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O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A
CAPIVARI, SP
2009
CURSO DE GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
O PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO E A
CAPIVARI, SP
2009
AGRADECIMENTOS
RESUMO
ABSTRACT
Since the first commercial transactions emerged up to today, the organizations have
been adapting to constant changes. With the need to adapt to the changes, organizations
have increasingly sought to create tools that would structure them, as environmental changes
occur. Among these tools, one of the boldest and most used is Strategic Planning.
Strategic Planning today that the world is undergoing a process of financial
instability has become an important tool for the success of an organization because it
enables them to view the alternatives in the face of ever-changing environment, thus
ensuring the sustainable growth and survival in periods of turbulence.
Introdução ............................................................................................................................ 09
Ameaças ......................................................................................................... 36
4. Conclusão ........................................................................................................................ 60
5. Referências Bibliográficas................................................................................................62
ÍNDICE DE FIGURAS
Figura 1...........................................................................................................................19
Figura 2...........................................................................................................................26
Figura 3...........................................................................................................................33
Figura 4 ..........................................................................................................................38
Figura 5...........................................................................................................................40
Figura 6...........................................................................................................................43
Figura 7...........................................................................................................................46
Figura 8...........................................................................................................................57
Introdução
Neste sentido este trabalho tem por objetivo responder a seguinte pergunta problema:
Como o Planejamento Estratégico pode auxiliar as empresas amenizarem os efeitos da crise
econômica recente?
Este trabalho se justifica pela grande importância do tema proposto por procurar
mostrar as organizações que provavelmente poderão ter acesso à esse trabalho, bem como o
interesse acadêmico, em poder mostrar a importância do Planejamento Estratégico dentro de
uma organização, pois busca-se estar relatando como as organizações que possuem
Planejamento Estratégico em suas estruturas conseguem se preparar melhor para o futuro
das mesmas, principalmente agora em tempos de crise econômica global.
Este trabalho tem como relevância de que todos os tipos de organizações necessitam
de um planejamento estratégico para encontrar os caminhos mais adequados em busca de se
atingir seus objetivos futuros.
No segundo capítulo será feita uma revisão de literatura que nos possibilitará ter um
embasamento teórico para selecionar e sintetizar idéias, estudos e pesquisas a respeito do
Planejamento Estratégico.
No quarto capítulo será apresentada a conclusão deste trabalho, e por fim no quinto
capítulo será apresentada a bibliografia utilizada para o desenvolvimento do mesmo.
2. 1 - Momento Histórico
Desde o surgimento dos primeiros organismos vivos é sabido que existe muita
competição entre as espécies para a sobrevivência no meio ambiente. O ambiente está
sempre em constante transformação, fazendo com que os organismos tenham que se adaptar
a estas mudanças para sobreviver. A cadeia alimentar retrata bem este conceito.
Ainda de acordo com as idéias desses mesmos autores, a guerra foi o cenário em que
surgiu o conceito de estratégia. As batalhas ao longo dos séculos fizerem com que os
militares começassem a pensar antes de agir, fazendo com que as guerras passassem a ser
planejadas com antecipação.
Logo a estratégia passou a ser utilizada na vida política, principalmente por Niccolò
Machiavelli (1460 – 1527), sendo considerado o pai da ciência política devido ao seu livro
O Príncipe.
Para Oliveira (2005), citando Drucker, o planejamento não diz respeito as decisões
futuras, mas às implicações futuras de decisões presentes. Portanto, ele é um processo
sistemático e contínuo de tomada de decisões cujas conseqüências ocorreram no futuro.
De acordo com Kwasnicka (2007), citando Ackoff, o planejamento pode ser definido
da seguinte maneira:
O mesmo autor citado acima afirma ainda que o planejamento não deve ser
confundido com previsão, projeção, predição, resolução de problemas ou plano, pois ele
considera os seguintes conceitos:
De acordo com o mesmo autor citado acima, o executivo deve estar atento a quatro
princípios gerais:
¾ Treinamento;
¾ Substituição;
¾ Transferência;
¾ Funções;
¾ Avaliação,
¾ Entre outros.
