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AVALIAÇÃO DE LINHAS DE melhor resultado (62,35%). Os


COLAGEM DE JUNTAS DE maiores problemas encontrados para
FINGER JOINT UTILIZANDO os fingers joints da espécie Tectona
MADEIRAS DE Pinus taeda E grandis ocorreram com o corpo de
Tectona grandis prova quatro. Este apresentou para a
variável tensão máxima o pior
Mauro Itamar Murara Junior* resultado entre todos (19,55 kgf/cm²),
Ricardo Rosa Peres** além de apresentar o pior resultado
entre todos para a variável deflexão
* Professor do curso de Engenharia Florestal (18,22%) e, por fim, obteve um valor
da Fundação Universidade do Contestado – muito abaixo da média para a variável
FUnC – Campus Canoinhas; módulo elástico.

** Acadêmico do curso de Engenharia Palavras-chave: Polivinil acetato –


Florestal da Fundação Universidade do Resistência finger joint.
Contestado – FUnC – Campus Canoinhas;

Abstract - This study aimed evaluate


Resumo - Este trabalho teve por the modulus of elasticity and bending
objetivo avaliar o módulo de and beding resistance according to
elasticidade e flexão e da resistência à standart EM 310 for instruction thirty
flexão, de acordo com a instrução specimens finger joints, being fifteen
normativa EN 310 para trinta corpos species of Pinus taeda and fifteen
de prova de fingers joints, sendo species of Tectona grandis in the
quinze da espécie Pinus taeda e machine unilateral of test blocks EMIC
quinze da espécie Tectona grandis, na DL 30000. After on specie Pinus taeda
máquina unilateral de teste de blocos was for the instruction nine, showed
EMIC DL 30000. Depois da realização that for the variable maximum stress
dos testes observou-se que o melhor (47,88 kgf/cm²) and for the variable
resultado obtido para fingers joints da deflection (97,08%). The biggest
espécie Pinus taeda foi para o corpo problems found in the finger joints on
de prova nove, que apresentou para a specie Pinus taeda occurred the
variável tensão máxima (47,88 instruction twelve, it showed variable
kgf/cm²) e para a variável deflexão for the maximum stress the worst
(97,08%). Os maiores problemas result among all (13,50 kgf/cm²)
encontrados para os fingers joints da besides gave results well below the
espécie Pinus taeda ocorreram com o average for the variable elastic
corpo de prova doze, apresentando modulus and defection. It can still be
para a variável tensão máxima o pior noted that for the finger joints of the
resultado entre todos (13,50 kgf/cm²), specie Tectona grandis the Best result
além de apresentar resultados muito was obtained for the specimen fifteen,
abaixo da média para as variáveis that had the best result for the variable
módulo elástico e deflexão. Ainda, maximum stress (72,57 kgf/cm²) and
pode-se ressaltar que para os fingers for the variable deflection obtained the
joints da espécie Tectona grandis o second Best result (62,35%). The
melhor resultado obtido foi para o biggest problems for the finger joints
corpo de prova quinze, que obteve o on specie Tectona grandis occurred
melhor resultado para a variável with the four specimen, it showed for
tensão máxima (72,57 kgf/cm²) e para the variable maximum stress the worst
a variável deflexão obteve o segundo result among (19,55 kgf/cm²), besides
2

occurring the worst result among


deflection for (18,22%) and finally
reached a value well below the
average for the variable elastic
modulus.

