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APOSTILA
FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO ESPECIAL
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ÍNDICE DE CAPÍTULOS
Introdução ................................................................................................... 3
CAPÍTULO 6 – Afetividade..........................................................................56
Referências Bibliográficas............................................................................85
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INTRODUÇÃO
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Desde então, o ensino, seja da criança de inclusão social, seja da criança com
deficiência, se tornou um grande desafio para pais, professores, gestores e alunos.
Durante as últimas décadas, a escola procurou se adaptar, através de mudanças na
estrutura física, metodológica e pedagógica. Os pais tiveram que se acostumar a inserir
o filho deficiente na escola regular e sua rotina pedagógica. E os professores
precisaram se qualificar e especializar para a nova estrutura escolar.
Mas o que é incluir um aluno? Incluir é acolher, é integrar, é interagir com ele. Incluir é
proporcionar a esse aluno o mesmo saber que está disponível para todos. Incluir é
ajudar no desenvolvimento mental, físico, cognitivo e emocional de todas as crianças
que frequentam a escola, independentemente de deficiências, transtornos ou
dificuldades de aprendizagem.
Para que isso se torne efetivo, a escola precisa romper com seus velhos paradigmas
educacionais, com a sua perspectiva homogeneizadora e padronizadora. Professores e
gestores precisam entender que nenhuma criança é como a outra. Cada uma chega à
escola com uma bagagem, com saberes diferentes, pertencendo a estruturas familiares
das mais diversas; e cada criança tem seu ritmo de aprendizagem, habilidades e
competências individuais.
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crianças de inclusão e também favorecendo o aprendizado de todos na sala de aula.
Essas pedagogias transformam o professor em mediador do conhecimento dando
protagonismo ao aluno no processo de ensino-aprendizagem.
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CAPÍTULO 01
DEFICIÊNCIA FÍSICA
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Neste capítulo estudaremos uma deficiência muito comum, a física. Mas antes de nos
aprofundarmos nisso, vamos entender mais sobre o que é deficiência e como ela
ocorre.
· Deficiência Visual: é gradativa, ou seja, a pessoa pode ter baixa visão, o que
No caso da surdez, o aluno deve contar com intérprete de Libras e ser alfabetizado
nessa linguagem. O aluno com perda auditiva parcial deve contar com recursos
sonoros que auxiliem no entendimento dos sons da escola e ter incentivo no
desenvolvimento da sua comunicação, seja oral ou não. Quanto à comunicação do
aluno, a escola e a família podem abordar como método o Oralismo, no qual a
criança usa o aparelho auditivo, a fala e a leitura labial; a Comunicação Total, no
qual a criança usa todos os meios possíveis e o Bilinguismo, no qual a criança é
alfabetizada em Libras e se comunica através dela;
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· Deficiência física: esse tipo de deficiência é caracterizado por comprometimento
no par 21, podendo causar alterações motoras, intelectuais e físicas. A criança com
Down pode ter deficiência intelectual. A intensidade dos sintomas vai variar de
criança para criança;
· Síndrome Alcoólica Fetal (SAF): ocorre quando a mãe da criança consome álcool
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· Síndrome de Tourette: distúrbio neurológico que causa tiques verbais e motores;
· Síndrome de Rett: mutação genética no cromossomo X o que faz com que ocorra
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contar com Atendimento Educacional Especializado – AEE. Essas crianças podem
progredir de séries e devem ter avaliações e conteúdo escolar adaptados. É
fundamental que sejam diagnosticadas e acompanhadas por uma equipe
multidisciplinar (SABATELLA, 2005).
Além de atender crianças com esse comprometimento, a escola também lida com
dificuldades de aprendizagem como a Dislexia, o Transtorno de Déficit de Atenção com
Hiperatividade – TDAH, Discalculia, Disortografia e Dislalia, entre outros. Falaremos
deles em outra oportunidade. Por agora, vamos entender o que é a deficiência física e
como lidar com ela na escola.
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Quando pensamos na escola, podemos notar que muitas crianças têm problemas para
aprender, para se adaptar, para se sentirem integradas e acolhidas, então, é
importante que diferenciemos os conceitos antes de nos aprofundarmos na deficiência.
Vamos ver as diferenças conceituais entre dificuldade, distúrbio e deficiência (BRASIL,
2003):
· Lesão cerebral: pode ser causada antes, durante ou após o nascimento da criança;
· Desequilíbrios neuroquímicos;
· Hereditariedade/genética;
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1.2. Tipos de Deficiência Física
Antes de classificarmos os tipos de deficiência física convém ressaltar que elas podem
ser permanentes ou não. Uma deficiência pode ser temporária ou recuperável, situação
em que o indivíduo pode obter tratamento que lhe permita readquirir suas funções
integrais; ou pode ser permanente, quando o indivíduo não apresenta possibilidade de
melhora. Além dessas, temos a deficiência física compensável, na qual a pessoa pode
melhorar por transplante de órgão ou prótese.
superior;
· Triplegia: perda permanente das funções de três dos quatro membros superiores e
· Triparesia: perda parcial das funções de três dos quatro membros superiores e
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· Amputação ou ausência de membro: pessoa que nasceu sem ou amputou
· Nanismo: condição da pessoa que na fase adulta apresenta baixa estatura que
Cada tipo de deficiência física pode ser causado por uma infinidade de ocorrências.
Algumas de natureza inata, como as malformações e outras adquiridas, através de
doenças, de acidentes e outros fatores. Diante disso, temos a seguinte classificação
quanto à natureza dessas causas (MEC, 2006):
ainda no útero;
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Existem muitas causas para a aquisição de uma deficiência física de forma temporária
ou permanente durante a vida de uma pessoa. De acordo com a ABCMed (2020), as
enfermidades e condições que mais levam a deficiências são:
· Desnutrição materna;
· Rubéola:
· Toxoplasmose:
· Acidentes: desses, a maioria de trânsito, sendo seguidos por ferimentos com arma
de fogo.
