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Resumo: Este artigo pretende evidenciar a relevância da inclusão, nos currículos escolares, de obras produzidas
na região em que os estudantes vivem, pela importância da literatura como conhecimento também da realidade do
entorno e da reflexão sobre a formação do cânone nacional. Assinala-se, nessa inclusão, o cuidado com os
critérios de seleção de obras e uma reflexão sobre identidades culturais.

Palavras
alavras--chave: identidades culturais; regionalismo; ensino; literatura mato-grossense; currículo escolar.

Abstract
Abstract: This article aims to highlight the need of including literary works produced in the region where students
live in their school curriculum, due to the importance of literature as well as encouraging the identification of their
reality and reflection on national canon formation. Both the criteria of selection of works and reflection on cultural
identities are taken into consideration.

Keywords: cultural identities; regionalism; teaching; mato-grossense literature; school curriculum.

Todas as reflexões, discussões, projetos de que possa ser acrescida, posteriormente, inclusive
pesquisa ou extensão e até mesmo eventos com experiências, críticas, sugestões e pesquisas
artísticos de que tenho, de alguma forma, de outros profissionais.
participado ou tenho testemunhado, nos últimos Antes de focalizar a literatura regional, inicio
anos, em Mato Grosso, sempre me instigam a uma discussão bastante aprofundada por
relacioná-los com o ensino. Assim, no âmbito da pesquisadores de várias regiões do Brasil sobre a
literatura produzida em Mato Grosso diluição do conteúdo da literatura, no ensino
(compreendida como a definiu primeiramente médio, num componente curricular mais amplo,
2
Yasmin Nadaf , referindo-se a obras produzidas o das linguagens, nos atuais parâmetros
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por mulheres, seguida por Hilda Magalhães , que curriculares. Opondo-se a essa diluição, lemos
estendeu o critério independentemente de gênero, em Orientações curriculares para o ensino
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depois Carlos Gomes de Carvalho e, antes, médio - linguagens, códigos e suas
ainda, de forma subentendida em sua tecnologias (OCEM, doravante), a posição que
historiografia, Rubens de Mendonça), em virtude defende a autonomia e a especificidade da
das várias ações públicas e privadas, literatura, assinada por consultores e leitores
institucionalizadas ou pessoais que têm sido críticos, entre eles, Ligia Chiapini, Haquira
realizadas no sentido de formação do cânone, de Osakabe e Maria Zélia Versiane:
criação de grupos de pesquisa, de recuperação
de obras esgotadas ou quase extintas, de Embora concordemos com o fato de que a
organização de antologias com base em Literatura seja um modo discursivo entre vários
publicações de periódicos, de análise crítica de (o jornalístico, o científico, o coloquial, etc.), o
discurso literário decorre, diferentemente dos
obras publicadas, de estudos sobre a constituição
outros, de um modo de construção que vai além
das identidades locais por meio de obras de arte, das elaborações lingüísticas usuais, porque de
de incentivo à publicação de novos autores, etc., todos os modos discursivos é o menos
sinto-me desafiada a tratar de uma etapa pragmático, o que menos visa a aplicações
fundamental dessas ações, que é o ensino. Não práticas. (OCEM, 2006, p.49).
me ocuparei do consumo da literatura em outros
espaços que não a sala de aula. Também assinalo Um dos pontos de vistas opostos ao das OCEM
que esta é uma discussão inicial, bastante marcada aponta como uma das soluções a formação do
pela experiência adquirida durante a prática professor, ou seja, a ideia de que a dicotomia
docente não apenas universitária, mas também língua-literatura não faz sentido quando o
com o ensino médio há alguns anos atrás. Espero professor possui um conceito amplo de

