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Atendimento aos estudantes com deficiência

mobilidade reduzida

Unidade 1
Apresentação do Curso

Assista ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?


v=IEHnsRBC2fc&feature=emb_imp_woyt

Olá! Bem-vindos a unidade 1 do nosso curso!

Iniciaremos, apresentando o conceito de deficiência / mobilidade reduzida, a


partir de uma discussão acerca do conceito de Educação Especial numa
perspectiva inclusiva, através da qual, crianças com dificuldades de locomoção
participam de maneira inclusiva das classes regulares de ensino.

Nossa proposta é formar profissionais para atuar nos espaços escolares,


atendendo aos estudantes com deficiência / mobilidade reduzida nas atividades
da vida diária.

Para tanto, dividimos este curso em 4 (quatro) unidades:

Esta primeira unidade, será dedicada a apresentação do tema.

Na segunda unidade, conheceremos os principais tipos de deficiência e suas


implicações na mobilidade dos estudantes.
Já na etapa 3, dialogaremos sobre os critérios de acessibilidade e orientação,
discutindo aspectos relacionados à condução dos educandos com
deficiência/mobilidade reduzida.

Por fim, teceremos algumas reflexões sobre as ações educativas, de forma a


contribuir para uma formação integral e emancipadora.

Após a conclusão de todas as etapas, realizaremos nossa avaliação final,


formada por questões objetivas.

Bons estudos!
Unidade 2
Compreendendo os principais tipos de deficiência e suas implicações na mobilidade dos Estudantes

O atendimento escolar aos educandos com deficiência / mobilidade reduzida


requer dos profissionais envolvidos atenção e cuidados, de modo que
atividades simples não ocasionem problemas que afetem a integridade física
dos estudantes. 

Desse modo, conhecer as principais deficiências e suas especificidades


conduz ações orientadas, que resultam na segurança dos estudantes.

Nessa perspectiva, conheceremos a seguir, algumas causas das dificuldades


de locomoção e as formas mais assertivas e seguras de conduzir esses
estudantes no ambiente escolar.

Nessa perspectiva, o Decreto Nº 5.296 de 2 de dezembro de 2004, estabelece


em seu Artigo 5º, as deficiências e a mobilidade reduzida da seguinte maneira:

Deficiência física: alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do


corpo humano, acarretando o comprometimento da função física,
apresentando-se sob a forma de paraplegia, paraparesia, monoplegia,
monoparesia, tetraplegia, tetraparesia, triplegia, triparesia, hemiplegia,
hemiparesia, ostomia, amputação ou ausência de membro, paralisia cerebral,
nanismo, membros com deformidade congênita ou adquirida, exceto as
deformidades estéticas e as que não produzam dificuldades para o
desempenho de funções;
Deficiência mental: funcionamento intelectual significativamente inferior à
média, com manifestação antes dos dezoito anos e limitações associadas a
duas ou mais áreas de habilidades adaptativas, tais como: comunicação;
cuidado pessoal; habilidades sociais; utilização dos recursos da comunidade;
saúde e segurança; habilidades acadêmicas; lazer; e trabalho;

Deficiência múltipla: associação de duas ou mais deficiências; e

II - pessoa com mobilidade reduzida, aquela que, não se enquadrando no


conceito de pessoa portadora de deficiência, tenha, por qualquer motivo,
dificuldade de movimentar-se, permanente ou temporariamente, gerando
redução efetiva da mobilidade, flexibilidade, coordenação motora e percepção.

Sobre as adaptações para facilitar a locomoção destes educandos, o Decreto determina que:

Art. 6º O atendimento prioritário compreende tratamento diferenciado e atendimento imediato às pessoas


de que trata o art. 5º.

