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Teorias e Correntes Historiográficas

A corrente dos Annales


As produções históricas
Os anos de 1930, a história económica é inaugurada pela escola dos
Annales.
A historiografia sofre uma autêntica mutação com a obra de
Labrousse.
Na obra “Esboço do Movimento dos Preços e dos Rendimentos em
França no Século XVIII, este autor uma série de registos durante o período
em que ocorreu a estabilidade que vai de 1726 a 1789.
Com estes dados investiga o movimento de longa duração. Estuda os
fluxos e os refluxos em vinte e cinco anos, os ciclos curtos com menos de
dez anos, as flutuações sazonais, confrontando-os com a evolução dos
rendimentos, em que se incluem a renda sobre terras, o lucro do
negociante e o salário do operário.
Em “A Crise da Economia Francesa no Final do Antigo Regime”,
mostra que no crescimento do século XVIII, verifica-se uma recessão
intercíclica de 1774 a 1791, acompanhada de uma crise de subsistência em
1788-1789.
O historiador, constrói um modelo de crise agrária do Antigo Regime,
que é explicada por uma má colheita acidental. Tal crise irá provocar um
aumento brutal de preços, originando uma redução do consumo do povo e
desencadeia-se uma superprodução industrial.
Estes desequilíbrios económicos, fazem-se sentir pelas diferentes
classes sociais, originando confrontos políticos. Constatar que o máximo do
preço do pão coincide com a tomada da Bastilha é descobrir uma nova
dimensão da Revolução Francesa.
A história da conjuntura, criada por Labrousse e a geo-história
renovada por Braudel, misturam-se nas investigações em que estudam as
trocas comerciais e amplos espaços de longas durações.
Labrousse, dá uma dimensão social à história serial, incluindo a vida
da burguesia nos séculos XVIII a XIX. Examina listas eleitorais, declarações
fiscais, contratos de casamento. A sua investigação visa aferir esta categoria
social, de acordo com a sua posição económica e a sua atividade
profissional.
Influencia autores que se esforçam por utilizar a história quantitativa
como apoio da história social.
Bouvier, F. Furet e M. Gillet procuram estabelecer a evolução dos
rendimentos patronais nas sociedades siderúrgicas, nas minas de carvão e
nos bancos, a partir dos arquivos das empresas, procedendo a uma análise
complexa dos balanços, de preços, de valores e de lucros.
Perrot, reconstitui a estatística das greves com base dos documentos
disponíveis (jornais, relatórios de polícia).
Submete os dados a um tratamento por computador e consegue dar
conta da greve operária sob todos os aspetos: amplitude, intensidade,
duração, idades, sexos e ofícios.
A escola dos Annales, começa a debruçar-se pela história
demográfica a seguir à Segunda Guerra Mundial.
Jean Meuvret, publica um artigo na revista Population, em 1946, no
qual faz a relação entre as crises de subsistência e os acidentes
demográficos do Antigo Regime.
Chega à conclusão que uma má colheita seguida do aumento dos
preços dos cereais, provoca privações levando a um pico da mortalidade,
da qual resulta a diminuição dos casamentos e da natalidade.
Goubert, explora de maneira sistemática as flutuações dos preços e
os registos paroquiais para um conjunto de paróquias numa pequena
província, em mais de um século.
Extrai séries interessantes sobre nascimentos, casamentos e
falecimentos, construindo um modelo para avaliar o movimento da
população na idade pré-estatística. O demógrafo L. Henry o arquivista
Fleury, elaboram um manual de investigação dos registos paroquiais, como
meio de analisar a vida da célula familiar na sociedade tradicional.

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