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POLÍCIA MILITAR DE MINAS GERAIS

AJUDÂNCIA-GERAL

SEPARATA
DO
BGPM

Nº 12

BELO HORIZONTE, 11 DE FEVEREIRO DE 2020.

Para conhecimento da Polícia Militar de Minas


Gerais e devida execução, publica-se o
seguinte:
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ACADEMIA DE POLICIA MILITAR

INSTRUÇÃO DE EDUCAÇÃO DE POLÍCIA MILITAR Nº 014/2019

Aprova o Manual para Elaboração de Materiais Didáticos


dos cursos, treinamentos e componentes curriculares
virtuais da Educação de Polícia Militar.

O CORONEL PM COMANDANTE DA ACADEMIA DE POLICIA MILITAR, no uso de suas


atribuições contidas no inciso II, do art. 12, do Decreto Estadual 18445, de 15 de abril de 1977
(R-l00), e considerando o previsto na Resolução nº 4739, de 26 de outubro de 2018, que
estabelece as Diretrizes da Educação de Polícia Militar (DEPM), no Regimento da APM e na
Instrução de Educação de Polícia Militar nº 001/2019, APROVA o Manual para Elaboração de
Materiais Didáticos dos cursos, treinamentos e componentes curriculares virtuais da Educação
de Polícia Militar.

Belo Horizonte, 18 de dezembro de 2019.

MÁRCIO FLÁVIO DE MOURA LINHARES, CEL PM


COMANDANTE DA APM

Instrução aprovada pelo Conselho Superior da APM em 18 de dezembro de 2019.


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Manual para elaboração de materiais didáticos


dos cursos, treinamentos e componentes
curriculares virtuais da Educação de Polícia
Militar

Seção de
Educação a
Distância
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GOVERNO DE ESTADO DE MINAS GERAIS


Romeu Zema
Governador

POLICIA MILITAR DO ESTADO DE MINAS GERAIS


Giovanne Gomes da Silva – Cel PM
Comandante Geral

Marcelo Fernandes – Cel PM


Chefe do Estado-Maior

ACADEMIA DE POLICIA MILITAR


Márcio Flávio de Moura Linhares – Cel PM
Comandante da APM

Gregório Lara da Silva – Ten Cel PM


Chefe da Divisão Ensino

Ana Elise Janhsen – Cap PM


Chefe da Seção de Educação a Distância

Rafael Diego Soares Silva – 2º Sgt PM


Auxiliar da Seção de Educação a Distância

Professora Isabel Cristina de Paiva M. Nazareth, Pedagoga


Seção Políticas Pedagógicas

Professora Resângela Pinheiro de Sousa, Pedagoga


Seção Políticas Pedagógicas
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Autores:
Agnaldo de Souza Schuab, Maj PM
Rafael Diego Soares Silva, 2º Sgt PM
Professora Isabel Cristina Paiva M. Nazareth, Pedagoga da APM
Professora Resângela Pinheiro de Sousa, Pedagoga da APM

Organização:
Professora Isabel Cristina Paiva M. Nazareth
Professora Resângela Pinheiro de Sousa

Produção Gráfica:
Gráfica da Polícia Militar de Minas Gerais

Сара:
Rafael Diego Soares Silva, 2º Sgt PM

Revisão de Texto:
Emanuele Garbero Lins Reis, 2º Sgt PM
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SUMÁRIO

UNIDADE 1 - ELABORAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE PLANEJAMENTO..........................6

1.1 Plano de Curso ou Treinamento..........................................................................7

1.2 Programa do componente curricular..................................................................14

1.3 Plano de Tutoria................................................................................................ 16

1.4 Organização didática dos módulos....................................................................16

1.5 Organização didática das unidades...................................................................17

UNIDADE 2 - ESTRUTURAÇÃO DO CONTEÚDO..........................................................18

UNIDADE 3 – ASPECTOS VISUAIS.............................................................................. 20

3.1 Conceito e características.................................................................................. 20

3.2 Exemplos de elementos gráficos........................................................................20

UNIDADE 4 – RECURSOS DIDÁTICOS DO E-BOOK.....................................................22

4.1 Personagem...................................................................................................... 22

4.2 Expansão de Texto............................................................................................ 23

4.3 Arquivos multimídia.......................................................................................... 24

4.4 Anexos............................................................................................................. 24

UNIDADE 5 – ELABORAÇÃO DE EXERCÍCIOS.............................................................25

REFERÊNCIAS........................................................................................................... 27
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UNIDADE 1 - ELABORAÇÃO DOS DOCUMENTOS DE PLANEJAMENTO

Ao se pensar em produzir um material didático, é importante ter em mente os objetivos de


aprendizagem a serem alcançados. Assim, como em qualquer atividade de ensino, o
planejamento é essencial.

Ao se planejar um curso/treinamento/componente curricular para o Ambiente Virtual de


Aprendizagem, é necessário atentar que o conteúdo organizado para o ensino a distância é
planejado por professores que se encontram separados geograficamente e temporalmente dos
seus alunos, portanto, é fundamental a organização e estruturação do conteúdo e das
atividades de aprendizagem, dividindo-as em unidades e subunidades ou tópicos, pensando a
sua sequência, do menos complexo para o mais complexo, e suas conexões.

É preciso, também, estipular as formas e estratégias de aprendizagem de maneira a estimulá-


los à participação e interação com o conteúdo e o ambiente virtual. O planejamento precisa
levar em consideração a carga horária prevista na matriz curricular, o período de
disponibilização do conteúdo no ambiente virtual e os instrumentos de avaliação (trabalhos,
exercícios de fixação, provas, entre outros) que devem refletir o sistema de avaliação do curso.

