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RECONHECIMENTO, VALIDAÇÃO E CERTIFICAÇÃO DE

COMPETÊNCIAS PROFISSIONAIS (RVCC PROFISSIONAL)

ORIENTAÇÃO METODOLÓGICA

O.M. n.º 2
março 2017
Índice

1. Enquadramento ............................................................................................................... 3
2. Destinatários ................................................................................................................... 3
2.1 Condições de acesso ao processo de RVCC Profissional ............................................. 3
2.2 Condições para o desenvolvimento em simultâneo de processos de RVCC escolar e
profissional (dupla certificação) .................................................................................... 5
3. Os referenciais de RVCC profissional ................................................................................ 6
3.1. Estrutura e organização ......................................................................................... 6
3.2. Atualização dos referenciais no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ) ................ 9
3.3. Constituição do referencial de RVCC profissional ................................................... 11
4. O processo de RVCC Profissional .................................................................................... 12
4.1 Reconhecimento e validação de competências ....................................................... 12
4.1.1 Mecanismos de instrumentos de avaliação ..................................................... 14
4.1.2 Formação complementar ............................................................................... 19
4.1.3 Critérios de validação das Unidades de Competência ...................................... 22
4.1.4 Sessão de validação ....................................................................................... 23
4.2. Certificação de Competências .............................................................................. 24
4.2.1 Preparação para a prova ................................................................................ 25
4.2.2 Sessão de júri de certificação (prova) .............................................................. 26
4.1.2.1. Objeto de avaliação ....................................................................... 26
4.1.2.2. Tipologia de prova ......................................................................... 28
4.1.2.3. Critérios de avaliação ..................................................................... 29
4.1.2.4. Local e duração da prova ............................................................... 30
4.1.2.5. Recursos ....................................................................................... 31
4.1.2.6. Constituição do júri de certificação ................................................. 31
4.1.2.7. Papel do júri de certificação ........................................................... 32
4.2.3. Avaliação e tomada de decisão ..................................................................... 33
4.2.4. Registo da sessão de júri de certificação no SIGO ........................................... 35

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1. Enquadramento

De acordo com o previsto na Portaria nº 232/2016, de 29 de agosto, o processo de


reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais constitui-se como uma
das dimensões de intervenção dos Centros Qualifica, orientado por uma metodologia e
instrumentos específicos, construídos com vista a possibilitar a evidenciação e a demonstração
de competências formais, informais e não formais, previamente adquiridas pelos candidatos
nos diversos contextos da sua vida, à luz de um determinado referencial de competências
profissionais disponível no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ).

Neste contexto, o dispositivo de RVCC profissional tem como premissa fundamental a


valorização profissional das aprendizagens adquiridas pelos candidatos ao longo da sua vida
para a melhoria dos seus níveis de qualificação, empregabilidade e reconhecimento social.

A presente orientação metodológica constitui-se, assim, como uma ferramenta de apoio à


atividade dos Centros Qualifica, designadamente aos elementos da equipa que exercem as
funções de Técnicos de Orientação, Reconhecimento e Validação de Competências (Técnicos
de ORVC) e Formadores, enquanto intervenientes centrais na implementação dos processos
de reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais, que estabelece as
orientações necessárias à operacionalização do processo de RVCC Profissional e à aplicação
dos instrumentos metodológicos que dele fazem parte.

2. Destinatários
De acordo com o estabelecido na Portaria n.º 232/2016, de 29 de agosto, o processo de
reconhecimento, validação e certificação de competências profissionais destina-se a
candidatos com idade igual ou superior a 18 anos e que detenham experiência profissional
relevante para a obtenção de uma qualificação constante do CNQ.

2.1 Condições de acesso ao processo de RVCC profissional


No âmbito das etapas de Acolhimento, Diagnóstico, Informação e Orientação, cabe aos
elementos da equipa traçar um diagnóstico inicial do candidato, tendo em vista clarificar as
suas expectativas motivações, assim como garantir que este é efetivamente detentor do perfil

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e dos requisitos ajustados ao desenvolvimento do processo de reconhecimento, validação e
certificação de competências profissionais associado a determinado referencial constante do
CNQ.

Nestas etapas, o Passaporte Qualifica, criado no âmbito do Programa Qualifica, ao abrigo da


portaria n.º 47/2017 de 1 de fevereiro, constitui-se como ferramenta privilegiada no trabalho
dos Técnicos de ORVC, uma vez que é um instrumento tecnológico de orientação e registo
individual de qualificações e competências, que permite, não só, registar as qualificações
obtidas pelo adulto ao longo da sua vida, mas também simular percursos de qualificação
possíveis e organizar o percurso de qualificação efetuado ou a efetuar, em função das
qualificações que o indivíduo pode obter e da progressão escolar e profissional que pode
alcançar.

Sendo um instrumento de suporte à atividade dos Centros Qualifica, pretende-se que os


técnicos de ORVC promovam a obtenção do Passaporte Qualifica pelos seus candidatos e o
utilizem como uma ferramenta de apoio à informação e orientação de adultos no que respeita
a percursos de qualificação.

Neste sentido, as equipas dos centros devem estar preparadas para informar e apoiar os
adultos na obtenção do seu Passaporte Qualifica (caso não tenham tido conhecimento do
mesmo), na exploração deste instrumento de orientação online e na (re)análise dos percursos
propostos.

Todo o processo de orientação é concretizado num Portefólio de Desenvolvimento


Vocacional, que tem como finalidade apoiar a tomada de decisão sobre as escolhas a efetuar
em determinados momentos da vida e incentivar a construção e reformulação de projetos de
vida, devendo integrar informação de carácter pessoal, profissional e de formação, entre
outros, que fundamentam a tomada de decisão no que respeita ao encaminhamento a
formalizar.

A par de todo o trabalho de diagnóstico e de orientação e informação realizado com o


candidato, a equipa deve ter em atenção dois requisitos fundamentais que se constituem
como condições essenciais para que um candidato possa ser encaminhado para a realização de
processo de RVCC profissional:

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1) Os candidatos com idades compreendidas entre os 18 e 23 anos (inclusive) apenas
podem ser encaminhados para a realização de um processo de RVCC profissional, caso
comprovem que possuem experiência profissional de pelo menos 3 anos, através de
documentação emitida pelos serviços competentes da segurança social, ou, sempre
que aplicável, de organismo estrangeiro congénere, tal como previsto no artigo 15º da
Portaria nº232/2016, de 29 de agosto.

2) Todos os candidatos deverão demonstrar ser detentores de experiência profissional


relevante para a saída profissional em causa. Esta informação deverá constar do
Portefólio de Desenvolvimento Vocacional.

2.2 Condições para o desenvolvimento em simultâneo de processos de RVCC escolar


e profissional (dupla certificação)
Tendo em conta as orientações descritas no ponto anterior, e considerando que os candidatos
que se inscrevem num Centro Qualifica, após o desenvolvimento da etapa de Acolhimento,
Diagnóstico, Informação e Orientação e Encaminhamento, podem ser encaminhados para o
desenvolvimento em simultâneo de processo de RVCC escolar e processo de RVCC profissional
(dupla certificação) importa esclarecer o que deve ser entendido como “dupla certificação” no
contexto dos processos de RVCC.

No âmbito do CNQ, os referenciais de RVCC escolar e profissional correspondem a


qualificações de nível 2 e de nível 4, isto é, a certificação escolar de nível básico associada à
qualificação de nível 2 e a certificação escolar de nível secundário associada à qualificação de
nível 4, conforme o disposto no Quadro Nacional de Qualificações.

