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Revestimentos

Paulina Faria

REVESTIMENTOS DE PAREDE
Classificações dos revestimentos de paredes

Em função do tipo de aplicação:


– Paredes exteriores
– Paredes interiores
– Tectos

Em função das suas características principais (a analisar no


final do módulo de Revestimentos de Paredes)

Em função dos materiais utilizados


Paulina Faria 2
Revestimentos com base em argamassas
de ligantes minerais
• Rebocos tradicionais – argamassas realizadas
em obra
• Rebocos não tão tradicionais – argamassas
pré-doseadas de fábrica
– Revestimentos monocamada (monomassa,
monocapa)
– Revestimentos que substituem camadas dos
rebocos tradicionais

Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990


3
Paulina Faria
Revestimentos de ligantes mistos

• Revestimentos de ligantes mistos com base


em cimentos e resinas sintéticas
Redução de espessura comparativamente aos só de
ligantes minerais

Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990


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Revestimentos de ligantes sintéticos

• Revestimentos de acabamento para


paramentos exteriores
• Revestimentos de impermeabilização e
estanquidade para paredes exteriores
• Revestimentos de regularização e de
acabamento para paredes interiores

Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990


Paulina Faria 5
Revestimentos interiores de ligantes
minerais com base em gesso

• Revestimentos tradicionais com base em


gesso – realizados em obra
• Revestimentos não tão tradicionais com base
em gesso – pré-doseados de fábrica e
geralmente aplicados por projecção

Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990

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Em termos do modo como são
aplicados…
• Estes tipos anteriores de sistemas de
revestimento de paredes (e tectos) são
aplicados directamente sobre o suporte, na
forma de argamassas ou pastas

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Revestimentos ETICS
(External Thermal Insulation Composite Systems)

• Sistemas constituídos por uma camada com a


principal função de isolamento térmico e por,
pelo menos, outra camada de acabamento final

Paulina Faria 8
Revestimentos ETICS
(External Thermal Insulation Composite Systems)

• Normalmente constituídos por placas de


material de isolamento térmico com estabilidade
dimensional e geralmente revestimento sintético
ou misto de estanquidade para exterior
Diversas marcas no mercado:
• Barbotherm (da Barbot)
• Capotto (da Viero – Robialac)
• Dryvit (da Esferovite)
• Revtermik (da Fabilak)
• STOTherm (da STO)
• Weber.therm (da Weber)
• ……
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Revestimentos ETICS
(External Thermal Insulation Composite Systems)

Alternativas recentes no mercado:


• Constituídos por camadas de revestimento de
argamassa com agregados leves e camada de
acabamento para exterior
• Constituido por placa de isolamento térmico (em
ICB) e camada de revestimento em argamassa
com base em cal aérea e granulado de cortiça

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Revestimentos cerâmicos e de pedra
(natural ou artificial)

• Aplicados de forma aderente ao suporte


(colados)

Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990


J.C.Lucas – ITE 24, LNEC, 1990
Paulina Faria 11
Em função da forma como são
aplicados

• Os anteriores grupos de sistemas de


revestimento de paredes são aplicados
directamente ao suporte:
– Através de argamassa aderentes
– Através da colagem e fixação de placas de
isolamento térmico e revestimento aderente
– Através de colagem/aderência de placas ou
ladrilhos de pedra natural ou artificial
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Revestimentos de diversos materiais
aplicados de forma independente do
suporte
• De pedra natural ou artificial
• De placas com base em madeira
• De placas com base em chapa metálica
• Em painéis de vidro
• Com base em argamassas aplicadas sobre
redes de metal distendido
• Outros materiais
Paulina Faria 13
Em função da forma como são
aplicados

• Este grupo de sistemas de revestimentos


difere dos outros por ter aplicação
independente do suporte

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Revestimentos aplicados por pintura

• Com base em:


– Caiações
– Tintas
– Vernizes
– Velaturas

Paulina Faria 15
Detalhando cada sistema…

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Rebocos com base em argamassas de
ligantes minerais

Argamassas realizadas em obra


• Tradicionais
• Simplificadas
Argamassas formuladas e pré-doseadas de fábrica
• não tradicionais
• mais elaboradas – ex: adjuvantes
• geralmente amassadura mecânica e aplicação por
projecção

Paulina Faria 17
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

EN 998-1: 2010
NP EN 998-1: 2010

• Rendering/plastering mortar (argamassa de


reboco exterior/interior) - Mix of one or more
inorganic binders, aggregates, water and
sometimes admixtures and/or additions, used
as external renders or internal plasters

• Fresh rendering/plastering mortar - Mortar


completely mixed and ready for use
Paulina Faria 18
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Render/plaster
• Materials used externally are referred to as render/rendering and materials used
internally as plaster/plastering
Rendering/plastering system
• Sequence of coats to be applied to a background which can be used in conjunction with
the possible use of a support and/or reinforcement and/or a pre-treatment
Render/plaster coat
• Layer applied in one or more operations or passes with the same mix, with the previous
pass not being allowed to set before the next one is made (i.e. fresh on fresh)
Undercoat
• Lower coat or coats of a system
Final coat
• Last coat, decorative or not, of a multicoat rendering or plastering system

Declared value
• Value that a manufacturer is confident in achieving, bearing in mind the precision of
test and variability of process

Paulina Faria 19
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Rendering/plastering mortars are defined


[EN 998-1: 2010 / NP EN 998-1:2011]:

a) According to the concept as either:


• designed mortars or prescribed mortars /argamassas de
desempenho ou de formulação

b) According to the mode of manufacture as either:


• factory-made mortars / argamassas industriais
• semi-finished factory mortars / argamassas industriais semi-
acabadas
• site-made mortars /argamassas feitas em obra

Paulina Faria 20
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Rendering/plastering mortars are defined


