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53 SUGESTÕES

DE
AUTO-CONHECIMENTO

PARA QUEM SE QUER CONHECER MAIS E


MELHOR

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SOBRE MIM

Olá, sou a Cátia  Rodrigues, Formadora,


Mentora e Coach, especialista nas áreas de
Turismo e Lazer.

Ajudo pessoas e organizações a viverem e


alcançarem novas conquistas, através de
experiências humanizadas e conscientes de
Turismo e Lazer.

Pode contar comigo para:


Conceber e ministrar programas de
formação personalizados;
Desenvolver programas de mentoria,
com foco no empreendedorismo e no
desenvolvimento profissional;
Promover programas de coaching
personalizados, baseados no auto-
conhecimento.

A minha formação: licenciada em Turismo e Lazer, pós-graduada em Tour


Guiding, Cultura Portuguesa e Línguas, mestre em Estudos Regionais e
Autárquicos e Gestão do Património, Doutoranda em Turismo,  Coach
certificada pelo ICL, reconhecido pelo ICF, cursos de Biblioterapia,
Cineterapia e Waking Dream Therapy, Formadora certificada.

O meu mantra: através da educação e do espírito de partilha todos podemos


ser mais e melhor.

Visite-me em: www.catiarodrigues.pt

Contacte-me através de: turismo@catiarodrigues.pt | 968081370


O QUE VAI ENCONTRAR

Sugestão de Auto-conhecimento n.º1 - Viaje - 05


Sugestão de Auto-conhecimento n.º2 -Pratique a atenção plena - 06
Sugestão de Auto-conhecimento n.º3 - Faça voluntariado - 07
Sugestão de Auto-conhecimento n.º4 - Veja filmes - 08
Sugestão de Auto-conhecimento n.º5 - Respire - 09
Sugestão de Auto-conhecimento n.º6 -Faça um pote da gratidão - 10
Sugestão de Auto-conhecimento n.º7 Trabalhe a sua marca pessoal - 11
Sugestão de Auto-conhecimento n.º8 Destralhe - 12
Sugestão de Auto-conhecimento n.º9 - Faça algo pela primeira vez - 13
Sugestão de Auto-conhecimento n.º10 - Escreva um diário - 14
Sugestão de Auto-conhecimento n.º11 - Entre em contacto com a natureza - 15
Sugestão de Auto-conhecimento n.º12 - Ensine algo - 16
Sugestão de Auto-conhecimento n.º13 - Questione-se - 17
Sugestão de Auto-conhecimento n.º14 - Leia livros - 18
Sugestão de Auto-conhecimento n.º15 - Faça uma autoavaliação - 19
Sugestão de Auto-conhecimento n.º16 - Medite - 20
Sugestão de Auto-conhecimento n.º17 - Aprenda a desaprender - 21
Sugestão de Auto-conhecimento n.º18 - Mexa-se - Faça desporto - 22
Sugestão de Auto-conhecimento n.º19 - Trabalhe o seu diálogo interior - 23
Sugestão de Auto-conhecimento n.º20 - Aprenda algo novo - 24
Sugestão de Auto-conhecimento n.º21 - Diga não - 25
Sugestão de Auto-conhecimento n.º22 - Faça um programa de Coaching - 26
Sugestão de Auto-conhecimento n.º23 - Desafie-se - 28
Sugestão de Auto-conhecimento n.º24 - Inspire-se em biografias - 29
Sugestão de Auto-conhecimento n.º25 - Faça absolutamente nada - 30
Sugestão de Auto-conhecimento n.º26 - Ressignifique - 31
Sugestão de Auto-conhecimento n.º27 - Passe tempo sozinho - 32
Sugestão de Auto-conhecimento n.º28 - Abra a sua mente - 33
Sugestão de Auto-conhecimento n.º29 - Defina o caminho - 34
Sugestão de Auto-conhecimento n.º30 - Faça uma sessão fotográfica - 35
Sugestão de Auto-conhecimento n.º31 - Pare - 36
Sugestão de Auto-conhecimento n.º32 - Trace uma linha do tempo - 37
Sugestão de Auto-conhecimento n.º33 - Relacione-se - 39
Sugestão de Auto-conhecimento n.º34 - Organize o seu tempo - 41
Sugestão de Auto-conhecimento n.º35 - Durma - 43
Sugestão de Auto-conhecimento n.º36 - Faça uma lista das suas qualidades - 45
Sugestão de Auto-conhecimento n.º37 - Analise a sua relação com o dinheiro - 46
Sugestão de Auto-conhecimento n.º38 - Adote um animal de estimação - 47
Sugestão de Auto-conhecimento n.º39 - Reflita sobre os seus valores - 48
Sugestão de Auto-conhecimento n.º40 - Visualize - 49
Sugestão de Auto-conhecimento n.º41-Faça um programa de consultoria de imagem -50
Sugestão de Auto-conhecimento n.º42 - Elogie - 51
Sugestão de Auto-conhecimento n.º43 - Meça a sua produtividade - 52
Sugestão de Auto-conhecimento n.º44 - Delegue - 53
Sugestão de Auto-conhecimento n.º45 - Tenha um hobby - 55
Sugestão de Auto-conhecimento n.º46 - Solicite feedback - 56
Sugestão de Auto-conhecimento n.º47 - Olhe nos olhos - 58
Sugestão de Auto-conhecimento n.º48 - Estude sobre o cérebro - 59
Sugestão de Auto-conhecimento n.º49 - Conte a sua história - 60
Sugestão de Auto-conhecimento n.º50 - Defina objetivos - 61
Sugestão de Auto-conhecimento n.º51 - Celebre as pequenas conquistas - 63
Sugestão de Auto-conhecimento n.º52 - Faça check-ups regulares - 64
Sugestão de Auto-conhecimento n.º53 - Mude - 65
BEM VINDO!

Bem-vindo ao ebook "53 Sugestões de Auto-


Conhecimento, para quem se quer conhecer mais
e melhor".

Ao longo do ano 2020, fui partilhando,


semanalmente, no meu blog e nas minhas
redes sociais Linkedin e Facebook, sugestões de
auto-conhecimento. Este ebook surge da
compilação dessas sugestões que, espero, o
possam acrescentar e inspirar.

Proponho algumas práticas, exercícios,


reflexões ou atividades que o vão ajudar a
chegar ao entendimento consigo próprio.
Desta forma, conseguirá estabelecer uma
relação cada vez mais próxima e mais gentil
com a sua essência e conhecer-se.

Sabendo quem é, quem não é, o que quer e o


que não quer, terá uma vida mais plena de
significado, desfrutará mais dos bons
momentos e lidará melhor com os momentos
mais desafiantes.

Este ebook  foi pensado para si que se quer


conhecer, para si que se quer continuar a
conhecer e até para si, que é cético em relação
ao poder do auto-conhecimento. Seja quem
for, não está sozinho, venha comigo!
Eu sei que sou suspeita, mas não poderia começar de outra
forma: sugiro que, se se quer conhecer melhor, viaje.

Viajar coloca-nos desafios constantes, desde decidir o


destino, fazer um orçamento, lidar com frustrações
relacionadas com documentação, redefinição de prioridades,
adaptação a uma nova cama, a uma nova dieta.

Viajar faz-nos sair da nossa zona de conforto, porque nos


leva para fora da nossa rotina habitual. Todas as pequenas
ações são mais ponderadas do que normal e, por isso, vive-se
o momento mais intensamente.

Viajar confronta-nos com pessoas novas, contextos


diferentes, culturas desconhecidas, outras realidades.

Viajar ajuda-nos a praticar a aceitação, a cedência, a


paciência, a gratidão, a atenção plena.

Viajar obriga-nos a parar, a ouvirmo-nos e a refletirmos, a


regressarmos à simplicidade das coisas, à essência do que é
natural.

Viajar é revitalizador, enriquecedor, reconfortante,


estimulante!

05
Praticar a atenção plena é ter a capacidade de estar
concentrado numa tarefa apenas e de cada vez - aquela que
está a realizar agora, no momento presente.

Os benefícios da atenção plena são inúmeros, entre eles,


redução do stress e da ansiedade, aumento da capacidade de
foco, fortalecimento do sistema imunitário, aumento da
criatividade e da memória, etc.

O exercício da atenção plena é feito dentro de si. Trata-se do


controlo da sua mente sobre a sua mente, para que se possa
analisar, até chegar ao ponto em que simplesmente aceita
tudo o que é sem julgamentos, sem críticas.

Seja gentil consigo próprio e comece sem grandes


expectativas. Simplesmente pratique consistentemente e vai
ver que, com o tempo, a sua mente será um lugar comum,
onde se sente confortável, em casa.

Sugiro um livro que aborda o tema de forma muito simples,


prática e objetiva: “Mindfulness” de Mark Williams e Danny
Penman.