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Assim, a equipa do Centro Qualifica apenas deve proceder ao encaminhamento de candidatos
para a realização de processos de RVCC entendidos como “dupla certificação”, nas seguintes
situações1:

I. Encaminhamento para dupla certificação de nível 2 - Candidato que, não sendo


detentor do 9º ano de escolaridade, apresenta o perfil ajustado para desenvolver o
processo de RVCC de nível básico (B3) e o processo de RVCC profissional associado
a uma qualificação de nível 2.

II. Encaminhamento para dupla certificação de nível 4 - Candidato que, não sendo
detentor do 9º ano de escolaridade ou do nível secundário, apresenta o perfil
ajustado para desenvolver o processo de RVCC de nível secundário e o processo de
RVCC profissional associado a uma qualificação de nível 4.

3. Os Referenciais de RVCC profissional

3.1 Estrutura e organização


Os referenciais de RVCC profissional concebidos a partir dos referenciais de formação da
componente tecnológica das qualificações de nível 2 ou de nível 4 do Catálogo Nacional de
Qualificações, podem apresentar diferentes tipos de estrutura (configuração e desenho).

Referencial com tronco fixo de UC


Este modelo de referencial encontra-se estruturado por um conjunto de Unidades de
Competência (UC) pré-definidas (tronco fixo), certificáveis e capitalizáveis de forma autónoma,
sendo que todas as UC que constituem o elenco do referencial em apreço assumem um
carácter nuclear e obrigatório para a obtenção da certificação total.

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O encaminhamento de um candidato para o desenvolvimento de um processo de RVCC escolar não
está condicionado pelo nível de escolaridade detido, isto é, não tem que ser detentor da habilitação
escolar antecedente.

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Figura 1. Referencial constituído por UC fixas/pré-definidas
(Exemplo: Operador/a de Logística - nível 2 do QNQ)

Referencial com tronco fixo de UC pré-definidas/obrigatórias e uma ou mais bolsas de UC


Este modelo de referencial encontra-se estruturado por um conjunto de Unidades de
Competência fixas/pré-definidas, certificáveis e capitalizáveis de forma autónoma, de carácter
obrigatório, e por um conjunto de UC a selecionar de uma ou mais bolsas de UC, na(s) qual(ais)
se define o número de UC a selecionar para a obtenção da qualificação.

Figura 2. Referencial constituído por tronco fixo de UC e UC de bolsa


(Exemplo: Assistente Administrativo/a - nível 2 do QNQ)

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Considerando o exemplo acima apresentado, para a obtenção da certificação profissional de
Assistente Administrativo/a, para além das UC do tronco fixo, terá de ser igualmente
selecionada 1 UC de bolsa.

Referencial que, no seu elenco, integra UC cuja validação depende da apresentação de


certificado(s) de qualificações ou do título que comprove a detenção das competências
Este modelo de referencial encontra-se estruturado por um conjunto de Unidades de
Competência pré-definidas (fixas), certificáveis e capitalizáveis de forma autónoma e que
assumem um carácter obrigatório, e por UC que, no âmbito do processo, apenas podem ser
certificadas pela via de certificação comprovada.

Por norma, as Unidades de Competência que não são passíveis de avaliação no processo de
RVCC profissional estão associadas ao desempenho de determinadas atividades profissionais
regulamentadas que exigem o desenvolvimento obrigatório de formação para o seu exercício.

As Unidades de Competência que não são passíveis de avaliação no âmbito do processo


encontram-se automaticamente sinalizadas nos respetivos instrumentos de avaliação e não
integram tarefas, conhecimentos e saberes sociais e relacionais. Estas Unidades de
Competência podem, apenas, ser certificadas mediante apresentação de comprovativos (de
títulos/certificados que decorrem da regulamentação da atividade profissional) exatamente
conforme o identificado na própria UC ou através da apresentação de certificado(s) de
qualificações respeitante(s) à conclusão da(s) UFCD que corresponde(m) à UC em causa.

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Figura 3. Referencial que, no seu elenco, integra UC cuja validação depende da apresentação de
certificado de qualificações ou do título que comprove a detenção das competências
(Exemplo: Técnico/a de Jardinagem - nível 4 do QNQ)

Considerando o exemplo acima apresentado, referente à saída profissional de Técnico/a de


Jardinagem, a certificação da UC6 está dependente da apresentação do certificado de
qualificações da UFCD 6281 ou do Cartão de Aplicador de Produtos Fitofarmacêuticos.

Assim, os candidatos que, até ao final da etapa de reconhecimento e validação (sessão de


validação), não apresentem os documentos comprovativos acima descritos (que se encontram
sinalizados no referencial), devem ser encaminhados para a realização da formação
correspondente, através da frequência de curso EFA ou Formação Modular.

3.2 Atualização dos Referenciais no Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)


Sempre que, no âmbito de uma qualificação constante do CNQ, o referencial de formação da
componente tecnológica seja alterado, o respetivo referencial de RVCC profissional é
igualmente atualizado para que seja assegurada a necessária correspondência entre os
mesmos.

Neste contexto, alerta-se para a necessidade de os elementos da equipa procederem à


consulta periódica do CNQ, no separador “Atualizações”, selecionando a qualificação
pretendida e consultando o menu “Histórico do referencial de formação”, com vista à

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obtenção de informação detalhada sobre UFCD novas, UFCD alteradas ou UFCD excluídas. A
consulta periódica minimiza o impacto e eventuais constrangimentos que possam ocorrer
aquando de uma certificação parcial nos processos de RVCC profissional.

Figura 4. Consulta do separador “Atualizações” - Referencial de Formação de Operador de Jardinagem


disponível no Catálogo Nacional de Qualificações

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Figura 5. Consulta do menu “Histórico do Referencial de Formação” - Referencial de Formação de
Operador de Jardinagem disponível no Catálogo Nacional de Qualificações

Importa ainda referir que, de acordo com o Decreto-Lei n.º 14/2017 de 26 de janeiro, a
inclusão, exclusão ou alteração de qualificações no CNQ entra imediatamente em vigor após a
publicação no Boletim de Trabalho e Emprego, sem prejuízo das ações de formação que se
encontrem em curso.

3.3 Construção do Referencial de RVCC Profissional


O processo de Reconhecimento, Validação e Certificação de Competências profissionais é
realizado com base nos referenciais de RVCC profissional. Estes referenciais são construídos
para cada qualificação do Catálogo Nacional de Qualificações e obedecem à mesma estrutura-
base, que se caracteriza da seguinte forma:
 Um conjunto de Unidades de Competência (UC), mobilizadas a partir das unidades de
formação de curta duração (UFCD) com cariz prático ou eminentemente prático
(operacional) da componente de formação tecnológica do respetivo referencial de
formação;

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 Cada UC é constituída por uma ou mais tarefas (ações profissionais concretas e
diretamente observáveis que permitam demonstrar que o indivíduo age com
competência);
 As tarefas traduzem ações concretas e observáveis, através das quais o candidato
demonstra o domínio das competências requeridas para a validação e certificação da
Unidade de Competência.
 A cada tarefa corresponde um conjunto de conhecimentos e saberes sociais e
relacionais definidos a partir dos conteúdos das UFCD do respetivo referencial de
formação (componente tecnológica).

