Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
Introdução: O Transtorno do Espectro Autista é uma condição que tem como característica atraso
global no desenvolvimento que se manifesta na primeira infância. É de extrema importância analisar a
maneira como as crianças com Transtorno do Espectro Autista executam suas Atividades de Vida
Diária, principalmente aquelas relacionadas ao autocuidado. O profissional de Terapia Ocupacional tem
a possibilidade de intervir com a criança com Transtorno do Espectro Autista e ajuda-las em suas
Atividades de Vida Diária, por meio do Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Limitações
relacionadas à Comunicação. Objetivo: Analisar os estudos sobre as contribuições do método
Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Limitações relacionadas à Comunicação utilizado
pela Terapia Ocupacional no treinamento de Atividades de Vida Diária para crianças com Transtorno do
Espectro Autista. Método: Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo revisão narrativa da literatura.
Resultados: Os estudos encontrados identificaram as diferentes potencialidades e limitações no
desempenho funcional da rotina diária de uma criança com Transtorno do Espectro Autista, assim
como também, os estudos ressaltam que a moldura Tratamento e Educação para Autistas e Crianças
com Limitações relacionadas à Comunicação se faz benéfica e eficaz na melhora das habilidades
comunicativas e sociais das mesmas. Conclusão: O estudo contribuiu para compreensão dos
principais fatores que influenciam o desempenho das Atividades de Vida Diária, reforçando que a
comunicação social é um dos fatores de maior relevância. Com isso, a estratégia do método
Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Limitações relacionadas à Comunicação se
mostra adequada, pois por meio dela consegue-se obter resultados valiosos no desempenho das
Atividades de Vida Diária, nas intervenções terapêuticas ocupacionais, na qualidade de vida das
crianças com Transtorno do Espectro Autista e de seus familiares.
Palavras-chave: Transtorno do Espectro Autista. Atividades cotidianas. Terapia Ocupacional.
ABSTRACT
RESUMEN
Introducción: El Trastorno del Espectro Autista es una enfermedad que tiene como característica un
retraso global del desarrollo que se manifiesta en la primera infancia. Es extremadamente importante
analizar cómo los niños con Trastorno del Espectro Autista realizan sus Actividades de la Vida Diaria,
especialmente las relacionadas con el autocuidado. El profesional de Terapia Ocupacional tiene la
posibilidad de intervenir con el niño con Trastorno del Espectro Autista y ayudarle en sus Actividades
de la Vida Diaria, a través del Tratamiento y Educación para Autistas y Niños con Limitaciones en la
Comunicación. Objetivo: Analizar los estudios sobre las aportaciones del método Tratamiento y
Educación para Autistas y Niños con Limitaciones en la Comunicación utilizado por la Terapia
Ocupacional en el entrenamiento de las Actividades de la Vida Diaria para niños con Trastorno del
Espectro Autista. Método: Se trata de una investigación cualitativa de tipo revisión narrativa de la
literatura. Resultados: Los estudios encontrados identificaron las diferentes potencialidades y
limitaciones en el desempeño funcional de la rutina diaria de un niño con Trastorno del Espectro
Autista, así como, los estudios destacan que el marco Tratamiento y Educación para Autistas y Niños
con Limitaciones Relacionadas con la Comunicación es beneficioso y eficaz en la mejora de sus
habilidades comunicativas y sociales. Conclusión: El estudio contribuyó a la comprensión de los
principales factores que influyen en la realización de las Actividades de la Vida Diaria, reforzando que la
comunicación social es uno de los factores más relevantes. Por lo tanto, la estrategia del método de
Tratamiento y Educación para Niños Autistas y Niños con Limitaciones en la Comunicación es
apropiada, porque puede lograr resultados valiosos en el desempeño de las Actividades de la Vida
Diaria, en las intervenciones terapéuticas ocupacionales y en la calidad de vida de los niños con
Trastorno del Espectro Autista y sus familias.
Palabras clave: Trastorno del espectro autista. Actividades de la vida diaria. Terapia Ocupacional.
3
1 INTRODUÇÃO
O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é um Transtorno global do desenvolvimento que tem como
característica, atraso no desenvolvimento que se manifesta na primeira infância, antes dos três anos de
idade. Apresenta uma desordem característica no funcionamento de três áreas: comportamento
repetitivo e focalizado, interações sociais e comunicação. Percebe-se também outras manifestações
como estereotipias, distúrbios do sono, crises de birra e autoagressividade, seletividade alimentar, que
crianças com TEA podem vir a ter, que dificultam o convívio social
(Leal, & Gradim & Souza, 2017).