06
Voluntariar-se para uma ação ou tarefa vai ajudá-lo a
conhecer-se melhor, na medida em que vai perceber até
onde está disposto a ir sem ser recompensado
financeiramente, quais os seus limites, quais os valores por
que se rege, o seu sentido de missão e a sua capacidade de
altruísmo.

Com o voluntariado pratica a entrega, a doação, a partilha, a


esperança, a resistência física, psicológica e emocional.

Não precisa estar directamente ligado a uma associação ou


missão em concreto para praticar voluntariado. Basta dar de
si numa atividade que saiba praticar, seja a fazer sandes, a dar
uma formação, a limpar um canil, a recolher lixo na praia, a
dar uma consultoria ou a ensinar a fazer croché.

Seja criativo e pense em novas formas de ajudar sem sair de


casa, sem gastar dinheiro ou sem perder o seu precioso
tempo. Se tiver dificuldades, sugiro a leitura do meu artigo
de Janeiro de 2020 da revista Progredir:
https://bit.ly/2QtT0wK

07
Ver um filme, além de proporcionar um momento de
descontração e foco, permite obter insights muito
importantes sobre si e o momento que está a viver.

Desde a identificação com os personagens, a aprendizagem


com a mensagem principal da história, as sensações que a
banda sonora poderão despertar, as recordações que os
cenários poderão proporcionar, enfim… muito há a analisar
no impacto que um filme pode causar numa pessoa.

Já parou para pensar porque é que gosta tanto daquele que


considera o seu filme favorito? Pois é… há muito de si nele!

Já ouviu falar em cineterapia? É disto que trata. De uma


identificação com determinada história, a fim de encontrar
soluções para si próprio.

Então, se se quer conhecer melhor, veja filmes e analise as


suas reações, desde a escolha do filme, à sensação final com
que ficou depois de o ver. Pelo meio ouça-se e reflita.

08
Parece redundante não é? Ninguém está vivo sem respirar,
mas será que o faz na sua plenitude? A maioria não!

Problemas como excesso de cansaço, insónias, falta de


motivação, ansiedade, stress, azia, sobrepeso e muitos outros
estão relacionados com uma má respiração.

A respiração é esquecida, torna-se curta, rápida, superficial e


inconsciente. Ao analisar a sua vai conhecer mais uma
vertente de si, à qual não costuma dar grande atenção, e
permitir-se estar consigo.

Depois, basta tentar reverter a situação com muita calma,


paciência, gentileza consigo próprio e persistência… até se
tornar natural!

Sugiro um livro muito interessante, que aborda diversas


questões importantes sobre estes temas e traz alguns
exercícios práticos e simples de respiração: O Monge Urbano,
de Pedram Shojai.

09
A gratidão, de tão usada, tornou-se banal, mas não subestime
o seu poder!

Se começar a olhar para o que tem, vai descobrir coisas,


pessoas e sentimentos que nem sabia que existiam. Se subir o
degrau, conseguir perceber a real importância do que já
possui e ser grato por tudo isso, então, nada lhe faltará e é
isto que significa ter uma mentalidade de abundância!

Reconhecer o que tem e agradecer por isso vai preenchê-lo,


dar-lhe tranquilidade, relembrá-lo da simplicidade das coisas
e fazê-lo perceber o que realmente importa para si.

Eleve a fasquia e faça um pote da gratidão! Decida as suas


regras e metas, mas não deixe de praticar: reflita e escreva
coisas pelo qual é grato e coloque no pote. Abra nos dias mais
cinzentos.

Deixo algumas sugestões que lhe podem proporcionar uma


atividade lúdica e ajudar a encarar este projeto com maior
compromisso:

https://bit.ly/2RAkKze
ou

10
https://bit.ly/2GpwNdH
Você é uma marca, sabia?

Eu não sabia e aprendi-o com uma excelente profissional,


cujo trabalho só posso recomendar com toda a segurança – a
Vera Medronho.

Ao desenvolver um programa de marca pessoal, vai passar a


conhecer-se realmente, pois terá que fazer uma investigação
exaustiva sobre si, nomeadamente:
- a imagem que tem de si próprio;
- as suas qualidades e pontos a melhorar;
- o que dizem e pensam de si os outros;
- o que quer para si e o que pretende fazer para o ter;
- porque faz o que faz;
- os seus talentos e competências.
E muito, muito mais!

Ah, eu sei isso muito bem! Sabe meeeesmo?

Acredite, vale muito a pena este investimento para se


analisar, se conhecer, se projetar, ganhar clareza e, acima de
tudo, determinação.

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Experimente dedicar-se à verificação das coisas que tem em
casa e pondere sobre a sua utilidade, necessidade e
funcionalidade. Vai ver que tem coisas (demais) das quais não
precisa, que nem sabia que tinha e (espante-se) nem sabe
para que servem!

Vai revisitar o passado, recordar momentos, reconstruir a sua


história, encontrar respostas, analisar pontos de vista,
determinar novos pontos de partida e muito mais.

Decide o que quer fazer: dar, doar, reutilizar, ou, no limite,


deitar fora. Escolher, optar e decidir são excelentes
exercícios que o ajudarão a aumentar a sua auto-confiança.
Além disso, destralhar vai ajudá-lo a praticar o desapego, a
organização, a disciplina, a sentir leveza, paz de espírito,
pertença e gratidão.

Uma cabeça organizada é uma cabeça leve e feliz. Comece


pela casa e evolua passo a passo.

Se quer uma ajuda extra, sugiro que siga a Cláudia Ganhão,


especialista e consultora em minimalismo e organização.

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Entusiasmo, borboletas na barriga, curiosidade, euforia, são
sensações que experimentamos ao fazer algo pela primeira
vez.

Ok, também pode dar algum medo, porque vai encontrar


algo que lhe é desconhecido. Qual a sua decisão? Enfrenta ou
recua?

Enfrentar e fazer algo pela primeira vez vai permitir-lhe


conhecer os seus limites, o que está disposto a fazer para os
ultrapassar, testar os seus níveis de coragem, audácia e
abertura a novas experiências, estimular a criatividade, a
imaginação e a inovação. Mesmo que não aprecie a
experiência, vai sentir-se confiante e orgulhoso por ter
avançado e aprende mais sobre os seus gostos.

Nem tem que ser algo complicado, falo de provar uma


comida diferente, ir ao cinema sozinho, fazer um workshop de
costura, sei lá, use a imaginação e faça algo com o qual se
identifique mais ou menos, dependendo do nível de
sensações que pretenda atingir.

13
Querido diário…

Parece coisa de adolescente, mas não é só!

Está mais do que comprovado que escrever é terapêutico.


Escrever permite-lhe ouvir-se. É um momento de reflexão,
de conversação, de auto-análise.

Manter um registo escrito sobre si, a sua vida e os seus


momentos, vai permitir-lhe conhecer-se melhor na medida
em que lhe traz a possibilidade de ter momentos únicos e
especiais consigo próprio, em que regista experiências,
acontecimentos, aprendizagens e progressos; os seus
pensamentos tornam-se mais claros, pois reflete sobre
problemáticas e dilemas e cria novas perspetivas e soluções;
desenvolve o pensamento crítico e a criatividade.

Ao reler trabalha a gratidão, a aprendizagem constante, a


auto-estima, o desenvolvimento de novos objetivos e o
equilíbrio entre quem é e quem quer ser.

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Carros, estradas, metro, barco, pessoas, milhares de pessoas,
poluição é tudo o que encontramos no nosso dia a dia e a que
nos sujeitamos neste mundo frenético da atualidade.

Por tudo isto e muito mais, hoje sugiro que entre em


contacto com a natureza.

Será importante criar oportunidades de entrar em contacto


com a natureza porque está mais do que estudado que esta
prática reduz o stress e a hipertensão, melhora a condição
física e mental, melhora as capacidades de concentração, foco
e memória, traz melhorias significativas no humor e na
oxigenação do corpo, entre muitas outras vantagens.

Passeie por entre os campos, toque nas flores, passeie


descalço na praia, trabalhe a terra com as mãos, abrace uma
árvore, faça festinhas no cão, alimente os passarinhos,
mergulhe no mar. Passe tempo de qualidade consigo e com a
natureza e conheça-se melhor.

Permita-se ouvir-se e explorar-se. Cuide-se na natureza, com


a natureza.

15
Sabe jogar xadrez? Ensine.
Sabe as melhores técnicas de vendas? Ensine.
Sabe fazer o mais perfeito arroz doce do mundo? Ensine.
Sabe andar de bicicleta? Ensine.
Sabe treinar um cão? Ensine.

Não sabe nada sobre nada?

Reflita bem… todos sabem algo sobre algo, por mais simples
que possa parecer. Pare para pensar sobre o assunto: em que
é que é realmente bom? Ou em que é que não é assim tão
bom, mas gostaria simplesmente de partilhar com o mundo?
Hoje em dia há tantas formas de o fazer, seja criativo!