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linguagem . Não me estenderei sobre essa A partir de determinado momento específico
discussão, mas reconheço que ela antecede a que organiza-se um sistema literário tendo como
dispõe sobre o regional. fator central o discurso regionalista que deu, e
Este recorte, entretanto, concentrar-se-á nesse dá desde então, uma certa coesão entre os três
elementos envolvidos, escritores-obra-leitores,
último aspecto, percorrendo, antes, um caminho
e estabelece um certo conjunto - isto é, o sistema
que vai do geral ao particular. Pensando a organiza-se a partir e em torno do discurso
literatura como conhecimento e a formação do regionalista; segundo, este sistema assim
leitor como uma das mais importantes funções da organizado não pode ser pensado sem se
escola, vemo-nos diante de um cenário em que a considerar, como parte absolutamente interna de
literatura, fora da escola, concorre com outras sua configuração, as figuras centrais de sua
formas midiáticas, em que prepondera a cultura fundação; e, terceiro, também não pode ser
de massa. Na escola, em tese, seu locus mais pensado sem se considerar a produção literária,
importante, a disciplina perde a autonomia. Assim, biográfica ou histórica, os discursos, criados-
elaborados sobre essas figuras – responsáveis
antes de mais nada, parece ser urgente a defesa
pela construção efetiva de suas imagens. Daí que,
da especificidade da disciplina ou do por ora, parece-me indispensável sinalizar para a
compromisso do profissional de letras para então centralidade das duas instituições citadas acima e
discutir – o que não faremos aqui - o que as para duas das mais emblemáticas figuras de todo
ementas contemplam e como o ensino tem sido este processo, no primeiro momento regionalista
realizado. mais identificável: Dom Aquino Corrêa e José de
Outro item importante, para seguir no viés da Mesquita. (LEITE, 2005, p. 237).
exclusão, também discutido nas “OCEM”, são as
falhas apresentadas nos programas curriculares pré- Dentre os três elementos do sistema cuja
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estabelecidos em livros didáticos e apostilas (em fórmula vem de Antonio Candido , o último, como
que se privilegia a história da literatura, e não o já dissemos, ainda é deficitário no caso de Mato
estudo aprofundado das obras literárias), pois Grosso. Para resolver tal questão (reduzido número
embora garantam algumas vantagens, expõem de leitores), universidades locais têm começado a
fraturas, como a não inclusão das literaturas ditas investir na formação de professores para o ensino,
regionais, item que nos interessa aqui: trazendo à cena obras e respectivas leituras críticas,
com vistas à multiplicação desse conhecimento
Podem-se destacar alguns pontos positivos e nas escolas.
simultaneamente negativos da adoção da Por que é importante que o currículo contemple
história da literatura no ensino tal qual se tem obras regionais? A resposta parece tão óbvia que
cristalizado: 1. resolve o problema da seleção a pergunta poderia ser igualmente assim
de obras, pois constitui um corpus definido e considerada. Mas, quando o assunto é ensino,
nacionalmente instituído, mas elimina as
nunca é demais repetir. Se pensamos a literatura
peculiaridades regionais. (p. 76).
como forma de conhecimento e como um “direito
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No caso de Mato Grosso, se admitimos a de todo cidadão” , conforme Candido, não
existência de uma literatura regional ou, pelo podemos privar esse cidadão da reflexão, do
menos, de uma literatura com todas as possíveis pensamento crítico acerca da realidade do seu
variações de temas, estilos, etc. produzida em Mato entorno, o que é possível por meio de obras cujos
Grosso, temos de admitir que há, no nosso caso, temas incidam sobre o local (não apenas como
a presença do livro e do autor, consideradas as espaço geográfico, mas, sobretudo, local como
relativas proporções em comparação a outras espaço de reflexão sobre a vivência de seres da
regiões, e há a do leitor, mas essa é ainda tímida. natureza, inclusive os humanos, considerados em
Sobre a existência de literatura como sistema, em sua historicidade). No caso de obras produzidas
Mato Grosso, Mario Cezar Silva Leite (2005) no local, com temas que tendem à
acentua a sua configuração a partir de certos “universalidade”, é inegável a importância de se
momentos históricos, instituições (Instituto Histórico observar como o artista que habita determinado
e Geográfico e Academia Mato-grossense de espaço (por mais que peregrine, viaje por outros)
Letras) e atores, em convergência com o discurso imagina e recria o mundo a partir de um ponto
regionalista: de referência e como dialoga com outros mundos.
Também é importante, a partir da inclusão de

