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Ricardo Dreguer
Bacharel e licenciado em História pela Universidade de São Paulo.
Professor de História no Ensino Fundamental. Autor de obras didáticas e paradidáticas de História.
Cássia Marconi
Bacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo.
Licenciada em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Prof. José Augusto Vieira da
Fundação Educacional de Machado. Assessora e coordenadora pedagógica no Ensino Fundamental.
Neuza Guelli
Bacharel e licenciada em Geografia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo.
Professora de Geografia no Ensino Fundamental.
Coordenadora e diretora pedagógica no Ensino Fundamental e no Médio.
Cíntia Nigro
Bacharel e licenciada em Geografia pela Universidade de São Paulo.
Mestre em Geografia Humana pela Universidade de São Paulo.
Professora de Geografia no Ensino Fundamental, no Médio e no Superior.
AR APRENDER e
RELACIONAR
História e Geografia
4 O
ANO
Ensino Fundamental • Anos Iniciais
Obra interdisciplinar
Componentes curriculares: HISTÓRIA E GEOGRAFIA
MANUAL DO PROFESSOR
1a edição
São Paulo, 2017
17-09748 CDD-372.891
Reprodução proibida. Art. 184 do Código Penal e Lei 9.610 de 19 de fevereiro de 1998.
Todos os direitos reservados
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Vendas e Atendimento: Tel. (0_ _11) 2602-5510
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2017
Impresso no Brasil
1 3 5 7 9 10 8 6 4 2
Caro professor
Este Manual do Professor tem como objetivo principal fornecer subsídios para o desenvolvimento
das sequências didáticas propostas no livro do aluno.
Nesse sentido, apresentamos sugestões e recomendações para o encaminhamento e a ampliação
do trabalho em sala de aula, sempre visando favorecer o desenvolvimento de habilidades essenciais
dos componentes curriculares História e Geografia, integrantes da área de Ciências Humanas.
Visando atingir esse objetivo, este Manual do Professor está estruturado em duas partes.
• Orientações gerais: a primeira parte é composta de explicitação da linha teórico-metodológica
adotada na coleção, por meio de textos dos autores e de alguns pesquisadores com os quais a
obra se identifica. Esses textos permitem uma reflexão sobre o processo de ensino-aprendiza-
gem dos componentes curriculares História e Geografia, integrantes da área de Ciências Huma-
nas, nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental.
• Orientações específicas: na segunda parte, o foco são as quatro unidades que compõem o livro
do aluno. Assim, são apresentadas as orientações detalhadas, página a página, sobre o trabalho
proposto. Entre os elementos indicados destacamos:
✔ comentários sobre as questões interdisciplinares, envolvendo História e Geografia, que cons-
tituem o principal eixo de trabalho da coleção;
✔ textos de especialistas que embasam o trabalho realizado nos capítulos;
✔ objetivos dos capítulos;
✔ habilidades que poderão ser desenvolvidas a partir das atividades propostas.
Bom trabalho!
Os autores
III
Orientações gerais, V
1. Proposta teórico-metodológica da coleção, V
A área de Ciências Humanas ......................................................................................... V
• As Ciências Humanas e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ................................. V
A visão de ensino-aprendizagem nesta coleção ............................................................ VII
• Mobilização, construção e síntese do conhecimento ..................................................... VII
• Competências e habilidades ....................................................................................... VII
• O trabalho interdisciplinar nesta coleção ...................................................................... VIII
• Ciências Humanas: letramento e alfabetização ............................................................. IX
2. O componente curricular História, IX
Educação Histórica ...................................................................................................... IX
História: conceitos estruturantes ................................................................................... X
História: categorias temporais ...................................................................................... XI
O componente curricular História e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ................... XII
3. O componente curricular Geografia, XIV
O ensino-aprendizagem da Geografia ............................................................................. XIV
A alfabetização geográfica ............................................................................................ XIV
A alfabetização cartográfica .......................................................................................... XVI
O componente curricular Geografia e a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) ................ XVII
4. Avaliação, XVIII
5. Estrutura da coleção, XX
Conhecimentos prévios: a seção Primeiros contatos ....................................................... XX
Sequências didáticas e organização dos capítulos ............................................................ XX
Os componentes curriculares História e Geografia: seções específicas .............................. XXI
Procedimentos de trabalho ........................................................................................... XXI
Ampliação das informações .......................................................................................... XXII
Bibliografia, XXIX
Orientações específicas, XXXII
Conheça a parte específica deste manual, XXXII
Unidade 1: As representações e os modos de vida ......................................................... 8
Unidade 2: A organização do território e a transformação da paisagem .......................... 64
Unidade 3: Comércio, deslocamento e comunicação ...................................................... 118
Unidade 4: Migração e diversidade cultural ...................................................................... 176
IV
As Ciências Humanas
As Ciências Humanas no Ensino Fundamental têm um papel importante no sentido de ajudar a descor-
tinar o mundo aos olhos do educando, oferecendo instrumentos que possibilitem o desenvolvimento de sua
capacidade de análise, interpretação e sistematização da realidade social. Não estamos diante de uma área
de estudos com estatuto menor de cientificidade – os tradicionais estudos sociais – mas sim, face a uma
área de conhecimento que realiza a integração de um conjunto de ciências do homem e da sociedade que
se distinguem das Ciências Físicas e Naturais. Distinguem-se pelo seu objeto e seu método de investigação.
Diferentemente das ciências naturais, que abordam fatos no plano exterior, as ciências humanas estão diante
de ações realizadas conscientemente, portadoras de significação. Elas procuram compreender as ações dos
homens, o que os moveram, que fins buscavam e o significado destas ações.
[...]
As Ciências Humanas, para representarem uma contribuição coerente e consistente na formação do
educando, devem abarcar as noções básicas referentes às ciências que compõem essa área. Isso pressupõe a
formação do professor no que diz respeito aos conceitos básicos de cada uma destas ciências. Isso para rea-
lizar seu trabalho em sala e para compreender as relações sociais em que está envolvido. A formação destes
conceitos resulta de uma atividade complexa, em que todas as funções intelectuais básicas tomam parte. [...]
RIBEIRO, Miriam Bianca Amaral; MASCARENHAS, Angela Cristina B.; SILVA,
Simei Araujo. As Ciências Humanas no Ensino Fundamental. In: ANPUH – XXIII
Simpósio Nacional de História. Londrina: UEL, 2005. p. 1-3.
2. Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a
reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses,
formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos
das diferentes áreas.
3. Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também par-
ticipar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.
4. Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual,
sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se
expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir
sentidos que levem ao entendimento mútuo.
5. Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, signi-
ficativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar
e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria
na vida pessoal e coletiva.
6. Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências
que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao
exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e respon-
sabilidade.
7. Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender
ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência
socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético
em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta.
8. Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade
humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com
elas.
9. Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendo-se respeitar e promo-
vendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de
indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos
de qualquer natureza.
10. Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação,
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC, 2018. p. 9-10.
A partir dessas competências gerais, a BNCC elencou as competências específicas de cada área
do conhecimento. No caso das Ciências Humanas, essa área inclui dois componentes curriculares:
História e Geografia.
Assim, a BNCC destaca alguns dos focos principais de trabalho da área de Ciências Humanas nos
Anos Iniciais (1o ao 5o ano) do Ensino Fundamental.
Segundo a BNCC, é importante valorizar as experiências individuais e familiares dos alunos, possi-
bilitando observar, interpretar e ressignificar os elementos da paisagem do espaço vivido com o tem-
po vivido. Para isso se faz necessário desenvolver alguns procedimentos de investigação em Ciên-
cias Humanas, como a pesquisa de fontes históricas, realização de trabalho de campo, entrevistas,
entre outros, para poder desenvolver análises e o pensamento criativo e crítico.
A partir desses procedimentos, os alunos podem ainda perceber as relações que os seres huma-
nos estabelecem entre si e com os demais elementos do ambiente, refletindo sobre os significados
dessas relações.
VI
Competências e habilidades
Atualmente, um dos focos centrais do processo de ensino-aprendizagem é a mobilização de com-
petências e habilidades.
De acordo com a BNCC, os conteúdos curriculares estão a serviço do desenvolvimento de compe-
tências.
Segundo Nilson Machado (2006), a competência está ligada à mobilização de recursos para a solu-
ção de problemas e exige um domínio de conteúdos e a capacidade de abstração. Além disso, para
Machado, a competência envolve um processo de trabalho interativo e, portanto, não se confunde
com a ideia de competição individual.
VII
Em seu uso corrente, à palavra competência associa-se quase automaticamente o qualificativo pessoa, o
que constitui um indício linguístico forte da pessoalidade como elemento fundador da ideia de competência.
Competentes ou incompetentes são os agentes, são as pessoas. O mercado não age, os computadores não
agem, os animais não agem, os livros não agem, apenas as pessoas agem livremente, conscientemente, na
busca da realização de seus projetos [...].
É impossível conceber-se qualquer forma de competência que possa prescindir de conhecimentos específicos,
de complexidade crescente, a cada dia. Não se trata necessariamente de conhecimento escolar, ou científico, ou
formal em algum sistema de ensino: trata-se do conhecimento em sentido pleno, que pode incluir as discipli-
nas escolares, mas que certamente vai muito além delas, envolvendo as noções de conhecimento e de valor, e
desembocando na ideia de sabedoria, ou do conhecimento relevante, do saber que tem valor. A noção de com-
petência, finalmente, fiel a sua raiz etimológica, caracteriza-se plenamente como capacidade de pedir junto com
os outros, de buscar-se coletivamente fins prefigurados, mantendo-se a integridade pessoal e a integração social.
MACHADO, Nilson José. Sobre a ideia de competência. FEUSP – Programa de Pós-Graduação
2o semestre de 2006. Seminários de Estudos em Epistemologia e Didática (SEED), p. 3-5,
São Paulo, ago. 2006. Disponível em: <http://nilsonjosemachado.net/20060804.pdf>.
Acesso em: 11 nov. 2017.
A interdisciplinaridade
A interdisciplinaridade acontece como um caso particular de contextualização. Como os contextos são
quase sempre multidisciplinares, quando o conteúdo de uma determinada área ou disciplina é em contexto,
é quase inevitável a presença de outras áreas de conhecimento. [...]
Ao tratarmos da interdisciplinaridade é fundamental levar em conta que, como o próprio nome indica, ela
implica a existência de disciplinas. Sem domínios disciplinares não há relações a estabelecer. Por esta razão, é
conveniente lembrar que a melhor interdisciplinaridade é a que se dá por transbordamento, ou seja, é o domínio
profundo e consolidado de uma disciplina que torna claras suas fronteiras e suas “incursões” nas fronteiras de
outras disciplinas ou saberes. Dessa forma, o trabalho interdisciplinar não impede e, ao contrário, pode requerer
que uma vez tratado o objeto de perspectivas disciplinares distintas, se promova o movimento ao contrário,
sistematizando em nível disciplinar os conhecimentos constituídos interdisciplinarmente.
RIO GRANDE DO SUL (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico.
Referencial Curricular. Lições do Rio Grande: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Língua
Portuguesa e Literatura, Língua Estrangeira Moderna. Volume 1. Porto Alegre: Seduc, 2009. p. 23-24.
VIII
IX
Dessa forma, o passado e o presente precisam ser interpretados com base em evidências históricas, que
podem ser construídas pelo indivíduo, a partir da relação com diferentes fontes. [...]
Portanto, um programa de ensino organizado na perspectiva da Educação Histórica privilegia o desen-
volvimento gradativo das seguintes competências históricas:
– Saber “ler” fontes históricas diversas, com suportes diversos, com mensagens diversas;
– Saber confrontar as fontes nas suas mensagens, nas suas intenções, na sua validade;
– Saber selecionar as fontes, para confirmação e refutação de hipóteses (descritivas e explicativas);
– Saber entender – ou procurar entender – o “Nós” e os “Outros”, em diferentes tempos, em
diferentes espaços;
– Saber levantar novas questões, novas hipóteses a investigar – algo que constitui, afinal, a essência da
progressão do conhecimento. [...]
GERMINARI, G. D.; BARBOSA, M. R. Educação histórica e consciência histórica: fundamentos e pesquisa.
In: Cadernos de Pesquisa: Pensamento Educacional, Curitiba, v. 9, n. 21, jan./abr. 2014. p. 24.
Sujeitos históricos
O sujeito histórico, que se configura na inter-relação complexa, duradoura e contraditória entre as identi-
dades sociais e pessoais, é o verdadeiro construtor da História. Assim, é necessário acentuar que a trama da
História não é o resultado apenas da ação de figuras de destaque, consagradas pelos interesses explicativos
de grupos, mas sim a construção consciente/inconsciente, paulatina e imperceptível de todos os agentes
sociais, individuais e coletivos.
BEZERRA, Holien G. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (Org.).
História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003. p. 45-46.
Nessa perspectiva, os sujeitos históricos podem ser entendidos como agentes da ação social –
indivíduos, classes sociais, grupos étnicos, grupos de gêneros ou de faixas etárias – envolvidos em
processos relacionados à vida cotidiana, às atividades econômicas e às lutas políticas.
Nesta coleção, criamos algumas situações para que o aluno perceba a si mesmo como sujeito his-
tórico, um agente da ação social que vivencia processos históricos de seu município, de seu estado,
de seu país e do mundo em que vive. Além disso, apresentamos diversas atividades que estimulam
o aluno a compreender que existem e existiram sujeitos históricos que vivem ou viveram situações
semelhantes ou diferentes das enfrentadas por ele, reforçando a construção das noções de identi-
dade e alteridade, fundamentais para o respeito à pluralidade e à diversidade cultural.
Fatos históricos
[...] a passagem do tempo, recortada por inumeráveis ações cuja importância será maior ou menor de acordo
com o significado que lhe atribuirmos, é possível identificar fatos, eventos ou acontecimentos, que podem ser
políticos (quando estiverem ligados às ações que digam respeito às instituições do governo de uma coletivida-
de), sociais (quando estiverem ligados às ações de indivíduos ou grupos que constituem uma coletividade) ou
econômicos (quando estiverem ligados à produção ou distribuição da riqueza produzida numa dada sociedade).
MACEDO, José Rivair. História. In: RIO GRANDE DO SUL. Referenciais curriculares:
Ciências Humanas e suas tecnologias. Porto Alegre: SE/DP, 2009. p. 55.
Fontes históricas
Fonte histórica, documento, registro, vestígio são todos termos correlatos para definir tudo aquilo pro-
duzido pela humanidade no tempo e no espaço; a herança material e imaterial deixada pelos antepassados
que serve de base para a construção do conhecimento histórico.
SILVA, Kalina V.; SILVA, Maciel H. Dicionário de conceitos históricos. São Paulo: Contexto, 2005. p. 158.
