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IDENTIFICAÇÃO E AVALIAÇÃO DA ACESSIBILIDADE DE

ALUNOS COM DEFICIÊNCIA NO IFPB - CAMPUS ITABAIANA


IDENTIFICATION AND EVALUATION OF THE ACCESSIBILITY
OF STUDENTS WITH DISABILITIES AT IFPB CAMPUS
ITABAIANA

José Adison da Silva Saturno 1


Maira Gonçalves da Silva 2
3
Thiago Emmanuel Gonçalves Albuquerque
Elaine Gonçalves Soares de Medeiros 4

RESUMO

Conforme o aumento do número de alunos com deficiência em nossa sociedade e a


preocupação em assegurar os seus direitos, é preciso saber como as instituições de
ensino se organizam para atender integralmente as necessidades desses alunos. Assim,
tal trabalho empenhou-se em verificar as condições de acessibilidade e o nível de
satisfação dos discentes com alguma deficiência no âmbito do IFPB - Campus
Itabaiana. A primeira parte do estudo teve como objetivo principal identificar e avaliar
as condições de acessibilidade no IFPB - Campus Itabaiana. Para a realização desta
etapa, foi empregado um protocolo, o qual é composto por rotas pré-definidas e buscou
analisar os elementos encontrados. Os resultados demonstraram que a estrutura
arquitetônica apresenta a ausência de alguns elementos. Porém, de forma parcial houve
acessibilidade para alunos com deficiência ou com mobilidade reduzida, em suas
dependências. A finalidade da segunda parte do estudo foi avaliar o nível de satisfação
dos 4 discentes com deficiência no campus. Foi utilizada uma escala de satisfação e
atitudes para a coleta de dados e análise. O resultado dessa parte do estudo demonstrou
que, embora haja inexistência de certas sinalizações, ainda assim, os alunos
entrevistados expõem que se sentem confortáveis em utilizar determinados espaços.
Diante disso, indica-se que, para conceber uma configuração espacial que favoreça a
todos sociabilidade e a interação entre indivíduos com distintas condições físicas, é
necessária a compreensão plena da acessibilidade nesses espaços, visando criar
ambientes que estimulem o desempenho das tarefas de forma independente.

Palavras-chave: Accessibility, School, Student.

1
Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do IFPB-IB, jose.adison@academico.ifpb.edu.br;
2
Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do IFPB-IB, maira.goncalves@academico.ifpb.edu.br;
3
Curso Técnico Integrado em Eletromecânica do IFPB-IB, thiago.emmanuel@academico.ifpb.edu.br;
4
Professor orientador: Bacharelado em Eng. de Prod. Mecânica, Mestrado, elaine.medeiros@ifpb.edu.br.
ABSTRACT

As the number of students with disabilities increases in our society and the concern to
ensure their rights, it is necessary to know how educational institutions are organized to
fully meet the needs of these students. Thus, such work endeavored to verify the
conditions of accessibility and the level of satisfaction of students with a disability
within the scope of the IFPB - Campus Itabaiana. The first part of the study had as main
objective to identify and evaluate the conditions of accessibility in the IFPB - Campus
Itabaiana. To carry out this stage, a protocol was used, which is composed of predefined
routes and sought to analyze the elements found. The results showed that the
architectural structure lacks some elements. However, partially there was accessibility
for students with disabilities or reduced mobility, in its premises. The purpose of the
second part of the study was to assess the level of satisfaction of the 4 students with
disabilities on campus. A satisfaction and attitude scale was used for data collection and
analysis. The result of this part of the study showed that, although there is a lack of
certain signs, the interviewed students still state that they feel comfortable using certain
spaces. In view of this, it is indicated that, in order to conceive a spatial configuration
that favors sociability and interaction between individuals with different physical
conditions, it is necessary to fully understand the accessibility in these spaces, aiming to
create environments that stimulate the performance of tasks independently..

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1. INTRODUÇÃO

As universidades e instituições de ensino devem se esforçar para ser livres de


barreiras físicas e atitudinais a fim da admissão e permanência garantidas para todos os
alunos. Para fazer isso, essas instituições precisam revisar os termos legislativos e
normativos sobre acessibilidade.
A acessibilidade apoia o processo de inclusão do aluno nesses espaços apesar
dos obstáculos nesta fase acadêmica. Falta de boas condições de acessibilidade podem
comprometer ou impedir que o aluno receba uma educação acadêmica de qualidade.
Para este trabalho, o conceito de acessibilidade foi introduzido pelo Decreto
5.296, de 2 de dezembro de 2004. Através dele acessibilidade é definida como:

[...] condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida,


dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos
serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e
informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.
(BRASIL, 2004a, p.45-46).

Este trabalho disserta a respeito do conhecimento da legislação sobre


Identificação e Avaliação da Acessibilidade de pessoas com deficiência no IFPB -
Campus Itabaiana. Analisaram-se as condições que eram necessárias na aplicação de
uma das versões do protocolo elaborado para a acessibilidade e verificou-se que são
acessíveis para garantir o ingresso e permanência de todos os alunos, priorizando as
necessidades dos que possuem alguma deficiência.
O trabalho foi dividido em duas etapas, sendo que a primeira teve como objetivo
adaptar um instrumento para avaliar a acessibilidade no ensino superior e analisar as
condições de acessibilidade no IFPB- Campus Itabaiana. O Objetivo do Estudo 2 foi
identificar o nível de satisfação e as opiniões de 3 alunas e 1 ex-aluno com deficiência
em relação ao seu acesso e permanência no IFPB. Para isso, foi utilizada a Escala de
satisfação e atitudes de pessoas com deficiência (ESA), desenvolvida por Guerreiro
(2011) e foram realizadas entrevistas com esses participantes. Para a coleta de dados foi
utilizada a entrevista semiestruturada.

2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Identificar e avaliar as condições de acessibilidade para os alunos no Instituto


Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba, Campus Itabaiana.

2.2 Objetivos específicos

- Realizar levantamento bibliográfico sobre o tema acessibilidade;


- Adaptar e aplicar instrumento de escala de nível de acessibilidade;
- Analisar as rotas de acessibilidade do Campus Itabaiana;
- Identificar as condições de acessibilidade do Campus Itabaiana;
- Avaliar o nível de percepção de alunos, professores e técnicos sobre o nível de
acessibilidade do Campus Itabaiana;
- Avaliar a satisfação com a acessibilidade existente no Campus Itabaiana.

3. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

3.1 Acessibilidade

O conceito de acessibilidade cada dia mais vem ganhando visibilidade no meio


acadêmico evidenciando um anseio da sociedade em geral, mas principalmente das
pessoas com algum tipo de deficiência física.
É de fundamental importância promover mudanças no ambiente físico para
alcançar as melhores condições de acessibilidade possíveis, permitindo a todas as
pessoas a realização das atividades desejadas, com autonomia, conforto e segurança.
Por meio da Lei n° 10.098/00 (BRASIL, 2000), no seu Art. 2°, acessibilidade é
definida como:
“ [...] a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e
autonomia, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das
edificações, dos transportes e dos sistemas e meios de comunicação, por
pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.”