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obras produzidas na região e que tenham mérito reside o papel fundamental da pesquisa, sediada,
qualitativo, discutir, tanto para as publicadas predominantemente, nas universidades, que deve
contemporaneamente, mas, sobretudo, no caso revelar as qualidades de um texto e, mais
das extemporâneas, o porquê de não fazem parte importante, a publicação dessa pesquisa, de modo
do cânone nacional apresentado em apostilas e que alcance toda a comunidade escolar, não
livros didáticos. Considerando que uma das apenas a universitária. É sabido que falar sobre
hipóteses a ser formulada seja a do distanciamento qualidade em arte constitui tema polêmico,
geográfico do eixo Rio-São Paulo, onde se especialmente hoje - na chamada pós-
concentram as principais editoras e a maior modernidade ou modernidade tardia, etc. -, em
densidade demográfica, além dos aspectos que o estético tem sido deslocado em favor do
econômicos, cabe refletir, na sala de aula, sobre político. É preciso atentar para que o político não
os critérios de constituição do cânone e sobre as seja um “tiro pela culatra”, fazendo com que
formas como a região tem sido representada ao grandes obras da literatura e o respectivo
longo do tempo, em textos literários e impressos conhecimento que as mesmas encerram não sejam
em geral (como jornais e revistas) e como essas preteridas ou lidas apenas por uma parcela
representações adquirem caráter performativo e privilegiada de estudantes, justamente os que já
passam a constituir as subjetividades/identidades se encontram na posição centro-incluídos.
dos habitantes de uma região. Tratando-se da inclusão/exclusão de certas
Partindo da suposição de que o ensino da obras regionais do cânone nacional, é evidente
literatura regional esteja garantido, antecipo duas que, num primeiro momento, está-se garantindo
preocupações relativas a seu ensino. Uma é a de a afirmação do local frente à tentativa de
que as obras regionais ocupem o merecido espaço homogeneização e padronização do gosto
por méritos qualitativos e que não destituam o pretendida pelo mercado global. Sobre o assunto,
espaço de outras obras importantes, canonizadas Walnice Vilalva (2008) assinala a presença das
ou não, de outras literaturas, para que a região historiografias regionais como a afirmação da
ou o regional não se sobreponha a outros critérios diferença e alteridade diante da pretensa ideia de
e não ocorram fatos como os relatados por unidade e integração das historiografias nacionais:
Osakabe e por ele considerados um equívoco:
O adjetivo, qualquer que seja ele, cearense,
Considerando grandes nomes da história sergipano, mato-grossense, etc., deflagra não
literária, Shakespeare por exemplo, como um exacerbado juízo de individuação e
sinônimos da dominação branca, muitas foram singularização, quer seja regional, quer seja
as vozes favoráveis a sua eliminação dos local, mas nomeia precisamente o espaço da
currículos escolares, em benefícios de nomes exclusão: aquilo que não pertence ao nacional
mais locais, de maior presença na vida imediata ou à brasileira. Nessa proposta historiográfica
das diferentes comunidades. Evidentemente o salta o desejo de sobrevivência, de leitura e de
que se pretendia, num primeiro momento, não valorização dos textos catalogados. (VILALVA,
seria a substituição de um padrão por outro, 2008, p.13).
mas uma ampliação do universo cultural, que
deveria necessariamente contemplar as Nesse sentido, o ensino da literatura regional
produções mais significativas da história é ainda mais importante, porque contribui para o
próxima. Mas, o equívoco se instalou como reconhecimento e a afirmação da diferença.
verdade moral e gerou discussões confusas em Pensando a literatura e seu ensino em qualquer
que se misturavam história cultural, conquistas
nível, teríamos a diferença do regional frente ao
políticas, avanço científico e também bastante
complacência teórica. (OSAKABE, 2005, p. 39). nacional. Enquanto os currículos escolares
apresentarem a velha configuração (períodos e
Sobre o mérito qualitativo, no caso de Mato escolas literárias brasileiras), o regional seria
Grosso, em que as obras consideradas regionais definido pelo espaço do reconhecimento e da
(as produzidas na região independentemente do inclusão. Dentro da própria região, recomenda-
tema) são muito pouco lidas, o consumo e a se o cuidado para que algumas das obras que
circulação não servem como parâmetro para medir pertencem ao corpus denominado regional não
a qualidade, aliás, esses itens não servem como produzam a afirmação de identidade única de uma
parâmetro em nenhuma literatura. Então, aqui região, e sim de identidades, já que nela nunca

