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Fonética e fonologia
Processos regulares de formação de palavras *NOTA
Base − é o
Processos fonológicos de inserção O léxico de uma língua é formado por todos os constituintes morfológicos portadores de significado. Dele constituinte
morfológico
fazem parte não apenas as palavras do vocabulário atual mas também as palavras que já não se usam e que contém o
Prótese Adição de uma unidade fónica no início da palavra. SCRIBERE- > escrever significado lexical
todas as que podem ser criadas através de processos regulares (derivação e composição) ou através de (exclui os afixos)
Epêntese Adição de uma unidade fónica no interior da palavra. HUMILE- > humilde e a partir do qual
processos irregulares (ver página 372). se formam novas
Paragoge Adição de uma unidade fónica no fim da palavra. ANTE > antes palavras.
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Bloco informativo Bloco informativo
Pretérito imperfeito saía, saías, saía, saíamos, saíeis, saíam Próprio1: designa Os nomes têm por referentes entidades com 1
José Saramago recebeu o Prémio
uma entidade individualizada, existência real ou imaginária. Apresentam Nobel da Literatura.
Pretérito simples saí, saíste, saiu, saímos, saístes, saíram
única. características semânticas (dado designarem 2
Os poemas de Pessoa são conhecidos
perfeito composto tenho saído, tens saído, tem saído, temos saído, tendes saído, têm saído entidades), morfológicas (porque variam em
Indicativo Comum2: não além-fronteira.
Nome
Presente saia, saias, saia, saiamos, saiais, saiam Exprimem ordem ou sucessão, ocupam • Mensagem foi a primeira obra de
Formas geralmente uma posição pré-nominal, Pessoa que li.
finitas Pretérito imperfeito saísse, saísses, saísse, saíssemos, saísseis, saíssem
Numeral podendo ser antecedidos por determinantes.
tenha saído, tenhas saído, tenha saído, tenhamos saído, tenhais saído, Correspondem à classe tradicional dos
Pretérito perfeito composto
tenham saído numerais ordinais.
Adjetivo
Conjuntivo Pretérito mais-que-perfeito tivesse saído, tivesses saído, tivesse saído, tivéssemos saído, tivésseis saído,
composto tivessem saído Exprimem uma qualidade ou propriedade • As rosas vermelhas são o símbolo do
do nome. Ocupam, geralmente, posição amor.
simples sair, saíres, sair, sairmos, sairdes, saírem pós-nominal, embora alguns ocorram quer • Manuel da Fonseca foi um grande
Futuro tiver saído, tiveres saído, tiver saído, tivermos saído, tiverdes saído, tiverem Qualificativo à esquerda quer à direita, originando, todavia, contista.
composto valores semânticos diferentes. Variam em
saído • Os avós de Saramago viviam numa
número e alguns em grau; quando biformes,
simples sairia, sairias, sairia, sairíamos, sairíeis, sairiam casa pequena.
variam em género.
Condicional
composto teria saído, terias saído teria saído, teríamos saído, teríeis saído, teriam saído
Advérbios que contribuem com informação 1
José Saramago dedicou-se mais à
Imperativo Presente sai, saí sobre grau ou quantidade. Podem ocorrer prosa.
internamente ao predicado1, ou como 2
Qualquer escritor é muito dedicado à
simples sair, saíres, sair, sairmos, sairdes, saírem Quantidade e grau modificador de grupos adjetivais2 ou
Pessoal sua obra
adverbiais3. Alguns destes advérbios são
composto ter saído, teres saído, ter saído, termos saído, terdes saído, terem saído 3
Fernando Pessoa deambulava muito
Infinitivo utilizados para a formação do grau dos
calmamente pelas ruas.
simples sair adjetivos e advérbios.
Formas Impessoal
não composto ter saído Advérbio que contribui para reverter • Ricardo Reis, na verdade, não existiu.
finitas Negação o valor de verdade de uma frase afirmativa ou
Valores semânticos
simples saindo
Gerúndio para negar um constituinte.
Advérbio
• Um verbo defetivo é aquele que não apresenta todas as formais flexionadas possíveis. Os verbos de- Advérbios que permitem realçar o constituinte 1
Fernando Pessoa só ganhou um
que modificam, excluindo-o de um conjunto1. prémio literário.
fetivos podem ser: impessoais, se apresentam apenas formas no infinitivo e na 3.a pessoa do singular Podem modificar cada um dos grupos
Exclusão 2
Apenas um conto de Manuel da
(exs.: chover, trovejar, haver, quando significa 'existir') e unipessoais, se apresentam apenas formas no constituintes de uma frase2. Fonseca faz parte do Programa de
infinitivo e na 3.a pessoa do singular e do plural (exs.: cacarejar, chilrear, ladrar,miar, zurrar, ...). 12.˚ ano.
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Bloco informativo Bloco informativo
Advérbios que evidenciam uma ideia • Talvez Mário de Carvalho possa vir à nossa escola. Antepõem-se ao nome, contribuindo para a sua • A obra de que mais gosto é
Dúvida
de incerteza, indecisão ou hesitação. leitura genérica ou indefinida. Memorial do Convento.
Artigo O artigo indefinido nunca antecede um nome • Um texto interessante
Advérbios que remetem para a indicação • Eis o escritor que convidámos. • Definido: próprio nem coocorre com os quantificadores desperta a nossa atenção.
Designação
de algo ou alguém. o, a, os, as todos e ambos.
• Indefinido: Os artigos definidos e indefinidos surgem, muitas
Advérbios que habitualmente, podem ser 1
Os trabalhadores do convento viviam mal. vezes, contraídos com as preposições a, de, em e
Valores semânticos
3
Gosto de ler romances, contudo prefiro obras menos interrogativas, permitindo a identificação do leste?
Conectivo idêntico por poderem, por exemplo, ocorrer Interrogativo
extensas. constituinte interrogado.
entre o sujeito e o predicado5. que, qual, quais • Quais poemas são para leitura
4
Primeiro viram o documentário, seguidamente de férias?
responderam às questões.
5
Fizemos um trabalho sobre o conto. A professora, Pessoal Variam em pessoa e número, e alguns variam em • Eles encontraram-se ontem.
porém, ainda não o avaliou. género.
• Formas tónicas: eu, tu, você, ele/ • Perguntaram-nos se lhes
As formas átonas ocorrem adjacentes ao verbo indicávamos o caminho.
Advérbio que introduz uma oração subordinada 1
A obra onde interagem Ricardo Reis e Fernando ela, nós, vós, vocês, eles/elas; mim,
(à esquerda do verbo − em próclise −, à direita
relativa, permitindo identificar uma relação Pessoa chama-se O ano da morte de Ricardo Reis. ti, si • Ganha-se muito ao ler bons
− em ênclise −, ou ainda no interior das formas
com o nome antecedente (no caso das orações • Formas átonas: me, te, o, a, lhe, de futuro do indicativo e condicional − em livros.
Relativo 2
A maneira como Saramago cativa os leitores é
subordinadas adjetivas relativas1-2). Introduz inovadora. nos, vos, os, as, lhes, se mesóclise); as restantes são formas tónicas.
também orações relativas sem antecedente
(orações subordinadas substantivas relativas3).
3
Vou onde houver declamação de poemas.
Demonstrativo Variam em género e número e têm um valor 1
Estas linhas de leitura da obra
Pronome
• Formas tónicas variáveis1: deítico ou anafórico. Estabelecem a sua são mais interessantes do que
este(s), esta(s) referência tendo em conta a relação de aquelas.
Valores semânticos Exemplos esse(s), essa(s) proximidade ou de distância em relação a um 2
Aquilo que me disseste sobre a
aquele(s), aquela(s) participante do discurso ou a um antecedente obra foi importante.
• locativo • à esquerda, de fora, de longe, em cima, ... textual.
• Formas tónicas invariáveis2: 3
Percebeu a intenção do autor e
Locução adverbial • temporal • à noitinha, desde cedo, por agora… isto, isso, aquilo demonstrou-a.
São constituídas por duas ou mais palavras • modo • de bom grado, por acaso, à pressa, … • Formas átonas3: o(s), a(s) 4
Revelou que tinha gostado da
e têm comportamento e classificação igual • negação • de modo algum, de maneira nenhuma, … obra de Reis/ Revelou-o.