Portanto, a acessibilidade deve estar presente em todos os meios em nossa


sociedade, assim, possibilitando pessoas com deficiência a viverem com uma maior
qualidade de vida e participação social.

3.2 Legislação brasileira e normas públicas sobre acessibilidade

A Constituição Federal de 1988, como carta magna e documento jurídico mais


importante do país, assegura em seu Art. 5 a igualdade, sem distinção de qualquer
natureza, como direito e garantia fundamental para todos os cidadãos brasileiros
(BRASIL,1988). Em seu Art. 227, § 2º, a Constituição diz que a lei disporá de normas
sobre a construção de edifícios de uso público, a fim de garantir acesso às pessoas com
deficiência ou a adaptação desses espaços como previsto no Art. 244.
Para tal problemática, a Lei Federal nº 13.146, de 6 de julho de 2015, conhecida
por Estatuto da Pessoa com Deficiência, assegura a igualdade e liberdade das pessoas
com deficiência, definidas como qualquer pessoa com impedimento de longo prazo de
natureza física, mental, intelectual ou sensorial, para a garantia de seus plenos direitos e
participação efetiva na sociedade (BRASIL, 2015). Em seu Art. 53, essa lei define
acessibilidade como um direito que garante à pessoa com deficiência ou mobilidade
reduzida viver de forma independente e exercer seus direitos de cidadania e participação
social.
Com o objetivo de assegurar a mobilidade de pessoas com deficiência nos meios
públicos, urbanos, privados, de transporte e comunicação, a Lei n 10.098 estabelece
normas gerais de normas básicas para promover a acessibilidade quanto a necessidade
mobilística de todos, entre outras disposições. A lei define barreiras como “qualquer
entrave, obstáculo, atitude ou comportamento que limite ou impeça a participação social
[...]” (BRASIL, 2000).

3.3 Acessibilidade nos locais de ensino

Nas escolas e instituições de ensino superior cada vez mais nota-se a presença de
alunos com algum tipo de deficiência ou dificuldade de locomoção no âmbito escolar, o
que vem impulsionando diversas mudanças e reorganizações desses espaços. No
ambiente escolar é fácil de se observar alguns obstáculos que podem vir a dificultar de
alguma forma a locomoção das pessoas com deficiência. Para isso, é necessário
mudanças e adaptações nesse local, para assim ocorrer a inclusão de todos de forma
independente nesse espaço, proporcionando bem-estar aos portadores de necessidades
especiais.
No âmbito escolar todo aluno deve ter garantido o melhor acesso possível de
forma segura e independente. Ao levar em conta os aspectos legais existentes, nos quais
a acessibilidade é projetada sobre espaços, locais e atitudes, deve-se possibilitar às
condições de acesso em relação à permanência nas instituições de ensino, com objetivo
de construir a cidadania Corrêa (2014).
Faz-se imprescindível combater as barreiras físicas e atitudinais para assim
possibilitar a garantia dessa cidadania. Fundamentada na NBR 9050 (ABNT, 2004),
Manzini (2005) explica que o conceito de barreiras pode ser tanto físico, como de
comunicação. Ainda segundo o autor, a acessibilidade é um importante meio para que
haja a inclusão dessas pessoas, temática de extrema importância a ser discutida nos dias
atuais.
Portanto, “Para ter acessibilidade, os edifícios devem ser utilizados desde a sua
entrada, em todos os espaços internos e oferecerem uma saída de forma autônoma a
todas as pessoas” (BAÚ, 2015, p. 18).
Faz-se importante também salientar a existência do NAPNE (Núcleo de
Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais) Resolução n° 139,
de 02 de outubro de 2015 o qual dispõe sobre o Regulamento dos Núcleos de
Atendimento às Pessoas com Necessidades Educacionais Específicas (NAPNE) do
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba.
Este, surge na Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica,
para promover a garantia de acessibilidade dos estudantes com necessidades
educacionais especiais nos cursos de nível básico, técnico e tecnológico das Instituições
Federais de Educação (IFEs), contribuindo para a implantação de políticas de acesso,
permanência e conclusão de curso com êxito.
Ele também corresponde ao núcleo de acessibilidade previsto no Decreto
7.611/2011, que dispõe sobre a educação especial, a garantia de um ensino inclusivo
sem discriminação ou exclusão em todos os níveis, entre outras providências.
O NAPNE tem por finalidade estabelecer a cultura da educação para a
convivência, aceitação da diversidade e, principalmente, buscar a quebra de barreiras
educacionais, atitudinais e arquitetônicas na instituição, de forma a promover inclusão
de todos na educação.

3.3.1 Sinalizações em ambiente escolar

A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) através da NBR


9050/2020 estabelece critérios técnicos para projetos de edificações que atendam às
pessoas deficientes, com a finalidade da utilização de forma autônoma dos ambientes. A
norma trata especificamente sobre acessibilidade, a fim de facilitar o acesso dos
deficientes, possibilitando uma escola acessível, por meio de mudanças e adaptações
nas edificações, mas neste ponto o foco será principalmente nas sinalizações necessárias
no ambiente escolar.
Quanto à sinalização, exitem três tipos:
- Sonora: usa-se recursos auditivos para possibilitar a compreensão da localização
dos deficientes no ambiente. A lei da acessibilidade ,(Lei n° 10.098/2000),
(BRASIL, 2000) e o Estatuto da Pessoa com Deficiência ,(Lei n° 13.146/2015),
(BRASIL, 2015), determinam como obrigatório a instalação de equipamentos de
sinalização sonora em vias de fluxo intenso;
- Tátil: ocorrem através da utilização de objetos em alto relevo ou Braille. Guiada
pela norma NBR 16537 que estabelece critérios e parâmetros técnicos
analisados para a execução do projeto e instalação de sinalização tátil no piso do
ambiente para a pessoa com deficiência visual ou surdo-cegueira (BRASIL,
2016);
- Visual: conjunto de elementos que comunicam informações orientativa visuais
por meio de sinais, textos ou desenhos figurativos. Regulamentada pela norma
NBR 9050 (BRASIL, 2015).