[EN 998-1: 2010 / NP EN 998-1:2011]:
c) According to the properties and/or use, as either:
• general purpose rendering/plastering mortar - argamassa de uso
geral para reboco exterior/interior
• lightweight rendering/plastering mortar – argamassa leve para
reboco exterior/interior
• coloured rendering mortar – argamassa colorida para reboco exterior
• one-coat rendering mortar – argamassa monomassa (monocamada)
para reboco exterior
• renovation rendering/plastering mortar – argamassa de drenagem
(de sais)/renovação para reboco exterior/interior
• thermal rendering/plastering insulating mortar – argamassa de
isolamento térmico para reboco exterior/interior
Paulina Faria 21
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Argamassas à base de cal aérea mas em que o ligante


activo principal é o Sulfato de Cálcio – Norma aplicável:
EN 13279

• EN 13279-1: 2008 - Gypsum binders and gypsum plasters. Part 1:


Definitions and requirements. Brussels, CEN
• NP EN 13279-2: 2014 - Ligantes em gesso e rebocos para a
construção. Parte 2: Métodos de ensaio. Caparica, IPQ / EN 13279-
2:2014 - Gypsum binders and gypsum plasters. Part 2: Test methods.
Brussels, CEN

Paulina Faria 22
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Classificação função da concepção:

Designed rendering/plastering mortar - Argamassa de desempenho para revestimento


exterior/interior
• Mortar whose composition and manufacturing method is chosen by the producer in
order to achieve specified properties (performance concept)

Prescribed rendering/plastering mortar – Argamassa de formulação para revestimento


exterior/interior
• Mortar made in pre-determined proportions, the properties of which are assumed from
the stated proportion of the constituents (recipe concept)

Paulina Faria 23
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Classificação de acordo com o processo produtivo:

Factory-made rendering/plastering mortar – Argamassa industrial para revestimento


exterior/interior
• Mortar batched and mixed in a factory. It can be 'dry mortar' which is ready mixed only
requiring the addition of water, or ' wet mortar' which is supplied ready for use (fresca
ou em pasta)

Semi-finished factory mortars - Argamassas industriais semi-acabadas


Prebatched rendering/plastering mortar – Argamassa pré-doseada para reboco
exterior/interior
• Mortar whose constituents are wholly batched (doseados) in a factory, supplied to the
building site and mixed there according to the manufacturer's specification and
conditions
Premixed lime-sand rendering/plastering mortar – Argamassa pré-misturada de cal e areia
para reboco ext./int.
• Mortar whose constituents are wholly batched and mixed in a plant (constituintes
doseados e misturados em fábrica) , supplied to the building site where further
constituents specified or provided by the factory are added (e.g. cement)
Site-made rendering/plastering mortar – Argamassa para reboco ext./int. feita em obra
• Mortar composed of individual constituents
Paulina Fariabatched and mixed on the building site
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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

General purpose rendering/plastering mortar – Argamassa de uso geral para reboco


ext./int. (GP)
• Rendering/plastering mortar without special characteristics (it can be prescribed or
designed)

Lightweight rendering/plastering mortar – Argamassa leve para reboco ext./int. (LW)


• Designed rendering/plastering mortar with a dry hardened density below a prescribed
figure

Coloured rendering/plastering mortar – Argamassa de cor para reboco ext./int. (CR)


• Designed rendering/plastering mortar specially coloured (the colour is achieved e.g.
with pigments or coloured aggregates)

One coat rendering mortar for external use – Argamassa monomassa (monocamada) para
reboco exterior (OC)
• Designed rendering mortar applied in one coat which fulfils all the functions of a
multicoat system used externally and which is usually specifically coloured (one coat
mortars for external use can be manufactured using normal and/or lightweight
aggregates)
Paulina Faria 25
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Renovation mortar – Argamassa de drenagem (de sais) para reboco (R)


• Designed rendering/plastering mortar used on moist masonry walls containing water
and soluble salts
NOTE These mortars have a high porosity and vapour permeability and reduced
capillary action.

Thermal insulating mortar – Argamassa de isolamento térmico para reboco (T)


• Designed mortar with specific insulating properties

Classificação ao fogo:
• Argamassas que contenham máximo de 1% em massa ou volume (o mais desfavorável)
de produtos orgânicos são classificadas na classe A1 de reacção ao fogo sem
necessidade de ensaio
• Arg. com mais de 1% de material orgânico devem ser ensaiadas e clas4sificadas de
acordo com a EN 13501-1

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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

The functions performed by a rendering/plastering mortar


depend on the properties of the type of materials used, on
the thickness of the coats and the type of application [EN
998-1: 2010]

Materiais constituintes:
• Ligantes
• Agregados
• Água
• Adições
• Adjuvantes
• Pigmentos
• Armaduras

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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Materiais constituintes:

• Ligantes
• Agregados
• Água
• Adições
• Adjuvantes
• Pigmentos
• Armaduras
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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Ligantes
• Cais (de construção)
EN 459-1:2010
NP EN 459-1: 2011
“Group of lime products, exclusively consisting of two
families: air lime and lime with hydraulic properties,
used in applications or materials for construction,
building and civil engineering”

Grupos de produtos de cal, constituídos apenas por duas


famílias: cais aéreas e cais com propriedades hidráulicas

Paulina Faria 32
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cal
Cal / Lime - Calcium oxide and/or hydroxide, and calcium-
magnesium oxide and/or hydroxide produced by the
thermal decomposition (calcination) of naturally
occurring calcium carbonate (for example limestone,
chalk, shells) or naturally occurring calcium magnesium
carbonate (for example dolomitic limestone, dolomite)

• Cal aérea / Air lime – Lime which combines and


hardens with carbon dioxide present in air; has no
hydraulic properties. Air lime is divided into two sub-
families: calcium lime (CL) and dolomitic lime (DL)
Paulina Faria 33
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Ligantes
• Cais Aéreas
• Cálcicas (CL, com Ca(OH)2) ou dolomíticas (DL, com Mg(OH)2)
• “Especiais” – ex: Hidrofugada (Fradical)

Cal aérea cálcica:


– Resultante da cozedura de calcários com teor em argila < 5% e
extinção
• Cozedura do carbonato de cálcio para obtenção da cal viva:
CaCO3 (carbonato de cálcio) + en.calor = CaO (cal viva) + CO2
• Extinção da cal viva para obtenção do hidróxido de cálcio:
CaO + H2O = Ca(OH)2 + en.calor
• Endurecimento da cal em argamassa (carbonatação)
Ca(OH)2 + CO2 = CaCO3 + H2O
Ciclo da cal aérea (de materais de construção) ?

