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CIÊ NCIAS AGROPECUÁ RIAS: REPRODUÇÃ O DE PLANTAS

1. REPRODUÇÃO ASSEXUADA interior dão origem às sementes. Estas por sua


vez abrigam os embriões das novas plantas.
Na reprodução assexuada, a planta não precisa
de outro gameta para se reproduzir. Para esse 2. MÉTODOS DE PROPAGAÇÃO:
tipo de reprodução, são retiradas partes da SEMINÍFERA E VEGETATIVA:
planta para se obter novas plantas, o que é
conhecido como clone. Sendo assim, o que A propagação seminífera é aquela efetuada
realmente é utilizado nesse tipo de reprodução é através do uso de sementes e, a vegetativa,
o material genético da planta. através do uso de estruturas vegetativas. Esta
última se divide em natural ou artificial. A
A reprodução assexuada pode acontecer de propagação vegetativa natural baseia-se no uso
cinco maneiras diferentes: de estruturas vegetativas especializadas, como
bulbo, rizoma, tubérculo, estolhos, etc.. Na
1º - Brotamento: o corpo da planta pode propagação vegetativa artificial utilizam-se
desenvolve brotos, que, em determinado estruturas vegetativas não especializadas como
momento, separam-se e originam uma nova raízes, ramos e folhas, através dos processos de
planta; estaquia, mergulhia e enxertia para a
propagação.
2º - Divisão binária: a célula divide-se em duas
células-filhas; 3. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA
NATURAL:
3º - Fragmentação: a planta divide-se em
fragmentos, dando origem a novas plantas Denomina-se Propagação Vegetativa Natural ao
idênticas. método de propagação que utiliza estruturas
vegetativas especializadas (bulbos, tubérculos,
4º - Partenogênese: o gameta feminino rizomas, estolões ou estolhos, pseudobulbos,
desenvolve-se mesmo se não for fecundado. rebentos, raízes tuberosas), que funcionam como
5º - Esporulação: a planta reproduz-se por meio órgãos de regeneração natural.
de esporos. Assim, uma nova planta surge se I. Bulbo:
houver condições ambientais favoráveis. Os bulbos são partes redondas e inchadas de um
A reprodução assexuada é mais comum caule que normalmente são encontrados no
em algas, fungos e bactérias; subsolo. Dentro desses órgãos de propagação
vegetativa encontra-se o início de uma nova
Foram desenvolvidos vários métodos que tem planta. Bulbos consistem de um botão, que está
permitido propagar as mais diversas espécies cercado por camadas de tecido similar à
dentre frutíferas, ornamentais, arbóreas e outras. folhas. Estas folhas são fonte de armazenamento
Muitos destes métodos surgiram antes mesmo de vários nutrientes e fornecem nutrição para a
que a escrita fizesse parte das características da nova planta. Exemplos de plantas que se
humanidade; desenvolvem a partir de bulbos incluem cebolas,
alho, narcisos, lírios e tulipas.
Os métodos da estaquia e enxertia têm sido
amplamente utilizados, uma vez que permitem a
obtenção de bons resultados em curto prazo e a
um baixo custo, apesar de requererem certa
habilidade manual. Vários métodos como
garfagem, borbulhia ou a simples divisão de
rizomas e tubérculos têm conquistado seus
espaços na medida da exigência de
determinadas espécies para serem propagadas.

Considerações gerais sobre os órgãos


reprodutivos vegetais: Tipos de bulbo:

O corpo do vegetal se divide em órgãos  Bulbo tunicado: cebola, alho, tulipa,


vegetativos (raízes, caules e folhas) e em órgãos açucena. As folhas suculentas envolvem umas às
reprodutivos (flores). Os ovários das flores dão outras concentricamente e são envolvidas,
origem aos frutos e os óvulos contidos em seu externamente, por outras secas e fibrosas, que
formam a “túnica”. A propagação é feita através
dos novos bulbos que se formam a partir do
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bulbo inicial. A cebola constitui exceção, sendo
propagada por sementes. O alho possui bulbo
composto, por apresentar bulbilhos formados por
escamas e túnica.
 Bulbo escamoso: lírio, trevo. As folhas
suculentas ou “escamas” são separadas, não
envolvendo individualmente as internas e não
sendo protegidas por uma túnica. A propagação
é feita separando-se as escamas, que devem
trazer a gema axilar, de onde surgirá a nova
planta.
 Bulbo cheio: gladíolo. As reservas IV. Estolão ou estolho:
nutritivas se acumulam no “prato”, o qual é
circundado por folhas modificadas, secas e Finos, longos, subterrâneos (batata inglesa) ou
fibrosas, que formam a “túnica”. A propagação é aéreos (morango, grama). A gema apical do
feita através dos novos bulbos, que se formam a estolão aéreo forma crescimento ereto, dotado de
partir do bulbo original. raízes adventícias; deste surgem outros estolões.
Os estolões subterrâneos da batata inglesa
II. Tubérculo: formam tubérculos na extremidade. A
propagação é feita através dos rebentos ou dos
Desenvolve-se no subsolo e é formado pelo tubérculos deles originados. Exemplos: morango,
acúmulo de reservas e consequente grama.
intumescimento do último entrenó de um estolão,
apresentando gema apical e gemas laterais
(olhos) dispostas em espiral, e dominância apical
como em caules normais. A propagação é feita
através dos tubérculos que se formam na
extremidade dos estolões. Os tubérculos muito
grandes podem ser divididos para plantio.
Exemplo: batata-inglesa.