Introdução
3

Com o crescimento do setor Assim, pode-se entender que


madeireiro pode-se dizer que a tanto no Brasil quanto no mundo o uso
economia brasileira como um todo da matéria-prima vem aumentando
apresentou crescimento da ordem de constantemente, seja ela extraída de
5,3% em 2007 frente ao ano de 2006, modo irregular, seja de acordo com as
visto que o Produto Interno Bruto – PIB legislações específicas de cada país.
do país atingiu US$ 1,30 trilhões Desta forma, entende-se que a
(2007). Por sua vez, a indústria de exploração e utilização deste recurso
Madeira processada mecanicamente natural, quando feita de forma
apresentou crescimento de irracional, pode apresentar sérios
aproximadamente 2,3% em 2007, ano danos ao planeta com o passar dos
em que o PIB deste segmento chegou anos, sendo que estudos comprovam
a US$ 13,1 bilhões (ABIMCI, 2008, p. que o desmatamento descontrolado
02). está contribuindo de forma significativa
para o aquecimento global.
Por outro lado, a Organização
das Nações Unidas para a Agricultura Neste contexto, pode-se afirmar
e Alimentação (FAO), em sua que o uso da matéria-prima florestal
publicação "Estatísticas Florestais de por parte de muitas empresas ainda é
Hoje para Amanhã" ("Forestry feita de forma inadequada, uma vez
Statistics Today for Tomorrow"), prevê que parte deste recurso é
que o consumo de madeira roliça para desperdiçada. Esses resíduos são
fins industriais vai crescer de 1,6 resultados dos processos de
bilhões de metros cúbicos (m³) desdobro, desengrosso, serramento,
registrados em 1991 para 2,6 bilhões fresamento1, entre outros
de m³ por volta do ano de 2010; por acabamentos e seleções que a
sua vez, o consumo de madeira madeira sofre. Pode-se ainda afirmar
serrada vai passar de 456 para 745 que parte das empresas apenas vê a
milhões de m³, e o de painéis à base geração de resíduos como um único
de madeira crescerá de 121 para 313 problema. Em situações como estas é
milhões de m³ no mesmo período 1
Fresamento – De acordo com Ferraresi
(MERCADO DE MADEIRA, ano. (1977, p. 11) o fresamento é definido como o
processo mecânico de usinagem destinado a
p.147). obtenção de superfícies quaisquer com o
auxílio de ferramentas geralmente multi-
cortantes.
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que se observa quando a empresa móveis, e também vendidos


possui a chamada visão diretamente ao consumidor final. A
empreendedora, aquela que faz a “desproporção” encontrada no Finger
diferença e apresenta soluções Face é uma característica muito
inovadoras, de forma que ao contrário apreciada nesses mercados, que
de se desfazer dos resíduos, agrega a valorizam o estilo e o design na
eles um valor de produção, pois ao madeira.
reutilizá-lo atribui-lhe novos fins. Portanto, os resíduos de madeira
gerados pelo seu processamento
Os fingers joints2 são feitos com
podem deixar de ser um desperdício,
o reaproveitamento de pequenos
passando a gerar lucros diferenciados
pedaços de madeira alocados entre
para a empresa, além de apresentar
nós ou outros defeitos. Esses pedaços
mais uma alternativa para o uso da
são juntados novamente, por meio de
matéria-prima para diversos outros
“dedos” formados nas extremidades da
produtos. Com isso, pode-se diminuir o
madeira, que, após a colagem, fica
preço dos produtos manufaturados e
mais resistente do que a matéria-prima
reduzir a exploração da madeira
original. Esse processo é conhecido
virgem.
como Finger-jointing. O resultado final
é tão resistente que, se houver uma
ruptura no produto, com certeza será
na madeira e não na junta realizada.
Com isso, há um reaproveitamento da
madeira que antes serviria para
alimentar as caldeiras. Produtos com a
junta aparente são destinados a
mercados mais exigentes, como o
Europeu e o Asiático. Esses painéis
são utilizados por fabricantes de

2
Fingers Joints - extremidade com encaixe
para facilitar junção das peças de clear.
(MATTOS; GONÇALVES; CHAGAS, 2008) Massa Específica
5

Para Richter e Burger (1974) a O autor já referenciado


massa específica, que reflete a assegura que, para que possam ser
composição química e o volume de feitas comparações entre espécies, as
matéria-lenhosa por peso, é talvez a massas e os volumes devem ser
característica tecnológica mais determinados a um mesmo teor de
importante da madeira, pois dela umidade, uma vez que este exerce
dependem estreitamente outras influência na massa específica. Dentre
propriedades, tais como a resistência as diversas propriedades da madeira,
mecânica, o grau de instabilidade a densidade é a mais utilizada, pois se
dimensional pela perda e absorção de correlaciona diretamente com o peso,
água, etc. com as propriedades físico-mecânicas
da madeira, com a composição celular,
Nas pesquisas Trendelenburg e
podendo ser facilmente determinada.
Mayer-Wegelin (1956), Murara (2005)
encontrou que a massa específica é Porosidade/Permeabilidade
importante, pois permite tirar
A porosidade tem uma relação
conclusões a respeito da
inversa com a massa específica, ou
adaptabilidade da madeira como
seja, madeiras mais densas possuem
material de construção. Este é o
menos poros ou poros de menor
motivo de a madeira ser procurada
tamanho. Esse tipo de madeira
para fins estruturais, devido à boa
costuma apresentar tilos ou alto teor
relação de resistência/peso que
de extrativos, diminuindo, assim, sua
apresenta.
permeabilidade.
As diferenças de arranjo dos
Madeira com alta massa
tecidos, dimensões do lúmen das
específica possui menos espaços
células, e espessura das paredes
vazios e, consequentemente, dificulta
celulares determinam valores próprios
a penetração do adesivo no interior da
de massa específica para cada
madeira, diminuindo o ancoramento,
espécie de madeira. Salienta-se que a
gerando um pequeno percentual de
resistência da madeira está
adesão mecânica. (VICK, 1999, apud
estreitamente relacionada com sua
PRATA 2010).
massa específica (PARKER, apud
MURARA, 2005). Costa Tienne (2006) apud Prata
6

