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RELATÓRIO

“COMPREI UMA PÁ NO IKEA”


TEATRO DO ABSURDO
ANA SILVA – NºAL75975

Licenciatura em Teatro e Artes Performativas

Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

2022/2023
Introdução
O presente relatório tem como principal objetivo descrever e
comentar o processo desenvolvido durante as aulas realizadas no
âmbito da unidade Interpretação II, inserida no 2º ano do Curso de
Teatro e Artes Performativas.

Processo de Trabalho
O primeiro exercício proposto pela docente para explorarmos a
nossas emoções foi: o Manto. Cada um dos envolvidos teve a
responsabilidade de trazer para a aula um manto com três ou mais
coisas que marcassem a sua vida de alguma forma. Nessa aula, muito
emotiva, soltámos todos os nossos sentimentos guardados, todos os
nossos traumas. Este exercício foi muito importante pois
aprendemos a falar das nossas emoções mais profundas de uma
forma natural, sem nos emocionarmos. Aprendemos a fazer piadas
com as nossas próprias desgraças.

O segundo exercício proposto foi recriarmos uma repetição de


“loop” baseado no “Café Müller” de Pina Bausch. Foi pedido para
formarmos grupos, eu optei por trabalhar com a Raquel Grilo e o
Luís Gonçalves. Na nossa primeira apresentação, eu estava abraçada
no colo do Luís, de seguida a Raquel, sendo a marioneta, teria que
me tirar do seu colo e colocar-me num postura correta virada para o
público. Lembro-me que inicialmente o nosso objetivo era fazer algo
cómico, até porque a forma como a Raquel me tira do colo do Luís é
muito cómica. No entanto, quando a professora posteriormente
pediu para adicionarmos falas e aumentarmos a nossa sequências, a
nossa perspetiva mudou. Nós queríamos adicionar as histórias de
todos. A Raquel tinha uma história de família, uma lembrança. O Luís
tinha o famoso “Zé Caralho”, uma piada. E eu tinha uma história de
luto, a morte do meu sobrinho. Tínhamos a responsabilidade de
juntarmos estas três histórias, e conseguimos. Aprendemos que o
Teatro do Absurdo consiste num misto de sentimentos, num minuto
o publico está a rir e no outro a chorar e tudo isso representado sem
sair da personagem. O nosso trabalho final foi:
Ana no colo do Luís. Raquel desmonta a figura e coloca Ana no
centro com uma postura correta. Repete-se 2 vezes. Ana fica viciada
na sequência e corre de um lado para o outro, do Luís para a Raquel.
Luís revolta-se, fecha os braços e grita: “ZÉ CARALHO”, Ana caí no
chão. Luís sai da sala. Raquel pega na Ana ao colo e fica na posição
inicial do Luís e da Ana. Luís entra dentro da sala, pega na Ana e
coloca-a numa postura correta. Ana corre para o colo de Raquel.
Repete-se 2 vezes. Na terceira vez a Ana percebe que algo está
errado então em vez de ir para o colo da Raquel, salta para as costas
do Luís. Ana corre de um lado para o outro, do Luís para a Raquel.
Luís fecha os braços e diz: “WITHEN HUSTUN”. Ana corre para
Raquel. Raquel fecha os braços e grita “WHITEN HUSTUN”. Ana fica
com postura autoritário e diz: “O meu irmão não quer saber de
mim.”. Ana leva a Raquel até ao Luís e enquanto dança, coloca os
dois a dar estalos um ao outro enquanto dizem: “Zé Caralho”. Ana
coloca-se atrás deles. Eles param e dizem: “O teu sobrinho morreu”.
Ana caí no chão de joelhos. Ana caí no chão por completo.

Espetáculo
Adorei fazer o espetáculo. Senti que o público estava a disfrutar o
que estava a assistir e conseguiram perceber o que é o Teatro do
absurdo, mesmo sem perceber nada.

Conclusão
O nosso espetáculo foi as nossas personagens. Elas foram criadas
através do texto “Comprei uma pá no Ikea para cavar a minha
sepultura”, de Rodrigo García e nas histórias que recolhemos dos
nossos mantos. Ao longo deste semestre senti um crescimento no
que consta ao meu conhecimento de teatro, no geral, uma vez que
fiquei a conhecer melhor o teatro do absurdo e tudo aquilo que ele
implica. No meu primeiro ano do curso eu tive interpretação com a
mesma docente e senti que evolui bastante a nível de texto e
expressão de sentimentos não propositados. Neste 2ºano tive uma
mudança positiva, tive a possibilidade de trabalhar o corpo no
elemento de interpretação. Sinto que cresci bastante como artista.
As aulas permitiram e obrigaram a explorar a nossa criatividade da
melhor forma possível, a explorar o nosso corpo e a nossa
“personagem”. O Teatro do Absurdo marcou-me bastante.
Concluindo, a beleza do teatro pode ser encontrada nos atos mais
incompreendidos.

Autoavaliação
Tendo em conta toda a minha evolução, empenho, interesse e, claro,
o espetáculo final, autoavalio-me com 18.

Personagem Sequência

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