à de um advérbio. • Forma átona invariável4:
• quantidade e grau • no mínimo, de mais, tão pouco, … o (usada na substituição
de facto, na verdade, sem dúvida, … de constituintes oracionais)
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Possessivo Variam em pessoa, género e número • Gostei muito do teu texto. Gostaste do meu?
Quantificador
Expressam uma quantidade numérica • O Pedro comprou duas mochilas azuis.
• Um possuidor: e têm um valor deítico ou anafórico, • A professora reviu os nossos trabalhos. E os inteira precisa, um múltiplo de uma • Ainda só li um terço das obras do Programa
meu, minha, meus, minhas referindo-se, tipicamente, a um vossos? Numeral quantidade ou uma fração precisa de do 12.˚ ano.
teu, tua, teus, tuas participante do discurso
uma quantidade.
seu, sua, seus, suas ou a um antecedente tomado como • Já li metade da “Ode triunfal”.
dele, dela possuidor, respetivamente.
São geralmente precedidos de artigo
• Vários possuidores: definido. Ligam elementos com igual valor • A Maria e a Joana gostam de poesia e o Pedro
nosso, nossa, nossos, nossas sintático, sejam palavras ou grupos gosta de prosa.
vosso, vossa, vossos, vossas Conjunções coordenativas de palavras numa só oração, sejam • Finalizámos o trabalho, mas já depois do
• copulativas: e, nem orações diferentes, mas equivalentes prazo estipulado.
Indefinido Alguns admitem variação em género • Ninguém chegou tarde ao teste. sintaticamente e independentes
(continuação)
• adversativas: mas
Pronome
• Formas invariáveis1-3: e número, quando correspondentes • Todos gostaram da obra de Manuel da umas das outras. • Escreves um texto de opinião ou defendes
alguém, ninguém, tudo, nada, ao uso pronominal de um Fonseca. • disjuntivas: ou essa a ideia oralmente?
algo, outrem quantificador ou de um determinante
• conclusivas: logo • Não ouvi a orientação, logo tive dificuldades
indefinido. Referem uma terceira
• Formas variáveis4-5: na realização da tarefa.
pessoa ou uma quantidade • explicativas: pois, que
algum(a), alguns, algumas, indeterminadas. • Acho que o teste correu bem ao Pedro, pois
nenhum(a), nenhuns, nenhumas, estava feliz.
outro(a)(s), muito(a)(s),
pouco(a)(s), todo(a)(s), vário(a)
(s), tanto(a)(s) Introduzem orações subordinadas 1
Afirmaram que tinham estudado. / Perguntou
Conjunção
Conjunções subordinativas que desempenham uma função se havia TPC. / Pediu para sair mais cedo.
Relativo Ocorrem no início das orações • Está é a pessoa à qual Saramago dedicou a sintática relativamente à 2
Como gostaram da obra, os resultados foram
− Substantivas completivas : 1
subordinante.
• Variáveis: o qual, os quais, a qual, relativas. Podem remeter para obra.
que, se, para bons.
as quais um constituinte anterior, quando • Indico-te quem me falou do Livro do − Adverbiais: 3
Encarnou a figura de Pessoa tão bem como se
• Invariáveis: (o) que, quem possuem antecedente. Desassossego. • causais2: porque, como fosse um ator.
• comparativas3: como,
Dividem-se em várias subclasses, 1
O padre Bartolomeu morreu! conforme
4
Embora goste de prosa, a poesia dá-me um
de acordo com as suas restrições • concessivas4: embora, encanto especial.
2
Blimunda, no fim da narração, encontrou
de seleção. Baltasar./Blimunda, no fim da narração, malgrado 5
Se me preparar bem, obterei êxito na
Intransitivo1 • condicionais5: se, caso apresentação oral.
encontrou-o.
Transitivo direto2 • consecutivas6: que 6
Estudei tanto que era impossível ter má nota.
3
O diretor de turma telefonou ao meu pai. / O
Transitivo indireto3-4 (antecedido de tão, tanto…)
diretor de turma telefonou-lhe.
principal
• finais7: para
7
Li todos os contos de Manuel da Fonseca para
Transitivo direto e indireto 5-6 4
Fernando pessoa viveu em Lisboa. • temporais8: apenas, conhecer melhor a escrita deste autor.
Transitivo-predicativo7 5
Ricardo Reis escreveu uma carta a Marcenda. enquanto, quando, mal 8
Quando terminaram a tarefa, comunicaram-
(achar, considerar, julgar, nomear, / Ricardo Reis escreveu-lhe uma carta. no ao professor.
eleger, declarar, chamar, supor, ter 6
Fernando Pessoa colocou o casaco no quarto
por, tratar por)
de Reis./ Fernando Pessoa colocou-o no
quarto de Reis. São constituídas por duas ou mais palavras cujo valor semântico se associa ao das conjunções coordenativas
Verbo
7
Lídia tratou Ricardo Reis por “meu amor” ou subordinativas.
copulativo
(ser, estar, ficar, continuar, parecer, constituinte com a função sintática • O João tornou-se um leitor exímio. Coordenativas
permanecer, tornar-se, revelar-se, ...) de sujeito e outro com a função • disjuntivas: ou… ou; já… já; ora… ora
sintática de predicativo do sujeito.
• causais: visto que; dado que; uma vez que; atendendo a que; dado que
Os verbos auxiliares são usados 1
Ele tem lido todas as obras indicadas pelo
na formação de tempos compostos1 professor. • comparativas: bem como; assim como; tal… qual; tão/tanto… como; mais… (do) que
(ter/haver), em construções passivas2 2
O Memorial do Convento foi lido por todos os • concessivas: se bem que; ainda que; nem que; não obstante
(ser), podendo, ainda, contribuir
auxiliar
alunos desta turma. Subordinativas • condicionais: salvo se; desde que; sem que; exceto se; contanto que; a não ser que
(ser, ter, haver, estar, dever, poder) para veicular valores modais3 (dever,
poder)
3
Todos os alunos devem ler o Memorial do • consecutivas: de modo que; de maneira que; de forma que
ou aspetuais4 (estar). Convento.
• finais: para que; a fim de/que; com a finalidade de
4
A aluna está a ler uma das obras de
Saramago. • temporais: antes de/que; logo que; agora que; cada vez que; até que; assim que
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ai!; ui!; Jesus!; credo! valha-nos Deus! ai Jesus! ai que aflição! Aflição, dor, tristeza, terror Vocativo
atenção!; cuidado!; oh! Advertência ou repreensão Função sintática desempenhada por um constituinte que não controla a concordância verbal e que serve apenas
para interpelar ou chamar o interlocutor, em posição inicial, medial ou final, surgindo em frases de tipo imperativo1,
ó!; pst; olá!; eh!; socorro! ó da guarda! ó senhor! Chamamento, invocação interrogativo2 ou exclamativo3.
oh!; oxalá!; tomara! quem me dera! Deus queira! se Deus quiser! Desejo Exs.: 1 Meninos, abram os livros.
2
Achas, João, que consegues responder?
hum! Dúvida 3
Pode preparar-se para a procissão, Majestade?
ah!; oh!; hi!; ena!; caramba!; diabo!; credo!;
essa é boa! não é possível! não acredito! essa agora! Espanto ou surpresa
chi!; puxa!; bolas! Predicado
Impaciência, irritação Função sintática desempenhada por um grupo verbal. Pode corresponder só ao verbo ou ao verbo com os seus
bolas!; irra!; fogo!; arre!; mau! ora bolas!; raios partam; mau, mau!
ou aborrecimento respetivos complementos e/ou predicativos requeridos, e ainda os modificadores (do grupo verbal). Assim temos:
• Predicado — só com verbo ou grupo verbal (por norma, quando o verbo é intransitivo)
irra!; homessa!; apre!; ora! ora essa! nem pensar! Indignação
Ex.: A cidade adormecera.
chega!; basta!; alto! Interrupção ou suspensão • Predicado — verbo + complementos e/ou predicativos e modificadores
Ex.: Ricardo reis deambulou pela cidade.
silêncio!; caluda!; fora!; rua!; alto!; chega! fora daqui!; toca a andar!; em frente! Ordem
paciência!; pronto! que remédio!; é a vida!; deixa lá! Resignação Modificador (de frase)
Função sintática desempenhada por um constituinte de uso facultativo, não selecionado por nenhum dos seus
olá!; adeus! ora viva! boa noite! bem haja! bons olhos o vejam! Saudação
elementos. Acrescenta um juízo de valor sobre o conteúdo da frase/oração e pode ser eliminado sem que a frase se
psiu!; silêncio!; caluda! toca a calar! Silêncio torne agramatical. Pode ser desempenhada por um grupo adverbial1, por um grupo preposicional2 ou uma oração
subordinada3.