(2010) relata que a porosidade e a porosidade da madeira, Iwakiri (2005)


permeabilidade das madeiras afetam afirma que é preciso controlar a
consideravelmente a adesão das viscosidade do adesivo,
mesmas, tendo em vista que a adesão compensando, assim, a alta
mecânica depende principalmente da permeabilidade com o aumento da
disposição dos espaços vazios para viscosidade e vice-versa.
que haja uma penetração do adesivo
Teoria da Adesão
dentro da madeira e que estes
espaços vazios estejam A adesão ocorre devido ao
desbloqueados, permitindo assim, “ancoramento” mecânico, forças de
depois da cura, uma fixação do atração molecular física, e ao
adesivo por ancoramento. desenvolvimento de ligações químicas
entre a madeira e o adesivo.
Mas, por outro lado, Iwakiri
A teoria da adesão pode ser
(2005) afirma que madeira com alta
dividida em três partes, a teoria
porosidade pode ocasionar numa
mecânica, a teoria da colagem de
penetração excessiva e,
polímeros, e a teoria da adesão
consequentemente, ocorrer a
química. A teoria da adesão mecânica
chamada linha de cola faminta, ou
se dá através de enganchamento
seja, uma fraca ligação entre os
(„interlocking‟) mecânico. A fluidez e
substratos.
penetração do adesivo em substratos

Ao analisar os estudos de Vick porosos levariam à formação de

e Rowell (1990), Prata (2010) afirma ganchos fortemente presos ao

que os adesivos PVAc geralmente substrato após solidificação deste.

apresentam bom fluxo nos lúmens das Outra teoria é a colagem de polímeros

células que estão expostas na onde a adesão se daria através da

superfície a ser colada, mas, dado o difusão de segmentos de cadeias de

seu alto peso molecular, muito polímeros. As forças de adesão podem

provavelmente não penetram as ser visualizadas como as mesmas

paredes celulares. produzidas na adesão mecânica, só

Para adequar o grau de que agora em nível molecular. No

penetração do adesivo em função da entanto, as aplicações desta teoria

variação da permeabilidade e também são limitadas. A mobilidade


de longas cadeias de polímeros é
7

bastante restrita, limitando acetato de vinila, que, por sua vez, é o


severamente a interpenetração resultado da reação entre o acetileno e
molecular proposta nesta teoria. A o ácido acético, podendo ser feita de
última teoria seria a da adesão duas maneiras: pode ser obtida
química onde a adesão se daria através da fusão entre o calcário e o
através de ligações primárias (iônicas, carvão, ou então através da refinação
covalentes, coordenadas e metálicas) do petróleo bruto.
e/ou através das forças secundárias
Existem hoje no mundo várias
intermoleculares. (REMADE, 2007, p.
normas que regulamentam a
3).
resistência dos adesivos para madeira,
Polivinil Acetato (Pva) porém a norma adotada no Brasil, pelo
menos a mais citada, é EN-204, que
Os adesivos PVAc, U.S.
classifica os adesivos em quatro
Products Laboratory, apresentam
grupos de durabilidade: D1; D2; D3 e
características como sendo um líquido
D4. O grupo menos exigido é a classe
pronto para uso, de cor branco a
D1, que são adesivos aplicados em
castanho-claro ao amarelo, sendo que
componentes de uso interior que ficam
a interface de colagem apresenta-se
expostos em ambientes que apresente
incolor. Quanto à colagem em si, este
condições de umidade de equilíbrio de
líquido pode ser aplicado diretamente
15%. O grupo mais exigido é a classe
na madeira, prensado em temperatura
D4, que são adesivos aplicados em
ambiente ou através de alta
componentes de uso interior e exterior
frequência, sendo que depois de
e que ficam expostos ao tempo com
colado, o produto apresenta alta
algum tipo de proteção, e que, além de
resistência mecânica quando em
atingir a resistência mínima exigida
ambiente seco. Seu ponto crítico de
pela classe D1, tem que apresentar
utilização se dá em ambientes com
resistência mínima de 4 N/mm² para
altas temperaturas e alta umidade.
imersão em quatro dias à temperatura
(PRATA, 2010).
ambiente e para seis horas em fervura