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houve e cada vez menos há/haverá uma vivência convivem, num mesmo espaço, pessoas de
homogênea. É preciso pensar sobre como alguns diferentes identidades culturais, caso de Mato
modos de viver e alguns símbolos culturais existem Grosso, hoje, por ser um território de confluência
no local, assinalando que nada existe casualmente de vários fluxos migratórios e imigratórios. Já
(embora possam fazer parte da natureza, não observei, pessoalmente, casos de discriminação
“caíram do céu”). pelas identidades culturais, por pessoas que não
A pergunta a ser feita é: os símbolos da minha as compreendem como resultado de produções
cultura podem ser resultado de produções e discursivas, em que a suposta identidade da
processos relacionados a algum tipo de poder? maioria prevalece, ou prevalece a identidade do
Pode-se estender esse raciocínio ao próprio grupo de maior poder econômico. Daí resultam
questionamento do cânone. Incluir algumas obras preconceitos de todo o tipo. Nesses casos,
no repertório dito nacional significa, dentro da considero fundamental a atuação da escola e,
região, escolher, dentre todas, aquelas que melhor especificamente, do ensino da literatura regional
a representariam (a região) de acordo com com ementa que contemple o estudo da formação
determinados critérios. Isso não significa julgar a das identidades, para que o debate e a reflexão
formação do cânone local, apenas chamar a daí originados seja o responsável pelo respeito à
atenção para o fato de que ele também é uma diferença, em acordo com o que diz a respeito
produção. Por essas razões, há a preocupação Tomás Tadeu da Silva (2000):
de que o ensino da literatura regional não
contribua para a formação/consolidação de uma Na perspectiva da diversidade, a diferença e a
concepção essencialista de cultura, em que se identidade tendem a ser naturalizadas,
considera tudo o que é “nosso/meu” de valor cristalizadas, essencializadas. São tomadas
como dados ou fatos da vida social diante dos
maior e melhor do que o que é do outro.
quais se deve tomar posição. Em geral, a
A partir de uma experiência com alunos de posição socialmente aceita e pedagogicamente
graduação em Letras, em que essa hipótese foi recomendada é de respeito e tolerância para
8
confirmada , sugeri que o ensino de uma literatura com a diversidade e a diferença. Mas será que
considerada regional deve incluir, na análise das as questões da identidade e da diferença se
obras, discussões sobre a constituição das esgotam nessa posição liberal? E, sobretudo:
identidades, sobre o conceito de região nas várias essa perspectiva é suficiente para servir de base
áreas do conhecimento e sobre o regionalismo. para uma pedagogia crítica e questionadora?
Pode-se, também, em currículos do ensino superior, Não deveríamos, antes de mais nada ter uma
teoria sobre a produção da identidade e da
debater, comparativamente, o modo como o
diferença? Quais as implicações políticas de
regionalismo literário tem sido constituído nas conceitos como diferença, identidade,
diferentes regiões brasileiras, nas diferentes diversidade, alteridade? O que está em jogo
temporalidades. na identidade? Como se configuraria uma
Essa proposta surgiu pela atualidade do tema, pedagogia e um currículo que estivessem
dadas as novas configurações espaciais de países centrados não na diversidade, mas na diferença,
e regiões por conta da globalização e, também, concebida como processo, uma pedagogia e
como advertência para que o ensino de literatura um currículo que não se limitassem a celebrar a
não sirva à consolidação de concepções identidade e a diferença, mas que buscassem
problematizá-las? (SILVA, 2000, p.73).
essencialistas de cultura, nem a justificativas
ufanistas que, num primeiro momento, podem soar
A presença da literatura na escola/
como atitudes ingênuas e inofensivas, mas,
universidade é imprescindível, inclusive a regional.
posteriormente, podem desencadear
Não constitui problema o educando/leitor
fundamentalismos com reflexos nas atitudes dos
orgulhar-se do local onde vive, das coisas da sua
sujeitos (no convívio social) sobre os quais tenham
terra. Pelo contrário, é importante porque afirma
agido os signos das identidades. Um desses
o seu valor. No caso da literatura, entre outros,
fundamentalismos pode ser o literário, baseado
traz à tona também reflexões sobre a formação do
na exaltação de todas as obras produzidas no e
cânone, como já foi assinalado. O problema
sobre o local e no desprezo a outras, talvez de
apenas surge quando o orgulho passa a ser índice
maior mérito, por serem de outros locais.
de uma suposta superioridade diante do outro e
Outro fundamentalismo se verifica quando
de uma ingênua compreensão de cultura, o que