Dentre os fatores de risco para se adquirir uma deficiência os mais comuns são
causados por maus hábitos e imprudência, ou seja, podem e devem ser prevenidos,
veja-os (ABCMED, 2020):
· Uso de drogas lícitas ou ilícitas: álcool, tabaco, crack; essas drogas podem causar
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· Acidentes na prática de esportes: é muito importante contar com orientação e
· Falta de saneamento básico: muitos agentes tóxicos podem ser propagados pela
Antes mesmo do nascimento, todo o cuidado deve ser tomado com a saúde da
gestante. Além de evitar os fatores de risco, esta deve ser acompanhada
periodicamente através de exames pré-natais e por um médico atento a qualquer sinal
de anormalidade na gestação e na formação do feto.
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Conforme a criança vai crescendo, os pais devem ficar atentos ao desenvolvimento da
fala e da locomoção. Muitas crianças começam a falar e a andar mais tarde, mas se os
pais observarem sinais de que o neurológico da criança não está bem (dispersão,
irritabilidade, tremores) devem procurar o médico para esclarecer suas dúvidas.
Os primeiros estudos sobre deficientes datam do século XVI, realizados pelos médicos
alquimistas Paracelso e Cardano, que previam a possibilidade de tratamento das
deficiências; porém, esses estudos só tomaram forma e desenvolvimento no século
XIX com os cientistas Pinel, Itard, Esquirol, Seguim, Morei, Down, Dugdale, Froebel,
Guggenbuehl, entre outros. Embora tenham avançado bastante no século XX, os
estudos e tratamentos das deficiências ainda caminham paralelos à segregação e ao
genocídio, boa parte por causa do Nazismo e o Fascismo que tomaram a Europa
Ocidental até a metade do século (BRASÍLIA – DF, 2006).
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se tinha um conhecimento sobre os tipos de deficiência e como lidar com elas, eram
abandonados, marginalizados e até exterminados. Isso ainda é comum entre algumas
tribos nativas. Com a propagação do cristianismo, temos o ideal assistencialista: o
deficiente é considerado totalmente inapto e deve ser amparado, porém segregado a
instituições próprias.
Enfim, hoje o deficiente conta com um apoio, que se não é ainda completamente
abrangente o é por meio de legislação específica e de discurso social. Dentro da
escola, os paradigmas teóricos são apoiados em abordagens interacionistas como a do
biólogo suíço Jean Piaget e a do psicólogo russo Lev Vygotsky, que estudaremos mais
adiante.
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CAPÍTULO 02
PARALISIA CEREBRAL
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Ao contrário do que muita gente pensa, a Paralisia Cerebral não é uma doença. Ela é
um conjunto de sintomas originados de uma ou mais lesões cerebrais que causam
limitações nos movimentos, na coordenação motora e podem afetar os cinco sentidos,
além de prejudicar, em alguns casos, o desenvolvimento intelectual.
2.1. Definição
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É possível também que a criança tenha uma combinação desses sintomas. Baseados
nos sintomas e na anatomia, a criança é diagnosticada como tendo PC leve, moderada
e severa.
· Doenças contraídas pela mãe durante a gravidez como: sífilis, Zika, rubéola,
toxoplasmose, catapora;
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· Problemas no parto: parto prematuro, complicações no tipo de parto, falta de
· Causas hereditárias/genéticas;
outros;
fatores.
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Mas quais sintomas devem ter a atenção dos pais se aparecerem no seu bebê?
Quanto aos movimentos, desde os primeiros meses, podemos observar os seguintes
sintomas:
· Excesso de reflexos;
· Rigidez muscular;
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· Dificuldades e atraso para andar;
· Punho cerrado;
Além desses sintomas físicos, a criança com PC pode apresentar alguns sintomas
causados pelos comprometimentos neurais e cognitivos, como:
· Equilíbrio e lateralidade;
· Problemas de visão;
· Problemas de audição;
· Memória;
Caso a criança apresente sintomas, o diagnóstico deve ser feito em conjunto por uma
equipe especializada. Confirmado esse diagnóstico, a terapia deve começar
imediatamente, pois quanto antes os sintomas comecem a ser tratados, melhor para a
criança. O enfoque fisioterápico é o mais indicado nesses casos e os métodos serão
empregados de acordo com o quadro clínico (ROTTA, 2002). Entre métodos comuns
de tratamento temos:
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· Método Bobath: trabalha os reflexos e os padrões patológicos de movimentos;
· Método de Phelps: liberação aos poucos dos grupos musculares até a autonomia
muscular;
· Método de Kabat: parte de um tratamento dos reflexos inatos até chegar aos
movimentos voluntários.
Um estudo desenvolvido por Dias et al. (2010), com 27 crianças com Paralisia
Cerebral, entre 6 e 7 anos, mostrou que um acompanhamento com equipe
multidisciplinar, composta de fisioterapeuta, psicopedagogo, fonoaudiólogo e terapeuta
ocupacional, durante 4 meses, resultou em melhoria significativa no quadro de
coordenação motora grossa. Isso pode nos orientar sobre a importância de um trabalho
conjunto no tratamento da Paralisia Cerebral.
Além de toda a atenção clínica, uma criança que tenha Paralisia Cerebral precisa
também da atenção afetiva e social. A família da criança deve estar bem informada
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sobre as limitações e as possibilidades dessa criança e promover o acolhimento dela
por todos os que com ela convivem. A comunidade na qual a criança está inserida,
assim como a escola, também devem ajudar na integração social e na inclusão. O
tratamento para PC não pode ficar sem esses cuidados. Vejamos a seguir o perfil
dessa criança.
O fator cognitivo é formado por funções executivas (OMS, CIF.2011). Essas funções
compreendem comportamentos como falar, resolver problemas, planejar, sequenciar,
prestar atenção, acionar a memória, tomar decisões, usar a criatividade, a lógica,
dentre outras ações. Na Paralisia Cerebral, essas funções podem ser afetadas e isso
prejudica o processo de interação social. Por isso, os pais devem estimular ao máximo
o exercício cognitivo da criança e nesse exercício está envolvido o fator emocional.