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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Ciclo da cal aérea

+ Água
Paulina Faria 35
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais Aéreas

- Cal viva em pó seco ou grânulos / Quicklime - Q


Quicklime is an air lime mainly in the oxide form which
reacts exothermically on contact with water; is available in a
range of sizes from lump to powder
Pode ser usada em argamassas pelo método da “cal a quente”
(por contacto com areia molhada)

- Hydrated lime is an air lime mainly in the hydroxide


form produced by the controlled slaking of quicklime
Is available as: powder / cal hidratada em pó (por aspersão) - S; putty /
cal em pasta (extinção por imersão em água abundante - S PL; slurry or milk
of lime / leite de cal (por diluição da pasta em água) - S ML
Paulina Faria 36
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais Aéreas
Dolomitic lime is also produced as semi-hydrated
dolomitic lime (S1), mainly consisting of calcium
hydroxide and magnesium oxide

Utilização em argamassas:
– Cal em pasta (extinção da cal viva por imersão em água
abundante) – S PL
– Cal hidratada em pó (por aspersão) – S
– Cal semi-hidratada em pó seco – S1
– Cal “a quente” (por contacto com areia molhada)

Para caiações: Leite de cal – S ML


Para consolidações: água de cal
Paulina Faria 37
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais aéreas cálcicas


– Classificação:

Cao+MgO MgO CO2 SO3 Cal


Tipo de cal disponível

% massa

CL90  90  5 4 2 ≥ 80

CL80  80 5 7 2 ≥ 65

CL70  70 5  12 2 ≥ 55
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Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais aéreas cálcicas


– Composição:

Paulina Faria 39
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais aéreas cálcicas


– Exemplos de identificação:

Paulina Faria 40
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

CAL AÉREA

Qualidade da cal aérea – depende de:


• proporção e reactividade do hidróxido de cálcio
• constituintes
• finura das partículas

Caso da cal aérea hidratada em pó: se estiver


parcialmente carbonatada (por contacto com CO2 em
meio húmido), o traço será mais fraco que o suposto

Paulina Faria 41
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Ligantes
• Cais aéreas dolomíticas
– Classificação:

Paulina Faria 42
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais aéreas dolomíticas


– Exemplos de identificação:

Paulina Faria 43
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Ligantes
• Cais com propriedades hidráulicas

Limes consisting mainly of calcium hydroxide, calcium


silicates and calcium aluminates; has the property of
setting and hardening when mixed with water and/or
under water
Reaction with atmospheric carbon dioxide is part of the
hardening process; it has a defined range of available
lime content
Are divided into three subfamilies: natural hydraulic
lime (NHL), formulated lime (FL) and hydraulic lime
(HL) 44
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais com propriedades hidráulicas

Cais Hidráulicas Naturais / Natural Hidraulic Limes


(NHL)
• Resultantes da cozedura de calcários margosos
(geralmente 5% < teor argila < 20%) e extinção

45
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais com propriedades hidráulicas

Cais Formuladas (FL)


– ex: medianamento hidráulicas (Lafarge)

46
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais com propriedades hidráulicas

Cais Hidráulicas (HL)


• Podem ser obtidas por adição de fileres inertes
(geralmente calcários) ao clinquer do cimento

47
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais com propriedades hidráulicas NHL e HL

Resistência à compressão (MPa)


Tipo de cal
7 dias 28 dias
HL2 e NHL2 - 2a7
HL3,5 e NHL3,5 -  3,5 a  10
HL5 e NHL5 2  5 a  15

% Massa
Tipo de NHL
SO3 Cal disponível como Ca(OH)2
NHL2 ≤2  35
NHL3,5 ≤2  25
≤2
NHL 5  15

Tipo de HL
SO3 Cal disponível como Ca(OH)2
NHL2 ≤3  10
NHL3,5 ≤3  8
≤3
NHL 5  4 48
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

• Cais com propriedades hidráulicas Formuladas FL

49
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

50
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Produção, fornecimento e utilização das cais


Disponibilidade do
Tipo de cal Produção Utilização
mercado
Bocados com 5-10 cm,
Cal viva em
Cozedura de rocha (calcária) geralmente em sacos de Após extinção em pasta (ou com areia
pedra
plástico fechados molhada), amassar com restantes
Cal viva Cozedura de rocha (calcária) componentes secos (ou juntar pouca água)
Pó em sacos
micronizada e moagem
Pasta com partículas <
Pasta de cal Extinção em pasta 10m, em saco plástico ou Amassar com restantes componentes secos
balde de 20-25 kg *
Mistura de cal e Massa seca em saco ou Amassar directamente ou adicionar outros
Extinção com areia molhada
areia balde de 20-25 kg * componentes secos e/ou pouca água
Amassar com restantes componentes secos e
água; preferivelmente misturar com
Cal aérea Pó com dimensão < 10m,
Extinção a seco quantidade de água adequada para obter
hidratada em sacos de papel
pasta e só após 24 horas, amassar com
restantes componentes secos
Cozedura de rocha calcária
Pó em sacos Amassar com restantes componentes secos e
argilosa e extinção a seco
água; preferivelmente misturar com
Cal hidráulica Cozedura de mistura de rocha quantidade de água adequada para obter
hidratada calcária pura (ou ligeiramente
Pó em sacos pasta (durante pouco tempo) e amassar com
argilosa) com argila (ou restantes componentes secos
pozolana) e extinção a seco
Paulina Faria 51
* Em vários países é fácil adquirir estes produtos em qualquer estância de materiais de construção
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Comercialização de cais