A cada tarefa é atribuído um valor de ponderação de 1 a 5 (fixado no momento de conceção


do referencial de RVCC profissional), consoante o seu grau de importância na UC, conforme a
seguinte escala:

Escala de Ponderação
5 - Tarefa nuclear, considerada fundamental e imprescindível no âmbito da UC
4 - Tarefa muito importante no âmbito da UC
3 - Tarefa importante no âmbito da UC
2 - Tarefa de importância relativa no âmbito da UC
1 - Tarefa pouco importante no âmbito da UC

Importa ainda referir que uma Unidade de Competência (UC) que contenha uma ou mais
tarefas nucleares é considerada, ela própria, uma Unidade de Competência nuclear, isto é
fundamental e imprescindível no âmbito do respetivo referencial de RVCC profissional.

4. O Processo de RVCC Profissional

4.1. Reconhecimento e validação de competências


A etapa de reconhecimento e validação consiste na identificação das competências que o
candidato adquiriu ao longo da vida, em contextos formais, não-formais e informais, visando o
seu reconhecimento e validação.

Nas primeiras sessões de reconhecimento, os elementos da equipa devem proceder à


apresentação detalhada do referencial de RVCC profissional ao candidato, de forma a

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esclarecer, designadamente, a tipologia e constituição do referencial em causa, isto é, se se
trata de um referencial com tronco fixo de UC, ou de um referencial com tronco fixo de UC e
uma ou mais bolsas de UC ou, ainda, se diz respeito a um referencial que contemple UC cuja
validação e certificação dependa da apresentação de certificado de qualificações ou de um
título que comprove a detenção das competências. Estas primeiras sessões deverão ainda
servir para o preenchimento da Ficha de Diagnóstico por parte do candidato (modelo
disponível na plataforma SIGO), que se constituiu como um instrumento essencial na
identificação de potenciais lacunas que necessitem de ser colmatadas através de Formação
Complementar.

Também nestas primeiras sessões poderá ainda ser trabalhada com o candidato a Ficha de
percurso profissional e de formação, que se encontra disponível (para impressão) na
plataforma SIGO, que tem como principal objetivo permitir a sistematização de informação
relevante do ponto de vista do percurso profissional (funções desempenhadas) e de formação
(ações de formação frequentadas) do candidato. Este documento poderá ainda servir como
ponto de partida à estruturação e organização do Portefólio.

Embora a Plataforma SIGO disponibilize um modelo de ficha de percurso profissional e de


formação, cada Centro poderá adaptá-lo às diferentes saídas profissionais, em função das suas
particularidades e especificidades, ou conceber o seu próprio modelo, devendo o mesmo ser
arquivado no dossiê técnico-pedagógico.

Ainda na fase inicial da etapa de reconhecimento e validação, o Técnico de ORVC (em


articulação com o(s) formador(es)) deve orientar o candidato na construção do seu portefólio.
O portefólio do candidato deverá ser desenvolvido com base no Portefólio de
Desenvolvimento Vocacional, integrando outros elementos comprovativos das competências
previamente adquiridas em contextos formativos e profissionais, devendo estes ser
compilados tendo por base o referencial de RVCC Profissional em avaliação. O portefólio
poderá integrar uma componente mais reflexiva de acordo com as características e o perfil do
candidato e o respetivo referencial de competências. O candidato deve organizar o seu
portefólio de forma estruturada e objetiva, sendo que, para esse efeito, o Técnico de ORVC
deve enquadrar a tipologia dos documentos que melhor podem comprovar o domínio das
tarefas /competências em avaliação.

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O portefólio, para além de se constituir como um elemento de avaliação, é também o produto
de todo o processo de RVCC profissional do candidato, o qual está em permanente
atualização, uma vez que para além de integrar os comprovativos das competências
previamente adquiridas em contextos formativos ou profissionais, inclui também os relatórios
que sustentam a validação das competências do candidato à luz do respetivo referencial de
RVCC Profissional.

Os documentos de base para o desenvolvimento desta etapa de intervenção são os


instrumentos de avaliação elaborados a partir de cada referencial de RVCC Profissional,
associados às qualificações de nível 2 ou de nível 4 do Quadro Nacional de Qualificações: Ficha
de Análise do Portefólio, Entrevista Técnica, Grelha de Observação de Desempenho em Posto
de Trabalho, Grelha de Avaliação de Exercício Prático.

4.1.1 Mecanismos e Instrumentos de Avaliação


No âmbito de um referencial de RVCC profissional associado a determinada qualificação de
nível 2 ou de nível 4 do CNQ, a unidade mínima certificável é a Unidade de Competência (UC).

Sendo a Unidade de Competência (UC) constituída por uma ou mais tarefas e por
conhecimentos e saberes sociais e relacionais, aquando da avaliação individual de cada tarefa,
o formador deverá avaliar, igualmente, de forma integradora, o domínio dos conhecimentos e
saberes sociais e relacionais que se encontram associados a cada tarefa. Deste modo, o
formador deverá avaliar o candidato sob o ponto de vista do desempenho técnico de cada
tarefa, bem como da mobilização dos respetivos conhecimentos teóricos e dos saberes sociais
e relacionais. Deve, assim, confirmar se o candidato desempenha a tarefa de forma consciente,
intencional e sustentada ou se se trata da realização de meros gestos mecanizados e/ou
rotineiros que traduz um saber tácito, não se configurando assim como uma competência.

A avaliação de cada tarefa é efetuada através da aplicação dos instrumentos de avaliação


referidos anteriormente (Ficha de análise do Portefólio, Entrevista Técnica, Grelha de
Observação de Desempenho em Posto de Trabalho, Grelha de Avaliação de Exercício Prático)
e expressa numa pontuação de 1 a 5, consoante o grau de desempenho que o candidato
demonstre a realizá-la:

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Escala de pontuação

5 – Executa muito bem a tarefa


4 – Executa bem a tarefa
3 – Executa satisfatoriamente a tarefa
2 – Executa de forma insatisfatória a tarefa
1 – Não executa a tarefa

Ficha de análise de portefólio


A ficha de análise de portefólio é um instrumento que é aplicado pelo formador com base na
análise dos documentos reunidos e devidamente contextualizados pelo candidato no seu
portefólio. No entanto, este instrumento de avaliação apenas deve ser aplicado pelo formador,
quando a informação e os respetivos comprovativos constantes no mesmo conduzam, de
forma conclusiva, à validação da(s) tarefa(s).

Assim, quando o formador, após a análise do Portefólio, decide validar uma ou mais tarefas do
referencial visado, com base nas evidências que constam do mesmo, deverá estar ciente que a
validação destas tarefas por aplicação deste instrumento corresponderá sempre à pontuação
máxima (5 pontos), isto é, à avaliação qualitativa de “Executa muito bem a tarefa”, de acordo
com a escala de pontuação anteriormente identificada.

Caso o Portefólio não integre evidências inequívocas de que um candidato detém


determinadas competências à luz das UC/tarefas do respetivo referencial, o formador deverá
mobilizar outro(s) instrumento(s) de avaliação. Neste tipo de situações, o formador deve
identificar potenciais indícios de competências para serem explorados na entrevista técnica,
com base na análise previamente efetuada ao Portefólio.

Entrevista Técnica
Este instrumento de avaliação tem como principal objetivo analisar o domínio das
competências através de um conjunto de questões que permite avaliar o desempenho das
tarefas e respetivos conhecimentos e saberes sociais e relacionais associados ao referencial de
competências profissionais.

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A realização da entrevista técnica ao candidato tem por base um guião de questões técnicas e
de índole exploratória que deverá ser estruturada com base nos elementos documentais e na
informação já recolhida e sistemática no portefólio.

