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BOA NOITE!

AGUARDEM A AULA JÁ VAI COMEÇAR

PROF. ALAIR JUNIOR


Teoria Jurídica do
Direito Penal
Arts. 1º ao 120 CP
PROFESSOR ALAIR JUNIOR
AULA 01
Introdução
CRONOGRAMA DO SEMESTRE

Semana Crimes em Espécie e Leis Extravagantes - 2º Período


1ª 10/ago Aula 01
2ª 17/ago Aula 02
3ª 24/ago Aula 03 + TRABALHO 200p
4ª 31/ago Aula 04
5ª 05/set Aula 05
6ª 21/set Aula 06
7ª 28/set Prova do 1º Bimestre 1000p
8ª 05/out Aula 07
9ª 19/out Aula 08 + TRABALHO COMISSÃO 300P
10ª 26/out Aula 09
11ª 09/nov Aula 10
12ª 16/nov Aula 11
13ª 23/nov Prova do 2º Bimestre 4000p
05/dez EXAME DE SEGUNDA CHAMADA
09/dez EXAME FINAL
10/dez Fechamento do Semestre
COMBINADOS DO SEMESTRE

 GRUPO DE WHATSAPP DA DISCIPLINA – REPRESENTANTE DE TURMA CRIAR.

 REGRAS: SOMENTE MENSAGENS RELACIONADAS AO CONTEÚDO E DÚVIDAS DA


DISCIPLINA.

 MENSAGENS NO GRUPO DE MADRUGADA E FINAL DE SEMANA SOMENTE SERÃO


RESPONDIDAS NA SEGUNDA-FEIRA.

 O PROFESSOR NÃO RESPONDERÁ MENSAGENS NO PRIVADO OU LIGAÇÕES.

 O CONTATO COM O PROFESSOR SERÁ VIA E-MAIL, NO GRUPO DE


WHATSAPP DA DISCIPLINA E DURANTE AS AULAS.
Indicação Bibliográfica
• 1) GRECO, Rogério. Curso de Direito Penal: Parte Especial.
Vol. II e III. Editora Impetus -Livro bem equilibrado.
• 2) BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de direito penal, 2
a 5. Editora Saraiva. Para o professor, melhor manual da
parte especial. Muito extenso.
• 3) CUNHA, Rogério Sanches. Manual de direito penal,
Volume 2, parte especial. Editora Juspodivm. Concurso
Público.
Noções de Direito Penal
Definição

Direito Penal é o segmento do ordenamento jurídico que detém a


função de solucionar os comportamentos humanos mais graves,
capazes de colocar em risco valores fundamentais para a
convivência social, e descrevê-las como infrações penais,
cominando-lhes, em consequências , as respectivas sanções.
Noções de Direito Penal
Três Aspectos:

1- Aspecto Formal ou estático: é o conjunto de normas.

2- Aspecto material: refere-se a comportamentos considerados


reprováveis ou danosos.

3- Aspecto Sociológico: é mais um instrumento de controle social de


comportamentos desviados.
Evolução histórica do Direito Penal

Embora o Direito Penal tenha sua origem vinculada à própria organização do


homem em sociedade, não se pode considerar a existência de normas penais
sistematizadas em tempos primitivos.
Vingança Penal

1- Vingança divina: Quando um membro do grupo social descumpria regras,


ofendendo as crenças, era punido pelo próprio grupo, que temia ser
retaliado pela divindade. Portanto a pena era cruel, desumana e degradante,
pois pautava-se na satisfação divina.
2- Vingança privada: Uma vez cometido o crime, a reação punitiva partia da
própria vítima ou de pessoas ligadas ao seu grupo social, não se
relacionando mais às divindades.
Evolução histórica do Direito Penal

Por não haver regulamentação por parte de um órgão próprio, a reação do


ofendido (ou do seu grupo) era normalmente desproporcional à ofensa,
ultrapassando a pessoa do delinquente, atingindo outros indivíduos a ele
ligados de alguma forma, acarretando conflitos entre coletividades inteiras.
Penas cruéis e desumanas.
3- Vingança pública: Nessa fase revela-se maior organização societária e
fortalecimento do Estado, na medida em que deixa de lado o caráter
individual da punição para que dela se encarreguem as autoridades
competentes, ficando legitimada a intervenção estatal nos conflitos sociais
com aplicação da pena pública. Nota-se , nem por isso, as sanções perderam
o seu aspecto cruel e violento, transcendendo, em alguns casos, a pessoa do
culpado, atingindo descendentes por diversas gerações.
Evolução histórica no Brasil

Após a promulgação da Constituição de 1924, foi elaborado o Código Criminal do


Império, fomentando um direito penal protetivo e humanitário, permitindo
invidualização da pena, criando agravantes e atenuantes, estabelecendo
julgamento especial para menores de 14 anos. Admitia-se pena de morte.