O planejamento antecede a organização do material didático e deve ter como base os


seguintes eixos da profissão: ser legal (conceitos, doutrinas e leis); técnico (procedimentos e
métodos) e ético (valores, crenças e atitudes). Esses eixos atuam como norteadores na
construção dos objetivos de aprendizagem, de modo a possibilitar o desenvolvimento de
competências, conhecimentos, habilidades e atitudes. De forma geral, conforme o artigo 12 da
Instrução de Educação de Polícia Militar nº 001/2019, a produção de material para os
cursos/treinamentos/disciplinas virtuais consiste na conjugação das seguintes etapas:

I - elaboração ou atualização do conteúdo (em forma de apostila);


II - produção dos materiais a serem disponibilizados para os discentes:
a) SCORM de aula;
b) vídeos, apostilas, dentre outros [...]
Parágrafo único - O conteúdo elaborado será usado como referência para a
produção do material a ser disponibilizado (MINAS GERAIS, 2019, n. p. 5).

O processo de planejamento de curso, treinamento ou componente curricular virtuais da EPM,


sejam autoinstrutivos ou tutoriados (nos termos do artigo 14 da IEPM nº 001/19) 1, envolve a
1
As atividades autoinstrutivas têm como objetivo desenvolver habilidades simples, as técnicas de ensino são
esgotadas no próprio material didático oferecido enfatizando a autoaprendizagem e dispensando a mediação de um
tutor. As tutoriadas têm como objetivo desenvolver competências e os processos de ensino e aprendizagem são
mediados por tutores.
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elaboração dos seguintes documentos educacionais2:

(1) Plano do Curso ou treinamento;

(2) Programa de Componente Curricular;

(3) Plano de Tutoria.

Para o planejamento é relevante realizar algumas perguntas iniciais:

 O que queremos ensinar?


 Que conteúdo deve ser privilegiado?
 Qual será a sequência e a estrutura do material?
 Que estratégias de ensino serão utilizadas?
 Quais e quantas interações entre tutor e discente?
 Como proporcionar momento de fixação dos conteúdos?
 Como iremos avaliar?
 De que forma será o feedback para os discentes?

A partir desse ponto, é possível pensar na estrutura e no modo de desenvolvimento dos


conteúdos, nas estratégias metodológicas, nos materiais didáticos e atividades de avaliação
que serão disponibilizados aos discentes.

O planejamento de curso/treinamento/componente curricular/tutoria exige que sejam


observados alguns aspectos, que serão tratados separadamente a seguir.

1.1 Plano de Curso ou Treinamento

O Plano de Curso ou Treinamento é o instrumento que visa estabelecer as diretrizes de um


curso ou treinamento, tendo como finalidade orientar as ações educacionais para o alcance dos
seus objetivos. Ele é um documento primordial para que sejam elaborados os demais
documentos.

ATENÇÃO!!!
Para o planejamento e a implementação de cursos e treinamentos, a legislação e
as normas da Educação de Polícia Militar devem ser consultadas.

Ao se pensar em um curso ou treinamento, alguns itens devem ser verificados e, para tanto,
algumas indagações devem ser feitas.

2
Ver a Instrução de Educação de Polícia Militar Nº 007/2019 - Regula sobre os documentos de ensino no âmbito da
Educação de Polícia Militar (EPM).
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1.1.1 Demanda educacional e a decisão de como ela pode ser solucionada

Para criar ou implementar uma atividade educacional, é importante implementar alguns


questionamentos: há uma demanda clara? Qual tipo de atividade será elaborada? Qual o
tempo para sua integralização? Qual o seu objetivo? Quais são os resultados esperados? Qual
será o seu impacto para a PMMG?

Decidindo-se o tipo de atividade, a próxima etapa é pensar para quem e para que será essa
atividade.

1.1.2 Perfil e necessidades do público-alvo

Este item é de suma importância para o planejamento, pois subsidia tanto a escolha de
conteúdos, quanto o seu nível de abordagem, a partir das necessidades levantadas.

As perguntas norteadoras são: Quem são os profissionais que irão participar? Qual é a
formação que possuem? Onde trabalham ou irão trabalhar? Já possuem algum conhecimento
prévio do assunto?

1.1.4 Definição dos objetivos geral e específicos

A elaboração dos objetivos geral e específicos é parte do desenvolvimento de cursos


presenciais e a distância e corresponde a uma linha de ação que norteia os processos de
ensino e aprendizagem. O uso da taxonomia de Bloom3 auxilia na identificação e na declaração
dos objetivos, que se classificam em três domínios de aprendizagem4:

(1) Cognitivos: diz respeito aos conhecimentos e habilidades intelectuais, relacionado ao


aprender, dominar um conhecimento;
(2) Psicomotores: diz respeito às habilidades motoras a serem adquiridas, execução de
tarefas;
(3) Afetivos: diz respeito a interesse, sentimentos, posturas e atitudes.

A DECLARAÇÃO DE UM OBJETIVO INICIA COM UM VERBO NO INFINITIVO QUE


DESCREVE O DESEMPENHO ESPERADO DO DISCENTE.

3
Segundo a Wikipédia “A taxonomia dos objetivos educacionais, também popularizada como taxonomia de
Bloom, é uma estrutura de organização hierárquica de objetivos educacionais. Foi resultado do trabalho de uma
comissão multidisciplinar de especialistas de várias universidades dos Estados Unidos, liderada por Benjamin S.
Bloom, no ano de 1956. A classificação proposta por Bloom dividiu as possibilidades de aprendizagem em três
grandes domínios: cognitivo, afetivo e psicomotor.”
4
Tais domínios tem relação direta com os conjuntos de competências previstos no artigo 3º das DEPM: “I -
Competências Cognitivas (conhecimentos): requerem o desenvolvimento do pensamento por meio da investigação e
da organização do conhecimento; habilitam o discente a pensar de forma crítica e criativa, a posicionar-se, a
comunicar-se e estar consciente de suas ações; II - Competências Operativas (habilidades): preveem a aplicação do
conhecimento teórico em uma prática responsável, refletida e consciente; e III - Competências Atitudinais (valores,
atitudes e normas).” (MINAS GERAIS, 2018).
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Objetivos bem delineados devem apresentar as seguintes características:

a) serem orientados para os sujeitos da ação (discentes);


b) conterem a descrição dos resultados desejados;
c) serem claros e precisos;
d) serem facilmente compreendidos;
e) serem relevantes e realizáveis.