3.4 Estudos sobre acessibilidade em instituições educacionais

Foram analisados alguns trabalhos que discorreram sobre acessibilidade em


ambiente escolar. Dentre estes, destacam-se os trabalhos desenvolvidos por Corrêa
(2014) e Baú (2015). Estes, por sua vez, identificaram e analisaram a existência de
acessibilidade nas escolas estudadas através da avaliação de rotas pré-definidas. Nestas
rotas, seriam pontuadas questões sobre a existência ou não da acessibilidade no
ambiente escolar.
Rota pode ser entendida como uma organização da orientação espacial, isto é, as
características ambientais responsáveis por nos guiar através dos suportes informativos
(sonoros, táteis e visuais) (BRASIL, 2004).
A NBR 9050/2004 (BRASIL, 2004), define rota como sendo:

"Trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado, que interliga os ambientes


externos ou internos de espaços e edificações, que possa ser utilizado de
forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive aquelas com
deficiência. [...]. Já a rota acessível [...] incorpora corredores, pisos, rampas,
escadas, elevadores, etc." (BRASIL, 2004, p. 4 ).

Paiva, Rodrigues e Sousa (2019), em um artigo realizado no IFPB Campus –


Itabaiana também sobre Acessibilidade, que se trata primordialmente da norma NBR
9050/2004 destaca que:

“Embora existam elementos de acessibilidade no edifício, isso por si só não é


o suficiente. Porque apenas construindo elementos de acessibilidade e
adaptando use apenas espaços que atendam aos requisitos legais, enquanto
esvazia esses espaços elementos funcionais devido à não conformidade com
os parâmetros técnicos. Por exemplo, a presença de pisos hápticos e de aviso
é facilmente Campus, formando uma via de acesso, mas apenas na área de
ensino e entrada corredor, ou seja, qualquer pessoa com deficiência visual
que necessite do IFPB, está localizado entre a entrada e a entrada as salas de
aula não poderão contar com essa orientação espacial.” (PAIVA,
RODRIGUES e SOUSA, 2019 ).

Para Baú (2015) "rota acessível é uma alternativa perfeita para indicação de
determinados trajetos percorridos." Para a autora, isso possibilita a circulação das
pessoas com deficiência ou com mobilidade reduzida, nos espaços e ambientes.
Corrêa (2014) afirma que através das rotas se torna mais fácil avaliar o nível de
acessibilidade, pois, além de analisar o caminho é possível analisar criteriosamente os
elementos arquitetônicos presentes nele. A autora utilizou de um protocolo criado por
ela, o Protocolo para Avaliação de Acessibilidade nas Instituições de Ensino Superior
(Anexo A), com o intuito de saber se há ou não um nível positivo de acessibilidade
observando os elementos constatados e comparando-os.
No trabalho de Corrêa (2014), o critério para elaborar as rotas foi definido a partir
dos estudos de Manzini et al. (2008) e os espaços que os alunos mais utilizavam. Dessa
forma, no referido trabalho, foram definidas as seguintes rotas:

Quadro 1- Definição das rotas para avaliação das condições de acessibilidade nas Instituições

Rota 1 – da entrada da faculdade para o bloco de salas de aula

Rota 2 – do bloco de salas de aula para a biblioteca


Rota 3 – do bloco de salas de aula para a Xerox

Rota 4 – do bloco de salas de aula para a sala dos professores e departamentos

Rota 5 – do bloco de salas de aula para o laboratório de informática

Rota 6 – do bloco de salas de aula para o refeitório, restaurante universitário e cantina

Rota 7 – do bloco de salas de aula para o banco

Rota 8 – do bloco de salas de aula para o prédio administrativo

Rota 9 – do bloco de salas de aula para a seção de graduação

Rota 10 – do bloco de salas de aula para o Anfiteatro

Rota 11 – do bloco de salas de aula para o Centro Acadêmico e/ou diretório acadêmico

Fonte: CORRÊA (2014).

No trabalho de Baú (2015) para auxiliar na elaboração de rotas foi contratada a


Associação Medianeirense dos Deficientes Físicos (AMEDEF) que contou com a
presença do presidente da associação e um cadeirante. No estudo de Baú (2015), as
rotas definidas foram:

Quadro 2- Rotas para avaliação das condições de acessibilidade nas Instituições


Rota 1 – da entrada da universidade para o bloco de salas de aula

Rota 2 – do bloco de salas de aula para a biblioteca

Rota 3 – do bloco de salas de aula para o pátio coberto para os alunos

Rota 4 – do bloco de salas de aula para o local do xerox;

Rota 5 – do bloco de salas de aula para a sala de estudos;

Rota 6 – do bloco de salas de aula para a secretaria acadêmica;

Rota 7 – do bloco de salas de aula para o Setor Médico/Dentista/Psicóloga;

Rota 8 – do bloco de salas de aula para o Restaurante Universitário – RU e cantina;

Rota 9 – do bloco de salas de aula para o laboratório de informática;do bloco de salas de aula para a
seção de graduação;

Rota 10 – do bloco de salas de aula para o auditório;

Rota 11 – do bloco de salas para os banheiros.

Fonte: BAÚ, (2015).


A utilização de rotas permite uma fácil avaliação dos caminhos, bem como os
elementos presentes a fim de uma melhor organização.

4. MATERIAIS E MÉTODOS

Quanto à natureza, esta é uma pesquisa aplicada, pois tem como objetivo gerar
conhecimentos para aplicação prática que possam solucionar o problema acessibilidade
no IFPB Campus Itabaiana.
Em relação aos objetivos, esta pesquisa é exploratória, por que busca investigar e
definir com mais informações o tema, estudando o nível de acessibilidade voltado para
um método que organiza essas informações e elaborar hipóteses através do melhor
entendimento do problema.
Para a realização do estudo proposto, o método da pesquisa considera a escolha de
procedimentos sistemáticos para a determinação dos resultados. Diante disso, a pesquisa
explorou aspectos de ordem quantitativa e qualitativa, dando ênfase ao caráter
exploratório e quantitativo-qualitativo. Portanto, em relação a abordagem, é uma
pesquisa quantitativa e qualitativa aplicada de forma prática a coleta de dados, avaliando
as condições de acessibilidade no IFPB Campus Itabaiana visando identificar no meio
físico estruturas arquitetônicas que viabilizam o acesso ao ambiente relacionado ao bloco
de ensino.
Quanto ao procedimento técnico é um estudo de caso, porque busca avaliar as
condições de acessibilidade em específico no IFPB Campus, Itabaiana e ainda busca o
aprofundamento no conhecimento das soluções práticas desse problema para ser utilizado
na nossa realidade. A pesquisa se desenvolveu nas dependências do IFPB - Campus
Itabaiana no período entre outubro e novembro de 2022.
As Figuras 1 e 2 ilustram a planta baixa do bloco acadêmico do IFPB - Campus
Itabaiana, tanto o pavimento térreo, quanto o superior. Apesar do Campus contar com
outro bloco (o Administrativo), este estudo restringiu-se ao bloco de ensino pelo
objetivo relacionar-se à acessibilidade de estudantes.
Figura 1: Planta Baixa do Pavimento Térreo do Bloco de Ensino do IFPB - Campus Itabaiana

Fonte: IFPB Campus - Itabaiana (2022).