As fontes históricas escritas englobam registros governamentais, cartas, diários, jornais, livros, en-
tre outras. Já as fontes iconográficas ou visuais incluem pinturas, gravuras, fotografias, charges, de-
senhos, entre outras. Quanto às fontes materiais, podemos citar utensílios domésticos, instrumen-
tos de trabalho, construções, brinquedos, entre outras.
Por fim, há as fontes históricas imateriais, que envolvem criações humanas como língua, tradições
transmitidas de geração em geração, cantigas etc. Entre elas, destacamos as fontes históricas orais,
que podem ter sido produzidas diretamente por participantes de determinados fatos históricos (re-
latos) ou transcritas por pesquisadores mediante entrevistas (depoimentos). Nos dois casos, apesar
de ser registrada em forma escrita, trata-se de uma fonte histórica oral, pois foi produzida oralmente.
XI
[...] Outra noção cara para a compreensão do tempo é a “sucessão”: as coisas que acontecem uma depois
da outra, o muito antes, o muito depois, os diferentes ritmos deste suceder, deste tempo sequencial. Mas
também compreender a “simultaneidade” temporal, que permite ao aluno perceber que existem coisas que
acontecem ao mesmo tempo e que, enquanto se está na escola, a mãe, o pai, os amigos estão fazendo outras
coisas ou, ainda, complexificando, que, enquanto acontecem os jogos da copa do mundo, em outro lugar,
outros grupos sociais podem estar envolvidos numa guerra.
BERGAMASCHI, M. A. O tempo histórico nas primeiras séries do ensino fundamental. Texto de trabalhos apro-
vado para a 23a Reunião Anual da ANPEd, Caxambu (MG), set. 2000. Disponível em: <http://23reuniao.
anped.org.br/textos/1317t.PDF>. Acesso em: 11 nov. 2017.
Mudanças e permanências
A construção da noção de tempo envolve também o trabalho constante com as ideias de mudan-
ças e permanências.
O tempo histórico não se limita ao tempo cronológico, à sucessão linear dos acontecimentos no tempo
físico. As capacidades de ordenação, de sucessão, de duração, de simultaneidade e de quantificação do tem-
po necessárias para lidar com a temporalidade histórica não são suficientes para o seu alcance. O tempo
histórico é produto das ações, relações e formas de pensar dos homens e essas ações variam ao longo do
tempo cronológico. Em cada tempo histórico – ou em cada presente – coexistem relações de continuida-
des e de rupturas com o passado, bem como perspectivas diferenciadas de futuro. Assim, as mudanças e
permanências que acontecem num determinado tempo não se explicam pelo que aconteceu num tempo
cronológico imediatamente anterior; no entanto, não podemos prescindir da cronologia para construir
demarcações dos processos históricos. [...]
SIMAN, Lana Mara de Castro. A temporalidade histórica como categoria central do
pensamento histórico: desafios para o ensino. In: ROSSI, Vera L. S.; ZAMBONI, Ernesta (Org.).
Quanto tempo o tempo tem! Campinas: Alínea, 2005. p. 111 e 115.
XII
4. Identificar interpretações que expressem visões de diferentes sujeitos, culturas e povos com relação a um
mesmo contexto histórico, e posicionar-se criticamente com base em princípios éticos, democráticos,
inclusivos, sustentáveis e solidários.
7. Produzir, avaliar e utilizar tecnologias digitais de informação e comunicação de modo crítico, ético e
responsável, compreendendo seus significados para os diferentes grupos ou estratos sociais.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC, 2018. p. 402.
A BNCC também explicita os focos principais de trabalho do componente curricular História nos
Anos Iniciais (1o ao 5o ano) do Ensino Fundamental, que corresponde aos alunos a que se destina
esta coleção didática.
Nos Anos Iniciais do Ensino Fundamental, deve-se partir das vivências cotidianas das crianças, per-
mitindo que elas identifiquem seu lugar na família, na escola e no espaço em que vivem – desenvol-
vendo a percepção de si mesmas e do “Outro”. Nesse processo, a criança também aprende a identi-
ficar códigos variados, permitindo o desenvolvimento da cognição, comunicação e socialização, com-
petências fundamentais para a vida em sociedade.
XIII
A alfabetização geográfica
Nos primeiros anos do Ensino Fundamental, a aprendizagem da Geografia pressupõe preparar o
aluno para uma “leitura de mundo”, partindo de seu lugar de vivência.
Quando o aluno inicia o processo de alfabetização e letramento, é o momento também de iniciar
o processo de alfabetização geográfica.
Ler o mundo
[...] Queremos tratar aqui sobre qual a possibilidade de aprender a ler, aprendendo a ler o mundo; e es-
crever, aprendendo a escrever o mundo. Para tanto, buscamos refletir sobre o papel da Geografia na escola,
em especial no ensino fundamental, no momento do processo de alfabetização.
Uma forma de fazer a leitura do mundo é por meio da leitura do espaço, o qual traz em si todas as marcas
da vida dos homens. Desse modo, ler o mundo vai além da leitura cartográfica, cujas representações refletem
as realidades territoriais, por vezes distorcidas por conta das projeções cartográficas adotadas. Fazer a leitura do
mundo não é fazer uma leitura apenas do mapa, ou pelo mapa, embora ele seja muito importante. É fazer a leitura
do mundo da vida, construído cotidianamente e que expressa tanto as nossas utopias como os limites que nos
são postos, sejam eles do âmbito da natureza, sejam do âmbito da sociedade (culturais, políticos, econômicos).
Ler o mundo da vida, ler o espaço e compreender que as paisagens que podemos ver são resultado da vida em
sociedade, dos homens na busca da sua sobrevivência e da satisfação das suas necessidades. Em linhas gerais, esse é
o papel da Geografia na escola. Refletir sobre as possibilidades que representa, no processo de alfabetização, o ensino
da Geografia, passa a ser importante para quem quer pensar, entender e propor a Geografia como um componente
curricular significativo. Presente em toda a educação básica, mais do que a definição dos conteúdos com que trabalha,
é fundamental que se tenha clareza do que se pretende com o ensino de Geografia, de quais objetivos lhe cabem.
CALLAI, Helena Copetti. Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais do Ensino
Fundamental. Caderno Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, p. 228-229, maio/ago. 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/a06v2566.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2017.
XIV
O espaço produzido é um resultado da ação humana sobre a superfície terrestre que expressa, a cada
momento, as relações sociais que lhe deram origem.
MORAES, Antonio Carlos Robert. Ideologias geográficas: espaço, cultura e política no Brasil.
3. ed. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 15.
Assim, para compreender o conceito de espaço geográfico, é importante analisar como as pessoas
se apropriam da natureza e a transformam por meio do trabalho. Requer, ainda, identificar como as so-
ciedades constroem os espaços, conforme seus valores, interesses e necessidades, em determina-
dos momentos históricos, num processo contínuo de transformação.
Ao longo do processo de alfabetização geográfica, o aluno apreende o espaço geográfico como
uma esfera ampla, dinâmica e complexa, e também compreende o mundo em que vive, como par-
te de um contexto maior, algo que está interligado e inter-relacionado, onde ele próprio é um agente
participante da realidade social.
Conceito de paisagem
Na Geografia, o conceito de paisagem refere-se à dimensão visível do espaço geográfico e assim,
portanto, à sua dimensão física, material.
A paisagem é o conjunto de formas que, num dado momento, exprimem as heranças que representam
as sucessivas relações localizadas entre homem e natureza. [...]
A rigor, a paisagem é apenas a porção da configuração territorial que é possível abarcar com a visão. [...]
A paisagem se dá como um conjunto de objetos reais-concretos. Nesse sentido, a paisagem é transtem-
poral, juntando objetos passados e presentes, uma construção transversal.
SANTOS, Milton. A natureza do espaço: técnica e tempo, razão e emoção. São Paulo: Hucitec, 1996. p. 83.
Assim, a paisagem é formada por fatores de ordens social, cultural e natural, contém o passado
e o presente. É na paisagem que podemos perceber as marcas históricas de uma sociedade. Des-
sa maneira, a paisagem se constitui na soma de tempos desiguais.
No processo de alfabetização geográfica, importa evidenciar a paisagem como algo presente co-
tidianamente na vida das pessoas, considerando os diversos elementos que a formam. Além disso,
interessa estimular o aluno a buscar as explicações que estão além das aparências.
Nesta coleção, por meio da construção do conceito de paisagem, desenvolvemos importantes ha-
bilidades, como a observação, a descrição, a analogia, a interação, a ação e a síntese.
Conceito de lugar
O conceito de lugar compreende a dimensão do espaço onde se realizam as ações cotidia-
nas das pessoas, como: o viver, o habitar, o trabalhar e, mesmo, o estudar. Refere-se aos es-
paços com os quais as pessoas constroem seus vínculos afetivos e subjetivos, onde ocorrem
os laços de familiaridade. Assim, o lugar é onde estão fortemente estabelecidas as referências
pessoais e onde se identifica o sistema de valores no qual se insere a percepção e a transfor-
mação do espaço geográfico.
No processo de alfabetização geográfica, os temas e conteúdos podem ser trabalhados e proble-
matizados a partir dos espaços de vivência dos alunos.
XV
Conceito de região
O conceito de região se relaciona com a diferenciação e agrupamento de áreas da superfície ter-
restre, a partir de seus aspectos físicos e humanos. Entretanto, isso não significa que as regiões se-
jam isoladas; elas são unidades espaciais interligadas.
O conceito de região está vinculado à ideia de parte de um todo. Nesse sentido, conduz diretamente à
ideia de divisão e à questão da dimensão das partes. Mas cada parte é igualmente parte de um todo, mas
também se constitui numa totalidade.
LENCIONI, Sandra. Região e Geografia. São Paulo: Edusp, 1999. p. 27.
No processo de alfabetização geográfica, é importante que o aluno seja levado a explorar esse as-
pecto mediador da região, como uma dimensão espacial que está entre o universal e o singular, en-
tre o global e o local.
Conceito de território
Falar de território é falar do exercício de poder. Todo processo de ocupação e produção do espaço
geográfico traz consigo uma dimensão política, que institui diferentes formas de controle sobre ele.
O território é a dimensão espacial do processo de apropriação de uma área por um grupo social, cir-
cunscrito por limites e fronteiras. Em alguns casos, a fronteira se manifesta de forma concreta, em
outros, de forma simbólica, abstrata. Assim, o território é um campo de força composto de diversos
atores sociais que atuam em diferentes escalas, desde o local até o global.
É inconcebível que um espaço que tenha sido alvo de valorização pelo trabalho possa deixar de estar
territorializado por alguém. Assim como o poder é onipresente nas relações sociais, o território está, ou-
trossim, presente em toda a espacialidade social – ao menos enquanto o homem também estiver presente.
SOUZA, Marcelo Lopes de. O território: sobre espaço e poder, autonomia e desenvolvimento.
In: CASTRO, Iná E.; GOMES, Paulo Cesar da C.; CORRÊA, Roberto L. (Org.). Geografia:
conceitos e temas. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 1995. p. 96.
A alfabetização cartográfica
No processo de ensino-aprendizagem de Geografia, o processo de alfabetização geográfica deve
ocorrer paralelamente ao processo de alfabetização cartográfica.
Nesse sentido, é importante o desenvolvimento de habilidades como representar, localizar e orien-
tar. Com esse objetivo são desenvolvidas atividades para que o aluno compreenda e seja capaz de
representar o espaço geográfico e de utilizar mapas.
XVI
Relações espaciais
As relações topológicas são entendidas com o reconhecimento das relações de lateralidade (ao lado,
atrás, em frente) e noções de direção, enfim, noções espaciais que têm como referência o corpo da criança;
e as relações projetivas consideram a compreensão da perspectiva, assim como a explicação das relações
euclidianas pelas medidas e distâncias.
Nesse sentido, o processo da alfabetização cartográfica envolve a compreensão e construção dos seguin-
tes conceitos: visão vertical e oblíqua; lateralidade e orientação; proporção e noções de escala e legenda.
A construção dos conceitos de visão vertical e visão oblíqua facilitará a transposição de imagem tridimensional
para bidimensional; a lateralidade será trabalhada no sentido de desenvolver noções de orientação, favore-
cendo a localização; a compreensão da proporção ajudará a desenvolver as noções de escala; e, finalmente,
a legenda, com a função de, por meio de símbolos, representar objetos, fenômenos e lugares destacados no
mapa, devendo, por esta razão, ser clara e objetiva, no sentido de facilitar a leitura do mapa.
ROMANO, Sonia Maria M. Alfabetização cartográfica: a construção do conceito de visão vertical
e a formação de professores. In: CASTELLAR, Sonia (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas
docentes. 2. ed. São Paulo: Contexto, 2006. p. 157-158.
XVII
4. Desenvolver o pensamento espacial, fazendo uso das linguagens cartográficas e iconográficas, de dife-
rentes gêneros textuais e das geotecnologias para a resolução de problemas que envolvam informações
geográficas.
5. Desenvolver e utilizar processos, práticas e procedimentos de investigação para compreender o mundo
natural, social, econômico, político e o meio técnico-científico e informacional, avaliar ações e propor
perguntas e soluções (inclusive tecnológicas) para questões que requerem conhecimentos científicos da
Geografia.
6. Construir argumentos com base em informações geográficas, debater e defender ideias e pontos de vista
que respeitem e promovam a consciência socioambiental e o respeito à biodiversidade e ao outro, sem
preconceitos de qualquer natureza.
7. Agir pessoal e coletivamente com respeito, autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e
determinação, propondo ações sobre as questões socioambientais, com base em princípios éticos, de-
mocráticos, sustentáveis e solidários.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular.
Brasília: MEC, 2018. p. 366.
4. Avaliação
Estudos sobre as concepções de ensino-aprendizagem enfatizam que a avaliação deve apresen-
tar três funções principais:
• adequar a ação pedagógica às características individuais dos alunos;
• possibilitar a análise dos resultados obtidos pelo grupo-classe em relação aos objetivos estabe-
lecidos inicialmente;
• redirecionar o trabalho de acordo com as necessidades específicas da classe.
Existem diferentes etapas do processo de avaliação que podem integrar o trabalho diário com os
alunos, como avaliações iniciais, reguladoras e finais. Trata-se de uma classificação meramente didá-
tica, pois essas etapas da avaliação estão interligadas e não devem ser separadas do processo mais
global de ensino-aprendizagem, visto que a avaliação deve ser contínua.
XVIII
No cotidiano da sala de aula, o professor poderá utilizar diferentes recursos para realizar cada eta-
pa do processo de avaliação.
Avaliações iniciais
As avaliações iniciais estão presentes nos momentos de introdução de noções, conceitos e pro-
cedimentos de trabalho. Nesse sentido, são propostas situações relacionadas ao diagnóstico das re-
presentações sociais e hipóteses formuladas pelos alunos sobre os conteúdos a serem estudados,
com o objetivo de recuperar os conhecimentos prévios dos alunos obtidos por meio:
• da vivência pessoal (relações familiares, amizades, experiências das pessoas da localidade);
• dos veículos de comunicação (rádio, televisão, jornal, revista, internet etc.);
• do estudo de conteúdos programáticos em anos anteriores.