Ao declarar os objetivos, o verbo selecionado deverá considerar o que o discente “será capaz
de”. Para ajudar na definição de alguns verbos, o Quadro 1 apresenta os verbos associados às
diferentes categorias.

Quadro 1 - Descrição de verbos para elaboração dos objetivos

Categoria Verbos
Conhecimento definir, escrever, selecionar, sublinhar, selecionar, relembrar, declarar, listar, reconhecer,
reproduzir, nomear, rotular, medir
Compreensão identificar, ilustrar, explicar, justificar, representar, julgar, selecionar, nomear, constatar,
indicar, formular, classificar
Aplicação predizer, escolher, encontrar, construir, selecionar, mostrar, computar, avaliar, demonstrar,
usar, explicar, desempenhar
Análise analisar, selecionar, justificar, identificar, separar, resolver, concluir, comparar, separar,
diferenciar, contrastar, criticar
Síntese combinar, arguir, selecionar, repetir, discutir, relacionar, sumarizar, organizar, generalizar,
sintetizar, derivar, concluir
Avaliação julgar, suportar, identificar, avaliar, defender, evitar, determinar, atacar, selecionar,
reconhecer, criticar, escolher
Fonte: Adaptado do texto Taxonomia de Bloom.

Objetivo geral se refere à destinação do curso/treinamento (formar, atualizar, habilitar,


capacitar, aperfeiçoar) e deve responder à demanda da Instituição. É amplo e atingível em
maior prazo, ou seja, somente pode ser verificado ao final do curso/treinamento. Deve conter
os componentes da ação (indicado pelo verbo no infinitivo) e a condição (que indica a
situação ou os meios em que a ação será empreendida).

Ex: “O curso X tem como objetivo capacitar o profissional a atuar em/nas ________, de
forma correta e padronizada, cumprindo e fazendo cumprir a lei”.

Os objetivos específicos correspondem ao desdobramento do objetivo geral, aquilo que se


deseja a curto prazo como resultado de aprendizagem, esses objetivos devem conter: ação
(verbo), condição (quando; variáveis a que poderá estar exposto na atividade policial-militar) e
critério (intensidade, de que maneira).
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Os objetivos específicos, também definidos como objetivos de aprendizagem apontam algumas


características de elaboração:

a) referem-se a comportamentos observáveis para discentes e professores;


b) são mensuráveis, porque indicam ao discente o que tem que ser feito para atingir o
objetivo;
c) são atingíveis, porque referem-se à realização de cada discente;
d) são orientados para os resultados, ou seja, é indicado que o discente saiba quando
o objetivo foi alcançado,
e) são temporalmente definidos, porque é indicado o tempo esperado para que sejam
atingidos pelo discente: no final do conteúdo, no final da atividade.

Ex: Ao final do curso/treinamento, o discente deverá ser capaz de:


a) nomear os procedimentos de manejo de armamento e munições, observando as
normas de segurança.
b) identificar as principais normas, legislações e doutrina relativas à utilização de armas
de fogo;
c) proceder o manuseio de armas de fogo, consoante as técnicas e normas de
segurança.
d) atuar conforme os preceitos legais e éticos nacionais e internacionais.

Na elaboração dos objetivos específicos de aprendizagem, DEVEMOS EVITAR verbos de


ações ambíguas (utilizar, usar, dar, responder) ou não observáveis (conhecer, pensar,
refletir, sentir, compreender).

1.1.5 Estruturação da organização pedagógica do curso/treinamento

A organização pedagógica será composta de alguns elementos importantes, como:

a) o regime de funcionamento do curso/treinamento para disponibilizar no Ambiente Virtual de


Aprendizagem (AVA), definido em módulos, unidades e seus respectivos tópicos;
b) o período de integralização, data de início e fim do curso/treinamento;
c) os procedimentos para inscrição, seleção, matrícula ou convocação;
d) número e distribuição de vagas;
e) o calendário/QTE, que deve constar toda programação prevista para o curso/treinamento; as
atividades de ensino no AVA (aulas, fóruns, chats e outras) e as presenciais, se houver; as
datas das atividades avaliativas, se no AVA ou presencial; data de encerramento do curso;
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f) a forma de mensuração da participação do discente, especificando como será executada e


acompanhada;
g) a matriz curricular, na qual devem constar os componentes curriculares e suas respectivas
cargas horárias;
h) as orientações metodológicas, definindo quais serão os meios ou métodos que farão parte
do curso/treinamento, observadas as características para um ambiente virtual de
aprendizagem;
i) a avaliação, que deve considerar os instrumentos para a avaliação da aprendizagem e para a
avaliação do ensino;
j) as condições de aprovação: definir o percentual para aprovação no curso/treinamento e os
critérios/controle de participação no AVA.

Dos elementos que compõem a organização pedagógica do plano de curso/treinamento é


importante dar atenção para as orientações metodológicas e para o processo de avaliação.

As orientações metodológicas dizem respeito à escolha dos meios ou métodos que farão parte
do curso/treinamento virtual, considerando as peculiaridades que envolvem o ensino a
distância. O foco é o discente e as formas de interação com o conteúdo no ambiente EaD, as
metodologias ativas e os materiais didáticos poderão suprir a necessidade de exposição do
conteúdo.