O TEA é identificado por meio de avaliações comportamentais, pois verifica-se no indivíduo
características de déficits na comunicação social, no processamento sensorial, na interação, nos níveis
de atenção e coordenação motora, com a presença de complicações no desempenho e realização de
atividades básicas. Em contrapartida, geralmente, os casos de autismo variam de intensidade em suas
diversas características (Carvalho-Filha Et Al., 2018).
Atualmente, este transtorno do desenvolvimento mostra-se predominante e observou-se um
aumento de 15 % relacionado aos dados de prevalência de casos de crianças com TEA nos
EUA se comparado com os dados anteriormente referentes ao
ano de 2014 do Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo dos EUA, (CDC) (Almeida,
2020). De acordo com os dados de 2022, 1 em cada 30 crianças com idade entre 3 a 17 anos estão
incluídos no Espectro do Autismo, com isso sendo de muita relevância pesquisas na área de
desempenho funcional dessas crianças (Júnior, 2022).
Sabe-se que as crianças com TEA possuem dificuldades de planejar, organizar e encarar mudanças,
nesse sentido terminam por causar consequências negativas em seu desenvolvimento, independência e
autonomia das ocupações, assim como também na aquisição de habilidades de desempenho, e o cuidador
tem papel essencial no desenvolvimento dessa criança (Almeida, 2020).
A capacidade de autonomia e independência na realização de Atividade de Vida Diária (AVD) é o
marco mais importante no desenvolvimento infantil, pois é essencial para que a criança tenha melhorias
nas competências nas esferas sociais mais amplas. Neste sentido, não é diferente para crianças com TEA,
mesmo que elas tenham dificuldades para elaborar e executar essas ações, suas competências, precisam
ser estimuladas (Penteado, 2020).
Dentre os profissionais que atuam com este público em específico, se encontra o profissional de
Terapia Ocupacional, que no qual é capacitado em analisar e observar as habilidades de desempenho e
compreender a relação de fatores fundamentais que alteram a ocupação envolvida com o desempenho
ocupacional das crianças (Leal, & Gradim & Souza, 2017). Nesse sentido, dentre as possibilidades de
atuação do terapeuta ocupacional com pessoas diagnosticadas com TEA, existem diferentes formas e
abordagens de intervenção, uma delas está centrada na intervenção pelo método TEACCH.
Optou-se, portanto, por investigar o método TEACCH, sendo este umas das estratégias promissoras
para o tratamento e organização dessas crianças. A moldura TEACCH, possibilita um atendimento
4
estruturado que beneficia a criança de maneira individual, objetivando uma melhor qualidade de vida em
diferentes contextos sendo eles familiares e sociais. Em contrapartida, neste método, a participação dos
pais é de fundamental importância, para auxiliar no tratamento, observar e analisar a criança em
diferentes ambientes e estímulos (Moares, 2018).
Em vista disso, acredita-se que o método TEACCH é uma abordagem eficaz, por ser um modelo de
intervenção organizado e estruturado que pode proporcionar uma aprendizagem mais acelerada, como
também pode ser aplicado no treinamento de AVD. Desta forma, este trabalho tem como objetivo expor
com dados e detalhes as contribuições positivas da abordagem TEACCH para o ensino de habilidades de
autocuidado para crianças com TEA.
Ademais, acredita-se que a pesquisa possibilitará novos conhecimentos a respeito da intervenção,
pois observa-se poucas publicações acadêmicas sobre o assunto. Assim essa pesquisa aumentará as
evidencias cientificas, aos profissionais de terapia ocupacional no tratamento de crianças com TEA, assim
como também essas informações ajudaram as próprias crianças e seus familiares.
A pesquisa tem como objetivo descrever as contribuições do método TEACCH utilizado pela Terapia
Ocupacional no treinamento de Atividades de Vida Diária (AVD) para crianças com TEA.
2 METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa qualitativa do tipo revisão narrativa da literatura. A presente revisão
narrativa teve como questões norteadoras: quais as contribuições da utilização do método TEACCH
para a Terapia Ocupacional no treinamento de Atividades de Vida Diária (AVD) para crianças com TEA.
Bem como esclarecer quais são as principais repercussões na vida da criança ao ter acesso ao ensino
estruturado e organizado do método.