Cais vivas – produtores artesanais, produtores de cais


hidratadas em pó

Cais aéreas em pó hidratadas – Lusical (grupo Lhoist),


Calcidrata, …

Cais hidráulicas naturais – Secil Argamassas (NHL2,


NHL3.5, NHL5)

Cais hidráulicas – Secil Argamassas (HL5) e Cimpor


Ciarga (HL5)
….. 52
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Ligantes
• Cimentos
– Naturais
Resultantes da cozedura de margas calcárias (20% < teor
argila < 40%)
– Correntes (para argamassas de revestimento, o mais
corrente é o 32,5)
– Brancos

Muito detalhados em Materiais de Construção…


Paulina Faria 53
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Agregados (naturais ou artificiais)


– Areia
• De rio (lavada, rolada)
• De areeiro (não lavada – amarela, pela existência de argila; lavada;
mais angulosa)
– Filleres
• Pós de pedra
– Resíduos de cerâmica de barro vermelho, residuos de
pedreira e outros resíduos
Devem apresentar:
• boa distribuição granulométrica
• forma dos grãos algo angulosa
• percentagem de vazios entre 33-35% da massa de um volume
de areia seca
• características geológicas adequadas
Água
– Potável ou sem sais ou outras partículas em excesso 54
Paulina Faria
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Adições
– Pozolanas naturais (lavas vulcanicas meteorizadas)
– Pozolanas artificiais
• Cinzas volantes de centrais térmicas a carvão mineral
• Metacaulino (caulino sujeito a tratamento térmico – ex: 30” a 600ºC
- e moagem )
• Pó de tijolo (cozido a T < 900ºC em granulometria fina)
• Cinzas de casca de arroz (cascas cozidas a temperaturas < 600ºC e
moagem)
• Pó de vidro (em granulometria fina)

Produtos contendo sílica e alumina no estado amorfo.


Possibilidade de reutilização de subprodutos industriais (sustentabilidade da
construção) Paulina Faria 55
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Adições pozolânicas

Optimização de características em argamassas de cal aérea:


Na presença da água, reagem com o hidróxido de cálcio,
desenvolvendo silicatos e aluminatos de cálcio hidratados, do tipo
dos obtidos com ligantes hidráulicos
– Capacidade de endurecimento mais rápido em ambientes
muito húmidos (características de hidraulicidade)
– Melhoria das resistências mecânicas
– Aumento da durabilidade (ex: resistência a sais solúveis)
– Manutenção de compatibilidade com suportes de fracas
resistências (ex: edifícios antigos)

Paulina Faria 56
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

NP EN 450-1:2012
Cinzas volantes para betão. Parte 1: Definicões, especificações e
critérios de conformidade

Cinzas volantes – Pó fino constituído principalmente por partículas


vítreas de forma esférica resultante da queima de carvão
pulverizado, com ou sem material de co-combustão, com
propriedades pozolânicas e constituído essencialmente por
SiO2 e Al2O3 e que:
- é obtido por precipitação electroestática ou mecânica das
poeiras arrastadas pelos gases resultantes da queima do carvão
pulverizado em centrais de produção de energia
- poderá ser processado, por exemplo por classificação,
selecção, peneiração, secagem, mistura, moagem e redução de
carbono ou por combinação destes processos
Paulina Faria 57
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

NP EN 450-1:2012
Cinzas volantes para betão. Parte 1: Definicões, especificações e
critérios de conformidade

Adição do tipo II – Materiais inorgânicos, pozolânicos ou com


propriedades hidráulicas latentes, finamente divididos, que
podem ser adicionados a argamassas ou betões com o fim de
melhorar certas propriedades ou obter propriedades especiais

Índice de actividade – Razão (em %) entre as Rc de provetes


normalizados de argamassa com 75% de cimento de referência
e de 25% da cinza volante em análise (em massa) e de provetes
com argamassa só de cimento, ensaiados à mesma idade

Paulina Faria 58
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Adjuvantes
Tipos:
– Redutores de água
– Plastificantes
– Retentores de água
– Aceleradores de presa ou de endurecimento
– Introdutores de ar
– Anticongelantes
– Redutores de permeabilidade
– Hidrófugos ou redutores de capilaridade
– Fungicidas, bactericidas, germicidas, insecticidas
Características:
• Introduzidos em percentagens muito baixas (< 5%)
• Efeito fortemente químico
• Dificuldades em argamassas realizadas em obra
• Principalmente utilizados em argamassas pré-doseadas
(desenvolvidas em laboratório e doseadas de fábrica) 59
Paulina Faria
Rebocos com base em argamassas de ligantes minerais

Pigmentos
– Naturais (terras moídas)
– Artificiais (terra calcinadas ou de síntese)
• Vermelho – sesquióxido de ferro
• Amarelo – óxido vermelho de ferro e hidróxido de ferro
• Castanho – sesquióxido de ferro e bióxido de manganésio
Armaduras
– Redes de metal distendido ou redes de arame
protegidas contra a corrosão (argamassas com base em
cimento)
– Redes de fibra de vidro protegidas contra os álcalis (arg.
com base em cal aérea)
– Fibras soltas
Paulina Faria 60
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Aplicações de argamassas com base em


ligantes minerais em revestimentos de
paredes e tectos

Paulina Faria 61
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Aplicações de argamassas em revestimentos de


paredes e tectos:
– Revestimento dos panos de parede e de tectos
(reboco interior ou exterior aderente)
– Tratamento de juntas de alvenaria à vista
– Regularização de paredes a serem revestidas por
ladrilhos aderentes

Tipos de suporte:
– Construção nova (distintos materiais de suporte)
– Reabilitação (os mesmos ou outros materiais de suporte)
– Conservação de património (alvenarias de pedra aparelhada,
argamassada ou “ordinária”, alvenarias de tijolo maciço, taipa, betão
antigo, etc.)
Paulina Faria 62
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Aplicação de rebocos tradicionais


• Nº camadas – depende:
– tipo de suporte
– condições de exposição
– tipo de acabamento

• Forte dosagem ligante/ligante + forte: > fendilhação


• Baixo teor ligante/ligante + fraco:
< fendilhação; > porosidade
> permeabilidade vapor água
Paulina Faria 63
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Necessidade de camadas múltiplas em rebocos


de argamassas feitas em obra ?
• Degressividade ligante do suporte à última camada
• Redução da abertura e tamanho fendas
Especificidade de cada camada (crespido, base, acabamento; liso, rugoso,
cor) função das características pretendidas (promover aderência, barreira
impermeabilização, regularização superficial, estética, etc.)