No ensino a distância ou semipresencial, a organização das aulas será mediada com os


recursos didáticos organizados de forma isolada ou combinada com materiais impressos,
materiais didáticos virtuais, videoaulas e outros que possibilitem a autoaprendizagem.

O ensino deve envolver interatividade entre discentes e professores, entre os discentes, e entre
estes e os materiais de aprendizagem. A interatividade deve ser estimulada e aumentada por
meio das estratégias de ensino que serão selecionadas.

Na definição das estratégias de ensino, é fundamental estimular a atividade de escrever,


registrar opiniões, realizar análise e síntese. O discente não pode apenas receber
informações. O ato de escrever sobre os assuntos discutidos em um curso aumenta a
compreensão e o conhecimento dos discentes.

Para a seleção das estratégias de ensino, algumas questões devem ser respondidas:

Que situações de aprendizagem devo organizar no AVA para que sejam atingidos os objetivos
delineados?

Qual é o meio de publicação mais adequado para o conteúdo?

Quais recursos pedagógicos e ferramentas das Tecnologias de Informação e Comunicação


(TIC) serão utilizados para a divulgação do conteúdo e implementação das atividades de
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aprendizagem? Correio eletrônico (e-mail), bate-papo, murais de recado, fórum de discussão,


link para materiais de aprofundamento?

Qual o formato dos materiais didáticos (apostila, Caderno, CD, vídeos, áudios)? Todos os
discentes poderão ter acesso ao meio selecionado?

Serão elaboradas versões em mais de um meio? Haverá algum momento presencial?

As escolhas das estratégias metodológicas dependem dos objetivos e do conteúdo, portanto,


mesmo no ambiente virtual, o professor poderá propor para o curso/treinamento e componente
curricular os meios disponíveis para o processo de ensino e aprendizagem do discente, sendo
alguns exemplos: material didático como apostilas, manual; debate em chats/fórum com uso de
filmes e documentários; resolução de problemas; sala de aula invertida; textos, vídeos,
apresentações em slides; debates; atividades interativas, entre outras.

No Ambiente Virtual de Aprendizagem, há diversas ferramentas que contribuem para a


qualidade das aulas e da aprendizagem. O discente aprende com mais autonomia.

O Processo de avaliação trata da verificação do alcance dos objetivos e seus instrumentos


devem ser alinhados com o conteúdo e com as estratégias de ensino. Ao propor um
curso/treinamento para o ambiente virtual é preciso pensar em atividades/instrumentos que nos
permitam realizar o processo de avaliação nas modalidades diagnóstica, formativa e somativa.
Nesse processo, a atividade avaliativa deve se revestir de cuidados que são próprios de sua
especificidade, diferenciando-se da avaliação no ensino tradicional.

Para isso, vamos entender essas modalidades de avaliação, conforme está estabelecido nas
Diretrizes da Educação de Polícia Militar (DEPM)5:

(1) a avaliação diagnóstica: realizada sempre ao início de uma situação de aprendizagem


para verificar a existência ou ausência de habilidades e conhecimentos por parte dos
discentes, de forma a detectar o nível de domínio que apresentam em relação às
competências a serem desenvolvidas;

Exemplo: Elaboração de questões reflexivas antecedendo o módulo/unidade para que sejam


avaliados os conhecimentos prévios em relação ao conteúdo a ser tratado.
As interações dos discentes, realizadas através das ferramentas de comunicação do ambiente,
também, são uma forma de realizar a avaliação diagnóstica.

(2) a avaliação formativa: realizada durante o curso com vistas a acompanhar o


desempenho do discente, detectando suas dificuldades e fornecendo-lhes retorno;

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Aprovadas por meio da Resolução nº 4739, de 26 de outubro de 2018.
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Exemplo: Ao término dos módulos/unidades do material didático virtual, a inserção de


previsão de testes on-line em que o discente responderá questões corrigidas
automaticamente pelo sistema.

(3) a avaliação somativa: aplicada após o término do componente curricular, módulo ou


curso/treinamento e visa à mensuração, por meio de nota, classificando os resultados
alcançados. A avaliação somativa poderá ser aplicada de forma presencial ou no AVA.

Exemplo: testes on-line com questões pré-definidas ao final do curso ou produção


individual de textos, pesquisas entre outros.

Algumas questões podem ajudar na definição dos instrumentos de avaliação do ensino e da


aprendizagem:

Por que avaliar? Trata-se da verificação do alcance dos objetivos e compreende verificar se:

(a) os objetivos foram alcançados;


(b) o que deu certo;
(c) o que pode ser mudado/melhorado;

O que avaliar?

(a) a aprendizagem dos discentes;


(b) o grau de satisfação dos discentes e do professor com curso/ aula;
(c) o planejamento;
(d) a participação e o envolvimento dos discentes nas atividades desenvolvidas;
(e) a interação com o ambiente virtual.

Como avaliar:

(a) elaborar os critérios de avaliação;


(b) construir os instrumentos de avaliação do ensino e da aprendizagem;
(c) utilizar das ferramentas do ambiente virtual de aprendizagem (fórum e chats) como
instrumento de avaliação.

Quando avaliar?

(a) Início do processo: verificar os conhecimentos prévios (Função Diagnóstica);


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(b) durante o processo: acompanhar a aprendizagem utilizando das ferramentas do AVA


(Função Formativa);

(c) final do processo: decisão acerca da progressão/certificação do discente (Função


Somativa).

Para a avaliação do processo de ensino, o plano de curso/treinamento deverá considerar a


avaliação de reação com vistas a obter feedback dos discentes sobre o curso, conteúdo,
metodologia, tutores e ferramentas interativas do AVA.

Agora, passaremos à fase de planejamento do programa do componente curricular.

1.2 Programa do componente curricular

O Programa do Componente Curricular corresponde ao planejamento de cada componente


constante na matriz curricular de determinado curso/treinamento, que pode ser específico para
uma disciplina, uma Atividade Educacional Interdisciplinar ou uma Prática Curricular
Supervisionada.

