Você está na página 1de 50

1

.
4

c
m

2.00 cm re ilar
2
3
E s t a o b r a e s t á b a j o u n a L i-
cencia C re a t i ve Commons
A t r i b u c i ó n 4 . 0 I nt e r n a c i o n a l

Jo r g e D a n i e l C a br e r a M a r t í ne z , 2 017

I m a g e n d e p o r t a d a : Jav i e r C ó rd ov a G ó me z
I m a g e n i nt e r i o r : L o r e n a B a k e r

de esta edición
M a rc o A nton i o G a br ie l G a rc í a , 2 016
E d i c i o n e s e l v i aj e
Av. H id a l g o 9 2 7, C o l o n i a A m e r i c a n a
C . P. 4 4110 , G u a d a l a j a r a , J a l . , M é x i c o
edicioneselviaje@g mail.com
Te l é f o n o 0133 . 17 2 9 0 6 9 7

i m pr e s o y h e c ho e n m é x ic o

4
5
6
Contenido

Ma m í fe ros supe r iore s 11


D i f íc i l e s 12
L a s luce s e n l a c iud ad 16
Apre nd ió 17
De sue ños de se chable s 18
Poé t ic a 20
Pa re de sde nt ad a s 21
E st re nó mut i l ado e l d í a 22
Tu c ue r po he l ado 23
Q u e d a f or m a r u n c a r a m i l lo 24
E l c á nce r d e l t ie mp o 25
De ste r ra r me de todo 26
No 28
Con el sol ador me c ido 30
A d i a r io nos v i sit a n col ibr íe s 31
Me g u st a d e l a s r ut i n a s 32
Habito el sue ño de u n tore ro 33
Q ue de b o e s c r ibi r 34
Aye r soñé que e r a 35
Pa c a sm ayo 36
Vie r ne s 13 37
Me e nc ue nt ro 38
Good bye Tiju a n a 39
Da g ue r rot ipo 40
E s a muje r 41
Pe rc he ro 42

7
A m ne si a 43
Q u i s e d e c i r qué d a t e 44
E stoy loc a , d ijo 45
Muje r c a be z a de sol 46
Te c ue nto p or si a c a so 47
Tr i st u r a s 48
Cu mplo l a conde n a 49

8
a u nqu e me f u e rc e n
yo nu nc a voy a d e c i r
q u e to d o t ie mp o
por pa s a do f u e me jor
m a ñ a n a e s me jor
Luis A lberto Spinet ta

no p ond r á s
t u f i r m a e n c a d a f r uto
s í , no p ond r á s y a j a m á s
u n dol a r e n l a f re nte
de cada animal
L os E spír itus

d a r í a t a nto p or ve r
e l j a rd í n f lore c e r
como u ste d no que r í a
Chico Buarque

9
10
Ma m í feros super iore s
pre g u nto
y nóte se que nom á s pre g u nto
au nque a ve ce s
te rc a me nte me re spondo:

¿qu ié n e s l a com id a que a l ime nt a a l d í a?


¿ qu ié n l a pre s a que s a c i a l a e x i st e nc i a ?
si no e l hue co s e nt i me nt a l d e l a se si no

¿ dónd e que d a t a nt a r a bi a conte n id a


dónde t a nto l l a nto ac u mu l ado?
si no e n c ad a cost i l l a que no cont a r s a-
be mos

¿ a qué hor a e l t ie mp o que t a rd a


e n c ic at r i z a r l a me mor i a?
¿qu ié n e s qu ie n ate nto l a au rora v ig i l a?
¿dónde l a sut u r a br u sc a de l a me l a ncol í a?

11
a Julio César Mondragón Fontes

D i f íc i l e s
de spe r t a r el d í a
c a m i n a r l a c a l le
re spi r a r, come r
fumar
y que no e sté n

D i f íc i l e s
i r a l t r a bajo
ir a l me rc ado
sonre í r l a t a rde
b e s a r l a noc he
ve r s a r l a r a bi a
y que sig a n si n e st a r

Fá c i l e s
que los ojo s s e ag üe n
se l le ne n de cor aje
de i nd ig n ac ión
de t r i ste z a ac u mu l ad a
de se nt irlos ce rc a
de sabe rlos le jos
d e a br a z a r su au s e nc i a