Neste sentido, foi realizado um levantamento bibliográfico no período entre agosto de 2021 a
novembro de 2022. Para a seleção de produções foi realizada pesquisa bibliográfica, por meio de
artigos e trabalhos acadêmicos publicados em língua portuguesa nas seguintes bases de dados
selecionadas na Biblioteca Eletrônica Científica Online (Scielo), Revista Interinstitucional Brasileira de
Terapia Ocupacional (RevisbraTO), Portal Regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS). Para a
elaboração da estratégia de busca, serão utilizados três descritores extraídos dos Descritores em
Ciência da Saúde (DeCS), sendo estes: Terapia Ocupacional, Transtorno do Espectro do Autismo e
Atividades cotidianas. Serão selecionados estudos empíricos publicados em língua portuguesa e que
estejam inseridos no escopo da pesquisa. Foram excluídos estudos teóricos e em língua estrangeira.
3 RESULTADOS
Desse modo, a partir da análise dos artigos selecionados buscou-se investigar quais as
contribuições do método TEACCH para o ensino de habilidades de autocuidado para crianças com TEA.
Neste sentido os 16 artigos selecionados, contemplam em detalhes a temática proposta.
Os estudos encontrados identificaram as diferentes potencialidades e limitações no desempenho
funcional da rotina diária que uma criança com TEA, pode vir a ter, assim como também, os estudos
ressaltam que a moldura TEACCH se faz benéfica e eficaz na melhora das habilidades comunicativas e
sociais da criança.
Portanto, a partir da leitura e da análise dos artigos, elaboraram-se três categorias que abordam
os principais pontos desenvolvidos por este estudo: Diagnósticos e as dificuldades das crianças com
Transtorno do Espectro Autista; Atividades de Vida Diária (AVD); Método de Tratamento e Educação
para Autistas e Crianças com Déficits relacionados com a Comunicação (TEACCH).
7
Além da tríade de sintomas do TEA, esses indivíduos possuem características bem particulares
que, ao entendê-las, poderão conduzir o profissional que muitas vezes se sente desamparado. Esses
déficits na cognição o farão compreender as dificuldades e com isso ajustar a metodologia aplicada a
criança com TEA (Cunha & Lima, 2021).
Dessa maneira, o desempenho ocupacional das crianças emerge tanto de suas capacidades de
agir como de suas interpretações destes significados. As motivações para se engajar em ocupações
pode ser de interesse da criança de chegar ao resultado, ou elas podem engajar-se em ocupações
porque outras pessoas criam situações que tornam significativo o engajamento. (Humphry, 1998 apud
Willard & Spackman, 2011, P.77). Participar das atividades de vida diárias é fundamental para que as
crianças adquiram habilidades e competências valiosas para a vida, sendo um fator importante no
desenvolvimento, saúde e qualidade de vida.
Embora a participação em atividades diárias seja considerada rotineira para a maioria das
crianças pequenas e suas famílias, muitas vezes é mais desafiadora para crianças com transtorno do
espectro do autismo. Assim caracteriza ser de extrema importância pesquisas na área principalmente
de desempenho funcional dessa população (Penteado, 2020). Portanto, o objetivo deste estudo foi
realizar revisão de literatura para compreender melhor a relação do Transtorno de espectro do Autismo
e as dificuldades relacionadas à participação nas AVD.
3.3 Método de tratamento e educação para autistas e crianças com déficits relacionados com
a comunicação (TEACCH)
O método TEACCH foi desenvolvido no ano de 1966, pelo doutor Eric Schopler, na Universidade
da Carolina do Norte (EUA), por meio de projetos e pesquisas no período da graduação (BASTOS;
SOUZA, 2019). Durante uma investigação que tinha como objetivo desenvolver técnicas que
auxiliassem os pais com filhos com Transtorno do Espectro Autista (TEA) a intervir diretamente no
processo de recuperação das suas crianças, tendo como base o conhecimento do perfil de
desenvolvimento individual de cada criança (Pascoal, 2017).
No ano posterior, a moldura foi implementada oficialmente na Universidade da Carolina do
Norte, como um dos primeiros programas educativos para crianças com TEA (Pascoal, 2017). A
aprendizagem das crianças com Transtorno do Espectro do Autismo, as metodologias de tratamento e
a participação ativa dos pais tornaram-se os objetivos que conduziam os estudos e as pesquisas do
doutor Eric Schopler (Bastos & Souza, 2019).