A socialização dessas atividades favorece a troca entre conhecimentos individuais. É uma estra-
tégia que possibilita estabelecer uma avaliação inicial do grupo-classe e garantir, ao mesmo tempo,
uma ampliação dos repertórios individuais.
Avaliações reguladoras
As avaliações reguladoras visam acompanhar o percurso do aluno, ou seja, os progressos e as di-
ficuldades no seu processo de aprendizagem. Para esse tipo de avaliação, o professor deverá acom-
panhar os registros dos alunos, a entrega de pesquisas e de lições de casa, a participação nos deba-
tes e nos trabalhos em grupo, as entrevistas, entre outras atividades.
Sugerimos a utilização de uma ficha ou de um caderno de registro e de anotações diárias sobre a
atuação, o desenvolvimento e o desempenho dos alunos nas atividades propostas. Esses registros
poderão auxiliar o professor a acompanhar o processo de aprendizagem individual e do grupo-clas-
se em cada unidade de trabalho.
Avaliações finais
As avaliações finais visam verificar os resultados obtidos em relação às competências e habilida-
des, considerando os objetivos previstos.
XIX
Desafio à vista!
Corresponde a uma questão interdisciplinar. Essa questão foi construída a partir de uma articula-
ção entre os objetos de conhecimento e as habilidades definidos pela BNCC, em cada ano, para os
componentes curriculares História e Geografia.
Capítulos
As questões interdisciplinares servem como fio condutor do trabalho nos dois capítulos que com-
põem cada bloco, permitindo desenvolver as habilidades específicas dos componentes curriculares
História e Geografia, relacionando-as à questão interdisciplinar.
LO
TU
11
Í
C AP
e espaço urbano
XX
Cartografando
Um dos focos centrais do ensino de Geografia é a alfabetização carto-
gráfica. Nesse sentido, as atividades propostas na seção Cartografan-
do – incluindo fotos, desenhos, obras de arte, maquetes, croquis, mapas
mentais, gráficos, mapas – permitem desenvolver aspectos da organiza-
ção espacial, possibilitando o trabalho com as habilidades de representar,
localizar e orientar.
Procedimentos de trabalho
Um dos objetivos desta coleção é o desenvolvimento de procedimentos
de trabalho que permitam ao aluno uma progressiva autonomia na cons-
trução do conhecimento.
Esses procedimentos são trabalhados, principalmente, em duas seções:
Investigue
São propostas atividades de coleta e registro de dados em diferentes
fontes – livros, revistas, jornais, internet –, que complementam ou am-
pliam os temas estudados.
Entreviste
As atividades propostas nesta seção permitem aos alunos ter contato
direto com outras crianças ou adultos, possibilitando a convivência e o res-
peito à diversidade existente na comunidade em que vivem, bem como a
obtenção de informações que ampliam os estudos realizados em classe.
XXI
Atividade em dupla: atividades que priorizam a troca de saberes em duplas, visando a uma pro-
dução e posterior exposição ao grupo.
Atividade em grupo: atividades que permitem o trabalho coletivo, que envolve discussões,
tomada de decisões, sistematização e eventual ampliação.
Glossário
Outra forma de ampliação de informações presente
nesta coleção é o glossário, que traz o significado de
palavras que estão destacadas nos textos.
7. O volume do 4o ano
Conhecimentos anteriores e posteriores
Os alunos do 4o ano do Ensino Fundamental possuem conhecimentos prévios construídos a partir
da própria experiência pessoal: família, amigos, meios de comunicação e escola.
No 4o ano, vamos retomar e ampliar os objetos de conhecimento previstos na BNCC para o 3o ano.
XXII
É importante destacar que as habilidades construídas ao longo do 4o ano também estão relacio-
nadas com os conhecimentos posteriores, que serão trabalhados no 5o ano do Ensino Fundamental,
por meio dos objetos de conhecimento referentes aos componentes curriculares História e Geogra-
fia, que compõem a área de Ciências Humanas:
Fonte: elaborado com base em BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília:
MEC, 2018. p. 378 e 414.
XXIII
XXIV
XXV
A circulação de
pessoas e as
transformações
no meio natural.
(EF04HI05) Relacionar
os processos de
ocupação do campo
a intervenções na
natureza, avaliando
os resultados dessas
intervenções.
XXVI
XXVII
XXVIII
––––––; PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e representação. São Paulo: Contexto, 1994.
BARCA, Isabel. O pensamento histórico dos jovens: ideias dos adolescentes acerca da provisorieda-
de da explicação histórica. Braga (Portugal): Universidade do Minho, 2000.
BERGAMASCHI, Maria A. O tempo histórico nas primeiras séries do Ensino Fundamental. Texto de
trabalhos aprovado para a 23a Reunião Anual da ANPEd, Caxambu(MG), set. 2000. Disponível em:
<http://23reuniao.anped.org.br/textos/1317t.PDF>. Acesso em: 11 nov. 2017.
BEZERRA, Holien G. Ensino de História: conteúdos e conceitos básicos. In: KARNAL, Leandro (Org.).
História na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2003.
BITTENCOURT, Circe M. F. Ensino de História: fundamentos e métodos. São Paulo: Cortez, 2004.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
––––––. Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. Ciências Humanas no Ciclo de Alfabeti-
zação. Brasília: MEC/SEB, 2015.
BURKE, Peter. A escrita da História: novas perspectivas. São Paulo: Unesp, 2001.
CALLAI, Helena C. Estudar o lugar para compreender o mundo. In: CASTROGIOVANNI, Antonio C.
(Org.). Ensino de Geografia: práticas e textualizações no cotidiano. Porto Alegre: Mediação, 2000.
––––––. Aprendendo a ler o mundo: a geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental. Caderno
Cedes, Campinas, v. 25, n. 66, maio/ago. 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/ccedes/v25n66/
a06v2566.pdf>. Acesso em: 11 nov. 2017.
––––––; CALLAI, Jaeme L. Grupo, espaço e tempo nas séries iniciais. Revista Espaços da escola, Ijuí
(RS), v. 3, n. 11, p. 9-18, jan./mar. 1994.
CARLOS, Ana Fani A. (Org.). A Geografia na sala de aula. São Paulo: Contexto, 1999.
CARRETERO, Mario. Construir e ensinar as Ciências Sociais e a História. Porto Alegre: Artes Médi-
cas, 1997.
CASTELLAR, Sonia M. V. A alfabetização em Geografia. Revista Espaços da Escola, Ijuí (RS), v. 10,
n. 37, p. 29-46, jul./set. 2000.
––––––. (Org.). Educação geográfica: teorias e práticas docentes. São Paulo: Contexto, 2006.
CASTROGIOVANNI, Antonio C. (Org.). Geografia em sala de aula. 3. ed. Porto Alegre: UFRGS/AGB –
Seção Porto Alegre, 2001.
CAVALCANTI, Lana de Souza. Geografia, escola e construção de conhecimento. 9. ed. Campinas:
Papirus, 2006.
COLL, César et al. O construtivismo na sala de aula. 4. ed. São Paulo: Ática, 1998.
––––––; DEREK, Edwards. Ensino, aprendizagem e discurso em sala de aula. Porto Alegre: Artes
Médicas, 2001.
COOPER, Hillary. Didáctica de la historia en la educación infantil y primaria. Madri (Espanha):
Moratas, 2002.
DEL PRIORE, Mary (Org.). História da criança no Brasil. 4. ed. São Paulo: Contexto, 1996.
DUDENEY, Gavin; NICKY, Hockly; PEGRUM, Mark. Letramentos digitais. São Paulo: Parábola, 2016.
FERMIANO, Maria B.; SANTOS, Adriane S. Ensino de História para o Fundamental 1: teoria e prática.
São Paulo: Contexto, 2014.
FONSECA, Selva G. Didática e prática do ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados.
XXIX
––––––; OLIVEIRA, Ariovaldo U. (Org.). Geografia em perspectiva. São Paulo: Contexto, 2006.
RIBEIRO, Miriam Bianca Amaral; MASCARENHAS, Angela Cristina B.; SILVA, Simei Araujo. As Ciên-
cias Humanas no Ensino Fundamental. In: ANPUH – XXIII Simpósio Nacional de História. Londrina:
UEL, 2005. p. 1-3.
RIO GRANDE DO SUL (Estado). Secretaria de Estado da Educação. Departamento Pedagógico. Re-
ferencial Curricular. Lições do Rio Grande: Linguagens, Códigos e suas Tecnologias, Língua Portugue-
sa e Literatura, Língua Estrangeira Moderna. Volume 1. Porto Alegre: Seduc, 2009.
XXX
XXXI
Mobilizando
conhecimentos
Orientações para
exploração da imagem
de abertura e identificação
dos conhecimentos
prévios dos alunos sobre Textos para
os assuntos da unidade. aprofundamento
Textos teóricos e
metodológicos selecionados
para aprimorar o trabalho
docente em sala de aula.
Questão
interdisciplinar Retomando
Apresentação da questão a questão
interdisciplinar proposta interdisciplinar
na seção Desafio à vista! Indicação de
do livro do aluno. possibilidades de
trabalho com a seção
Objetivos do Ligando os pontos,
capítulo do livro do aluno.
Apresentação dos
objetivos do capítulo.
Habilidades
Apresentação das ha-
bilidades que terão
seu desenvolvimento
favorecido no capítulo.
Fonte histórica
Subsídio para o trabalho
com o tipo de fonte
Alfabetização histórica apresentada
cartográfica na seção Explorar fonte
Orientações de histórica, do livro do aluno.
trabalho com a seção
Cartografando, do
livro do aluno. Encaminhamento
Sugestões de
encaminhamento e
propostas complementares
para facilitar o trabalho
em sala de aula.
XXXII
Mobilizando
conhecimentos
As atividades propostas possi-
bilitam aos alunos observar e
interpretar uma representação
– o cartão-postal – de alguns
aspectos do cotidiano de uma
rua de uma cidade brasileira
há cerca de 170 anos.
desenvolver novos meios de locomoção permitindo viagens cada vez mais longas,
seguras e frequentes. O fascínio pelos novos meios de transporte é frequentemente
retratado nos postais [...]. Essas condições aliadas às novas condições de trabalho
que regulamentavam os períodos de férias e descanso criavam o ambiente ideal para
o desenvolvimento do turismo entre as classes emergentes que encontraram no car-
tão-postal um instrumento privilegiado e acessível de comunicação.
FRANCO, Patrícia dos Santos. Cartões-postais: fragmentos de lugares,
pessoas e percepções. Métis: história & cultura, v. 5, n. 9, p. 28, jan./jun. 2006.
Disponível em: <http://ucs.br/etc/revistas/index.php/metis/article/view/File/782/546>.
Acesso em: 19 jan. 2018.
Questão interdisciplinar
A questão apresentada possi-
bilita aos alunos refletir sobre
a importância das diferentes
formas de representação cria-
das ao longo da história da
humanidade.
Objetivo do capítulo
Possibilitar aos alunos identifi-
car algumas formas de repre-
sentação, criadas pelos seres
humanos ao longo do tempo.
Habilidade
(EF04HI01)
Reconhecer a história como
resultado da ação do ser hu-
mano no tempo e no espaço,
com base na identificação de
mudanças e permanências ao
longo do tempo.
• Encaminhar a observação da
imagem do registro rupestre,
perguntando aos alunos, por
exemplo: “Vocês já viram ani-
mais como esse? Há quanto
tempo essa representação foi
registrada? Que materiais as
pessoas utilizavam para fazer
esses registros?”.
• Comentar que esse registro foi
encontrado em uma caverna
em Altamira, na Espanha, onde
há diversos registros rupestres
com representações de ativi- Registro rupestre e interdisciplinaridade
dades do cotidiano.
A Arte rupestre, como a precursora da comunicação e expressão visual humana,
• Se possível, propor aos alu-
possibilitou ao homem o desenvolvimento da cultura de imagens. Essa cultura, construída
nos uma busca, na internet,
de imagens e vídeos das vá-
a partir de inscrições e desenhos feitos em paredes das grutas e cavernas, proporcionou
rias representações rupestres o surgimento de uma infinidade de símbolos que passaram a determinar e interagir com
da caverna. o processo cognitivo humano, desde a pré-história até a contemporaneidade.
Em um breve histórico da arte, Souza (2006, p. 153) coloca que
“O homem, independentemente do período histórico que tenha vivido, sempre
sentiu necessidade de se expressar por meio de desenhos, pinturas, fotografia, mú-
sica, dança, escrita, ou seja, a comunicação e a expressão fazem parte da natureza
10
humana [...]. O que faz com que haja tantos movimentos artísticos é a diferença
entre os homens e os movimentos históricos, pois desde sempre o homem represen-
tou, por meio da arte, o período histórico que esteve vivendo”.
Percebe-se [...] o diálogo entre as áreas do conhecimento de História e Arte. Tal
constatação evidencia ao professor a necessidade e a importância de uma prática-
-pedagógica interdisciplinar. [...]
ARANHA, Camilo de Figueiredo et al. Arte rupestre: contextualizando, lendo e fazendo arte
como na pré-história, p. 2. Disponível em: <http://www.afirse.com/archives/cd11/GT%2010%20-%20
PR%C3%81TICAS%20EDUCATIVAS%20E%20DIVERSIDADE%20CULTURAL/1010%20-%20
ARTE%20RUPRESTE%20-%20camilo.pdf>. Acesso em: 12 dez. 2017. (Título adaptado.)
11
12
• Orientar o desenvolvimento
das atividades propostas.
Pictograma e cotidiano
Presentes em várias situações cotidianas, nas etiquetas de roupas, nas telas de
computadores, celulares e outros dispositivos móveis de comunicação, em equipa-
mentos de uso doméstico, na sinalização de edifícios públicos, em mapas e guias
turísticos, nas indicações de uso obrigatório, os pictogramas regulam o fluxo de
pessoas em ambientes públicos e orientam o comportamento socialmente adequado
no uso de diferentes equipamentos urbanos [...].
RANOYA, Guilherme et al. Pictogramas na comunicação de espaços públicos:
reflexões sobre o processo do design. Novos Olhares, v. 1, n. 2, p. 9, 2012. Disponível em:
<http://www.revistas.usp.br/novosolhares/article/view/55396/59000>.
Acesso em: 12 dez. 2017. (Título adaptado.)
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16
Tema contemporâneo
Diversidade cultural
Melatti defende o uso da ortografia oficial: Este é um bom momento para
[...] a CGNT não é mais precisa do que a grafia oficial [...]; não é utilizada pelos trabalhar o conhecimento e o
dicionários, que são o recurso mais imediato para sanar dúvidas. repeito à diversidade de formas
MELATTI, Julio Cezar. Nomes de tribos. Ciência Hoje, v. 10, n. 56, p. 2, 1989. In: de registro e comunicação.
