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SISTEMA DE PRODUÇÃO PARA ABELHAS http://www.emater.mg.gov.br/site_emater/Serv_Prod/Livraria/Agridata...

Caracterização do produtor
Operações que compõe o sistema
Recomendações técnicas
Especificação dos coeficientes técnicos do sistema para um
apiário de 20 colméias
Equipamentos
Doenças e parasitoses

CARACTERIZAÇÃO DO PRODUTOR

Este sistema de produção destina-se a produtores que possuem bom nível de conhecimento
em apicultura, acessíveis a inovações tecnológicas, podendo ser ou não proprietários de
terra.

Espera-se pela adoção deste sistema que a produção anual de mel, por colméia, seja de 50
quilogramas. Deve-se vender o mel centrifugado, e cada apiário ter de 15 a 20 colméias.

OPERAÇÕES QUE COMPÕEM O SISTEMA

1. Posse da terra

1.1. Localização do apiário


1.2. Flora apícola
1.3. Tipo de colméia
1.4. Colocação das colméias

2. Manejo

2.1. Povoamento do apiário


2.2. Introdução de rainha
2.3. Manejo do apiário

3. Colheita do mel

4. Processamento

5. Distribuição dos equipamentos

6. Processamento da cera

6.1. Cera bruta


6.2. Cera alveolada

7. Equipamentos e indumentárias

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8. Alimentação artificial

9. Controle sanitário do apiário

10. Envasamento

11. Comercialização

RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS

1. Posse da terra

1.1. Localização do apiário - situá-lo no meio rural, em terreno previamente limpo e ao


abrigo de predadores (formigas, tatus, etc.) e de outras abelhas.

O apiário deverá estar localizado:

no mínimo, a 300 metros de qualquer habitação humana, animais e estradas


movimentadas ;
no máximo, a 300 metros de uma fonte de água corrente;
5 quilômetros de outro apiário.

1.2. Flora apícola - é necessário o aproveitamento de áreas reflorestadas, de fruteiras (citros,


pessegueiros, macieiras, mangueiras, etc) e plantas silvestres em plena florada (assa-peixe,
cambará, astrapéia, cordão-de-frade, mata-pasto, etc.).

1.3. Tipo de colméia - usar colméia tipo "Langstroh", composta de fundo ou assoalho,
ninho, sobreninho, tampa, telhado individual e quadros ou caixilhos ( dez para cada ninho).

As caixas ou colméias deverão ser pintadas com a primeira demão de zarcão ou similar e
pintura final a óleo nas cores branca, azul, amarela ou verde-clara; cores que as abelhas
distinguem melhor. As dimensões das caixas ou colméias encontram-se no anexo I.

1.4. Colocação das colméias - para evitar o ataque de predadores, nunca colocá-las
diretamente no chão. Serão apoiadas em suportes individuais de madeira, ferro ou tijolo
(anexo I).

2. Manejo

2.1. Povoamento do apiário - deverá ser feito por meio de enxames adquiridos, capturados
ou desdobrados, até atingir o número de colméias preconizadas para aquela unidade.

Adquirir enxames exclusivamente de apicultores idôneos, tendo-se ainda, o cuidado de


certificar a presença da rainha nesses enxames.

O enxame adquirido será formado de 4 quadros, sendo um com pólen e mel, 2 com cria e o
último com cera alveolada, contendo uma população média de 10 mil indivíduos
acondicionados na caixa de coleta e transporte, também chamada caixa núcleo, onde
permanecerá até a transferência para a colméia definitiva.

No caso de enxames desdobrados, procura-se escolher a melhor colméia, tendo-se como


parâmetro a maior população, maior produtividade e menor agressividade.

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Os enxames encontrados em cupins, locas de pedras, oco de pau, árvores, telhado ,etc.,
deverão ter suas rainhas trocadas, por outras selecionadas, tão logo estiverem na colméia
definitiva. Com isso, evita-se introduzir no apiário linhagens de abelhas agressivas.

2.2. Introdução de rainha - quando houver necessidade de introdução de rainha, fazê-la com
uma gaiola própria. Posteriormente, eliminar a gaiola de transporte assim como as operárias
que acompanharem a rainha.

É importante adquirir rainhas somente de produtores idôneos.

2.3. Manejo do apiário - fazer duas revisões anuais nos ninhos e revisões mensais nos
sobreninhos (melgueiras ou alças), no período de produção, com finalidade de determinar o
momento da colheita.

A revisão nos ninhos consta de:

verificação de existência de postura;


substituição de quadros velhos ou defeituosos, caracterizados por enegrecimento do
favo, alvéolos diminutos ou incompletos;
introdução de quadros novos com cera alveolada que preencha todo o quadro;
substituições eventuais de caixas e fundos estragados;
prevenção de enxameação, caracterizado pela presença de realeiras.