Embora a plataforma SIGO disponibilize um modelo de guião de entrevista para cada


referencial de RVCC profissional, este tem um caráter flexível, devendo ser adaptado pelo
formador às características e especificidades de cada candidato. Este instrumento poderá,
ainda, permitir clarificar dúvidas que possam surgir aquando da aplicação de outro
instrumento de avaliação.

O formador, no âmbito da entrevista técnica, atribui a cada tarefa em avaliação uma


pontuação na escala de 1 a 5 (conforme escala de pontuação anteriormente referida).

Grelha de Observação de Desempenho em Posto de Trabalho


Este instrumento de avaliação a que o formador pode recorrer para avaliar as UC/ tarefas
consiste na grelha de observação do desempenho em posto de trabalho, na qual é efetuado o
registo da avaliação do candidato aquando da demonstração prática de tarefas, no seu
contexto de trabalho.

Este instrumento de avaliação tem associada uma matriz de análise que integra as tarefas (e
respetivas ponderações), bem como 12 critérios de avaliação pré-definidos, que permitem
avaliar o desempenho do candidato, em posto de trabalho, em cada uma das tarefas das
Unidades de Competência que constituem o Referencial. Neste contexto, após identificação
prévia das tarefas que necessitam de serem observadas em posto de trabalho, o formador
avalia cada uma das tarefas tendo por base os critérios de avaliação identificados na grelha de
avaliação.

Em função de cada saída profissional, o número de critérios de avaliação pode variar de acordo
com o que foi estabelecido aquando da conceção do referencial. Assim, o formador apenas
deverá avaliar as tarefas em função dos critérios que se encontram identificados na respetiva
grelha. Os critérios que não são objeto de avaliação estão sinalizados com “NA”, isto é, “Não
Aplicável”.

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No que diz respeito ao registo desta avaliação, o formador assinala com um (S) “Sim” quando o
critério é cumprido ou com um (N) “Não” quando o critério não é cumprido, sendo que a
validação de cada tarefa depende do número de critérios que, no decorrer da avaliação, forem
cumpridos. A tarefa fica validada quando, pelo menos, metade dos respetivos critérios tiver
sido assinalada com um “S” (Sim).

Para que este instrumento possa ser mobilizado pelo formador, é necessário que estejam
previamente reunidas as seguintes condições:
 A entidade empregadora autoriza a deslocação e presença do formador ao posto de
trabalho;
 Estão disponíveis espaços e equipamentos ajustados à saída profissional em avaliação;
 Estão asseguradas as condições de caráter ético e deontológico (confidencialidade,
anonimato, entre outras).

Após o registo da avaliação das tarefas [com um (S) “Sim” quando o critério é cumprido ou
com um (N) “Não” quando o critério não é cumprido], a plataforma SIGO apresenta, de forma
automática, o resultado de classificação final de cada tarefa. Este resultado corresponderá
sempre à escala de pontuação anteriormente referida (de 1 a 5).

Grelha de Avaliação de Exercício Prático


O formador aplica este instrumento de avaliação para avaliar as UC/ tarefas através da
observação do desempenho de tarefas em contexto de prática simulada.

Este instrumento de avaliação tem associada uma matriz de análise que integra as tarefas (e
respetivas ponderações), bem como 11 critérios de avaliação pré-definidos, que permitem
avaliar o desempenho do candidato, em prática simulada, em cada uma das tarefas das
Unidades de Competência que constituem o Referencial. Neste contexto, o formador, avalia
cada uma das tarefas tendo por base os critérios de avaliação identificados na grelha de
avaliação.

Para cada Unidade de Competência que integra o referencial de RVCC Profissional, existe uma
ficha de caracterização de exercício prático que se traduz num exemplo de exercício a

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desenvolver em contexto de prática simulada e que identifica os objetivos pretendidos, os
procedimentos associados ao desempenho de cada tarefa, bem como as condições (recursos
necessários, duração de referência) para a execução dos exercícios a desenvolver pelo
candidato. Os exercícios práticos disponíveis na plataforma SIGO devem ser considerados
como exemplos, podendo a equipa adaptá-los, de acordo com o contexto profissional de cada
candidato e a respetiva saída.

Em função de cada saída profissional, o número de critérios de avaliação pode variar de acordo
com o que foi estabelecido aquando da conceção. Assim, o formador apenas deverá avaliar as
tarefas em função dos critérios de avaliação que se encontram identificados na respetiva
grelha. Os critérios que não são objeto de avaliação estão sinalizados com “NA”, isto é, “Não
Aplicável”.

No que diz respeito ao registo desta avaliação, o formador assinala com um (S) “Sim” quando o
critério é cumprido ou com um (N) “Não” quando o critério não é cumprido, sendo que a
validação de cada tarefa depende do número de critérios que, no decorrer da avaliação, forem
cumpridos. A tarefa fica validada quando, pelo menos, metade dos respetivos critérios tiver
sido assinalada com um “S” (Sim).

Após o registo da avaliação das tarefas [com um (S) “Sim” quando o critério é cumprido ou
com um (N) “Não” quando o critério não é cumprido], a plataforma SIGO apresenta de forma
automática, o resultado de classificação final de cada tarefa. Este resultado corresponderá
sempre à escala de pontuação anteriormente referida (de 1 a 5).

Outras considerações
Embora se preveja uma certa sequencialidade na aplicação dos instrumentos de avaliação, i.e.,
aplicação, em primeira instância, da Ficha de análise de portefólio (caso aplicável), seguindo-
se a Entrevista técnica, a Grelha de observação de desempenho em posto de trabalho e/ou a
Grelha de avaliação de exercício prático, face às especificidades e características do candidato
e da saída profissional em avaliação, o formador pode decidir aplicar os instrumentos de
avaliação de forma diferenciada ou optar pela sua conjugação, de modo a garantir uma
avaliação mais objetiva e rigorosa das competências do candidato.

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Quando o formador procede à avaliação de uma ou mais tarefas através da aplicação de um
determinado instrumento de avaliação, não é expectável que essas tarefas sejam novamente
avaliadas com o recurso a um outro instrumento. No entanto, caso surjam dúvidas que
necessitem de ser clarificadas acerca de uma ou mais tarefas que já foram objeto de avaliação,
poderá o formador aplicar um outro instrumento de avaliação, sendo que o último
instrumento aplicado é o vinculativo. Este procedimento já se encontra previsto na Plataforma
SIGO, isto é, o último registo da avaliação efetuado sobre determinada tarefa é vinculativo,
sendo que a Plataforma elimina o registo de avaliação anterior.

Os resultados da aplicação dos instrumentos de avaliação, bem como outras informações


relevantes decorrentes do desenvolvimento das sessões com os candidatos, deverão ser
atempadamente registados na Plataforma SIGO. No Manual de Utilizador – SIGO Centros
Qualifica encontram-se devidamente explicitados todos os procedimentos necessários ao
registo destas sessões.

4.1.2 Formação Complementar


De acordo com a Portaria nº 232/2016, de 29 de agosto, nos processos de RVCC profissional, a
formação complementar tem como principal objetivo possibilitar o aperfeiçoamento, a
melhoria e/ou a aquisição de conhecimentos e competências, de forma a colmatar lacunas
detetadas, quer aquando do desenvolvimento das etapas de diagnóstico e orientação, quer
durante o desenvolvimento do processo de reconhecimento e validação de competências. Por
outro lado, a frequência obrigatória de formação complementar durante o desenvolvimento
do processo de RVCC visa (re)aproximar os candidatos dos contextos de aprendizagem formal,
numa perspetiva de valorização da aprendizagem ao longo da vida.