Fá c i l debe r í a se r
t api z a r l a s c a l le s
ju nt a r l a s voce s
e n foc a r m i r ad a s
e n l a z a r l a s m a nos
y no dor m i r h a st a que apa re z c a n

12
Ma m í fe ros e n dos pat a s
si n rost ro
por sie mpre pone r l a ot ra me ji l l a

m a x i l a re s de sc ubie r tos
l a rabia de sabe rse a se si n ados

d e l gé ne ro s apie n s
si n ojos
l a fe sie mpre c ie g a

c ue nc a s va c í a s
l a v id a c a rcom id a

e du c ados monos
si n b o c a
porque l a pa l a br a a rde
que m a
c a rcome l a pie l
aú n v iva
c a si mue r t a

He chos a i sl ados
cot id i a no s .

¡L a f lor pudo nu nc a cont r a e l n apa l m!


g r it a u n loco e n el ce nt ro de l a pl a z a

M i/t u ba r r io
se at r i nc he ra
bu sc a va lor
v i n a g re
y c a nde l a e n l a coc i n a

13
e s lo que nos que d a
e n u n a pat r i a donde
luc h a r p or l a ju st ic i a
e s u n a c to t e r ror i st a

L a noche té mpa no de h ielo


e l a i re fe r v ie nte c a le nt u r a

En t ie mpos de re voluc ión


dos c ue r pos v iole ntos se a m a n
de st ie nde n l a c a r ne
d i st ie nde n l a s a l m a s
de snud a n l a s c a m a s
a bre n l a s pue r t a s
a l a pa r d e l a s pie r n a s

A e l los
se u n ie ron los m i le s
s e a m a ron si n pr i s a

conte ntos de snudos


t u mba ron e st at u a s
de f l atos t i ra nos
que e sconde n l a pa z
e n c ue nt a s ba nc a r i a s

t i r a ron los mu ros


que m a ron ba nde r a s
con st r uye ron f ut u ro
a s a lt a ron l a s c a l le s
i nvad ie ndo de a mor
l a s suc i a s ba nque t a s

14
f u nd a ron e l mu ndo
t a n sie mpre a n he l ado
ne g ado t a n sie mpre

f u nd a ron e l mu ndo
t a n sie mpre luchado
soñado t a n sie mpre
f u nd a ron e l mu ndo
si n pa r t ido n i e st ado
si n ba nde r a n i pat r i a
si n d ios y si n d i ablo

de ot ra for m a
se hubie se f r ac a s ado.

15
d e s c o s id a m i v id a
bu squé u n a cost u re r a
q u e z u rc ie r a m i s he r id a s

L a s luce s en l a c iud ad
me h a ce n i m a g i n a r
que todo a rd e , s e pu r i f ic a
que n a c e r á d e l a c e n i z a l a v id a nue va

M i ra qué bon it a s —m ad re —
e s a s luce s roja s e n l a noche
son bomba s que sube n a i nce nd ia r el pa ra íso

l a lu n a re dond a —m a d re —
i lu m i n a e l c ie lo
f iel te st igo de que todo ac ae ce
abra z ado a l a s l l a m a s de lo i ne r te

de l a ce n i z a , no e stoy loco
de l a ce n i z a nace rá l a v id a c ie r t a
ge r m i n a r á e l sue ño fé r t i l
de conc ie nc i a l i mpi a
de m i r ad a u f a n a

pe ro qué he r moso —m ad re —
el f ue go noc t ur no de l a c iud ad .

16
Apre nd ió
a bebe r del i n for t u n io
noc he y d í a
a s a c i a r e l ape t ito
si n nad a e n l a ba r r ig a
a c u lpa r a l a se si no
a e c ha r sa l sobre l a he r id a

apre nd ió a c a m i n a r
sie mpre de f re nte
e n cont ra se nt ido
pa ra no mor i r at ropel l ado

v id a de pe r ro c a l ato
jod ido g ato de n ad ie
a c a m i n a r s e f ue
pa ra e ncont ra rse
pa ra de ja r de se r

bie n ve n ido a l club de los de spose ídos


—le d ijo, i mpav id apa bu l l a nt e , l a v id a—
a c a mbio t ie ne s todo el mu ndo.

17
De sueños de sechable s
s e v i ste e l i nd ige nte ;
a c ad áve r v ie jo
hue le e l si le nc io d e su e sp e r a .