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permeia toda a infância. A criança com Paralisia Cerebral que tem as funções mentais
preservadas deve ter todas as oportunidades de desenvolver as funções cognitivas.
É preciso que essa criança brinque com a imaginação assim como com os brinquedos
para seus exercícios motores. O jogo simbólico, o faz-de-conta, flexibiliza o
pensamento, facilita a adaptação ao ambiente social, estimula a resolução de
problemas e desenvolve habilidades emocionais e intelectuais. Toda a criança entre 0
e 7 anos precisa do lúdico para desenvolver o pensamento cognitivo e a criança com
PC não é diferente.
Por conta de suas dificuldades motoras, muitas crianças são privadas da convivência
com as pessoas, isso pode prejudicar o desenvolvimento de suas habilidades de
comunicação, pois não têm acesso a um vocabulário vasto, nem podem exercitar sua
fala com mais frequência. Alguns problemas de linguagem na criança com Paralisia
Cerebral são (BRASÍLIA, 2006):
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acompanhamento multidisciplinar, pois somente um esforço em conjunto pode
desenvolver essa criança em todo seu potencial.
Dentre esses sentidos não podemos deixar de falar do paladar. A criança com Paralisia
Cerebral pode apresentar problemas alimentares, seja por interferência da postura no
desenvolvimento e funcionamento do aparelho digestivo, seja por problemas na boca
(língua, dentes, céu da boca). Muitas crianças têm problemas para mastigar, engolir,
desenvolvem refluxo, têm náusea, azia. Tudo isso pode ser uma dificuldade potencial
para manter a saúde física e a mental. A família deve consultar o médico para escolher
a dieta e a forma de alimentação mais confortável para a criança, pensando não só na
nutrição, mas no bem-estar emocional, já que esses problemas causam muito desgaste
(BRASÍLIA – DF, 2013).
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2.4 Paralisia Cerebral: formação de professores e a inclusão do deficiente na
escola
Frequentar a escola pode trazer inúmeros benefícios para a criança com Paralisia
Cerebral. Na primeira infância, as relações sociais são fundamentais para se
desenvolver a linguagem e para se exercitar o jogo simbólico. O currículo, obviamente,
deve ser adaptado para essa criança como prevê a legislação.
Muitos pais receiam em colocar seus filhos com PC na escola por medo de eles não se
adaptarem. Essas crianças podem apresentar problemas de comportamento que
afetem as relações com os colegas. Outra preocupação é que o atraso no
desenvolvimento cognitivo possa impedir que seus filhos acompanhem o ritmo de
aprendizado. Quanto a essas preocupações, temos que explicar algumas coisas:
§ Não é a criança com deficiência que tem que se adaptar, mas sim a escola:
Tanto a escola quanto a comunidade em que a criança está inserida devem fazer todos
os esforços possíveis para promover a adaptação do deficiente. Uma escola deve ter
acessibilidade, não só física para essas crianças, mas social e educacional. É dever do
poder público providenciar essa adaptação de mobiliário, de material didático, contratar
ajuda para cuidar do convívio e do aprendizado da criança com deficiência, seja ela
qual for. A comunidade escolar, incluindo todos os alunos e seus pais, devem acolher
essas crianças e promover sua integração social;
Sabemos que os cursos de Licenciatura, apesar de uma carga horária bastante grande,
não dão conta de formar os professores para lidar com todas as deficiências,
transtornos e problemas de aprendizagem, e nem seu objetivo é esse. Para isso o
professor deve procurar cursos de extensão e de especialização para tentar conhecer o
máximo de ocorrências possível. Mas devemos lembrar que o professor tem o direito
legal de contar com apoio na inclusão escolar. Pessoas capacitadas para comunicar o
conteúdo, para monitorar as tarefas, para cuidar da saúde física e mental das crianças.
Além de ter uma escola adaptada em sua estrutura física e acadêmica. Não podemos
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cobrar que um educador saiba tudo sobre todas as deficiências, tampouco que seja o
único responsável para lidar com elas. O Estado deve cumprir a lei e fazer sua parte.
§ Adaptação curricular:
O currículo escolar deve ser adaptado ao aluno com Paralisia Cerebral, assim como a
todos os alunos com problemas de aprendizagem e necessidades especiais de
aprendizado. A nova Base Nacional Curricular Comum – BNCC é muito flexível e
aberta a propostas de adaptação curricular. Com uma abordagem baseada em
Pedagogias Ativas, inspiradas em, dentre outros, os autores Piaget e Vygotsky, a nova
BNCC dá liberdade aos professores e aos gestores de adaptar seus conteúdos às
necessidades dos alunos e ao contexto da escola.
§ Legislação:
Ao receber os alunos com Paralisia Cerebral, é importante que a escola saiba não só
como lidar com a criança, mas identificar dificuldades de adaptação e de
aprendizagem. Por isso, alguns sinais devem ser notados e analisados, tais como:
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reage a estímulos visuais e sonoros? O aluno persevera diante de dificuldades? O
aluno consegue exercer o jogo simbólico?
- O professor também deve estar atento à coordenação motora, tanto a fina como a
grossa;
- Estar em contato com pais e com os profissionais de saúde que tratam a criança,
essa parceria vai poder orientar o professor na elaboração de exercícios e conteúdos
adaptados para a criança;
Concluindo, a Paralisia Cerebral deve ser diagnosticada e tratada o quanto antes. Com
apoio especializado a criança poderá realizar o aprendizado e ter acesso à
sociabilidade. Também é importante o preparo da família e da escola para lidar com
essa criança, promover a integração e o acolhimento, dando à criança com PC uma
boa qualidade de vida.
