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INDIGENA
PSICOLOGIA SOCIAL
O QUE É ESTEREÓTIPO?
Sabe-se que o estereótipo é a atribuição de características individuais a um
grupo inteiro. Podemos criar uma visão estereotipada de objetos e/ou pessoas.
Significado de Estereótipo no dicionário 0n-line de português:
substantivo masculino padrão estabelecido pelo senso comum e baseado na
ausência de conhecimento sobre o assunto em questão. Concepção baseada em
ideias preconcebidas sobre algo ou alguém, sem o seu conhecimento real,
geralmente de cunho preconceituoso ou repleta de afirmações gerais e
inverdades. Algo desprovido de originalidade e repleto de clichês.
Comportamento desprovido de originalidade que, faltando adequação à
situação presente, se caracteriza pela repetição automática de um modelo
anterior, anônimo ou impessoal.
ESTEREÓTIPO DO INDÍGENA , O QUE
GERA?
Tomando como base o vídeo conseguimos perceber que o estereótipo indígena
gera uma desumanização. Que nos lembra muito mais de animais do que de
humanos.
O QUE O CRP FAZ POR ESTA
POPULAÇÃO?
do trabalho
As duas pesquisas, e nossas duas entrevistadas, falam da importância
interdisciplinar. Segundo estes estudos, podemos e devemos ter diferentes
visões sobre a população indígena. Discutir e ampliar os conceitos referentes a
cultura, a luta por terra, etc.
ENTREVITAS
1- Qual o seu trabalho com a população indígena e qual organização te da o apoio, para seu
trabalho com essa população?
Amanda: Ela é Psicóloga da UBS Aldeia do Jaraguá, administrada pela organização social
SPDM PAIS. Dentre suas atribuições estão: atendimentos individuais, grupo de futebol, grupo de
jovens, grupo de professores, grupo de vestimentas e ornamentos, grupo de mulheres, bem como
realização de reuniões de equipe , com discussões de caso, articulação de equipes Inter setoriais e
com a rede de saúde mental. Refere que também realiza atividades com a USP.
Natani Alves Rodrigues: Ela é Bacharel em Lazer e Turismo - EACH USP e Terapeuta
Ocupacional - FM USP. Refere não ter vínculo empregatício ou qualquer ligação a um cargo de
trabalho com a população indígena. É convivente de um projeto que promove vivências com as
populações indígenas que habitam as terras demarcadas ou estão em luta para demarcação das
mesmas no Estado de São Paulo. O grupo que me possibilita tais vivências é a AUPI - Aliança
Universidade e Povos Indígenas, que é um coletivo sem fins lucrativos que atua juntamente aos
povos indígenas em prol da defesa e luta pela cultura dos povos originários, promovendo ações
que geram impacto social e ambiental nas comunidades indígenas com o objetivo de garantir o
direito a vida, com base nos 17 objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU.
2- Quais os desafios de trabalhar com a população indígena?
Amanda: São inúmeros os desafios, a começar por eles terem uma outra cultura. O indígena tem
uma noção diferente de saúde, do que é corpo, do que é terra, do que é problema de saúde mental.
Sem falar de todos os obstáculos de vulnerabilidade social, não tem espaço suficiente para terem
seu modo de vida tradicional. Neste local, são seis aldeias, e somente uma é demarcada. Isso acaba
por trazer grandes problemas a essa população. Amanda cita a dificuldade, do índio, de acesso há
alguns recursos da comunidade envolvente, como universidades, cultura e etc. Tais dificuldades
influenciam diretamente na saúde mental dessas pessoas. Uma outra coisa destacada por Amanda
foi de que no inicio houve dificuldades dela adentrar nas aldeias, pois os índios desejavam a
presença de uma psicóloga na área, mas ficaram desconfiados, pois ela representa o Estado nestas
relações.
Natani: Não vivencio desafios nas convivências com a população indígena, muito pelo contrário,
acredito que os desafios envolvem promover que aqueles que não conhecem e convivem com as
comunidades indígenas tenham essa oportunidade e que acima de tudo, as respeitem, dado que a
causa indígena é de todos!
3- Você como profissional transforma o cotidiano da população atendida e /ou a população
atendida transforma você como profissional?
Natani: Não atuo como Terapeuta Ocupacional nesse movimento, mas com eles aprendo,
vivencio e celebro as tradições, as memórias e a cultura junto aos povos originários e com certeza
isso faz de mim uma Terapeuta Ocupacional muito melhor! Em vista do engajamento na causa
indígena, compreendo a minha trajetória como um constante aprendizado, e isso me torna a cada
dia uma pessoa melhor ...
4- Qual a importância da interdisciplinaridade para o trabalho com a população indígena?
Amanda: É fundamental a interdisciplinaridade. Ela é necessária, tanto na atuação junto a
equipamentos, quanto com a população indígena, no entendimento das questões do índio.
Nossa equipe conta com médico generalista, dentista, enfermeiro, assistente social, psicólogo.
Atuamos junto com o Núcleo de Apoio a Saúde da Família (NASF), contando com
fisioterapeuta, fonoaudiólogo, psicólogo e Assistente Social. Utilizamos da arte, da cultura, para
nos aproximar das pessoas e criar vínculos para assim trabalhar outras questões. Não existe neste
campo uma atuação isolada.
Amanda: O estereótipo do índio é muito forte, pois para a sociedade eles não existem mais, são
povos do passado, atrasados. Todos os índios são conectados a o estereotipo do indígena
amazônico, que são aqueles de cabelo liso, olhos puxados, que não usam roupa, que não usam
celular celular. E isso é muito maléfico para a compreensão da situação atual. Primeiro porque
existe uma generalização e as pessoas tem uma grande dificuldade de compreender que toda
cultura se transforma ao longo do tempo.
Natani: Sim, o percebo na sociedade como um todo, e o desconstruo em mim a cada vivência. A
hegemonia da cultura européia nos é apresentada desde nossa formação escolar de base e o que
aprendemos sobre os indígenas é o que os os "juruás", em guarani mbya "homens brancos",
escrevem sobre eles. Além do fato de que parte da sociedade os estigmatizam e os colocam num
papel de indivíduos marginalizados, entre outros exemplos, como indivíduos sem direitos e
deveres, sem participação social, cultural, política e econômica, ou então como indivíduos sem
alma, dentre outros papéis estigmatizados que os são dados.
CONCLUSÃO