Você está na página 1de 1

LICENCIATURA EM PEDAGOGIA

DISCIPLINA: Educação de Jovens e Adultos Professora: Juliana Contti Castro


ALUNA: Samara Pinudo Pasoline

Referência: DI PIERRO, Maria Clara; JOIA, Orlando; RIBEIRO, VERA. Visões da


educação de jovens e adultos no Brasil. Cadernos Cedes, v. 21, n. 55, p. 58-77, 2001.

Resenha:
No Brasil, a educação de jovens e adultos (EJA) começou a ser presente em pautas políticas a
partir dos anos 40, em que se iniciou o processo de preocupação com a escolarização de
quem estava excluído da escola. Lourenço Filho destacou, então, a importância da educação
de adultos sobre a educação das crianças, além de elevar os níveis da educação brasileira que
é um dos principais índices para o cálculo do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) do
país. A partir dos anos 60, com os esforços de Paulo Freire para uma educação crítica e
direcionada à transformação social dos adultos, a educação de jovens e adultos em diversos
graus foi direcionada por programas realizados por Freire. Até que em 1964, com o golpe
militar, o governo federal extinguiu todos os projetos de alfabetização de adultos baseados
nas proposições de Paulo Freire e inaugurou em 1969 o MOBRAL para erradicar o
analfabetismo no Brasil. Como o MOBRAL tivera investimento para estar presente em todo o
país, foi um forte mecanismo de legitimação do golpe militar no Brasil, até que foi extinto em
1985 por não trazer os resultados que pretendia. Até então a educação básica ganha espaço na
legislação apenas a partir de 1971 com muitas limitações, sendo que a partir da Constituição
Federal de 1988 a educação básica se amplia aos jovens e adultos. Nos anos 90, a educação
de jovens e adultos passa ainda por vários eventos de deslegitimação a partir de conjunturas
internacionais que afetaram não só o Brasil, mas outros países do mundo. Apesar de todos os
esforços para que os milhões de brasileiros tenham acesso e concluam o ciclo básico da
educação às dinâmicas escolares e fatores sociais como a pressão do mundo do trabalho,
dificuldades financeiras e vulnerabilidade social não só ‘expulsam’ o aluno da escola, mas
como também traz à educação de jovens e adultos cada vez mais um público mais jovem.
Diante de todas as dificuldades que a educação de jovens e adultos enfrenta no Brasil trazidas
pelos autores, o ponto que mais se destaca para garantir a equidade do acesso ao direito
básico de educação que me chamou atenção foi a necessidade de superação da concepção de
idade para aprender. Mas é claro, é necessário que haja o desenvolvimento de políticas para a
formação de pessoas jovens e adultas sem que sejam pautadas em uma política de
compensação, nem que o ensino seja abreviado apenas para cumprir objetivos, mas sim para
formar cidadãos críticos e agentes de transformação.

Você também pode gostar