Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
FACULDADE DE LETRAS
SINTAXE DO PORTUGUES
DATA: 07/02/2023
2ª AVALIAÇÃO
Caro(a) aluno(a), responda às questões a seguir de maneira individual, até às 19h40, a partir
do conteúdo estudado em sala de aula.
O verbo (V) ter é um ótimo exemplo da polissemia que esta classe gramatical pode vir a ter,
ou seja, com ele podemos ter um maior entendimento de como um mesmo V pode
significar/representar coisas diferentes em diferentes contextos. O V “ter” exerce diversas
funções diferentes a depender do que o falante está tentando comunicar, ele pode ir para além
da estrutura básica de uma sentença, além de sua função plena.
Então o V em sua função plena, prototipicamente passa a ideia de EsCo de posse de algo,
por exemplo: “Não tem explicação, mas prefiro ser sincera com o que eu sinto do que iludir
alguém achando que me dar flores ira me fazer feliz…” ou em “ Joyce Amanda, 30 anos, é
moradora do bairro Canelas e tem uma filha de nove anos (...).”, onde os dois exemplos
passam a ideia de posse, no primeiro exemplo é sobre a falta de posse sobre um algo mais
abstrato, porque é um alguém que não tem explicações para algo, mesmo que esteja falando
sobre não ter “explicações” a função verbal não foi alterada. Já no segundo exemplo é mais
simples ver a ideia de posse, pois está falando sobre alguém que tem em sua posse uma filha,
ou ao menos tem em sua posse o título “filha” desse alguém que ela provavelmente gerou, e
mais tudo o que esse título carrega e implica na nossa sociedade.
Agora o V “tem” como parte de uma expressão idiomática pode não mais expressar a ideia
de posse sobre algo, na frase “ E tem mais... pra mim” ou em “é sempre assim: Quem quer,
nunca tem.”, nos dois exemplos apresentados o V “Tem” não está exercendo sua função
prototípica, ou seja, não está passando a ideia de posse, no primeiro exemplo a o objetivo é
dar ênfase para o “mais”, e não dizer que alguém tem algo necessariamente, é uma ideia
mais abstrata. E no segundo exemplo o “tem” está sendo utilizado para a ideia de posse,
mas como parte de uma expressão, e não como predicado, por exemplo.
O “ter” como auxiliar de tempo também é bastante encontrado, como em “porque filhos e
netos não tem tempo para senhorinhas.”, aqui “tem” é usado como um auxiliar de tempo, pois
sem ele a fala perderia seu sentido, é somente com o do V ter que o escritor pode passar a
ideia pretendida, ou seja, que não existe (tem) tempo nesta dada situação mostrada, que no
caso seria que os parentes de uma senhorinha não possuem tempo para dedicar a ela.
E tem o “ter” passando a ideia de que algo existe, como em “também tem a opção de pedir
para a galera levar um pedaço de carne”, o “tem” está passado a ideia de alguma coisa que
existe no mundo, ou seja, no mundo em que vivemos e conhecemos, existe a opção de que as
pessoas possam levar um pedaço de carne.
BIBLIOGRAFIA
Fontes dos exemplos: “Não tem explicação, mas prefiro ser sincera com o que eu sinto do
que iludir alguém achando que me dar flores ira me fazer feliz…”; “E tem mais... pra mim”;
“é sempre assim: Quem quer, nunca tem.” ; “porque filhos e netos não tem tempo para
senhorinhas.”.
. <http://xiliquentas.blogspot.com/2010/02/nao-gosto-de-flores.html>
Fonte do exemplo: “Joyce Amanda, 30 anos, é moradora do bairro Canelas e tem uma filha
de nove anos (...)”.
<https://portal.montesclaros.mg.gov.br/noticia/educacao/investimento-da-prefeitura-gastos-
dos-pais-municipio-continua-distribuindo-kits-de-material-escolar >.
Fonte do exemplo: “também tem a opção de pedir para a galera levar um pedaço de carne”
<https://www.emporiotambo.com.br/blog/melhores-carnes-para-churrasco >