Figura 2: Planta Baixa do Pavimento Superior do Bloco de Ensino do IFPB - Campus Itabaiana

Fonte: IFPB Campus - Itabaiana, (2022).


Para a primeira parte deste estudo, o instrumento de pesquisa utilizado foi uma
adaptação do Protocolo para Avaliação de Acessibilidade nas Instituições de Ensino
Superior (CORRÊA, 2014; BAÚ, 2015).
Em decorrência da aplicabilidade do protocolo no IFPB - Campus Itabaiana e
tendo como critério a análise dos espaços mais utilizados e aqueles indispensáveis para a
educação e inclusão no meio social, o Protocolo para Avaliação de Acessibilidade nas
Instituições de Ensino Superior foi adaptado para as rotas mais utilizadas pelos alunos da
referida instituição. Dessa forma, as rotas utilizadas neste trabalho são as seguintes:

Quadro 3- Rotas para avaliação das condições de acessibilidade de alunos no IFPB - Campus
Itabaiana

Rota 1 – da entrada do instituto para o bloco de salas de aula

Rota 2 – do bloco de salas de aula para a biblioteca

Rota 3 – do bloco de salas de aula para a sala dos professores e departamentos

Rota 4 – do bloco de salas de aula para o laboratório de informática

Rota 5 – do bloco de salas de aula para o refeitório, restaurante universitário e cantina

Rota 6 – do bloco de salas de aula para o prédio administrativo

Rota 7 – do bloco de salas de aula para o Centro Acadêmico e/ou diretório acadêmico

Rota 8 – do bloco de salas de aula para os banheiros

Rota 9 – do bloco de salas de aula para o Setor Médico

Fonte: Elaboração própria (2022).

O bloco de sala de aulas foi escolhido como o local de origem da Rota 2 até a
Rota 9, por ser o local com maior utilidade da vida acadêmica dos estudantes, isso
também foi levado em conta no trabalho de Audi e Manzini (2006).

Os resultados serão avaliados de maneira individual, devido ao protocolo em


questão ser dividido dessa forma, apesar da utilização rotas que serviram para indicar
um nível de acessibilidade à posteriori.
Na segunda parte deste estudo, foi realizada uma entrevista com 3 alunas e 1 ex
aluno do Campus Itabaiana em estudo, que possuem deficiências. Sendo que duas
alunas possuem deficiência físicas, dificuldade de locomoção proveniente de sua
deficiência locomotora e uma aluna e um ex aluno com deficiência intelectual.

Dessa forma foi utilizada a Escala de Satisfação e Atitudes de Pessoas com


Deficiência – ESA, proposta no trabalho de Guerreiro (2011) apresentada no Anexo B.
A escala busca, por meio de 48 itens, analisar a satisfação dos espaços físicos com
respostas que vão de 1 a 7, em relação à acessibilidade. Com a devida adaptação para a
realidade estudada, os entrevistados responderam a 39 perguntas do formulário que
consta no Apêndice A.

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os resultados da primeira parte do estudo, onde houve a aplicação de um


protocolo adaptado, serão apresentados por meio de itens os quais são divididos no
protocolo. Os elementos arquitetônicos avaliados nas rotas podem ser vistos no Quadro
4 que segue:

Quadro 4 - Elementos arquitetônicos avaliados em cada rota

Elementos Rota 1 Rota 2 Rota 3 Rota 4 Rota 5 Rota 6 Rota 7 Rota 8 Rota 9
arquitetônicos
Rampas X X X
Elevadores
Escadas X X X
Portão ou portas X X X X X X X X X
Valetas d'água X X X X
Tapetes X X X X X X X X X
Piso tátil X X X X X X X X X
Placas de X X X X X X X X X
sinalização
Bebedouros X X X X X X X X X
Largura dos X X X X X X X X X
corredores
Carteiras X X X X X X X X X
Estacionamentos X
sinalizados
Ponto de ônibus X
Guias rebaixadas X X X X X X X X X
Faixa de pedestre X
Banheiros X X X X X X X X X
Biblioteca X

Fonte: Elaboração própria, (2022).


5.1 Tipo de acesso encontrado
Nesse item foram avaliados se os tipos de acesso se dava por escadas,
elevadores ou rampas, elementos arquitetônicos relacionados, a largura das portas, as
guias rebaixadas e tipos de maçanetas.

5.1.1 Escadas, elevadores ou rampas

O primeiro item do protocolo se refere à presença ou não de escadas, elevadores


ou rampas nas rotas avaliadas. Com base nisso, registrou-se a presença ou inexistência
desses elementos nas rotas de acesso selecionadas para o estudo. A Tabela 1 apresenta
os resultados da pesquisa realizada. Conforme apresentado nas Figuras 3, 4, 5, 6, 7 e 8.

Figura 3: Subindo a escada do bloco acadêmico superior

Fonte: Elaboração própria (2022).

Figura 4: Descendo a escada do bloco acadêmico superior

Fonte: Elaboração própria, (2022).


Figura 5: Subindo a escada rotatória do bloco acadêmico superior

Fonte: Elaboração própria (2022).

Figura 6: Início da rampa de acesso do bloco acadêmico superior

Fonte: Elaboração própria, (2022).

Figura 7: Meio da rampa de acesso do bloco acadêmico

.
Fonte: Elaboração própria (2022).
Figura 8: Final da rampa de acesso do bloco acadêmico superior.

Fonte: Elaboração própria, (2022).

Quadro 5- Ocorrência do tipo de acesso encontrado

Rotas Caminhos sem elevadores, Rampas Elevadores Escadas


escadas ou rampas

1 X Não se aplica

2 X Não se aplica X

3 X Não se aplica X

4 X Não se aplica X

5 X Não se aplica

6 X Não se aplica

7 X Não se aplica

8 X Não se aplica

9 X Não se aplica
Fonte: Elaboração própria (2022).

Observa-se no Quadro 5 que as rampas são o acesso principal nas 9 rotas


analisadas. As rampas permitem o acesso de todos os usuários, principalmente dos
cadeirantes. É uma excelente e definitiva solução para pequenos desníveis (BRASIL,
2004), como aquelas encontradas nas rotas 1, 6, 7 e 9, pois ficam entre blocos. A rampa
que fica no bloco de ensino, que dá acesso às rotas 2, 3 e 4, apesar de maior inclinação,
obedece às especificações da norma e possui corrimão dos dois lados e com dois tipos
de altura. A ocorrência de rampas com essas características também foi observado nos
trabalhos de Corrêa (2014) e Baú (2015).
As escadas ,que se tornam meios alternativos de locomoção dentro dos andares
do bloco de ensino devido a presença de rampa, também são adequadas visto que
possuem corrimão dos dois lados e com dois tipos de altura.
Não foi avaliado o quesito Elevadores devido a não existirem na instituição.