Pode-se afirmar que o princípio fundamental desta moldura é o ensino estruturado, o qual tem o
propósito de organizar e sistematizar o ambiente, das atividades e da rotina como uma forma de
ensinar novas habilidades funcionais e orientar a criança (Bastos & Souza, 2019).
Segundo Costa (2021), a moldura TEACCH é um plano transdisciplinar, por relacionar
intervenções tanto educacionais quanto clínico, configurando um atendimento psicoeducativo. Este
programa tem por embasamento a teoria comportamental e a psicolinguística. Os princípios do
TEACCH são de desenvolver habilidades educacionais, buscando compreender os déficits e procurar
compensa-los. Ademais, o plano procura expor com clareza as habilidades desenvolvidas, assim como
os aspectos que estão sendo desenvolvidas e ainda mostrar as habilidades ainda não iniciadas pela
criança.
Na perspectiva da intervenção por meio do TEACCH, ele se concentra no tratamento de crianças
com TEA ou aquelas com transtornos relacionados à comunicação. O mesmo envolve a esfera de
atendimento clínico e educacional. Quanto ao atendimento clínico, se converge na intervenção de
âmbito comportamental disfuncional, muitas vezes apresentados pelas pessoas com TEA. Na esfera
11
4 DISCUSSÃO
com TEA consigam realizar suas AVD. Os autores Oliveira et al. (2021) considera que as tarefas de
autocuidado são as mais dificultosas para realizar, pois requerem habilidades motoras, percepto-
sensoriais e práxicas. Com isso, por meio da análise do mesmo foi constatado que, de modo geral, as
dificuldades destacadas pelas crianças avaliadas, eram nas atividades de higiene pessoal e de toalete,
compondo, lavar as mãos e escovar os dentes e, principalmente na área de função social.
De acordo com os autores Elias & Assumpção & Francisco (2006) há déficits funcionais em
crianças com TEA, independentemente do nível de funcionamento cognitivo. Essas crianças têm
inabilidade de interagir com o outro e este déficit social afeta o desempenho cotidiano e adaptável
dessas crianças. Profissionais da área da saúde podem intervir neste cenário, onde crianças com TEA
manifestam dificuldades na realização das AVD de autocuidado. Segundo Oliveira et al. (2021) o
objetivo principal da profissão de Terapia Ocupacional, neste caso, é possibilitar o aumento da
participação nas AVDs nos variados contextos e ambientes.
Quando falamos sobre AVD e seus treinamentos, segundo a AOTA (2015), é importante destacar
que estas são desenvolvidos levando em consideração três principais fatores, que são os fatores dos
clientes, as crianças no caso deste artigo, habilidades desempenho, como habilidades motoras, de
processo e interação social, além de padrões de desempenho, que diz respeitos a hábitos, rotinas,
rituais e funções.
Já Humphry (2011) afirma que para realizar o treinamento de AVD pode-se fazer uso de métodos
de instrução (grupal ou individual) para a orientação do cliente e do cuidador, entre os diversos que
são disponíveis para este tipo de treinamento. No entanto, o método precisa ser selecionado para
melhor atender às necessidades da pessoa.
Ainda de acordo com Murphry (2011) os métodos grupais são recomendados quando uma
instituição conta com uma população de clientes homogênea, tendo em vista que a orientação de um
grupo tem bom custo benefício e, quando bem estruturada, pode facilitar o aprendizado por meio da
interação com os colegas. Já a orientação e o treinamento individual do cliente possibilitam que o
terapeuta ocupacional obtenha retroalimentação imediata da pessoa à medida que a sessão progride e
modifique a intensidade e o foco do aprendizado de modo apropriado, já que a mesma possibilita
adaptada para atender a necessidades específicas e únicas de cada pessoa. Partindo desta afirmativa e
destes aspectos citados a cima que a moldura TEACCH pode intervir de forma positivas nos
treinamentos de AVD, tendo em vista que esse método se mostra muito eficiente, como método de
instrução individualizado
Segundo Fernandes (2010), por meio do modelo TEACCH, há a possibilidade de modificar
tendências inatas do comportamento e assim poder diminuir os sintomas e fazer com que o indivíduo
consiga lidar com mais tolerância as atividades que antes lhes pareciam confusas, uma vez possibilita
aprimorar o entendimento da criança que, após a avaliação inicial que destaca suas potencialidades,
déficits e seus interesses, constrói um plano de intervenção individualizado respeitando a singularidade
e complexidade de cada indivíduo.
