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UNIVERSIDADE POLITÉCNICA- A POLITÉCNICA-Instituto

Superior de Gestão, Ciências e Tecnologia-Maputo


CURSO Engenharia Civil
DISCIPLINA Planeamento, Coordenação e ANO 2022
Direcção de Obras
SEMESTRE 6º. TURNO TM
TEMA 3.Os intervenientes numa obra
AULA Nº./ (T/P) 4 DATA

OBJECTIVO DA AULA
Nesta aula pretende-se transmitir conhecimentos sobre as
diversas entidades que intervêm numa obra

3. OS INTERVENIENTES NUMA OBRA

3.1. INTRODUÇÃO
Uma vez terminado o trabalho do Projectista e entregue ao Dono da Obra o dossier
constituído por Projecto de Execução, Caderno de Encargos e Programa de Concurso,
inicia-se o processo de selecção do empreiteiro para executar a obra. Para o efeito, pode
optar-se pelo concurso público ou por qualquer das modalidades restritivas ou
excepcionais.

A preparação das propostas pelos concorrentes (empreiteiro que tomou conhecimento


do concurso e que se prepara para submeter proposta junto da sede do Dono da Obra)
é feita sob orientações constantes do Programa de Concurso emanado do Dono da Obra.
É importante chamar à atenção para o facto de que a selecção do Projectista (para a
elaboração do projecto), bem como a selecção de consultor para realizar a actividade de
fiscalização da obra são feitas também recorrendo a modalidades identicas referidas no
parágrafo anterior, diferindo apenas nos procedimentos (consulte-se o Regulamento de
Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de
Serviços ao Estado, aprovado pelo Decreto nº. 5/2016, de 8 de Março).

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Uma vez seleccionado o empreitado para executar a obra e tendo sido firmado o
respectivo contrato com o Dono da Obra, procede-se à consignação da obra.
Consignação é o acto pelo qual o Dono da Obra entrega ao Empreiteiro o local e os
elementos para a execução da obra objecto do contrato.

A obra é definida como todo o trabalho de construção, reconstrução, restauro,


reparação, manutenção ou adaptação de imóveis.

Distinguem-se as obras públicas e as obras particulares, consoante o entidade


promotora seja pública ou particular.
O nosso estudo circunscreve-se às obras públicas.
Uma obra pode ser executada po uma ou várias empreitadas. Empreitada é uma forma
de contrato pelo qual uma das partes se obriga em relação à outra a realizar certa
obra mediante um preço. Corresponde à execução de um conjunto de trabalhos que
podem ou não cobrir a totalidade de uma dada obra.

3.2. ENTIDADES PRESENTES NAS DIVERSAS FASES DE EMPREENDIMENTO

3.2.1. Na fase de concepção do empreendimento


Na fase de concepção estão presentes:

i. O Dono da Obra, representado pelo Gestor do Empreendimento


(Project Manager). O Gestor do Empreendimento é uma pessoa,
individual ou colectiva, responsável pela gestão do
empreendimento nos diversos domínios de intervenção (
economia, arquitectura, engenharia), que actua nas suas diversas
fases em nome do Dono da Obra, desde que para tal lhe sejam
conferidos poderes.

ii. O Projectista, que é a entidade singular ou colectiva que contrata


com o Dono da Obra a elaboração do projecto.
Como referido na aula anterior, também lhe cabe a função de
assistência técnica, devendo, nessa qualidade prestar informações
e esclarecimentos durante a preparação do procdimento de
formação do contrato, na apreciação das propostas dos
concorrentes, integrando o júri nomeado pelo Dono da Obra, e na
fase da execução da obra
3.2.2. Na fase de execução da obra
A. Caracterização da fase de execução
São reconhecidas as seguintes principais fases de execução de uma obra:

 Consignação;

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 Preparação;
 Execução;
 Recepção.

i. Consignação
A data da assinatura do auto de consignação marca o início da
contagem do prazo acordado para a execução da obra.
ii. Preparação
Na fase de preparação da obra elaboram-se vários documentos
visando a programação das acções a realizar no decurso da
execução da obra.
Nesta fase, o Empreiteiro ou Dono da Obra, conforme estipulado no
Caderno de Encargos, elabora o Programa de Garantia da
Qualidade que deverá conter a definição dos elementos da obra que
serão sujeitos a controlo da qualidade.
O Director Técnico da Obra, coadjuvado pelos seus colaboradores,
planeia as acções que serão as linhas gerais de actuação durante
a realização da obra. Definem-se as equipas de trabalho em função
do tipo da obra, proced-se à elaboração do plano de
aprovisionamento dos materiais, aquisição ou aluguer dos
equipamentos necessários, estudam-se os processos construtivos a
utilizar em função do tipo de obra a executar.

iii. Execução
Na fase de execução faz-se a realização física da obra conforme os
planos concebidos. Na referida fase, se necessário, o Director
Técnico da Obra pode alterar o programa, adequando-o às
diferentes condições introduzidas durante a elaboração da obra.

iv. Recepção
Na fase da recepção da obra, a Fiscalização da Obra procede à
vistoria da obra com a assistência do Empreiteiro.
Não sendo encontradas deficiências resultantes de infracção às
obrigações contratuais e legais do Empreiteiro, elabora-se o Auto de
Recepção Provisória. Caso contrário, poderá ser elaborado o Auto
de Não-Recepção e o Empreiteiro deverá realizar as modificações ou
reparações necessárias no prazo para o efeito estipulado, após o
que se efectuará nova vistoria. O Auto de Recepção Provisória será
elaborado quando aquelas deficiências forem eliminadas.
Findo o prazo de garantia (de 1 a 5 anos, no caso de obras em
Moçambique), proceder-se-á à nova vistoria, elaborando-se o Auto
de Recepção Definitiva da obra, caso ela não apresente deficiências.
Caso contrário, procede-se de maneira idêntica ao descrito para o
caso da Recepção Provisória.

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c) Na fase de utilização e manutenção
Esta fase corresponde à fase de ocupação pós-execução.
Representa o fim que determinou a sua realização.Por outras
palavras pretnde-se dizer que se trata da resposta à necessidade
identificada na fase da concepção.

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