O Programa do Componente Curricular constitui-se dos seguintes elementos: carga horária,


coordenação (se houver), requisitos do corpo docente para ministrar o componente curricular,
professor(es), objetivos geral e específico, ementa, conteúdo programático desdobrado em
unidades e/ou subunidades; a metodologia; recursos didáticos; procedimento de avaliação e as
referências.

1.2.1 Carga horária

Para definição da carga horária, é necessário avaliar a quantidade de conteúdo necessária e o


nível de profundidade com que ele será tratado. Na carga horária, deve ser considerado o
material para leitura, vídeos, participação em fóruns e chat, exercícios, tarefas e atividades
avaliativas, pois algumas demandam maior tempo para efetivação do que outras. A partir da
carga horária definida, passa-se aos objetivos do componente curricular.

1.2.2 Objetivos geral e específicos

A elaboração segue a mesma lógica de construção adotada no plano de curso/treinamento. O


objetivo geral deve conter componentes da ação, descrita por um verbo no infinitivo, e da
condição situação ou meio em que a ação será empreendida.

Exemplo: Ao final da disciplina, o discente deverá ser capaz de empregar a arma de


fogo, de acordo com as técnicas e normas de segurança.
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O Objetivo específico corresponde ao desdobramento do objetivo geral, aquilo que se


deseja, em curto prazo, como resultado de aprendizagem. Deve conter uma ação (verbo),
condição (quando, variáveis) e critério (intensidade, de que maneira).

Exemplo: Ao final da unidade/aula, o discente deverá:


a) Executar 50 tiros com a pistola .40, em 20 segundos na posição deitado,
respeitando as normas de segurança;

Para a elaboração do programa do componente curricular consultar a IEPM nº 007/2019.

Definidos os objetivos, vamos aos conteúdos!!!

1.2.3 Conteúdo Programático

A listagem dos conteúdos a serem abordados deve selecionar, a partir de um referencial


teórico/prático mais amplo, dentro da área de estudo do curso/treinamento/componente
curricular, aqueles tópicos ou assuntos que estão relacionados com os objetivos específicos
que se pretende alcançar.

O conteúdo programático deverá atender aos propósitos dos objetivos geral e específicos,
apresentar coerência com o tempo disponível da carga horária do componente curricular,
organizada em unidades e subunidades.

1.2.4 Metodologia de ensino

A metodologia de ensino abrange a descrição dos métodos e técnicas utilizadas no


componente curricular e segue a mesma construção/orientação prevista para o plano de
curso/treinamento.

1.2.5 Avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem

O processo de avaliação para um determinado componente curricular segue a mesma lógica


orientada no plano de curso/treinamento, observando que a definição dos instrumentos de
avaliação responde aos objetivos gerais e específicos definidos para o módulo/unidade do
componente curricular.

Além da IEPM nº 001/2019, outras normas afetas a esse assunto devem ser consultadas:

- Diretrizes da Educação de Polícia Militar (EPM);


- Regimento Interno da Academia de Polícia Militar (RIAPM);
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- IEPM nº 008/2019, que regula procedimentos e critérios para a elaboração, aplicação e


correção dos instrumentos de avaliação de aprendizagem e revisão de avaliação no âmbito da
EPM.

1.3 Plano de Tutoria

O Plano de tutoria é o documento de planejamento nos cursos/treinamentos e componentes


curriculares virtuais, conforme formulário descrito no Anexo C da IEPM nº 001/2019.

As etapas descritas até agora são similares para curso/treinamento/componente curricular


desenvolvidos de forma presencial ou virtual.

A próxima etapa se refere à organização dos módulos, ou seja, à forma como o


curso/treinamento/componente curricular será desenvolvido no AVA.

1.4 Organização didática dos módulos

Para a construção do material didático impresso e virtual, as unidades didáticas que compõem
o conteúdo programático do curso/treinamento e ou componente curricular deverão ser
organizadas em módulos, agrupados por assuntos que sejam inter-relacionados, não
necessitando, porém, que sejam do mesmo tamanho.

Os módulos devem ser criados de forma apartada, ou seja, independente, pois assim poderão
compor outro curso/treinamento, quando demandados.

O importante é que todo o conteúdo referente a cada módulo seja tratado nele!!!

A partir do tema principal, (ou de um componente curricular) o conteúdo deve ser organizado
em módulos e, posteriormente, em unidades. As unidades, subunidades e tópicos devem ser
colocados em ordem lógica, do menos complexo para o mais complexo. Deve ser definido,
ainda, como os conteúdos serão abordados, ou seja, o escopo de cada módulo ou unidade.

Todos os módulos devem prever:

a) abertura contendo orientações sobre como será o estudo, ou seja, uma introdução que
apresente:
- as competências que os discentes terão de desenvolver, descritas em forma de objetivos
de aprendizagem (conforme programa do componente curricular ou plano de aula);
- as orientações para o estudo;
- a indicação do que será alvo de revisão;
- os equipamentos ou meios que serão necessários ao estudo;
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b) desenvolvimento ou corpo contendo:


- a divisão das unidades com os respectivos títulos e números;
- a apresentação clara e objetiva dos conteúdos pertinentes às unidades;
- ícones que sirvam de orientação para o estudo;
- exercícios de fixação;

c) conclusão - texto de finalização contendo:


- resumo do módulo;
- avaliação da aprendizagem;
- indicação do que será visto no módulo seguinte, se for o caso;

d) referências - divididas em básicas e complementares, na forma indicada pela ABNT.

Estruturado o módulo, a próxima etapa é o planejamento da organização didática das


unidades.