Gauderer (1993) afirma que o método TEACCH tem por princípio básico que o autista aprende
melhor por visualizações, orienta-se por rotinas e não se mostra receptivo a surpresas. Deste modo,
valoriza o aprendizado estruturado, realça a rotina e a importância visual. Assim, faz-se necessário
simplificar e organizar o ambiente, reduzindo ao mesmo tempo os estímulos sensoriais. O que
14
5 CONCLUSÃO
O surgimento do interesse pela temática apresentada partiu de uma experiência dos estudantes
na intervenção de crianças com TEA em um estágio não obrigatório, que reproduzia princípios do
método TEACCH em seus atendimentos. Diante disso, o presente estudo buscou identificar as
contribuições do método TEACCH para o ensino de habilidades de autocuidado para crianças TEA. Por
meio dos estudos foi possível conhecer mais sobre a intervenção da Terapia Ocupacional na utilização
desta moldura. Ademais, este estudo propiciou investigar as contribuições desta intervenção para
promover a autonomia e independência de crianças com TEA nas Atividades de Vida Diária (AVD).
Percebeu-se que a leitura dos estudos selecionados, foi de extrema importância para assimilar
quais características reais de uma criança com TEA. Neste caso, foi encontrado que o Transtorno do
Espectro do Autismo (TEA) é um transtorno que se define como critérios diagnósticos que contém
dificuldade e alterações em diferentes áreas sendo elas da interação social e da comunicação. Por meio
das pesquisas, entendeu-se que a socialização é a área mais desafiadora para as crianças com TEA,
pois é a área onde a criança tem mais dificuldades. Neste caso o maior objetivo dos profissionais de
saúde, principalmente dos terapeutas ocupacionais é de promover a aprendizagem dessas crianças,
desenvolvendo nelas capacidades, habilidades e competências para a melhoria dos comportamentos na
comunidade.
A intervenção dos profissionais de Terapia Ocupacional mostra-se de fundamental importância,
pois buscam por meio das atividades cotidianas a integração das crianças no meio social. Neste caso, a
escolha por investigar o método de Tratamento e Educação para Autistas e Crianças com Déficits
Relacionados com a Comunicação (TEACCH), propiciou o entendimento das estratégias promissoras
desta moldura para o tratamento e organização dessas crianças na comunidade.
Percebeu-se que moldura TEACCH, possibilita um atendimento estruturado que beneficia a
criança de maneira individual, objetivando uma melhor qualidade de vida em diferentes contextos
sendo eles familiares e sociais. Em contrapartida, observou-se que neste método, a participação dos
pais é de fundamental importância, para auxiliar no tratamento, observar e analisar a criança em
diferentes ambientes e estímulos.
Neste sentido a Terapia Ocupacional utiliza este método por meio de apoios visuais onde são
indicadas as sequencias da atividade cotidiana que criança deve realizar. O treinamento das Atividades
de Vida Diária (AVD) por meio dessas figuras proporciona as crianças uma vida menos dependente e
15
estimula a independência nas atividades de auto cuidado, assim como também nas atividades
relacionadas a vida familiar e social.
Logo, os resultados deste estudo preconizaram que a abordagem da moldura TEACCH, é um
processo eficaz, estruturado e que propicia um impacto positivo no desempenho e participação nas
Atividades de Vida Diária (AVD), em especial nas atividades de autocuidado. Os estudos também
permitiram comprovar que a intervenção da Terapia Ocupacional utilizando o Método TEACCH é capaz
de promover a evolução do desempenho funcional de crianças com TEA.
Entretanto, apesar de ser uma intervenção valiosa para o tratamento dessas crianças, mediante
a estratégia de busca adotada pelos pesquisadores, verificou-se que há uma escassez de pesquisas
acadêmicas recentes sobre a eficácia da moldura TEACCH como um método de intervenção da Terapia
Ocupacional para crianças com TEA. Neste sentido há necessidade de haver mais publicação e
sugestões de estudos futuros nesta área para detectar as dificuldades e promover o conhecimento
desta intervenção na melhora no desempenho funcional dessas crianças.