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CAPÍTULO 03
IGUALDADE DE OPORTUNIDADES
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Elaboramos abaixo uma cronologia das leis, declarações e estatutos que puderam
mudar a forma como lidamos com o deficiente em nossa sociedade. Esses eventos
garantiram direito de acesso físico, cultural e educacional a milhares de pessoas com
necessidades especiais de locomoção, aprendizagem e necessidades especiais (MEC,
2020). Vejamos:
§ 1
964: uma segunda LDB foi feita em 1964 substituindo a anterior e recomendando
educação especial para deficientes mentais e físicos, ainda não trazia qualquer
orientação para inclusão destes no ensino regular;
§ 1
988: a nova Constituição Federal, lei máxima do país, garantia educação obrigatória
§ 1
989 (Lei nº 7.853): texto sobre a integração das pessoas com deficiência. Na
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matrícula de crianças deficientes, que se adaptem ao ensino, na escola, excluindo
muitas crianças;
§ 1
990 (Lei nº 8.069): o Estatuto da Criança e do Adolescente – ECA, garante, na
§ 1994:
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exploração. Ressaltou a necessidade de se acolher todas as crianças na escola (MEC,
2020).
O foco era criar uma escola que além de acolher e integrar a todos em seu cotidiano,
preparasse, através da igualdade de oportunidades e ensino, todas as crianças para
viver em sociedade, serem funcionais e exercerem a cidadania.
§ 1
996 (Lei nº 9.394): a nova LDB é considerada a lei educacional mais inclusiva até
§ 1
999 (decreto nº 3.298): este decreto regulamenta a Lei nº 7.853/89, que dispõe
§ 2001:
- PNE (lei nº 10.172): novo Plano Nacional de Educação. Enxuga as metas e objetivos
e reafirma os artigos da LDB e do ECA;
§ 2002:
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- Reconhece a Libras, Língua Brasileira de Sinais, como meio legal de comunicação.
§ 2
006: Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos, elaborado Ministério da
§ 2
007 (PDE): Plano de Desenvolvimento da Educação inclui a necessidade da
§ 2008:
§ 2
011: revoga o decreto nº 6.571 de 2008 estabelecendo que a educação inclusiva
deve se dar em todos os níveis. Isso garante, entre outras coisas, que as
necessidades educacionais especiais sejam atendidas na Graduação,
Pós-Graduação, Cursos Técnicos, etc.
§ 2
012 (Lei nº 12.764): institui a Política Nacional dos Direitos da Pessoa com
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da teoria, com sua realidade, diversificar o currículo e adaptá-lo ao contexto é tornar a
teoria acessível a todos e aplicável à realidade social.
Para isso, não existe uma fórmula, então é fundamental que a comunidade escolar siga
as diretrizes da gestão democrática e elabore um projeto pedagógico em conjunto,
ouvindo a todos e atendendo a estes o máximo possível. Pedagogias ativas, que
respeitam a individualidade dos alunos e sua autonomia ajudam a comunidade escolar
a aplicar tudo que é planejado em um currículo diversificado e plural.
A nova Base Nacional Curricular Comum (BNCC, 2017) traz conteúdos que podem ser
adaptados às necessidades dos alunos. A teoria deve ser exposta atendendo a essas
necessidades, por isso, caso a escola tenha alunos de inclusão, o Projeto Pedagógico
da escola deve enumerar esses conteúdos já adaptados aos alunos.
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imediata na aprendizagem, principalmente na fase de alfabetização (VILELA,
MARTINS & LEITE, 2015).
Lembramos que um currículo plural pede uma pedagogia ativa, para que essa
aconteça é preciso que a escola tenha materiais para a prática dos alunos e que esses
materiais sejam acessíveis a todos. O currículo deve atender a parte prática desde os
anos iniciais até os finais, sem excluir os deficientes, por maiores que sejam suas
dificuldades.
De acordo ainda com a LDB, toda a avaliação deve ser adaptada às necessidades do
aluno. É recomendada a avaliação Formativa, ou seja, constante do aluno, sem
padronizações. Cada aluno deve ser avaliado de acordo com seus avanços individuais.
Algumas escolas sequer adotam a seriação, trabalhando com ciclos ou etapas, usando
a Pedagogia de Projetos. Nesta, o aluno desenvolve projetos dentro de cada disciplina
e é avaliado por este. A lei desobriga a escola de ter currículo seriado.
Podemos notar que as leis não são uma barreira para se promover a inclusão e
adaptar os currículos a esta. Basta ajustar o currículo ao perfil dos alunos, abrindo
pequenas adaptações para os que têm necessidades educacionais especializadas.
A prática da inclusão não deve ficar restrita ao ambiente escolar. Como pudemos notar
pela legislação de apoio ao deficiente, toda a sociedade deve estar atenta ao
acolhimento e integração da pessoa com necessidades especiais. Isso se estende ao
mercado de trabalho. Além de formar com qualidade todos os alunos,
independentemente de suas dificuldades, a escola e o ensino superior devem formar
profissionais que atendam a esses deficientes na sociedade.
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Atualmente os cursos superiores de todas as áreas do conhecimento têm em sua
Grade Curricular disciplinas inclusivas, como a de ensino de Libras, para que se tenha
no mercado profissionais capacitados para atender aos deficientes. Com os
professores, essas disciplinas se inserem ainda mais no currículo dos cursos de
formação. As licenciaturas estão cada vez mais atentas a uma formação plena de
educadores que saibam lidar com o máximo possível de necessidades e saibam
contornar cada vez mais as dificuldades do ensino no cotidiano escolar (BARRETO &
BARRETO, 2016).
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· Orientar professores e família do aluno;
Isso significa que o professor não deve estar sozinho. Falamos muito em diversidade,
em inclusão, em integração, mas não podemos isolar o professor no processo de
ensino. Tendo ou não alunos com deficiências em sua sala, o professor se depara no
seu cotidiano com diversas dificuldades dos alunos.
É muito importante que o sistema educacional dê suporte a esse professor para lidar
com essas situações, já que mesmo o mais qualificado não estará jamais preparado
para todos os problemas que podem aparecer em uma escola. Dois profissionais
importantes que devem estar presentes na rotina escolar são: o revisor de braile,
especialista que revisa livros e materiais didáticos transcritos em braile antes de estes
chegarem aos alunos cegos e o intérprete de Libras, que ensinará a língua de sinais
para o aluno surdo.
