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Escola Secundária Dr.

Joaquim Gomes Ferreira Alves


BIOLOGIA E GEOLOGIA
10ºano de escolaridade
Ficha de trabalho – Grupo experimental
Nome:_____________________________________________________ _______________ Nº __ Turma:___

“Um estudo científico divulgado hoje conclui que, tal como os oceanos, os cursos de água doce também são afetados
pela subida de dióxido de carbono na atmosfera, aumentando a acidificação, com consequências para as suas
espécies e para os ecossistemas. Este trabalho foi desenvolvido por um grupo de investigadores coordenados por
Linda Weiss da Ruhr-University Bochum, na Alemanha. A equipa de biólogos analisou dados recolhidos entre 1981 e
2015, em quatro barragens na Alemanha. Essa análise mostrou que os níveis de CO2 nos reservatórios aumentaram
continuamente e o valor do pH foi reduzido em 0,01, em média, por ano. Para avaliar as consequências ecológicas
dessa mudança, os biólogos investigaram de que maneira as mudanças nas condições ambientais afetam uma
espécie-chave nos ecossistemas de água doce: a dáfnia, também chamada pulga-de-água. A dáfnia é um
microcrustáceo filtrador que se alimenta de pequenas partículas em suspensão na água, como por exemplo
microalgas verdes. Além disso, serve de alimento a várias espécies de peixes pequenos, larvas de peixes e larvas de
insetos. A dáfnia é bastante sensível a uma grande variedade de substâncias como, por exemplo, metais, pesticidas,
detergentes, fármacos, entre outros. Como crustáceo, possui uma carapaça que sofre muda periódica, permitindo
assim o crescimento em comprimento do organismo. Esta carapaça é transparente facilitando a visualização
microscópica dos seus órgãos internos. Por estas razões, entre outras, é muito utilizada como modelo biológico em
estudos de fisiologia, ecologia, e toxicologia ambiental. As dáfnias ativam vários mecanismos de defesa na presença
de predadores; elas podem, por exemplo, mudar a sua forma ou cultivar pequenos espinhos ao redor do “pescoço”.
As dáfnias identificam os seus predadores, “cheirando” os seus sinais químicos, e ativam mecanismos de defesa
adequados. Esta tática garante a sobrevivência a longo prazo da população. Os investigadores estudaram duas
espécies de dáfnias em três meios de cultura cujos níveis de CO2 na água eram diferentes. Adicionaram sinais
químicos que as dáfnias detetam na presença de predadores e, posteriormente, registaram de que maneira as
dáfnias reagiram a esses sinais químicos. Os resultados foram os mesmos para ambas as espécies, Daphnia pulex e
Daphnia longicephala: quanto maior a concentração de CO2 no meio de cultura, mais fraca é a ativação dos
mecanismos de defesa da dáfnia. Isto porque, presumivelmente, o aumento dos níveis de CO2 interfere com o seu
sentido do olfacto. “Muitos organismos de água doce dependem do seu sentido de olfacto”, explica uma das
investigadoras. “Se esse sentido for comprometido noutras espécies, também devido ao aumento dos níveis de CO 2,
este desenvolvimento pode ter consequências em todo o ecossistema.”

Fontes: https://www.cell.com/current-biology (adaptado)


https://www.ciimar.up.pt/oCIIMARnaEscola/ (adaptado)

Na resposta a cada um dos itens de 1. a 5., seleciona a única opção que permite obter uma afirmação correta.

1. O objetivo da pesquisa descrita no documento foi estudar …


(A) o papel das dáfnias no ciclo do carbono.
(B) o papel das dáfnias no equilíbrio dos gases com efeito de estufa.
(C) a interferência da concentração de CO2 da água doce nos mecanismos de defesa.
(D) a influência do dióxido de carbono no aquecimento global.

2. Poder-se-iam colocar reservas relativamente a este estudo se …


(A) tivesse sido selecionado um reduzido número de indivíduos para os diferentes meios de cultura.
(B) existisse apenas um grupo de controlo experimental.
(C) fosse aplicada a mesma técnica de recolha de resultados nos diferentes meios de cultura.
(D) todas as dáfnias selecionadas estivessem na mesma fase de desenvolvimento biológico.
Escola Secundária Dr. Joaquim Gomes Ferreira Alves
BIOLOGIA E GEOLOGIA
10ºano de escolaridade

3. A variável independente do trabalho de investigação descrito é …


(A) o crescimento das dáfnias.
(B) o crescimento da população de dáfnias.
(C) o aumento dos gases com efeito de estufa na atmosfera.
(D) a concentração de dióxido de carbono na água.

4. A variável dependente do trabalho de investigação descrito é …


(A) os sinais químicos dos predadores.
(B) os níveis de O2 consumidos.
(C) os níveis de CO2 libertados.
(D) a mudança da forma das dáfnias.

5. A relação das dáfnias com a água doce revela uma interação entre a …
(A) hidrosfera e geosfera.
(B) biosfera e atmosfera.
(C) biosfera e a hidrosfera.
(D) biosfera e a geosfera.

6. Quanto à organização celular e tipo de nutrição, as dáfnias são seres vivos, respetivamente …
(A) multicelulares e heterotróficos por absorção.
(B) multicelulares e heterotróficos por ingestão.
(C) unicelulares e heterotróficos por absorção.
(D) unicelulares e heterotróficos por absorção.

7. As dáfnias são muito usadas como modelos biológicos experimentais, devido a …


(A) serem ser vivos de reduzidas dimensões.
(B) possuírem carapaça transparente.
(C) possuírem apêndices articulados.
(D) produzirem um elevado número de descendentes.

8. Explica em que medida a subida dos níveis de concentração de CO2 nos meios aquáticos de água doce poderá
afetar a sobrevivência das populações de dáfnias, interferindo deste modo na dinâmica dos ecossistemas.

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