De a more s le ja nos
se c a l z a el pobre d i ablo;
a mue r tos r a nc ios
h ie d e l a au s e nc i a a c u mu l a d a .

A nd a de aqu í pa ra a l l á
p e ro no s e mue ve ;
de v i aje s a lug a r n i ng u no
e ng a ña a su a l m a de sa l m ad a .

Aqu í hue le m a l, pie n s a


y s e que d a qu ie to.

L o m a nt ie ne i ne r te
l a prome s a i n sonora
del va no t a l ve z .

Aú n c re e que l le g a r á
sonr ie nte l a v id a
—more n a y l iv i a n a—
a s a lva rlo d e l t e d io
re s e co e n los l a bio s .

18
S e pl a nt a re a c io e l v ie jo roble :
a moroso, ne c io, suc io y c a fé ,
e n r a í z a su s p e n a s e n t ie r r a fé r t i l
—pa t r i a t r i st e , jod id a y put a—
del ja rd í n de l a de se spe r ac ión.

Que re t u mbe cl a ro y se co
no hay bie n que si n m a l no ve ng a

sí, a m a rg a s av i spa s que s a b e n a m ie l


f r utos m adu ros de sa ng re y au se nc ia
á rbol e n a mor ado que mue re de pie .

19
Poét ic a

L e t r a l i mpi a y t r a sce nde nte


de l a t i nt a e sté r i l e n l a hoja e n bl a nco.
Pr ivad a de for m a no t ie ne t ie mpo.
Pau s a d a y t r a nqu i l a no t ie ne pr i s a .
L e t r a ne g r a e n l a v í a l á c te a .
E sc r it a p or n a d ie , le íd a p or todos .

Sue ño le ucé m ico del poe t a


que ’st i r a su s pie s y g r u ñe
le ape st a l a v id a
poe m a s de cosa s que mue re n
no t r a e n com id a a su me s a .

L e t r a d i st a nte
que v ue l a pl a ne a ndo f ut u ro/utopí a .
Si le nc io con st a nte .
C on si g n a p ot e nte que a br a z a e l va c ío.
S e pie rd e e n l a noc he .
No due r me l a le t r a , no come , no b e b e .

S e e sconde , se e nc ue nt r a
r a bios a
e n boc a del i nd ige nte
que ’st i r a su s pie s y g r u ñe
le ape st a l a v id a
pa l a br a s de a mor no a lc a n z a n
siqu ie r a
pa r a u n t a co si n tor t i l l a .

20
Pa re de sde nt ad a s
g r it a n l a c iud ad
del i ra n se r ve rso
v ie nto, sue ño

u n e x t r a ño
t ropie z a con su sombra
que jue g a a se r paya so
que d i sipa e l t e d io
a golpe s de d i st a nc i a
e n e l c i rco d e l a n a d a

n ad a h ay
pa r a e l c a r ic ato
n i c a r pa
n i c r uce ro
n i l á g r i m a s hue c a s
n i l a me ntos va nos
n i sát i ra s chue c a s
n i g a n a s d e re í r
como u n c h a m a co

l a noc he
col m ad a de t r iste z a
de r r a m a gote rone s .

21
a d a ny,
que c a m i nó l a c hu l a v id a
como e n c u e rd a f loj a
e n l a e qu i l ibr a d a s on r i s a
de l a mu e r te

E st re nó mut i l ado e l d í a
los m i smos f r ac a sos
los m i smos m ad r a z os
l a m i sm a a gon í a

re pa só le cc ione s
pa r a s a n a r l a he r id a
m a c h a c a r e l c ie lo
apre t a r los d ie nte s
f l a ge l a r l a sole d ad
pa r t i rle su m ad re
a l a r ut i n a

m á s rápido que l a ve rd ad
va e l u n ive rso, d ijo
y s e f ue a jug a r el e te r no jue go
del d ios t ue r to

de jó l a v id a
i mpav id apa bu l l a nte
se qu itó los le nte s
se soltó el c a bel lo
se quedó de snudo
se m i ró hac i a de nt ro
se habló a sí m i smo
—a su yo i nte r no —
su y sí d a rse por mue r to.