A referida portaria estabelece que todos os candidatos devem frequentar formação


complementar no desenvolvimento do processo de RVCC, assegurada pelos formadores ou
professores da equipa do Centro Qualifica ou por entidades formadoras, do Sistema Nacional
de Qualificações (SNQ), quando se trate do desenvolvimento de Unidades de Formação de
Curta Duração (UFCD) constantes do CNQ.

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O.M. n.º 2/2017
Neste contexto, e no âmbito da atividade dos Centros Qualifica, todos os candidatos que sejam
encaminhados para o desenvolvimento de um processo de RVCC profissional deverão
frequentar um mínimo de 50 horas de formação complementar. A frequência dessa formação
poderá ocorrer numa fase inicial do processo de reconhecimento e validação de competências
e/ou durante o seu desenvolvimento, devendo o investimento a realizar (número de horas a
promover) potenciar a obtenção de uma certificação total.

A formação complementar é operacionalizada no âmbito do processo de RVCC profissional nos


seguintes moldes:
 Formação Complementar Interna – é organizada e promovida pela equipa do Centro
Qualifica, nomeadamente pelos elementos que desempenham a função de Formador,
tendo em conta as lacunas identificadas, podendo incidir em tarefas e ou em
conhecimentos e saberes sociais e relacionais relativas a uma ou mais unidades de
competência (necessidades pontuais e/ou individuais de formação), no âmbito do
referencial de RVCC profissional. Esta formação deverá ser devidamente registada pela
equipa do Centro Qualifica na plataforma SIGO de acordo com os procedimentos
constantes do Manual de Utilizador – SIGO Centros Qualifica.

 Formação Complementar Externa - caso se verifique que as lacunas detetadas incidem


na maior parte das tarefas e respetivos conhecimentos e saberes sociais e relacionais
que integram uma UC, os candidatos poderão frequentar formação modular,
concomitantemente com o desenvolvimento do processo de reconhecimento de
competências, em uma ou mais UFCD que correspondam ou não diretamente às UC do
referencial em avaliação, i.e., UFCD que concorrem para o referencial de RVCC
profissional em causa ou em UFCD integradas em referenciais de outras saídas
profissionais. Esta formação é promovida pelas entidades formadoras do Sistema
Nacional de Qualificações, existindo, necessariamente, um registo a ser efetuado na
plataforma SIGO, pela entidade formadora, que permite aferir a conclusão da(s) UFCD
em causa. Nestes casos, o Centro Qualifica deve igualmente proceder ao registo desta
ação na plataforma SIGO com vista à identificação da(s) UFCD a realizar e respetiva
duração.

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O.M. n.º 2/2017
Neste contexto, compete à equipa dos Centros Qualifica definir o número de horas de
formação complementar que cada candidato deverá frequentar, desde que garantido o
mínimo de 50 horas obrigatórias, assim como, consoante as lacunas detetadas, a necessidade
de frequentar Formação Complementar Interna e/ou Formação Complementar Externa. No
âmbito dos processos de RVCC não deverá haver lugar à realização de formação complementar
após a realização da Sessão de Validação de Competências, pelo que a equipa deverá assegurar
que os candidatos frequentam esta formação na fase inicial ou durante o processo de
reconhecimento e validação de competências.

No entanto, e uma vez que a frequência de Formação Complementar Externa em UFCD


correspondentes às UC em avaliação irá dar lugar à certificação imediata dessas mesmas UC no
âmbito do processo de RVCC, é definida uma percentagem máxima/número de UFCD a
frequentar, tendo por base o número de UC obrigatórias que integram o referencial de RVCC
profissional em causa. Quando a equipa considerar que o candidato necessita de frequentar
Formação Complementar Externa, o candidato apenas poderá frequentar até 25% das UFCD
correspondentes às UC obrigatórias do referencial, conforme se apresenta abaixo:

Nº de UC obrigatórias do Referencial de RVCC profissional X 0,25 = Nº máximo de


UFCD a realizar em Formação Complementar Externa

Tomando como exemplo um referencial que integre 13 UC obrigatórias no seu elenco, o


candidato poderá frequentar em Formação Complementar Externa, no máximo, 3 UFCD
correspondentes às UC do referencial de RVCC profissional em causa.

Nos casos em que o candidato frequente formação complementar interna (podendo incidir
em tarefas e ou em conhecimentos e saberes sociais e relacionais relativas a uma ou mais
unidades de competência) e/ou frequente formação complementar externa (incidindo em
uma ou mais UFCD que não correspondam diretamente às UC em avaliação), o formador deve
aplicar o instrumento de avaliação que considere mais ajustado com vista a confirmar a
detenção das competências que se encontravam em falta. Paralelamente, o Portefólio do
candidato deverá integrar os elementos comprovativos da formação frequentada com vista a
contextualizar as competências que foram trabalhadas pelo formador.

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O.M. n.º 2/2017
Nos casos em que o candidato frequente formação complementar externa em uma ou mais
UFCD que correspondam diretamente às UC em avaliação, e tal como referido anteriormente,
essas UC serão automaticamente certificadas no âmbito do processo de RVCC, devendo o
respetivo Portefólio integrar cópia do(s) Certificado(s) de Qualificações emitidos pela entidade
formadora.

Todos os procedimentos necessários ao registo das sessões de Formação Complementar


Interna e Formação Complementar Externa na plataforma SIGO encontram-se devidamente
explicitados no Manual de Utilizador – SIGO Centros Qualifica.

4.1.3 Critérios de validação das Unidades de Competência


A etapa de reconhecimento e validação de competências fica concluída quando todas as
tarefas que constituem cada Unidade de Competência tiverem sido avaliadas pelo formador da
respetiva saída profissional.

A validação de cada Unidade de Competência Nuclear depende da verificação cumulativa de


duas condições:

 A pontuação atribuída ao candidato em cada uma das tarefas nucleares, é igual


ou superior a 3 (escala 1 a 5).
 A média ponderada das pontuações atribuídas ao somatório das tarefas
(nucleares e não nucleares) é igual ou superior a 3 (escala 1 a 5).

A validação de cada Unidade de Competência Não Nuclear depende da verificação da seguinte


condição:

 A média ponderada das pontuações atribuídas ao somatório das tarefas é igual


ou superior a 3 (escala 1 a 5).

As UC não validadas, isto é, aquelas que não cumprirem com os critérios de validação acima
referidos, não poderão ser objeto de certificação. A prova de certificação apenas incidirá sobre
as UC validadas.

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O.M. n.º 2/2017
Relativamente às Unidades de Competência avaliadas por via da Certificação Comprovada ou
por via do Registo de Competências, as mesmas ficam automaticamente certificadas, devendo
os respetivos comprovativos integrar o Portefólio do candidato.

Certificação Comprovada
Unidades de Competência que não são passíveis de avaliação no processo de RVCC profissional
e que decorrem de legislação associada a atividades regulamentadas no âmbito da saída
profissional.
Registo de Competências
UFCD realizada(s) em data anterior a 18/01/2010 (via formação modular) que correspondem
às UC do Referencial de competências profissionais.