5.1.2 Portas e portões


Neste item foi avaliada a largura dos portões e portas, a resistência das portas,
portas de correr e maçanetas. Conforme apresentado nas Figuras 9, 10, 11 e 12.

Figura 9: Portões de entrada da Instituição

Fonte: Elaboração própria (2022).

Figura 10: Portões com imagem ampliada da entrada da Instituição

Fonte: Elaboração Própria (2022).


Figura 11: Porta de entrada da sala de aula
Fonte : Autoria Própria (2022).

Figura 12: Portas dos laboratórios e refeitório referenciado em uma única foto.

Fonte : Autoria Própria (2022).


Pôde-se observar que as portas e portões são acessíveis em todas as rotas, por
possuírem largura adequada além de uma proteção de um material resistente a pancada
de bengalas e cadeiras de rodas como pode ser observado nas figuras 9, 10, 11 e 12.

5.1.3 Estacionamento para veículos de pessoas com deficiência


A vaga com finalidade para usuários de cadeira de rodas deve estar vinculada a
uma rota acessível. O campus possui 10 vagas destinadas para veículos de usuários
cadeirantes estão localizadas próximas à entrada da instituição (Rota 1) e por trás do
bloco administrativo tem mais 5 vagas conforme apresentado na Figura 13.

Figura 13: Estacionamento para veículos cadeirantes no IFPB.

Fonte : Autoria Própria (2022).

5.2 Piso tátil, tapetes e capachos


Em todas as rotas e corredores encontrados na instituição nota-se apresenta de
piso tátil, material de borracha antiderrapante com textura e cores diferentes do piso,
sendo diferenciado nas entradas das salas, laboratórios, escadarias e rampas que servem
para orientar pessoas com deficiência visual ou com baixa visão pelo campus Itabaiana,
conforme exemplificado nas Figuras 14 e 15.
Figura 14: Tátil presente em todos os corredores

Fonte : Autoria Própria (2022).

Figura 15: Tátil presente em todos os corredores.

Fonte : Autoria Própria (2022).

5.3 Condições de sinalização e comunicação existentes

Nesta parte serão apresentados a presença do piso podotátil, a sinalização dos


elevadores, as placas de sinalização encontradas, a presença de telefones públicos para
alunos cadeirantes e surdos, presença de sinalização nos corrimãos e degraus e mapa em
relevo da Instituição de Ensino Superior.
Observou-se, após a análise, que muitos desses itens não existem na instituição e
os que se apresentaram mostraram avarias e defeitos em algumas partes como a
sinalização nos corrimãos e degraus. Também a inexistência de placas em libras e braile
prejudicam esse quesito analisado.
A falta de sinalização adequada para os alunos com deficiência visual e auditiva
nas Instituições de Ensino Superior também foi identificada no trabalho de
Manzini(2008).

5.4 Condições de acessibilidade nas dependências internas

Nesta seção, será apresentada a avaliação de equipamentos urbanos, como


bebedouros, mesas, carteiras, terminais de computadores, balcões dos laboratórios, entre
outros.
Os bebedouros foram classificados como inacessíveis, por possuírem estatura
que não permite inclusão de alunos que utilizam cadeira de rodas ou possuem nanismo.
Isso também foi encontrado na pesquisa de Guerreiro(2011).
Dessa forma, recomenda-se, segundo a norma NBR9050(2004), a instalação desse tipo
de bebedouro. De maneira análoga, as mesas e balcões utilizados não são acessíveis.

5. 5 Acessibilidade dos corredores e passarelas

Nesse item foram avaliados a sua largura dos corredores e passarelas, a presença
ou ausência de passarelas nos caminhos ao ar livre, a presença ou ausência de guias
rebaixadas nas passarelas.
Apesar da presença de elementos nas rotas que muitas das vezes dificultavam a
passagem e utilização dos corredores e passarelas, esse quesito foi bem avaliado.
Primeiramente, observou-se que a largura dos corredores é acessível por permitir a livre
passagem até mesmo em horários mais congestionados.
No entanto, em caminhos ao ar livre, não existem passarelas tampouco cobertura
contra chuva, o que gera um ponto negativo para a acessibilidade. Nesse item também
foi avaliado o ponto de ônibus presente na instituição.

5.5.1 Condições de acessibilidade do ponto de ônibus da parte externa

O ponto de ônibus presente dentro ou fora da instituição deve estar vinculado a


uma rota acessível com faixas de segurança para pedestre, piso podotátil, semáforo
sonoro e guia rebaixada. Verificou-se que, assim como no trabalho de Corrêa (2014),
não existia um ponto de ônibus acessível como definido acima.

5.6 Condições de acessibilidade do banheiro

Em todo o Campus nota-se uma arquitetura acessível, sendo assim, em todos os


6 banheiros, contando 3 femininos e 3 masculinos, contendo cada um 1 cabine adaptada
e de fácil acesso para pessoas com deficiência ou dificuldades de locomoção. Conforme
apresentado na Figura 16.

Figura 16: Banheiro para deficientes.

Fonte : Autoria Própria (2022).

5.7 Condições de acessibilidade da biblioteca

No item biblioteca, foram avaliados se as condições do seu mobiliário permitia o


acesso do aluno cadeirante, a distância entre as estantes de livros e os espaços para
manobras de cadeira de rodas.
Verificou-se que a biblioteca possui nos corredores entre as estantes, espaços
adequados para a manobra de cadeira de rodas, que deve ser maior ou igual a 0,90 m de
largura, para possibilitar o acesso de um aluno com cadeira de rodas (BRASIL, 2004).

5.8 Percepção dos discentes sobre acessibilidade

A partir de agora serão apresentados os resultados da segunda parte do estudo,


por meio do auxílio de gráficos que ajudarão a discutir sobre a percepção dos alunos
quanto à acessibilidade.
No quadro 6, sobre a caracterização dos participantes/alunos da pesquisa no
IFPB, pode-se observar que foram encontrados duas classificações de deficiências:
deficiência física e deficiência intelectual.

Quadro 6- caracterização dos participantes da pesquisa


Participante Idade Gênero Curso Classificação da Duração da
Deficiência entrevista

Técnico em Automação Deficiência Física


Industrial
P1 19 F 35’

Técnico em Eletromecânica Deficiência 25’


Intelectual
P2 21 M

Técnico em Eletromecânica Deficiência 23’


Intelectual
P3 18 F

Técnico em Eletromecânica Deficiência Física 34’

P4 19 F

Fonte: Autoria própria (2022).


Tabela 2- Questões respondidas pelos participantes de acordo com o nível de acessibilidade.