Pizzi (1983), ao ser estudado com duas horas imersão em água à


por Prata (2010), ressaltou que a temperatura ambiente. (HAUBRICH et

produção desta resina é feita através al, 2007 apud PRATA, 2010).

da polimerização do monômero de
Materiais e Métodos
8

Foram testadas 30 réguas de blocos. A máquina de teste de blocos


finger joint, sendo 15 constituídas por impõe uma determinada força ao
madeira da espécie Pinus taeda, e 15 corpo de prova, até que este não
por Tectona grandis. As réguas de apresente resistência e se rompa.
finger joint possuem, em média, Todas as ações são registradas
dimensões de 350 mm de automaticamente em um computador
comprimento por 19,26 mm de largura atrelado a máquina, que geram
e 12,68 mm de espessura. gráficos demonstrando os processos
ocorridos nos corpos de prova ao se
Os corpos de prova foram
constituir o teste.
colados com o adesivo Polivinil
Acetato (PVA), D3. Resultados e Discussões

Os testes laboratoriais foram A seguir são mostrados os


desenvolvidos no Laboratório de valores obtidos para a tensão máxima,
Tecnologia da Madeira da Fundação deflexão e módulo elástico, em fingers
Universidade do Contestado, Campus de Pinus taeda após serem
Canoinhas, local este que apresenta submetidos testes de flexão na
equipamentos próprios para as maquina unilateral de teste de blocos.
atividades referentes ao uso das Os dados obtidos serão observados na
propriedades físicas e mecânicas da tabela 01.
madeira, para uma pesquisa que,
metodologicamente, foi desenvolvida
conforme os procedimentos de uma
pesquisa experimental.
Os corpos de prova foram
armazenados na estrutura hermética
do laboratório de tecnologia da
madeira onde se registra uma
temperatura constante de 20°C e
umidade relativa de 60%.

Posteriormente os mesmos
Tabela 01 – Valores obtidos para
foram submetidos a testes de flexão Fingers de Pinus taeda
após serem submetidos
na máquina unilateral de teste de
testes de flexão na
9

máquina unilateral de com 13,50 kgf/cm², e para o corpo de


teste de blocos
prova quatorze, com 19,22 kgf/cm².

Os corpos de prova um, sete,


dez, onze e treze apresentaram
valores acima da média para a tensão
máxima, enquanto o restante ficou
abaixo desse limite.

A variável tensão máxima foi a


que apresentou o menor desvio
padrão entre as estudadas, com 8,748,
fato este que mostra a uniformidade
dos resultados obtidos. O coeficiente
de variação, que é a razão entre a
divisão do desvio padrão pela média,
apresentou para a variável tensão
máxima o segundo melhor resultado
com 30,55%.

Quando analisamos a variável


deflexão podemos dizer que quanto
maior o valor encontrado maior será as
quantidades de cargas que o corpo de
prova resiste quando submetido à
Ao observamos a tensão
pressão. Neste caso, define-se
máxima (força que a peça resiste até o
deflexão do corpo de prova como
rompimento da primeira fibra)
sendo o deslocamento de qualquer
podemos ressaltar que o corpo de
ponto da peça em relação a sua
prova nove apresentou o melhor
posição original. O corpo de prova que
resultado para esta variável, com
obteve o melhor resultado para esta
47,88 kgf/cm², seguido pelo corpo de
variável foi o número nove, com
prova quinze, com 41,01 kgf/cm², e
97,08%, seguido pelo corpo de prova
pelo corpo de prova onze, com 35,62
quinze, com 65,92%, e pelo corpo de
kgf/cm². Os piores resultados obtidos
prova onze, com 60,87%. Apenas o
foram para o corpo de prova doze,
10