Em seguida à promulgação da República de 1890, sancionou o Código Criminal do


Império, porém proibindo a pena de morte e prisão de caráter perpétuo. O
Código Republicano permitia as penas de prisão, o banimento e suspensão de
direitos, instalando o regime penitenciário de caráter correcional.

Finalmente, em 1942, entre em vígor o Código Penal, que permanece como o


sistema básico de normas penais. Trata-se da Lei 2.848/40
FONTES DO DIREITO PENAL

Introdução: Quando se pretende buscar a procedência de algo, o que se busca é


indicar de onde a norma pena emana, qual sua origem, de onde ela provém e
como se revela.

Divide-se em fonte material e formal:

Fonte Material: é a fonte de produção da norma, é o órgão encarregado da


criação do Direito Penal. A fonte material do Direito Penal é a União.
Art. 22, I, CF/88.

Fonte Formal: Trata-se do instrumento de exteriorização do Direito Penal, ou seja,


do modo como as regras são reveladas. É a fonte de conhecimento.
Fontes Formais se dividem em:

Imediatas: A lei é única fonte formal imediata do


direito penal.

Mediata: Abrange os costumes e os princípios gerais de


direito.
Fontes Formais Imediata:

Lei: A lei figura é o único instrumento normativo capas de criar infrações


penais (crimes e contravenções penais) e cominar sanções (pena ou medida
de segurança).

Constituição Federal: Muito embora a lei detenha a exclusividade no tocante


á criação das infrações penais e das respectivas sanções, não se pode deixar
de constatar que a Constituição estabelece alguns patamares dos quais a
intervenção penal não se pode reduzir. Esses patamares são verdadeiros
mandados de criminalização, porque vinculam o legislador ordinário,
reduzindo a sua margem de atuação para obrigá-lo a proteger certos temas.
Por exemplo: Crime de Racismo (Art. 5º XLII), Crimes Hediondos (Art. 5º,
XLIII) , Ação de grupos armados contra a ordem constitucional e o Estado
Democrático (Art. 5º, XLIV) e os Crimes Ambientais (Art.225, §3º).
Fontes Formais Imediata:

Os Tratados e Convenções Internacionais de Direitos Humanos: Acordo internacional


versando sobre direitos humanos, celebrado por escrito entre Estados e regido pelo
Direito Internacional.
Importante esclarecer, no entanto, que os tratados e convenções não são instrumentos
hábeis à criação de crimes ou cominação de sanções. No entanto, os tratados podem
veicular os denominados mandados internacionais de criminalização quando
estabelecem de forma explícita a obrigação de tipificar penalmente, no ordenamento
jurídico interno, determinadas condutas, como ocorre com a tortura, a pornografia
infantil, a violência contra a mulher, o genocídio e o crime organizado.

Jurisprudência: É o conjunto das decisões, aplicações e interpretações das leis


A jurisprudência pode ser entendida de três formas, como a decisão isolada de um
tribunal que não tem mais recursos, pode ser um conjunto de decisões reiteradas dos
tribunais, ou as súmulas de jurisprudência.
Fontes Formais Imediata:

Princípios: Princípios são os alicerces da norma, são o seu fundamento em essência,


são o refúgio em que a norma encontra sustentação para racionalizar a sua
legitimação, são a base de onde se extrai o norte a ser seguido por um ordenamento.
Não rara as vezes os Tribunais absolvem ou reduzem penas com fundamentos em
princípios. Exemplo: Princípio da insignificância.

Complementos ou Atos Normativos: É Quando complementam norma penal em


branco. Exemplo: Lei de Drogas que não define drogas, quem define é a Portaria
número 344/98 da Secretaria de Vigilância Sanitária do Ministério da Saúde.
Fontes Formais Mediata:

Doutrina: Trata-se de um conjunto de princípios, ideias e ensinamentos de autores e


juristas que, no caso, servem de base para o Direito e que influenciam e
fundamentam as decisões judiciais. É fonte do Direito, utilizada também para a
interpretação das leis, fixando as diretrizes gerais das normas jurídicas.
Fontes Informais:

Costumes: São comportamentos uniformes e constantes pela convicção de sua


obrigatoriedade.
Resumindo
Fontes Formais Classificação
moderna
Fontes Formais Lei
Imediatas Constituição Federal
Tratados Internacionais- DH
Jurisprudências
Princípios
Atos Normativos
Fontes Formais Doutrina
Mediatas Obs: Os costumes são fontes
informais
PRINCÍPIOS
1- Princípio da Legalidade: esse princípio é o núcleo de qualquer sistema penal que
tenha como fim a racionalidade e a justiça, ou seja, que aspire à segurança jurídica.
Encontra-se previsto no art. 1°, do CP, e no art 5°, inciso XXXIX, da CF, que assim prevê:
“Não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia cominação legal”.

