado da experiência de
tiveram que se reinventar
consumo presencial.
para sobreviverem a
ausência de clientes nas
lojas físicas. Foi nesse
cenário que a Via se uniu
à startup BornLogic,
startup focada em
escalar resultados de
lojas físicas e digitais com
uso de tecnologia, para
expandir sua rede de
atendimento e vendas.
A estratégia escolhida
foi a de conectar clientes
e vendedores através
do WhatsApp - a
plataforma de mensagens
mais popular do país.
A tática deu tão
certo que as vendas
neste modelo hoje
correspondem a um
quinto das compras
online das Casas Bahia
e do Ponto Frio.
 9 Diversidade e inclusão

A digitalização e a robotização da econo- Um dos principais meios para isso

mia trazem transformações inevitáveis no
mercado de trabalho. Os desafios vão des-
de o reskilling para lidar com novas tecno-
logias, até uma ênfase inédita em soft skills
como resiliência e adaptabilidade.
No entanto, a questão do capital hu-
mano não deve ser encarada apenas como
um ônus, mas também como uma oportu-
nidade para que o setor se conecte de uma
maneira mais intensa com o consumidor.
é através da diversidade e inclusão, dois
pilares que são capazes de tornar as em-
presas mais criativas, dinâmicas e potentes
- sobretudo em indústrias como a fashion,
onde um dos principais diferenciais com-
petitivos está na força das ideias e na ca-
pacidade de comunicá-las ao público. Ti-
mes culturalmente diversos são a melhor
maneira de alcançar novos consumidores
e evitar mal-entendidos culturais que po-
dem arranhar a reputação das marcas.

IVY PARK + ADIDAS quadro de funcionários

Em 2019 a Adidas se
uniu à Ivy Park, marca
de roupas fundada e
presidida por Beyoncé,
para uma coleção
exclusiva. Segundo a
cantora, o casamento
entre as empresas foi
um sucesso devido
a compatibilidade
criativa e também
por compartilharem
os mesmos valores,
entre eles a inclusão
e diversidade.
Anteriormente, uma
parceria semelhante
da empresa não ser
diverso o suficiente.
Na ocasião, a cantora
e empresária teria
dito que nenhum dos
presentes compartilhava
suas experiências
de vida, cor de pele,
vivências e objetivos.
Em todas as três
coleções colaborativas
entre Adidas e Ivy
Park lançadas até aqui
- um enorme sucesso
comercial - a diversidade
é exaltada, desde o
estilo das peças até a
© UNSPLASH

com a Reebok teria sido escolha dos modelos para

recusada justamente pelo divulgação das roupas.
 10 About Us

DISTRITO
O Distrito é uma Plataforma de Inovação Aberta
com o propósito de transformar empresas,
acelerar startups, potencializar investimentos e
impactar positivamente a sociedade. DATA & CONTENT
Eduardo Bayer,
Nos últimos quatro anos, a empresa construiu o Giovanna Nicoleto
mais avançado sistema de inteligência e banco e Deborah Neiva
de dados sobre o ecossistema de inovação
DESIGN
aberta do Brasil. Hoje, são mais de 15 mil startups Kauan Machado,
monitoradas e uma comunidade vibrante de 700 Letícia Pádua
startups residentes, 65 grandes corporações e
mais de 3 mil profissionais de inovação. DISTRITO.ME

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