22
ni una †
n i u n a me no s

Tu c ue r p o hel ado
a l ado
s a l ado
de sa l de m a r
de sie r to m a r
de m a r t i r ios
de mue r t a s
si n rost ro
si n e stóm a go
si n i nte st i nos

sí con nost a l g i a s
á spe ra s de u n c ue r po
que no e st á donde e stoy
e ntor pe c ie ndo
el a mor a r mon ioso
que me a r re bat a ron

t u c ue r po he l ado
a l ado, de sie r to
de v uelo pe rse g u ido

y t u c ue r po solo
f r ío, mut i l ado
y yo solo
pe ro a t u l ado.

23
a d av i sito
que le a r re bat a ron
su v id a . . . por va l ie nte

Q ue d a f or m a r u n c a r a m i l lo
con l a s t ibi a s de l a mue r te
c u a ndo los a m igos t ie r nos
son
a l i n som ne pa lpit a r de l a de sd ic ha
a se si nos
v íc t i m a s
o su ic id a s .

24
E l c á nce r del t ie mp o
que todo lo e ng u l le
i mpl a c a ble
pre c i s o
i mposte rg a ble
y vor a z
conduce l a v id a
a l a pr i sión
de l a mue r te .

25
De s t e r r a r me de t o do
e x i l i a r me d e todos
e so d ijo y se l a rgó

co g ió su g u it a r r a
e mpa có l a e spe r a n z a
se pu so de abr igo
l a sole d ad

brome ó con a m igos


le s d ijo h a st a lue go
nos ve mos pronto
o nu nc a , qu i z á

be só los l a bios
de aquel l a que no
volve r í a c a nt a rle a l oído

le d ijo: te a mo
yo sé que me a m a s
m á s nu nc a me e spe re s
m á s nu nc a me olv ide s
m á s ne me quit te pa s

se a le jó le nt a me nte
a c a r ic i a ndo e l a sf a lto
d e noc t u r n a s c a l le s
que de ja r í a de c a m i na r

26
ape d re ó los f a role s
que c ie r t a noc he
lo h ic ie ron l lor a r

c a ntó con los g atos


que c u id a n l a lu n a

b e bió ron con m i g o


me d ijo: m i he r m a no
que nu nc a te compre n
t u l ibe r t ad .

27
No

No qu ie ro i m a g i n a r t u s sue ño s m a lt re c ho s
por sabe r te c a r n ad a de lobos m a ld itos
que bu sc a n l a sc ivos t u c ue r po de snudo

No qu ie ro s e nt i r l a e st úpid a a ng u st i a
c a s c a d a s a n g r a nte d e l mu ndo m a c h i st a
que t aja nte d ic t a que se a s e scl ava
coque t a , bon it a , d i spue st a y c a l l ad a

E s t r i st e muj e r, p e n s a r t a n siqu ie r a
que u n d í a no ac ud a n t u s pa sos t r a nqu i los
te bu sque y e nc ue nt re si n v id a t u c a r ne
con pu l so de a re n a que c ubre el de sie r to
—ve st ido de noche osc u ra y c a l l ad a—
col m ado de c r uce s, de luce s que va g a n
que pide n ju st ic ia , que nu nc a de sc a n sa n

No qu ie ro m i r a r te t r a ge d i a d e s c a l z a
d i sf ra z m a n ique o de tod a s l a s a n si a s
de hombre s que qu ie re n muje r si n cor te jo
que h ie re n y que m a n l a pie l con su t a c to

Q u i sie r a e x i st ie se l a c l a r a c e r te z a
de sabe r que for ja s t u propio de st i no
que pi nt a s t u s d í a s con tonos d i st i ntos
que t r a z a s si n m iedo le ja nos c a m i nos

28
Má s qu ie ro sabe r te muje r compa ñe r a
re m a n s o t r a nqu i lo e n l a s t ie r n a s a g u a s
pa isaje sole m ne del mu ndo si n a r m a s
s on r ie nte a r t e s a n a que a n id a e n su p e c ho
te mpl ado hor i z onte de t ie mpos f ut u ros.

29
Con el sol ador me c ido
s e le va nt a e l mu ndo

ape n a s l a lu z n a c e
y
g r it a n l a s ace r a s
con sig n a s con st a nte s
i nd ig n ad a s
r a bios a s

ape n a s a m a ne ce
l a c iud ad re volote a
d a v ue lt a s

de pue r t a s y ve nt a n a s
conte nt a s n a c e n ave s ne c i a s
que picot e a n l a conc ie nc ia .