Esse princípio se desdobra em três outros princípios:


1.1- Princípio da Reserva Legal: A infração penal somente pode ser criada por lei em
sentido estrito, ou seja, lei complementar ou lei ordinária, aprovadas e sancionadas de
acordo com o processo legislativo respectivo, previsto na CF/88 e nos regimes internos
da Câmara dos Deputados e Senado Federal.
1.2- Princípio da Anterioridade: A criação de tipos penais e a cominação de sanções
exige lei anterior, proibindo-se a retroatividade maléfica. Ou seja, é necessário que a
lei já esteja em vigor na data em que o fato é praticado.
1.3- Princípio da Taxatividade: A lei pena deve ser precisa, esse princípio é dirigido mais
diretamente à pessoa do legislador, exigindo dos tipos penal clareza, não devendo
deixar margens a dúvidas, de modo a permitir à população em geral pleno
entendimento do tipo criado.
2- Princípio da Exteriorização ou materialização do fato: O Estado só pode incriminar
condutas humanas voluntárias, isto é, fatos (e nunca condições internas) ou
existenciais) . Em outras palavras , está consagrado o Direito Penal do fato, vedando-se
o Direito Penal do Autor, consistente na punição do indivíduo baseada em seus
pensamentos, desejos ou estilo de vida.

3- Princípio da ofensividade ou lesividade: Exige que o fato praticado ocorra lesão ou


perigo de lesão ao bem jurídico tutelado.
4- Princípio da Responsabilidade pessoal: Através deste princípio, proíbe-se o castigo
penal pelo fato de outrem. Inexiste, em se tratando de Direito Penal, responsabilidade
coletiva.
São desdobramento deste princípio:

4.1- Obrigatoriedade da individualização da acusação: ficando proibida a denúncia


genérica. A denúncia deverá de forma específica e individualizada.

4.2- Obrigatoriedade da individualização da pena: considerando a individualidade dos


fatos e as condições do autor.
5- Princípio da Responsabilidade Subjetiva: Não basta que o fato seja materialmente
causado pelo agente, ficando a sua responsabilidade (penal) condicionada à existência
da voluntariedade, leia-se dolo ou culpa.
São desdobramento deste princípio:

6- Princípio da Culpabilidade: Trata-se de postulado limitador do direito de punir.


Assim, só pode o Estado impor sanção penal ao agente imputável (penalmente capaz),
com potencial consciência da ilicitude (possibilidade de conhecer o caráter ilícito do
seu comportamento), quando dele exigível conduta diversa (podendo agir de outra
forma).

7-Princípio da Igualdade: Este princípio também conhecido como princípio da


Isonomia e está prevista de maneira expressa no Art. 5º caput, da CF/88, o qual dispõe:
“todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza(...)”. Essa garantia
se estende aos estrangeiros, mesmo que não residentes no país.
8- Princípio da Presunção da Inocência (ou da não culpa): O princípio da presunção de
inocência está positivado no Art. 5º, LVII, da Constituição Federal, cuja redação
determina que “ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de
sentença penal condenatória.”

OBS: Na verdade, o princípio insculpido na referida norma garantia é a o da presunção


da não culpa. Uma situação é a de presumir alguém inocente, outra, é a de impedir a
incidência dos efeitos da condenação até o trânsito em julgado da sentença.
9- Princípio da Dignidade da Pessoa Humana: A ninguém pode ser imposta pena
ofensiva à dignidade da pessoa humana, vedando-se reprimenda indigna, cruel,
desumana ou degradante. Este mandamento guia o Estado na criação, aplicação e
execução das leis penais.

10- Princípio da Individualização da Pena: Está previsto na Constituição Federal, no art.


5º, XLVI, que dispõe: “a lei regulará a individualização da pena e adotará, entre outras,
as seguintes: a) privação ou restrição da liberdade; b) perda de bens; c) multa; d)
prestação social alternativa; e) suspensão ou interdição de direitos;
A individualização da pena deve ser observada em três momentos:
A) Na definição pelo legislador, do crime e sua pena;
B) Na imposição de pena pelo juiz;
C) Na execução de pena, momento em que os condenados serão classificados,
segundo seus antecedentes e personalidade, para orientar a invidualização da
execução penal.
11- Princípio da Proporcionalidade: Trata-se de princípio implícito, desdobramento
lógico do princípio da individualização da pena. Para que a sanção penal cumpra a sua
função, deve se ajustar à relevância do bem jurídico tutelado, sem desconsiderar as
condições pessoais do agente.

12- Princípio da Pessoalidade: Está insculpido no artigo 5º, inciso XLV, CF/88, que
dispõe que: “nenhuma pena passará da pessoa do condenado podendo a obrigação de
reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei,
estendidos aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido”.

13- Princípio da Vedação do “bis in idem”: No direito penal, este princípio estabelece
que ninguém pode ser julgado duas vezes pelo mesmo delito. O bis in idem acontece
quando o princípio não é observado, e o autor do delito acaba sendo punido mais de
uma vez pelo mesmo crime.

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