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David Harvey introduz sua análise do papel das cidades na transformação social,
com base nas contradições da urbanização e dos movimentos anticapitalistas.
Pensar que nossa tarefa política é imaginar e construir um novo tipo de cidade, e
olhar para trás como a cidade tradicional que imaginamos foi destruída e morta pela
urbanização capitalista descontrolada, financiando sua reprodução através do
processo acelerado de acumulação de capital e expansão urbana. Dedica-se a
superar a lacuna identificada no tratamento do tema da urbanização pela tradição
marxista de pensamento. Para o autor, reivindicar o direito à cidade concentra-se
nas mãos de uma pequena elite política e econômica com condições de moldar a
cidade cada vez mais segundo suas necessidades particulares e seus mais
profundos desejos" (pág. 63). Questiona sobre como a cidade poderia ser
reorganizada de uma maneira social e ecologicamente mais justa.
Nos capítulos iniciais do livro, Harvey realiza uma crítica imanente aos
economistas burgueses e sua míope visão sobre a cidade como negócio. Falando
sobre as relações entre capital e urbanização (o conflito de classes), discutindo o
direito à cidade e as raízes das crises capitalistas. Reúne importantes contribuições
ao capitalismo e suas contradições, bem como ao processo de urbanização. Onde a
urbanização capitalista tem provocado rebatimentos problemáticos na produção dos
espaços da cidade. Harvey chama a atenção para a importância das cidades e para
o potencial revolucionário de outras formas de vida urbana. O direito à cidade
implica na utilização social do espaço, transformando o espaço público em comuns
políticos, em um lugar para debates e discussões abertas sobre o que esse poder
está fazendo e qual seria o melhor método de se contrastar a ele. Em uma
entrevista para o site britânico "New left Project", Harvey diz que "É preciso buscar
sentidos rebeldes nas lutas por direitos sociais empreendidos por um leque muito
mais amplo de grupos e movimentos".
Algo bem marcante também que Harvey deixa impregnado em seu livro é a
insatisfação que o capitalismo deixa para a comunidade, como as pessoas têm
buscado padrões de estilo de vida muito defasados, como se o consumismo os
tivessem sugados e tudo se baseia em apenas mercadorias e trocas de capital;
apenas aqueles que realmente tiverem dinheiro poderão dar a si mesmo e a sua
família uma boa vida, já que as relações interpessoais e os direitos de cidadão
foram então deixados de lado, como o autor deixa bem explícito em: " Vivemos cada
vez mais em cidades divididas, fragmentadas e propensas a conflitos. O modo como
vemos o mundo e definimos possibilidades depende do lado da pista em que nos
encontramos e a que tipo de consumismo temos acesso."(pág 47).
Na palestra “De 1848 às cidades rebeldes” Harvey diz “Se alguém me perguntar
qual conselho eu dou a algum prefeito, eu diria: abra o maior número de espaços
possivel onde os movimentos revolucionários possam começar a acontecer” e é
exatamente por isso que o nome do livro é Cidades rebeldes, pela importância das
pessoas fazerem revoluções para reivindicar o seu direito à cidade.
Como dupla adoramos o livro, realmente o autor conseguiu emergir o que pensa e
fazer com que isso afete a linha de raciocínio de quem o lê. Quando entramos em
debate sobre, discutimos como isso nos afeta de tal maneira que pudéssemos nos
colocar sobre situações descritas por Harvey; como o capitalismo cegou as pessoas
de tal maneira que nem as simples coisas podem o fazer feliz com melhores estilos
de vida; tem apagado as "chamas" dos relacionamentos interpessoais e os colocado
sob crises que por vezes não deveriam ser colocadas em pauta, por outro lado
também debatemos que por hora o capitalismo dá um certo tipo de sabedoria
financeira às pessoas e dessa forma os fazem ter noção de como mal usado o
capital as pessoas podem se perder e não terem boas experiências, usam de
maneira errada e assim elas acabam refletindo a si mesmas. De fato é o livro certo
para quem deseja buscar alternativas e debater a crise do capitalismo, degradação
social e ambiental das cidades.
INFOS:
https://brasilescola.uol.com.br/
https://blogdaboitempo.com.br/
https://www.youtube.com/watch?v=Vi3qfKt4yvc
https://www.ifch.unicamp.br/criticamarxista/arquivos_biblioteca/resen%20a2018_11_
04_15_49_44.pdf