30
A d i a r io nos v i sit a n col ibr íe s
y me d a l a i mpre sión
d e que sie mpre e s pr i m ave r a ;
re volote a n i mpe t uos a me nte
su s a l a s, c apa ce s — d ice n—
de ge ne ra r tor me nt a s
e n me d io del pa c í f ico.

Vie ne n los pe que ños v iole ntos


a me n i z a n los de say u nos ve spe r t i nos;
de va ng u a rd ia t r ae n su pico
—a r m a mor t a l—
pa ra l iba r el du lce de l a s f lore s
que h a bit a n l a s pupi l a s nue st r a s .

31
Me g u st a de l a s r ut i n a s
que los lu ne s puede n se r
u n s á bado pe r fe c to
como t a rde que c ae e n rome r í a

a lcohól ico y e br io
el sol ador me c ido de a mbu l a
y l le n a de sed los l a bios se cos

c a m i n a r los m a r te s
como qu ie n s e b e b e
u n dom i ngo f re sco y sole ado

a compa ñ a ndo l a s ole d ad a g ón ic a


d e l a s c a l le s que e nt re s e m a n a
c au s a n c aos y ple g a r i a s
e n l a r u ido s a orque st a d e l a r ut i n a

¿qué puedo de c i r?
me g u st a a nd a r
los v ie r ne s a badom i ngos
le ye ndo poe sí a e n l a s ba nque t a s
jug a ndo a que nad a ju zg o
pe ro todo ve o
e nt r iste z co — e s c ie r to — e nor me me nte
a l s a b e r que me l le va ya ve nt aja e l c ie go.

32
Habito el sueño de u n tore ro
donde sé que m ato y m ato
si n s e nt ir dolor n i c u lpa
porque todos me apl aude n
porque lo que hago e s a r te
y
porque te ngo e sté t ic a

me sue ño f re nt e a l a b e st i a
que soy yo
sie nto l a mue r te como u n t rofe o
sé que l le g a r á l a m í a
y no se ré yo qu ie n l a c a rg ue .

No sie mpre
Te s e o e sc apa a l M i not au ro
ba st a u n a ce r te r a cor n ad a
pa ra a m a i n a r los m i le s d e s e g u ndo s
ne ce sa r ios pa ra de sc i f ra r el l a be r i nto.

33
he r m a nos del rei no f u ng i
t a n cor t a su v id a
t a n l a rg a su s a bidu r í a

Q ue de b o e s c r i bi r
con e l d e do a l v ie nto
a l a rg a r l a l l a g a
m a c h a c a r e l t ie mpo

ojos de pa sto soy


que m i ra n hac i a de nt ro

le nto re cor re m i s d í a s
e l e co d e m i s noc he s
y sue ñ a con u n rost ro
que e sconde m á s
de lo que mue st r a

qu ie ro s e r pie d r a
pie n so
y me que do qu ie to

e spe ro y sie nto


e l f lu i r d e l a g u a
c a nto del si le nc io

he r m a no f u ng i
he r m a n a va c a
he r m a no t r ue no
he r m a n a l luv i a
soy de u ste de s
como l a s av i a s a bi a
de su c ue r po.

34
Ayer soñé que era yo
el i nte st i no delg ado del a l m a
l a e va c u a c ión con st a nte d e l d e s a s o sie go
e l a n si a d e b e b e r me e l m a r
got a a not a
pl ace r de l ibe ra r tor me nt a s

fui
l a mord a z i mpa c ie nc i a d e come r me
g r a no a g r a no
tod a l a cost a

aye r soñé que e r a hoy


y que l a m a r me de c í a
que l a v id a e s
como l a mue r te
no av i s a
no d i st i ng ue
no pre ju ic i a
no pe rdon a

soy
el i n st i nto delg ado del a l m a
l a e vo c a c ión con st a nte d e l d e s a s o sie go
e l a n si a d e le e r me e l m a r
not a a got a
nad a r e n d i re cc ión opue st a .

35
Pa c a sm ayo

Un a t a rde se te mbr i na
jue g a e nt re l a s ol a s
d i me s y va ive ne s

se colu mpi a ba lbuce a ndo


contor ne á ndose i n su r re c t a
e n los con f i ne s d e l a nad a

pa re ce que l a t a rde ba i l a
pe ro sólo nad a y nad a
e nt re l a s ol a s n a d a
y m ie nt r a s todo
t a nto pa s a .