corpo de prova quatorze apresentou Os corpos de prova dois, três,


valor para a deflexão acima da média, cinco, oito e dez apresentaram valores
enquanto o restante ficou abaixo acima da média para o módulo
desta, com destaque para o corpo de elástico, enquanto o restante ficou
prova quatro, com 28,34%, e para o abaixo desse limite.
corpo de prova três, com 29,99%,
A variável - módulo elástico foi a
sendo estes os piores resultados
que apresentou o segundo maior
obtidos para esta variável.
desvio padrão entre as estudadas,
A variável deflexão foi a que com 12,99, fato este que demonstra a
apresentou o maior desvio padrão existência de diferenças entre os
entre as estudadas, com 17,91, fato valores máximos e mínimos obtidos
este que mostra a grande diferença para esta variável.
entre os valores máximos e mínimos
O coeficiente de variação, que é
obtidos para esta variável.
a razão entre a divisão do desvio
O coeficiente de variação, que é padrão pela média, apresentou para a
a razão entre a divisão do desvio variável - módulo elástico o melhor
padrão pela média, apresentou para a resultado, com 18,57%.
variável deflexão o pior resultado com
Assim após a análise dos dados
39,65%.
da tabela 13 podemos concluir que o
Estudando o módulo elástico melhor corpo de prova do teste foi o
(força que a peça resiste até o número nove, pois este obteve os
rompimento da segunda fibra em melhores resultados para as variáveis
diante) podemos ressaltar que o corpo - tensão máxima e deflexão. O
de prova sete apresentou o melhor segundo melhor corpo de prova do
resultado para esta variável, com teste foi o número quinze, pois este
91,00 kgf/cm², seguido pelo corpo de obteve o segundo melhor resultado
prova quatro, com 86,00 kgf/cm², e para as variáveis tensão máxima e
pelo corpo de prova um, com 85,00 deflexão. O terceiro melhor corpo de
kgf/cm². Os piores resultados obtidos prova foi o número onze que obteve
foram para o corpo de prova doze, valores para as variáveis - tensão
com 44,00 kgf/cm², e para o corpo de máxima e deflexão acima da média, o
prova quatorze, com 51,00 kgf/cm².
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que não ocorreu com mais nenhum Tabela 02 – Valores obtidos para
Fingers de Tectona
outro corpo de prova que restou.
grandis após serem
submetidos testes de
O pior corpo de prova do teste foi flexão na máquina
o doze que obteve para a variável unilateral de teste de
blocos
tensão máxima o pior resultado entre
todos, e para as variáveis deflexão e
módulo elástico obteve resultados
abaixo da média. O segundo pior
corpo de prova do teste foi o quatorze,
que obteve o segundo pior resultado
entre todos para a variável tensão
máxima, e para a variável módulo
elástico obteve um resultado muito
abaixo da média. O terceiro pior corpo
de prova foi o seis, que obteve para a
variável tensão máxima o terceiro pior
resultado entre todos, e para as
variáveis deflexão e módulo elástico
obteve resultados abaixo da média.
Ainda, pode-se destacar de maneira
crescente como piores corpos de
prova o cinco, oito, três, quatro, dois,
treze, sete, dez e um.

A seguir são mostrados os


valores obtidos para a tensão máxima,
deflexão e módulo elástico, em fingers
de Tectona grandis após serem Ao observamos a tensão
submetidos testes de flexão na máxima (força que a peça resiste até o
maquina unilateral de teste de blocos. rompimento da primeira fibra)
Os dados obtidos serão observados na podemos ressaltar que o corpo de
tabela 02. prova quinze apresentou o melhor
resultado para esta variável, com
72,57 kgf/cm², seguido muito de perto
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pelo corpo de prova quatorze, com posição original. O corpo de prova que
72,46 kgf/cm², e pelo corpo de prova obteve o melhor resultado para esta
dez, com 72,30 kgf/cm². Os piores variável foi o número sete, com
resultados obtidos foram para o corpo 63,93%, seguido pelo corpo de prova
de prova quatro, com 19,55 kgf/cm², e quinze, com 62,35%, e pelo corpo de
para o corpo de prova três, com 28,03 prova dez, com 60,96%. Os corpos de
kgf/cm². prova cinco, oito nove e quatorze
apresentaram valor acima da média
Os corpos de prova cinco, seis,
para a deflexão, enquanto o restante
sete, oito, nove e treze apresentaram
ficou abaixo desta, com destaque para
valores acima da média para a tensão
o corpo de prova quatro, com 18,22%,
máxima, enquanto o restante ficou
e para o corpo de prova dois, com
abaixo desse limite.
31,86%, sendo estes os piores
A variável tensão máxima foi a resultados obtidos para esta variável.
que apresentou o maior desvio padrão
A variável deflexão foi a que
entre as estudadas, com 18,08, fato
apresentou o menor desvio padrão
este que mostra a grande diferença
entre as estudadas, com 12,83, fato
entre os valores máximos e mínimos
este que mostra a uniformidade dos
obtidos para esta variável.
resultados obtidos.
O coeficiente de variação, que é
O coeficiente de variação, que é
a razão entre a divisão do desvio
a razão entre a divisão do desvio
padrão pela média, apresentou para a
padrão pela média, apresentou para a
variável tensão máxima o pior
variável deflexão o segundo melhor
resultado com 34,83%.
resultado com 27,41%.
Quando analisamos a variável
Estudando o módulo elástico
deflexão podemos dizer que quanto
(força que a peça resiste até o
maior o valor encontrado maior será as
rompimento da segunda fibra em
quantidades de cargas que o corpo de
diante) podemos ressaltar que o corpo
prova resiste quando submetido à
de prova quatorze apresentou o
pressão. Neste caso, define-se
melhor resultado para esta variável,
deflexão do corpo de prova como
com 132,00 kgf/cm², seguido pelo
sendo o deslocamento de qualquer
corpo de prova seis, com 131,00
ponto da peça em relação a sua
13