Nota: A interjeição não estabelece relações sintáticas com outras palavras e tem uma função exclusivamente emotiva. Exs.: 1 Infelizmente, nem todos leram a poesia de Pessoa.
O valor de cada interjeição depende do contexto de enunciação e corresponde a uma atitude do falante ou do enunciador. 2
Com convicção, a professora expõe as matérias.
3
Ainda que os contos sejam textos breves, transmitem uma forte carga emotiva aos leitores.
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Funções sintáticas internas ao grupo verbal Funções sintáticas internas ao grupo nominal
Função sintática selecionada por verbos transitivos diretos, transitivos diretos e indiretos ou transitivos-predicativos, Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um nome e que lhe completa a referência.
sendo exercida por grupos nominais (GN) ou constituintes oracionais. Os GN que exercem esta função são prono- Corresponde geralmente a um grupo preposicional, a uma oração introduzida por uma preposição ou a um grupo
minalizáveis pelos pronomes pessoais o, a, os, as, e os constituintes oracionais são substituíveis pelos pronomes adjetival. Requerem complemento:
demonstrativos invariáveis isto, isso, aquilo.
• nomes de graus de parentesco1
Exs.: Os alunos preferem textos em prosa. Os alunos preferem-nos.
• nomes de profissões que derivam de outros nomes2 (guia, condutor, …)
Saramago demonstrou que os autos de fé eram inaceitáveis. . Saramago demonstrou isso.
• nomes icónicos3 (gravura, fotografia, …)
Complemento indireto • nomes epistémicos4 (hipótese, desejo, …)
• nomes que derivam de verbos5, por norma, transitivos (construção, pesca, …)
Função sintática selecionada por um verbo transitivo indireto, ou transitivo direto e indireto. O constituinte sin-
tático que exerce a função de complemento indireto é introduzido pela preposição a e pronominalizável pelos • nomes que designam cargos6 (presidente, ministro, cônsul, …)
pronomes lhe, lhes. • numerais fracionários e multiplicativos7 (dobro, terço, …)
Ex.: Blimunda agradeceu a padre Bartolomeu. Blimunda agradeceu-lhe.
Exs.: 1 O pai de Marcenda vivia em Coimbra.
Complemento oblíquo 2
O guia de Baltasar era o padre Bartolomeu.
Função sintática selecionada por um verbo transitivo indireto, ou transitivo direto e indireto. O constituinte sintático 3
A deambulação de vários poetas permitiu traçar um retrato de Lisboa.
que exerce a função de complemento oblíquo é introduzido, maioritariamente, por uma preposição. Pode assumir 4
A hipótese de se encontrar com Fernando Pessoa agradava a Ricardo Reis.
um valor locativo1, de movimento2, de duração3, de necessidade ou de carência4. 5
A construção do convento de Mafra deveu-se a uma promessa de D. João V.
Exs.: 1 Saramago viveu em Lisboa e em Lanzarote. 6
O ministro da educação avaliou o conteúdo do Programa de Português.
2
O interesse pela obra de Pessoa levou-o à África do Sul. 7
O Memorial do convento requer o dobro do tempo da leitura de “George”.
3
A procura de Blimunda por Baltasar prolongou-se por nove anos.
4
Os poetas precisam de inspiração.
Modificador do nome
Complemento agente da passiva Constituinte do grupo nominal que lhe modifica o sentido, apesar de não ser por ele selecionado. Pode ser:
Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um verbo transitivo direto conjugado • Modificador do nome restritivo: restringe/limita a referência do nome que modifica. Pode configurar-se num
na passiva, tendo como auxiliar o verbo ser. grupo adjetival1, preposicional2, numa oração adjetiva relativa3, numa oração subordinada final4.
Ex.: Reis, Campos e Caeiro foram criados por Fernando Pessoa. Exs.: 1 A prosa contemporânea é muito interessante.
2
A obra de Fernando Pessoa requer ainda muita investigação.
Predicativo do sujeito 3
A análise que alguns críticos fazem de “Autopsicografia” é brilhante.
Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um verbo copulativo que atribui uma propriedade
4
Os livros sugeridos para lermos em projeto de leitura são muito interessantes.
ao sujeito.
• Modificador do nome apositivo: não restringe nem limita a referência do nome que modifica. É obrigatoria-
Exs.: Alguns alunos ficaram apaixonados pela poesia de Caeiro. mente delimitado por vírgula(s), e pode estar configurado num grupo nominal1, adjetival2 ou preposicional3,
A obra de Manuel da Fonseca é aliciante. mas também numa oração adjetiva relativa explicativa4.
Exs.: 1 Alberto Caeiro, o poeta da natureza, não seguia correntes literárias.
Predicativo do complemento direto
2
Alguns textos, claros e objetivos, elucidam sobre o simbolismo de Mensagem.
3
Os estudantes, com ideais progressistas, gostam muito da obra de Saramago.
Função sintática desempenhada por um constituinte selecionado por um verbo transitivo-predicativo que atribui uma
propriedade ao complemento direto.
4
A obra de Maria Judite de Carvalho, que me fascinou, tem sido pouco divulgada.
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Coordenação
Orações subordinadas substantivas
Processo de combinação de duas ou mais frases equivalentes. Por isso, a oração coordenada está con-
tida numa frase complexa, não mantendo uma relação de subordinação sintática com a(s) frase(s) ou Oração subordinada Elementos
Exemplificação
oração(ões) com que se combina. Distingue-se, tipicamente, das orações subordinadas por não poder substantiva de ligação
ser anteposta. As orações coordenadas podem ser:
Completa o sentido de
Ex.: Fernando Pessoa foi empregado de escritório e escreveu não só uma vasta obra sob diver-
sas identidades como também traduziu textos de autores estrangeiros e fundou revistas Relativa
Podem desempenhar as
que se destacaram na literatura portuguesa. funções sintáticas de sujeito, • pronomes • Quem leu o Memorial do convento ficou mais informado sobre
de complemento direto, relativos: o séc. XVIII.
Estas orações estabelecem, entre si, relações semânticas expressas pelas conjunções ou locuções coor- de complemento indireto, quem, (o) que
• No final, o Batola não era quem a sua mulher conhecera.
denativas que as unem, tal como se sistematiza na tabela seguinte. de complemento oblíquo, • advérbio relativo:
de predicativo do sujeito e onde • A multidão ia onde passasse a procissão.
de modificador (do grupo
Oração Conjunções/locuções verbal).
Sentido Exemplificação
Coordenada conjuncionais coordenativas
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Oração
Conjunções ou locuções
subordinada Sentido Exemplificação Colocação do pronome pessoal átono
conjuncionais subordinativas
adverbial
• Saramago tornou-se 1. Tradicionalmente, o pronome surge em posição pós-verbal (ênclise).
mundialmente conhecido
porque, que, como, dado, Indica a razão, a causa, o motivo ou porque recebeu o Nobel. Ex.: O aluno leu todas as obras recomendadas. O aluno leu-as.
Causal dado que, uma vez que, visto que, a justificação da situação expressa
pois, já que, ... na subordinante. • Como recebeu o Nobel,
Saramago tornou-se • Nesta posição, os pronomes átonos o, a, os, as podem sofrer alterações, se a forma verbal termi-
mundialmente conhecido. nar em -r, -s ou -z. Neste caso, estas consoantes desaparecem e os pronomes tomam as formas
Expressa uma comparação, contendo -lo(s), -la(s).
o segundo elemento da comparação • Saramago tanto elogiou o
mais/menos… do que, qual (depois estabelecida com o conteúdo Ex.: Aquele jovem fez o trabalho sozinho. Aquele jovem fê-lo sozinho.
povo pela construção epopeica
de “tal”), quanto (depois de da subordinante.