4.1.4 Sessão de Validação


No final da etapa de reconhecimento e validação (após a avaliação de todas as UC do respetivo
referencial de competências profissionais), deve ser realizada uma reunião de validação,
convocada e presidida pelo coordenador do Centro Qualifica, para dar a conhecer e formalizar
junto do candidato o resultado de todo o processo de avaliação.

A equipa do Centro deverá apresentar ao candidato o relatório de avaliação de todo o


processo, de forma a esclarecer quais as UC que foram validadas e não validadas (quando
aplicável), as pontuações (avaliação) obtidas nas mesmas, bem como os instrumentos que
serviram de suporte a essa mesma avaliação.

Nesta sessão, o candidato deve ainda preencher a grelha de autoavaliação (modelo disponível
na plataforma SIGO) que tem como objetivo a reflexão final do candidato acerca da sua
perceção do domínio das competências que foram alvo de avaliação por parte dos formadores.

Da reunião de validação resulta uma ata de validação (de acordo com modelo disponibilizado
no SIGO). Todos os procedimentos necessários ao registo desta sessão na plataforma SIGO
encontram-se devidamente explicitados no Manual de Utilizador – SIGO Centros Qualifica.

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O.M. n.º 2/2017
4.2. Certificação de Competências
Para ver certificadas as competências anteriormente reconhecidas e validadas pela equipa do
Centro, o candidato, no âmbito da etapa de certificação de competências, deverá ser presente
a um júri de certificação, o qual irá tomar a sua decisão, não só com base na análise do
Portefólio e dos instrumentos de avaliação aplicados durante a etapa de reconhecimento e
validação de competências, mas também no desempenho do candidato numa prova de
certificação.

Neste contexto, a sessão de júri de certificação constitui-se como um mecanismo de avaliação


e de garantia de qualidade que requer uma preparação cuidada e uma decisão consciente e
consistente da certificação a atribuir ao candidato.

A prova de certificação incide na avaliação das UC validadas na etapa de reconhecimento e


validação de competências, privilegiando-se a demonstração de um conjunto alargado de
competências mobilizáveis no contexto do exercício de uma atividade profissional,
nomeadamente através de uma demonstração eminentemente prática. A realização de uma
prova prática permitirá avaliar o candidato do ponto de vista técnico relativamente ao
desempenho das tarefas/atividades, à luz do referencial de RVCC Profissional em avaliação.

Face à diversidade de saídas profissionais que dispõem de referenciais de RVCC Profissional no


Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ), as provas devem ser ajustadas às características de
cada saída profissional em causa.

Ainda que se privilegie uma prova de caráter fundamentalmente prático, poderá haver uma
conjugação de várias tipologias (por exemplo, prova prática com componente oral e/ou
escrita), em função das características do referencial em causa e quando o âmbito das
competências a avaliar assim o exija.

Neste contexto, a etapa de certificação de competências compreende três momentos distintos


que têm por finalidade a atribuição da certificação resultante do trabalho desenvolvido
durante a etapa anterior.

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2.º momento
• Preparação • Avaliação e
para a prova • Sessão de Júri tomada de
(até 25h) de Certificação decisão
(prova)

1.º momento 3.º momento

4.2.1 Preparação para a prova


No sentido de apoiar o candidato na preparação do momento de realização da sessão de júri
de certificação, a equipa dispõe de um máximo de 25 horas de trabalho destinadas à
estruturação e à organização da prova a realizar pelo candidato no âmbito desta etapa.

Deste modo, a(s) sessão(ões) de preparação para a prova deverá(ão) ter início logo após a
sessão de validação de competências, não devendo ser considerada(s) nem mobilizada(s) para
efeitos de formação complementar.

Nesta(s) sessão(ões), compete à equipa contextualizar o candidato acerca das características e


das condições de realização da prova de certificação, designadamente:
 Identificar, do elenco das UC validadas na etapa anterior, aquelas que serão objeto de
avaliação no âmbito da prova;
 Explicitar a tipologia de prova que irá ser realizada, designadamente se a mesma terá
um cariz exclusivamente prático, isto é, se o candidato terá que executar um conjunto
de atividades/tarefas em contexto simulado, ou se a mesma terá um cariz prático
conjugado com outras componentes nomeadamente oral e/ou escrita;
 Informar acerca do local onde a prova terá lugar, da duração da mesma e ainda dos
recursos que serão disponibilizados para a execução das atividades em avaliação;
 Informar o candidato que a prova de certificação será realizada perante um júri de
certificação, identificando os elementos que o constituem, bem como o papel que irão
desempenhar no decorrer da prova;
 Explicitar que, no início da sessão de júri de certificação, será entregue uma matriz que
identifica a estrutura e organização da prova (atividades a desenvolver; critérios de

25
O.M. n.º 2/2017
avaliação, procedimentos associados a cada atividade, recursos associados, entre
outros).
 Informar que, após a avaliação e tomada de decisão do júri de certificação, será
comunicado ao candidato, pelo presidente do júri, o resultado da prova e do tipo de
certificação obtida (certificação total ou parcial), assim como as especificidades que
estão inerentes ao resultado final da certificação, isto é, caso obtenha uma certificação
total ou uma certificação parcial (conforme explicitado no capítulo 4.2.3 Avaliação e
Tomada de Decisão desta OM).
 Informar, ainda, que não há lugar à repetição da prova, existindo apenas a
possibilidade do seu adiamento, em situações excecionais, por motivos atendíveis pelo
Centro Qualifica e devidamente fundamentados.

No âmbito desta(s) sessão (ões), a equipa poderá ainda, a título ilustrativo, trabalhar com o
candidato eventuais questões para reflexão, apresentar exemplos de atividades de
demonstração prática, ou de situações-problema, no sentido de familiarizar o candidato com o
contexto da realização da prova.

4.2.2 Sessão de Júri de Certificação (Prova)

4.2.2.1 Objeto de avaliação


Tal com referido anteriormente, a prova de certificação consiste numa demonstração
iminentemente prática das competências validadas pelo candidato na etapa de
reconhecimento e validação, realizada perante um júri de certificação.

Neste contexto, a prova deverá estar orientada para a demonstração de um conjunto


alargado de competências consideradas imprescindíveis no exercício da profissão/atividade
correspondente à saída profissional em causa.

Tendo em consideração que o número de UC que constitui cada referencial de competências


profissionais é variável, importa estabelecer um número mínimo de UC objeto de avaliação no
âmbito da prova.

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O.M. n.º 2/2017
Assim, e tendo por base o número de UC validadas por cada candidato na etapa de
reconhecimento e validação, na elaboração da prova, a equipa deve selecionar as UC que
serão objeto de avaliação tendo em conta os seguintes critérios:

1. Quando um candidato validou um número ≥ a 14 UC, para a elaboração da prova a


equipa deverá selecionar pelo menos 25% dessas UC:

Exemplo:
Para um candidato que tenha validado 25 UC do referencial de RVCC Profissional, a
prova tem que contemplar pelo menos 6 UC.

Para um candidato que tenha obtido a validação em 18 UC do referencial de RVCC


Profissional, a prova tem que contemplar pelo menos 5 UC.

2. Quando um candidato validou um número entre ≥ 5 e <14 UC, na elaboração da prova,


a equipa deverá selecionar pelo menos 4 UC.

Exemplo:
Para um candidato que tenha validado 13 UC do referencial de RVCC Profissional, a
prova tem que contemplar pelo menos 4 UC.

Para um candidato que tenha obtido a validação em 5 UC do referencial de RVCC


Profissional, a prova tem que contemplar pelo menos 4 UC.