Para ensinar vai ter que aprender; vai ter que perceber do
que é que gosta e do que é que não gosta; vai analisar as suas
mais-valias; vai compreender as suas limitações; vai
enfrentar, ou, pelo menos, descobrir os seus medos e muito,
muito mais!

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Mais ou menos pela idade dos três anos, todos passamos pela
típica “idade dos porquês”.

Perguntamos sobre tudo, perguntamos sobre nada,


perguntamos…

Esta fase surge num momento de pura aprendizagem, em


que queremos explorar todos os assuntos, todas as coisas,
todas as pessoas. Absorvemos a informação como esponjas e
evoluímos.

Subitamente, com o passar do tempo, vamos deixando de ter


tanta necessidade de questionar, até nos esquecermos
completamente de o fazer.

Recorde a importância de questionar-se sobre as coisas, sobre


os assuntos, sobre as pessoas, sobre tudo e sobre nada.

Ao perguntar, reflete sobre os assuntos, desenvolve um


espírito crítico, formula hipóteses, pensa em teorias, analisa
opções, cria alternativas, obtém respostas. Com respostas
sabe como agir, com o que contar, obtém informação.

Informação é poder, é evolução, é conhecimento, é auto-


conhecimento.

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Uma das melhores formas de se conhecer é através das
histórias escritas.

Normalmente, identificamo-nos com uma ou várias


personagens, quer pela sua história de vida, quer pela sua
personalidade ou características e, se refletirmos sobre isso,
vamos encontrar respostas a algumas das nossas questões
acerca da nossa própria vida.

Ler exercita o cérebro, desenvolve a criatividade, expande a


memória, traz conhecimento, aumenta o vocabulário,
desenvolve o pensamento crítico e analítico, diminui o stress,
ajuda a dormir melhor, permite diversificar experiências de
vida, desenvolve a empatia, entretém, melhora o foco e a
concentração, melhora a escrita.

Ler é transformador e curativo. Não é por acaso que existe,


até, a biblioterapia, uma forma de terapia através dos livros,
em que o sujeito se vai embrenhar numa (ou várias) obra(s) e
refletir sobre a história, as personagens e todo o enredo, de
modo a encontrar soluções para o momento da vida em que
se encontra.

18
Fazer uma auto-avaliação não significa, necessariamente, que
há algo errado. Serve para perceber em que estado se
encontra para poder identificar aspetos a melhorar e o que
deve potenciar.

Fazer uma avaliação de si próprio, ou de uma área específica


da sua vida, vai permitir-lhe conhecer-se melhor, refletir
sobre os seus resultados, perceber o motivo de algumas
insatisfações e realinhar-se com o que verdadeiramente
pretende para si.

Pode usar ferramentas mais específicas como a análise


SWOT, por exemplo, ou simplesmente fazer uma lista mais
criativa e personalizada, de acordo com o que pretende
avaliar.

O importante é parar para pensar no que tem feito, nos


resultados que tem obtido, como pode melhorar e manter-se
em ação.

19
A maior parte das pessoas desiste de meditar mesmo antes de
tentar. Acreditam que assim que se sentam “com as pernas à
chinês” e fecham os olhos, é suposto levitarem e sentirem-se,
de imediato, nas nuvens! Como tal não acontece, por
questões óbvias, desistem!

Deixe-se de ideias pré-concebidas em relação à meditação e


perceba que é uma atividade muito mais simples do que
parece, mas que se pratica, se melhora ao longo do tempo e
exige calma, persistência e paciência consigo próprio.

Por mais pequena que seja a sua prática, os efeitos positivos


são imensos, tais como a melhoria da qualidade do sono e da
respiração, melhora a postura corporal e o bem estar geral,
alivia dores de cabeça e a dor generalizada, melhora o
trânsito intestinal, aumenta a produtividade e desperta a
criatividade, permite uma maior capacidade de concentração
e atenção ao detalhe e muito, muito mais!

Pesquise por livros, documentários ou tutoriais, existe


imensa informação hoje em dia. Escolha aquela com a qual se
identifica mais e simplesmente comece, nem que seja dando
uma pequena atenção à sua respiração. Persista e evolua.
Desfrute das vantagens de mergulhar em si mesmo e
conhecer-se melhor através da meditação!

20
Numa era em que a quantidade de informação é tanta (e
nem sempre de qualidade), em que tanto nos é exigido e nos
deixamos levar, torna-se, por vezes, necessário desaprender.

Desaprender vai permitir-lhe analisar o espaço que tem


ocupado na sua cabeça, perceber o que é importante e
dispensável e encontrar lugar para o que realmente interessa.
Mais do que um reset, trata-se de apagar o desnecessário e
reorganizar o essencial.

Desaprender é assumir que há outras formas de fazer as


coisas que tem feito até aqui, mas de maneiras diferentes,
desconstruindo conceitos, paradigmas, padrões, regras, atos e
pensamentos.

Assim como costuma investir na aprendizagem, reverta o


processo e aprenda a desaprender. Relaxe, deixe de ser tão
exigente consigo e com os outros, erre, salte para dentro de
poças lamacentas, ria com intensidade e viva!

Comece aos poucos e pense, de quando em vez, sobre o que


faz, porque o faz, como o faz, encontrando soluções
diferentes, como se de um quebra-cabeças se tratasse.

21
A atividade física permite-lhe conhecer-se melhor porque
consegue ter mais consciência do seu eu físico, dos seus
limites, das suas condicionantes, do que lhe dá mais
satisfação praticar, das reações físicas, psicológicas e
emocionais dos movimentos, do que resulta e do que não
resulta para si e adaptar-se para a sua satisfação.

Seja a limpar a casa, a dançar na sala, a subir as escadas em


vez de usar o elevador, a dar um passeio na praia, a levantar
pesos ou a correr a maratona, mexa-se. Encontre uma forma
de o fazer que esteja de acordo com as suas preferências e
levante-se do sofá, saia da cadeira do escritório, mexa-se.

Sabia que o exercício físico é o mais potente antidepressivo


“do mercado”, o menos dispendioso e o menos utilizado
pelas pessoas?

Mexer-se vai ajudá-lo a melhorar a sua condição


cardiovascular e respiratória, aumenta a força muscular e
ajuda a proteger os ossos e as articulações, fortalece o sistema
imunitário, aumenta a sensação de bem-estar e melhora a
auto-estima, ajuda a dormir melhor e diminui a ansiedade,
entre muitas e muitas outras vantagens.

22
Todos nós falamos connosco próprios. Uns são mais
faladores, outros menos, mas todos têm essa capacidade. Uns
são mais destrutivos, outros são mais construtivos, mas, por
norma, somos sempre muito críticos connosco próprios.

Valerá a pena estar mais atento aos seus pensamentos e


perceber a relação que tem consigo mesmo.

Trabalhar o seu diálogo interior vai possibilitá-lo conhecer-


se melhor na medida em que vai poder entrar na sua mente,
analisar o tipo de palavras que diz a si próprio, o teor dos
seus pensamentos e trabalhar para usá-los a seu favor.

Um diálogo interior gentil, construtivo, paciente e carinhoso


vai ajudá-lo a enfrentar os problemas do dia a dia, a
encontrar soluções mais criativas, a perdoar-se pelas falhas
naturais, a trabalhar a auto-crítica e a levar uma vida mais
leve, mais fluída, mais feliz.

23
Sempre os mesmos hábitos, sempre as mesmas rotinas,
sempre as mesmas pessoas, sempre os mesmos lugares,
sempre os mesmos pratos, sempre os mesmos livros…

Porque não aprender algo novo?

Aprender algo novo exercita o cérebro, desenvolve a


criatividade, abre horizontes, melhora a memória e a
desenvoltura verbal, promove a felicidade e a realização
pessoal, permite-lhe ir mais além.

Aprender algo novo impulsiona-o a sair da sua zona de


conforto, a analisar as suas dificuldades, a perceber como lida
com elas, a refletir na maneira de ultrapassá-las, a gerir as
suas frustrações e a superar-se.

Para aprender algo novo não precisa fazer algo complexo ou


difícil. Aprender a falar espanhol, a tocar flauta, a fazer
tranças, a andar de bicicleta, a nadar, a jogar xadrez, a fazer
dobrada, a tricotar, a ouvir o outro ou a treinar o cão são
exemplos de práticas descomplicadas que pode
experimentar.

24
Todos queremos que os outros gostem de nós. É natural no
ser humano e está associado à necessidade de sobrevivência
e, por isso, é uma prática instintiva dizer sempre que sim a
tudo.

De qualquer das formas, a dado momento na sua vida vai ter


que aprender a dizer “não” se quer realmente focar-se no que
é importante para si.

Ao dizer não ao outro está a dizer sim a si próprio.

Isto não quer dizer que vai “virar bicho do mato” e recusar-se
a tudo, mas será útil parar para pensar nas decisões que tem
que tomar e perceber se aquela situação, acontecimento,
momento, pessoa lhe vão acrescentar algo de facto ou se vão
apenas desviá-lo dos seus objetivos.