Comparativa do convento como criticou
“tanto”), tanto/tão… como, bem
As subordinadas comparativas podem o rei pelo seu despesismo e • Se a forma verbal terminar em -ns, passa a -m, quando seguida de pronome átono o, a, os, as, e os
como, como se, que nem, ...
corresponder a construções elípticas, arrogância.
pronomes tomam as formas -lo(s), -la(s).
nas quais o grupo verbal é elidido.
• Ainda que a construção Ex.: Tu tens o meu livro. Tu tem-lo.
embora, conquanto que, ainda que, Apresenta uma ideia ou um facto
do convento fosse muito
Concessiva mesmo que/se, posto que, que contrasta com o expresso na
dispendiosa, D. João V não • Quando a forma verbal termina em ditongo nasal (-m, -õe, -ão), os mesmos pronomes assumem
se bem que, por mais/menos que, ... subordinante.
abandonou a sua edificação.
as formas -no(s), -na(s).
Apresenta a condição ou a hipótese • Caso não tivesse regressado
se, caso, desde que, contanto que, Exs.: Os alunos leem os livros recomendados. Os alunos leem-nos.
Condicional exigida para a realização da situação do Brasil, Ricardo Reis nunca se
salvo se, a menos que, a não ser que, ...
expressa na subordinante. encontraria com o seu criador. A Rita põe o dever acima de tudo. A Rita põe-no acima de tudo.
• A criação literária de Fernando
tão/tanto… que, a ponto de, Expressa o efeito ou a consequência Pessoa foi tão intensa que 2. Quando ocorrem com formas verbais do futuro do indicativo e do condicional, os pronomes átonos
Consecutiva
de tal modo… que, ... do que é dito na subordinante. ainda hoje surgem textos são colocados no interior dessa forma verbal (mesóclise).
inéditos deste autor.
Exs.: O Miguel apresentará o seu trabalho no segundo período. O Miguel apresentá-lo-á no
para, para que, com a finalidade/
Refere o propósito, a intenção ou • Ricardo Reis visitou o cemitério segundo período.
o objetivo de, de modo a/que,
Final a finalidade da ação expressa na com a finalidade de ver Ele trataria melhor os mais pequeninos. Ele tratá-los-ia melhor.
de forma a que, a fim de (que),
subordinante. Fernando Pessoa.
de maneira a (que), ...
quando, enquanto, apenas, mal, logo 3. O pronome átono desloca-se para antes do verbo – próclise – em construções frásicas como as
Cria uma referência temporal à luz da
que, depois de/que, antes de/que, até • Mal leias o conto, inicia a seguintes:
Temporal qual a ação expressa na subordinante
que, sempre que, todas as vezes que, resolução das atividades.
deve ser interpretada.
agora que, cada vez que, assim que, ... a. Frases de polaridade negativa.
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Exs.: 1 Quem leu os livros recomendados? Quem os leu? Campo lexical e campo semântico
2
Onde puseste o livro? Onde o puseste? • Campo semântico
h. Frases de tipo exclamativo nas quais se manifestem emoções ou desejos1 ou aquelas em que Conjunto de significados que uma palavra pode ter, dependendo dos contextos em que ocorre.
o falante constrói frases com determinada intencionalidade, destacando certos constituintes O campo semântico de mar, por exemplo, integra os significados que, em situações distintas, o nome
e desviando-os da ordem padrão2. adquire.
Exs.: 1 Oxalá percebas os poemas todos! Oxalá os percebas todos! Exs.: Andava um mar de gente na baixa.
Nem tudo é um mar de rosas.
2
Que Deus proteja os jovens! Que Deus os proteja!
• Campo lexical
4. Colocação do pronome pessoal átono em complexos verbais.
Conjunto de palavras que, pelo seu significado, se associam a um determinado conceito ou ideia. Por
a. Nos complexos verbais com os auxiliares dos tempos compostos (ter e haver) e o auxiliar da exemplo, ao campo lexical de mar, associam-se muitas outras palavras: pescadores, traineiras, mestre,
passiva (ser), o pronome é colocado à direita do verbo auxiliar. varinas, peixeiras, embarcações, …
Exs.: O professor tinha aconselhado mais estudo aos alunos. O professor tinha-lhes aconse-
lhado mais estudo. Monossemia e polissemia
O livro é emprestado pela biblioteca aos alunos. O livro é-lhes emprestado pela
• Palavras monossémicas
biblioteca.
Palavras que têm um só significado. Predominam nos textos científicos dado que neles se procura
b. Pode ocorrer antes do complexo verbal quando algum elemento requer a próclise. veicular uma mensagem objetiva, que deve ser entendida por todos os leitores.
Ex.: Ninguém quis ler em voz alta o poema. Ninguém o quis ler em voz alta. Exs.: cartografia, biologia, caligrafia, ...
c. Nos complexos verbais com auxiliares como começar a, acabar de, estar a, andar a, o pronome • Palavras polissémicas
ocorre depois do verbo principal. Palavras que apresentam uma propriedade semântica que lhes permite apresentarem vários signifi-
Ex.: Estou a apreciar o conto “Sempre é uma companhia”. Estou a apreciá-lo. cados, de acordo com o contexto em que surgem, havendo, todavia, um elo comum nesses múltiplos
sentidos.
O termo ilha pode surgir como:
Exs.: espaço rodeado de água Visitei a ilha da Madeira.
designação de um local “Sabia já Baltasar que o sítio onde se encontrava era conhecido
pelo nome de Ilha da Madeira”
pessoa tímida e com dificuldades de relacionamento Aquele rapaz é uma ilha!
espaço que pelas suas características geográficas fica isolado Esta aldeia é uma ilha!
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Relações semânticas Transferência de uma palavra de uma língua para outra, com ou sem adaptações às características formais da
As relações semânticas entre palavras podem ser de vários tipos. Empréstimo língua recetora.
Ex.: Dossiê (do francês dossier)
• Relações de hierarquia: hiperonímia e hiponímia
Criação de novos sentidos para uma palavra já existente na língua que, contudo, não perde o(s) significado(s)
Relação hierárquica de inclusão entre palavras: Extensão anterior(es).
semântica
– hiperónimo – sentido mais genérico: peixe Ex.: Rato (aplicado à informática como comando manual do computador)
– hipónimo – sentido mais específico: pescada, carapau, sardinha, robalo, …
Criação de um termo que se caracteriza pela eliminação de parte da palavra de que deriva.
O hipónimo mantém com o hiperónimo traços semânticos comuns. Por isso, as espécies de peixes Truncação
Ex.: Metro (metropolitano)
elencadas são hipónimos do hiperónimo peixe, e vice-versa.
• Relações de todo/parte: holonímia/meronímia Criação de uma palavra a partir da junção de partes de duas ou mais palavras.
Amálgama
Ex.: Informática (informação + automática)
Relação de hierarquia semântica entre palavras.
– holónimo – refere o todo, a unidade: carro
– merónino – refere uma parte dessa unidade: chassis, volante, bancos, guarda-lamas, para-
-choques, … SEMÂNTICA
Os merónimos correspondem a partes do todo – neste caso o holónimo carro integra todos os
elementos referidos, os merónimos. Valor Temporal – Formas de Expressão do Tempo
A categoria Tempo serve para localizar as situações (eventos ou estados) expressas em diferentes enun-
• Relações de semelhança/oposição: sinonímia e antonímia
ciados. É através dos tempos verbais que mais frequentemente se marca essa localização. Porém, os ad-
– sinonímia – relação de equivalência de significado entre duas ou mais palavras. vérbios ou expressões adverbiais de tempo ou até certas construções podem também ter essa função.
Exs.: bonito/lindo; carro/automóvel; pão/carcaça, ...
– antonímia – relação semântica de oposição entre duas ou mais palavras. Uma situação localiza-se temporalmente em relação a um outro tempo que pode ser marcado de diver-
Exs.: dia/noite; subir/descer; rápido/lento, ... sas formas. Assim, conclui-se que o tempo linguístico é uma categoria relacional.