3. Quando um candidato validou um número ≤ a 4 UC, para a elaboração da prova a


equipa deverá integrar todas as UC validadas.

Exemplo:
Para um candidato que tenha obtido a validação em 4 UC do respetivo referencial de
RVCC Profissional, a prova tem que contemplar obrigatoriamente as 4 UC.

Para um candidato que tenha obtido a validação em 2 UC do respetivo referencial de


RVCC Profissional, a prova tem que contemplar obrigatoriamente as 2 UC.

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Assim, e com base nas Unidades de Competência validadas na etapa anterior bem como no
número mínimo de UC que deverão ser trabalhadas no âmbito da prova, a equipa do Centro
deve identificar aquelas que considera serem representativas da saída profissional em
avaliação, observando os seguintes aspetos:

1) No caso de se tratar de um referencial de RVCC Profissional que integre Unidades de


Competências nucleares, a seleção das UC a trabalhar para a prova deve recair
preferencialmente sobre as tarefas nucleares que as integram (tarefas consideradas
fundamentais e imprescindíveis no âmbito da UC).

2) No caso de se tratar de um Referencial de Competências profissionais que não integra UC


nucleares, isto é, que não dispõe no seu elenco, de tarefas com valor de ponderação (5),
ou no caso de se tratar de um Referencial que integra UC nucleares, mas em que o
candidato não tenha validado essas UC, a prova deverá incidir preferencialmente nas UC
que integram tarefas com valor de ponderação 4 e/ou 3 (tarefas consideradas muito
importantes/importantes no âmbito UC).

Em suma, no âmbito de cada UC, a equipa dever selecionar as tarefas que sejam consideradas
core e estratégicas para o exercício da atividade profissional correspondente à qualificação em
causa.

4.2.2.2 Tipologia de prova


A apresentação do candidato perante o júri de certificação pressupõe a demonstração da
efetiva mobilização das competências reconhecidas e validadas na etapa anterior e,
fundamentalmente, daquelas que a equipa selecionou como imprescindíveis e representativas
para a saída profissional em avaliação.

Neste contexto, cabe à equipa definir a forma como as UC/tarefas serão abordadas em
contexto de prova, tendo em conta não só as especificidades do referencial em causa, mas
também a tipologia de prova (prova prática ou prova prática conjugada com outra tipologia
oral ou escrita) a aplicar e ainda as características do candidato.

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Assim, e numa perspetiva de articulação/integração de saberes e saberes fazer, a prova
poderá assumir a forma de situação(ões) problema, atividade(s) integradora(s), ou outra
abordagem que a equipa considere mais ajustada.

A equipa deve ainda conceber uma matriz de prova que deverá identificar:

 As UC e respetivas tarefas que serão objeto de avaliação.


 Procedimentos associados a cada tarefa que servem para balizar a avaliação do júri e
que correspondem à especificação dos vários passos que concorrem para a sua
execução.
 Critérios de avaliação associados às tarefas a realizar.
 Recursos necessários (materiais, equipamentos, ferramentas, informações técnicas
entre outros).
 Duração prevista.

4.2.2.3 Critérios de Avaliação


A avaliação de cada tarefa com valor de ponderação 5, ou com valor de ponderação 4 e/ou 3,
conforme os casos, deve ter por base critérios de avaliação que permitam aos elementos do
júri de certificação avaliar o seu desempenho de forma objetiva e inequívoca.

Para cada prova, devem ser definidos critérios de avaliação que se traduzam em requisitos de
desempenho para avaliar as condições em que o candidato realiza cada tarefa proposta. A
definição deste tipo de critérios/requisitos (que podem ser diferentes de acordo com a
respetiva saída profissional) assume um papel importante na observação e avaliação por parte
do júri, uma vez que deverá permitir avaliar o desempenho do candidato de forma mais
objetiva e imparcial.

O tipo de critérios de avaliação ou mesmo o número de critérios a definir é da


responsabilidade da equipa; estes devem ser ajustados à tipologia de prova, às tarefas em
avaliação e, ainda, ao contexto profissional associado ao referencial de competências
profissionais. A título de exemplo, apresentamos alguns critérios que poderão ser mobilizados
no âmbito de uma prova:
 Cumprimento de regras de Segurança, Higiene e Saúde no Trabalho;
 Cumprimento da sequência de trabalho;

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O.M. n.º 2/2017
 Seleção e utilização adequada dos espaços e dos equipamentos;
 Destreza do gesto profissional;
 Qualidade do resultado final;
 Mobilização adequada do conhecimento conceptual e teórico;
 Utilização de vocabulário técnico específico;
 Clareza da resposta;
 Tempo de execução.

Independentemente do número de critérios definidos e da sua natureza, é atribuída, a cada


critério, a mesma ponderação/valoração e devem ser observados pelo júri de certificação num
contexto de “cumprimento” ou “não cumprimento” face à tarefa em avaliação. Assim, a
avaliação da(s) tarefa(s) corresponderá ao número de “Sim” e “Não” atribuídos, isto é, a
certificação da(s) tarefa(s) dependerá do número de critérios que, no decorrer da sua
avaliação, forem cumpridos. A(s) tarefa(s) é (são) certificada(s) quando, pelo menos, metade
dos critérios tiverem sido cumpridos.

4.2.2.4 Local e duração da prova


A prova é presencial, devendo decorrer em espaço adequado à sua tipologia e ao número de
candidatos que a realizam em simultâneo.

O número máximo de candidatos a realizar a prova deve ser definido pela equipa do Centro
Qualifica, em função da capacidade instalada no local de realização da prova (recursos e
equipamentos).

A duração da prova poderá variar em função do respetivo referencial de RVCC Profissional e do


número de Unidades de Competência em avaliação. No entanto, e independentemente da
tipologia de prova a definir para cada candidato (prova exclusivamente prática ou prova
prática conjugada com outra tipologia nomeadamente escrita e/ou oral), a mesma não deverá
ter uma duração inferior a 1 hora, nem exceder as 5 horas.

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O.M. n.º 2/2017
4.2.2.5 Recursos
A equipa do Centro Qualifica deve assegurar que, no local de realização da prova, estão
reunidas todas as condições necessárias à sua realização, designadamente no que diz respeito
aos materiais, equipamentos e ferramentas face à saída profissional em avaliação. Os recursos
necessários à realização da prova deverão ser identificados na respetiva matriz.

4.2.2.6 Constituição do Júri de Certificação Profissional


De acordo com o artigo 19º da Portaria nº 232/2016, de 29 de agosto, compete ao
Coordenador do Centro Qualifica nomear o júri de certificação, devendo este ser constituído
pelos seguintes elementos, com direito a voto:
a) dois formadores com qualificação técnica adequada na área de educação e formação
do referencial visado e, pelo menos cinco anos de experiência profissional:
b) o formador que acompanhou o processo do candidato;
c) um representante das associações empresariais ou de entidades empregadoras; e
d) um representante das associações sindicais dos setores de atividade económica
daquela área, quando se trate de certificação profissional”.

Cabe ainda ao Coordenador do Centro Qualifica nomear o elemento que preside ao júri de
certificação, o qual tem voto de qualidade em caso de empate.

Para efeitos de constituição do júri de certificação profissional é obrigatória a presença de


todos os elementos indicados em a), b), c) e d).

No entanto, e de acordo com o estabelecido do n.º 6 do art.º 19º da referida portaria, o júri
pode deliberar com a presença de, pelo menos, metade dos elementos – i.e., com 3 elementos
– mediante solicitação fundamentada do Centro Qualifica e respetiva autorização por parte da
ANQEP, I.P.