36
Vie r ne s 13

Vat ic i n a ste l a l luv i a


ol f ate a ndo e l olor
con me ng u a ba l a t a rde
se pre c ipit a ron si n c a l m a
ba st a s nost a l g i a s de s a l
si lba ste u n a not a m a l e ntonad a
i nqu ie t a v iole nt a
que i nvoc a ba e l m a r.

37
Me e nc ue nt ro
e n u n e st ado e n m a l e st ado
pe rd ido e n u n m apa conce pt u a l
mojado e n me d io de u n a l luv ia de ide a s
bochor noso
por el c a lor ide oló g ico del se r o no se r

Me e nc ue nt ro con l a nove d ad
de que el t ie mpo e s mone d a cor r ie nte
ya no pa sa , a hor a se pie rde
se g a st a

Me e nc ue nt ro e nt re m i s l ibros
t u m i r ad a c á l id a
ojos t a n t uyos

e n t u s l a bios t u s be sos
e n t u s ojos t u s sue ños
de re voluc ión e n v i lo
e n t u g r ito
l a r a bi a d e u n pue blo
golpe ado y su m i so

y e n t u s m a nos
l a s a r m a s pote nte s
l a ce r te z a l ate nte
l a e spe r a n z a t r i ste
de m at a r
pa r a de spe r t a r
y s e g u i r v ivos .

38
Goodbye Tiju a n a

Fu m igo t r i ste z a s
a golpe s de d i st a nc i a

f u mo f re nte a l m a r
e n l a me ra e squ i n a
d e u n pa í s que ve lo z
y t r iste se de sba r at a

sue ño y m ie nt r a s v ue lo
u n e jé rc ito de g av iot a s
picote a n m i s ne u ron a s

f u mo, m ie nt r a s sue ño
u n e jé rc ito de ne u ron a s
picote a n m i s g av iot a s .

39
Dag ue r rot ipo

He r r u mbro s o pa i s aje que pi nt a


el pa so vora z del sol y l a ed ad
l a me mor i a se f u m a u n por ro
de a m ne si a y bu sc a re f ug io e n
l a s pie r na s abie r t a s d e l a s ole d ad .

Cr u z o l a pue r t a y olv ido


que t u a l m a e s d e c r i st a l,
s e ox id a l a o z y e l m a r t i l lo,
a r a ño si le nc ios, qu ie ro c a nt a r.

S ombra g a st ad a, m ade ra roíd a


qu ie t ud i n sond able , l a te mpe st ad
c a sa con te cho de c ielo abie r to
y pi sad a s de f a nt a sm a s mudos
que e l t ie mp o no pudo m at a r.

Cr u z o l a pue r t a y olv ido


que t u c ue r p o s a b e a s a l,
a s a lt a n t u s ojos bue nos,
d e los m ío s s a le el m a r.

40
E s a muje r
— con for m a de c a nc ión—
u n m a r t u rbu le nto e s

l le no de ve rd ade s
c u a l si f ue r a n t ibu rone s

u n bote a l a de r iva , u no e s
jug a ndo a l e qu i l ibr i st a
con g a n a s d e hu nd i r s e
si n m ie do d e c ae r.

41
A m ne si a

E l m ie do p e re n ne
a pe rde rse por sie mpre
le l le vó a g i r a r l a r ud a r u le t a
y ja l a r el g at i l lo del a n si a
c avó c a ba l su propia t u mba
nube g r is bajo l a a l fombra

se olv idó
s on re í r a l v ie nto que pa s a
d i sf r ut a r e l c l i m a que i nu nd a e l d í a
dor m ir e n l a s nube s bl a nc a s del de se o
bu sc a r u n a lu z e n l a osc u r id ad del sue ño
a m a r i r re spon s a ble me nt e si n prote cc ión.