¾ Planejamento Estratégico;
¾ Planejamento Tático,
¾ Planejamento Operacional.
Nível
Estratégico
Nível Tático
Nível Operacional
¾ Análise externa do meio ambiente: trata-se que uma análise externa que lhe
dará condições de avaliar quais são suas oportunidades e desafios perante o ambiente
externo.
De acordo com Oliveira (2005), o planejamento tático tem como objetivo aumentar
os resultados de determinada área, não da organização como um todo. Buscando a
decomposição dos objetivos, estratégias, e políticas estabelecidos no planejamento
estratégico. Ele deve ser executado pelos níveis organizacionais intermediários, visando à
utilização eficiente dos recursos disponíveis para o alcance dos objetivos fixados, seguindo
políticas orientadas para o processo estratégico de decisão da organização.
¾ As datas estabelecidas,
2.4.Conceito de Estratégia
Para Maximiano (2005) estratégia, nada mais é, do que uma seleção dos meios para
realizar objetivos. O conceito de estratégia nasceu das situações de concorrência, como
guerras, jogos e negócios. O objetivo de estratégia consiste em anular ou frustrar o objetivo
do concorrente.
Já Mintzberg e Quinn (2001) acreditam que não existe uma única definição
universalmente aceita, a que se refere à Estratégia. Basicamente, a Estratégia é um conjunto
de regras de tomadas de decisão para a orientação do comportamento de uma organização.
Mas muitos autores incluem que as metas e os objetivos fazem parte de estratégias,
enquanto outros fazem uma firme distinção entre eles.
De acordo com Maximiano (2005) a palavra Estratégia é herdada dos gregos, que
usavam para designar a arte dos generais. Para os estrategos, que eram os generais
escolhidos para planejar e fazer guerras na antiga Grécia, as estratégias constituíam os
planos para derrotar o inimigo. De acordo com Aristóteles, apud Maximiano, (2005), o
principal objetivo da estratégia é a vitória.
Segundo o mesmo autor, citando, Peter Drucker (1954), o papel das decisões
estratégicas nas organizações foram definidos na seguinte maneira:
Nos dias atuais, a estratégia empresarial é uma idéia com diversos significados,
assim como ambiente, longo prazo, planejamento, ameaças e oportunidades e construção do
futuro. Estes são os principais significados que refletem e ampliam as definições dos
primeiros autores.
Maximiano ainda cita definições de estratégia dadas por outros autores como, por
exemplo:
Para Quinn, apud Mintzberg e Quinn (2001), a estratégia pode ser definida como um
padrão ou plano que integra as principais metas, políticas e seqüência de ações de uma
organização. Uma estratégia bem formulada pode ajudar a ordenar e alocar os recursos de
uma organização para uma postura singular e viável, com base em suas competências e
deficiências internas relativas, mudanças antecipadas no ambiente e providência contingente
realizada por oponentes inteligentes.
Para Mintzberg, apud Mintzberg e Quinn (2001), a natureza humana insiste em uma
definição para todos os conceitos. Mas a palavra Estratégia é usada de várias maneiras,
mesmo que tenha sido definida em apenas uma. Sendo assim serão apresentadas abaixo as
cinco definições de estratégias, que segundo Mintzberg são consideradas como os 5Ps da
Estratégia:
¾ Estratégia Como um Plano: a estratégia é um plano - algum tipo de curso
de ação conscientemente imaginado, uma diretriz (ou conjunto de diretrizes) para
lidar com uma determinada situação.
Em seu livro Mintzberg, cita o que Glueck pensa sobre estratégia na administração:
Como Pretexto, a estratégia nos leva para a concorrência direta, no qual as ameaças
são empregadas para obter vantagens.
As definições de estratégia como plano e como padrão podem ser bem independentes
uma das outras. Os planos podem não ser atingidos enquanto que os padrões poderão surgir
sem suspeita.
Para Oliveira (2005) a importância da estratégia para a empresa pode ser entendida
através de um comentário do General Robert E. Wood, da Sears Roebuck & Company, que
foi um grande estrategista. Dizia ele (apud Chandler Jr., 1962) que a empresa é como guerra,
em certos aspectos, pois se a estratégia adotada for correta, muitos erros táticos podem ser
cometidos e a empresa ainda saíra vitoriosa.