1.5 Organização didática das unidades

A estruturação das unidades é um processo semelhante ao do módulo e pressupõe:

a) explicitação dos objetivos específicos;


b) apresentação dos conteúdos divididos em tópicos interdependentes;
c) exercícios entre um assunto e outro;
d) resumo dos pontos principais;
d) atividade de avaliação ao final da unidade.

Deve-se, ainda, procurar utilizar diferentes mídias, por meio de sua integração, o que enriquece
o aprendizado, por meio da interação dos diversos atores envolvidos.

Após definidos os módulos e as respectivas unidades, é possível passar à elaboração das


aulas, de acordo com o tipo de recursos escolhidos ou disponíveis na Instituição. O tipo de aula
dependerá dos padrões e especificações para o conteúdo, das tecnologias e serviços
disponíveis, do modelo de agregação de conteúdo e das possibilidades oferecidas pelo
ambiente de execução (formas de mediação das atividades e de interação entre tutores e
discentes). Também, o formato dos materiais didáticos interferirá no modo de produção das
aulas.

Outro aspecto de suma importância na elaboração de qualquer material didático é a


estruturação do conteúdo programático, o que será tratado na Unidade 2.
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UNIDADE 2 - ESTRUTURAÇÃO DO CONTEÚDO

O material didático impresso/digital para o discente que está distante fisicamente deve ser
interativo, conectando o tutor e o discente por meio do texto, dos recursos didáticos e das
mídias.

Para iniciar a estruturação do conteúdo, por meio do texto, a primeira etapa é a realização de
uma pesquisa acerca do conteúdo a ser produzido e organizado em formato de texto. É
importante, nessa fase de seleção do conteúdo, levar em consideração os elementos visuais
(figuras, imagens, gráficos, tabelas), os elementos audiovisuais (filmes, vídeos, palestras), os
elementos da internet (hiperlink, artigos, textos, dados, informações jornalísticas) que poderão
compor o material e complementar a capacitação do discente.

O ambiente virtual de aprendizagem, no qual o conteúdo será disponibilizado, é um importante


elemento didático que precisa ser explorado. Por exemplo, após a leitura de um texto, o
discente pode ser direcionado a participar de um fórum/chat ou incentivado a assistir a uma
aula narrada ou vídeo.

O conteudista tem a atribuição de elaborar os conteúdos dos módulos desenvolvidos ao longo


do curso, adequando esses conteúdos e materiais decorrentes (materiais didáticos, mídias e
textos) à linguagem da modalidade a distância. O material deverá ser encaminhado no prazo
determinado. A seguir, algumas orientações para essa tarefa, considerando a necessidade de
se observar alguns componentes na elaboração de textos.

O estilo textual tem um grande impacto na receptividade e compreensão do conteúdo exposto,


sendo mais indicada a utilização da Linguagem Dialógica Instrucional. Essa teoria propõe
que quanto mais próximo da realidade do aprendiz estiver o texto/fala, maior será a
sensibilização e, consequentemente, maior a possibilidade de assimilação desse conteúdo.

Segundo Piva Jr., et al. (2009, p. 8), a produção de um texto pode ter melhores resultados se
observados alguns pontos principais:

a) usar sentenças curtas e evitar as compostas;

b) evitar excesso de informações na sentença;

c) colocar as sentenças e parágrafos em uma sequência lógica: primeiro as informações


que sensibilizam ou são contextualizadas por muitos e, depois, as coisas com baixa
sensibilização e contextualização; primeiro o geral, depois o específico; primeiro os
conceitos permanentes, depois os temporários;

d) transformar palavras abstratas em verbos, pois isso reduz a carga cognitiva necessária
para interpretação das frases/textos;
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e) ativar o conhecimento prévio do discente; ele deve ser utilizado a seu favor, melhorando
a retenção de conteúdo para tornar a leitura mais agradável;

f) sempre que puder, inclua exemplos para estabelecer comparações entre diferentes
situações ou abordagens.

Ao elaborar materiais didáticos, você deve ter em mente a necessidade de dar ao texto
características estilísticas que facilitem a compreensão do discente.

Portanto, ao redigir o material didático, procure:

a) utilizar um estilo conversacional:


- utilize o pronome de tratamento "você";
- utilize a voz ativa;
- escreva, envolvendo o leitor num diálogo;
- inclua perguntas, pois elas estimulam o discente a ser mais ativo;
- oriente o discente para que busque aprofundamento dos estudos;
- use exemplos e analogias para a elucidação dos conceitos;
- ligue as novas informações às antigas;
- construa “pontes" entre os parágrafos e entre as unidades;
- evite estereótipos culturais;
- evite termos vagos e inconsistentes e repetições desnecessárias;

b) combinar o seu estilo com o assunto:


- utilize abordagens diferentes para assuntos diferentes (uma unidade sobre legislação será
escrita de forma diferente de uma unidade sobre abordagem policial);
- inclua listas, tabelas e ilustrações, de acordo com o assunto em questão;
- adapte os tipos de questões ao assunto abordado;
- contextualize as informações, tendo como foco a missão, a visão da organização e,
principalmente, as questões nacionais no âmbito da segurança pública;

c) utilizar uma linguagem apropriada:


- use parágrafos com apenas uma ideia principal ou, talvez, duas relacionadas;
- utilize frases curtas, contendo não mais do que vinte palavras cada uma;
- evite negações;
- use palavras familiares ao discente;
- explique termos técnicos;
- certifique-se de que todas as palavras estão sendo corretamente utilizadas (CORDEIRO;
BOTAFOGO, 2003, p. 18).

É importante ressaltar que as pessoas aprendem melhor se a informação é introduzida em


quantidades menores. Por isso, é melhor apresentar poucas ideias que se relacionam em cada
parágrafo. Ao apresentar ideias novas, faça uma introdução para que o discente perceba que o
assunto mudou.
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Para tornar o material didático mais rico e atraente, existem alguns aspectos que podem ser
utilizados. A Unidade 3 trata sobre os aspectos visuais que podem ser utilizados como recursos
didáticos nesse material: os elementos gráficos.