Os tempos gramaticais referem-se ao tempo entendido como ordenação linear orientada do passado
para o futuro, levando a considerar-se que os tempos gramaticais se articulam em três domínios:
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Assim, estabelecem-se relações de anterioridade, simultaneidade e posteridade, que podem expres- Valor modal
sar-se através dos tempos verbais e/ou de certos advérbios ou orações temporais. A título de exemplo:
Exprime a atitude do locutor relativamente àquilo que diz e a quem o diz. Através do valor modal expres-
sam-se apreciações - modalidade apreciativa - sobre o conteúdo de um enunciado, representam-se
Relações temporais Exemplificação
valores de probabilidade ou de certeza - modalidade epistémica, de permissão ou obrigação - valor
Anterioridade
1
Fiz muitos exercícios sobre o valor temporal. deôntico.
Marcada pela utilização do pretérito perfeito do indicativo1, pela 2
Ontem, encomendei uma gramática nova.
utilização de advérbios2 (ou expressões adverbiais), ou por uma 3
Antes de guardarmos os livros, preparámos a apresentação Há três tipos de modalidade: apreciativa, epistémica e deôntica.
oração subordinada adverbial temporal3. oral.
Modalidade Exemplificação
Simultaneidade
1
Ando a ler um romance de Saramago.
Marcada pela utilização do presente do indicativo1 (no complexo 2
Neste momento, não sei dizer se prefiro ler prosa ou ler poesia.
Apreciativa • Lamento que não tenhamos feito uma visita de estudo à
verbal), pela utilização de advérbios2 (ou expressões adverbiais), 3
Enquanto a professora explicava as funções sintáticas, eu
O locutor exprime um juízo valorativo sobre uma situação, Fundação José Saramago.
ou por uma oração subordinada adverbial temporal3. ouvia-a atentamente.
utilizando construções exclamativas e/ou verbos como lamentar, • Felizmente, Blimunda conseguiu encontrar Baltasar.
gostar, apreciar, admirar, … • Este livro é magnífico!
Posterioridade 1
Decidirei que obra vou ler quando chegar a hora.
Marcada pela utilização do futuro1, pela utilização de advérbios2 2
No futuro, quero tornar-me médico.
(ou expressões adverbiais), ou por uma oração subordinada
3
Quando chegar a casa, vou fazer (farei) a seleção dos poemas. Habitual
adverbial temporal3.
Valor de certeza1-2 1
A mulher apoiou, no final, a decisão de Batola.
O locutor assume uma posição de
certeza face ao que afirma. 2
O padre Bartolomeu receava a Inquisição.
Valor aspetual Epistémica 3
Talvez António Barrasquinho vivesse revoltado com a atitude da
Valor de probabilidade3-4 mulher.
O aspeto gramatical relaciona-se com o valor dos tempos verbais, de verbos auxiliares, de estruturas
4
É provável que George se sentisse angustiada.
de quantificação, de certos tipos de nomes ou de modificadores. A combinação de elementos deste tipo O locutor não assume a falsidade ou verdade do que afirma,
permite representar uma situação como culminada/concluída (valor perfetivo), não culminada (valor antes supõe que possa ser verdade ou não o seu juízo.
imperfetivo), genérica, habitual ou iterativa.
Deôntica
Valor aspetual Exemplificação O locutor procura-se agir sobre o interlocutor impondo, proibindo 1
Podes fazer o que quiseres depois de ler os contos! (permissão)
ou autorizando. 2
Ouve o que tenho para te contar. (obrigação – impor)
Perfetivo Os valores deônticos subdividem-se, assim, em
− valor de permissão1 (autorizar);
3
Deves estudar mais! (obrigação – impor)
O tempo verbal normalmente associado a este aspeto é o pretérito perfeito do indicativo. • George vendeu a casa dos pais.
A situação expressa no enunciado apresentada concluída. − valor de obrigação2-3 (impor ou proibir).
Imperfetivo
• Os ceifeiros ouviam as emissões de
O tempo verbal normalmente associado a este aspeto é pretérito imperfeito do indicativo. Para exprimir os valores modais, vários recursos podem ser utilizados:
rádio todas as noites.
A situação expressa no enunciado apresenta-se em curso ou por concluir.
• a frase ou construção de tipo exclamativo;
Genérico • a entoação (na oralidade);
O tempo verbal normalmente associado a este aspeto é presente do indicativo ou o infinito • Viajar abre horizontes.
impessoal conjugado com grupos nominais de interpretação genérica. Apresenta-se em • A Terra gira em torno do Sol. • o emprego de advérbios e locuções adverbiais que formalizam os diversos tipos de modalidade
enunciados que veiculam informações aceites como universais e intemporais. (ex.: certamente, evidentemente, possivelmente, talvez, felizmente, francamente, …);
• o emprego de adjetivos reveladores da perspetiva do locutor em relação ao que enuncia (ex.: bom,
Habitual
Os tempos verbais mais associados a esta situação são o presente do indicativo e o • Costumamos viajar por Portugal nas mau, agradável, desagradável, horrível, importante, permitido, proibido, …);
pretérito imperfeito do indicativo, dependendo do ponto de referência da enunciação. férias.
• a variação do modo ou do tempo verbal (ex.: no uso do imperativo, emerge a modalidade deôntica);
São também recorrentes expressões como costumar, ser costume, ser habitual… • Liam poesia depois de da análise dos
Apresenta situações que surgem em enunciados que expressam uma pluralidade infinita de contos. • o emprego de verbos auxiliares com determinado valor modal (ex.: dever, ter de, poder + infinitivo);
acontecimentos que se sucedem num período de tempo construído como ilimitado.
• o emprego de verbos principais com valor modal (ex.: saber, crer, pensar, duvidar, obrigar, autorizar,
Iterativo permitir, gostar de, agradar, apreciar, detestar, lamentar, …);
• Desde a chegada da rádio, Batola
O tempo verbal associado a este valor aspetual é o pretérito perfeito composto do tem trabalhado imenso na loja. • o emprego do verbo ser em expressões reveladoras de diversos tipos de modalidade (ex.: é pena que,
indicativo e construções como “andar a”, ou outras expressões de valor temporal.
Apresenta-se em enunciados que expressam situações que se repetem num período de • Os alunos do 12.˚ andam a ensaiar a é lamentável que, é necessário que, é certo que, é preciso que, é obrigatório que, é possível que).
tempo delimitado ou não. leitura expressiva da “Ode Triunfal”.
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Os deíticos não têm, portanto, referência fixa; a sua interpretação depende das circunstâncias de enun- • estruturadores da informação, sobretudo com a função de ordenação.
ciação,isto é, a sua referenciação só pode ser identificada tendo em conta os participantes na interação Exs.: em primeiro lugar, por outro lado, por último, ...
verbal, uma vez que é o contexto situacional do “eu”/“tu”, “aqui”, “agora” que fornece os dados para essa • reformuladores, sobretudo com a função de explicação e de retificação.
mesma referenciação. Exs.: ou seja, por outras palavras, dizendo melhor, ou antes, ...
• operadores discursivos, sobretudo com a função de reforço argumentativo e de concretização
Só é possível interpretar um enunciado com deíticos se houver um conhecimento do contexto de enun- Exs.: de facto, na realidade, por exemplo, mais concretamente, efetivamente, nomeadamente, ...
ciação que permita identificar quem produziu o enunciado, a pessoa a quem se dirige, o espaço e o tempo • marcadores conversacionais ou fáticos
referenciados. Exs.: ouve, olha, presta atenção, homem, ...
• conectores, como os que se apresentam na tabela seguinte, e que têm uma determinada função lógi-
Exemplificando: ca/sintática:
Deíticos Exemplos de enunciados Marcas linguísticas Função lógica/sintática Listagem de conectores Exemplificação
− Formas verbais conjugadas na 1.a pessoa Os ceifeiros não saíam de casa nem conviviam.
Adição (aditivo, copulativo) e / nem / bem como /
(do singular): “Tenho”; “quero” “sou”;” falei” Agrupa, adiciona segmentos, sequências. não só... mas também... Não só li o conto “George” como também
“− Também tenho muitos encontros, eu. resolvi as atividades propostas.
Não quero tê-los mas sou obrigada a
isso, vivo tão só. […] Porque... o tal crime A denunciarem a presença do locutor (eu) Alternativa / exclusão (disjuntivo) (ou... ) ou... / ora... ora... / Ou por vontade ou por interesse, a mulher de
de que lhe falei, o único sem perdão, a Apresenta opções, alternativas. seja... seja... Batola acedeu a ficar com o rádio.
