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Raciocínio e argumento

Conceito de inferência

A inferência é o processo mental (raciocínio) a partir do qual, partindo de uma ou mais


proposições, se passa para outra, que é a conclusão, ou seja, é uma operação que consiste em extrair
de um ou mais juízos (proposições), que se designam por premissas e outro juízo que é a conclusão.

Exemplo: Todo o filósofo é pensador (premissa)


Platão é filósofo (premissa)
Então, Platão é pensador (conclusão)

As inferências dividem-se em imediatas e mediatas.

Inferência imediata é aquela na qual a conclusão surge como consequência necessária da premissa.
As inferências imediatas subdividem-se em oposição e conversão.

 Inferências imediatas por oposição


Dado que o juízo categórico pode ser classificado quanto a quantidade e qualidade originando
quatro tipos de proposições a oposição consiste no processo de passar de uma proposição a outra
havendo diferença na quantidade ou qualidade e por sua vez resultam pares de proposições:
contrárias, subcontrárias, contraditórias e subalternas.

Tipos e leis das proposições

Proposições contrárias (A-E)- são duas proposições universais que diferem na qualidade. Estas
proposições não podem ser ambas verdadeiras, mas podem ser ambas falsas.

Exemplo.: Todos os homens são africanos (A) F Nenhum homem é africano (E) F

Proposições subcontrárias (I-O)- são duas proposições particulares que diferem na qualidade.
Estas proposições podem ser ambas verdadeiras, mas não podem ser ambas falsas.

Exemplo: Alguns são africanos (I) V Alguns homens não são africanos (O) V
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Proposições contraditórias (A-O e E-I)- são proposições que diferem tanto na quantidade quanto
na qualidade. Estas proposições não podem ser ambas verdadeiras nem falsas. Se uma é verdadeira,
a outra é falsa.

Exemplo: Todos os homens são africanos (A) F Alguns homens não são africanos (O) V

Proposições subalternas (A-I e E-O)- são proposições que diferem na quantidade. Nestas
proposições se a universal for verdadeira, a particular também será verdadeira. Se a particular for
falsa, a universal também será falsa. Contudo, se universal for falsa, a particular é indeterminada
(verdadeira ou falsa). Se a particular for verdadeira, a universal é indeterminada (verdadeira ou
falsa).

Exemplo: Nenhum homem é africano (E) F Alguns homens não são africanos (O) V

Quadrado lógico da oposição das proposições

 Inferências imediatas por conversão


A conversão é uma operação lógica que consiste em inverter os termos de uma proposição, isto é,
o sujeito passa para o lugar do predicado e o predicado para o lugar do sujeito. As conversões
podem ser simples, por limitação ou acidente, por negação e por contraposição.

Conversão simples-é aplicável para as proposições do tipo E e I. Faz-se a troca do sujeito e do


predicado, o resto permanece. Ex.: Nenhum homem é mortal_Nenhum mortal é homem.
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Conversão por limitação ou por acidente-é aplicável para as proposições do tipo A que se
transformam em proposições do tipo I. Faz-se a troca de lugar entre o sujeito e o predicado, nesta
mudança a universal passa para particular.

Ex.: Todos os filósofos são intelectuais_Alguns intelectuais são filósofos.

Conversão por negação-é aplicável as proposições do tipo O. Faz-se recorrendo a transformação


da proposição a converter numa afirmação particular, tirando a negação da cópula para o predicado
e em seguida converter a proposição obtida.

Ex.: alguns alunos não são esforçados_alguns alunos são não esforçados_alguns não esforçados
são alunos.

Conversão por contraposição-é aplicavel as proposições do tipo A e as do tipo O. Faz-se


colocando uma negação ao sujeito e predicado da proposição que se pretende converter, e depois
faz-se a conversão. Ex.: Todos os homens mortais_Todos os não homens são não mortais_Todos
não mortais são não homens.

 Inferências mediatas
Existem tres tipos de inferencias que sao: analogia, indução e dedução.

A analogia faz-se a aprtir de semelhancas observadas entre duas ou mais coisas diferentes,
portanto, funciona atraves de comparacoes. Desenvolve-se do particular para particular.

Ex.: Acontece muito na medicina quando dois indivíduos apresentam mesmos sintomas e conclui-
se que têm a mesma doença e são dados o mesmo medicamento.

A indução faz-se a partir de observações de um certo número de casos e se conclui uma explicação
aplicável a outros casos da mesma espécie. Desenvolve-se do particular para o geral.

Ex.: Chinês X é baixinho, chinês Y é baixinho, chinês Z é baixinho então todos os chineses sao
baixinhos.

A dedução faz-se a aprtir de uma ou mais premissas tomadas como verdadese tira uma conclusao
tomada como necessariamente verdadeira. É contrária a indução porque esta desenvolve-se do
geral para particular. Ex.: Todo homem é mortal_Se fulano é homem_Então fulano é mortal.
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