Você está na página 1de 2

Contribuições da Neuroeducação para o campo da Música:

caminhos para a introdução da temática no Ensino Superior

Luciane Cuervo
Luciane.cuervo@ufrgs.br

Este trabalho discute contribuições da Neuroeducação ao campo da Música,


dedicando-se especialmente a apresentar estratégias de abordagem de introdução da
temática no Ensino Superior de Música. As duas últimas décadas foram marcadas por
avanços extraordinários no que concerne às possibilidades investigativas do
engajamento neural no comportamento musical. É possível afirmar que o fazer musical
engloba diversas regiões e funções cerebrais, dos dois hemisférios, de forma dinâmica
e complexa. Apesar disso, ainda são difundidos mitos acerca do cérebro, como a
percentagem reduzida de utilização da massa encefálica, a lateralidade e rígida
dominância cerebral e genialidade/dom x expertise. Partindo da pesquisa de
Tokuhama-Espinosa (2012), defende-se que o primeiro passo necessário para a
difusão de conhecimentos neurocientíficos é justamente o de desconstruir os mitos
sobre o cérebro. Suas investigações apontam que há quatro principais categorias de
saberes, sendo predominante a categoria “Mitos” entre seus sujeitos de pesquisa:
Estabelecido, Provável, Especulação Inteligente e Mito. Conhecimentos
neurocientíficos têm muito a enriquecer a pedagogia da Performance. Expressar-se
através da música inclui a capacidade de poder interpretar ou criar a sua versão para
uma obra, imprimindo um caráter pessoal e transmitindo algo de si mesmo ao ouvinte.
Da produção à recepção existe um longo caminho cujo objetivo principal,
conscientemente ou não, é a aquisição de técnica em busca da expressividade
refletidos no fenômeno performático. É sabido que a prática deliberada é parte
fundamental na concepção da performance, porém, o que se defende, é que essa
prática evite a repetição mecanicista e inexpressiva, tão comuns no estudo do
instrumento e da voz. Hoje se constata que a diversificação de estratégias
metodológicas de estudo, o respeito às condições de consolidação do aprendizado e a
capacidade de adiamento de gratificação do sistema de recompensa são elementos
que exemplificam contribuições de conhecimentos neurocientíficos ao processo de
concepção da performance musical.

Conference Presentation

Title: Neuroeducation contributions to the field of Music: ways to introduce the


subject in higher education

Luciane Cuervo
Luciane.cuervo@ufrgs.br

Format: Other (please specify): paper and concert lecture*


Abstract (please insert below):
This work discusses contributions of the Neuroeducation to the field of Music,
especially to present approaches to introduce this subject in Music Higher Education.
The last two decades were marked by extraordinary advances in the research
possibilities of neural engagement in musical behavior. It is possible to affirm that the
musical making encompasses diverse regions and brain functions of the two
hemispheres in a dynamic and complex way. Despite this, myths about the brain are
still widespread, such as reduced percentage of brain mass use, laterality and rigid
cerebral dominance, and genius/gift x expertise. From the research of Tokuhama-
Espinosa (2012), it is argued that the first necessary step for the diffusion of
neuroscientific knowledge is precisely to deconstruct the myths about the brain. His
investigations point out that there are four main categories of neuroscientific knowledge
– Established, Probable, Intelligent Speculation and Myth – being predominant the
category "Myth" among his research subjects. Neuroscientific knowledge has much to
enrich the performance pedagogy. Expressing yourself through music includes the
ability to interpret or create your version for a work, imprinting a personal character and
transmitting something of yourself to the listener. From production to reception there is
a long road whose main objective, consciously or not, is the acquisition of technique in
search of expressiveness reflected in the performatic phenomenon. It is well known
that deliberate practice is a fundamental part of the conception of performance, but
what is defended is that this practice avoids the mechanic and expressionless
repetition, which is so common in the study of the instrument and the voice. Nowadays,
the diversification of methodological study strategies, the respect for the conditions of
learning consolidation, and the capability to postpone gratification of the reward system
are elements that exemplify contributions of neuroscientific knowledge to the process
of musical performance conception.

Você também pode gostar