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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

FACULDADE DE LETRAS

11 DE NOVEMBRO DE 2021

DISCENTE: LETÍCIA DA SILVA NUNES


DOCENTE: HELISSA DE OLIVEIRA SOARES

LUÍS DE CAMÕES SUA IMPORTÂNCIA NA LITERATURA E SUA PERTINÊNCIA NA


REFLEXÃO DO MUNDO ATUAL

Camões foi o primeiro grande poeta da língua portuguesa, não o único claro, mas
foi o mais imensamente impactante. Então não é surpresa que suas escritas tenham
sido fundamentais para a história da literatura portuguesa. Em suas obras ele
antecipou o barroco, mesmo estando no classicismo, com a exaltação do mundo
desordenado e com paradoxos, por exemplo. Suas histórias influenciaram grandes
autores brasileiros, como Vinicius de Moraes (1913-1980) e Gregório de Matos
(1636-1696), esse último se inspira, principalmente, no desconcerto do mundo, tão
comentado por Camões. E renomados poetas portugueses também se inspiraram
no maneirista, como exemplo podemos citar Fernando Pessoa (1888-1935) e
Sophia de Mello (1919-2004).
O grande poeta portugues também foi muito utilizado nos séculos XVI, XVII e XVIII
em Portugal, com um grande foco em sua épica, ou seja, a odisseia “Os Lusíadas”,
a epopeia foi, e ainda é, considerada um grande marco da literatura em língua
portuguesa, ela que trouxe ao autor sua grande fama e até certo ar místico entre os
portugueses de seu tempo. No final do século XVIII e início do XIX, Luís de
Camões, é retomado no final do arcadismo, na transição ao romantismo, sua
influência dessa vez se dá através de sua lírica, um exemplo é Almeida Garrett
(1799-1854), com seu poema lírico-romântico, intitulado “Camões”, em homenagem
ao próprio Luís Vaz de Camões.
Então após essas breves citações fica a pergunta: alguém que trouxe tantas
mudanças e tanta inspiração para dezenas de gerações ainda deveria ser estudado,
mesmo depois de mais de 400 anos anos de sua estadia na Terra? Ele pode trazer
algo novo para a contemporaneidade?
Naturalmente, estudar a base da nossa história, o caminho por onde passamos, é
fundamental para compreendermos onde estamos, o agora. E Camões nasceu,
cresceu e morreu em uma época muito determinante para a história ocidental, em
um momento de transição gigantesco e que até hoje influencia e muito o mundo
inteiro, então nada mais do que natural estudar aquele que mais se sobressaiu na
literatura classicista, o mesmo que conseguiu transpor tão bem o seu mundo, tanto
em suas criações quanto em sua própria vida. E, afinal de contas, o que suas
escrituras diziam ainda não está ultrapassado, o que ele transbordava em suas
poesias ainda hoje são questões a serem pensadas, os tempos difíceis, as
injustiças escancaradas e aparentemente sem soluções, o abandono dos mais
fracos, o desprezo com a arte e seus criadores e a desilusão com seu mundo, tudo
isso ainda são grandes questões da humanidade.
E a questão de identificação com o seu tempo é muito forte principalmente no
Brasil, pois foi aquele mundo que nos criou, somos filhos de Portugal, e nada mais
normal e esperado, inclusive, do que trazer seus medos e suas dificuldades para cá,
o que somos hoje está diretamente ligado com quem eles foram no classicismo.
Toda essa adoração ao divino, essas incertezas tão cruéis, as injustiças
escancaradas e a grande desilusão com o mundo e seus habitantes, tudo isso
estava presente em Portugal do século XV, e ainda pode ser facilmente encontrado
no Brasil do século XXI. Não é por uma coincidência que somos quem somos, é a
história, a nossa história, e consequentemente a deles também.
Obviamente Camões não foi uma lenda, uma entidade superior, ele foi um ser
humano, e como tal está fadado a reproduzir aquilo que o cerca, então é claro que
ele não é perfeito, que ele não carrega uma iluminação divina, e esse também é um
bom motivo para continuar a estudá-lo, para termos a possibilidade de questioná-lo,
de refutar seus pensamentos que atualmente não condiz mais com a realidade, e
para que façamos isso de uma forma pertinente, responsável e com propriedade, o
mínimo é estudarmos suas obras, sua vida e “o que” e “o como” ele transportava
sua visão de mundo em suas criações literárias.

REFERÊNCIAS:

ABDALA JÚNIOR, Benjamin; PASCHOALIN, Maria Aparecida. História social da


literatura portuguesa. São Paulo: Ática, 1985. (*Acredito eu.)
COLOMBO, Roberta. A importância de Camões na literatura portuguesa: uma
intertextualidade contemporânea com os signos “ portugal, mar, amor”. Cadernos do
CNLF, Vol. XV, Nº 5, t. 1. Rio de Janeiro: CiFEFiL. p. 105 - 115, 2011.
SOARES, Helissa. Aula de Literatura Portuguesa: Medieval Séculos XVI e XVII - do
dia 20/09/2021. Turma A. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1_VN0u1XEYhfHC0Vh2oR8ZjYGaHx_irDm/view>,
tempo: <49:15 até 57:41>. Assistido no dia 10 de nov. 2021.
SOARES, Helissa. Aula de Literatura Portuguesa: Medieval Séculos XVI e XVII - do
dia 22/09/2021. Turma C. Disponível em:
<https://drive.google.com/file/d/1S0c9Xu79x3b3IirAkDX7LJzdGTX6WBbi/view>,
tempo: <17:00 até 22:50 >. Assistido no dia 10 de nov. 2021.

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