Aprender a dizer “não” vai ajudá-lo a conhecer-se melhor,


pois vai permitir-lhe analisar os seus pensamentos, refletir
sobre as suas decisões, estabelecer as suas verdadeiras
prioridades, trabalhar a assertividade e a capacidade de
argumentação, focar-se em si e nas suas necessidades, lidar
com a culpa e a rejeição e a desenvolver a inteligência
emocional.

Comece aos poucos e vá evoluindo: diga não!


25
De tão banalizado, o coaching foi ganhando, com o passar do
tempo, uma conotação negativa. Isto acontece
essencialmente devido a dois motivos: profissionais que não
respeitam o que fazem e ignorância.

O coaching não é terapia, não é mentoria, não é psicologia,


não é consultoria, não é mimimi. O coaching é uma
ferramenta de otimização de resultados e serve,
essencialmente, para ajudar a atingir objectivos de forma
rápida e eficiente e para exercer mudanças significativas na
nossa vida. Ponto.

O que acontece é que no processo, para conseguirmos atingir


este fim, temos que lidar com o nosso maior obstáculo. E
quem é ele? Nós próprios. Assim, as grandes mudanças
surgem ao nível pessoal, interno até.

Como é um trabalho de tamanha complexidade, alguns


profissionais vão criando subterfúgios para lidar com os
casos e, a meio caminho aquilo deixa de ser coaching; muitas
pessoas não sabem do que se trata e vão falando do que não
sabem. Assim se cria um mito e se destrói uma ferramenta de
desenvolvimento pessoal poderosíssima.

26
Acredite, investir num processo de coaching é dos maiores
investimentos que pode fazer pelo seu crescimento e
realização pessoais. Vai conhecer-se melhor em todas as
áreas da sua vida, perceber o motivo das suas insatisfações,
aprender a sair das teias que tece na sua vida, expandir a
mente, analisar novas perspetivas, encarar novas
possibilidades, tornar-se muito mais produtivo e sentir-se
muito mais pleno, muito mais feliz.

27
Se quer realmente conhecer-se, desafie-se. Não há forma
melhor de saber quem realmente é.

Sobre este tema sugiro apenas que veja o filme “Fátima”, de


João Canijo. Há tanto, mas tanto a analisar neste filme
deliciosamente cru e realista! É disto que trata: quem sou eu
quando me desafio, quando saio da minha zona de conforto,
quando estou nas piores condições, quando não descanso,
quando quero e não consigo, quando lido constantemente
com o julgamento alheio, quando me tento superar, quando a
mente quer mas o corpo não deixa, quando percebo que a
força da mente é tudo o que há, quando tenho as emoções à
flor da pele, quando o instinto de sobrevivência se sobrepõe
a qualquer outra coisa.

Enfim, divirta-se e tire as suas próprias conclusões.

28
Já aqui falei bastante sobre o poder das histórias.

Elas são inspiradoras porque causam identificação com os


seus vários elementos, quer sejam os personagens, o
argumento, as diferentes perspetivas da ação, o desenrolar
dos acontecimentos, a banda sonora (filmes) ou as emoções
que se sente com cada um destes e muitos outros pontos.

Mas as biografias têm um poder ainda mais impactante.

O facto de sabermos que aquilo realmente aconteceu, foi


verdadeiro, eleva a fasquia e mostra-nos que há finais felizes
que não acontecem só nas histórias de encantar. A realidade
pode sim superar a ficção, porque tudo é possível.

Inspirar-se em biografias vai ajudá-lo a conhecer-se melhor,


pois vai perceber o que mais o atrai, o que desperta a sua
emoção e a sua curiosidade, em que mais se identifica com o
sujeito e ver refletidas características da sua personalidade
que podia nunca ter-se apercebido até aqui.

Deixo uma sugestão de leitura da minha autoria, com uma


série de propostas de filmes biográficos, onde pode praticar o
auto-conhecimento: https://bit.ly/3d60LTy

29
Como assim, não fazer nada para me conhecer?!?

Sim, fazer absolutamente nada é um óptimo exercício de


auto-conhecimento, porque normalmente é uma coisa que
fazemos raramente ou quase nunca.

Fazer uma coisa diferente faz-nos sair da nossa “caixinha” e


lidar com o desconforto. Experimente! Que tal um dia sem
fazer absolutamente nada? Que tal uma semana? Impensável?
Não, não é impossível e vai ver que, independentemente de
ser uma experiência mais ou menos positiva, vai ser uma
aprendizagem com toda a certeza.

Decida qual a melhor forma de não fazer absolutamente nada


e entre em ação. Ao longo do tempo responda às seguintes
questões: que pensamentos me ocorrem? Quais as emoções
que sinto? Qual o meu estado de espírito? Porque me sinto
(des)confortável por estar sem fazer nada? De que forma lido
com o “excesso de tempo”? Estou a gostar deste diálogo e
desta auto-análise ou prefiro não o fazer? Será que consigo
focar-me noutra coisa que não os meus pensamentos?

Seja original e encontre outras questões que lhe permitam


descobrir mais sobre si. Analise as respostas. Descubra-se.

Se ainda está a criar alguma resistência, sugiro o livro “A arte


de não fazer nada”, de Veronique Vienne.

Divirta-se! 30
Por vezes não se sente cansado de fazer as coisas sempre da
mesma maneira ou de pensar sempre igual? Que tal
ressignificar?

Ressignificar quer dizer "dar um novo sentido às coisas", às


palavras, aos momentos, às pessoas, aos paradigmas.

Às vezes é preciso ressignificar para conseguir transpor um


obstáculo, caso contrário ficaremos ali presos para sempre.

Ressignificar ajuda-o a conhecer-se porque, para fazer este


exercício, vai ter que analisar o verdadeiro sentido que uma
determinada situação tem para si e como isso influencia a sua
forma de estar e de ser, pensar em formas inovadoras de ver
as coisas de um outro prisma, perceber a sua dificuldade em
lidar com estas questões, enfim, é um exercício de
criatividade algo complexo, mas muito compensador.

31
Hoje em dia, a maioria das pessoas não consegue ter um segundo
do seu dia só para si. Já começa numa correria, com higiene,
pequeno-almoço, transito para o trabalho, paragem para deixar
os miúdos na escola, reunião após reunião, metas atrás de metas,
transito novamente no regresso, banhos, jantar, namorar um
pouco e cair na cama para, depois, recomeçar tudo outra vez. Ah,
mas vem aí o fim de semana! Piscina, escuteiros, missa, karaté,
lide da casa, compras de supermercado, aniversário da prima,
visita aos avós, aula de espanhol, apoio aos trabalhos de casa e ao
estudo, vacina do Bóbi, pôr a conversa em dia com a amiga, dar
um corte no cabelo e ainda preparar a semana seguinte… ufa!

Diga-me, no meio disto tudo onde encontra um espaço só para


si, em que passe tempo consigo próprio, sozinho, a refletir, a
pensar, a contemplar, a acalmar a sua mente, a criar um
equilíbrio para a sua sanidade mental?

Não tem? Não pode ou não quer? Querer é poder! É imperativo


que marque na sua agenda momentos, por mais pontuais que
sejam, para estar sozinho e permitir-se renovar-se. A forma
como vai lidar com toda esta situação quando o mundo está um
caos lá fora (da sua mente) vai revelar-lhe muito sobre si.

Comece pequeno, nem que seja com 10 minutos uma vez por
semana, encontre um local onde possa estar sozinho e sossegado,
acalme-se e insista neste exercício. Com o tempo, vá evoluindo
no tempo e na frequência e sinta os benefícios desta prática.

32
A nossa história, as nossas experiências, a nossa educação, a nossa
formação, as nossas crenças, os nossos amigos, a nossa família, os
nossos gostos e todos os nossos contextos influenciam a forma como
pensamos e atuamos.

Mas sabe que mais? Há sempre outra maneira de fazer, ver ou


pensar.

Se a forma como conduz a sua vida lhe traz benefícios, não tem
porque mudar; no entanto, se, de alguma forma, se sente insatisfeito
com algo, porque não mudar a forma como age e como pensa? Fazer
as coisas de forma diferente, muito provavelmente, vai trazer-lhe
resultados diferentes. Então, abra a sua mente a novas possibilidades,
explore outras opções, investigue novas hipóteses, coloque em
prática, teste. Se não lhe ocorrer mesmo nada, depois de muito
pensar, peça ajuda a um amigo, a um familiar, a um profissional. Às
vezes uma simples conversa ajuda a desbloquear o pensamento e faz
milagres!

Analisar a sua abertura a novas possibilidades vai ajudá-lo a


conhecer-se mentalmente. O seu nível de flexibilidade diz muito
sobre si. Entre na sua mente e observe a forma como resiste a
mudanças, às novidades e às eventualidades. Replique para outros
contextos. Compare, conheça-se. Defina limites intransponíveis, mas
abra a sua mente para a possibilidade de haver alguns limites que
possam ser ultrapassados. Só com a auto-superação crescemos!