Paulina Faria 64
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Tipos de argamassas para rebocos


Traços volumétricos (ligantes e adições preenchendo vazios
deixados entre grãos do agregado)

Função do tipo de ligante


– Argamassas de:
• Cal aérea
• Cal hidráulica
• Cimento
• Bastardas (pelo menos 2 ligantes)
• Cal aérea e pozolana
– Características específicas

Paulina Faria 65
Argamassas de cimento
• resistências mecânicas elevadas
• baixa deformabilidade
• libertação de sais solúveis
• desenvolvimento de compostos expansivos do tipo da
etringite e da taumasite quando em contacto com
sulfatos
• susceptibilidade à fendilhação
• baixa absorção capilar mas também baixa
permeabilidade vapor de água
• presa mesmo em ambientes muito húmidos e com
fraca presença em CO2 (por hidratação)

Traços correntes? Paulina Faria 66


Argamassas de cimento

Paulina Faria 67
Argamassas de cal aérea
• resistências mecânicas relativamente baixas e obtidas a longo
prazo
• boa deformabilidade
• elevada absorção capilar mas também elevada permeabilidade
vapor de água
• capacidade de refechamento das fendas por retracção inicial de
secagem por reaperto da argamassa
• reduzida resistência sais solúveis que actuem por acção mecânica
• baixa dureza superficial
• dificuldade de presa em ambientes muito húmidos ou com fraca
presença em CO2 (cura exclusivamente por carbonatação)

Traços correntes?

Paulina Faria 68
Argamassas bastardas com base em cal
aérea e ligante hidráulico
Pretende-se colmatar as deficiências das argamassas de cal
aérea mas introduzem-se de algumas das deficiências
das argamassas com ligantes hidráulicos
Características:
– dependem do traço entre os ligantes
– grau de compatibilidade variável

Traços correntes ?
• Ex:
1:1:6, 1:2:9, 1:3:12 – volumes de cimento, cal aérea e areia (traços decrescentes
em cimento, mantendo proporção 1:3 de ligante:agregado)
Paulina Faria 69
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Influência dos agregados


• acção de filler, reduzindo a quantidade de ligante
necessário e, constituindo a estrutura da argamassa,
reduzindo a retracção
• actuação como introdutor de ar, facilitando a
hidratação ou carbonatação de que resulta a presa da
argamassa e aumentando a sua resistência à acção do
gelo
• contribuição para as resistências mecânicas
• eventual interacção com o ligante (caso de agregados
com reactividade pozolânica, por exemplo)
• partículas mais finas com influência na cor
Paulina Faria 70
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Influência dos agregados


Introdução de areia amarela (> % argila)
• > resist.mecânicas
• < quantidade água para = espalh.
• < pros.aberta (> compacidade)
• < permeabilidade ao vapor de ág.
• < absorção capilar
• > retracção linear
Influência da distribuição granulométrica
• Optimização do traço de ligante
• Microestrutura da argamassa
– Curva granulométrica aberta (pouco monogranular)
– Avaliar tipo de ligante
Paulina Faria 71
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Aplicação e cura
• Condicionada por: condições meteorológicas;
retracção inicial de secagem; secagem deve ser lenta
(cuidados com sucção do suporte e evaporação)
• Constância de qualidade: depende do armazenamento
e traço (quantidade de cada constituinte)
• Juntas de trabalho: em arestas e elementos salientes;
em juntas de esquartelamento
• Protecções de arestas na camada de base (perfis metálicos
ou de plástico)
• Reforços no revestimento contíguo de materiais
diferentes (ex: interface alvenaria/betão armado)
• Pontos e mestras para controlo de espessura e rigor de
planeza
Paulina Faria 72
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Aplicação por execução de pontos e mestras


• Execução de pontos de argamassa na parte superior da
parede com espessura pretendida para camada de base
• Execução de pontos na vertical dos anteriores, com fio de
prumo
• União dos pontos da mesma vertical por mestras de
argamassa (tiras estreitas)
• Preenchimento da área entre mestras com argamassa da
camada de base e alisamento com régua de madeira
apoiada nas mestras
• Nas esquinas apoia-se a régua na mestra mais próxima e
moutra régua colocada no topo da parede, saliente em
espessura igual à da mestra
Paulina Faria 73
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Argamassas de cal aérea

Necessidade (e possibilidade) de serem


reapertadas contra o suporte algum tempo
após aplicação (após desenvolvimento da
retracção inicial de secagem)
– Melhoria de características:
• Aderência ao suporte
• Compacidade
• (eliminação da fendilhação por retração de secagem)

Paulina Faria 74
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Revestimento superficial de rebocos


Normalmente, mas (especialmente antigamente) não
obrigatoriamente, os rebocos são revestidos por
sistema aplicado por pintura

Existem revestimentos de paredes com base em


argamassas de ligantes minerais em que a camada
superficial do reboco é propositadamente realizada de
forma a ser visível: é o caso das marmorites