§ 1º O tratamento diferenciado inclui, dentre outros:

I - assentos de uso preferencial sinalizados, espaços e instalações acessíveis;

II - mobiliário de recepção e atendimento obrigatoriamente adaptado à altura e à condição física de


pessoas em cadeira de rodas, conforme estabelecido nas normas técnicas de acessibilidade da ABNT;

IV - pessoal capacitado para prestar atendimento às pessoas com deficiência visual, mental e múltipla,
bem como às pessoas idosas;

V - disponibilidade de área especial para embarque e desembarque de pessoa portadora de deficiência


ou com mobilidade reduzida;

VI - sinalização ambiental para orientação das pessoas referidas no art. 5º;

VII - divulgação, em lugar visível, do direito de atendimento prioritário das pessoas portadoras de
deficiência ou com mobilidade reduzida;

 
 
No que diz respeito às instituições escolares, o documento determina que:

Art. 24. Os estabelecimentos de ensino de qualquer nível, etapa ou


modalidade, públicos ou privados, proporcionarão condições de acesso e
utilização de todos os seus ambientes ou compartimentos para pessoas
portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, inclusive salas de aula,
bibliotecas, auditórios, ginásios e instalações desportivas, laboratórios, áreas
de lazer e sanitários.

Assista ao vídeo SC Acessível: Módulo II - Acessibilidade no Meio Urbano e


Edificações:
https://www.youtube.com/watch?v=oaw2XidYDn0

Percebe-se a necessidade da formação dos profissionais responsáveis pelo


atendimento ao público em questão, tendo em vista o fato da segurança e
inclusão dos mesmos em todas as atividades propostas ser uma garantia, isto
é, um direito, inclusive, previsto em lei.

MATERIAL COMPLEMENTAR
o Educação Inclusiva: Atendimento Educacional Especializado para a
Deficiência Mental.
o DECRETO Nº 5.296 DE 2 DE DEZEMBRO DE 2004.
o Principais Conceitos - Pessoas com deficiência
Unidade 3
Acessibilidade e orientação: condução dos estudantes com deficiência / mobilidade reduzida

Na unidade anterior, conhecemos as principais deficiências responsáveis pelas


dificuldades de locomoção dos estudantes e suas especificidades. Nesta
unidade, analisaremos os critérios de acessibilidade e as orientações para a
condução desses sujeitos no espaço escolar.

Nesse sentido, a Lei Brasileira de Inclusão (LBI) estabelece que a


acessibilidade é compreendida como: “[...] a possibilidade e condição de
alcance para utilização, com segurança e autonomia de pessoas com
deficiência e com mobilidade reduzida, para e no ambiente escolar” (BRASIL,
2015).

Assim, destacamos a importância da tecnologia assistiva, esta que se refere a


produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços com o
objetivo de promover a autonomia, a funcionalidade, a independência e a
qualidade de vida da pessoa com deficiência, relacionada ao ambiente escolar
e a toda a sua vida. (BRASIL, 2009).

O Plano Nacional de Educação (2014) estabeleceu algumas metas


relacionadas à Educação Especial e a meta nº 4 diz respeito, entre outras, a
adaptações como:

4.6) manter e ampliar programas suplementares que promovam a


acessibilidade nas instituições públicas, para garantir o acesso e a
permanência dos (as) alunos (as) com deficiência por meio da adequação
arquitetônica, da oferta de transporte acessível e da disponibilização de
material didático próprio e de recursos de tecnologia assistiva [...]
Sabe-se que a escola possui a responsabilidade de adaptar os espaços para
recebê-los, quebrando assim, as barreiras arquitetônicas que dificultam a
locomoção dos estudantes, entretanto, em algumas situações, apenas as
adequações físicas não são suficientes e existe a necessidade de um professor
de apoio para realizar a condução desses sujeitos e auxiliá-los, inclusive, nas
atividades da vida diária.

Assista ao vídeo A importância da acessibilidade para a inclusão de pessoas


com deficiência:
https://www.youtube.com/watch?v=PhqmoYmtPZ0

Diante do exposto, destacamos a seguir, um manual com algumas orientações


para a realização de adaptações e condução dos estudantes com deficiência /
mobilidade reduzida:
 