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deve e pode ser evitado. Não custa repetir: o ensino inalienável” (CANDIDO, 2004, p.191).
que problematiza a produção das diferenças pode 8 - A pesquisa foi publicada integralmente no livro
ser um grande aliado na formação das sociedades O ensino de literatura produzida em Mato
sustentáveis, tão defendidas nos discursos políticos. Grosso
Grosso: regionalismo e identidades.
Enfim, o lugar do regional na literatura,
instaurado pelo político e pelo estético, deve ser Aceito para publicação em 01.06.2009
garantido em todas as escolas e universidades.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1 - Mestre em Estudos da Linguagem pela UFMT
e Doutoranda em Letras e Lingüística pela UFG. BRASIL. Orientações Curriculares para o ensino
Professora de Literaturas da Língua Portuguesa da médio. In: _____. Linguagens, códigos e suas
UNEMAT, campus de Tangará da Serra. E-mail: tecnologias
tecnologias. Secretaria de Educação Básica.
martacocco@uol.com.br Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de
2 - Em artigo publicado nos anais do VI Seminário Educação Básica, 2006. p.49- 83. v.1.
Nacional Mulher e Literatura, em 1996, diz Yasmin:
“ deve-se entender por essa literatura, aquela que BRAIT, Beth. Leituras, formas vivas de surpreender
foi e está sendo produzida pelas mulheres nascidas significações. In: AGUILERA, Vanderci de Andrade;
em Mato Grosso que escrevem em Mato Grosso LÍMOLI, Loredana. (Orgs). Entrelinhas
Entrelinhas: entretelas: os
ou em outras regiões, bem como pelas mulheres desafios da leitura. Londrina: Ed. UEL, 2001. p. 1-20.
de outras regiões que escrevem em Mato Grosso”
(NADAF, 1996, p.467). CANDIDO, Antônio. Formação da literatura
3 - Hilda Gomes Dutra Magalhães definiu como brasileira: momentos decisivos. 6. ed. Belo
brasileira
literatura mato-grossense “os textos escritos por Horizonte: Itatiaia, 2000.
autores que nasceram em Mato Grosso ou que
nele residem (ou tenham residido), contribuindo ______. Direito à literatura. In: ______. Vários
escritos. São Paulo: Duas Cidades, 2004. p.169-192.
escritos
para o enriquecimento da cultura do Estado”
(MAGALHÃES, 2001, p.3).
CARVALHO, Carlos Gomes de. A poesia em
4 - Sebastião Carlos Gomes de Carvalho, em
Mato Grosso
Grosso. Cuiabá: Verdepantanal, 2003.
antologia de poemas, diz: “Considero como mato-
grossenses não apenas os natos mas igualmente
COCCO, Marta Helena. O ensino da
àqueles que, vivendo aqui, produziram, e
literatura produzida em Mato Grosso Grosso:
produzem, a sua obra literária” (CARVALHO,
regionalismo e identidades. Cuiabá: Cathedral
2003, p.15).
Publicações, 2006.
5 - Sobre esse tema, ver o artigo de Beth Brait,
“Leituras, formas vivas de surpreender LEITE, Mário Cezar Silva. Literatura, regionalismo
significações”, publicado pela Editora da UEL. e identidades: cartografia mato-grossense. In:
6 - Candido distingue manifestações literárias de ______. Mapas da mina
mina: estudos da literatura
literatura e, para haver esta última, impõe a em Mato Grosso. Cuiabá: Cathedral Publicações,
necessidade de um sistema formado principalmente 2005. p.237-254.
por estes denominadores: “a existência de um
conjunto de produtores literários, mais ou menos MAGALHÃES, Hilda. História da literatura do
conscientes do seu papel; um conjunto de Mato Grosso
Grosso: séc.XX. Cuiabá: Unicen
receptores, formando os diferentes tipos de público, Publicações, 2001.
sem os quais a obra não vive; um mecanismo
transmissor, (de modo geral, uma linguagem, MENDONÇA, Rubens. História da literatura
traduzida em estilos), que liga uns aos outros” mato-grossense. 2.ed. Cáceres: Ed. Unemat, 2005.
mato-grossense
(CANDIDO, 2000, p.23).
7 - Candido assevera o “direito à literatura” em NADAF, Yasmin Jamil. Literatura mato-grossense
artigo assim concluído: “Uma sociedade justa de autoria feminina: séculos XIX e XX. In:
pressupõe o respeito dos direitos humanos, e a SEMINÁRIO NACIONAL MULHER E LITERATURA,
fruição da arte e da literatura em todas as 6., 1995, Rio de Janeiro) Anais
Anais... Rio de Janeiro:
modalidades e em todos os níveis é um direito Nielm, 1996, p.467-484.

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OSAKAB, Haquira. Poesia e indiferença. In: PAIVA, VILALVA, Walnice. Identidade e nacionalismo:
Aparecida; MARTINS, Aracy; PAULINO, Graça; caminhos da historiografia literária brasileira.
VERSIANI, Zeia (Orgs.). Leituras literárias
literárias: Revista Alere, Revista do Núcleo de Pesquisa
discursos transitivos. Belo Horizonte: Ceale/ Wlademir Dias-Pino, Universidade do Estado de
Autêntica, 2005. p. 37-54. Mato Grosso, campus Universitário de Tangará
da Serra, v. 1, n.1, p.9-13, 2008.
SILVA, Tomaz Tadeu da. A produção social da
identidade e da diferença. In: ______. (Org.).
Identidade e diferença
diferença: a perspectiva dos
estudos culturais. 3.ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2004.
p.73-102.

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