Lembre-se: o cérebro é plástico e aquele provérbio que diz que


“burro velho não aprende línguas” não é verdadeiro. Não mesmo!

33
Para quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho
serve.

Sim, é um clichê, mas é a mais pura das verdades e vale a


pena pensar nisto.

"go with the flow", "ir com a maré" ou "ao sabor do vento" são
expressões de pessoas que não gostam de investir o seu
tempo em si mesmas, a analisar o que realmente querem e o
que poderão fazer para atingir esses objetivos. Os
acontecimentos vão-se proporcionando e elas vão
simplesmente reagindo. Quando se sentem insatisfeitas com
a sua vida culpam a má sorte, o patrão, o primo, o vizinho, o
cão ou o periquito.

Se realmente quer conhecer-se, tome as rédeas da sua vida e


trace o caminho que quer seguir, pois para chegar a uma
conclusão bem consolidada, terá que refletir bastante sobre o
que quer, o que poderá fazer, quais serão as suas
dificuldades, qual o seu nível de criatividade para as superar…
enfim…sente-se para planear, estruturar, analisar e conheça-
se a cada momento mais e mais.

Há quem argumente que não vale a pena planear, pois os


planos saem sempre “furados”. Perceba que é um facto que
nem sempre vai correr tudo exatamente como planeou,
aceite o que não pode controlar e faça tudo o que estiver ao
seu alcance nos elementos que controla. Ajuste, reajuste e
siga sempre em frente. É um processo.
34
Já experimentou colocar-se diante de uma câmara com um
perfeito desconhecido por trás?

É claro que há pessoas mais ousadas e pessoas mais


acanhadas, mas, de um modo geral, expor-se, de forma
segura e carismática, perante a lente de um fotógrafo é
desafiante.

E o que é que os desafios fazem por nós? Exatamente:


ensinam-nos! E muito.

Assim, esta semana sugiro que faça uma sessão fotográfica


para se conhecer melhor. Atente às escolhas que faz, desde o
fotógrafo, o local de eleição para a sessão, os cenários que
monta, os materiais que escolhe para lhes dar vida, as
posições que adota, os sentimentos que lhe ocorrem a cada
solicitação do profissional, a forma como lida com eles…
enfim, atente a todos os pormenores, analise a sua reação e
aprenda mais sobre si mesmo. Corrija comportamentos e
ajuste ideias se considerar necessário.

Mime-se, desfrute do momento e delicie-se com as


descobertas.

35
Parar é essencial para se conhecer melhor. Ajuda-o a respirar
profundamente, a pensar com clareza e a refletir com a
atenção necessária à resolução das situações que se lhe
colocam no dia a dia.

Parar ajuda-o a observar os seus pensamentos, a olhar para si,


a ver o que está por dentro e por fora, a perceber quem é, a
analisar-se.

Parar vai permitir-lhe saber quem é quando está com os


outros, como age nas diversas situações que surgem, se gosta
de quem é, ou pretende melhorar e o quê.

Parar possibilita um encontro consigo mesmo e uma auto-


reflexão.

Pare durante um segundo, um minuto, uma hora, um dia,


uma semana ou um ano, mas pare, pelo menos de vez em
quando, para se revisitar e formular-se questões, aquelas que
lhe trarão as respostas.

Leia uma singela sugestão sobre a importância de parar para


pensar (por exemplo): https://bit.ly/3d5F1qK

36
Quem foi? Quem é? Quem será?
Passado, presente e futuro fazem parte da nossa história (o
que já aconteceu, o que se está a desenvolver e o que virá a
passar-se) e podem ajudar-nos a perceber melhor quem
somos.

Trace um alinha do tempo, desde o seu nascimento até à sua


morte. Assinale os principais acontecimentos, ou coloque
todos os anos e aponte as ocorrências que mais o marcaram
em cada um deles. Chegado ao momento presente, faça uma
projeção do que gostaria que fosse o futuro, de forma mais
realista possível, mas sem nunca deixar de sonhar.

Vá analisando questões como:


De onde venho?
O que aconteceu?
Qual a aprendizagem com este acontecimento?
Que recordações me desperta este episódio?
Onde me sinto mais confortável: no passado, no presente
ou no futuro?
O que me diz o meu passado sobre mim?
Quanto já conquistei?
Quero mesmo continuar a viver no passado?
O que me diz o meu presente sobre o meu passado?
Estou a viver o presente que quero para mim?

37
Orgulho-me de quem sou?
Quem sou?
Vivo ou sobrevivo?
Enfrento ou fujo?
Sou mesmo a fraude que costumo acreditar que sou?
Tenho sido gentil comigo mesmo?
O que posso mudar agora, que me ajudará a ter o futuro
que quero para mim?
Há mesmo algo de errado comigo?
Com quantos anos quero deixar o planeta?
O que me falta conquistar?
Como gostaria de ser lembrado?
Com quem gostaria de passar os próximos anos?
O que há de tão assustador no futuro?
Quais as características que mais emanam de mim?
O que vou fazer agora, que me permitirá ser a pessoa que
sempre quis ser?
Quero mesmo viver com medo constante do futuro?

Aponte as principais respostas e reflita sobre elas.

Analise a sua linha do tempo e as respostas às suas perguntas


(que podem ser estas ou outras).

Este exercício pode ser exigente e, até, um pouco doloroso,


mas muito proveitoso. Tenho a certeza que levantará muitos
temas que ficarão na sua mente durante o tempo necessário
ao surgimento das respostas. Chegará a conclusões sobre si
mesmo, isso é certo!

38
Nunca, na história da humanidade, estivemos tão perto e tão
longe uns dos outros.

A tecnologia dá-nos possibilidades imensas, um acesso super


facilitado, uma rapidez extraordinária e uma solidão atroz.

Socializar ganhou um novo significado e temos que nos


adaptar às novas formas de nos relacionarmos, mas o
importante é que nos continuemos a relacionar, seja lá como
mais fizer sentido para cada um de nós.

O ser humano é um ser social e não foi concebido para viver


sozinho, por isso é importante que se relacione e que analise
quem é quando está com pessoas. Verifique se existem
pessoas que lhe despertam sentimentos mais negativos e
porquê, como reage a esses confrontos e o que pode
aprender sobre si com eles. Analise quais as características
das pessoas com quem se sente melhor e se gosta mais de si
quando está com elas.

39
Relacionar-se com outras pessoas, e o mais diferentes
possível, permite-lhe abrir os horizontes, perceber que
existem várias formas de viver a vida e que está tudo bem
com isso, aprender com as experiências dos outros, encontrar
pessoas com as quais se identifica mais e menos, perceber
porquê, trabalhar a aceitação, a gratidão e a empatia.

Observe-se de fora e aponte:


Que tipo de relações costuma alimentar na sua vida?
São relações saudáveis e produtivas ou são relações
tóxicas e que em nada o acrescentam?
O que isso lhe diz sobre si?
Costuma dar mais, receber mais ou dar na medida que
recebe, receber na medida que dá nas suas relações?
Essa equação é justa para si?
O que lhe diz essa dicotomia entre dar e receber sobre si?
Quais as características pessoais, emocionais e
psicológicas que emanam das suas relações?

Reflita sobre as conclusões.

40
A falta de tempo é dos maiores inimigos das sociedades
modernas. Mas, na realidade, absolutamente todos os seres
vivos deste planeta têm exatamente o mesmo tempo
disponível: 24h por dia.

O que não têm todos, na mesma medida, é a gestão e a


organização do seu tempo. Estas questões estão relacionadas
com as prioridades de cada um e com a maior ou menor
capacidade de planeamento e disciplina.

Não há receitas quando falamos de melhor organizar o seu


tempo. Terá que ir fazendo tentativas e encontrar o modelo
que melhor funciona para si. O importante é fazer uma
gestão consciente e eficiente do seu tempo, de modo a fazer
tudo aquilo que deseja nas 24h que tem disponíveis a cada
dia. Será útil lembrar que as nossas capacidades são finitas,
pois somos (apenas) seres humanos, logo não vale a penas
programar 3470 atividades para um só dia, todos os dias,
acreditando que tal é possível e de cara fresca e fofa ok? Seja
realista, seja essencialista! Vai ver que o seu tempo estica.

41
Deixo algumas sugestões de ferramentas de gestão do tempo
que pode explorar: agenda, lista de tarefas, GTD – Getting
Things Done, de David Allen, técnica de Pomodoro, matriz
de Eisenhower, wunderlist, remember the milk, entre muitas,
muitas outras.

Vá analisando para se conhecer melhor:


Gere o seu tempo ou “anda ao sabor da maré”?
Arregaça as mangas para fazer as melhores escolhas para
si ou prefere andar sempre ocupado para provar a todos,
inclusive a si mesmo, como é esforçado, embora não
consiga atingir grandes resultados?
Do que foge quando alega não ter tempo?
Quer mesmo gerir o seu tempo e ter possibilidade de
descansar, ler um livro, ir à praia ou isso é para
preguiçosos e, obviamente, você não é um deles?
Está a encontrar as melhores desculpas para não assumir
que fez as escolhas erradas ou a aprender, com o tempo e
a experiência, a fazer melhores escolhas?
Do que se queixa afinal?