V. Pseudobulbo:

O pseudobulbo constitui a parte terminal do caule


que se desenvolve verticalmente a partir do
rizoma e onde se acumulam água e reservas
nutritivas. Em algumas orquídeas, formam-se
gemas nos nós do pseudobulbo, de onde podem
surgir brotações enraizadas, após o
florescimento. A propagação é feita através de
III. Rizoma: divisão do pseudobulbo contendo uma ou mais
gemas, ou então através dos rebentos surgidos
Desenvolve-se ao nível do solo ou subterrâneo. delas.
O rizoma apresenta nós e entrenós bem visíveis,
com cicatrizes das folhas também visíveis. Nos
nós surgem gemas que emitem crescimentos
eretos dotados de raízes adventícias. A
propagação é feita através dos novos rizomas
que se formam a partir do rizoma anterior.
Exemplos: bananeira, inhame, taioba, cana-da-
índia, alguns bambus, grama, samambaia,
orquídea.

VI. Rebentos ou filhotes:


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São brotações enraizadas dotadas de primórdios II. Estaquia
radiculares adventícios, surgidas em estruturas
especializadas (rizomas, estolões, pseudobulbos) Estaquia é um processo de multiplicação de
ou lateralmente no caule (abacaxi), ou ainda na mudas por estacas. Este processo é muito usado
base do caule (diversas palmeiras, abacaxi), ou na produção de mudas de plantas, em especial,
mesmo nas raízes (citros, goiabeira), ou na as ornamentais e frutíferas. Bico de papagaio e
extremidade do fruto (abacaxi). A propagação é a Primavera são alguns exemplos. O método é
efetuada através destas brotações, que são simples: trata-se do plantio de um ramo, ou folha
separadas da planta-matriz seccionando se o da planta, para seu desenvolvimento a partir do
ponto de ligação entre elas. Exemplos: abacaxi e enraizamento no solo.
outras bromélias, diversas palmeiras, bananeira,
bambu, cana-de-açúcar, agave, hemerocales. Parte da planta com muitas gemas, tipicamente o
caule, é cortada e plantada. As raízes adventícias
se desenvolvem a partir das estacas e uma nova
planta eventualmente se forma. As estacas são
às vezes tratadas com hormônios antes de serem
plantadas, para induzir o desenvolvimento de
raízes.

4. PROPAGAÇÃO VEGETATIVA
ARTIFICIAL:
III. Encostia
Admite-se que o homem desenvolveu os
métodos denominados de propagação vegetativa Encostia (união entre duas plantas inteiras): é
artificial a partir da observação de fatos uma técnica que consiste na junção de duas
‘acidentais’. Desse modo, métodos de plantas inteiras, que são mantidas dessa forma
enraizamento adventício como mergulhia e até a união dos tecidos. Após essa união, uma
estaquia devem ter sido desenvolvidos a partir da será utilizada somente como porta-enxerto e a
observação de formação de raízes em pontos de outra como copa.
ramos acidentalmente cobertos pelo solo. Os
métodos de encostia e enxertia devem ter tido
como origem a observação da soldadura de
raízes ou ramos casualmente encostados e
pressionados um contra o outro.

I. Mergulhia

O método consiste no enraizamento da planta a


ser multiplicada, na própria planta. Isso é feito
através do enterramento (mergulho) de um ramo IV. Enxertia
ainda ligado à planta, sendo por isso chamado de
Enxertia é um método utilizado por especialistas
mergulhia. Comercialmente, algumas espécies
que trabalham com plantas (como botânicos ou
são multiplicadas dessa forma: jabuticabeira,
agrônomos) e consiste na união de duas
macieira, abieiro, camu-camueiro, entre outras.
espécies diferentes. O processo acontece entre
uma parte da planta denominada enxerto (ou
cavaleiro), que é inserida em outra parte de outra
planta (ou outro indivíduo de mesma espécie),
que pode ser o sistema radicular ou
o caule conhecida como porta-enxerto (ou
cavalo). 

Corta-se parte de uma planta desejada, fixando-a


no caule de outra planta que permanece
enraizada no chão. Eventualmente,
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os sistemas de tecido do caule cortado integram-
se aos sistemas de tecido da planta enraizada.

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