Para essa formação seria muito interessante uma parceria entre as escolas e as
universidades. O governo deve incentivar essa formação através de bolsas e planos de
carreira. Mas além disso, é preciso incentivar o encontro entre os docentes. As práticas
cotidianas devem ser compartilhadas, debatidas, estudadas. O conhecimento não deve
ficar retido em um único sujeito, é preciso que o governo incentive o debate crítico
entre seus docentes.
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A escola deve criar espaços de compartilhamento de experiências não só para
enriquecer a formação e a atualização docente, mas para auxiliar pais e outros
profissionais da educação a se familiarizarem com as deficiências, com os transtornos,
os déficits, as síndromes e uma série de outros fatores que fazem parte da vida escolar
e em sociedade.
A tecnologia usada para orientar essas aulas é chamada de Tecnologia Assistiva – TA,
e engloba métodos, estratégias, recursos e práticas pedagógicas que promovam
acessibilidade ao saber, à autonomia e à adaptação (CORREA & RODRIGUES, 2016).
Esse trabalho visa a complementar a educação do aluno com NEE.
Muitos recursos podem e devem ser utilizados no cotidiano escolar para facilitar o
aprendizado de alunos com deficiência. Aqui vamos elencar os mais comuns e de fácil
uso pelos profissionais da educação.
· Sacola criativa;
· Acionador de pressão;
· Quebra-cabeças lógico;
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· Teclado expandido com colmeia;
· Lupa eletrônica;
· Esquema corporal;
· Dominó de ideias;
· Memória de numerais;
· Alfabeto braile;
· Regletes de mesa;
· Dominó tátil;
· Plano inclinado;
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43
· Calculadora sonora;
Nem todos esses recursos estão disponíveis em modo físico, por isso, são
desenvolvidos aplicativos e softwares para tablets, celulares e notebooks que podem
ser usados nas salas de AEE. Para alunos com Paralisia Cerebral, por exemplo, é
muito útil a prancha de escrever. Se ela for digital, vai ampliar as possibilidades de
escrita e leitura.
Neste capítulo, pudemos estudar as várias opções que temos atualmente dentro e fora
da escola para promover a inclusão e a educação de alunos com NEE. O Estado
precisa investir na infraestrutura física e didática nas escolas, em salas de recursos
multifuncionais, escolas de tempo integral e formação de professores. Não basta
termos uma legislação moderna e inclusiva, ela precisa ser cumprida em todos os
níveis.
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CAPÍTULO 04
ASPECTOS IMPORTANTES PARA A
PRÁTICA PEDAGÓGICA
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Os pais do deficiente se sentem receosos de seu filho não ser acolhido, integrado e
ensinado de modo adequados; os pais dos outros alunos têm medo do diferente, do
desconhecido; a gestão se questiona se poderá atender à criança e os professores se
sentem inseguros quanto ao processo de ensino-aprendizagem.
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· Permanecer sentado, ereto, sem apoio, aos seis meses;
Para esse pediatra, no entanto, esses marcos não são suficientes para se fazer uma
avaliação eficiente, algumas ações, que ocorrem antes de a criança andar, são
também importantes, tais como:
· Simetria corporal;
· Ações de retificação:
· Rolar;
· Equilíbrio;
Dentro desse esquema de relações, estão os reflexos. A criança nasce com reflexos
primitivos como a sucção, a deglutição, a preensão e com a maturação estes se tornam
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voluntários. Caso a criança apresente problemas com esses reflexos é preciso ligar o
sinal de alerta. Vamos ver abaixo os reflexos primitivos e a faixa etária em que ocorrem
para que possamos nos orientar:
· Até 3 meses: postura flexionada, elevar a cabeça, contato visual e reação a sons;
· Com 9 meses: começa a se apoiar e ficar de pé, engatinha, fica de pé, pronuncia
sílabas;
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Algumas comunidades carentes, onde crianças deficientes vivem, não possuem a
assistência adequada e por isso os pais devem caminhar longas distâncias para o
atendimento e tratamento. Além disso, nem todas famílias podem comprar a cadeira de
rodas.
Os pais de uma criança com deficiência física precisam estar o máximo de tempo
possível com ela, para ajudá-la na alimentação, higiene e saúde, então, têm a situação
financeira complicada pela indisponibilidade de tempo para o trabalho. Para auxiliar
essas famílias, o governo dispõe do Benefício de Prestação Continuada – BPC, no qual
paga um salário mínimo para a família com deficiente que não tem condições de se
manter e se cuidar.
Por exemplo, uma criança com Paralisia Cerebral vai se encantar com as mesmas
histórias, músicas, danças, cores, os mesmos objetos e brinquedos que qualquer outra
criança. É função do professor mediar a relação da criança com o objeto de
conhecimento, como veremos mais à frente.
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Como já comentamos, muitos pais de deficientes estão sobrecarregados e acabam por
não perceber as mudanças no filho, cabe então ao professor observar evoluções ou
involuções no aluno.
inteligíveis, a criança com deficiência física pode emitir sons silábicos suficientes
para se comunicar.
dificuldade, porém, caso não consiga, existem adaptações possíveis tais como:
aparelho ou pulseira para prender o lápis, engrossar esse lápis ou caneta, capacete
com ponteira e pranchas com touchscreen (ZAPOROSZENKO & ALENCAR, 2008).
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CAPÍTULO 05
PROBLEMAS DE LINGUAGEM E
COMUNICAÇÃO
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Desde o nascimento nos comunicamos com o mundo: choramos, reagimos aos sons e
às imagens; aos poucos vamos aperfeiçoando nossa linguagem através de
vocabulário, gestos, expressões. A linguagem é uma forma de comunicação composta
por símbolos arbitrários, construídos socialmente e composto por regras que
representam ideias culturais (MIRANDA & GOMES, 2004). A fala, é só uma das muitas
manifestações da linguagem, assim como a escrita, a Libras, os símbolos não-verbais,
etc.