BRASIL. Fundação Nacional do Índio. Manual de Redação Oficial da Funai. Brasília:
Funai, 2016. p. 21. Disponível em: <http://www.funai.gov.br/arquivos/conteudo/cogedi/
pdf/Outras_Publicacoes/Manual_de_Redacao_Oficial_da_Funai/Manual%20de%20
Redacao%20Oficial%20da%20Funai.pdf>. Acesso em: 23 nov. 2017.
Nesta coleção, optamos por utilizar as regras da ortografia oficial para os nomes
dos povos indígenas, seguindo os argumentos de Melatti e considerando o processo
de alfabetização/letramento nos anos iniciais do Ensino Fundamental.
17
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos conhe-
cer algumas formas de repre-
sentação do espaço geográfi-
co, como o mapa, a planta, o
globo e as fotografias aéreas.
Compreender o processo de
elaboração de mapas. Conhe-
cer formas de orientação no
espaço geográfico por meio
da observação da posição do
Sol no céu e das direções car-
deais em uma rosa dos ventos.
Compreender o conceito de
escala; elaborar planta carto-
gráfica; ler e interpretar in-
formações contidas em uma
representação cartográfica:
título, legenda, escala, fonte e
orientação. Identificar as prin-
cipais características de mapas
políticos, temáticos e físicos.
Habilidades
(EF04GE09)
Utilizar as direções cardeais na
localização de componentes
físicos e humanos nas paisa-
gens rurais e urbanas.
(EF04GE10)
Comparar tipos variados de
mapas, identificando suas ca-
racterísticas, elaboradores,
finalidades, diferenças e se-
melhanças.
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21
A simbologia cartográfica
Um mapa é, definitivamente, um conjunto de sinais e de cores que traduz a men-
sagem expressa pelo autor. Os objetos cartografados, materiais ou conceituais, são
transcritos através de grafismo ou símbolos [...].
A tendência mais antiga tem sido a de utilizar tanto quanto possível símbolos “na-
turais”, figurativos ou analógicos, de forma que possam ser reconhecidos sem difi-
culdade. [...] toda vez que o desenho o permite, os objetos materiais e as formas reais
(construções, redes viárias, limites de campos ou de florestas...) merecem ser represen-
tados por seus contornos exatos em projeção. [...] A vantagem dos símbolos abstratos
22
é que um mesmo grafismo pode ser utilizado para ilustrar objetos muito diversos.
É por isso que seu uso se difundiu tão bem em cartografia temática. [...]
A liberdade do cartógrafo, no entanto, não é ilimitada, ainda que sua imaginação
possa manifestar-se amplamente. Isso porque o mapa não é uma convenção qualquer.
Ele é um meio de transmitir uma visão sobre o mundo e de convencer o leitor. Para
ser inteligível, ele implica uma certa lógica e, para ser claro, uma certa elegância na
apresentação. Nessas condições, um mau uso da simbologia cartográfica pode levar a
grandes erros de interpretação.
JOLY, Fernand. A cartografia. Campinas: Papirus, 1990. p. 17-20.
23
24
Conceito de escala
Para chegar-se a ter o conceito de escala, deve-se inicialmente trabalhar com a no-
ção de proporção, o que se pode começar a partir da 1a série, em desenhos nos quais a
criança vai representar elementos em diferentes tamanhos. O professor deverá sempre
trabalhar com papel quadriculado de várias proporções, para que a criança possa
adquirir a percepção de que um objeto pode ser desenhado em diversos tamanhos.
SIMIELLI, Maria Elena. O mapa como meio de comunicação e a alfabetização cartográfica. In:
ALMEIDA, Rosângela Doin de (Org.). Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007. p. 92.
25
26
Castro (1995, p. 136), “as escalas, portanto, definem modelos espaciais de totalidades
sucessivas e classificadoras e não uma progressão linear de medidas de aproximação
sucessivas”. Para Castro (1995, p. 130), deve-se apreender com cuidado a relação
entre o tamanho espacial e o fenômeno abordado: “a noção de escala inclui tanto a
relação como a inseparabilidade entre tamanho e fenômeno”.
HORTA, Célio Augusto da Cunha. Escala espacial e Geografia: pela transposição da região.
Geografias, v. 9, n. 2, p. 90, 2013. Disponível em: <http://www.igc.ufmg.br/portaldeperiodicos/index.
php/geografias/article/viewFile/594/464>. Acesso em: 13 dez. 2017.
27
Alfabetização
cartográfica
A atividade possibilita aos alu-
nos conhecer as partes funda-
mentais de uma representação
cartográfica em forma de mapa
e interpretar informações nele
contidas.
Alfabetização cartográfica
[...] julgamos que o aprendizado da Cartografia tem grande importância para a socie-
dade contemporânea [...]; dessa forma, é essencial a aprendizagem, e consequentemente
o domínio, de conceitos e referenciais espaciais para deslocamento e ambientação.
A alfabetização cartográfica propiciará aos alunos a possibilidade e a capacidade
de visualização da organização espacial, considerada imprescindível para educar as
pessoas para a autonomia visando a uma ação independente. Essa autonomia, por seu
turno, é alcançada pelo pensamento próprio, pelas tomadas de decisões, pela criativi-
dade e por vários outros elementos. [...] é necessário saber ler e escrever, fazer contas,
ler mapas, tabelas, gráficos, entre outros (PASSINI, 1994).
28
[...]
Para que o aluno chegue à representação do espaço a fim de realizar estudos
geográficos, ele precisa enfrentar os problemas que se encontram na elaboração
dos mapas, até hoje defrontados pelos cartógrafos, referentes em saber qual o sis-
tema de localização, projeção, escala e simbologia adequado a ser utilizado em
determinados mapas.
MACHADO, José Roberto; DIAS, Fernanda Ferreira Passos. Alfabetização cartográfica
no ensino de Geografia nos anos iniciais do Ensino Fundamental: importância e desafios.
Acta Geográfica, v. 7, n. 14, p. 154-155, jan.-abr. 2013. Disponível em: <https://revista.ufrr.
br/actageo/article/view/717/1000>. Acesso em: 13 dez. 2017. (Título adaptado.)
29
30
[...]
Assim, a cartografia é uma das ferramentas indispensáveis à compreensão do con-
ceito de espaço geográfico, a partir da concepção de um espaço mais humano e iguali-
tário e não apenas o espaço excludente, da mesma forma como era tida a ciência car-
tográfica disponível e a serviço do Estado e das forças militares, enquanto a sociedade
não tinha acesso a tais informações.
ALVES, Cícera Cecília Esmeralda; SIEBRA, Firmiana Santos Fonseca. A importância
das representações cartográficas na compreensão e construção do conceito de espaço
geográfico em sala de aula. In: 10o Encontro Nacional de Prática de Ensino em Geografia.
Porto Alegre, 30 ago.-2 set. 2009. Disponível em: <http://www.agb.org.br/XENPEG/artigos/
GT/GT5/tc5%20%2813%29.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2017. (Título adaptado.)
31
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm a
possibilidade, por meio da rea-
lização das atividades propos-
tas, de retomar a questão da
seção Desafio à vista! e refletir
sobre algumas formas de repre-
sentação utilizadas pelos seres
humanos ao longo do tempo.
32
33
Questão interdisciplinar
A questão proposta permite
aos alunos refletir sobre as
mudanças e permanências na
vida dos moradores do campo
e da cidade.
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos compre-
ender como as pessoas trans-
formam o espaço geográfico;
identificar elementos dos es-
paços urbano e rural; conhecer
o trabalho das pessoas e suas
atividades nos três setores da
economia (primário, secundá-
rio e terciário); refletir sobre a
ocupação do espaço rural e a
distribuição das terras.
Habilidade
(EF04GE07)
Comparar as características
do trabalho no campo e na
cidade.
34
35
Alfabetização
cartográfica
A atividade possibilita aos
alunos interpretar informa-
ções a respeito dos limites das
áreas urbana e rural a partir
da leitura da legenda e da
observação do mapa.
Elementos de representação
As convenções cartográficas abrangem símbolos que, atendendo às exigências da
técnica, do desenho e da reprodução fotográfica, representam, de modo mais expres-
sivo, os diversos acidentes do terreno e objetos topográficos em geral. Elas permitem
ressaltar esses acidentes do terreno, de maneira proporcional à sua importância, prin-
cipalmente sob o ponto de vista das aplicações da carta.
[...]
É necessário observar, com o máximo rigor, as dimensões e a forma característica
de cada símbolo, a fim de se manter, sobretudo, a homogeneidade que deve predomi-
nar em todos os trabalhos da mesma categoria.
36
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39
40
41
42
43
Agroindústria no Brasil
O setor agrícola tem grande importância na economia brasileira. [...] Além disso,
o Brasil é também um dos maiores produtores mundiais neste setor. Considerando-se
o valor da produção agropecuária dos países da Organização Econômica para Coope-
ração e Desenvolvimento (OECD), a produção brasileira perde apenas para a europeia
e americana. Entretanto, o país tem ainda grande potencial de crescimento. Em 2007,
a produção agropecuária da União Europeia foi mais de 2,5 vezes superior à brasileira.
Já o valor da produção dos Estados Unidos foi o dobro da produção do Brasil naquele
mesmo ano (OECD, 2011).
44
45
46
[...]
O encadeamento produtivo dos serviços na economia exemplifica a importância
fundamental do setor para a indústria e a agricultura. [...] Assim sendo, dispor de um
setor de serviços moderno, competitivo, inovador e com potencial de internacionali-
zação é fundamental para qualquer economia sustentar sua capacidade de geração de
emprego e renda no século XXI.
BRASIL. Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços. A importância do setor
terciário. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br/index.php/comercio-servicos/a-secretaria-
de-comercio-e-servicos-scs/402-a-importancia-do-setor-terciario>. Acesso em: 13 dez. 2017.
47
Objetivo do capítulo
Possibilitar aos alunos conhe-
cer o processo de mudanças
das cidades brasileiras, que
suscitou alterações na estru-
tura urbana e nas formas de
sociabilidade do cotidiano.
Habilidade
(EF04HI03)
Identificar as transformações
ocorridas na cidade ao lon-
go do tempo e discutir suas
interferências nos modos de
vida de seus habitantes, to-
mando como ponto de partida
o presente.
48
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51
52
com a pluralidade cultural. Claro que o termo Antiguidade condensa vários povos, reli-
giões e línguas diferentes, em períodos de tempo longuíssimos, mas que na sala de aula,
por vezes, são colocados todos como pertencentes a um mesmo quadro cultural. Nesse
sentido, a contribuição de outras áreas do conhecimento para o estudo da história anti-
ga, como a arqueologia e a antropologia, é fundamental.
SILVA, Lisiana Lawson Terra da; GONÇALVES, Jussemar Weiss. O ensino
de história antiga: algumas reflexões. In: XXVIII Simpósio Nacional de História.
Florianópolis, 27-31 jul. 2015, p. 7. Disponível em: <http://www.snh2015.anpuh.org/
resources/anais/39/1434418680_ARQUIVO_OENSINODEHISTORIAANTIGA.
anpuh.doc,p.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2017. (Título adaptado.)
53
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56
[...]
Recentemente começamos a perceber que, assim como não podemos deixar o lixo
acumular dentro de nossas casas, é preciso conter a geração de resíduos e dar um tra-
tamento adequado ao lixo no nosso planeta. Para isso, será preciso conter o consumo
desenfreado, que gera cada vez mais lixo, e investir em tecnologias que permitam dimi-
nuir a geração de resíduos, além da reutilização e da reciclagem dos materiais em desuso.
Consumo sustentável: manual de educação. Brasília: Consumers International/MMA/MEC/
IDEC, 2005. p. 114. Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/publicacao8.pdf>.
Acesso em: 13 dez. 2017.
57
58
possibilidade de terem uma vida noturna, deste modo se afastando da “escuridão” dos
séculos anteriores, quando a iluminação pública era quase inexistente. [...].
Muitas cidades brasileiras adentram o século XIX muito carentes de iluminação
pública. [...] Desse modo, podemos afirmar que a população apresentava somente
hábitos diurnos. [...]
MAIA, Doralice Sátyro; GUTIERRES, Henrique Elias Pessoa; SOARES, Maria Simone Morais. A
iluminação pública da cidade da Parahyba: século XIX e início do século XX. Fênix – Revista de História e
Estudos Culturais, v. 6, ano VI, n. 2, p. 3-4, abr.-jun. 2009. Disponível em: <http://www.revistafenix.pro.br/
PDF19/Artigo_03_Doralice_Satyro_Maia.pdf>. Acesso em: 13 dez. 2017. (Título adaptado.)
59
60
mente, de usinas movidas a diesel, que são poluentes e caras, a energia não pode ser
propriedade de ninguém, dado o seu caráter universal e público. Apesar disso, ainda
são muitas as comunidades onde não existe energia elétrica e a pobreza é a marca da
segregação, traduzida pela falta de acesso aos bens e serviços, e, mais do que isso, pe-
las desigualdades entre os que podem comprar energia e os que não podem.
61
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm
a possibilidade, por meio da
realização das atividades pro-
postas, de retomar a questão
da seção Desafio à vista! e
refletir sobre algumas carac-
terísticas da vida cotidiana dos
moradores do campo e da ci-
dade, identificando algumas
mudanças e permanências
constituídas no transcorrer
do tempo histórico.
62
63
Mobilizando
conhecimentos
As atividades possibilitam aos
alunos conhecer um mapa de
1592, produzido por um euro-
peu, representando a América
do Sul e refletir sobre formas
de representação em diferentes
tempos.
A retratação da América do Sul foi baseada no mapa Pedro Mártir de 1587 e atra-
vés das obras de Gastaldi.
Mapa de Theodore De Bry que mostra Brasil no fim do século XVI completa há 420 anos. Rede
Brasileira de História Ambiental, 23 set. 2012. Disponível em: <http://www.historiaambiental.org/
mapa-de-theodore-de-bry-que-mostra-brasil-no-fim-do-seculo-xvi-completa-ha-420-anos/>.
Acesso em: 18 jan. 2018. (Título adaptado.)
65
Questão interdisciplinar
A questão apresentada possi-
bilita aos alunos refletir sobre
as formas de organização do
território brasileiro atualmente
e em outros tempos.
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos conhecer
a divisão político-administrati-
va brasileira; compreender as
formas de administração no
município, governo e estado;
localizar informações em uma
planta com quadrículas; identi-
ficar características dos poderes
Legislativo, Executivo e Judiciá-
rio; diferenciar os significados
de divisa, limite e fronteira;
localizar o território brasileiro
no continente americano.