Podemos citar ainda, que para Oliveira a estratégia não é o único fator determinante
no sucesso ou fracasso de uma empresa; a competência de sua cúpula administrativa é tão
importante quanto a estratégia. A sorte pode ser um fator também, apesar de,
freqüentemente, o que as pessoas chamam de boa sorte ser, na realidade, resultado de boa
estratégia. Mas uma estratégia adequada pode trazer extraordinários resultados para a
empresa, cujo nível geral de eficiência e eficácia seja apenas médio.
Para se ter um bom resultado, ou para chegar à situação desejada, é importante que o
executivo tenha sempre em mente a satisfação das necessidades para se assegurar a
existência contínua da empresa. Todas as empresas podem ter uma ou mais estratégias
explícitas, mas sempre tendo um perfil estratégico, que abrange diversas ações adotadas e na
forma como define seus propósitos e sua postura estratégica perante o ambiente empresarial.
Muitas empresas não sabem quais são ou não tem suas estratégias. Existem empresas
de sucesso que não são conscientes das estratégias que sustentaram seu sucesso, mas é muito
mais difícil essas empresas se darem bem no mercado de trabalho e continuarem em seus
negócios.
Para Oliveira (2005) as estratégias podem ser estabelecidas de acordo com a situação
de cada empresa. A combinação de estratégias pode ser feita de forma que se aproveitem
todas as oportunidades possíveis, utilizando a estratégia certa no momento certo.
Este tipo de estratégia deve ser utilizado quando não existir alternativa, ou quando o
ambiente e a empresa estiverem em situações inadequadas ou ainda apresentarem altos
índices de pontos fracos internos ou ameaças externas.
Segundo o mesmo autor citado acima o planejamento exige três ações em áreas
chaves, onde a organização através destas desenvolverá seu plano de ação para cada um de
seus negócios, a fim de atingir seus objetivos.
Para Chiavenato & Sapiro (2003), a visão organizacional refere-se aquilo que a
organização almeja ser no futuro.
Os mesmos autores citados acima, afirmam que o alinhamento dos interesses dos
envolvidos é promovido se:
¾ Esclarecer a todos os stakeholders a direção do negócio: estabelecer um
senso de direção, ou quadro futuro do que a organização almeja alcançar dentro de
uma perspectiva de prazo que ofereça o tempo para se chegar lá e alcançar os
resultados desejados.
¾ Oferecer o foco: para que as pessoas tenham uma base comum de esforços e
coordenação é necessário que a visão esteja presente no seu cotidiano, estimulando a
autonomia que embasa o Empowerment e o trabalho em equipe.
Oliveira (2005) afirma ainda que a missão da organização tem função de orientar e
delimitar dentro de um período de tempo a ação empresarial. Como cita abaixo:
“No sentido figurado, a missão empresarial estabelece “qual vai ser o jogo”, e “em
que campo vai ser jogado”. Com referência às “regras do jogo”, essas serão
estabelecidas na fase seguinte, ou seja, quando do estabelecimento dos
instrumentos prescritivos do planejamento estratégico”. (OLIVEIRA, 2005, P. 127)
Segundo Koltler (2000) salienta que a missão deve ser compartilhada entre os vários
membros da organização, pois uma declaração de missão bem elaborada fornece aos
funcionários um senso compartilhado de propósito, direção e oportunidade. Cita ainda que a
melhor missão é aquela guiada por uma visão, um sonho impossível, que consegue fornecer
um direcionamento a empresa por décadas.
Kotler (2000) afirma ainda que a missão da empresa deve ser reavaliada a medida
que os objetivos da mesma se alterem, fazendo com que a missão perca sua relevância
dentro da organização, devido as mudanças no mercado e no desenvolvimento de novos
produtos.
Segundo Kotler (2000) a análise SWOT consiste em uma avaliação global das
forças, fraquezas, oportunidades e ameaças. O termo provém do inglês Strengths,
Weaknesses, Opportunities, Threats.
Nos dias hoje, a organização que consegue sucesso no mercado é a que têm a melhor
capacidade de adaptação as constantes mudanças que ocorrem tanto no ambiente interno
quanto no ambiente externo.