Manual de acessibilidade espacial para escolas

o O Guia de Acessibilidade da Fiocruz (SOUZA et al., 2021) apresenta


alguns critérios de adaptações/tecnologias assistivas para o atendimento
das pessoas com deficiência / mobilidade reduzida:
1.2 Infraestrutura: Portas de acesso aos espaços devem ter tamanho
adequado para permitir a passagem com cadeira de rodas. Quantitativo de
mobiliário com ajustes de altura e largura, que possibilitem o uso de cadeira de
rodas e regulagem para pessoas de baixa estatura e obesas.Espaço suficiente
para a circulação nas salas de aula. Piso dos espaços não
escorregadio. Banheiros adaptados para pessoas com deficiência. Rampa em
todos os andares para situações emergenciais (em caso de incêndio ou de falta
de energia, não se pode utilizar elevadores). Possibilidade de acomodação
para um acompanhante. Corredores com bebedouro(s) na altura adequada
para cadeirantes e pessoas com baixa estatura. (SOUZA et al., 2021, p. 53 -
54)
 
o Dessa forma, as normas e legislações vigentes estão disponíveis em
diferentes fontes, auxiliando os profissionais da educação e as
instituições na realização das adaptações necessárias para atender ao
referido público e proporcionar a estes uma escola segura e inclusiva.

MATERIAL COMPLEMENTAR
Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015
Plano Nacional de Educação - 2014
Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009
Atendimento Educacional Especializado: Deficiência física
Norma ABNT – NBR - 9050 - 2015
Guia de Acessibilidade - FIOCRUZ

Unidade 4
Reflexões sobre as ações educativas, de forma a contribuir para uma formação integral e emancipadora

Chegamos a última unidade do nosso curso!

Nesta etapa, discutiremos um pouco sobre a inclusão de estudantes com


deficiência / mobilidade reduzida nas classes regulares, sob a ótica da
promoção da autonomia. Dessa forma, precisamos refletir sobre os direitos
desses sujeitos, tendo como objetivo final, sua autonomia e segurança. Diante
disso, artigo 9º do Decreto nº 186/2008 da Convenção sobre os Direitos das
Pessoas com Deficiência estabelece que:
A fim de possibilitar às pessoas com deficiência viver com autonomia e
participar plenamente de todos os aspectos da vida, os Estados Partes deverão
tomar as medidas apropriadas para assegurar-lhes o acesso, em igualdade de
oportunidades com as demais pessoas, ao meio físico, ao transporte, à
informação e comunicação, inclusive aos sistemas e tecnologias da informação
e comunicação, bem como a outros serviços e instalações abertos ou
propiciados ao público, tanto na zona urbana como na rural.

Nessa perspectiva, cabe as instituições de ensino, organizar os espaços para


receber os discentes em questão e proporcionar aos mesmos, formas de
permanência inclusivas e locomoção segura. Assim, realizar as adaptações
necessárias para que estes estudantes consigam circular com o máximo de
autonomia é dever da escola e fundamental para uma educação que visa a
emancipação.

Nesse sentido, conforme destaca Mantoan (2010):

"Atualmente, percebe-se um movimento em favor da inclusão escolar, que


garante aos discentes com deficiência, uma educação igual a que se oferece
aos que não a possuem. Portanto, a inclusão propõe uma pedagogia e uma
escola das diferenças em contraposição às escolas dos/para os diferentes, e a
nossa Política de Educação Especial, nessa perspectiva, é um passo decisivo
para que consigamos chegar à escola que tanto queremos"

Assista ao vídeo O caso da Escola Clarisse Fecury – Rio Branco | Regular |


Estudos de Caso:
https://www.youtube.com/watch?v=ntoMjoWg9nw

Percebe-se que a inclusão destes sujeitos perpassa as adaptações físicas e, muitas vezes,
demanda a utilização de tecnologias assistivas, como vimos anteriormente, bem como
adaptações de materiais e/ou curriculares.