UNIDADE 3 – ASPECTOS VISUAIS

O material didático para cursos, treinamentos ou disciplinas virtuais deve contar com
instrumentos que enriqueçam o processo de aprendizagem. Nesse contexto, faz-se necessário
discorrer brevemente sobre a importância dos elementos gráficos, que podem ser usados
como recursos didáticos na construção dos conteúdos.

3.1 Conceito e características

Os elementos gráficos se referem a um termo utilizado no âmbito da Educação a Distância.


São ilustrações que servem para esclarecer melhor e simplificar o entendimento sobre um
assunto.

Eles podem ser fotos, imagens, desenhos, símbolos, mapas, ícones, gráficos, tabelas,
modelos, entre outros para que o aprendizado seja mais agradável e significativo para o
discente.

Para atender à proposta de enriquecimento do material didático, o elemento gráfico deve:

a) ser claro, de modo que transmita mensagens, instantaneamente, quando vistos;

b) ser chamativo, destacando-se em meio ao texto;

c) ser associado ao conteúdo agregando significado a ele;

d) ser autoexplicativo.

Ressalta-se que as imagens devem, sempre que possível, aproximar-se do contexto policial-
militar, sendo familiares e compreensíveis aos discentes. Não se deve esquecer de que a
autoria de qualquer imagem deve ser preservada e explicitada de acordo com as normas da
ABNT.

3.2 Exemplos de elementos gráficos

3.2.1 Figuras

São desenhos que retratam situações, objetos ou pessoas. Ao utilizarmos uma figura, devemos
optar pelas mais simples, sem muitos detalhes.
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3.2.2 Fotografias

São uma cópia exata da realidade. Devem retratar, preferencialmente, situações cotidianas e
familiares aos discentes.

3.2.3 Mapas

O mapa é uma descrição gráfica de uma realidade geográfica em menor escala. Sua
elaboração requer certo nível de conhecimento e compreensão, mas é de grande auxílio na
representação de lugares e distâncias e traz informações diversas sobre limites geográficos e
políticos (LAASER, 1987).

3.2.4 Diagramas, gráficos e tabelas

São comparações gráficas de dados. Eles possibilitam a visualização de dados e números por
meio das linhas. Esses recursos nos ajudam a interpretar e comparar fatos.

3.2.5 Símbolos ou Ícones

São sinais gráficos que representam ou caracterizam um objeto, uma ideia ou um processo e
são muito usados pelos designers para otimizar a comunicação do discente em um sistema
web. Ícone é um signo que detém uma relação de proximidade palpável ou emotiva para
representar um objeto. Dessa forma, o ícone não é o objeto, ele é algo próximo do objeto, seja
por forma emotiva ou palpável. Tomemos como exemplo o ícone a seguir.

Este ícone sem texto pode significar uma agenda, um caderno, um livro. Ele lembra algo que
precisa ser lido, mas precisa de um texto para definir melhor do que se trata. Por isso, deve
haver uma descrição do que ele significa exatamente (livro, manual, caderno doutrinário, entre
outros).

O símbolo é a representação de um objeto qualquer, não necessitando de apoio nenhum para


o discente entender do que se trata. Vejamos o exemplo do símbolo a seguir.
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Ele pode vir ou não seguido do termo “HOME”, pois o discente já saberá a que se refere, visto
que já se tornou senso comum.

UNIDADE 4 – RECURSOS DIDÁTICOS DO E-BOOK

Para tornar a aula mais interativa e interessante, existem alguns recursos que podem ser
utilizados no e-book e pensados pela equipe de design instrucional (composta por designer,
pedagogos e programadores). O e-book, de origem inglesa (electronic book), significa “livro
eletrônico”. É uma forma de publicação e pode ter formatos variados (.pdf, .epub, .doc, .odt, .txt
etc).

Diversos programas podem “ler” esse livro no computador, no tablet e no celular. Existem
alguns dispositivos específicos como o Kindle e o Kobo (eReaders), que é a abreviação de
electronic readers, ou seja, leitores eletrônicos. Vamos ver alguns exemplos desses recursos.

4.1 Personagem

O personagem pode auxiliar no percurso de leitura. É comumente utilizado em introduções,


ligações e destaque de texto.

O indicado é que o personagem seja representativo da PMMG e que não sejam utilizados
personagens referentes a outras corporações ou organizações, civis ou militares, salvo se for o
objeto de aprendizagem.

Figura 1 – Exemplo de personagem


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4.2 Expansão de Texto

A expansão de texto é um meio que permite reduzir a quantidade de recursos na tela para
organizar o conteúdo por níveis hierárquicos diferentes. Ao clicar sobre um ícone ou box, o
discente tem a oportunidade de expandir o texto, que pode abarcar dicas, conceitos e
definições.

A Figuras 2 e 3 ilustram um exemplo.

Figura 2 – Exemplo de recurso didático – expansão de texto

Figura 3 – Exemplo de recurso didático – expansão de texto


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4.3 Arquivos multimídia

Os arquivos multimídia são aqueles inseridos para enriquecer o texto. Podem ser vídeos,
áudios e fotos. Um texto deve direcionar o discente para os arquivos. A Figura 4 mostra um
exemplo.

Figura 4 – Exemplo de texto direcionando para arquivo multimídia

4.4 Anexos

Os anexos são arquivos referentes às leis, termos, modelos de documentos, manuais, dentre
outros, com o objetivo de oportunizar uma consulta mais rápida por parte dos discentes.