Questões Entrevistado Entrevistado Entrevistado Entrevistado


P1 P2 P3 P4
1. O caminho até a minha sala de aula é... 4 7 7 3
2. Atravessar as vias internas no Campus é... 5 6 7 3
3. As escadas (internas e/ou externas) que eu
utilizo são... 1 7 7 3
4. As rampas (internas e/ou externas) que eu
utilizo são... 3 4 7 3
5. Os rebaixamentos de Calçada que eu utilizo
são... 2 4 7 4
6. Os espaços das salas de aulas são... 7 7 7 7
7. As portas de entrada das salas de aula são... 7 6 7 7
8. Os banheiros que utilizo são... 7 6 7 7
9. A acessibilidade aos bebedouros é... 6 7 7 7
10. O caminho até a biblioteca principal e ou
setorial é... 6 1 7 5
11. O caminho até a quadra de esporte é... 1 3 7 4
12. O caminho até os serviços de reprografia
é... 3 4 7 5
13. O caminho até os serviços de alimentação/
refeitório é... 5 6 7 5
14. As informações para as pessoas com
deficiência contidas no edital do meu
curso/seleção; estavam.... 4 7 7 6
15. As vagas disponibilizadas para as pessoas
com deficiência nos estacionamentos são... 6 5 6 6
16. Devido a minha deficiência, preciso de
auxílio de terceiros para me locomover... 3 1 7 7
17. Já sofri acidente por causa das barreiras
arquitetônicas/urbanísticas... 7 1 6 5
18. Os recursos materiais de disponibilizados
para acompanhar as aulas são... 7 7 7 7
19. O recurso humano oferecido na biblioteca
é... 7 6 7 7
20. Os recursos materiais disponibilizados na
biblioteca é... 7 5 6 7
21. Meu êxito Acadêmico depende da
acessibilidade física aos ambientes... 7 1 6 7
22. Os recursos humanos oferecidos nas
palestras e os outros eventos no Campus é... 7 6 7 7
23. Minhas expectativas antes de entrar na
instituição, como aluno, eram... 7 7 5 7
24. Minhas perspectivas depois de entrar na
instituição, como aluno, são... 3 5 7 7
25. É constrangedor me deslocar no Campus... 4 1 7 6
26. Meu desenvolvimento com o curso em que
estou matriculado é... 6 1 4 6
27. Sinto-me incluído na instituição... 7 5 7 6
28. Sinto apoio dos Professores para minha
Integração no curso... 6 7 7 7
29. Sinto apoio dos colegas para minha
Integração no curso... 7 6 7 7
30. Peço ajuda para me deslocar aos diversos
ambientes sem constrangimento... 7 1 7 7
31. Faço reclamações no setor competente da
instituição com relação às Barreiras atitudinais,
arquitetônicas e ou urbanísticas encontradas no
Campus... 1 1 7 7
32. Considero acionar o Ministério Público
quando minhas necessidades, quanto a
acessibilidade física ou comunicação, não são
atendidas... 1 7 7 7
33. Quando encontro qualquer obstáculo físico
procuro contorná-lo e não me intimido... 7 7 7 5
34. Para evitar conflitos de acessibilidade
procuro me deslocar o mínimo possível... 1 7 6
35. A falta de acessibilidade, de uma maneira
geral me leva a pensar em abandonar o curso... 1 7 7
36. As barreiras atitudinais vivenciadas por
mim me levam a pensar em abandonar o
curso... 1 7 7
37. Peço ajuda para utilizar o ônibus interno do
Campus sem constrangimento... 1 7 7
38. Prefiro comprar os recursos que preciso
para meu desempenho Acadêmico do que
solicitar a instituição... 7 7 7
39. O recurso humano oferecido para
acompanhar as aulas é ... 7 1 7 7
.
Fonte: Autoria Própria (2022).

Para a análise dos resultados foi considerada a seguinte pontuação: satisfeito (7);
tendendo a satisfação (5 a 6); tendendo a insatisfação (2 a 4) e insatisfeito (1).
Desenvolvido por Manzini (2003), as prioridades para mudanças estruturais e
para a identificação de pontos perigosos, aparecerão com a colaboração dos estudantes
com deficiências, embora o caminho até a sala de aula ser acessível (Rota 1), dentre os
entrevistados, dois deles (P2 e P3) avaliou como plenamente acessível (7) o referido
caminho por não encontrar dificuldades e nem obstáculos. Os demais
(P1–Amputação/Prótese, P4 – Patela alta) e contendo algumas faculdades de
locomoção, nas barreiras físicas e atitudinais atribuíram uma avaliação tendendo a
insatisfação (3 a 4).
Gráfico 1: Satisfação Estrutural dos Entrevistados.
Fonte: Autoria Própria (2022).

O Gráfico 2 representa a satisfação operacional dos entrevistados, em relação à


satisfação com os elementos como os recursos disponibilizados, desde o processo
seletivo, para acesso às Instituições Federais.

Gráfico 2: Satisfação Operacional dos Entrevistados.


Fonte: Autoria Própria, (2022).

Com a evolução do sentimento de satisfação dos alunos depois de entrarem na


instituição e reconhecendo presencialmente, é observada no Gráfico 3. Com relação a
esse item, os participantes (P1, P2, P3 e P4) atribuíram como positiva (7) às
expectativas depois do ingresso na instituição.

Gráfico 3: Satisfação Psicoafetiva aos Entrevistados.


Fonte: Autoria Própria,( 2022).

Percebe-se, através das análises feitas, que os estudantes pouco conhecem sobre
as normas e leis de acessibilidade, dessa forma desconhecem que seu direitos são em
algumas vezes violados. Também notou-se que embora critiquem a utilização de
espaços de ensino, possuem uma avaliação positiva, em geral. Esses dados podem ser
percebidos através dos gráficos 1, 2 e 3.

6. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados obtidos na primeira parte do estudo, onde o instrumento de