Paulina Faria 75
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Marmorites

Paulina Faria 76
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Marmorites

• Revestimento resistente e durável (sem grandes


necessidades de manutenção) aplicado sobre um
reboco de regularização
• Maioritariamente utilizado nos anos 50 a 70 do séc. 20
• A camada de acabamento é normalmente rica em cal
aérea (ou hidráulica), com agregados de diferentes
cores, tipos e dimensões (de pedra, de vidro,…),
pigmentada ou apenas colorida pelos agregados
• Procedia-se a uma lavagem da superfície da argamassa
enquanto fresca para deixar visíveis os agregados
Paulina Faria 77
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Revestimento superficial de rebocos


Também existem revestimentos de paredes
com base em argamassas de ligantes minerais
em que a camada superficial do reboco é
particularmente decorada, muitas vezes
procurando “fingir” outros revestimentos ou
apresentando trabalhos verdadeiramente
artísticos

Paulina Faria 78
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Revestimento superficial de rebocos


Caiação
• Diversas demãos de leite de cal em direcções cruzadas
• Pigmentada ou na cor branca
• não pigmentada
actua como reflector solar
permite reparação de defeitos sem deixar vestígios
• pigmentos orgânicos ou inorgânicos
naturais ou artificiais
Cor: contribuição durabilidade

Solidificação por cristalização dos constituintes → camada


consolidante do próprio reboco (parte do revestimento)
Paulina Faria 79
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Revestimento superficial de rebocos


Caiação

Paulina Faria 80
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Revestimento superficial de rebocos


Necessidade de permeabilidade ao vapor de água compatível com
o reboco (e a deste com a da parede)

Maioria das tintas actuais


• Solidificação por simples evaporação do solvente (deficiente
ligação ao suporte)
Quando apresentam baixa permeabilidade vapor
(barreira pára-vapor)

empolamentos e destaques

Paulina Faria 81
Investigação em argamassas

Desenvolvimento de argamassas para


determinada aplicação ou com determinados
materiais
- Definição de objectivos
- Estabelecimento das variáveis e dos padrões de controlo
- Definição de todos os protocolos e procedimentos
- Recolha e preparação de materiais
- Execução das argamassas
- Preparação de provetes
- Cura de provetes
- Ensaios de provetes
- Análise de resultados
- Obtenção de conclusões Paulina Faria 82
Investigação sobre argamassas

83
Paulina Faria
Investigação sobre argamassas

84
Paulina Faria
Investigação sobre argamassas

85
Paulina Faria
Investigação em argamassas

Avaliação do desempenho in situ


- Definição de objectivos
- Estabelecimento das variáveis e dos padrões de controlo
- Definição de todos os procedimentos de aplicação
- Preparação de materiais
- Execução das argamassas
- Aplicação das argamassas
- Registo de todos os condicionantes
- Avaliação visual do comportamento ao longo do tempo
- Eventual realização de ensaios in situ
- Análise de resultados
- Obtenção de conclusões
Paulina Faria 86
Investigação em argamassas

Aplicações experimentais in situ

Paulina Faria 87
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

REBOCOS NÃO TRADICIONAIS OU PRÉ-DOSEADOS


Geralmente produtos pré-doseados, ensacados ou
ensilados em pó ou estabilizados; em obra amassados
com água

Incluir matéria de: APFAC (2008) – Monografia Argamassas de reboco,


monomassas e ETICS Paulina Faria 88
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Rebocos não tradicionais ou pré-doseados

Aplicados em camada única: monocamada, monocapa,


monomassa
Em 1 ou 2 demãos: aplicações espaçadas de horas
Espessuras de 8 a 12mm + 3 a 5mm
ou
Aplicados em mais de uma camada
ou
Específicos para determinada camada do reboco
Pigmentados na massa (pelo menos última demão, com cores claras)

Espessura total 10 a 15 mmPaulina Faria 89


Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Rebocos não tradicionais ou pré-doseados

Materiais:
• Ligantes minerais – cimentos (muitas vezes branco),
cais
• Agregados minerais – areias siliciosas e calcárias
• Adições (cargas leves, fibras, pozolanas)
• Pigmentos (geralmente óxidos metálicos)
• Adjuvantes – alguns agem temporariamente
(aplicação e presa); outros de forma “permanente”
Paulina Faria 90
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Adjuvantes
Retentores de água – contribuem para dispensa do crespido; evitam secagem
rápida por absorção do suporte ou evaporação, assegurando a água para
hidratação completa dos ligantes hidráulicos
Promotores de aderência – contribuem para dispensa do crespido
Plastificantes – possibilitam limitar a quantidade de água de amassadura;
melhoram trabalhabilidade (< retracção, > compacidade, > impermeabilização)
Introdutores de ar – através de microbolhas desenvolvidas na amassadura (grande
sensibilidade ao modo e período); > trabalhabilidade, < compacidade, <
resistências mecânicas, > resistência ao gelo
Hidrófugos - < capilaridade geralmente por obstrução dos capilares + finos
Fungicidas e biocidas – dificultam desenvolvimento de fungos e agentes biológicos
(mais frequente quando existem adjuvantes orgânicos) e a sua fixação no
revestimento

Normalmente um mesmo produto desempenha diversas funções


(ex: plastificante e promotor de aderência)
Paulina Faria 91
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Rebocos não tradicionais ou pré-doseados

Classificação MERUC (CSTB, 1990):


Atribuição de índice (geralmente de 1 a 5) a cada um dos seguintes
items:
• M – massa volúmica aparente endurecida
• E – módulo elasticidade
• R – resistência à tracção
• U – retenção de água
• C – capilaridade

Paulina Faria 92
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Rebocos não tradicionais ou pré-doseados

Aplicação mais comum:


Amassadura mecânica + projecção mecânica
• 1 operário opera e alimenta a máquina (de amassadura e
projecção)
• 1 operário opera a lança de projecção
• 1 operário regulariza e “aperta” a superfície projectada

Obras com grande utilização de argamassa: utilização de silos

Paulina Faria 93
Revestimentos com base em argamassas de ligantes minerais

Rebocos não tradicionais ou pré-doseados

Problemas mais comuns – relacionados com:


• Falta de regularidade dos suportes (e compatibilização
com espessura de monocamadas)
• Fendilhação dos suportes – zona corrente ou
interfaces (acompanhada pela do revestimento)
• Manchas (por falta de constância na aplicação ou amassadura,
por eflorescências, devido a exposição solar - por fraca
durabilidade da pigmentação)

Paulina Faria 94
Doc. Homologação vs Doc. Aplicação

95
Paulina Faria
Antigamente: Produtos pré-doseados sujeitos a Homologação
pelo LNEC
Actualmente: Produtos com marcação CE; possibilidade de
estudo e emissão de DA pelo LNEC

1. Descrição do produto
2. Campo de aplicação
3. Fabrico e controlo da
qualidade
4. Apresentação comercial
5. Aplicação em obra
6. Manutenção e renovação
7. Modalidades de
comercialização e de Pré-doseado, pigmentado, monocamada de 15mm (1 ou 2 demãos)
assistência técnica
8. Análise experimental
9. Características de
desempenho
10. Visitas a obras em uso
11. Ensaios de recepção do
produto
12. Referências (obras)

Paulina Faria 96
Diferenças entre produtos?
Pré-doseado, não pigmentado, aplicação em 2 camadas, 20mm
Normalização de argamassas

Paulina Faria 97
Normalização de argamassas
• Normas de constituintes (ligantes, agregados, adjuvantes, adições) – por ex.:
– EN 459-1: 2010 - Building lime. Part 1: Definitions, specifications and conformity criteria. Brussels,
CEN, 2010
• Substituiu a NP EN 459-1: 2002 – Cal de construção. Parte 1: Definições, especificações e critérios de conformidade. Lisboa,
IPQ, 2003.
– EN 459-2: 2010 - Building lime. Part 2: Test methods. Brussels, CEN, 2010
• Substituiu a NP EN 459-2: 2002 – Cal de construção. Parte 2: Métodos de ensaio. Lisboa, IPQ, 2003.
– NP EN 459-3: 2002 – Cal de construção. Parte 3: Avaliação da conformidade. Lisboa, IPQ, 2003.
– EN 196-1: 2005 – Methods of testing cement – Part 1: Determination of strength.
– EN 196-2: 2005 – Methods of testing cement – Part 2: Chemical analysis of cement.
– EN 196-3: 2005 – Methods of testing cement – Part 3: Determination of setting times and
soundness.
– NP 2065: 1991 – Cimentos. Condições de fornecimento e recepção.
– NP EN 12620: 2004 – Agregados para betão.

• Normas de especificações – por exemplo:


– EN 998-1: 2010 - Specification for mortar for masonry – Part 1: Rendering and plastering mortar
with inorganic binding agents. Brussels, CEN, 2010.
– EN 998-2: 2010 - Specification for mortar for masonry – Part 2: Masonry mortar. Brussels, CEN,
2010.
– prEN 998-3: 2006 – Specifications for mortar for masonry. Part 3: Products for external rendering
and internal plastering based on organic binders. Brussels, CEN, 2006.

Paulina Faria 98
Normalização de ensaio de argamassas
• EN 1015-1: 1998 – Methods of test for mortar for masonry – Part 1: Determination of
particle size distribution (by sieve analysis). Brussels, CEN, 1998.
• EN 1015-2: 1998 – Methods of test for mortar for masonry – Part 2: Bulk sampling of
mortars and preparation of test mortars. Brussels, CEN, 1998.
• EN 1015-3: 1999 – Methods of test for mortar for masonry – Part 3: Determination of
consistence of fresh mortar (by flow table). Brussels, CEN, 1999 [A1: 2004].
• EN 1015-4: 1998 – Methods of test for mortar for masonry – Part 4: Determination of
consistence of fresh mortar (by plunger penetration). Brussels, CEN, 1998.
• prEN 1015-5: 1995 – Methods of test for mortar for masonry – Part 5: Determination of
workability (cohesiveness). Brussels, CEN,1995.
• EN 1015-6: 1998 – Methods of test for mortar for masonry – Part 6: Determination of
bulk density of fresh mortar. Brussels, CEN, 1998.
• EN 1015-7: 1998 – Methods of test for mortar for masonry – Part 7: Determination of air
content of fresh mortar. Brussels, CEN, 1998.
• EN 1015-8: 1998 – Methods of test for mortar for masonry – Part 8: Determination of
water retentivity of fresh mortar. Brussels, CEN, 1998.
• EN 1015-9: 1999 – Methods of test for mortar for masonry – Part 9: Determination of
workable life and correction time of fresh mortar. Brussels, CEN, 1999.
• EN 1015-10: 1999 – Methods of test for mortar for masonry – Part 10: Determination of
bulk density of hardened mortar. Brussels, CEN, 1999.

Paulina Faria 99
Normalização de ensaio de argamassas
• EN 1015-11: 1999 – Methods of test for mortar for masonry – Part 11: Determination of
flexural and compressive strength of hardened mortar. Brussels, CEN, 1999.
• EN 1015-12: 2000 – Methods of test for mortar for masonry – Part 12: Determination of
adhesion of hardened rendering and plastering mortars. Brussels, CEN, 2000.
• prEN 1015-13: 1995 – Methods of test for mortar for masonry – Part 13: Determination of
dimensional stability of hardened mortars. Brussels, CEN, 1995.
• prEN 1015-14: 1999 – Methods of test for mortar for masonry – Part 14: Determination of
durability of hardened mortars. Brussels, CEN, 1999.
• prEN 1015-15: 1995 – Methods of test for mortar for masonry – Part 15: Determination of
driving rain resistance of rendering mortars. Brussels, CEN, 1995.
• prEN 1015-16: 1995 – Methods of test for mortar for masonry – Part 16: Determination of
modulus of transversal strain, elastic modulus and the Poisson´s ratio. Brussels, CEN, 1995.
• EN 1015-17: 2000 – Methods of test for mortar for masonry – Part 17: Determination of
water soluble chloride content of fresh mortars. Brussels, CEN, 2000 [A1: 2004].
• EN 1015-18: 2002 – Methods of test for mortar for masonry – Part 18: Determination of
water absorption coefficient due to capillary action of hardened mortar. Brussels, CEN,
2002.
• NP EN 1015-19: 2000 – Métodos de ensaio de argamassas para alvenaria – Parte 19:
Determinação da permeabilidade ao vapor de água de argamassas de reboco endurecidas.
Lisboa, IPQ, 2000 [CEN A1: 2004].
• EN 1015-21: 2002 – Methods of test for mortar for masonry – Part 21: Determination of the
compatibility of one-coat rendering mortar with substrates. Brussels, CEN, 2002.
Paulina Faria 100
Normalização sobre revestimentos com argamassas e
materiais complementares