Pessoal − Determinantes possessivos e pronomes
velhice. Um dia vai acordar na sua casa pessoais de 3. a pessoa: “lhe” e “sua” Causa (causal) porque / como / visto que / Dada a extensão do livro, iniciei a leitura no
mobilada...” Introduz a causa, a razão. dado (que) / uma vez que / já que verão.
Maria Judite de Carvalho, “George” Concessão (concessivo) embora / ainda que / mesmo Leio poesia embora prefira a prosa.
A denunciarem a presença do interlocutor Nega o efeito, a conclusão da frase que / conquanto / apesar de /
(tu-você) subordinada, sem impedir o que nela é dito. malgrado / não obstante Apesar de preferir a prosa, também leio poesia.
Conclusão (conclusivo) portanto / assim / logo / O teste é decisivo; logo, tenho de me preparar
“− Partir, não é? Em que se pode pensar
Traduz a conclusão lógica, a inferência resultante. por conseguinte bem.
aqui, neste cu de Judas, senão em
Espacial partir? Ainda não me fui embora por − Advérbio com valor locativo: “aqui” Condição (condicional) se / caso / desde que /
Se respeitares, serás respeitado.
causa do Carlos, mas...” Introduz hipóteses ou condições. a não ser que / contanto que
Maria Judite de Carvalho, “George” como / tal como... (assim...) /
Comparação (comparativo) Tal como os alunos se mostraram interessados,
bem como... também... /
Traduz a comparação. também os professores revelaram satisfação.
“Sai da venda, entra no carro, e diz ao mais (menos) do que…
Batola, aproveitando o ruído do motor: − Advérbio com valor temporal: “agora” O professor afirmou que a obra Mensagem
Temporal − Você, agora, arrume a questão: tem Completamento (completivo) tem um caráter simbólico.
− Marcas de flexão verbal que assinalam o
um mês para a convencer.” Introduz o elemento sintático que completa que / se / para
presente do indicativo: “sai”, “entra” O aluno perguntou se a linguagem era
o sentido do núcleo do grupo verbal.
Manuel da Fonseca, “Sempre é uma companhia” metafórica.
Consequência (consecutivo) daí (que) / por isso / de tal forma... Ele gosta tanto dos poemas de Ricardo Reis
Introduz a ideia de efeito, consequência. que... / tanto, tão, tal... que... que os decorou facilmente.
Em síntese: os elementos de referência deítica podem ser pronomes pessoais, determinantes e prono-
mes possessivos e demonstrativos, advérbios, tempos verbais, algumas preposições e locuções preposi- Finalidade (final) para (que) / a fim de / de modo Participou na visita de estudo a Mafra para
Traduz a intenção visada, o objetivo. (forma) a / com o objetivo de apreciar melhor a obra Saramaguiana.
tivas, alguns adjetivos (atual, contemporâneo, futuro, …), alguns nomes (véspera, …).
Oposição (adversativo) mas / todavia / porém / contudo / Alguns autores têm uma escrita hermética,
Articula conclusões adversárias, diferentes. no entanto mas a beleza das obras mantém-se.
quando / enquanto / mal /
Tempo (temporal) Quando assistimos à leitura expressiva de
entretanto / logo que / depois de /
Exprime relações de tempo. poemas, o seu conteúdo torna-se mais claro.
antes de / desde que
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Bloco informativo Bloco informativo
Reprodução do discurso no discurso Recorde as transformações operadas na passagem do discurso direto para o indireto:
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Bloco informativo Bloco informativo
• apresente progressão, ou seja, que acrescente novos factos • privilegie informação relevante, ou seja, que evite quaisquer Hipotexto Hipertexto Relação
ou ideias; dados ou factos que não sejam pertinentes para o tema;
• obedeça à regra da não contradição, isto é, que não exponha • espelhe a continuidade de sentido, isto é, que não haja “quando, inesperadamente, Carlos apareceu em Lisboa “Esta é a cama que veio da Holanda quando a rainha
ideias ou informações incompatíveis com outras já enunciadas; afastamento do tema/assunto. com um arquiteto decorador de Londres (…). veio da Áustria, (…), que em Portugal não há artífices
Vilaça ressentiu amargamente esta desconsideração de tanto primor, e, se os houvesse, sem dúvida
• renove a informação, eliminando as repetições inúteis;
pelo artista nacional” ganhariam menos.” Alusão
Eça de Queirós, Os Maias José Saramago, Memorial do convento
• Coesão textual
“Ó glória de mandar, ó vã cobiça, ó rei infame, ó pátria
A coesão realiza-se através de mecanismos linguísticos lexicais e gramaticais que conferem con- "Ó glória de mandar! Ó vã cobiça”
sem justiça” Ironia
tinuidade, sentido e progressão entre os elementos da superfície textual, pelo que está intimamente Luís de Camões, Os Lusíadas
José Saramago, Memorial do convento
ligada à coerência.
“Este, que aqui aportou,
“Ulisses é, o que faz a santa casa
Mecanismos de coesão/ Foi por não ser existindo.
Processos implicados Exemplificação À Deusa que lhe dá língua facunda;
Definição Sem existir nos bastou.
Que se lá na Ásia Troia insigne abrasa,
Por não ter vindo foi vindo Alusão
Coesão lexical • Reiteração: repetição de uma mesma unidade lexical ou expressão no Exs.: Cá na Europa Lisboa ingente funda.”
E nos criou.”
Mecanismo que se texto. “D. João, quinto do seu Os Lusíadas, canto VIII
Fernando Pessoa, Mensagem
baseia na repetição • Substituição: substituição de unidades lexicais e expressões por outras nome na tabela real, irá
da mesma palavra ao que se relacio-nam no texto através de relações de: esta noite ao quarto de
longo do texto ou na sua mulher1, D. Mariana
− sinonímia1;
sua substituição por Ana Josefa1, que4 chegou Sequências textuais
outras que com ela se − antonímia2;
há mais de dois anos da
relacionam, constituindo − hiperonímia-hiponímia (hierarquia)3; Qualquer texto é constituído por um conjunto de sequências que podem ser de natureza narrativa, des-
Áustria”
assim uma rede − holonímia/meronímia (parte/todo). critiva, argumentativa, explicativa e dialogal, cada uma correspondendo a um modelo definido por um
semântica adequada “o sol inundou a máquina3, conjunto de características, conforme a tabela seguinte. Recorde-as.
ao tema desenvolvido. brilharam as bolas de
âmbar3 e as esferas3…”
Coesão gramatical • referencial4: relaciona-se com o uso anafórico de pronomes. Natureza da sequência Natureza da sequência Exemplificação
Relaciona-se com a • frásica5 (concordância): refere-se aos mecanismos linguísticos usados “A máquina5 rodopiou5 Narrativa • Pretérito perfeito alternando com
organização interna dos na ligação dos elementos que constituem as frases ou cada uma das duas vezes, despedaçou5, Narração de acontecimentos pretérito imperfeito e presente do
elementos linguísticos suas partes, como a: rasgou5 os arbustos que6 a4 “O táxi desceu a Calçada da Estrela, virou nas
realizados por personagens indicativo.
e com os princípios envolviam, e6 subiu.” Cortes, em direção ao rio, e depois, pelo caminho já
− ordenação das palavras na frase; num determinado espaço e
da concordância • Conectores de natureza espácio- conhecido, ganhou a Baixa, subiu a Rua Augusta”
− flexão e concordância (género e número); que apresentam uma certa
“Sete-Sóis e Sete-Luas, se temporal.
sequencialização temporal. José Saramago, O ano da morte de Ricardo Reis
− regências verbais ou outras exigidas na construção de uma unidade nome tão belo lhe4 puseram, • Articuladores que demarcam a
(conto, fábula, lenda, novela,
de sentido. bom é que o4 use, não sequencialização narrativa.
romance, …)
• interfrásica6: reporta-se aos mecanismos que servem para ligar as desceram de S. Sebastião
frases, os períodos e os parágrafos de um texto através de conectores da Pedreira…” • Predomínio de verbos de estado (ser/
ou apenas da pontuação quando se pressupõe a elipse de conectores. estar/parecer/…).
