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Como produzir parágrafos? – Desenvolvendo os tópicos frasais.

Sugerimos alguns modelos, tendo como base Garcia (2006) e Henriques e Andrade
(2007), pois sabemos que devemos levar em consideração diferentes aspectos:
assunto/tema, o tipo de texto, o estilo do autor etc.

(a) Explanação da declaração inicial – é tipo de desenvolvimento mais comum e


consiste no desdobramento da afirmação ou negação do tópico frasal.

Exemplo (1):

Tempos de falsa liberdade

O toque de recolher não protege a juventude nem a sociedade. Embora venha sendo
sucessivamente adotado em várias grandes cidades brasileiras, mostra-se uma medida
de eficiência duvidosa que mais esconde que soluciona o problema dos jovens e as
noites urbanas do Brasil.

(Disponível em
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u525.jhtm)

(b) Causa e consequência – percebe-se, neste tipo, que o tópico frasal é desenvolvido
a partir da relação lógica entre causa e consequência.

Exemplo (2):

Tanto do ponto de vista individual quanto social, o trabalho é uma necessidade, não só
porque dignifica o homem e o provê do indispensável à sua subsistência, mas também
porque lhe evita o enfado e o desvia do vício e do crime. (GARCIA, Othon M.
Comunicação em prosa moderna. Rio de Janeiro: Ed. FGV, 2006.)

(c) Ordenação por enumeração ou exemplificação – neste tipo de desenvolvimento,


a ideia-núcleo, expressa pelo tópico frasal, é especificada, ordenada minuciosamente
por meio de exemplos ou detalhes.
Exemplo (3):

O termo cultura, por ser muito amplo, engloba qualquer tipo de intervenção do
homem na natureza. Desta forma, o cultivo do milho, a construção de uma casa, a
elaboração de uma lenda, a pintura de um quadro ou até mesmo os recentes
avanços da informática, tudo isto é cultura. E mais. Ela é resultado de criação
social, é uma herança social, transmitida através de ensinamento a cada geração
que surge. Somente o homem é capaz de criar, manter e participar de uma
cultura. (Disponível em www.pead.letras.ufrj.br)

Exemplo (4):
O exercício necessário
Na busca incessante por seu espaço na sociedade, o jovem adere aos mais
variados tipos de comportamentos de acordo com o referencial que tem do certo
ou errado. Esse vaivém frenético de mudanças de atitude passa pela troca da cor
do cabelo, dos olhos, da pele, do modo de se vestir, se comunicar e assim tem
sido também no abster-se de votar aos dezesseis anos de idade. Estão
renunciando a uma conquista estudantil que foi consagrada na Carta Magna do
país, desde 1988. (Disponível em
http://educacao.uol.com.br/bancoderedacoes/redacao/ult4657u624.jhtm)

(d) Resposta à interrogação – neste tipo, o parágrafo é desenvolvido em forma de


resposta à pergunta feita no tópico frasal.

Exemplo (5):

“Por que escrevemos? São muitos os motivos, mas escrevemos para pedir (1),
reclamar (2), ordenar (3), receitar (4), advertir (5), agendar (6), pedir socorro (7), dar
avisos (8), contar histórias (9) e expressar o que sentimos (10), em prosa ou em
poesia, nem que seja para nós mesmos, como no caso dos diários.” (p. 278)

(Trecho extraído de Por que escrevemos? In Silva, Deonísio da. A língua nossa de
cada dia. São Paulo: Novo Século Editora, 2007)

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