O processo conducente à autorização por parte da ANQEP é desencadeado por proposta


fundamentada do Centro Qualifica.

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4.2.2.7 Papel do Júri de certificação
Da sessão de certificação profissional resulta a tomada de decisão por parte dos elementos
que constituem o júri, baseada na avaliação das competências detidas pelo candidato face ao
Referencial de Competências Profissionais.

A deliberação do júri relativamente à certificação das competências tem por base o resultado
da prova de certificação, com a devida articulação com as evidências que constam do
Portefólio do candidato. O Centro Qualifica deve, para tal, disponibilizar, previamente, aos
elementos do júri de certificação, os Portefólios dos candidatos, os quais deverão integrar os
elementos comprovativos das competências adquiridas nos diferentes contextos da sua vida
designadamente formativos e profissionais, bem como os relatórios que sustentam a validação
das competências à luz do respetivo referencial.

Deverá ainda ser disponibilizada, aos elementos do júri de certificação, a ata de validação, a
qual identifica as UC validadas (aquelas que serão objeto de avaliação na etapa de
certificação), bem como as UC não validadas, caso aplicável (as quais transitam
automaticamente para o PPQ, aquando do registo da ação Encaminhamento no SIGO, através
da identificação das UFCD correspondentes às UC não validadas).

Em momento anterior à sessão de júri de certificação, o Coordenador do Centro Qualifica deve


igualmente disponibilizar ao júri a matriz da prova, os critérios de avaliação, assim como os
respetivos instrumentos de registo, de modo a permitir a classificação da prova.

Após a decisão do júri, e já na presença do candidato, o presidente do júri deverá comunicar o


resultado da certificação, destacando os pontos fortes e os aspetos a melhorar, devendo ainda
comunicar o tipo de certificação (total ou parcial) obtido. Neste sentido, compete aos
elementos do júri a elaboração de um relatório que contenha uma avaliação sustentada de
cada UC, assim como todas as observações que considere pertinentes e que fundamentem o
resultado final obtido.

Compete ainda ao Júri de Certificação colaborar na definição do PPQ no caso de o candidato


obter uma certificação parcial.

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4.2.3 Avaliação e Tomada de Decisão
O resultado da sessão de júri de certificação permitirá ao candidato a obtenção de uma
certificação total ou de uma certificação parcial das competências que integram um
determinado referencial de RVCC Profissional.

O candidato obtém a certificação total quando certifica todas as UC constantes do referencial


em avaliação. Neste caso, dá lugar à emissão de um Certificado de Qualificações e de um
Diploma (este último, quando aplicável) de acordo com a legislação em vigor.

O candidato obtém uma certificação parcial quando não certifica todas as UC do referencial de
competências profissionais em causa, dando lugar à emissão de um Certificado de
Qualificações, nos termos da legislação em vigor, no qual se identificam todas as UC
certificadas no processo de RVCC.

No contexto de uma certificação parcial é igualmente emitido, pela plataforma SIGO, um Plano
Pessoal de Qualificação (PPQ), onde se identificam as UFCD correspondentes às UC não
certificadas.

O PPQ é gerado, na plataforma SIGO, na ação Encaminhamento, sendo que, para além das
UFCD diretamente correspondentes às UC não certificadas no processo de RVCC, podem ser
identificadas outra(s) UFCD que estejam associadas(s) aos conhecimentos e saberes sociais e
relacionais mobilizados no respetivo referencial de competências profissionais, prescritas
pela equipa. Todos os procedimentos necessários ao registo da sessão de encaminhamento,
na plataforma SIGO, encontram-se devidamente explicitados no Manual de Utilizador – SIGO
Centros Qualifica.

No âmbito de uma certificação parcial, a conclusão da respetiva certificação profissional


poderá ser realizada através da frequência de EFA/FM ou através da realização de
autoformação ou formação no posto de trabalho (“AF/FPT”). Contudo, o encaminhamento do
candidato para a realização de autoformação ou formação no posto de trabalho (“AF/FPT”)
apenas pode ser definido para as Unidades de Competência que foram validadas, mas que, em
sede de júri de certificação, não reuniram condições de certificação. Assim, no caso das UC

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O.M. n.º 2/2017
não validadas, o candidato terá que realizar obrigatoriamente as UFCD correspondentes
através da frequência de EFA/FM.

O encaminhamento para “autoformação” ou “formação no posto de trabalho” pressupõe que


a equipa elabore um Roteiro de Atividades (de acordo com o modelo disponibilizado na
plataforma SIGO) que consiste na prescrição de atividades associadas às competências
consideradas em falta para que, em momento posterior e formalmente agendado, o candidato
volte ao Centro Qualifica, e o formador proceda à reavaliação dessas competências, aplicando,
para tal, um dos instrumentos de avaliação que considere mais ajustado às competências em
reavaliação.

No caso da obtenção de uma certificação parcial no âmbito de um referencial com UC de


bolsa, a equipa deverá analisar previamente o respetivo referencial de formação de forma a
verificar se se encontram em falta UFCD de bolsa para a conclusão da qualificação.

Este procedimento é de extrema relevância, uma vez que a conclusão da qualificação iniciada
através do desenvolvimento de um processo de RVCC profissional terá por base as UFCD do
referencial de formação da componente tecnológica, sendo que os referenciais de formação e
os referenciais de RVCC Profissional de algumas qualificações constantes do CNQ, não são
coincidentes no que diz respeito ao nº de bolsa de UC/UFCD a selecionar.

Apresentamos, como exemplo, a qualificação de Cozinheiro/a, cujo referencial de


competências profissionais apresenta 2 áreas de bolsa (área B e área C) para que sejam
selecionadas as UC consideradas obrigatórias (1 UC de cada área de bolsa). No entanto, o
referencial de formação correspondente integra 3 áreas de bolsa, sendo que, para a conclusão
da qualificação, o candidato terá que obrigatoriamente realizar 3 UFCD (25 horas da Área A de
UFCD, 25 horas da Área B de UFCD e 25 horas da Área C de UFCD). Chama-se, mais uma vez, a
atenção para o facto de, nestes casos, a conclusão da qualificação obedecer às regras da
formação e não do RVCC.

Assim, quando um candidato obtém uma certificação parcial, deverá ser analisado o
referencial de formação da componente tecnológica correspondente, de forma a serem
identificadas as UFCD necessárias à conclusão da qualificação em causa (por via da frequência
de FM/EFA).

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4.2.4 Registo da sessão de júri de certificação no SIGO
O resultado da sessão de júri de certificação deve ser registado na plataforma SIGO, na ação
Sessão de Certificação Profissional, tendo por base o seguinte:
 As UC que não tenham sido validadas na etapa de reconhecimento e validação de
competências são automaticamente sinalizadas a vermelho e colocadas como “Não
Certificadas”, uma vez que não reuniram as condições de transição para a etapa de
certificação. Estas UC transitam automaticamente para o PPQ, podendo ser apenas
concluídas através da frequência de EFA/FM.

 As UC que transitaram para a etapa de certificação, isto é, validadas na etapa anterior


deverão ser sinalizadas com um C (Certificado) ou com um NC (Não Certificado), de
acordo com tomada de decisão do júri de certificação.

Todos os procedimentos necessários ao registo desta sessão na plataforma SIGO encontram-se


devidamente explicitados no Manual de Utilizador – SIGO Centros Qualifica.

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