É importante a manutenção da limpeza da área do apiário a um raio de 10 metrôs,


evitando-se o abrigo de predadores ou obstáculos à linha de vôo das abelhas.

Antes de realizar qualquer atividade no apiário, preparar o esquema de fumaça,


utilizando-se o fumegador e, como combustível, serragem grossa de madeira, trapos de
algodão, sacos de aniagem, folhas secas, inclusive de eucalipto. Este procedimento, nas
tarefas de manuseio da colméia, previne acidentes envolvendo a abelha e o apicultor.

Apicultores habituados ao trato com as abelhas, às vezes, deixam de usar luvas, entretanto o
seu uso é recomendado.

3. Colheita do mel - os favos completos e operculados são sinais indicadores de colheita e


devem ser verificados na revisão dos sobreninhos. Nesse caso, retirar os quadros maduros,
colocá-los em caixas de transporte e levá-los para o local de extração de mel.

4. Processamento - a sala para processamento do mel tem que ser higienicamente bem
preparada e equipada de:

tela de proteção nas janelas;


piso impermeável e de fácil limpeza;
água encanada;
luz elétrica;
ventilação adequada.

5. Distribuição dos equipamentos - dentro da sala, a distribuição dos equipamentos, abaixo


relacionados, deverá obedecer o fluxo normal do processamento do mel:

mesa para desoperculação;


bandeja para coleta da cera desoperculada;
faca e/ou garfo desoperculador;
centrífuga (de 3 a 6 quadros);

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peneiras finas para filtrar o mel;


depósitos para recolhimento do mel filtrado;
depósitos maiores para decantação (100 litros) dotados com torneiras especiais,
próprias para mel.

6. Processamento da cera

6.1. Cera bruta - a cera bruta é obtida de favos velhos, retirados nas revisões, do
aproveitamento dos opérculos e das aparas de favos de enxames coletados. A cera extraída
será, posteriormente, beneficiada, através da fusão por aquecimento em fogo brando ou
derretedor solar, filtrada em saco do aniagem e colocada em formas. Nunca se deve
misturar cera com parafina.

6.2. Cera alveolada - o apicultor poderá alveolar num cilindro próprio ou fazer a permuta
com centros que alveolem cera, o que é mais recomendável.

7. Equipamentos e indumentárias - os equipamentos utilizados no apiário são: espátula ou


formão, funegador e escova de cabo largo e cerdas finas, para retirar as abelhas dos favos
podendo ser substituída por uns ramos de folhas miúdas: alecrim, etc.

Sempre que tiver contato com as abelhas o apicultor deverá usar macacão, luva, véu do
apicultor, chapéu e botas, de preferência, brancas.

8. Alimentação artificial - é recomendada somente em período crítico, mas deve ser evitada.
O ideal é deixar sempre uma reserva de mel nos ninhos.

9. Controle sanitário do apiário - é feito, sistematicamente, durante as revisões ou quando


houver alguma anormalidade aparente. O controle tem como objetivo evitar pragas, doenças
e formigas. Em todas as revisões do ninho, deve-se dar atenção à incidência de traças e
varroa jacobsoni. Além dessas parasitoses, podem ocorrer doenças de origem virótica e
bacteriana cujo diagnóstico, controle e tratamento encontram-se no anexo II.

10. Envasamento - após todos os processos realizados, o mel será colocado em vasilhames
próprios, higienicamente tratados e rotulados, usando-se selo de garantia.

O envasamento pode ser feito em:

vidros esterelizados ou plásticos virgens (o mel contido nesses recipientes pode ser
líquido e/ou cristalizado, ou mel e favos juntos).
em forma de favos, envelopados em plástico ou papel celofane.

11. Comercialização - o mel pode ser comercializado diretamente pelo produtor ou através
de associações de classe. Ao atacadista, poderá ser vendido em latas de 18 litros.

ESPECIFICAÇÃO DOS COEFICIENTES TÉCNICOS DO SISTEMA PARA UM


APIÁRIO DE 20 COLMÉIAS

MATERIAIS

Colméia (fundo, ninho, 3 sobreninhos, tampa, 40 quadros de ninho e telha de amianto)

Estaleiro individual

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Cera alveolada - 1,625 Kg/colméia

Fulmegador

Espátula

Luva PVC

Bota

Garfo desoperculador

Centrifugador (6 quadros)

Chapéu e véu

Macacões

Tanques de decantação com torneira (capacidade para 200 litros)

Vasilhame (de 1 litro cada)

Rolhas

Enxame

SERVIÇOS

Mão-de-obra no apiário

- apicultor

- auxiliar

Mão-de-obra no processamento, limpeza em geral

-auxiliar

Transporte anual

* depreciação das colméias e quadros

* Tem como base uma vida útil de 5 anos.

ud - unidade

Kg - quilograma

l - litro

H/D - homem/dia

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COLMÉIA LANGSTROTH (ou Americana) aberta, mostrando os detalhes do seu interior.