Por fim, o estudo contribuiu para compreensão dos principais fatores que influenciam o
desempenho das Atividades de Vida Diária (AVD), reforçando que a comunicação social é um dos
fatores de maior relevância e que não deve ser ignorado nas intervenções dos profissionais de Terapia
Ocupacional. Com isso, a estratégia do método TEACCH se mostra adequada, pois por meio dela
consegue-se obter resultados valiosos no desempenho das AVD, nas intervenções terapêuticas
ocupacionais, na qualidade de vida das crianças com TEA e de seus familiares.
REFERÊNCIAS
Bastos, R. P., & Souza, D. C. de . (2020). A PRÁTICA DO ENSINO ESTRUTURADO NO MODELO TEACCH
FACE À INCLUSÃO ESCOLAR DO EDUCANDO COM TEA. Pesquisa E Prática Em Educação
Inclusiva, 2(4), 294–312. Recuperado de
//periodicos.ufam.edu.br/index.php/educacaoInclusiva/article/view/5322
RESOLUÇÃO Nº. 316/2006 – Dispõe sobre a prática de Atividades de Vida Diária, de Atividades
Instrumentais da Vida Diária e Tecnologia Assistiva pelo Terapeuta Ocupacional e dá outras
providências. (s.d.). https://www.coffito.gov.br/nsite/?p=3074
Costa, G. C. d. P., Oliveira, C. C. d., Longhini, G. S., Diniz, G. S. V., Santos, L. R. d. O. F., & Elias, L. S.
D. T. (2021). Influência dos métodos de ensino PECS e TEACCH sobre o desenvolvimento
neuropsicomotor de crianças com transtorno do espectro autista. Cuid Enferm., 15(1), 22–28.
Cunha, E.; Lira, M. (2021). O método teacch e suas técnicas para o desenvolvimento das habilidades
comunicativas em estudantes autistas [Trabalho de Conclusão de Curso (Especialização), Educação
Especial na perspectiva Inclusiva, UPE]. https://bdex.eb.mil.br/
Elias, A. V.; Assumpção J., Francisco B. (2006). Qualidade de vida e autismo. Arquivos de Neuro-
psiquiatria, 64, 295-299.
16
Fernandes, C. S., Fichman, H. C., & Barros, P. de S. (2018). Evidências de diagnóstico diferencial entre
Transtorno do Espectro Autista (TEA) e Transtorno do desenvolvimento intelectual (TDI): análise de
casos. Neuropsicología Latinoamericana, 10(2).
https://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/408
Novo estudo indica prevalência: 1 em cada 30 crianças nos EUA é autista - Canal Autismo. (2022, 22
de abril). Canal Autismo. https://www.canalautismo.com.br/noticia/novo-estudo-indica-prevalencia-1-
em-cada-30-criancas-nos-eua-e-autista/
GAUDERER, E. C. (1993). Autismo, uma atualização para os que atuam na área: do especialista aos
pais.
Guerzoni, V. P. D., Barbosa, A. P., Borges, A. C. C., Chagas, P. S. d. C., Gontijo, A. P. B., Eterovick, F.,
& Mancini, M. C. (2008). Análise das intervenções de terapia ocupacional no desempenho das
atividades de vida diária em crianças com paralisia cerebral: uma revisão sistemática da
literatura. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 8(1), 17–25. https://doi.org/10.1590/s1519-
38292008000100003
Leon, V.; Fonseca, M. E.G. (2013). Contribuições do ensino estruturado na educação de crianças e
adolescentes com transtorno do Espectro do autismo. (6º ed.). Papirus.
Oliveira, K. F. d. (2021). Relação entre comunicação social, desempenho nas atividades de vida diária
e processamento sensorial em pré-escolares com transtorno do espectro do autismo
(TEA) [Dissertação de mestrado não publicada]. Escola de Educação Física, Fisioterapia e Terapia
Ocupacional/UFMG.
Pfeiffer, B., Coster, W., Snethen, G., Derstine, M., Piller, A., & Tucker, C. (2017). Perspectivas dos
Cuidadores sobre o Ambiente Sensorial e a Participação nas Atividades Diárias de Crianças com
Transtorno do Espectro Autista.The American Journal of occupational therapy : publicação oficial da
Associação Americana de Terapia Ocupacional, 71(4), 7104220020p1–7104220028p9.
https://doi.org/10.5014/ajot.2017.021360
Rolim, C. S., Ayres de Souza, L. S., & Gasparini, G. C. (2016). A terapia ocupacional e o método teacch
no tratamento do portador de autismo. Multitemas, (23). https://doi.org/10.20435/multi.v0i23.871