Oliveira (2005), menciona que toda organização é parte integrante de seu ambiente,
onde cabe ao nível estratégico mapear e estudar as oportunidades e ameaças que o ambiente
impõe a organização. O conhecimento sobre o ambiente constitui ferramenta fundamental
para o processo de planejamento estratégico, sendo assim possível obter a adaptabilidade
entre a organização e suas forças externas que venham a interferir direta ou indiretamente
em seus propósitos, objetivos, desafios, metas, estratégias, políticas, estrutura e
procedimentos.
Defende ainda que a análise ambiental corresponde ao estudo dos fatores e forças
ambientais, a relação entre eles ao longo do tempo e seus efeitos sobre a organização, sendo
baseada nas percepções das áreas em que as decisões estratégicas serão tomadas, sendo
usada sob dois enfoques:
Kotler (2000), afirma que uma unidade de negócio deve monitorar forças
macroambientais e agentes microambientais que venham afetar a sua capacidade de gerar
lucro.
Oliveira (2005) afirma que as oportunidades certas serão escolhidas de acordo com
os seguintes aspectos: se o foco residir na maximização das oportunidades e na minimização
das ameaças, se todas as oportunidades forem analisadas conjunta e sistematicamente, se
forem compreendidas quais oportunidades se adaptam à atividades básicas da empresa e se
há equilíbrio entre oportunidades imediatas e de longo prazo.
Kotler (2000) afirma que as ameaças ambientais devem ser classificadas de acordo
com sua gravidade e probabilidade de ocorrência, pois quando não bem classificadas podem
diminuir consequentemente as vendas e a lucratividade da organização.
Enquanto que para Oliveira (2005) as ameaças não deixam de constituir variáveis
incontroláveis que criam condições desfavoráveis a organização.
Oliveira (2005) conclui que uma oportunidade bem usufruída tem a capacidade de
aumentar os lucros da empresa, enquanto que uma ameaça não administrada poderá
ocasionar a redução dos lucros previstos ou mesmo prejuízos para organização.
Chiavenato & Sapiro (2003) afirmam que o diagnóstico do ambiente interno está
relacionado as forças e fraquezas da organização, possibilitando a criação de condições para
a formulação de estratégias que melhor se ajustem no ambiente em que a organização atua.
Através do alinhamento dos diagnósticos internos e externos a organização consegue a base
para a construção de cenários.
De acordo com Oliveira (2005) a análise do ambiente interno tem por finalidade
mostrar as qualidades e as deficiências, onde seus pontos fortes e fracos deverão ser
determinados de acordo com sua atual posição mercado x produtos. Os pontos neutros
também devem ser considerados, pois quando não existem parâmetros de estabelecer se
determinado aspecto está beneficiando ou prejudicando a empresa, esses pontos neutros vão
sendo enquadrados como pontos fortes ou pontos fracos ao longo dos tempos.
Segundo Kotler (2000) cada organização precisa avaliar periodicamente suas forças e
fraquezas internas, para se obter uma análise do ambiente interno. A organização não
precisa corrigir todos os seus pontos fracos, nem super valorizar seus pontos fortes, ela deve
avaliar se o negócio deve se limitar às oportunidades para as quais tem os recursos
necessários ou se deve examinar melhores oportunidades, para as quais pode precisar
desenvolver ou adquirir forças maiores.
Na Figura abaixo será analisado os impactos dos pontos fracos e dos pontos fortes
nas expectativas da empresa.
Figura 5 – Impacto dos pontos fortes e dos pontos fracos nas expectativas
da empresa.
Fonte: OLIVEIRA, 2005, P.103
Oliveira (2005) afirma que para o estabelecimento dos pontos fortes, fracos e
neutros, devem ser analisados alguns aspectos como:
¾ Critérios de avaliação; e
¾ Obtenção de informações.
De acordo com Kotler (2000), o termo metas é utilizado para descrever os objetivos
em termos de magnitude e prazo. A transformação dos objetivos em metas mensuráveis
facilita o processo de planejamento, a sua implementação e controle.