“Amanhã7 Blimunda terá7 os Descritiva “Por uma dessas alongadas ruas do Porto, que sobe
• temporal7: relaciona-se com mecanismos linguísticos, como advérbios • Utilização do presente e/ou imperfeito
seus olhos, hoje7 é7 dia de Apresentação da descrição de um que sobe e não se acaba, há de encontrar-se um
e tempos verbais, que instituem uma relação temporal com sentido, na do indicativo para transmitir a
cegueira” objeto/tema ao qual se atribuem cruzamento alto, de esquinas de azulejo, janelas
superfície textual. Verifica-se através da: perspetiva durativa.
caraterísticas/qualidades. de guilhotina, telhados de ardósia em escama.”
− utilização correlativa dos tempos verbais; • Estruturas qualificativas
* Todos os excertos pertencem à obra (retrato, adivinha, …) Mário de Carvalho, “Famílias desavindas”
− compatibilidade entre os advérbios de localização temporal e os Memorial do convento, de José Saramago
(modificadores/orações relativas, …).
tempos verbais selecionados. • Recurso a figuras de estilo.
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II – VERBOS INSTRUCIONAIS
Bloco informativo Bloco informativo
A compreensão de um enunciado é fundamental para o desenvolvimento de um raciocínio correto, que conduza a uma respos-
Natureza da sequência Natureza da sequência Exemplificação
ta clara e contextualizada. Para se perceber as operações implicadas nas questões que são colocadas, elencam-se os verbos
Argumentativa mais utilizados na questionação a que está sujeito.
A intenção comunicativa é • Verbos no presente do indicativo.
a de convencer, persuadir o “Um sopro de vida paira agora sobre a aldeia.
• Estruturação do discurso Verbo Operações que implica
interlocutor. A argumentação Todos sabem o que acontece fora dali. E sentem
argumentativo:
está presente em várias situações que não estão já tão distantes as suas pobres Examinar com atenção; observar atentamente o universo de referência, estabelecendo conexões entre as partes, de
tese argumentação conclusão. casas. Até as mulheres vêm para a venda depois Analisar
do dia a dia, nomeadamente modo a descodificar os sentidos do todo.
discussões, debates, conversas. • Abundância de conectores que da ceia. Há assuntos de sobra para conversar.”
Apresentar Mostrar; expor uma ideia, um conceito, uma conclusão.
(artigos de opinião, discursos marcam a progressão e articulam as Manuel da Fonseca “Sempre é uma companhia”
políticos, sermões, textos diferentes partes do texto. Associar Fazer corresponder ideias ou aspetos que se relacionam entre si; ligar elementos.
publicitários, …)
Avaliar Apreciar, emitindo um juízo de valor.
Apresentar a descrição pormenorizada e exata; mostrar as características de determinado espaço, personagem,
• Utilização predominante do Presente Caracterizar
Explicativa comportamento.
do Indicativo “O sistema é simples […]. Um homem pedala
A intenção comunicativa é a numa bicicleta erguida a dez centímetros do chão Clarificar Demonstrar com clareza o sentido de um excerto textual, de uma ideia, de uma posição.
de explicar, expor e informar. • Discurso predominantemente de
por suportes de ferro. A corrente faz girar um
O objetivo é conduzir o leitor à terceira pessoa Interpretar criticamente uma ideia, um excerto textual, uma imagem, evidenciando pormenores; explicar emitindo
imã dentro de uma bobina. A energia gerada vai Comentar
compreensão da informação • Especificidade lexical (de acordo com a um juízo de valor.
acender as luzes de um semáforo, comutadas pelo
fornecida. temática abordada) ciclista.” Comparar Apresentar as semelhanças ou as diferenças entre dois termos / objetos / universos em análise.
(artigos de natureza científica ou • Estruturas qualificativas
enciclopédica, nas definições, …) Mário de Carvalho, “Famílias desavindas” Concluir Formular uma dedução; estabelecer uma ilação.
(modificadores, orações relativas, …)
Deduzir Expor de forma fundamentada uma conclusão, através de um raciocínio.
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III – GÉNEROS TEXTUAIS - Domínios e marcas textuais
Bloco informativo
Estruturação tripartida. Género textual que faz a apresentação de um Uso de uma linguagem apelativa.
Encadeamento lógico dos tópicos abordados. determinado objeto / assunto / tema com Recurso a frases interrogativas e exclamativas.
publicitário
Texto onde se faz a apreciação
Apreciação crítica
Oralidade
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valorativa de um determinado Oralidade vista à divulgação das suas características,
Recurso a mecanismos de coesão − conectores, deíticos, ... Uso de recursos expressivos. (compreensão
objeto (livro, disco, exposição, (expressão oral) funcionalidades, interesse e captação de do oral)
Uso de uma linguagem valorativa. Leitura interessados no produto. Utilização de neologismos.
…), observando-se, sob uma 10.˚
perspetiva crítica, as suas Utilização expressiva da pontuação e da linguagem. Escrita Possui um caráter apelativo e recorre a Utilização de mecanismos de coesão da expressão
características, funcionalidades e Predomínio dos nomes e dos adjetivos. 10.˚/ 11.˚/ 12.˚ múltiplas linguagens (verbal, não verbal). oral e de recursos não verbais.
interesse. Na oralidade: utilização de mecanismos de coesão da
expressão oral e de recursos não verbais. Texto expositivo sobre um determinado
Uso de uma linguagem clara, objetiva e específica
divulgação
científic
Texto de caráter demonstrativo Oralidade Hierarquização das ideias e explicitação das fontes.
onde se disserta de forma clara Recurso a mecanismos de coesão − conectores, deíticos, … (compreensão e seletiva e criteriosa.
um tema
informação relevante sobre o Predomínio dos nomes e dos verbos e das frases declarativas. descritivo, versando uma variedade de temas.
assunto. 10.˚/ 11.˚/ 12.˚ Surge numa diversidade de formatos e Predomínio do discurso de primeira pessoa. Uso de
Na oralidade: utilização de mecanismos de coesão da utilizando múltiplos recursos. uma linguagem valorativa. Leitura
expressão oral e de recursos não verbais. Registo das impressões do emissor acerca Utilização expressiva da pontuação e da linguagem. 10.˚
de lugares onde se assiste à prevalência do Predomínio dos nomes e dos adjetivos.
Estruturação tripartida. discurso pessoal e, portanto, com marcas de
Texto de natureza expositiva- subjetividade.
Encadeamento lógico dos tópicos abordados.
Texto/Artigo de
assunto sob uma perspetiva Uso de uma linguagem valorativa. Leitura contra-argumentos, provas, …). Oralidade
pessoal, emitindo um juízo de valor Recurso às frases declarativas, à linguagem objetiva, a nomes e Escrita Texto argumentativo cujo objetivo é a
(compreensão
de forma clara, através do recurso persuasão, através da defesa de um ponto Utilização de recursos expressivos.
a adjetivos. 11.˚/ 12.˚ do oral)
a argumentos e aos respetivos de vista. São colocadas em destaque as Predomínio da primeira pessoa do singular. Leitura
exemplos. Na oralidade: utilização de mecanismos de coesão da capacidades de expor, de argumentar, ...
expressão oral e de recursos não verbais. Utilização de mecanismos de coesão da expressão 11.˚
oral e de recursos não verbais.
intervenientes, o que implica a Recurso à subjetividade do autor. (compreensão Recurso ao valor expressivo da linguagem.
do oral) Interação verbal de caráter persuasivo, onde Oralidade
Utilização da primeira e da terceira pessoas. Utilização de
Diálogo
diversidade de pontos de vista e a cada interveniente defende um ponto de Respeito pelas normas reguladoras da interação
mecanismos de coesão da expressão oral e de recursos não 10.˚ (compreensão e
veiculação de informação ampla vista, através do recurso a argumentos e comunicativa (princípios da cortesia e da expressão oral)
e seletiva. verbais. cooperação).
exemplos válidos. 12.˚
Utilização de mecanismos de coesão da expressão
Uso de uma linguagem objetiva e clara. oral e de recursos não verbais.
Texto que faz a apresentação de
Documentário
uma determinada perspetiva. Utilização da primeira e da terceira pessoas. Utilização expressiva da linguagem. Encadeamento Leitura
Veicula informação criteriosa e 10.˚ o quotidiano.
Utilização de mecanismos de coesão da expressão oral e de Predomínio de sequências narrativas e lógico dos tópicos tratados. Utilização de 12.˚
seletiva com um fim didático. mecanismos de coerência e de coesão textual.
recursos não verbais. ordenação cronológica dos acontecimentos.
