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Professor(a): Disciplina: Data: ____ / ____ / 2022

Aluno (a):

Competência 3
Selecionar
Trata-se a respeito do processo de escolher, a partir do repertório disponibilizado pelos textos motivadores
e/ou do próprio repertório (construído ao longo da sua vida escolar), informações, opiniões e argumentos
relacionados ao tema proposto e ao seu ponto de vista.
Organizar
É necessário hierarquizar informações, opiniões e argumentos, observando quais deles são mais
importantes para a construção do raciocínio e quais serão complementares aos primeiros, definindo a
maneira mais estratégica de apresentá-la.
Relacionar
É preciso que o participante seja capaz de relacionar os argumentos no plano semântico, a fim de construir
o raciocínio em defesa do ponto de vista. É importante, portanto, que o participante saiba,
estrategicamente, encadear as ideias de forma progressiva, deixando claro o caminho que percorreu.
Interpretar
O participante também deve ser capaz de interpretar informações, opiniões e argumentos corretamente,
contextualizando-os em relação ao tema e, principalmente, em relação ao seu ponto de vista.
Projeto de texto
Esquema geral da estrutura de um texto. Nele são determinados os momentos de introduzir argumentos e
a melhor ordem para apresentá-los, de modo a garantir que o texto final seja articulado, claro e coerente.
O projeto é estratégico quando a defesa do ponto de vista é feita de forma gradual e organizada. Há boa
seleção de fatos, informações e opiniões. O conjunto não é mecânico e nem forçado, pois a relação e a
interpretação dos elementos para a defesa do ponto de vista são bem trabalhadas.
Exemplo
Tema: Os estigmas associados às doenças mentais
No filme estadunidense “Coringa”, o personagem principal, Arthur Fleck, sofre de um transtorno
mental que o faz ter episódios de riso exagerado e descontrolado em público, motivo pelo qual é
frequentemente atacado nas ruas. Em consonância com a realidade de Arthur, está a de muitos cidadãos,
já que o estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira ainda configura um desafio a ser
sanado. Isso ocorre, seja pela negligência governamental nesse âmbito, seja pela discriminação dessa
classe por parcela da população verde-amarela. Dessa maneira, é imperioso que essa chaga social seja
resolvida, a fim de que o longa norte-americano se torne apenas uma ficção.
Nessa perspectiva, acerca da lógica referente aos transtornos da mente no espectro brasileiro, é
válido retomar o aspecto supracitado quanto à omissão estatal nesse caso. Segundo a OMS (Organização
Mundial da Saúde), o Brasil é o país com maior número de casos de depressão da América Latina e,
mesmo diante desse cenário alarmante, os tratamentos às doenças mentais, quando oferecidos, não são,
na maioria das vezes, eficazes. Isso acontece pela falta de investimentos em centros especializados no
cuidado para com essas condições. Consequentemente, muitos portadores, sobretudo aqueles de menor
renda, não são devidamente tratados, contribuindo para sua progressiva marginalização perante o corpo
social. Esse contexto de inoperância das esferas de poder exemplifica a teoria das Instituições Zumbis, do
sociólogo Zygmunt Bauman, buque as descreve como presentes na sociedade, mas que não cumprem
seu papel com eficácia. Desse modo, é imprescindível que, para a completa refutação da teoria do
estudioso polonês, essa problemática seja revertida.
Paralelamente ao descaso das esferas governamentais nessa questão, é fundamental o debate
acerca da aversão ao grupo em pauta, uma vez que ambos representam impasses para a completa
socialização dos portadores de transtornos mentais. Esse preconceito se dá pelos errôneos ideais de
felicidade disseminados na sociedade como metas universais. Entretanto, essas concepções segregam os
indivíduos entre os “fortes” e os “fracos”, em que os fracos, geralmente, integram a classe em discussão,
dado que não atingem os objetivos estabelecidos, tal como a estabilidade emocional. Tal conjuntura
segregacionista contrária o princípio do “Espaço Público”, da filósofa Hannah Arendt, que defende a total
inclusão dos oprimidos — aqueles que possuem algum tipo de transtorno, nesse caso — na teia social.
Dessa maneira, essa celeuma urge ser solucionada, para que o princípio da alemã se torne verdadeiro no
país tupiniquim.
Repertório Sociocultural

 “As redes sociais são uma armadilha”;

 “Esquecemos o amor, a amizade, os sentimentos, o


trabalho bem feito. O que se consome, o que se compra,
são apenas sedativos morais que tranquilizam seus
escrúpulos éticos”;

 “Os tempos são ‘líquidos’ porque tudo muda tão


rapidamente. Nada é feito para durar, para ser ‘sólido’.”;
Zygmunt Bauman

 “Tudo é mais fácil na vida virtual, mas perdemos a arte das relações sociais e da amizade”

 “O revolucionário mais radical se torna um conservador no


dia seguinte à revolução”
Para Arendt, liberdade política é sinônimo de ação. A humanidade só
se torna livre, de fato, ao agir e decidir, em conjunto, seu futuro
comum.

 “A essência dos Direitos Humanos é o direito a ter


direitos”
A preservação do espaço público é tema constante e de grande
relevância no pensamento de Arendt: essa seria a única forma de
assegurar as condições da prática da liberdade e da manutenção da
cidadania. Seu livro mais famoso, A Condição Humana, busca, entre
outros questionamentos importantes, compreender como e por que
regimes totalitários se fortalecem. Hannah Arendt

 “Poder e violência são opostos; onde um domina absolutamente, o outro está ausente”
O último livro publicado por Arendt, em 1963, traduzido no Brasil sob o título Sobre a Violência, é
inteiramente dedicado a compreender por que o mundo vivia (e ainda vive) uma escalada de destruição e
guerras. Ela mostra que a glorificação da violência não se restringe à minoria de militantes e extremistas.
E que a base do poder é, na realidade, convivência e cooperação. Segundo Arendt, a violência destrói o
poder, pois se baseia na exclusão da interação e da cooperação entre as pessoas.

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