Oliveira (2005) define objetivo como um alvo com prazo de realização que tem
pessoas responsáveis pela sua execução para que estes consigam ser alcançados. E as metas
representam o processo para que os objetivos e desafios sejam atingidos.
De acordo com Chiavenato & Sapiro (2003) o APO apresenta como vantagem a
conversão dos objetivos organizacionais em objetivos específicos para cada unidade da
organização, para cada grupo de trabalho e para cada indivíduo. Desta forma cada
funcionário tem uma contribuição específica e determinada a oferecer para o processo, de
modo que todos devem alcançar seus objetivos para que os objetivos da organização como
um todo sejam atingidos.
De acordo com Porter apud Kotler (2000) para se obter um bom ponto de partida
para o pensamento estratégico, precisam ser considerados três tipos de estratégias de
marketing:
¾ Liderança total em custos: a organização busca a redução dos custos para que
consiga oferecer preços menores do que os da concorrência e obtenha uma maior
participação de mercado. As organizações que seguem estas estratégias precisam ser
bem sucedidas em engenharia, compras, fabricação e distribuição física, não
necessitando de tantas habilidades em marketing.
Porter apud Kotler (2000), afirma que hoje é difícil uma organização manter uma
vantagem competitiva de longo tempo realizando atividades similares a da concorrência
devido ao benchmarketing e outras ferramentas, acabando por diminuir a vantagem da
eficácia operacional.
Oliveira (2006) afirma que para a formulação de estratégias devem ser considerados
através três aspectos:
¾ A organização, seus recursos, pontos fortes, fracos ou neutros bem como sua
missão, seus propósitos, objetivos, desafios e políticas;
De acordo com o mesmo autor citado acima, o conjunto destas cinco forças
competitivas vai determinar o potencial de lucro final da organização. Onde para uma
organização a meta da estratégia competitiva é a maneira de buscar encontrar a melhor
posição em que a organização consiga melhor se defender contra estas forças competitivas
ou influenciá-las a seu favor, onde a chave para o desenvolvimento da estratégia é pesquisar
em maior profundidade e analisar as forças de cada força.
O conhecimento destas forças faz com que a organização consiga destacar seus
pontos fortes e fracos, fazendo com que seja estabelecido o seu posicionamento, mostra as
áreas onde as mudanças resultaram em retorno máximo e coloca em destaque as áreas onde
as tendências da organização são de maior importância. Chegando-se ao entendimento
destas forças provará ser bastante útil ao levar em consideração as áreas para diversificação,
embora o foco da estratégia esteja em organizações individuais.
2.14. Alianças Estratégicas
2.16. Implementação
De acordo com Oliveira (2005) apud Tilles devem ser considerados alguns aspectos
quando esta sendo desenvolvido e implantado estratégias dentro de uma organização:
¾ As estratégias devem ser identificadas e conhecidas dentro de uma
organização por todos os profissionais;
¾ Quanto maior for a organização mais estratégias ela terá que desenvolver.
O mesmo autor acima afirma ainda que o sistema de controle deve permitir que a
organização tenha uma visão de conjunto, onde não seja mostrado apenas os resultados
finais, mas os fatores que o produzem, integrando medidas financeiras e não financeiras de
desempenho. Uma ferramenta que procura fornecer uma visão de conjunto dos fatores
críticos de sucesso segundo o autor é o Balanced Scorecard ou Balanced Business
Scorecard.
De acordo com Chiavenato & Sapiro (2003), o Balanced Scorecard (BSC) ou placar
balanceado tem como base a busca pelo equilíbrio organizacional e se fundamenta no
balanceamento de acordo com quatro diferentes perspectivas de objetivos descritas abaixo:
Conforme os mesmos autores citados acima, a palavra cenário vem do termo teatral
inglês “Scenary” e significa o roteiro para um filme ou peça. Os cenários auxiliam as
pessoas e as organizações no processo decisório de aspectos que elas consideram difíceis de
ser decididos como: procurar um emprego, escolher a formação profissional, avaliar um
investimento entre outros.