Habilidades
(EF04GE03)
Distinguir funções e papéis dos
órgãos do poder público muni-
cipal e canais de participação
social na gestão do Município,
incluindo a Câmara de Verea-
dores e Conselhos Municipais.
(EF04GE05)
Distinguir unidades político-
-administrativas oficiais nacio-
nais (Distrito, Município, Uni-
dade da Federação e grande
região), suas fronteiras e sua A paisagem e o olhar atento
hierarquia, localizando seus A paisagem revela uma história, o passado inscrito nas formas geradas por tempos
lugares de vivência. diferenciais acumulados, mas sempre atuais, sincrônicos e diacrônicos, que produzem
uma impressão apreendida pelos sentidos. [...]
• Propor aos alunos que obser-
Mas para além da percepção a paisagem revela-nos, numa imagem aparentemente
vem a fotografia de Goiânia imóvel, um conjunto cheio de sentido, o ser humano se identifica com os espaços da
e descrevam as características vida pressentidos através da paisagem. É por isso que para além da fixidez aparente
da paisagem. da paisagem há um ritmo que releva um tempo, que por sua vez é uma vida que se
descortina ao olhar atento. Ganha cores e matizes de acordo com as necessidades da
reprodução da vida humana. As relações com o lugar se determinam no cotidiano,
66
67
Alfabetização
cartográfica
A atividade possibilita aos
alunos localizar pontos de
referência em uma planta
com quadrículas e identificar
alguns elementos da cidade
de Goiânia.
69
70
Ceará – CE, Goiás – GO, Maranhão – MA, Pará – PA, Pernambuco – PE, Piauí – PI,
Rondônia – RO, Sergipe – SE, Tocantins – TO; V) – Também nesse caso, se já havia
uma sigla resultante por esse processo, a diferenciação se fez por algum outro artifício:
Amapá – AP, Paraíba – PB, Paraná – PR, Roraima – RR.
COSTA, José Maria da. As siglas dos estados brasileiros. Migalhas, 6 jul. 2011. Disponível em:
<http://www.migalhas.com.br/Gramatigalhas/10,MI127056,91041-Siglas+dos+estados+brasileiros>.
Acesso em: 15 dez. 2017.
71
Poder Legislativo
Tem como função primordial, típica, a de legislar, sendo encarregado da elabora-
ção das Leis. Secundariamente, administra e julga. É também denominado Parlamen-
to, Congresso ou Assembleia. Representa a vontade popular na feitura das leis e nas
reclamações de outras medidas subsequentes à coletividade. [...]
Poder Executivo
Embora administrar seja a função típica, o Executivo tem outras atribuições, desde a
expedição de atos com força de lei (medidas provisórias), até a participação no processo
legislativo, pela iniciativa, sanção, veto e promulgação das leis. Os chefes dos Poderes Exe-
cutivos exercitam suas principais funções jurídicas através dos decretos e regulamentos. [...]
72
73
Brasília
Brasília, a capital da República Federativa do Brasil, localizada no território do
Distrito Federal foi inaugurada em 21 de abril de 1960, pelo então presidente Jusce-
lino Kubitschek, sendo a 3a capital do Brasil. A partir dessa data iniciou-se a trans-
ferência dos principais órgãos da administração federal para a nova capital com a
mudança das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário Federais.
No dia 2 de outubro de 1956, em campo aberto, o presidente Kubitschek assinou o
primeiro ato no local da futura capital [...].
Em 1891, o artigo 3o da Constituição promulgada naquele ano determinava uma
área de 14 mil quilômetros quadrados seria demarcada no Planalto Central, para onde
74
Tema contemporâneo
Educação em direitos
humanos
Essa é uma boa oportunida-
de para tratar dos direitos
humanos e da construção da
cidadania.
seria transferida a futura capital do País. Em 1955, o presidente Café Filho delimitou
• Comentar com os alunos so-
uma área de 50 mil quilômetros quadrados, onde hoje é o atual Distrito Federal. No bre a experiência de realizar
ano seguinte, o presidente Juscelino Kubitschek de Oliveira começou o processo de a entrevista e descobrir como
instalação da Nova Capital. Lúcio Costa partiu do traçado de dois eixos, cruzados e funcionam as atividades de
em ângulo reto, como uma cruz para criar o projeto urbanístico brasiliense. um prefeito e das secretarias
História de Brasília. Conferência Nacional de Educação 2010. Disponível em: <http:// e Conselhos Municipais.
conae.mec.gov.br/index.php?catid=99:informacoes-sobre-brasilia&id=330:historia-de- • Conversar sobre ações para me-
brasilia&option=com_content&view=article>. Acesso em: 15 dez. 2017.
lhorar o acesso da população
a seus direitos.
75
76
André, tendo por base diferentes autores, ainda abre uma distinção entre delimitação
e demarcação. A delimitação vem a ser o procedimento de se identificar o limite da fron-
teira, a demarcação, por sua vez, compreende a escolha dos marcos que irão significar
a divisa no terreno.
EVANGELISTA, Helio de Araujo. A fusão dos estados da Guanabara e do Rio de Janeiro
segundo uma perspectiva de análise geográfica. Rio de Janeiro: UFRJ, 1998. Disponível em:
<http://www.feth.ggf.br/Fronteiras%20e%20limites.htm>. Acesso em: 15 dez. 2017.
77
79
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos identifi-
car as formas de organização
espacial do território brasileiro
no passado e no presente e es-
tabelecer os vínculos históricos
entre elas.
Habilidade
Comparar diversas formas de
organização do território bra-
sileiro em diferentes tempos,
identificando algumas mudan-
ças e permanências.
80
81
Terras Indígenas
A definição de terras tradicionalmente ocupadas pelos índios encontra-se no pará-
grafo primeiro do artigo 231 da Constituição Federal: são aquelas “por eles habitadas
em caráter permanente, as utilizadas para suas atividades produtivas, as imprescindí-
veis à preservação dos recursos ambientais necessários a seu bem-estar e as necessá-
rias a sua reprodução física e cultural, segundo seu usos, costumes e tradições”.
No artigo 20 está estabelecido que essas terras são bens da União, sendo reconhe-
cidos aos índios a posse permanente e o usufruto exclusivo das riquezas do solo, dos
rios e dos lagos nelas existentes.
82
Não obstante, também por força da Constituição, o Poder Público está obrigado
a promover tal reconhecimento. Sempre que uma comunidade indígena ocupar de-
terminada área nos moldes do artigo 231, o Estado terá que delimitá-la e realizar a
demarcação física dos seus limites. A própria Constituição estabeleceu um prazo para
a demarcação de todas as Terras Indígenas (TIs): 5 de outubro de 1993. Contudo, isso
não ocorreu, e as TIs no Brasil encontram-se em diferentes situações jurídicas.
INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL. O que são Terras Indígenas. Povos indígenas no
Brasil. Disponível em: <https://pib.socioambiental.org/pt/O_que_s%C3%A3o_Terras_
Ind%C3%ADgenas%3F>. Acesso em: 4 jul. 2018. (Título adaptado.)
83
Coroa/ nesta está a Bahia de Todos os Santos e Cidade do Salvador onde assiste o
Governador e o Bispo, todas as demais são vilas exceto a cidade de São Sebastião
no Rio de Janeiro/ capitania de Pero de Goes a qual cidade foi tomada aos franceses
pelo Governador Mem de Sá/ as melhores e mais ricas destas capitanias são a de
Sua Majestade [...]”.
UFRGS. Instituto de Geociências. Mapa das Capitanias Hereditárias – 1586.
Disponível em: <http://www.ufrgs.br/igeo/m.topografia/index.php/component/
content/article/12-mapas/106-mapa-das-capitanias-hereditarias-do-brasil-1586>.
Acesso em: 18 jan. 2018. (Título adaptado.)
85
Fonte histórica
escrita: carta
A atividade proposta possibilita
explorar com os alunos a noção
de fonte histórica escrita por
meio da análise de uma carta.
87
Funções do vereador
A função legislativa consiste em elaborar, apreciar, alterar ou revogar as leis de
interesse para a vida do município. Essas leis podem ter origem na própria Câmara
ou resultar de projetos de iniciativa do Prefeito, ou da própria sociedade, através da
iniciativa popular.
A função fiscalizadora está relacionada com o controle parlamentar, isto é, a ati-
vidade que o Poder Legislativo exerce para fiscalizar o Executivo e a burocracia. [...].
Como funções atípicas, a Câmara tem também competência administrativa e
judiciária.
88
Na sua função administrativa, a Câmara gerencia seu próprio orçamento, seu pa-
trimônio e seu pessoal. A Câmara também exerce uma função administrativa quando
organiza seus serviços, como a composição da Mesa Diretora, a organização e o fun-
cionamento das Comissões, etc.
A Câmara exerce uma função judiciária, porque cabe a ela processar e julgar o Prefeito
por crime de responsabilidade, além de julgar os próprios Vereadores, inclusive o Presiden-
te da Câmara, em caso de irregularidades, desvios éticos ou falta de decoro parlamentar.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA. Controladoria-Geral da União. O vereador e a fiscalização dos
recursos públicos municipais. Brasília: CGU, 2009. p. 16-17. Disponível em: <http://www.cgu.gov.br/
cartilhavereadores/@@download/file/CartilhaVereadores.pdf>. Acesso em: 15 dez. 2017.
(Título adaptado.)
89
90
• Semelhanças:
✓✓ os dois mapas apresentam
cinco regiões;
✓✓ as regiões Norte, Nordeste
e Sul aparecem em ambos
os mapas.
91
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm
a possibilidade, por meio da
realização das atividades pro-
postas, de retomar a questão
da seção Desafio à vista! e
identificar no mapa alguns
aspectos do território brasi-
leiro, com destaque para as
unidades da federação e os
municípios que se localizam
na fronteira com outros países.
93
Questão interdisciplinar
A questão apresentada possi-
bilita aos alunos identificar as
atividades humanas que alte-
raram as paisagens naturais,
ressignificando os espaços e
as relações sociais.
Objetivo do capítulo
Possibilitar aos alunos refletir
sobre as diversas atividades de-
senvolvidas pelos seres huma-
nos e sua relação com alguns
elementos da natureza, como
outros animais e plantas.
Habilidades
(EF04HI02)
Identificar mudanças e per-
manências ao longo do tem-
po, discutindo os sentidos dos
grandes marcos da história
da humanidade (nomadismo,
desenvolvimento da agricultu-
ra e do pastoreio, criação da
indústria etc.).
(EF04HI04)
Identificar as relações entre os
indivíduos e a natureza e dis-
cutir o significado do nomadis-
mo e da fixação das primeiras
comunidades humanas.
(EF04HI05)
Relacionar os processos de ocu- Arqueologia das escolas
pação do campo a intervenções [...] a arqueologia pode beneficiar muito a preservação da cultura material da es-
na natureza, avaliando os re- cola com a compreensão das dimensões sociais de transferência de conhecimento. Do
sultados dessas intervenções. mesmo modo, ao se ter em mente os aspectos da materialidade das escolas, é possível
enriquecer a compreensão da relação entre os vestígios de materiais e as perspectivas
formadoras das novas gerações.
REIS, Magali et al. Para uma arqueologia da prática escolar na educação da
infância. Educação. Porto Alegre, v. 39, n. 1, p. 118-119, jan.-abr. 2016. Disponível
em: <revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/faced/article/download/20091/14582>.
Acesso em: 15 dez. 2017. (Título adaptado.)
94
95
Fonte histórica
material: instrumentos
de trabalho
A atividade proposta possibilita
aos alunos refletir sobre um
tipo de fonte histórica mate-
rial – instrumentos de trabalho
– reconstituída dos vestígios
encontrados por arqueólogos.
96
97
98
particular, que compreende todas as regiões ganhas pela agricultura oriundas desse
centro. No entanto, certos centros não deram origem a uma área de extensão tão
importante. Esses centros pouco ou nada irradiantes foram, a seguir, englobados
numa ou noutra das áreas de extensão precedentes dos centros irradiantes.
MAZOYER, Marcel; ROUDART, Laurence. História das agriculturas no mundo:
do neolítico à crise contemporânea. São Paulo: Unesp, 2008. p. 100.
99
100
Tema contemporâneo
Educação ambiental
Este é um bom momento
para conversar com os alunos
sobre os impactos das ativida-
des humanas no ambiente e
as formas de minimizar esses
impactos.
101
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos conhe-
cer algumas características das
paisagens naturais brasileiras;
interpretar um mapa de relevo;
conhecer as principais formas de
relevo do Brasil; relacionar rios
às formas de relevo; obter in-
formações a respeito das bacias
hidrográficas brasileiras; iden-
tificar a interferência da ação
antrópica na transformação da
paisagem e suas consequências.
Habilidade
(EF04GE11)
Identificar as características das
paisagens naturais e antrópicas
(relevo, cobertura vegetal, rios
etc.) no ambiente em que vive,
bem como a ação humana na
conservação ou degradação
dessas áreas.
Altitudes no Brasil
O IBGE atualizou as altitudes de sete pontos culminantes brasileiros [...]. Determinou
aumentos de 1,52m tanto no Pico da Neblina (mais alto) quanto no Pico 31 de Março
(segundo mais alto), que passaram a ter 2.995,30 m e 2.974,18 m, respectivamente. Em
relação aos outros cinco pontos culminantes, houve reduções nas altitudes inferiores a
um metro.
A determinação da altitude em locais de difícil acesso sempre representou um gran-
de desafio para o campo das geociências. No passado, a alternativa era o nivelamento
barométrico, realizado com o barômetro, instrumento criado no século 17 e utilizado
para medir a pressão atmosférica, altitude e mudanças no tempo. No entanto, os valores
102
103
105
• Retomar os conhecimentos
que foram construídos com
relação às diferentes formas
do relevo, destacando aspec-
tos dos rios de planalto e dos
rios de planície.
• Solicitar aos alunos que ob-
servem as duas fotografias e
identifiquem semelhanças e
diferenças entre elas.
• Ler as legendas das fotogra-
fias e localizar em um mapa
político os municípios citados.
• Realizar a leitura coletiva do
texto e relacionar os concei-
tos às paisagens representa-
das nas fotografias.
• Pedir aos alunos que obser-
vem o bloco-diagrama que re-
presenta rios e afluentes e co-
mentem a relação dos rios com
o relevo: ao longo do tempo,
suas águas podem, por exem-
plo, causar desgaste de ma-
teriais em algumas áreas e
deposição de materiais trans-
portados em outras.
O curso inferior do rio corresponde às zonas mais próximas de sua foz. A inclinação
do terreno torna-se quase nula, há pouca erosão e quase nenhum transporte. O vale
alarga-se e o rio corre sobre os sedimentos depositados. A foz pode estar livre de sedi-
mentação ou podem surgir aí acumulações de aluviões que dificultam a saída da água.
No primeiro caso, recebe o nome de estuário e no segundo, formam-se os deltas.