pesquisa utilizado foi o Protocolo para Avaliação de Acessibilidade no IFPB Campus
Itabaiana (CORRÊA, 2014), determinou que o Campus caracteriza-se como um local
acessível apesar de ainda existirem alguns entraves.
Em relação a segunda parte do estudo, que utilizou-se da Escala de satisfação e
atitudes de pessoas com deficiência – ESA, proposta no trabalho de Guerreiro (2011),
que verificou a satisfação dos alunos e ex alunos do Campus com vista a acessibilidade
presente nas referidas rotas, permitiram as considerações que seguem:
A identificação e a avaliação das condições de acessibilidade do campus
Itabaiana foram determinadas a partir da realização de um protocolo pré-estabelecido
que possibilitou concluir a partir da presença de elementos que restringem de alguma
forma o deslocamento e a passagem dos alunos com deficiência, dificuldade de
locomoção, etc. tal como dos elementos que colaboraram para facilitar as condições de
acessibilidade;
Com a execução do dito protocolo também é possível identificar as ações
necessárias, no âmbito do campus, para em um futuro próximo e apropriado adequar as
rotas para que haja uma acessibilidade plena para todos os estudantes matriculados, isso
também aos futuros discentes;
Os resultados encontrados nesta pesquisa proporcionaram a conclusão de que a
estrutura arquitetônica do campus Itabaiana, apesar da ausência de alguns elementos
importantes, ainda é suficiente para assegurar a acessibilidade do discente com
deficiência ou com mobilidade reduzida, com exceção para os alunos com deficiência
visual, onde apresenta uma acessibilidade de forma parcial, isso também para pessoas
com deficiência auditiva, que necessitar de um tipo de sinalização sonora para os
auxiliar;
Apesar das dificuldades relatadas pelos alunos, é possível afirmar que eles
indicam um “ótimo” nível de contentamento com a acessibilidade física oferecida pelo
Campus.
Assim sendo, pode-se ser observado que muito ainda pode ser feito para que haja
uma completa inclusão de todos os alunos já matriculados na instituição e aqules que
virão a se tornar discentes futuramente. A adequação dos espaços do campus às normas
e leis tratadas acima deve ser aprimorada e reverberada com ênfase na vida escolar
dessas pessoas para que o conceito de acessibilidade seja respeitado.
De acordo com as análises, podemos perceber que para certos tipos de
deficiência, o IFPB Campus- Itabaiana não está totalmente preparado para recebê-las.
Deve-se, portanto, ter um olhar especial à essas necessidades de forma a modificar o
espaço já existente, adicionar mais elementos acessíveis como semáforos sonoros para
deficientes visuais e cadeiras adaptadas para deficiências físicas, bem como também
capacitar os profissionais para trabalharem de forma igualitária com os alunos, por
exemplo, ter um intérprete de libras para deficientes auditivos.
Diante do fato exposto de que a metodologia executada neste trabalho pode ser
aplicada para a obtenção dos resultados vistos, sugere-se um estudo ainda mais
aprofundado com a inclusão de discentes com diversos outros tipos deficiência, como a
visual, deficiência auditiva, etc. tal como, de rotas não existentes no presente trabalho,
como forma de aperfeiçoamento dos resultados obtidos.

AGRADECIMENTOS

O desenvolvimento deste trabalho de conclusão de Curso contou com a ajuda de


diversas pessoas, dentre as quais agradecemos:
Primeiramente agradecemos a Deus por nossas vidas, e por nos ajudar a
ultrapassar todos os obstáculos encontrados ao longo do curso.
Segundamente a orientadora, Professora Elaine Gonçalves Soares de Medeiros,
por seu apoio, pela sabedoria transmitida com maestria, pelo direcionamento,
orientação, pelas sugestões e correções, fatores essenciais para a conclusão deste
trabalho.
Ao Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Paraíba – Campus
Itabaiana, por nos oferecer condições favoráveis para a realização de nosso estudo.
E a todos que, direta ou indiretamente contribuíram para a realização desta pesquisa,
somos extremamente gratos.

“Não importa que façanhas você realize,


sempre será com a ajuda de alguém”
(Althea Gibson Darben).

REFERÊNCIAS

AUDI, E. M. M.; MANZINI, E. J. Protocolo para avaliação de acessibilidade em


escolas do Ensino Fundamental: um guia para gestores e educadores. Marília:
ABPEE, 2006. Acesso em: 15 de jun. 2022.
AUDI, E. M. M. Protocolo para avaliação de acessibilidade física em escolas de
Ensino Fundamental. 2004. 228 f. Dissertação (Mestrado em Educação) - Faculdade
de Filosofia e Ciências, Universidade Estadual Paulista, Marília, 2004. Acesso em: 02
maio. 2022.

BAÚ, Marlene Alamini. Avaliação da acessibilidade no ensino superior: UTFPR -


Câmpus Medianeira. 2015. 123 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual
Paulista Júlio de Mesquita Filho, Faculdade de Filosofia e Ciências, 2015. Acesso em:
07 nov. 2022.

CORRÊA, P. M. Acessibilidade no ensino superior: instrumento para avaliação,


satisfação o alunos com eficiência e percepção de coordenadores de cursos. 2014.
232f. Tese (Doutorado em Educação) – Universidade Estadual Paulista, Faculdade de
Filosofia e Ciências, Marília, 2014. Acesso em: 17 nov. 2022.

GUERREIRO, E. M. B. R. Avaliação da satisfação do aluno com deficiência no


ensino superior. Estudo de caso. 2011. 229f. Tese (Doutorado em Educação Especial)
– Centro de Educação e Ciências Humanas, Programa de Pós-Graduação em Educação
Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2011. Acesso em: 11 ago.
2022.

http://publicacoesacademicas.unicatolicaquixada.edu.br/index.php/rec/article/view
/1417. Acesso em: 14 nov. 2022.

https://revistas.marilia.unesp.br/index.php/dialogoseperspectivas/article/view/9265.
Acesso em: 29 abr. 2022.

http://45.170.157.12/home/handle/123456789/200. Acesso em: 27 out. 2022.

http://reservas.fcrs.edu.br/index.php/rec/article/view/1417. Acesso em: 11 nov. 2022.

https://www.totalacessibilidade.com.br/pdf/Norma_Sinaliza%C3%A7%C3%A3o_T%C
3%A1til_No_Piso_Piso_T%C3%A1til_Total_Acessibilidade.pdf Acesso em: 05 nov.
2022.

https://www.canoas.rs.gov.br/wp-content/uploads/2020/07/norma-abnt-NBR-9050-
2015-emenda-1-2020.pdf. Acesso em: 04 nov. 2022.

https://www.ifpb.edu.br/orgaoscolegiados/consuper/resolucoes/2015/resolucao-no-139.
Acesso em: 27 set. 2022.

http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2011/decreto/d7611.htm . Acesso
em: 28 jun. 2022.

MANZINI, E. J. et. al. Acessibilidade em ambiente Universitário: identificação e


quantificação de barreiras arquitetônicas. In: MARQUEZINI, M. C.; ALMEIDA,
M. A. BUSTO, R. M.; TANAKA, E. D. O. (Org.). Educação física, atividades lúdicas e
acessibilidade de pessoas com necessidades especiais. Londrina: EDUEL, v. 9, p.185-
192, 2003. Acesso em: 25 maio 2022.
PAIVA; RODRIGUES; SOUZA. Análise da adequação à acessibilidade do IFPB
Campus Itabaiana à NBR 9050/2004. Congresso Nacional de Pesquisa e Ensino em
Ciências- CONAPESC. Paraíba, nov. 2019. Acesso em: 10 de outubro de 2022.

Lei Nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos


para a promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com
mobilidade reduzida, e dá outras providências. Diário Oficial da União, 20 dez. 2000.

DIREITOS AUTORAIS

Os autores são os únicos responsáveis pelo conteúdo do material neste trabalho.