Ressalta-se que existem, ainda, outros recursos como os hiperlinks, o desdobramento de


textos, o Box simples, o carrossel de fotos/imagens. Use a sua criatividade!
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UNIDADE 5 – ELABORAÇÃO DE EXERCÍCIOS

A utilização de exercícios é fundamental para a sedimentação do conhecimento nos cursos,


treinamentos e disciplinas virtuais. Tal afirmação encontra embasamento no conceito de
“assimilação ativa”, que consiste num processo de percepção, compreensão e reflexão do
discente estimulado pelo professor, com vistas a desenvolver aspectos intelectuais e atitudinais
(LIBÂNEO, 1994).

Para a elaboração dos exercícios, recomenda-se a utilização de um discurso direto para


estabelecer um diálogo mais aproximado com o discente, podendo ser utilizado o pronome de
tratamento “você” para dirigir-se a ele. É importante estabelecer um diálogo e transmitir a
informação através de mensagens simples e de fácil compreensão.

Ex.: Você concluiu o Módulo I, no qual tratamos sobre o uso diferenciado da força nas
ações policiais. Para fins de fixação do conteúdo apresentado, será aplicado um
questionário para que você verifique o seu nível de assimilação do conteúdo!

O Professor deve verificar qual a melhor maneira de estimular a construção do conhecimento


pelo discente, utilizando o tipo de exercício que melhor se adeque à aplicação/verificação do
conteúdo do curso/treinamento/componente curricular. Para tanto, pode valer-se de alguns
tipos.

Importante:
A escolha do tipo de questão a ser formulada para provas e trabalhos depende da
natureza do conteúdo, da competência a ser verificada e da carga horária disponível.

Os exercícios que requerem aplicação solicitam no enunciado que o discente use os


conhecimentos adquiridos nas aulas para elaboração de documentos, por exemplo, planejar
ação tático operacional.

Os exercícios lúdicos, a exemplo das palavras cruzadas e caça palavras, também podem ser
utilizados. Os exercícios ligados às competências cognitivas solicitam que o discente
conceitue, defina e liste aspectos ligados às teorias e às leis, entre outros. Essas questões
podem ser do tipo “múltipla escolha”, “V ou F”.

Já os exercícios de reflexão, solicitam opinião fundamentada a partir da leitura de textos,


dentre outros.

Existem outros tipos de exercícios que podem ser utilizados: formulários para preenchimento,
elaboração de relatórios e de projetos, por exemplo.
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ATENÇÃO!!!
Para elaborar as questões de exercícios e provas, consulte a IEPM nº 008/2019 que
regula procedimentos e critérios para a elaboração, aplicação e correção dos
instrumentos de avaliação de aprendizagem e revisão de avaliação no âmbito da
Educação de Polícia Militar.

Chegamos ao fim deste Manual, que teve como objetivo apresentar alguns aspectos a serem
considerados ao se planejar um curso, disciplina ou componente curricular virtual da EPM.

Esperamos que este material tenha servido de subsídio para o seu trabalho!

O mais importante é que você tenha em mente que qualquer que seja o material a ser
elaborado, ele deve ser aquele que observe, não só os aspectos técnicos e legais, mas acima
de tudo, ele deve ser capaz de oportunizar ao público-alvo o desenvolvimento de
competências, conforme os objetivos pretendidos!
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REFERÊNCIAS

CORDEIRO, Bernadete Moreira Pessanha. Manual de elaboração de materiais de estudo


autônomo para educação a distância. Brasília: Academia Nacional de Polícia DPF, 2003.
(mimeo).

FERRAZ, Ana Paula do Carmo; BELHOT, Renato Vairo. Taxonomia de Bloom: revisão
teórica e apresentação das adequações do instrumento para definição de objetivos
instrucionais. Gest. Prod. [online]. 2010, vol.17,n.2, p.421-431. Disponível em:
http://www.scielo.br/pdf/gp/v17n2/a15v17n2.pdf . Acesso em 12dez 2019.

LAASER, Wolfram (org.) Manual de criação e elaboração de materiais para educação a


distância. Brasília: CEAD - UnB, 1997.

LIBÂNEO, José Carlos. Didática. São Paulo: Cortez, 1994.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Academia De Polícia Militar. Instrução n. 001 de 2 de


setembro de 2019. Regula competências, procedimentos e atribuições para o planejamento e
para a implementação de cursos, treinamentos e disciplinas virtuais na Educação de Polícia
Militar. Academia de Polícia Militar, 2019.

MINAS GERAIS. Polícia Militar. Academia De Polícia Militar. Instrução n. 008 de 2 de


setembro de 2019. Regula procedimentos e critérios para a elaboração, aplicação e correção
dos instrumentos de avaliação de aprendizagem e revisão de avaliação no âmbito da Educação
de Polícia Militar. Academia de Polícia Militar, 2019.

PIVA JR., Dilermando; FREITAS, Ricardo Luís de; MISKULIN, Rosana Giaretta Sguerra.
Linguagem Dialógica Instrucional: A (re)construção da linguagem para cursos online. Centro
Paula Souza - Faculdade de Tecnologia Indaiatuba – FATEC-ID. PUC-Campinas. São Paulo,
Campinas, 2009

SANTOS, Carlos Eduardo Rocha dos. Perspectivas sobre o uso do design instrucional
para uma EaD inclusiva: por onde estamos caminhando. 2013. Disponível em:
http://www.matematicainclusiva.net.br/pdf/PERSPECTIVAS%20SOBRE%20O%20USO%20DO
%20DESIGN%20ISTRUCIONAL%20PARA%.pdf. Acesso em: 10 ago. 2018.
( - Separata do BGPM Nº 12, de 11 de Fevereiro de 2020 - ) Página: ( - 28 - )

GIOVANNE GOMES DA SILVA, CORONEL PM


COMANDANTE-GERAL

CONFERE COM O ORIGINAL:

ADRIANA VALERIANO DE SOUZA, TEN CEL PM


AJUDANTE-GERAL

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