• EN 13658-1: 2005 - Metal lath and beads. Definitions, requirements and test methods.
Part 1: Internal plastering. Brussels, CEN, 2005.
• EN 13658-2: 2005 - Metal lath and beads. Definitions, requirements and test methods.
Part 2: External rendering. Brussels, CEN, 2005.
• EN 13914-1: 2005 – Design, preparation and application of external rendering and internal
plastering. Part 1: External rendering. Brussels, CEN, 2005.
• EN 13914-2: 2005 – Design, preparation and application of external rendering and internal
plastering. Part 2: Design considerations and essencial principles for internal plastering.
Brussels, CEN, 2005.

Paulina Faria 101


Revestimentos de ligantes mistos

Constituição:
• Ligante mineral – cimento corrente ou branco (20 a
40%)
• Ligante sintético – copolímero vinílico, acrílico ou
acrilo-estirenado em dispersão aquosa (> 2,5%;
geralmente 4 a 8%)
• Cargas minerais – granulometria estudada e aberta
(50 a 70%)
• Adjuvantes e pigmentos
• Redes de fibra de vidro (protegidas contra os álcalis, embebida)
ou metálica protegida contra corrosão (menos frequentes)
Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990
Paulina Faria 102
Revestimentos de ligantes mistos

Em função do suporte, podem exigir aplicação de primário


(dispersão aquosa de resina sintética com cimento)
Revestimento misto aplicado geralmente em 2 ou + camadas
Acabamento final por revestimento de ligante sintético , verniz
acrílico, esmalte epoxídico ou tinta corrente

Redução de espessura comparativamente aos só de


ligantes minerais (2 a 10 mm)

Suportes com planeza e regularidade compatível com
baixa espessura

Classificados como revestimentos de


impermeabilização (quando aplicados espessuras > 4 mm)
Paulina Faria 103
Revestimentos de ligantes mistos

Melhoria de características (devido ao ligante


sintético):
• Aderência
• Deformabilidade
• Impermeabilização
• Resistência à fendilhação
- Acréscimo de custo

Exemplos típicos de aplicação:


• Sobre isolantes térmicos, em ETICs
• Revestimento interior de paredes de zonas industriais com
lavagens frequentes

Paulina Faria 104


Revestimentos de ligantes mistos

Modos de Fornecimento:
• Pasta pronta a aplicar (em obra apenas é homogeneizada)
• Pasta para adicionar outros produtos (geralmente cimento)
• 2 componentes pré-doseados a misturar em obra (1 pasta + 1
pó)
• Pó pronto a amassar em obra com água em proporção
previamente definida

Paulina Faria 105


Revestimentos de ligantes mistos

Aplicação genérica (com armadura):


• Aplicação de camada de revestimento misto sobre o suporte
com mínimo de 2 mm
• Aplicação de armadura bem esticada sobre o produto fresco e
passagem de talocha, fazendo pressão até imbebição na
camada
• Aplicação de 2ª camada após secagem da 1ª, com espessura
para dissimular armadura e obtenção de superfície plana e
lisa
• Aplicação de acabamento final após secagem da 2ª camada
Se existir reforço de armadura, aplica-se mais uma camada de
revestimento.
Sobre juntas de dilatação, o revestimento é interrompido
Paulina Faria 106
Revestimentos de ligantes mistos

Reparação do revestimento armado

Sobreposição mínima de 2 cm entre armaduras nova e antiga

Causas de anomalias mais frequentes:


• Permeabilidade ao vapor de água deficiente (empolamento
do revestimento)
• Falta de armadura (fendilhação)
• Eflorescências (manchas esbranquiçadas)

Paulina Faria 107


Revestimentos de ligantes sintéticos

• Revestimentos de acabamento para


paramentos exteriores
• Revestimentos de impermeabilização e
estanquidade para exteriores
• Revestimentos de regularização e de
acabamento para interiores

Bibliografia principal: Curso de Revestimentos de Paredes, LNEC, 1990


Paulina Faria 108
Revestimentos de ligantes sintéticos

Para exteriores
• Revestimentos de acabamento
– Constituintes: resina sintética + cargas minerais +
pigmentos + adjuvantes
• Normalmente existe primário
• Pronto a aplicar por rolo ou escova
• Revestimentos de impermeabilização ou
estanquidade
– Constituição: polímeros em dispersão aquosa (0,7 a 1,0
mm)
• Primário – resina sintética aquosa ou em solvente orgânico
• Camada de base – ligante sintético + cargas minerais + pigmentos
+ adjuvantes; armadura em rede ou fibras
• Camada de acabamento – resina flexível
Paulina Faria 109
Revestimentos de ligantes sintéticos

Para interiores

– 2 produtos de ligantes sintéticos: 1 de grão grosso


para regularização; outro de granulometria fina
para acabamento

– Constituição: Resina sintética em dispersão


aquosa + cargas de sílica ou calcite + pigmentos +
adjuvantes

– Pastas prontas a aplicar (1 a 3 mm)


Paulina Faria 110

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