PARANÁ (Governo do Estado). Secretaria da Educação. Hidrografia: esquema de um rio.
Dia a Dia da Educação. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/galeria/
detalhe.php?foto=1514&evento=7>. Acesso em: 18 jan. 2018.
107
108
Tema contemporâneo
Educação ambiental
Este é um momento adequado
para avaliar a interferência
das pessoas na preservação
do meio ambiente no lugar
de viver dos alunos.
[...] Há alguns anos, vários problemas de natureza social e econômica vêm afetando
o percurso natural do rio, como o assoreamento, o desmatamento de suas várzeas, a
poluição, a pesca predatória, as queimadas, o garimpo e a irrigação.
Quinhentos anos depois de seu descobrimento, o Rio São Francisco é, ainda hoje,
o principal recurso natural que impulsiona o desenvolvimento regional, gerando ener-
gia elétrica para abastecer todo o Nordeste e parte do estado de Minas Gerais, através
das hidrelétricas de Paulo Afonso, Xingó, Itaparica, Sobradinho e Três Marias.
MACHADO, Regina Coeli Vieira. Rio São Francisco. Fundação Joaquim Nabuco – Pesquisa Escolar.
Disponível em: <http://basilio.fundaj.gov.br/pesquisaescolar./index.
php?option=com_content&view=article&id=225>. Acesso em: 16 dez. 2017.
109
Tempo e clima
Segundo o INMET (Instituto Nacional de Meteorologia), existe diferença entre o
tempo e o clima. O tempo é o estado físico das condições atmosférica em um deter-
minado momento e local. Isto é, a influência do estado físico da atmosfera sobre a
vida e as atividades do homem. O clima é o estudo médio do tempo para o determi-
nado período ou mês em uma certa localidade. Também, se refere às características
da atmosfera inseridas das observações contínuas durante um certo período. O clima
abrange maior número de dados e eventos possíveis das condições de tempo para uma
determinada localidade ou região.
110
Desta maneira, tempo e clima são dois termos que estão intimamente relaciona-
dos, mas, mesmo assim, distintos. É bom lembrar, que a temperatura, chuva, vento,
umidade, nevoeiro, nebulosidade etc., formam o conjunto de parâmetros do tempo
(estado instantâneo da atmosfera) e o clima, portanto, corresponde ao comportamen-
to das condições atmosféricas de determinado lugar por muitos anos sucessivos.
PARANÁ (Governo do Estado). Secretaria da Educação. Tempo e clima. Dia a Dia
Educação. Disponível em: <http://www.geografia.seed.pr.gov.br/modules/conteudo/conteudo.
php?conteudo=227>. Acesso em: 16 dez. 2017.
111
112
113
Tema contemporâneo
Educação ambiental
Essa é uma boa oportunidade
para tratar da preservação do
meio ambiente e refletir sobre
o uso racional dos recursos
naturais do planeta.
Importância da biodiversidade
Estima-se que até 100 milhões de diferentes espécies vivas dividam este mundo
com você (ainda que menos de 2 milhões sejam conhecidas): a biodiversidade abrange
toda a variedade de espécies de flora, fauna e micro-organismos; as funções ecológicas
desempenhadas por estes organismos nos ecossistemas; e as comunidades, habitats e
ecossistemas formados por eles. É responsável pela estabilidade dos ecossistemas, pe-
los processos naturais e produtos fornecidos por eles e pelas espécies que modificam
a biosfera. Assim, espécies, processos, sistemas e ecossistemas criam coletivamente as
bases da vida na Terra: alimentos, água e oxigênio, além de medicamentos, combus-
tíveis e um clima estável, entre tantos outros benefícios. O termo biodiversidade diz
114
115
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm
a possibilidade, por meio da
realização das atividades pro-
postas, de retomar a questão
da seção Desafio à vista! e
identificar no lugar em que vi-
vem as alterações ocorridas na
paisagem natural em virtude
das ações humanas.
Tema contemporâneo
Educação ambiental
Este é um bom momento para
conversar com os alunos sobre
a questão ambiental no lugar
de viver dele.
116
Autonomia e pesquisa
[...] A partir da dúvida, que impulsiona e estimula a busca do conhecimento, o
educando deverá estar apto a fazer este percurso da pesquisa escolar cujo objetivo
final é ajudar a formar um indivíduo crítico e com espírito aberto para as aceleradas
transformações presentes na sociedade da informação.
CAMPELLO, B. S. et al. A internet na pesquisa escolar: um panorama do uso da web
por alunos do Ensino Fundamental. Anais do XIX Congresso Brasileiro de Biblioteconomia e
Documentação. Porto Alegre: Associação Riograndense de Bibliotecários, 2000. p. 20. Disponível
em: <http://gebe.eci.ufmg.br/downloads/T029.pdf>. Acesso em: 16 dez. 2017. (Título adaptado.)
117
Mobilizando
conhecimentos
As atividades possibilitam aos
alunos identificar uma das ro-
dovias utilizadas no Brasil para
a circulação de mercadorias
e pessoas e alguns meios de
transporte.
Qual o seu papel diante disso tudo? Em primeiro lugar, mostrar aos alunos que eles
fazem parte desse movimento. Circulam pela cidade de ônibus, de bicicleta, de carro
ou de metrô, navegam na internet, compram produtos que vieram de lugares distantes.
Além disso, é importante ajudá-los a entender como se dá todo esse vai-e-vem, por
quais meios ele se realiza e quais são os fatores que o determinam, as tecnologias que
o sustentam e as consequências de tudo isso. [...]
RAMALHO, Priscila. Muda o mundo, muda a Geografia. Nova Escola, 1o ago. 2003.
Disponível em: < https://novaescola.org.br/conteudo/1756/muda-o-mundo-muda-a-geografia>.
Acesso em: 19 jan. 2018. (Título adaptado.)
119
Questão interdisciplinar
A questão apresentada pos-
sibilita aos alunos refletir so-
bre as relações de comércio
e transportes de mercadorias
ao longo da história, mobili-
zando habilidades de História
e Geografia.
Objetivo do capítulo
Possibilitar aos alunos identifi-
car as atividades comerciais, as
diferentes maneiras de troca
de mercadorias e a constitui-
ção de rotas comerciais ao
longo da história, relacionadas
a novas expressões culturais e
formas de sociabilidade.
Habilidades
(EF04HI06)
Identificar as transformações
ocorridas nos processos de des-
locamento das pessoas e merca-
dorias, analisando as formas de
adaptação ou marginalização.
(EF04HI07)
Identificar e descrever a im-
portância dos caminhos terres-
tres, fluviais e marítimos para
a dinâmica da vida comercial.
120
a partir de 113 d.C., que dispunha de 150 lojas, distribuídas em cinco andares. Roma
tinha então, aproximadamente, um milhão de habitantes e era o centro do império que
naquele momento se encontrava com a sua maior extensão.
Muitos dos mercados tiveram sua gênese nas feiras que terminaram perpetuando-
-se, materializando-se em construções porque a reprodução da vida na cidade e/ou
região necessitava de um contínuo suprimento de víveres. [...]
PINTAUDI, Silvana Maria. Os mercados públicos: metamorfoses de um
espaço na história urbana. Cidades, v. 3, n. 5, p. 84, 2006. Disponível em:
<http://revista.fct.unesp.br/index.php/revistacidades/article/view/505/537>.
Acesso em: 19 jan. 2018. (Título adaptado.)
121
Moeda-mercadoria
Algumas mercadorias, pela sua utilidade, passaram a ser mais procuradas do que ou-
tras. Aceitas por todos, assumiram a função de moeda [...]. Eram as moedas-mercadorias.
O gado, principalmente o bovino, foi dos mais utilizados; apresentava vantagens
de locomoção própria, reprodução e prestação de serviços, embora ocorresse risco de
doenças e de morte.
O sal foi outra moeda-mercadoria; de difícil obtenção, principalmente no inte-
rior dos continentes, era muito utilizado na conservação de alimentos. Ambas deixa-
ram marca de sua função como instrumento de troca em nosso vocabulário, pois, até
hoje, empregamos palavras como pecúnia (dinheiro) e pecúlio (dinheiro acumulado)
122
derivadas da palavra latina pecus (gado). A palavra capital (patrimônio) vem do latim
capita (cabeça). Da mesma forma, a palavra salário (remuneração, normalmente em
dinheiro, devida pelo empregador em face do serviço do empregado) tem como ori-
gem a utilização do sal, em Roma, para o pagamento de serviços prestados.
No Brasil, entre outras, circularam o cauri – trazido pelo escravo africano –, o
pau-brasil, o açúcar, o cacau, o tabaco e o pano, trocado no Maranhão, no século
XVII, devido à quase inexistência de numerário, sendo comercializado sob a forma de
novelos, meadas e tecidos.
MUSEU DE VALORES DO BANCO CENTRAL. Origem e Evolução do Dinheiro.
Disponível em: <http://www.bcb.gov.br/htms/origevol.asp>. Acesso em: 19 jan. 2018.
123
Tema contemporâneo
Educação financeira
e fiscal
Essa é uma boa oportunidade
para tratar da educação finan-
ceira como estratégia para en-
frentar situações do cotidiano
e possibilitar a assimilação de
noções de planejamento para
o futuro.
125
126
127
As rotas transaarianas
A formação de reinos no Sudão foi, em certa medida, incentivada pelo comércio
transaariano de cereais e outros produtos agrícolas, além de âmbar, pimenta, marfim
e escravos, que eram trocados por cavalos, sal, cobre, conchas, panos de algodão e
tâmaras. As aldeias que se tornaram pontos comerciais entre os povos do deserto e os
do Sael procuraram controlar esse comércio, passaram a cobrar tributos e desenvol-
veram atividades, como a fabricação de utensílios de carga de animais, manufaturas
e hospedagem.
As rotas comerciais na área do deserto eram controladas pelos berberes, que ofere-
ciam guias e camelos. O camelo era o meio de transporte de mercadorias mais utilizado,
128
129
Preservação de Peabiru
A proposta de formação de um parque foi viabilizada após uma empresa privada,
no município, depositar os recursos necessários para a implantação da unidade de
preservação como forma de compensação ambiental pela instalação de sua fábrica
em Barra Velha. No ano de 2008, os valores foram depositados para a implemen-
tação do Parque. Através do Decreto Municipal 428/2007 foi criado oficialmente o
Parque Natural Caminho do Peabiru. Com uma área aproximada de 4.285.300m².
O Parque conta com remanescentes de antigas ocupações humanas pré-coloniais, como
o Sambaqui Faisqueira I e parcela preservada do bioma Mata Atlântica. O que po-
130
131
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos compreen-
der o processo de produção e
circulação de mercadorias e pes-
soas; conhecer recursos naturais
renováveis e não renováveis;
identificar os principais tipos de
transporte utilizados para a en-
trega de mercadorias; identificar
as principais origens e destinos
de produtos no meio urbano e
rural; refletir sobre alternativas
sustentáveis para o problema
do trânsito nas cidades; saber
se orientar no espaço, indican-
do direções cardeais em uma
representação gráfica.
Habilidades
(EF04GE08)
Descrever e discutir o processo
de produção (transformação
de matérias-primas), circula-
ção e consumo de diferentes
produtos.
(EF04GE09)
Utilizar as direções cardeais na
localização de componentes
físicos e humanos nas paisa-
gens rurais e urbanas.
132
é no conteúdo em si, mas num objetivo maior que dá conta do tudo o mais, qual seja
a formação do cidadão. Instrumentalizar o aluno, fornecer-lhe as condições para que
seja realmente construída a sua cidadania é objetivo da escola, mas à Geografia cabe
um papel significativo nesse processo, pelos temas, pelos assuntos que trata.
CALLAI, Helena C. O ensino de Geografia: recortes espaciais para análise.
In: CASTROGIOVANNI, Antonio C. et al. (Org.). Geografia em sala de aula:
práticas e reflexões. 3. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS/AGB, 2001. p. 57.
133
Recursos naturais
[...] Os recursos naturais podem ser divididos em: renováveis/reprodutíveis ou não
renováveis, também conhecidos como exauríveis, esgotáveis ou não reprodutíveis.
Os renováveis ou reprodutíveis são aqueles recursos que, mesmo sendo explorados,
poderão ter suas condições originais restauradas pela ação humana ou natural, como,
uma planta que pode ser reproduzida, de forma infinita, sendo que a sua utilização
não reduz sua disponibilidade, ao menos a curto prazo. São, em tese, aqueles recur-
sos sobre os quais se pode arguir a sustentabilidade ao longo do tempo. [...]. No que
concerne aos recursos não renováveis, não reprodutíveis, esgotáveis ou exauríveis, eles,
134
135
Tema contemporâneo
Trabalho, ciência e
tecnologia
A representação e as ativi-
dades permitem aos alunos
refletir sobre a aplicação da
tecnologia nos trabalhos re-
lacionados a cada etapa da
produção do trigo para a fa-
bricação do pão.
136
137
Alfabetização
cartográfica
A atividade possibilita aos alu-
nos indicar direções cardeais
em uma planta cartográfica,
tomando a rosa dos ventos
como referência.
Alfabetização Cartográfica
[...] a apropriação e o uso da linguagem cartográfica devem ser entendidos no contex-
to da construção dos conhecimentos geográficos, o que significa dizer que não se pode
usá-la per se, mas como instrumental primordial, porém não único, para a elaboração
de saberes sobre territórios, regiões, lugares e outros. Se a supervalorizarmos, em detri-
mento do saber geográfico, corremos o sério risco de defender a linguagem por ela mes-
ma, o que, a nosso ver, a esvazia em importância e significado tanto no ensino superior
quanto no básico. É preciso que ocorra a aprendizagem e o uso da linguagem cartográ-
fica para, sobretudo, entendermos a lógica da (re)produção dos territórios; caso con-
trário, ela perde seu sentido ou razão de ser no ensino geográfico superior e básico. [...]
138
Entendemos que a linguagem cartográfica não deve se esgotar em si e per se, caso
contrário daríamos aulas de mapas e não com mapas. A nosso ver, fazer essa distinção
é muito importante nas aulas de Geografia, tanto no ensino superior quanto básico,
pois estas não devem se resumir a aulas de mapas; pelo contrário, temos de superar a
visão mecânica de alfabetização e dar aulas com mapas e todos os outros tipos de lin-
guagem passíveis de serem usadas em sala de aula para ensinar nossos alunos a “ler”.
KATUTA, Ângela Massumi. A linguagem cartográfica no ensino superior e básico. In:
PONTUSCHKA, Nídia Nacib; OLIVEIRA, Ariovaldo Umbelino de (Orgs.). Geografia
em Perspectiva. São Paulo: Contexto, 2006. p. 133, 134 e 138. (Título adaptado.)