Um último alerta: por favor pare de fazer comparações, isso


não é possível quando falamos do tempo de cada um. Aceite,
ele é igual para todos! Se acha que está com menos tempo do
que a pessoa X e ela tem sempre tempo para tudo e mais
alguma coisa, então olhe mais para si e para as suas escolhas.
A sua falta de tempo está diretamente relacionada com as
opções de vida que tem feito e o mesmo é verdade para o X
que consegue fazer tudo o que você não consegue. Uma coisa
é certa: as vossas vidas não são exatamente iguais, por isso
comparando-se só se diminui, seja por injustiça pura, seja
por vitimização. É uma guerra impossível de ganhar. Quer
mesmo entrar nela? O que beneficia realmente com isso?

42
Sabe meeesmo a real importância do sono na vida do ser
humano?

O sono ainda não é algo sobre o qual se sabe tudo, mas, sabe-
se que a sua importância é vital para o bem estar das pessoas.
Influencia as emoções, o estado de espírito, a longevidade, as
capacidades cognitivas, a produtividade, as relações, a líbido,
os níveis de energia, a imunidade, a função cardiovascular, o
peso, entre muitos outros elementos fundamentais ao normal
funcionamento do corpo e da mente humanos.

Cristiano Ronaldo é um atleta de alto desempenho e, como é


sabido e o próprio admite, é meio viciado numa série de
regras autoimpostas, de modo a atingir os resultados que tem
vindo a conseguir. Já confessou que, uma ou outra vez, muito
muito raramente, quebra uma ou outra regra, mas há uma
em que nunca, jamais, em caso algum se permite vacilar: o
número de horas de sono. CR7 sabe, com certeza, os estragos
que a privação do sono iriam trazer aos seus resultados e, de
toda a disciplina que segue, este elemento é o que o mais o
pode ajudar ou prejudicar. Ele faz a sua escolha.

43
Para se conhecer mais e melhor através do seu sono, analise a
importância que dá ao número de horas que costuma dormir;
verifique se penalizar as suas horas de sono para trabalhar,
por exemplo, é um hábito e o que é que ele lhe tem trazido;
apure se costuma ouvir o seu corpo e a sua mente quando
estes lhe dizem que estão exaustos e precisam de parar e se
respeita essa necessidade ou não; confirme se costuma ter
dificuldades para dormir e a que se deverão elas; compare a
sua disposição quando não dorme o suficiente com quando o
faz; averigúe se as escolhas que tem feito em relação ao seu
sono demonstram gentileza por si próprio ou apenas o têm
vindo a prejudicar. O que lhe dizem sobre si e sobre as suas
prioridades as conclusões a que chegou?

Se quiser saber um pouco mais sobre o sono, e de forma


simples, prática e objetiva, aconselho vivamente o livro “Bom
sono, boa vida”, da grande especialista em Portugal sobre o
sono, a Dra Teresa Paiva.

44
Pegue num papel e lápis ou caneta ou sente-se ao computador.
Reflita sobre as suas qualidades e escreva-as numa lista.

Não lhe ocorre nada? Vá lá, ninguém é tão mau assim!

Por mais pequeno ou simples que seja, escreva esse atributo.


Conforme vai fazendo este exercício, vai perceber o seu cérebro
a desbloquear e vai-se tornando cada vez mais fácil lembrar-se
das suas valências.

Insista e persista. Pense. Escreva.

Comece com três qualidades. Se conseguir, aumente o desafio


para cinco. Passe para oito. Analise a lista. O que lhe ocorre
quando olha para essas qualidades associadas a si? Pense nas
ocasiões em que foi aquelas coisas que ali constam. É mesmo
esse ser miserável que costuma pensar que é? Reflita.

Sempre que lhe ocorrer outras qualidades abra a lista, aumente-a


e vá construindo. Encontre momentos específicos para esta
reflexão e/ ou simplesmente deixe a sua mente divagar um
pouco acerca deste assunto, mas nunca deixe de apontar as suas
qualidades.

De quando em vez, revisite a sua lista e reflita sobre ela. Perceba


tudo o que pode ler nessas entrelinhas sobre si.

45
A maioria de nós é educado com uma mentalidade de escassez,
falta e insuficiência, especialmente em relação ao dinheiro.
Expressões como “o dinheiro não presta para nada”, “o dinheiro
não cresce nas árvores”, “se queres alguma coisa tens que te
matar a trabalhar para isso”, “nada se consegue sem esforço”,
“tens que ter um bom trabalho se queres ser alguém na vida”, são
exemplos disso.

Podemos viver a culpar os nossos educadores e a sociedade em


geral pelos nossos problemas, ou podemos assumir a
responsabilidade sobre a nossa vida e mudar a nossa
mentalidade. Qual a sua escolha?

A questão aqui é analisar os problemas que tem tido e perceber a


sua origem. Muitas vezes temos conflitos internos muito grandes
por não conseguirmos o trabalho ideal, o carro ideal, o estatuto
ideal, porque temos uma relação muito pouco saudável com o
dinheiro, vivemos sempre com pensamentos de escassez e não
percebemos que tudo isso está relacionado.

Para se conhecer melhor, e à raiz dos seus problemas, reflita


sobre esta questão e mude a sua relação com o dinheiro. Sugiro
que invista em instrução financeira e siga a grande especialista
nacional sobre o tema: a Bárbara Barroso. Comece a perceber
mais e melhor sobre o dinheiro, existem inúmeros conteúdos
gratuitos por essa internet fora e só não consegue se não quiser.

Pesquise, invista e veja a magia acontecer.

46
O que é que tem a ver? Tudo! Ao adotar um animal de
estimação vai enfrentar desafios nunca antes
experimentados, vai deparar-se com situações novas e ter
que fazer algumas cedências. O que é que toda esta
experiência lhe diz sobre si?

Desde a tomada de decisão da adoção, à escolha dos


acessórios para o seu novo amigo, passando pela seleção da
melhor ração que lhe pode dar, à gestão das suas emoções
sempre que ele fizer asneiras e à gratidão pelo amor que ele
lhe dá incondicionalmente, tudo isto lhe vai mostrar um lado
seu que, provavelmente, desconhecia.

Mesmo que já seja um amante de animais e os tenha tido a


vida toda, aventure-se por uma experiência destas, pois vai
fazer um amigo para a vida, ter sempre alguém à sua espera,
companhia e amor. Converse com ele, analise o que sente, o
que pensa, o que diz, o que faz.

Nos dias mais cinzentos olhe-o nos olhos e imagine o que ele
pensa sobre si. Tente ser tudo aquilo que ele acha que você é,
supere-se e empodere-se!

47
Quando algo não está bem é porque falta um ou mais valores.

O que quer isto dizer? Que quando sente um desconforto, uma


angústia, um vazio, um desânimo, uma tristeza ou um desagrado,
mas não consegue perceber porquê, então deve parar para analisar as
diversas vertentes da sua vida e perceber se, em cada uma delas, os
seus valores estão presentes. Concluirá que, algures, falta um ou mais
valores, caso contrário estaria pleno de satisfação.

Os valores são tudo aquilo que nos faz felizes e são muito pessoais.
Um mesmo valor pode ter significados diferentes para pessoas
diferentes, portanto atuam a um nível interno.

Alguns exemplos de valores mais conhecidos são a ética, a verdade, a


justiça, ou a honestidade, mas podem ser tudo aquilo que fizer
sentido para si, como por exemplo a luz natural, estar rodeado de
pessoas, a proximidade do mar ou a tecnologia.

Para saber com exatidão quais são os seus valores deve fazer uma
autoanálise em relação a temas, áreas, assuntos ou pessoas da sua
vida e questionar-se, naquele caso, o que é mais importante para si, o
que não pode mesmo faltar. Após a descoberta, deverá empreender
todos os esforços no sentido de ter os seus valores presentes.

Será útil fazer este exercício de quando em vez, dado que os valores
podem mudar ao longo do tempo.

Se quiser saber mais e melhor sobre os valores, descarregue,


gratuitamente e sem tretas, o ebook que lancei há tempos sobre o
tema: https://bit.ly/2GqFeJj

48
Como poderá lutar pelo que quer se não sabe do que se trata?
Qual o caminho que deverá seguir se não sabe para onde
quer ir? Pense bem, reflita e visualize.

Visualizar vai ajudá-lo a conhecer os seus desejos mais


íntimos, a formular a realidade que quer para si e a sentir
que o que pretende já é seu.

Mas não basta imaginar! Tem que ver, ouvir, sentir e


detalhar, o mais pormenorizadamente possível, todas as
particularidades do cenário que criou para si.