Chiavenato & Sapiro afirmam que o número ideal de cenários para serem
desenvolvidos é de três, pois elaborar quatro ou mais cenários faz com a organização não
consiga acompanhar com dedicação e empenho todos os cenários criados, constituindo um
processo bastante complexo.
Oliveira (2006) considera que a construção de cenários tem como base os seguintes
aspectos apresentados a seguir:
¾ Um pensamento estratégico que projete uma situação futura possível que não
tenha necessariamente uma interligação com o presente e o passado;
O mesmo autor citado acima afirma que para a organização usufruir das vantagens
apresentadas pelo planejamento estratégico é necessário que os executivos saibam trabalhar
e desenvolver o planejamento estratégico.
2.20. As falhas mais comuns no planejamento estratégico
De acordo com Canzian (2008), a crise financeira atual que atingiu as economias de
todo o mundo, teve sua origem nos Estados Unidos, pois logo depois que o mercado
americano se recuperava da crise das empresas “Pontocom” em 200l, os juros do Federal
Reserve (FED, o Banco Central Americano) vieram caindo para que a economia começasse
a se recuperar, onde o setor imobiliário acabou se aproveitando desta situação de juros
baixos, aumentando a demanda por imóveis financiados.
Giuberti (2009), afirma que o início da crise foi marcado pelo grande número de
hipotecas Subprime que deixaram de ser pagas, tanto no período de reajuste da taxa de juro
quanto no período de carência, acabando por resultar nos processos de execução das dívidas.
Como estes ativos começaram a retornar aos bancos, a queda dos preços foi seguida também
pela queda da demanda pelos mesmos, acabando por comprometer a capacidade dos bancos
em honrar com os seus compromissos, de forma que os bancos passaram da posição
especulativa para uma posição de Ponzi1.
Conforme Canzian (2008), após os preços dos imóveis atingirem a maior alta em
2006, com os juros do FED aumentando, a oferta começou a superar a demanda fazendo
com que o valor dos imóveis fossem caindo. Com os juros altos, acabou acarretando um
aumento da inadimplência, e a insegurança fez o crédito sofrer uma desaceleração nos
Estados Unidos como um todo, desaquecendo a maior economia do planeta.
1
Sofisticada operação fraudulenta de investimento do tipo esquema em pirâmide que envolve o pagamento de
rendimentos anormalmente altos aos investidores, às custas do dinheiro pago pelos investidores que chegaram
posteriormente, em vez da receita gerada por qualquer negócio real.
De acordo com Giuberti (2009), quando a economia apresenta um período de
crescimento contínuo, com grande parcela de organizações hedge2, onde a economia parece
encontrar uma posição de robustez, o processo de acumulação de capital leva a economia a
fragilidade através da interação entre investimento, lucros e expectativas. De modo que a
ampliação da dívida das organizações resulta na transição dela da posição de hedge para
especulativa, e de especulativa para Ponzi.
Segundo Reis & Santos (2009), a crise econômica atual gerou um cenário de
instabilidade entre as organizações, fazendo com que o planejamento estratégico se
apresente como uma ferramenta fundamental para que as organizações consigam entender
melhor as suas perspectivas de futuro e sobrevivência em um cenário de crise mundial.
2
Proteção contra riscos oriundos de situações desfavoráveis que modificam os preços dos ativos possuídos,
como ação, títulos, taxas de juros, commodities, paridade cambial entre moedas estrangeiras etc.
De acordo com os mesmos autores citados acima, as organizações devem buscar
através do planejamento estratégico ferramentas que amenizem este período de instabilidade
em suas estruturas, buscando aproveitar as oportunidades que este período pode estar lhe
proporcionando.
De acordo com o mesmo autor, uma pesquisa realizada pela consultora Betânia
Tanure, onde foram ouvidos 492 diretores, presidentes e membros de conselho das 500
maiores empresas do Brasil, foram constatadas que das companhias ouvidas 90% já fizeram
mais de uma versão de orçamento para este ano, e 17% chegaram ao extremo de realizar seis
ou mais versões. Contudo a pesquisa concluiu que as empresas podem errar em suas
estratégias, mas elas não podem ficar paradas, pois cerca de 64% delas registraram queda no
faturamento e 63% na lucratividade. As organizações que tem uma cultura bem estabelecida
e um comportamento bem enraizado no seu dia a dia tem um desempenho 20% maior à
media de mercado que atuam, por isso tem a capacidade de se recuperar mais rapidamente.