139
A leitura do gráfico
O gráfico possibilita leitura imediata: ele é visual, mostra os dados organizados de
forma lógica, prendendo-se à essência. É uma linguagem universal que permite ver a
informação. E a evolução nos níveis de leitura ajuda a: definir o problema; perceber a
organização lógica de dados levantados; simplificar os dados sem destruí-los; pesqui-
sar novos caminhos e interpretações possíveis; comunicar os resultados das investiga-
ções; propor soluções: mudanças, permanências, novas investigações?
PASSINI, Elza Y. Aprendizagem significativa de gráficos no ensino de Geografia. In: ALMEIDA,
Rosângela D. de. Cartografia escolar. São Paulo: Contexto, 2007. p. 174.
140
141
Transporte urbano
A Política Nacional de Mobilidade Urbana [instituída pela Lei Federal no 12.578,
de 2012] é orientada pelas seguintes diretrizes:
[...]
• prioridade dos modos de transportes não motorizados sobre os motorizados e dos
serviços de transporte público coletivo sobre o transporte individual motorizado;
• integração entre os modos e serviços de transporte urbano;
• mitigação dos custos ambientais, sociais e econômicos dos deslocamentos de pes-
soas e cargas na cidade;
142
143
144
Tema contemporâneo
Educação para o
trânsito
Essa é uma boa oportunidade
para tratar da temática da
educação para o trânsito com
o objetivo de estimular nos
alunos o desenvolvimento da
consciência crítica a respeito
dos tipos de locomoção em
áreas urbanas, suas vantagens
e desvantagens.
145
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm a
possibilidade, por meio da reali-
zação das atividades propostas,
de retomar a questão da seção
Desafio à vista! e refletir sobre
algumas formas de transportar
mercadorias, assim como inves-
tigar alguns tipos de transporte
utilizados no município em que
vivem para o escoamento da
produção agrícola e industrial.
Transporte de mercadorias
O sistema de transportes é um elemento chave na articulação de atividades sepa-
radas espacialmente, pois existe a necessidade de transportar em todos os procedi-
mentos de produção, incluindo a ligação das etapas, desde a aquisição de insumos, o
processo de fabricação, a entrega do produto final e o retorno de resíduos e de fluxos
reversos. [...]
[...] o transporte é um serviço operacional da logística utilizado para promover os
deslocamentos espaciais de pessoas, de mercadorias e também de informações de um
lugar para outro no âmbito geográfico urbano, interurbano regional/nacional e in-
ternacional. Nesses espaços, a realização dos fluxos depende da infraestrutura viária
146
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Questão interdisciplinar
A questão apresentada possi-
bilita aos alunos refletir sobre
a importância da comunicação
no cotidiano das pessoas no
transcorrer da história.
Objetivo do capítulo
Apresentar aos alunos as di-
versas formas de comunicação
desenvolvidas pela humanida-
de que possibilitaram a preser-
vação da memória e culturas
em um contexto de transfor-
mações e permanências.
Habilidade
(EF04HI08)
Identificar as transformações
ocorridas nos meios de comu-
nicação (cultura oral, impren-
sa, rádio, televisão, cinema,
internet e demais tecnolo-
gias digitais de informação e
comunicação) e discutir seus
significados para os diferentes
grupos ou estratos sociais.
148
Fábula e imaginação
[...] escritores modernos como Monteiro Lobato [...], que reescreveram as fábulas
antigas clássicas de modo com que as narrativas não se tornem um sermão rigoroso,
mas um ato de leitura prazerosa em que a criança possa suscitar o seu imaginário.
Mas [...] ainda permanece na educação das crianças um ensino da literatura que tem
por objetivo principal transmitir ao aluno conhecimentos sistematizados. [...] está inseri-
do nestas, um caráter valorativo que traz implicações éticas constitutivas de inquietações.
ABE, Camila Akemi. O tema da amizade nas fábulas infantis. p. 2. III Colóquio da Pós-graduação
em Letras, Unesp, maio 2011. Disponível em: <http://sgcd.assis.unesp.br/Home/PosGraduacao/Letras/
ColoquioLetras/Camila_Akemi.pdf>. Acesso em: 20 dez. 2017.
149
que dominavam a palavra, sendo, por vezes, excelentes poetas; mais tarde passaram
também a ser músicos e a percorrer grandes distâncias, visitando povoações onde to-
cavam e falavam do passado. [...]
[...] no contexto da chamada “África Antiga”, anterior à colonização, em so-
ciedades hierarquizadas, os griots assumiam importantes funções junto aos reis e
imperadores [...].
LIMA, Mestre Alcides de; COSTA, Ana C. F. da. Dos griots aos Griôs: a importância da
oralidade para as tradições de matrizes africanas e indígenas no Brasil. Diversitas, São Paulo, n. 3,
abr. 2016, p. 218-219 e 222-223. Disponível em: <https://www.revistas.usp.br/diversitas/article/
view/113893/111749>. Acesso em: 19 jan. 2018.
151
152
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A história da imprensa
Surgiram as primeiras impressões sobre a humanidade: as gazetas, com infor-
mações úteis sobre atualidade; os pasquins, folhetos com notícias sobre desgraças
alheias; e os libelos, folhas de caráter opinativo. A combinação desses três tipos de
impressos resultou, no século XVII, no jornalismo. O papel da imprensa periódica,
na emergência da esfera pública, revestiu-se de importância especial. O aparecimento
dos jornais no final do século XVII e princípios do século XVIII fomentou um novo
espaço público para o debate. [...]
[...] No início do século XIX, a imprensa que dominava era a opinativa ou ideoló-
gica, ou seja, a imprensa de partido. Esse tipo de jornalismo imperava em virtude do
154
155
A importância do rádio
Em 1936 foi inaugurada a Rádio Nacional do Rio de Janeiro, considerada um
marco na história do rádio brasileiro. [...]
[...] Dois setores garantiam o sucesso da emissora em todo o território nacional: as
radionovelas e os programas musicais.
O chamado período “áureo do rádio brasileiro” concentra-se entre 1945 até os
últimos anos da década de 50. [...] Nos anos 40 e 50, o rádio possuía glamour, era
considerado como uma espécie de Hollywood brasileira. Ser cantor ou ator de uma
grande emissora carioca ou paulista era o suficiente para que o artista conseguisse
156
sucesso em todo o país, obtivesse destaque na imprensa escrita e até mesmo frequen-
tasse os meios políticos (como um convidado especial ou mesmo como candidato a
algum cargo político). Normalmente as turnês nacionais desses astros eram concor-
ridíssimas, fazendo do maior sonho de muitos jovens de todo o país, o de se tornar
artista de rádio – seria o correspondente ao desejo de hoje, de se tornarem artistas
de televisão.
CALABRE, Lia. A participação do rádio no cotidiano da sociedade brasileira
(1923-1960). Fundação Casa Rui Barbosa. Disponível em: <http://rubi.casaruibarbosa.gov.br/
bitstream/123456789/808/1/Calabre,%20L.%20-%20Participacao%20radio%20cotidiano.pdf>.
Acesso em: 19 jan. 2018.
157
158
Leitura de gráficos
[...] a capacidade de ler e também de construir gráficos e tabelas faz parte do que
é chamado de alfabetização matemática. Devem ser proporcionadas atividades sobre
os conteúdos do bloco do Tratamento das Informações, verificando que estejam pre-
sentes na Educação Básica e adaptados ao nível de cada uma das turmas, envolvendo
uma série de outros conhecimentos, como ler dados numéricos e ter familiaridade com
medidas, proporcionalidade e porcentagens.
ANJOS, Roberta de C. dos; FAQUIM, Sirlene Z. D.; JESUS, Danielle Fátima Silva de. Avaliação
da aprendizagem de gráficos e tabelas no ensino fundamental em escolas públicas de Uberaba.
In: VIII Encontro de Pesquisa em Educação. Uberaba, 2015.
159
Tema contemporâneo
Trabalho, ciência e
tecnologia
Este é um bom momento para
conversar com os alunos sobre
a presença da internet no co-
tidiano das pessoas atualmen-
te, discutindo seu impacto no
trabalho, no estudo e no lazer.
para a maioria dos que não estão familiarizados com essa área. [...] crianças e jovens
“nativos digitais” [...] compõem um segmento de usuários de TIC que [...] antecipa o
que está por vir, explora de forma criativa e diversificada tudo o que essas tecnologias
têm a oferecer, ultrapassando, inclusive, os limites originalmente estabelecidos para o
uso regular delas.
MAMEDE-NEVES, Maria Aparecida C.; DUARTE, Rosália. O contexto dos novos recursos
tecnológicos de informação e comunicação e a escola. Educação & Sociedade, Campinas, v. 29,
n. 104, p. 771, 777, 2008. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/es/v29n104/a0729104.pdf>.
Acesso em: 20 dez. 2017.
161
Objetivos do capítulo
Possibilitar aos alunos compreen-
der como ocorre a circulação
dos meios de transporte e a
comunicação entre os espa-
ços urbano e rural; conhecer o
número de habitantes desses
espaços e os principais motivos
para o êxodo rural; entender
como a tecnologia é utilizada
no meio rural e como é feita
a integração entre cidade e
campo; conhecer as principais
matérias-primas para elabora-
ção de produtos e desenvolver
o consumo consciente e res-
ponsável; construir gráficos
de barra com base em dados
coletados.
Habilidade
(EF04GE04)
Reconhecer especificidades e
analisar a interdependência
do campo e da cidade, consi-
derando fluxos econômicos,
de informações, de ideias e
de pessoas.
162
nos grandes centros urbanos e na população com maior poder aquisitivo e escolarida-
de. Já o acesso à TV parabólica é mais comum no interior do Brasil.
O rádio permanece como o segundo meio de comunicação mais utilizado no País,
mas seu uso contínuo caiu na comparação com a PBM 2014 (de 61% para 55%). Em
compensação, um número maior de entrevistados declararam ouvir rádio diariamen-
te, de 21% em 2014 para 30% em 2015, apesar de 44% declararem que nunca o fazem.
Televisão ainda é o meio de comunicação predominante entre os brasileiros. Governo do Brasil,
19 dez. 2014. Disponível em: <http://www.brasil.gov.br/governo/2014/12/televisao-ainda-e-o-meio-de-
comunicacao-predominante-entre-os-brasileiros>. Acesso em: 20 dez. 2017. (Título adaptado.)
163
Alfabetização
cartográfica
A atividade possibilita aos alu-
nos elaborar um gráfico de
barras a partir de dados cole-
tados e desenvolver habilida-
des de leitura e interpretação
de informações resultantes
dessa construção.
164
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171
Tema contemporâneo
Educação para o
consumo
Essas atividades possibilitam
para os alunos refletir sobre
formas de desenvolver o con-
sumo sustentável, valorizando
a conservação dos recursos
naturais e a repartição dos
benefícios das atividades eco-
nômicas com os moradores do
lugar de viver.
A geografia do lixo
O que a Geografia pode informar sobre a relação dos homens com os resíduos
sólidos? [...]
O lixo representa um rico tema de estudos e pesquisas sintomáticos da relação do
homem com o meio. Historicamente, ele é símbolo de degradação e degenerescência
dos objetos, do que não tem mais valor econômico ou afetivo, daquilo que é resultante
da transformação e/ou do consumo de materiais. Os resíduos, através de sua dimen-
são temporal, contam a história do homem, passam a ser um signo da sociedade, do
seu consumo, da sua relação íntima com o meio. [...] O significado do lixo enquanto
objeto de estudo para a Geografia ultrapassa, portanto, as questões da degradação
172
173
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm
a possibilidade, por meio da
realização das atividades pro-
postas, de retomar a ques-
tão da seção Desafio à vista!
e relembrar alguns aspectos
da importância dos meios de
comunicação para as pessoas.
174
fronteiras entre diferentes esferas sociais. Como demonstrou Joshua Meyrowitz, a mí-
dia eletrônica, sobretudo a TV, rompeu a segmentação de públicos própria da mídia
impressa e contribuiu para redefinir as relações entre mulheres e homens, crianças e
adultos, leigos e especialistas. Aprofundou as transformações no discurso político,
de certa maneira unindo o sentimento de intimidade, transmitido pelo rádio, com o
apelo imagético próprio do cinema.
MIGUEL, Luis Felipe. Os meios de comunicação e a prática política. Lua Nova, São
Paulo, n. 55-56, p. 155, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0102-
64452002000100007&script=sci_abstract&tlng=pt>. Acesso em: 19 jan. 2018.
175
Mobilizando
conhecimentos
A atividade proposta possi-
bilita aos alunos observar e
interpretar uma pintura que
representa aspectos da diver-
sidade cultural brasileira.
róclito conjunto. São registros e pesquisas feitos por cronistas, viajantes, estudiosos
de diferentes matizes e formação que podem ser reunidos em dois grupos temporais:
os do século XIX e os do século XX. Os registros do primeiro grupo datam dos pri-
mórdios do século XIX e indicam o Norte e o Nordeste como as regiões de formação
bem como a localização via de regra urbana do folguedo. Neles, variam a inserção do
brinquedo no calendário festivo-natalino no Nordeste e junino no Norte, e também
os personagens que brincam em torno do boi [...].
CAVALCANTI, Maria Laura Viveiros de Castro. Tema e variantes
do mito: sobre a morte e a ressurreição do boi. Mana, Rio de Janeiro,
v. 12, n. 1, p. 69-70, 2006. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/
mana/v12n1/a03v12n1>. Acesso em: 21 dez. 2017. (Título adaptado.)
177
Questão interdisciplinar
A questão apresentada per-
mite aos alunos refletir sobre
as diferentes rotas e fluxos
das migrações dos grupos hu-
manos no Brasil ao longo da
história.
Objetivo do capítulo
Propiciar aos alunos a reflexão
sobre as hipóteses das princi-
pais rotas e fluxos migratórios
dos seres humanos com destino
à América e a análise dos flu-
xos populacionais relaciona-
dos à formação da sociedade
brasileira.
Habilidades
(EF04HI09)
Identificar as motivações dos
processos migratórios em di-
ferentes tempos e espaços e
avaliar o papel desempenhado
pela migração nas regiões de
destino.
(EF04HI10)
Analisar os diferentes fluxos
populacionais e suas contri-
buições para a formação da
sociedade brasileira.
178
[...] De acordo com estes novos estudos, a entrada e o processo de dispersão dos
paleoíndios pelo continente americano não teriam ocorrido através de um corredor
livre de gelo (como sugerido pela teoria Clovis), mas sim através do litoral – desde a
Sibéria até a costa pacífica da América do Sul – em simples e precárias embarcações.
KALIL, Luis G. A. Filhos de Adão: análise das hipóteses da chegada dos seres humanos
ao Novo Mundo (séculos XVI e XIX). Tese de Doutorado. Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas. Unicamp, Campinas, 2015, p. 4-6. Disponível em: <http://taurus.unicamp.br/
bitstream/REPOSIP/281179/1/Kalil_LuisGuilhermeAssis_D.pdf>. Acesso em: 19 jan. 2018.