De seguida basta perceber o que tem que fazer para atingir o


que pretende e colocar-se em ação.

Sempre que necessário reajuste o seu cenário e volte a ele


sempre que a motivação para atingir o seu objetivo o
abandonar, pois vai ajudá-lo a manter o foco!

49
Conhece o seu corpo e o que lhe fica bem? Sabe adaptar-se às
situações?

Conhecer-se mais e melhor implica uma reflexão acerca dos


seus pensamentos, das suas pretensões, dos seus objetivos de
vida, das suas qualidades, dos seus receios, mas, também, do
seu corpo, do seu estilo e das suas preferências no que toca à
indumentária.

Se desconhece ou nunca pensou muito sobre estes temas,


uma boa opção será fazer um programa de consultoria de
imagem. Aqui passará a conhecer melhor o seu corpo, o tipo
de peças que mais o favorecem, o estilo mais adequado a
cada situação, as cores das peças de roupa que mais
combinam com a sua personalidade e como se apresentar de
modo a melhor transmitir a mensagem que pretende passar
ao mundo.

Se não tem possibilidades, pelo menos, investigue um pouco


sobre o assunto e tente conhecer a sua parte mais física, isso
ajudá-lo-á a ganhar confiança e segurança nas mais diversas
situações.

50
Elogiar o outro ou a si próprio é um ato mais desafiante do
que se possa pensar. Aparentemente é bom, bonito e revela
gentileza. Então, porque é tão pouco comum que nos façam
ou que façamos?

Normalmente elogia só para receber feedback? É genuíno e


não espera nada em troca? Sente-se zangado e frustrado por
dar sem receber?

Comece a criar o hábito de elogiar mais. Inicie por pequenos


gestos, breves comentários, singelas ações e vá evoluindo.
Analise os seus pensamentos e os seus sentimentos quando o
faz. O que pensa? O que sente? O que lhe diz, esta reflexão,
acerca de si?

Afinal, é uma pessoa de dar, de receber ou de dar e receber?


O que o deixa mais confortável? Elogie e experimente as
sensações, benefícios e incómodos de o fazer. Analise, reflita
e aprenda com cada experiência.

51
Medir a sua produtividade vai ajudá-lo a conhecer-se melhor, na
medida em que vai perceber quando é mais ágil, como deve
organizar as tarefas no dia a dia e o que tem que fazer para atingir os
objetivos a que se propõe.

Cada um tem um momento do dia em que é mais produtivo a


realizar tarefas de caráter cognitivo, outra hora para concretizar
exercícios físicos e, até, um melhor instante para descansar. E sim,
descansar faz parte da produtividade. Se se levar ao limite os seus
níveis de energia vão baixando, a sua capacidade de foco é eliminada
e não consegue concretizar, por isso habitue-se a equilibrar o
trabalho com atividades de lazer e o descanso, só assim conseguirá
avançar.

Vá testando: durante um tempo vá organizando o seu dia a dia de


uma maneira, analise o que funciona, reestruture o que não funciona
e adote outra estratégia, perceba se está a resultar ou não e continue
a reestruturar até acertar no modelo que melhor funciona para si.
Sinta o que sente e perceba o que o seu corpo lhe diz, os
pensamentos que lhe ocorrem à mente e os seus níveis de energia, de
motivação. Estabeleça prazos e metas e vá medindo a sua capacidade
de concretização. Adote ferramentas de apoio para melhor organizar
o seu dia, o seu trabalho, as suas tarefas e a medição da sua
produtividade.

Este é um processo de autodescoberta que pode ser complexo, dada a


variedade de estratégias, ferramentas e motivações que estão
envolvidos, mas, uma vez encontrada a chave, vai perceber-se
melhor, aceitar as suas dificuldades com mais gentileza e ganhar
tempo.

52
A maioria das pessoas tem grande dificuldade em delegar
tarefas, porque tem a falsa ilusão do controlo. Acreditam ser
possível serem elas a fazer “tudo”, ou nem sequer haver uma
alternativa. Além disso, já diz o ditado: “se queres algo bem
feito, faz tu mesmo!”, certo?

Errado. Ser outra pessoa a fazer apenas significa que não vai
fazer exatamente como nós o faríamos, mas isso não quer
dizer que fique mal feito. Apenas será feito de maneira
diferente. Se o resultado for o mesmo, para quê incomodar-
se com a forma como é feito?

A necessidade de controlo só revela como é inseguro,


exigente consigo próprio, tem dificuldade em confiar no
outro e se considera “melhor do que os outros”. Deixe-se
disso! Este tipo de posturas só contribuem para o levar a um
desgaste extremo e a uma vida miserável. Pense bem: não é
disto mesmo que passa a vida a queixar-se? De ter que ser
você a fazer tudo, de como tudo lhe cai sobre os ombros, que
ninguém o ajuda.

53
Diga-me: já experimentou delegar? Ou será essa a melhor
desculpa para se vitimizar perante a sociedade e todos terem
pena de si, sendo esta a forma de valorização que melhor
conhece?

Não me interprete mal, este tipo de ações, normalmente, são


inconscientes e, por isso, lhe dou este abanão! Analise bem:
para que é que quer a valorização dos outros? A sua não lhe
chega? Não é por delegar que não sabe ou não consegue
fazer, apenas não há necessidade de se sobrecarregar com
tarefas que podem ser divididas!

Aprenda a desapegar da necessidade de controlo e a confiar


mais no outro. Para se tranquilizar mais um pouco e começar
a praticar tem várias opções:
a) explique como gostaria que as coisas fossem feitas;
b) ensine as suas estratégias;
c) partilhe informação;
d) pense que, ao delegar, está a transmitir confiança ao outro
e a dar-lhe a oportunidade de brilhar e sinta-se feliz com essa
entrega, há espaço para todos neste mundo;
e) analise os resultados e ajude o outro a melhorar se for o
caso.

Pode começar com tarefas mais simples como levar os seus


filhos à escola, uma tarefa profissional de menor
responsabilidade ou deixar os seus pets com alguém por um
fim de semana.

Respire fundo, reflita, analise e pense: quem é você quando


coloca a responsabilidade das suas tarefas no outro? Gera
ansiedade? Quantas vezes pensa nisso por dia? Consegue
sequer pensar nessa hipótese? O que de pior pode acontecer
se alguém falhar com o seu compromisso? O mundo vai
acabar?

Lembre-se: a necessidade de controlo é um dos piores


venenos de sempre, ninguém é insubstituível ao ponto do
mundo parar de girar e nada está sob controlo. É uma ilusão!

54
Ter um hobby é uma ótima forma de se conhecer! Há
atividades que realizamos desde sempre e nunca deixarão de
fazer parte da nossa vida, há outras que deixamos de gostar
tanto e há outras que já não praticamos há imenso tempo e
vamos resgatar pelo prazer que nos dão.

Ter um hobby ajuda-nos a desenvolver competências, a


ocupar a mente de forma positiva, a desenvolver a
criatividade, a combater o stress e o cansaço psicológico, a ter
momentos de pura felicidade e a desenvolver a nossa
inteligência emocional.

O que lhe dizem os seus hobbys sobre si? É mais virado para o
desporto e as atividades físicas? Prefere voluntariados ligados
a pessoas ou animais? É adepto dos trabalhos manuais? Ou
prefere atividades mais passivas como ver filmes ou
telenovelas? O que faz depende do seu nível de energia ou é
disciplinado ao ponto de fazer o que tem que ser feito sejam
quais forem as condições externas?

Pense sobre isto, analise as respostas, reflita.

55
Muitas vezes sabemos que não estivemos bem em
determinada situação, comportamento, atitude, projeto ou
avaliação, mas não conseguimos perceber porquê. Podemos
até refletir sobre o assunto, mas só vamos ter acesso à nossa
perspetiva. Que tal pedir feedback? No mundo perfeito ele
chegar-nos-ia, mas nem sempre isso acontece. Solicite, então!

Pedir feedback vai ajudar a conhecer-se, porque terá a opinião


de outras pessoas, numa perspetiva diferente, de quem o vê
de fora e o pode avaliar com menos subjetividade. Se, de
alguma forma, os feedbacks que costuma receber são
destrutivos e o deixam em baixo, não desanime, tem a
possibilidade de explicar ao seu interlocutor que a opinião
dele é importante, mas talvez o possa fazer de forma mais
construtiva, parabenizando os aspetos positivos, assinalando
os aspetos a melhorar e explicando ou debatendo como lá
poderá chegar. Os reforços positivos serão um plus!

56
É de referir que, apesar de relevantes, os feedbacks ou as
opiniões dos outros não são, necessariamente, verdades
absolutas. Ainda que bem elaborado, um feedback pode não
corresponder à realidade e não deve permitir deixar-se levar
por ele. Ouça atentamente o que lhe foi transmitido, analise
com espírito crítico e adote a postura que considerar mais
adequada. O bom sendo e o equilíbrio prevalecem.

