O documento descreve a corrente historiográfica dos Annales, que se desenvolveu na década de 1930 com foco na história econômica e social de longa duração. Labrousse foi fundamental ao estudar os preços e rendimentos na França do século XVIII, mostrando oscilações econômicas que desencadearam crises políticas. Posteriormente, historiadores usaram métodos quantitativos e arquivos para estudar temas como greves, burguesia e demografia, analisando registros paroquiais para entender a população no
O documento descreve a corrente historiográfica dos Annales, que se desenvolveu na década de 1930 com foco na história econômica e social de longa duração. Labrousse foi fundamental ao estudar os preços e rendimentos na França do século XVIII, mostrando oscilações econômicas que desencadearam crises políticas. Posteriormente, historiadores usaram métodos quantitativos e arquivos para estudar temas como greves, burguesia e demografia, analisando registros paroquiais para entender a população no
O documento descreve a corrente historiográfica dos Annales, que se desenvolveu na década de 1930 com foco na história econômica e social de longa duração. Labrousse foi fundamental ao estudar os preços e rendimentos na França do século XVIII, mostrando oscilações econômicas que desencadearam crises políticas. Posteriormente, historiadores usaram métodos quantitativos e arquivos para estudar temas como greves, burguesia e demografia, analisando registros paroquiais para entender a população no
As produções históricas Os anos de 1930, a história económica é inaugurada pela escola dos Annales. A historiografia sofre uma autêntica mutação com a obra de Labrousse. Na obra “Esboço do Movimento dos Preços e dos Rendimentos em França no Século XVIII, este autor uma série de registos durante o período em que ocorreu a estabilidade que vai de 1726 a 1789. Com estes dados investiga o movimento de longa duração. Estuda os fluxos e os refluxos em vinte e cinco anos, os ciclos curtos com menos de dez anos, as flutuações sazonais, confrontando-os com a evolução dos rendimentos, em que se incluem a renda sobre terras, o lucro do negociante e o salário do operário. Em “A Crise da Economia Francesa no Final do Antigo Regime”, mostra que no crescimento do século XVIII, verifica-se uma recessão intercíclica de 1774 a 1791, acompanhada de uma crise de subsistência em 1788-1789. O historiador, constrói um modelo de crise agrária do Antigo Regime, que é explicada por uma má colheita acidental. Tal crise irá provocar um aumento brutal de preços, originando uma redução do consumo do povo e desencadeia-se uma superprodução industrial. Estes desequilíbrios económicos, fazem-se sentir pelas diferentes classes sociais, originando confrontos políticos. Constatar que o máximo do preço do pão coincide com a tomada da Bastilha é descobrir uma nova dimensão da Revolução Francesa. A história da conjuntura, criada por Labrousse e a geo-história renovada por Braudel, misturam-se nas investigações em que estudam as trocas comerciais e amplos espaços de longas durações. Labrousse, dá uma dimensão social à história serial, incluindo a vida da burguesia nos séculos XVIII a XIX. Examina listas eleitorais, declarações fiscais, contratos de casamento. A sua investigação visa aferir esta categoria social, de acordo com a sua posição económica e a sua atividade profissional. Influencia autores que se esforçam por utilizar a história quantitativa como apoio da história social. Bouvier, F. Furet e M. Gillet procuram estabelecer a evolução dos rendimentos patronais nas sociedades siderúrgicas, nas minas de carvão e nos bancos, a partir dos arquivos das empresas, procedendo a uma análise complexa dos balanços, de preços, de valores e de lucros. Perrot, reconstitui a estatística das greves com base dos documentos disponíveis (jornais, relatórios de polícia). Submete os dados a um tratamento por computador e consegue dar conta da greve operária sob todos os aspetos: amplitude, intensidade, duração, idades, sexos e ofícios. A escola dos Annales, começa a debruçar-se pela história demográfica a seguir à Segunda Guerra Mundial. Jean Meuvret, publica um artigo na revista Population, em 1946, no qual faz a relação entre as crises de subsistência e os acidentes demográficos do Antigo Regime. Chega à conclusão que uma má colheita seguida do aumento dos preços dos cereais, provoca privações levando a um pico da mortalidade, da qual resulta a diminuição dos casamentos e da natalidade. Goubert, explora de maneira sistemática as flutuações dos preços e os registos paroquiais para um conjunto de paróquias numa pequena província, em mais de um século. Extrai séries interessantes sobre nascimentos, casamentos e falecimentos, construindo um modelo para avaliar o movimento da população na idade pré-estatística. O demógrafo L. Henry o arquivista Fleury, elaboram um manual de investigação dos registos paroquiais, como meio de analisar a vida da célula familiar na sociedade tradicional.