179
180
181
A migração tupinambá
Assim, as levas migratórias, diversas no tempo e no espaço, envolvendo os Tupi-
nambá, os Caeté e os Potiguara, possivelmente se concentraram na área litorânea do
rio São Francisco, seguindo primeiro para o interior, isto é, para a área da Serra de
Ibiapaba, para só então distribuírem-se para o norte [...]
[...] como seria possível uma migração em massa (com crianças, velhos e mulheres)
sair de Pernambuco, cruzar as zonas caudalosas dos rios amazônicos e atingir o Equa-
dor, entre 1562 (início do indistinto combate aos Caeté e outros grupos indígenas) e
1570 (data sugerida pelo discurso de Japiaçu)?
182
[...] Afinal, vários fatores poderiam influenciar no tempo do trajeto dessas mi-
grações: segurança do avanço intermitente, áreas para plantio, disposições climáti-
cas, epidemias, o grau de contato com colonos e outros grupos indígenas; e, ainda,
o próprio objetivo da migração: uma fuga empreendida pelo avanço colonialista ou
uma migração de caráter religioso e escatológico, como nas conhecidas migrações em
busca da “terra onde não se morre”, ou “terra bonita”, ou “terra dos mortos”.
MAIA, Lígio de Oliveira. Dissensão (e distinção) entre os Tupinambá coloniais:
deslocamentos e fluxos culturais. Habitatus, Goiânia, v. 14, n. 2, p. 231, jul./dez. 2016.
Disponível em: <http://revistas.pucgoias.edu.br/index.php/habitus/article/view/5370/2942>.
Acesso em: 20 jan. 2018. (Título adaptado.)
183
184
Resistência africana
[...] a natureza de tal tráfico e suas consequências [...] levaram os africanos a tra-
varem lutas por sua liberdade. Essas lutas, com o passar do tempo, despertaram nas
consciências a preocupação generalizada da redenção da África e da libertação dos
negros do mundo inteiro. Esse processo constituiu-se no início da época moderna e
demonstrou, por volta de 1800, uma real influência em escala mundial. [...] t ratando-se
da mais importante consequência histórica da diáspora africana.
HARRIS, J. E. A diáspora africana no Antigo e no Novo Mundo. In: OGOT,
Bethwell Allan. História geral da África: África do século XVI ao XVIII. Brasília:
Unesco, 2010. v. V, p. 163. (Título adaptado.)
185
Objetivo do capítulo
Permitir aos alunos descrever
alguns processos migratórios
internos e externos no Brasil
em diferentes tempos e as mu-
danças relacionadas com esses
processos.
Habilidades
(EF04HI11)
Analisar, na sociedade em que
vive, a existência ou não de
mudanças associadas à migra-
ção (interna e internacional).
(EF04GE02)
Descrever processos migratórios
e suas contribuições para a for-
mação da sociedade brasileira.
186
Nessas condições, portanto, a emigração era não só estimulada pelo governo, como
era, também, uma solução de sobrevivência para as famílias. [...]
A imigração subvencionada se estendeu de 1870 a 1930 e visava a estimular a vinda
de imigrantes: as passagens eram financiadas, bem como o alojamento e o trabalho
inicial no campo ou na lavoura. Os imigrantes se comprometiam com contratos que
estabeleciam não só o local para onde se dirigiriam, como igualmente as condições de
trabalho a que se submeteriam.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA (IBGE). Brasil 500 anos.
Disponível em: <https://brasil500anos.ibge.gov.br/territorio-brasileiro-e-povoamento/italianos/
razoes-da-emigracao-italiana.html>. Acesso em: 22 dez. 2017. (Título adaptado.)
187
188
cordou: “eles faziam umas brincadeiras e eu era levada, fui atravessar na frente deles e
me espetaram a vista. A minha mãe desmaiou”. Dona Maria Joaquina lembrou: “Se-
gurava assim, ficava no convés do navio e olhava os tubarões em alto mar. Parece que
eu estava hipnotizada... Mas eu podia ter caído, acho que Deus guardava a gente”.
As viagens, mesmo realizadas por navios novos e mais rápidos, continuavam cheias
de imprevistos para os que atravessavam o Atlântico em busca de vida melhor. [...]
PASCAL, M. A. M. Imigração portuguesa em São Paulo: memórias, gênero e identidade.
In: MATOS, M. I. S. de; SOUSA, F. de; HECKER, A. (Org.). Deslocamentos e história: os
portugueses. Bauru: Edusc, 2008. p. 287. (Título adaptado.)
189
Alfabetização
cartográfica
A atividade possibilita aos alu-
nos ler e interpretar informa-
ções contidas em um mapa de
fluxos populacionais relativos
a imigrantes que chegaram ao
Brasil entre os anos de 1880 e
1940.
191
Imigração na atualidade
Verifica-se [...] quanto à migração acumulada, uma queda de 22,8%: naturalizados
e estrangeiros que, em 1991, somavam 767.781correspondiam, em 2010, a 592.570.
[...] Os portugueses correspondiam a 23,3% do total de estrangeiros residentes no país
em 2010 [...]. Além dos japoneses, que, em 2010, respondiam por 8,28% da migra-
ção acumulada no Brasil, vale o registro da contribuição da imigração dos nacio-
nais da Itália, da Espanha e da Alemanha – 6,27%, 5,19% e 2,74%, respectivamente.
SOARES, Weber; LOBO, Carlos; MATOS, Ralfo. Mobilidade espacial dos imigrantes
estrangeiros no Brasil: 1991/2010. REMHU. Brasília, v. 23, n. 44, p. 195-197. jan./jun 2015.
Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/remhu/v23n44/1980-8585-REMHU-23-44-191.pdf>.
Acesso em: 8 jan. 2018.
192
193
Migração interna
No âmbito brasileiro, é possível identificar que, a partir da década de 1980, os
deslocamentos de população iniciam uma fase de mudanças no sentido das correntes
principais, com antigos espaços de atração migratória perdendo expressão. Rompe-
-se o processo bipolar da distribuição espacial no Brasil, que se mantinha desde o
início do Século XX. De modo que surgem novos eixos de deslocamentos envolvendo
expressivos contingentes populacionais, onde se destacam: i) a inversão nas correntes
principais nos Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro; ii) a redução da atrati-
vidade migratória exercida pelo Estado de São Paulo; iii) o aumento da retenção de
população na Região Nordeste; iv) os novos eixos de deslocamentos populacionais
194
195
Alfabetização
cartográfica
A atividade permite aos alunos
fazer a leitura e a interpre-
tação de um mapa de fluxos
migratórios, que se utiliza de
setas proporcionais com largu-
ras variadas, trabalhando com
variável quantitativa.
196
Inicia-se uma leitura pela observação do título. Temos que saber qual o espaço
representado, seus limites, suas informações. Depois, é preciso observar a legenda ou
a decodificação propriamente dita, relacionando os significantes e o significado dos
signos relacionados na legenda. É preciso também se fazer uma leitura dos signifi-
cantes/significados espalhados no mapa e procurar refletir sobre aquela distribuição/
organização. Observar também a escala gráfica ou numérica acusada no mapa para
posterior cálculo das distâncias a fim de se estabelecer comparações ou interpretações.
ALMEIDA, Rosângela D.; PASSINI, Elza Y. O espaço geográfico: ensino e
representação. São Paulo: Contexto, 2008. p. 15-17.
197
Retomando a questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm
a possibilidade, por meio da
realização das atividades pro-
postas, de retomar a questão
da seção Desafio à vista!,
identificar o trajeto de um
migrante interno nas unidades
federativas e entrevistar um
migrante interno ou externo
de sua localidade.
198
199
Questão interdisciplinar
A questão apresentada possi-
bilita aos alunos refletir sobre
como a diversidade cultural
se manifesta cotidianamente
em todos os lugares de viver.
Objetivo do capítulo
Possibilitar aos alunos identi-
ficar aspectos da diversidade
cultural, destacando as in-
fluências dos indígenas, dos
africanos, dos colonizadores
portugueses e de outros povos
que migraram para o Brasil.
Habilidades
(EF04GE01)
Selecionar, em seus lugares de
vivência e em suas histórias fa-
miliares e/ou da comunidade,
elementos de distintas culturas
(indígenas, afro-brasileiras,
de outras regiões do país, la-
tino-americanas, europeias,
asiáticas etc.), valorizando o
que é próprio em cada uma
delas e sua contribuição para
a formação da cultura local,
regional e brasileira.
200
a vida e a morte, estabelecendo uma relação ética com a natureza. Pela forma de se
expressar e de ver o mundo, tais populações mantêm vivas suas histórias.
[As crianças e adolescentes] devem ser estimulados a reconhecer e valorizar as iden-
tidades culturais. Ao entender que há tradição e história presentes em aldeias, comu-
nidades ribeirinhas, quilombos, bairros populares, terreiros, assentamentos e outros
espaços, eles podem se orgulhar de a cultura de sua localidade integrar a diversidade
que caracteriza o Brasil.
Cultura e identidade: comunicação para a igualdade étnico-racial. Guia de orientação para
os municípios da Amazônia. Brasília: Unicef, 2011, p. 9. Disponível em: <https://www.unicef.
org/brazil/pt/br_cultura_guia_pam.pdf>. Acesso em: 20 jan. 2018. (Título adaptado.)
201
202
Tema contemporâneo
Diversidade cultural
As atividades propostas permi-
tem trabalhar com os alunos
as influências culturais dos
povos indígenas e africanos
na alimentação, no vocabulá-
rio, nas técnicas de trabalho,
na música, nos adornos e em
outros elementos.
203
204
205
Tema contemporâneo
Educação alimentar e
nutricional
Essa é uma boa oportunidade
para refletir sobre hábitos de
alimentação saudáveis, com
base no tema da educação
alimentar e nutricional.
206
207
Cordel e Amazônia
O fluxo de poetas e cantadores para a Amazônia tornou significativa a presença do
Nordeste naquela região. [...]
[...] Os motivos que levaram os poetas à Amazônia foram os mesmos dos demais
migrantes, ou seja, as condições de vida no sertão periodicamente assoladas pela seca
e as perspectivas de reconstrução da vida pelo enriquecimento rápido.
GULLEN, Isabel C. Martins. Cantadores das viagens: a literatura de cordel e a
experiência da migração nordestina para Amazônia. As Ciências Sociais nos espaços
de Língua Portuguesa: balanços e desafios. In: VI Congresso Luso-Afro-Brasileiro de
Ciências Sociais. Actas. Porto: CEAUP, v. 2, p. 224, 2002. Disponível em: <http://ler.
letras.up.pt/uploads/ficheiros/7107.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2017. (Título adaptado.)
208
Brincadeira e celebração
[...] o bumba meu boi extrapola o aspecto lúdico da brincadeira para fazer sentido
como uma grande celebração em cujo centro gravitacional encontram-se o boi, o seu
ciclo vital e o universo místico-religioso. É vivenciado pelos brincantes ao longo de todo
o ano. [...]. Seu ciclo festivo e de apresentações pode ser apreendido em quatro etapas:
os ensaios, o batismo do boi, as apresentações e a morte. Comporta diversos estilos de
brincar – chamados de sotaques – sem que, contudo, se tornem manifestações distintas.
Complexo cultural do bumba meu boi do Maranhão. Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (Iphan). Disponível em: <http://portal.iphan.gov.
br/pagina/detalhes/80>. Acesso em: 23 dez. 2017. (Título adaptado.)
209
Objetivo do capítulo
Apresentar aos alunos as carac-
terísticas de comunidades indí-
genas e quilombolas no Brasil,
sua localização no território,
suas atividades, sua história, a
formação da sua identidade e
sua importância na construção
da cidadania e da preservação
do meio ambiente e da diver-
sidade cultural.
Habilidade
(EF04GE06)
Identificar e descrever territórios
étnico-culturais existentes no
Brasil, tais como terras indígenas
e de comunidades remanescen-
tes de quilombos, reconhecendo
a legitimidade da demarcação
desses territórios.
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211
212
Tema contemporâneo
Educação em direitos
humanos
Essa é uma boa oportunidade
para tratar do respeito aos
direitos dos povos indíge-
nas, atendendo ao Decreto
no 7.037/2009, que trata da
temática da educação em di-
reitos humanos.
213
Comunidades quilombolas
De acordo com o Artigo 2o do Decreto 4.887/2003, são considerados remanes-
centes das comunidades dos quilombos os grupos étnico-raciais, segundo critérios
de autoatribuição, com trajetória histórica própria, dotados de relações territoriais
específicas, com presunção de ancestralidade negra relacionada com a resistência à
opressão histórica sofrida.
Regularização de território quilombola. Instituto Nacional de Reforma Agrária (Incra),
13 abr. 2017, p. 4-7. Disponível em: <http://www.incra.gov.br/sites/default/files/incra-
perguntasrespostas-a4.pdf>. Acesso em: 23 dez. 2017. (Título adaptado.)
214
215
A Convenção 169 da OIT, da qual o Brasil é signatário, assegura aos grupos e comu-
nidades tradicionais o direito de se autodefinirem. [...]
Entre as mudanças constatadas desde então, estão os efeitos positivos da infraes-
trutura e instalação de equipamentos sociais das comunidades; desenvolvimento eco-
nômico e social, com vistas à sustentabilidade ambiental, social, cultural, econômica e
política dos quilombolas; e fomento ao controle e à participação social dos representan-
tes quilombolas em diferentes esferas de proposição e formulação de políticas públicas.
Quilombos ainda existem no Brasil. Fundação Palmares. Disponível em: <http://www.
palmares.gov.br/archives/3041?lang=en>. Acesso em: 5 nov. 2017. (Título adaptado.)
217
Retomando a Questão
interdisciplinar
Nessa seção, os alunos têm
a possibilidade, por meio da
realização das atividades pro-
postas, de retomar a questão
da seção Desafio à vista! e
identificar a presença de di-
ferentes influências culturais
em seu cotidiano.
218
[...] Para Candau e Koff (2006, p. 474), “não se pode pensar numa igualdade que
não incorpore o tema das diferenças, o que supõe lutar contra todas as formas de de-
sigualdade, preconceito e discriminação”.
Nessa perspectiva, se torna necessário que as organizações e movimentos da diver-
sidade cultural aliem forças para lutar em prol da implementação de políticas públicas
que valorizem a interação e comunicação entre os diferentes sujeitos e grupos cultu-
rais, sem homogeneizar, excluir ou guetificar as culturas.
KADLUBITSKI, Lidia; JUNQUEIRA, Sérgio. Diversidade cultural e políticas públicas
educacionais. Educação (UFSM), Santa Maria, p. 185-187, abr. 2009. Disponível em: <https://
periodicos.ufsm.br/reveducacao/article/view/1596>. Acesso em: 20 jan. 2018. (Título adaptado.)
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