Sempre que recebe um feedback aproveite para analisar como


ele o faz sentir, quais os pensamentos que lhe ocorrem, se
está na disposição ou não de ajustar os seus comportamentos
e porquê. Vá conhecendo as suas reações às avaliações
externas e perceba, cada vez mais e melhor, como agir em
cada situação.

57
Costuma-se dizer que os olhos “são o espelho da alma”,
certo? Não é por acaso. Olhar nos olhos é para os mais
corajosos e ser olhado nos olhos pode ser intimidador!

O olhar demonstra atenção e cuidado, permite apoiar outros


meios de comunicação, mas pode até ser um meio de
comunicar por si só. Aproveite esta poderosa forma de
comunicar para demonstrar segurança, autoconfiança,
coragem e determinação, com a ousadia de olhar diretamente
nos olhos dos seus interlocutores.

Tem dificuldades ou facilidade em fazer este exercício? O


que a resposta lhe diz sobre si? É acanhado e precisa de
trabalhar mais a sua autoconfiança? Ou não tem dificuldades
e é uma pessoa ousada? Qual a reação dos outros ao seu olhar
penetrante? Sentem-se confortáveis ou intimidados? O que
esta resposta lhe diz sobre si e sobre como está a comunicar
quem é?

Analise as respostas a estas e outras questões que lhe surjam e


conheça-se cada vez mais.

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Nunca houve tanta informação como atualmente. Pesquise,
leia, estude, então, sobre o cérebro.

Além de ser um tema interessante, pode ser especialmente


útil se quer compreender melhor algumas das suas atitudes.
Há reações que são menos conscientes ou que têm uma razão
específica para acontecer, relacionada com a nossa biologia.
Assim, se quer ter domínio sobre as suas ações, irá agir de
forma mais sábia, direcionada e objetiva se souber como
funciona o cérebro… bom, pelo menos um pouquinho dele, já
que é um verdadeiro mundo ainda por explorar.

Se quer ficar realmente apaixonado por este tema, deixo-lhe


apenas "um cheirinho" de uma das grandes especialistas em
cérebro de sempre:

https://www.youtube.com/watch?v=OCh29GWQbYM

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Independentemente de ser mais jovem, estar a meio da sua
jornada, ou de ser mais experiente, tem uma história para
contar. Todos temos! Mas será que a sabemos contar? Será
que conseguimos definir quais os principais aspetos a
realçar? Será que todos os momentos merecem ser contados?
Será que foge de alguns episódios? Todas as histórias têm um
herói e uns quantos vilões, certo? Quem escolhe ser na sua?

As histórias têm o poder de encantar. Sabe contar a sua de


forma cativante, apaixonante, envolvente, verdadeira e justa?
Orgulha-se da sua história? Quer mesmo contá-la? Porque
não haveria de querer? Se passamos a vida a viver as histórias
dos outros, quem vai escrever a nossa? Quem vai viver a
nossa história?

O que lhe dizem as respostas a estas perguntas sobre si?


Reflita sobre as respostas, sobre os sentimentos, sobre os
pensamentos. Tire tempo para refletir, analisar, ponderar e
agir sobre as conclusões.

Se quiser subir o degrau, precisar de ajuda ou pretender ir


mais fundo, entre aqui:
https://monicamenezes.pt/formacao/biografia/
e converse com a maior especialista em biografas do nosso
país. Acredite, nem que seja por dois minutos, vai sair dessa

60
conversa bem mais rico!
Definir objetivos e trabalhar para alcançá-los dá um sentido à
nossa vida. Se não costuma definir o que pretende é porque
anda a pairar, não a viver. Viver implica decisões mais ou
menos estratégicas. Se quer otimizar o seu tempo e os seus
resultados analise o que tem feito e como o tem feito e reflita
não só sobre isso, mas também sobre o que isso diz de si.

Sabia que só existem dois tipos de objetivos? Ou são de


sucesso ou são de fracasso. Os objetivos de fracasso são todos
os que não são de sucesso. Os objetivos de sucesso têm as sete
seguintes características:
1. Positivos: têm que ser definidos de forma positiva. O
“não”, as palavras negativas ou com carga negativa devem
ser eliminados, de forma a empoderarem a ação.
2. Específicos: devem ser o mais detalhados possível,
incluindo a data de concretização.
3. Controláveis por si: circunstâncias externas que não
controla sempre vão existir. Deve garantir que os seus
objetivos são definidos com base em ações que dependem
única e exclusivamente de si e perceber que só isso será
certo de atingir e só se se empenhar e agir para atingir a
concretização.

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4. Mensuráveis: terá que encontrar uma ferramenta ou
estratégia que lhe faça sentido para ir medindo o seu
progresso ao longo do tempo. Esta ação irá garantir que
continua motivado e empenhado em seguir em frente e que,
além disso, reajusta os comportamentos necessários ao
sucesso do objetivo.
5. Recursos controláveis por si: quando define um objetivo,
deve fazer uma lista de todos os recursos necessários à sua
concretização e garantir que os possui ou os pode adquirir
pelos seus próprios meios, não dependendo de ninguém que
possa condicionar os seus resultados.
6. Avaliáveis: para definir objetivos de sucesso, deve avaliar
claramente os custos desses objetivos, quer sejam financeiros,
quer sejam psicológicos, quer sejam emocionais, para saber
com o que pode contar, do que terá que abdicar e onde deve
investir de forma precisa.
7. Definir um plano de ação: após ter o seu objetivo
corretamente definido, deve agora delinear um plano de
ação. Ele poderá passar por decompor o seu objetivo em
outros mini-objetivos, de acordo com as indicações dadas até
aqui, ou com a listagem de todas as ações que terá que
empreender para a concretização do seu objetivo. Comece e
continue. Caso necessário, ajuste as ações conforme o
desenvolvimento dos acontecimentos e siga sempre em
frente.

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Como reage às conquistas que vai obtendo ao longo do
tempo na sua vida? Se não tem esse costume, habitue-se a
celebrar. Irá sentir-se bem mais animado, motivado,
concretizado e completo.

Se não costuma celebrar as pequenas conquistas está, muito


provavelmente, a ser demasiado exigente consigo próprio.
Talvez não seja tão gentil como merece ou não esteja a
perceber que tudo isto que se chama vida se trata de um
processo de construção contínuo e que cada erro, cada falha,
cada lapso é uma oportunidade de aprender e crescer.
Portanto, parabenize-se por cada conquista, ofereça-se um
miminho de vez em quando e siga em frente.

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Se quer conhecer melhor o seu lado físico, faça check-ups
regularmente. Conhecer o seu estado de saúde vai
tranquilizá-lo e ajudá-lo a conhecer-se por dentro.

Garanta que zela pela sua saúde e enfrenta todos os seus


medos de doenças ou desconfortos. Lembre-se que, se surgir
algo, tem a oportunidade de lutar para ultrapassar. Se já for
tarde demais é que já não se pode ajudar a si próprio. Então,
invista na regularidade da supervisão da sua saúde e no
autocuidado. Sempre. Desfrute da paz que esta ação lhe trará.

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“Eu nasci assim, não tenho culpa!”; “As pessoas não mudam”;
“Burro velho não aprende línguas”. Conhece estas
expressões? Elas são só desculpas…

Se algo não está bem na sua vida, terá que perceber o que é e
agir para mudar, porque as mesmas ações de sempre só lhe
vão trazer os mesmos resultados de sempre. Se está tudo
bem, não há problema nenhum em continuar. Se, por outro
lado, pretende uma mudança na sua vida, comece por se
mudar a si próprio, com as suas atitudes, com os seus
comportamentos, com as suas ações, com as suas crenças,
com os seus pensamentos. Quando você mudar, o seu mundo
vai mudar!

Reflita sobre os resultados que tem obtido nas diversas


vertentes da sua vida, analise o que precisa mudar e entre em
ação. Mude! Vá estudando as suas reações, dificuldades,
conquistas com o processo e conheça-se, a cada dia, mais um
pouco.

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ATÉ BREVE!

Foi um gosto tê-lo comigo mais uma vez,


saber que me leu, que refletiu e aprendeu
mais um pouco sobre si mesmo.

Lembre-se que conhecer-se é um processo


para a vida. Contínuo. Não tem fim. Seja
paciente consigo mesmo, vá aprendendo, a
cada oportunidade um pouco mais, subindo
os degraus e celebrando a cada conquista.

Se se sentir perdido ou abandonado, saiba que


estarei disponível para o ajudar a encontrar o
caminho, o seu caminho! É precisa coragem
para agir e só age quem avança, seja sozinho,
seja acompanhado. Então, pedir ajuda é um
sinal de força, não de fraqueza.

Não deixe de me acompanhar regularmente


nos meus canais de comunicação. Com
certeza que muito mais virá neste ou noutros
formatos, sobre este e outros assuntos.

Até breve!

Grata.
WWW.CATIARODRIGUES.PT

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