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Géneros Definição e marcas Domínios
Memórias
Caracteriza-se pela variedade de temas e pela Utilização expressiva da linguagem. Leitura
narratividade. Encadeamento lógico dos tópicos tratados.
Possui valor documental, uma vez que 12.˚
Utilização de mecanismos de coerência e de coesão
permitir a reconstrução de espaços, épocas, textual.
vivências pessoais.
Nota: informação recolhida e sistematizada a partir do documento oficial Programa e Metas Curriculares de Português – Ensino Secundário.
IV – RECURSOS EXPRESSIVOS
Bloco informativo Bloco informativo
No texto literário, o desvio relativamente ao uso normalizado da língua é uma marca do poder criativo da linguagem. Contra- Recurso
riamente ao texto informativo e de linguagem corrente, o texto literário sugere muito mais do que diz, explora a diferença, a Definição Exemplificação
expressivo
estranheza bem como o caráter plurissignificativo da linguagem. Para tal, a contribuição dos recursos expressivos que a língua
Atribuição, ao ser ou entidade designado por uma palavra, “Da vida pálida, levando apenas/As rosas breves, os
permite é fundamental.
de uma qualidade ou ação logicamente pertencente a outro sorrisos vagos, / E as rápidas carícias/Dos instantes
Hipálage
ser ou entidade expresso ou subentendido na mesma frase volúveis”
Tal é conseguido porque a língua permite construções que evidenciam mecanismos estilísticos e expressivos vários. Neles
ou sequência textual. Ricardo Reis
cabem os recursos expressivos como:
Utilização de termos excessivos para efeito de exagero “Com este mal-estar a fazer-me pregas na alma!”
Recurso Hipérbole
Definição Exemplificação da realidade. Álvaro de Campos
expressivo
“Da vida iremos / tranquilos, tendo / nem o remorso /
“Porque é ligeiro, leve, certo / No ar de amavio?” Separação de palavras ou membros de frase (sintaticamente
Adjetivação Utilização expressiva e recorrente da classe dos adjetivos. Hipérbato de ter vivido.”
Fernando Pessoa ligados) por intercalação de outros segmentos frásicos.
Ricardo Reis
“As folhas, e volve, e revolve, /E esvai-se inda Encadeamento de metáforas e/ou de comparações, “Ó mar salgado, quanto do teu sal / São lágrimas de
Aliteração Repetição sucessiva de um tipo de sons consonânticos. outra vez” Imagem contribuindo para uma associação de realidades que têm Portugal!”
Fernando Pessoa características comuns. Fernando Pessoa, Mensagem
“Estou doido a frio, / Estou lúcido e louco, / Estou “Sem a loucura que é o homem / Mais que a besta sadia,
Repetição de uma palavra ou expressão no início de versos Interrogação Questão que se formula não para obter resposta, mas para
Anáfora alheio a tudo e igual a todos.” / Cadáver adiado que procria?”
ou de frases sucessivos. retórica melhor orientar/realçar a ideia a transmitir.
Álvaro de Campos Fernando Pessoa, Mensagem
Troca da ordem normal dos elementos numa construção “As rosas amo dos jardins de Adónis”
“gente de muita força e pouco mimo” Inversão
Antítese Aproximação de duas ideias opostas ou contraditórias. sintática. Ricardo Reis
José Saramago, Memorial do convento
Expressão de palavra/ideia polemicamente orientada para “D. Maria Ana estende ao rei a mãozinha suada e fria”
“Senhor, falta cumprir-se Portugal!” Ironia conclusão diferente daquilo que é o sentido literalmente
Interpelação, chamamento do recetor a quem é destinado José Saramago, Memorial do convento
Apóstrofe proferido.
o discurso. Fernando Pessoa, Mensagem
Reconstrução, por analogia, do significado normal de uma “O cântaro está à espera da fonte.”
“este que abre o gavetão, aquele que afasta a Metáfora palavra ou expressão, aproximando-o ou associando-o a um
Supressão intencional de articuladores/conectores entre palavras, cortina, um que levanta a luz” campo semântico distinto. José Saramago, Memorial do convento
Assíndeto
expressões ou frases sucessivas.
José Saramago, Memorial do convento
Relação sintática de termos com lógica contraditória no seio “Ao ruído cruel e delicioso da civilização de hoje?”
Oxímoro
de um juízo. Álvaro de Campos
“choram os olhos de Blimunda como duas fontes
Relação de realidades, colocadas em paralelo, por meio de um
Comparação de água”
termo comparativo ou verbos como parecer, lembrar, sugerir, ... “E se antes do que eu levares o óbulo ao barqueiro
José Saramago, Memorial do convento Utilização de uma expressão composta por vários termos
Perífrase sombrio”
em vez da possibilidade de utilizar uma só palavra.
Ricardo Reis
“Buscar na linha fria do horizonte / A árvore, a praia,
Apresentação sucessiva de elementos, frequentemente da mesma
Enumeração a flor, a ave, a fonte” “Fita com olhar esfíngico e fatal, / o Ocidente”
categoria gramatical ou com o mesmo tipo de estruturação. Atribuição de sentimentos, ações ou ideias próprias do
Fernando Pessoa, Mensagem Personificação
ser humano a objetos ou elementos da Natureza. Fernando Pessoa, Mensagem
Atenuação na transmissão de uma ideia ou de uma realidade “se for sombra antes” (= se morrer primeiro) “Sejamos simples e calmos / como os regatos e as
Eufemismo Repetição intencional de articuladores entre palavras ou
excessiva, semanticamente negativa. Ricardo Reis Polissíndeto árvores / E Deus amar-nos-á”
frases sucessivas.
Alberto Caeiro
Recurso a sequências/frases de tipo exclamativo, marcando “Ah, poder ser tu, sendo eu!”
Exclamação “E ao imenso e possível oceano / Ensinam estas
reações, atitudes expressivas e subjetivas Fernando Pessoa Expressão da parte pelo todo, do singular pelo plural, do
Sinédoque Quinas, que aqui vês.”
abstrato pelo concreto e vice-versa.
Fernando Pessoa, Mensagem
Sucessão de, pelo menos, três termos sintaticamente equivalentes, “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”
Gradação organizados segundo uma ordem crescente (progressiva) Fusão de sensações decorrentes da perceção de diferentes “O cheiro fresco a tinta de tipografia!”
ou decrescente (regressiva). Fernando Pessoa, Mensagem Sinestesia
sentidos. Álvaro de Campos
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V – NOÇÕES DE VERSIFICAÇÃO VI – FICHA DE LEITURA / APRECIAÇÃO CRÍTICA DA OBRA
Bloco informativo Bloco informativo
Os textos poéticos em verso evidenciam um conjunto de aspetos técnicos e versificatórios sistematizados no quadro abaixo.
POESIA
Acento Verso agudo (oxítono ou masculino), grave (paroxítono ou feminino) ou esdrúxulo (proparoxítono).
silábico TEXTO NARRATIVO/DRAMÁTICO
Verso binário (dois segmentos com uma pausa); verso ternário (três segmentos com duas pausas); verso SOBRE O AUTOR
Ritmo E A SUA ESCRITA
quaternário (quatro segmentos com três pausas).
Título:
SOBRE
A OBRA Editora/ano da edição:
• Classificação da estrofe pelo número de versos:
Número SELECIONADA
monóstico (um), dístico (dois), terceto (três), quadra (quatro), quintilha (cinco), sextilha (seis), sétima (sete), Estrutura: divisão em partes/capítulos/atos/cenas/etc.
de versos oitava (oito), nona (nove), décima (dez), irregular (mais de dez versos).
Sim. Quantos? Não. Qual?
• Rima encadeada – a última palavra de um verso rima com o meio do verso seguinte: principais) O tempo:
Ex.: "Eu sou a que no mundo anda perdida,
Eu sou a que na vida não tem norte" Protagonista(s):
Florbela Espanca
SOBRE Caracterização do(s) protagonista(s):
AS PERSONAGENS Outras personagens:
Em função da • Consoante (rimam vogais e consoantes)
Relevância para a compreensão da obra:
correspondência de sons • Toante (rimam só as vogais tónicas)
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