· Atraso na fala: isso pode ocorrer por problemas físicos (no aparelho fonológico),
· Disartria: falta de articulação nas sílabas e na pronúncia das letras, demora para
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· Anartria: a criança não consegue organizar seu aparelho fonológico para elaborar a
palavra ou frase;
Muitas crianças com Paralisia Cerebral têm comprometimento de alguns sentidos como
a visão e a audição, isso também pode ser a causa de uma dificuldade de
comunicação. Para que essa se estabeleça a escola precisa de recursos e material
adaptado. Precisamos observar sempre a capacidade da criança deficiente de
aprender, respeitando também seus limites, para não prejudicar sua saúde física e
emocional.
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pictografia, vocalizadores, Libras, expressões faciais e outros. Então, a comunicação é
denominada alternativa quando o sujeito não apresenta outro meio de se comunicar e
denominada ampliada quando o sujeito possui alguma forma de se comunicar, mas
esta é insuficiente.
Os sistemas de C.A.A disponíveis são muitos e variados, podem ser de alta ou baixa
tecnologia. Os recursos de baixa tecnologia são mais acessíveis, são os gestos
manuais, expressões faciais, código Morse e signos gráficos. A escola pode usar
sistema de símbolos como o Sistema de Símbolos Bliss, o Pictogram Ideogram
Communication System (PIC), ou o Picture Communication Symbols (PCS). Os
símbolos desses sistemas podem ser trabalhados em vários dispositivos como
pranchas, carteiras e painéis. Os recursos de Alta Tecnologia utilizam o computador e
podemos usar esses mesmo sistemas como Bliss-Comp, PIC-Comp, PCS-Comp
ImagoAnaVox, Comunique; m
e lousas eletrônicas, tablets e notebooks
(ZAPOROSZENKO & ALENCAR, 2008).
Além da linguagem verbal, temos a linguagem não-verbal. Para esta, não é necessária
uma representação escrita e oral para que se tenha compreensão da mensagem. Por
exemplo, quando observamos o símbolo abaixo:
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Muitas culturas conhecem esse símbolo como o Símbolo da Paz, não é preciso
nenhuma escrita ou que ninguém diga, porque isso foi aprendido socialmente. Os
símbolos, assim como os outros tipos de linguagem não-verbal são transmitidos pela
cultura e sociedade, precisam ser ensinados, e podem ser usados para comunicar
mensagens sem precisar que se fale ou escreva, por exemplo, na imagem abaixo,
temos um sinal de trânsito brasileiro:
Quem teve acesso ao significado desse sinal sabe que ele passa a mensagem de que
há uma lombada à frente. Sem usar escrita e sem precisar de oralidade.
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Se o comprometimento da coordenação motora da criança deficiente não for muito
intenso, ela pode desenhar suas intenções linguísticas e até mesmo letras para
estabelecer uma comunicação com as pessoas que a cercam.
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CAPÍTULO 06
AFETIVIDADE
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Piaget e Vygotsky, dois dos mais importantes autores para a educação, afirmam que a
criança se desenvolve integralmente em contato com seu meio físico e social. Suas
teorias são chamadas de interacionistas. Nas teorias interacionistas o aprendizado
integral se dá pela estrutura genética unida ao objeto de conhecimento e ao meio
social. Sem qualquer um desses, a aprendizagem fica falha.
Para Wallon, tanto a capacidade hereditária do indivíduo quanto sua relação com o
meio social são importantes para sua adaptação e desenvolvimento. Somente o meio
pode proporcionar um desenvolvimento pleno, através de seus estímulos, por isso não
basta nascer inteligente (GALVÃO, 1995). Divide o desenvolvimento em etapas,
veja-as:
interações afetivas;
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· Personalismo: de 3 a 6 anos, é caracterizada pela formação da consciência e a
personalidade, pela intensificação das relações afetivas e sociais, adesão aos pares
e troca de ideias;
· Categorial: a partir dos 6 anos, o mundo da criança se amplia e ela passa a ter
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escola é muito importante no processo de adaptação e aprendizado escolar. Alguns
aspectos são muito importantes nesse processo, tais como:
evoluções verbalizando as mesmas para o aluno, para que ele tenha clareza de seu
aprendizado;
periodicamente;
· A criança com deficiência também tem sexualidade, a escola precisa tratar isso com
· Promover a socialização: a criança com deficiência física tem direitos a ter amigos e
conviver com eles. A escola pode mediar essa socialização propondo atividades em
grupo e orientando as outras crianças em como proceder com o colega deficiente;
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Podemos ver que a escola tem um papel muito importante nas relações afetivas do
aluno com deficiência física, principalmente promovendo a socialização e o
desenvolvimento da motivação e da autoestima. A escola deve criar um ambiente
pacífico e inclusivo, fazendo com que a frequência da criança seja benéfica para sua
saúde física e mental.
· Os pais devem estudar a deficiência física o mais amplamente possível para que
saúde que auxiliam a criança para saber como ajudar e como atender as
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necessidades emocionais da criança quando ela tiver dores, crises ou outro
problema de saúde. Esse acompanhamento da saúde também é importante para
ajudar no desenvolvimento físico, superando as dificuldades;
acolher uma criança afetivamente é preciso estar bem e também ser acolhido
quando necessário;
Todos devem ter informações suficientes para não tratar a criança com preconceito
e se isso ocorrer mesmo assim, a pessoa deve ser afastada do convívio da criança;
· Caso a criança tenha irmãos, estes não podem deixar de receber atenção e
· Criar uma rede de apoio: é fundamental para a saúde emocional de todos na família,
inclusive da criança deficiente, que os pais tenham uma rede apoio. Grupos de
mensagens, de troca de experiências, troca de favores, de materiais, todos que
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quiserem e puderem ajudar na educação e desenvolvimento da criança podem e
devem participar da vida dela;
· Trocar experiências e estudos com a escola: a escola deve ser receptiva aos pais e
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CAPÍTULO 07
ADAPTAÇÕES CURRICULARES NA
EDUCAÇÃO INFANTIL
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Neste capítulo, vamos descrever as práticas pedagógicas que podemos adotar, como
educadores, no cotidiano escolar, em relação à criança com deficiência. Veremos as
principais adaptações curriculares que auxiliam na educação do aluno com NEE, como
colocá-las em prática e as ações que podem e devem ser adotadas para facilitar ao
máximo a integração social e o aprendizado dessa criança.