Reis & Santos (2009), afirmam que o planejamento estratégico vem sendo cada vez
mais utilizado pelas organizações devido às constantes mudanças que vem ocorrendo
principalmente em ambientes econômicos, sociais, tecnológicos e político.
Segundo Kotler e Caslione apud Mano (2009), este momento de turbulência poderá
passar logo, mas o alívio será temporário.
Segundo a obra de Philip Kotler e John Caslione, ela fornece alguns mandamentos
de como fazer negócios em tempos de crise, abaixo citamos seus principais mandamentos:
6) Corte as marcas mais fracas: não perca tempo e dinheiro em uma marca
que pode levar muito tempo para se consolidar no mercado, pois em tempos de
recessão é necessário valorizar ainda mais as marcas e os produtos mais fortes.
Uma pesquisa realizada por Cristiane Mano e Ana Luiza Herzog através da Revista
Exame (2009), com os presidentes de companhias brasileiras mostra que o perfil estrategista
deu lugar ao executivo ocupado com as minúcias da operação e com o caixa da empresa.
José Galló, presidente da varejista de roupas Renner, sua estratégia foi gravar vídeos
para o canal interno de TV, no qual explicava aos funcionários como a crise afetaria a
empresa, e passou a monitorar diariamente os estoques de cada uma das sete divisões de
rede, procedimento que antes da crise era realizado duas vezes ao mês, e com a escassez de
credito ele também passou a monitorar a posição do caixa dia após dia.
Os altos executivos em geral das empresas brasileiras têm hoje uma única certeza: A
de que a realidade é outra e é inútil e perigoso ignorar isso.
No Brasil, os efeitos da crise não têm as mesmas dimensões alcançadas nos Estados
Unidos ou na Europa, pois o cenário mudou devido as incertezas que se tornaram uma
companheira freqüente. No início do ano, muitas organizações precisaram alterar seu
planejamento de 2009, pois a crise trouxe um senso de urgência, onde os executivos que
estavam acostumados a planejar a longo prazo com um cenário mais estável, precisaram se
adaptar as mudanças do mercado.
4. Conclusão
Tendo em vista a pergunta citada, e ainda baseadas nas teorias e temas abordados
pela pesquisa, pode-se concluir através do estudo, que as organizações mais do que nunca
em períodos de crise utilizam - se do planejamento estratégico para manterem-se vivas no
mercado em que atuam.
E como foi abordado de acordo com Kotler e Caslione apud Mano (2009), que as
organizações em tempos de turbulência devem estar sempre atentas as mudanças do
mercado para que consigam detectar e se adaptar com maior rapidez as ameaças que venham
por ventura prejudicar o seu negócio.
A crise sem dúvida gera instabilidade global no mercado impactando nas empresas,
mas acaba fazendo com que as organizações vivenciem mais de perto aspectos como a busca
continuada pela inovação, atender melhor as necessidades de seus clientes, monitorarem o
caixa, busquem manter seus talentos dentro das organizações, valorizar ainda mais os seus
produtos, constituindo assim o diferencial para sobrevivência no mercado, para isso devem
ter em seu planejamento estratégico ações que ao serem implantadas colaborarem para que
isso seja atingido.
A crise sem dúvida fez com que os empresários em geral buscassem estar mais
atentos as atividades realizadas na busca de alcançar os objetivos, pois perceberam que para
se enquadrar na nova realidade teriam que estar mais próximos dos seus colaboradores,
fornecedores e principalmente de seus clientes.
Proporcionou também uma análise tanto do ambiente interno quanto do externo nas
organizações que em períodos de instabilidade traçam vários cenários na busca pela sua
permanência no mercado. De modo geral, nos dias atuais as organizações vêem fazendo
planejamentos de curto prazo, devido ao período de turbulência que a economia global se
encontra.
Destacamos ainda que as estratégias sempre devem ser analisadas do ponto de vista
dos recursos atuais da empresa a fim de não se comprometer excessivamente o orçamento.
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