COLMÉIA OU CAIXA - é a casa onde as abelhas depositam o mel e se reproduzem.

FAZEM PARTE DA CAIXA:

a) O NINHO - que serve para desenvolver a família.

b) SOBRENINHO - lugar destinado para as abelhas depositarem o mel.

c) OS CAIXILHOS OU QUADROS - que protegem os favos e permitem examinar o


interior da colméia, facilmente.

- Ninho de colméia
Langstroth (ou Americana).

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-Para estas medidas, a grossura das tábuas deve ser de 2 centímetros.

Veja com atenção os detalhes (medidas em cm)

- Medidas internas

- Espessura das tábuas externas = 2 cm

- Detalhe do encaixe dos quadros no Ninho

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- Detalhe da cabeceira dos ninhos.

- Quadros tipo "Hoffman" de ninho e de colméia "Langstroth", montados com as medidas


externas.

EQUIPAMENTOS

Centrífuga

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Fumegador

Espátula

Garfo

Véu

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DOENÇAS E PARASITOSES - ANEXO II

1. DOENÇAS

1.1. Da cria

CRIA PÚTRIDA EUROPÉIA CRIA ENSACADA


Etiologia Streptococcus Vírus
Grau de ataque Sério Pequeno de 5-25% da cria
total
Cor Há uma variação que vai da Amarela, parda-escura
amarelada, à cinzenta, à parda
Consistência da Mole Aquosa
larva doente
Cheiro Pouco intenso Nenhum
Idade Ataca as larvas novas A partir do 2º. dia larval
Contágio Por outras abelhas, o pólen e fezes Pelo mel
Idade que morre Antes de ser operculada Depois de operculada
Casta Operária, zangão e rainha Operárias, às vezes, rainhas e
zangão
Aparências dos Poucos furos Furados
opérculos
Tratamento Streptomicina e Terramicina. Profilático, substituir rainha
Profilático substituir os favos de cria. por outra resistente.

1.2. Do Inseto Adulto

PARALISIA NOSEMOSE MAL-DE-OUTONO ACARIOSE


Etiologia Vírus Protozoário Desconhecido Acarapis
Nosema apis (talvez woodi se
vive na parede envenenamento). localiza na
estomacal, traquéia.
interferindo
na digestão.
Sintomas Tremores, Diarréias, o Não voam se Não voam se
abdômen fundo da arrastam pelo chão. arrastam pelo
inchado, não colméia se Língua de fora. chão, as asas
voam, corpo apresenta parecem
desprovido muito sujo de destroncadas.
de pêlos e fezes de cor
fezes branca-leitosa.
amare-ladas. A rainha, às
A frente da vezes,
colméia fica suspende a
cheia de postura.
abelhas
mortas.

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Tratamento Profilático Fumagilina Desconhecido Solução de


seletivo Richard
Frow

2. PARASITOSE

VARROASIS

A varroasis é uma doença parasitária das crias e das abelhas adultas. É provocada pelo
ácaro Varroa jacobsoni oudemons, visível a olho nú.

As fêmeas fecundadas colocam seus ovos, nas células da cria, que em oito dias chegam a
inseto adulto. A fecundação da cria ocorre na própria célula e, quando a abelha sai da
célula, já carrega junto de si de 1 a 7 fêmeas de varroa já fecundada.

Esta infestação causa muitos danos às larvas e à abelha adulta. As larvas nascem
defeituosas, e das abelhas adultas os ácaros sugam a hemolinfa, podendo estas perder, em
duas horas, 48% do peso de seu corpo.

Diagnóstico: Para localizar o ácaro na colméia, utilizar-se do seguinte processo.

1 frasco de boca larga de 500 ml;


200 ml de água;
3 ml de detergente diluído;
mais ou menos 30 abelhas de um favo com cria.

Apicultores habituados ao trato com as abelhas, às vezes, deixam de usar luva, entretanto, o
seu uso é recomendado.

Agita-se, durante algum tempo, e depois deixa-se descansar alguns instantes.

As abelhas flutuam e o parasita se desprende e cai no fundo do frasco.

Controle - é feito evitando-se a entrada de colméias e de rainhas contaminadas no apiário.

Tratamento

Existem vários medicamentos - como Fenotiazina, Dicofol, Tetradifon e outros. É bom


lembrar que o ácaro se torna facilmente resistente. No caso de suspeita de acariose, é bom
procurar os centros especializados.
FALE COM O TÉCNICO DA EMATER

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