· Concepção Ambientalista: para os adeptos dessa teoria o ser humano nasce uma
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· Sensório-motor: período entre 0 e 2 anos em que a criança se desenvolve através
É importante frisar que a idade não é mais considerada fixa entre os estudiosos de
Piaget, já que as características atuais das crianças são diferentes. Esses períodos de
desenvolvimento cognitivo são cuidadosamente descritos nos trabalhos de Piaget e o
próprio deixou vários tipos de provas (provas operatórias) para se realizar com as
crianças para saber em qual período ela se encontra. Com essas provas, podemos
observar desvios do desenvolvimento padrão e levantar hipóteses sobre possíveis
deficiências ou transtornos.
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moral (não autoritária) para as crianças, já que elas imitam os adultos e estão
começando a lidar com as regras sociais para uma boa convivência em grupo;
A formação das regras morais é de suma importância no cotidiano escolar. Tendo por
base o conhecimento da teoria piagetiana, o educador pode auxiliar o desenvolvimento
do deficiente e também educar as outras crianças para o respeito e a aceitação das
diferenças. Vejamos alguns conceitos importantes trazidos pela teoria piagetiana para
a educação:
aprendizagem.
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Como pudemos ver, a teoria interacionista de Piaget nos mostra a importância de uma
interação social efetiva, tanto para o desenvolvimento cognitivo, como para o
desenvolvimento moral da criança, incluindo a criança com NEE.
Segundo Vygotsky, uma criança deficiente deve ter o máximo de contato social
possível, através da comunicação e da cultura. Aqui destacamos o papel das
brincadeiras na vida de todas as crianças, incluindo as com NEE. O brincar auxilia na
formação da personalidade, da autonomia, na sociabilidade e na criatividade. O
exercício do jogo simbólico, através das atividades lúdicas, desenvolve as estruturas
mentais da criança, reforçando o processo cognitivo.
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Este último é chamado de nível de desenvolvimento potencial. O professor deve
trabalhar na lacuna que surge entre o primeiro e segundo níveis citados, a Zona de
Desenvolvimento Proximal; esta é caracterizada pela intervenção pedagógica que o
aluno necessita para sair do que sabe para o que pode vir a saber (VYGOTSKY, 2002).
Outro teórico importante para nosso conhecimento sobre práticas ativas pedagógicas é
Reuven Feuerstein (FONSECA, 1995) que estudou a modificação estrutural da
cognição. Para ele, qualquer pessoa nasce capaz de aprender qualquer coisa, desde
que tenha os estímulos adequados e uma interação totalmente eficaz com o meio.
Quanto à ação do professor, ele destaca duas mediações importantes:
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· Transparência: o professor explica a relação da tarefa atual com as anteriores e
planeje atividades que estejam dentro das possibilidades do aluno, sem deixar de
serem desafiadoras.
· Sempre avaliar e analisar o que o aluno já sabe e as habilidades que ele tem,
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· Socializar o saber: é dever do professor tornar o conteúdo adaptado à sala de aula e
O aluno com deficiência se impõe ao ambiente, como qualquer outro aluno de inclusão,
por isso, uma escola acolhedora deve absorver as necessidades e aproveitar as
contribuições que esse aluno pode trazer para o convívio escolar. Ou seja, precisamos
olhar além da deficiência, tanto para ajudar esse aluno como para ensinar o convívio
com a diferença aos outros alunos da escola (MEC, 2006).
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sempre modifica a aparência física da criança o que pode afetar seu estado emocional:
baixa autoestima, depressão, apatia, etc. (MEC, 2006).
· Criar estratégias de orientação de conduta para alunos que irão conviver com a
deficiência.
Caso a criança tenha a saúde comprometida pela deficiência a tal ponto que não possa
frequentar a escola, a mesma deverá ser atendida pelo professor itinerante. A
Convenção Interamericana para a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Contra as Pessoas com Deficiência, de 1999, orienta que as pessoas com deficiências
têm os mesmos direitos perante a lei que as outras, garantido pela Constituição
Federal do país e pelos Direitos Humanos da ONU. Portanto, mesmo com a saúde
debilitada, deve receber orientação pedagógica adequada, no lar ou hospital (MEC,
2006).
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escola designará um professor ou professores para ensinar esses alunos, onde
estejam, e ficará responsável pelo plano de ensino e avaliação.
Além do atendimento pedagógico, a criança com NEE tem direito ao lazer, à cultura, às
práticas sociais e ao exercício pleno da cidadania. Se inserida na rede regular de
ensino, a escola, em parceria com a família e comunidade, deve prover esses direitos.
Caso contrário, o município deve chamar a si essa responsabilidade e orientar e ajudar
os pais do aluno.
Vamos descrever agora os recursos que podem ser utilizados pela escola e o professor
para facilitar o aprendizado do aluno com deficiência.
fala;
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· Acessibilidade arquitetônica: a escola deve promover o acesso à quadra e pátio para
· Engrossar lápis e canetas: para facilitar que a criança segure os mesmos com
conforto e possa escrever, além dessa, qualquer adaptação dos objetos deve é
bem-vinda;
· Ponteira de boca/cabeça: para que o aluno com dificuldade motora possa escrever,
a se comunicar;
adesivas, adaptação dos objetos e dos utensílios para a criança. Os pais devem
vestir a criança com roupas largas e confortáveis. Quanto ao comprometimento da
parte inferior do corpo, falaremos em capítulo mais à frente.
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A criança com deficiência física também pode ter alguns sentidos afetados, como a
visão e a audição. Nesse caso, outros recursos podem ser úteis ao professor, por
exemplo:
da criança.