kgf/cm², e pelo corpo de prova cinco, segundo melhor resultado para a


com 128,00 kgf/cm². Os piores variável tensão máxima e o melhor
resultados obtidos foram para o corpo resultado para o módulo elástico. O
de prova onze, com 87,00 kgf/cm², e terceiro melhor corpo de prova foi o
para o corpo de prova três, com 88,00 número dez, que obteve o terceiro
kgf/cm². maior valor tanto para a variável
tensão máxima quanto para a variável
Os corpos de prova nove, dez,
deflexão.
treze e quinze apresentaram valores
acima da média para o módulo O pior corpo de prova do teste foi
elástico, enquanto o restante ficou o quatro, que obteve para as variáveis
abaixo desse limite. tensão máxima e deflexão, o pior
resultado entre todos, e, para a
A variável módulo elástico foi a
variável módulo elástico, obteve
que apresentou o segundo maior
resultados abaixo da média. O
desvio padrão entre as estudadas,
segundo pior corpo de prova do teste
com 15,73, fato este que demonstra a
foi o três, que obteve para a variável
existência de diferenças entre os
tensão máxima o segundo pior
valores máximos e mínimos obtidos
resultado entre todos, e para a variável
para esta variável.
deflexão obteve o terceiro pior
O coeficiente de variação, que é resultado, alem de possuir um
a razão entre a divisão do desvio resultado muito abaixo da média para
padrão pela média, apresentou para a a variável módulo elástico. O terceiro
variável módulo elástico o melhor pior corpo de prova foi o dois, que
resultado com 14,02%. obteve para a variável tensão máxima
o terceiro pior resultado entre todos, e
Assim, após a análise dos dados
para a variável deflexão obteve o
da tabela 14, podemos concluir que o
segundo pior resultado, além de obter
melhor corpo de prova do teste foi o
um resultado abaixo da média para o
número quinze, pois este obteve o
módulo elástico. Ainda, pode-se
melhor resultado para a variável
destacar de maneira crescente como
tensão máxima e o segundo melhor
piores corpos de prova o doze, onze,
resultado para a deflexão. O segundo
um, treze, seis, cinco, oito, sete e
melhor corpo de prova do teste foi o
nove.
número quatorze, pois este obteve o
14

Conclusões e Recomendações - Estudar:

Com base nas análises realizadas e - Peças com fingers utilizadas para
nos resultados avaliados referentes uso estrutural ou suporte de carga.
aos testes de flexão e aos ensaios
para a determinação da resistência a
abertura da linha de cola em fingers
joints tanto da espécie Pinus taeda
quanto da espécie Tectona grandis,
conclui–se que as empresas
responsáveis por este produto devem
seguir algumas recomendações como:

- Avaliar:

- A influência do tempo de colagem em


alta frequência na qualidade da linha
de cola dos fingers joints;
- Diferentes métodos de cura dos
adesivos PVA classe D3.

- Analisar:

- Qual a melhor gramatura (g/cm²) do


adesivo PVA classe D3 para as juntas
de colagem;
- As faces de corte da madeira (Radial
e Tangencial), pois estas influenciam a
resistência da peça;
- A massa específica das espécies que
serão utilizadas para a fabricação dos
fingers, pois esta influencia a
resistência da peça;
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Referências Bibliográficas espécies de pinus tropicais para


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