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PAINEL DA LOJA DE COMPANHEIRO

O Painel da Loja de Companheiro apresenta-se mais complexo, sem moldura ao


redor, sem a Orla dentada ou Corda de 81 nós, ou Cadeia de União.
Trata-se da “sublimação” da Escada de Jacó, num sentido esotérico e que comporta
os ensinamentos do 2º Grau.
O Painel tem inspiração egípcia; reproduz o Átrio do Templo e é em forma sinuosa
com 15 degraus até atingir a entrada do Templo.
O Painel, de forma geral, apresenta apenas parte do detalhe da Escadaria que é a
principal, pois cada degrau possui uma simbologia própria.
Os três primeiros Degraus significam o trabalho do aprendizado; as três primeiras
etapas.
Vencidos esses três degraus, encontramos um pequeno patamar; é o momento de
descanso para a meditação, para que tudo o que o Aprendiz acumulou possa “digerir” e
preparar-se para outro alimento mais sólido.
Os cinco sucessivos degraus representam os cinco sentidos, na seguinte ordem:
ouvir, ver, apalpar, cheirar e provar, ou seja, os sentidos da audição, da visão, do tato,
do olfato e do gosto.
Esses cinco sentidos próprios do ser humano, a Maçonaria ensina usá-los com
equilíbrio e sabedoria.
É o aspecto esotérico dos sentidos espirituais, por exemplo: da “terceira visão”.
Assim, o Companheiro estaciona em cada “degrau” que constitui um “estágio” em
seu aprendizado, para poder prosseguir.
Sem um controle eficiente sobre os seus sentidos, o Maçom não poderá entregar-se
ao estudo das ciências.
Essas Ciências e Artes, a tradição mantém em número limitado, pois, o
conhecimento do Grau de Companheiro, não é universal, mas parcial.
As ciências e artes são em número de sete, a saber: Gramática, Retórica, Lógica,
Aritmética, Geometria, Música e Astronomia.

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Cada uma já expressa por si mesma, o seu conteúdo e seu valor; chama a atenção a
colocação das Artes precedendo o estudo da Astronomia; a colocação é acertada, pois, a
pausa sonora, educa o ouvido para adaptá-lo a escutar o som das “esferas celestiais”.
Não se há que confundir Astronomia com Astrologia.
Somente após vencidas essas sete etapas, que demanda um longo estágio é que o
Companheiro poderá adentrar no Templo.
Interessante verificar que até aqui, o trabalho é realizado no “ÁTRIO”. Mas, dirão
os leitores: tanto os Aprendizes como os Companheiros não trabalham dentro de um
Templo?
Evidentemente que sim, no entanto, não se deve esquecer da existência do “Templo
Interno”, que cada um possui.
O Templo material não pode ser confundido com o Templo Espiritual. O Aprendiz
trabalha em um lugar denominado de “Oficina”.
O Companheiro, já trabalha em uma “Escola”, embora dentro de um Templo; quem
trabalha em uma escola, não está dentro de um templo do saber?
Esses aspectos curiosos são próprios da Maçonaria que aparentemente são
contraditórios ou paradoxais, mas que analisados, apresentam, sempre, a sua razão de
ser.
Para o ingresso em um Templo Maçônico se faz necessária uma adequada
“preparação”, interna e externa; a vestimenta, a marcha, a luz e o som, são requisitos a
observar com rigor.
Um dos pontos “fracos” da Maçonaria Brasileira é o pouco cuidado que se tem
quanto ao trabalho do Companheiro, pois, se dá mais atenção ao Aprendiz.
Nos Painéis dos Átrios colocados nas paredes laterais das Escadarias, notam-se
ramos de trigo, videira e oliveira, os três alimentos principais originários do Egito,
simbolizando que a “alimentação” deverá ser observada com adequação, evidentemente
se trata do “alimento” da mente e do espírito.
A Escadaria apresenta, apenas parte do corrimão, e vem colocado à esquerda,
abrangendo os cinco degraus dos sentidos e é constituído por um balaústre formado de

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colunetas que reproduzem cinco ordens: Toscana, Dórica, Jônica, Coríntia e Compósita.
Isso expressa que o primeiro ciclo de aprendizado abrange o conhecimento da
construção passada, grega e itálica, pois no Egito, não existiam Colunas apenas
ornamentais, mas simbolizando a estatuária.
Como detalhe, a “Estrela Flamejante” vem colocada, também no Átrio. Não está
definido, como deva ser ornamentado um Templo para o trabalho no Grau de
Companheiro.
Por uma questão prática e financeira, porque os Templos no Brasil são pobres, como
parca é a própria Instituição, todos os trabalhos são realizados, inclusive no Grau três,
no Templo de Aprendiz.
Impossível de contornar, o “jeitinho” brasileiro deverá funcionar para que nada
sofra constrangimento.

Bibliografia:

Rizzardo da Camino – VADE-MECUM DO SIMBOLISMO MAÇÔNICO

Elaborado por: Ir∴Joel Ribeiro dos Santos M∴M∴

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