Concluímos com a ideia que possibilitar uma educação de qualidade é um dever da escola e
responsabilidade de todos.
MATERIAL COMPLEMENTAR
o Decreto nº 186/2008 - Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência.
o Inclusão: Revista da Educação Especial

Exercícios de fixação

Hora de testar seus conhecimentos

Você sabia?
Existe diferença entre Tecnologia Assistiva e Desenho universal.
De acordo com a Lei Brasileira de Inclusão, em seu Artigo 3º:

Desenho universal: concepção de produtos, ambientes, programas e serviços


a serem usados por todas as pessoas, sem necessidade de adaptação ou de
projeto específico, incluindo os recursos de tecnologia assistiva; 

Tecnologia assistiva ou ajuda técnica: produtos, equipamentos, dispositivos,


recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivem
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e à participação da pessoa
com deficiência ou com mobilidade reduzida, visando à sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social.
REFERÊNCIAS

 ABNT, Associação Brasileira De Normas Técnicas. NBR 9050: Acessibilidade a edificação, mobilidade,
espaço e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2004. Disponível
em: http://acessibilidade.unb.br/images/PDF/NORMA_NBR-9050.pdf. Acesso em: 18 ago. 2022.

 BERSCH, R.; MACHADO, R. Atendimento Educacional Especializado para a Deficiência Física. In:
SCHIRMER, C. R. et al. Atendimento educacional especializado: deficiência física. São Paulo:
MEC/SESSP, 2007.

BRASIL. Lei n. 13.146, de 06 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com
Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Disponível
em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13146.htm. Acesso em: 16 ago.2022.

BRASIL. Convenção sobre direitos das pessoas com deficiência comentada / Coord.: Ana Paula
Crosara Resende e Flavia Maria de Paiva Vital. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos
Humanos. Coordenadoria Nacional para Integração da Pessoa Portadora de Deficiência, 2008.
p. 8.
BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e
dá outras providências. Brasília: Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Brasília, 26
jun. 2014b. Seção 1, p. 1, Ed. Extra.
BRASIL. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Regulamenta as Leis n. 10.048, de 8 de
novembro de 2000, que dá prioridade de atendimento às pessoas que especifica, e 10.098, de
19 de dezembro de 2000, que estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da
acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras
providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 13 dez. 2004. Disponível em: <
http://www3.dataprev.gov.br/SISLEX/paginas/23/2004/5296.htm > . Acesso em: 17 ago.
2022.
 BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional
sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo, assinados em Nova
York, em 30 de março de 2007. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2009/decreto/d6949.htm. Acesso em:
14 ago. 2022.
 BRASILIA, MEC-SEESP. Educação inclusiva: atendimento educacional especializado para a
deficiência mental. [2. ed.] / Cristina Abranches Mota Batista, Maria Teresa Egler Mantoan. –
Brasília : MEC, SEESP, 2006.
DISCHINGER, M. Manual de acessibilidade espacial para escolas: o direito à escola acessível /
Marta Dischinger; Vera Helena Moro Bins Ely; Monna Michelle Faleiros da Cunha Borges. –
Brasília: Ministério da Educação, Secretaria de Educação Especial, 2009.
ENAP. Principais conceitos: Pessoas com deficiência. Programa de inclusão de pessoas com
deficiência. Disponível em: https://inclusao.enap.gov.br/news/principais-conceitos/. Acesso
em: 17 ago. 2022.
MANTOAN, M. T. E. O atendimento educacional especializado na educação inclusiva. Inclusão:
revista da educação especial. Brasilia, 2010.
SOUZA, T. R. N. de S. et al. Guia de Acessibilidade para as Ações Educativas na Fiocruz / Rio de
Janeiro, RJ: Comitê Fiocruz pela Acessibilidade e Inclusão das Pessoas com Deficiência, Fiocruz,
2021. 102 p.: Disponível em:  https://portal.fiocruz.br/noticia/fiocruz-lanca-guia-
comorientacoes-sobre-acessibilidade-para-acoes-educativas. Acesso em: 18 ago. 2022.
Vídeo: A importância da acessibilidade para a inclusão de pessoas com deficiência. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=PhqmoYmtPZ0&t=5s
Video: SC Acessível: Módulo II - Acessibilidade no Meio Urbano e Edificações. Ministério
Público de Santa Catarina. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?
v=oaw2XidYDn0&t=708s
Vídeo: O caso da Escola Clarisse Fecury – Rio Branco | Regular | Estudos de Caso. Disponível
em: https://www.youtube.com/watch?v=ntoMjoWg9nw

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