ANEXO A
Instrumento para a avaliação das condições de acessibilidade nas Instituições de Ensino Superior.
Fonte: CORRÊA, (2014).
ANEXO B
Fonte: GUERREIRO, (2011).
APÊNDICE A
Adaptação da Escala de Satisfação e Atitudes de Pessoas com Deficiência – ESA

Caro (a) estudante O objetivo deste instrumento é avaliar o seu nível de satisfação
quanto à acessibilidade física a diversos ambientes do campus da(o) / /
. Ele é composto de três partes, que são: (A) Dados gerais de identificação; (B)
Classificação socioeconômica, (C) Escala de Satisfação e Atitudes de alunos com
deficiências com relação à acessibilidade de um modo geral. Solicitamos que preencha
a Parte C tomando como base a sua vivência no dia a dia na instituição e curso que
frequenta atualmente. Para cada item você deverá indicar o seu nível de satisfação numa
escala que vai de 1 a 7. Não existem respostas certas ou erradas, indique apenas como
você se sente. Por favor, responda a todas as questões, não deixe itens em branco.
A) DADOS GERAIS
Identificação:
Nome: ________________________________________________________________
Género: ( ) Feminino ( ) Masculino

Data de nascimento: ___/___/___ Cidade/Estado de nascimento: __________________


Profissão: ___________________________ Possui vinculo empregatício: sim ( ) não ( )
Escolaridade:
Ensino Médio incompleto ( )
Ensino Médio completo ( )
Ensino superior incompleto( )
Ensino Superior completo ( )
Mestrado incompleto ( )
Mestrado completo ( )
Doutorado incompleto( ).
Estado civil:
Solteiro(a)( ) Casado(a)( ) Outro ( ) Qual? ________________________________.

Tipo de deficiência:
Visual: Cegueira ( ) Baixa visão( ) Auditiva: Surdez ( )
Baixa audição ( ) Física: Cadeirante ( ) Dificuldade de
locomoção ( ) Causa: ________________________________.
Outras( ) Qual? .

Apresentam a deficiência desde: Nascimento ( ) Infância ( ) Adolescência ( )


Adulto( ).

Recursos utilizados para deslocamento ou comunicação:


Deficiência Visual:
Deficiência Auditiva:
_
Deficiência Física:
Outras deficiências: Qual? Recurso _
Conhecimento da legislação sobre Acessibilidade:
Conhece a legislação brasileira sobre acessibilidade: Muito ( ) Pouco ( ) Não
conhece( ).

Conhece a NBR 9050 da ABNT: Sim( ) Não ( ).

1. O caminho até a minha sala de aula é... 1 2 3 4 5 6 7

2. Atravessar as vias internas no Campus é... 1 2 3 4 5 6 7

3. As escadas (internas e/ou externas) que 1 2 3 4 5 6 7


eu utilizo são...

4. As rampas (internas e/ou externas) que 1 2 3 4 5 6 7


eu utilizo são...

5. Os rebaixamentos de calçada que eu 1 2 3 4 5 6 7


utilizo são...

6. Os espaços das salas de aulas são... 1 2 3 4 5 6 7

7. As portas de entrada das salas de aula 1 2 3 4 5 6 7


são...
8. Os banheiros que utilizo são... 1 2 3 4 5 6 7

9. A acessibilidade aos bebedouros é... 1 2 3 4 5 6 7


10. O caminho até a biblioteca principal e 1 2 3 4 5 6 7
ou setorial é...

11. O caminho até a quadra de esporte é... 1 2 3 4 5 6 7

12. O caminho até os serviços de 1 2 3 4 5 6 7


reprografia é...

13. O caminho até os serviços de 1 2 3 4 5 6 7


alimentação/ refeitório é...

14. As informações para as pessoas 1 2 3 4 5 6 7


com deficiência contidas no edital do
meu curso/seleção; estavam...

15. As vagas disponibilizadas para as 1 2 3 4 5 6 7


pessoas com deficiência nos
estacionamentos são...
16. Devido a minha deficiência, 1 2 3 4 5 6 7
preciso de auxílio de terceiros para me
locomover...
17. Já sofri acidente por causa das 1 2 3 4 5 6 7
barreiras arquitetônicas/urbanísticas...

18. O recurso humano oferecido 1 2 3 4 5 6 7


para acompanhar as aulas é...

19. Os recursos materiais de 1 2 3 4 5 6 7


disponibilizados para acompanhar as
aulas são...
20. O recurso humano oferecido na 1 2 3 4 5 6 7
biblioteca é...

21. Os recursos materiais 1 2 3 4 5 6 7


disponibilizados na biblioteca
é...

22. Meu êxito Acadêmico 1 2 3 4 5 6 7


depende da acessibilidade física
aos ambientes...
23. Os recursos humanos oferecidos 1 2 3 4 5 6 7
nas palestras e os outros eventos no
Campus é...

24. Minhas expectativas antes de entrar 1 2 3 4 5 6 7


na instituição, como aluno, eram...

25. Minhas perspectivas depois de entrar 1 2 3 4 5 6 7


na instituição, como aluno, são...

26. É constrangedor me deslocar no 1 2 3 4 5 6 7


Campus...
27. Meu desenvolvimento com o curso 1 2 3 4 5 6 7
em que estou matriculado é...

28. Sinto-me incluído na instituição... 1 2 3 4 5 6 7

29. Sinto apoio dos Professores para 1 2 3 4 5 6 7


minha Integração no curso...

30. Sinto apoio dos colegas para 1 2 3 4 5 6 7


minha Integração no curso...

31. Peço ajuda para me deslocar aos 1 2 3 4 5 6 7


diversos ambientes sem
constrangimento...
32. Faço reclamações no setor competente 1 2 3 4 5 6 7
da instituição com relação às Barreiras
atitudinais, arquitetônicas e ou
urbanísticas encontradas no Campus...

33. Considero acionar o Ministério 1 2 3 4 5 6 7


Público quando minhas necessidades,
quanto a acessibilidade física ou
comunicação, não são atendidas...

34. Quando encontro qualquer 1 2 3 4 5 6 7


obstáculo físico procuro contorná-lo
e não me intimido...

35. Para evitar conflitos de 1 2 3 4 5 6 7


acessibilidade procuro me deslocar o
mínimo possível...
36. A falta de acessibilidade, de uma 1 2 3 4 5 6 7
maneira geral me leva a pensar em
abandonar o curso...

37. As barreiras atitudinais vivenciadas 1 2 3 4 5 6 7


por mim me levam a pensar em
abandonar o curso...

38. Peço ajuda para utilizar o ônibus 1 2 3 4 5 6 7


interno do Campus sem
constrangimento...
39. Prefiro comprar os recursos que 1 2 3 4 5 6 7
preciso para meu desempenho
Acadêmico do que solicitar a
instituição...
Fonte: Elaboração própria, (2022).

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