42
Pe rc he ro

C onju g a e l dolor
muje r de spe d id a
mué re me
como mue re el sol
c u a ndo c ae e l d í a

que l a bol it a i n sig n i f ic a nte


g i re e n me d io del va c ío

pe r m a ne ce ré i n móv i l
con l a c a ra l a rg a
con e l c ue r p o f l a co
y e l m i r a r c a n s a do

me a su mo
el pe rc he ro d el mu ndo
¡que todos ve ng a n
y me c ue l g ue n su t r i st e z a!
que —ju nto con l a m í a—
e s ya de m a si ad a

m i s ojos son c a sc ad a s
e n l a s que t u re c ue rdo
baja a rapel
¿re c ue rd a s?
y yo si g o i mpáv ido
m ie nt r a s
—si n s abe r cómo o p or qué —
e l mu ndo sig ue g i r a ndo.

43
Q u ise de c i r quéd ate
e re s l a l l a m a a rd ie nte que
c a l ie nt a e ste f r ío e sque le to
pe ro no d io t ie mpo, tomó
su cor a z ón, lo e mpa có y pa r t ió
a u n lug a r donde no se ne ce sit a
de u n e st úpido pa l a bre ro

he aqu í que e sc r ib o con


l a s ole d ad e nt re los d e dos .

44
E stoy loc a Da n iel, d ijo
m ie nt r a s l a ne u rosi s
coque te a ba su conc ie nc i a .

E stoy e n me d io d e u n a c r i si s
a g re g ó, contor ne a ndo su s on r i s a
e squ i z oide por los sig los de los sig los.

Yo conte sté
ve n y a br á s a me con t u s pie r n a s
ve n y abrá z a me con t u s l a bios
ve n y ve nte e n m i s org a smos
ve n y de ja que l a loc u ra nos de st r uya
s oy e sp e c i a l i st a con st r u c tor d e r u i n a s .

45
Muje r c abe z a de sol
re c ue rdo t u c ue r po d i st a nte
pa lmo a pa lmo, recreo la geog ra f ía de t u piel
me i n st a lo e n c ad a u no de t u s hu me d a le s

e n e l p e c ho me g r a b o t u m i r a r
que sa ng ra t ie r nos a m a ne ce re s

ac udo i noce nte a l m a r que e s t u c ue r po


e s t u s e xo u n c a nto d e si re n a s .

46
Te c uento por si ac a so
c a m i n a r s e me h i z o v ic io
y bu sco e n l a c a l le t u s pa sos

te e nc ue nt ro e n tod a s
l a s muje re s ve st id a s de bl a nco
e i m a g i no e n e l l a s t u s org a smo s
que se e nc ue nt r a n le jos
no t a nto como m i cordu r a

te de sv i sto le nto
con e st a te rc a m i rad a
sobre tod a s l a s muje re s more na s
que pa sa n f re nte a m í

y por u n se g u ndo
sólo por u n se g u ndo
te sie nto ce rc a
como e l a n si a
que c a rcome m i ojo c ie go

sé que no volve r á n t u s pa sos


si n e mba rgo
te bu sco y te e nc ue nt ro
e n tod a s l a s muje re s de ne g ro
que pa sa n f re nte a m í.

47
Tr i st u r a s

No e stoy t r i st e , no,
s on e st a s put a s l á g r i m a s
que ya no qu ie re n v iv i r e n m í,
e s e l a br a z o d e t u au s e nc i a
que no a lc a n z a pa r a t a nto f r ío,
son l a s g a na s de pe rde r me e n
el t r iá ng u lo hue co de t u vé r t ice osc u ro,
e s que d a r me sie mpre a t ie nt a s
p or p e r s e g u i r l ib é lu l a s noc t u r n a s ,
e s l a m a n í a de be sa r l a bios au se nte s .
E s si mple y l l a n a me nte, porque aye r
e r a s l a pat r i a m í a y hoy n ave g o e n
el ex i l io con ba nde r a de ex t r a nje ro.

48
Cu mplo l a conde n a
de l re c ue rdo e nt r i ste c ido
a n si a de sabe r te re f le jad a
e n el e co i n som ne de m i vo z .

Ma ld igo e l f r uto a m a rgo


del á rbol del olv ido
a mbrosí a t r i ste
l icor n a rcót ico
c ic ut a oc u lt a de l ad iós .

49
a di osa di os
d e e L e Ne
s e t e r m i nó d e i m p r i m i r
e n l o s t a l l e re s g r á f i c o s d e
Ediciones el viaje
en el mes de agosto
d e l a ño 2 017

50

Você também pode gostar