· Distúrbio de Leitura: motivação; foco no texto; letras grandes e com cores fortes;
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· Distúrbio na escrita: verificar a legibilidade, a postura e a forma como segura o
lápis; adaptar lápis, canetas, papel e carteira para maior conforto da criança; não
fazer pressão para a criança escrever rápido ou com letra legível; utilizar o
computador, tablet ou celular para auxiliar e ficar atento à evolução individual de
cada aluno;
O currículo escolar adaptado ao aluno com NEE não deve contemplar somente a parte
física, mas o trabalho com a diferença e a diversidade, através de teorias e práticas,
além de atividades culturais e de socialização.
Esse currículo deve atentar para a diversidade e ser flexível, sempre pronto a receber
alterações, caso seja necessário, sem prejudicar o conteúdo. Ele deve ter
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aplicabilidade na sala de aula e auxiliar o máximo possível o trabalho do professor com
todas as crianças (MEC/SEESP/SEB, 2005).
O currículo deve ser adaptado nos níveis: político (com uma rede de suporte e
serviços), educacional (com planejamento e programação adequados) e pedagógico
(com estratégias de ensino adaptadas). Além disso, é importante que o professor não
fique com todas as responsabilidades, devem ser incentivadas as participações dos
colegas (tutorias) e da comunidade escolar (MEC/SEESP/SEB, 2005).
· Os recursos didáticos.
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O currículo inclusivo, além de flexível e adaptado às necessidades dos alunos, deve
contemplar a superação das barreiras conceituais e atitudinais em relação à deficiência
física. O aluno com essa deficiência não deve ser “o diferente”, ou “o coitadinho”, mas
um indivíduo capaz de ser e fazer na escola. Essa escola deve se reorganizar de forma
a integrar cada aluno.
Quanto à avaliação, deve ser feita a formativa, ou seja, observar o aluno desde o ponto
de partida, onde se faz um diagnóstico de sua situação cognitiva e acadêmica,
passando pelas evoluções ao longo do ano letivo e focando no desenvolvimento
individual. Lembramos que a criança com deficiência deve ser avaliada com muito
cuidado, pois sua saúde pode passar por instabilidades, e isso pode afetar sua
evolução na escola. Além disso, temos o fator emocional, a construção de uma
autoestima fortalecida e de uma integração, são, às vezes, tão importantes quanto
aprender conteúdos teóricos.
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CAPÍTULO 08
ADAPTAÇÃO DO MOBILIÁRIO
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Porém, não existe uma posição padrão para a criança. O mais importante é a saúde e
o conforto, e muitas vezes precisamos mudá-la de posição para não criar feridas e não
prejudicar a circulação. Cada criança vai encontrar a posição mais funcional.
· Aumenta a estabilidade;
· Conforto.
· Cadeira de posicionamento: existem vários tipos destas cadeiras, com encosto reto,
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· Carteira com recorte: tem um lugar para encaixe da cadeira da criança para que
Outros cuidados devem ser observados com as crianças com deficiência física no
cotidiano escolar, tais como:
· A criança deve sentar no meio da sala, de frente para a lousa, esta, deve estar em
uma altura suficiente para que o aluno não force o pescoço e a cabeça;
· Crianças com Paralisia Cerebral que tenham hemiparesia devem ter um colega
lousa e do professor;
para a cadeira de rodas se locomover. As portas das salas também devem ser
largas e o chão antiderrapante (MEC/SEESP/SEB, 2005).
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· Comunicação: vire a cadeira sempre para a pessoa que está falando;
Todas essas adaptações são previstas em lei e devem ser seguidas rigidamente. A
escola deve prover a acessibilidade e o conforto do aluno com NEE e cuidar para que
sua saúde não seja afetada, além disso, deve estar atenta ao bem-estar e
desenvolvimento dessa criança.
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CAPÍTULO 09
PLANIFICAÇÃO FUTURA
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Quando estamos falando de crianças com NEE fica muito difícil fazer um prognóstico
para o futuro. Existem muitos fatores envolvidos no planejamento de uma educação a
longo prazo, como a própria evolução do quadro de saúde da criança. Se a criança
tiver deficiência física e comprometimento neurológico, as bases para um trabalho
pedagógico de longo prazo devem atentar para:
NEE de forma engessada e padronizada. Cada criança tem seu próprio ritmo, seus
limites e suas habilidades individuais. Isso se dá com qualquer aluno, mas ainda
mais com alunos com deficiência, pois tem um desenvolvimento fora do padrão
imposto pelos paradigmas tradicionais. Essa peculiaridade deve ser notada e
trabalhada;
· Rever conceitos: não existe teoria ou prática fechada quando falamos de educação,
· Derrubar preconceitos e estereótipos: cada ser humano é único, por isso não
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O aluno com deficiência física pode chegar ao Ensino Médio e ao Superior, porém, isso
vai depender de fatores externos à sala de aula tanto quanto aos fatores internos. O
mais importante é que a escola faça todo o possível para que esse aluno avance nos
estudos e tenha seu lugar na sociedade e, se possível, no mercado de trabalho. São
muitos os obstáculos a serem vencidos, como: falta de professores capacitados, de
escolas adaptadas, de materiais didáticos úteis e apropriados, desmotivação,
problemas de adaptação e socialização, preconceito, problemas de transporte, de
acesso, enfim, nosso processo de inclusão do deficiente físico ainda está incompleto.
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REFERÊNCIAS
BIBLIOGRÁFICAS
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87
________Resolução nº4, de 02 de outubro de 2009. Sobre atendimento
especializado. Brasília, 2009. Portal do MEC:
http://portal.mec.gov.br/dmdocuments/rceb004_09.pdf
DIAS, A.C.B. et al. Desempenho funcional de crianças com paralisia cerebral
participantes de tratamento multidisciplinar. Revista Fisioterapia e Pesquisa, São
Paulo, v.17, n.3, p.225-9, jul/set. 2010.
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88
MIRANDA,L.C. GOMES, I.C.D. Contribuições da comunicação alternativa de baixa
tecnologia em paralisia cerebral sem comunicação oral: relato de caso. Revista
CEFAC, São Paulo, v.6, n.3, 247-52, jul-set, 2004.
VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 2002.
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