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RISCOS ELÉTRICOS
riscos_eletricos_se.p65 1 30/3/2007, 14:02
CONFEDERAÇÃO NACIONAL DA INDÚSTRIA – CNI
Armando de Queiroz Monteiro Neto
Presidente
Conselho Nacional
Fernando Cirino Gurgel
Presidente
SENAI/DN
Unidade de Educação Profissional – UNIEP
FICHA CATALOGRÁFICA
S491c
158 p. : il.
ISBN: 85-7519-152-7
SENAI Sede
Serviço Nacional de Setor Bancário Norte
Aprendizagem Industrial Quadra 1 – Bloco C
Departamento Nacional Edifício Roberto Simonsen
70040-903 – Brasília – DF
Tel.: (0xx61) 3317-9544
Fax: (0xx61) 3317-9550
http://www.senai.br
Apresentação 7
RISCOS ELÉTRICOS
Técnicas de análise de riscos 55
Conceitos básicos ....................................................................................................................... 56
Principais técnicas para identificação dos riscos/perigos ........................................... 57
Análise preliminar de riscos .................................................................................................... 60
Projetos 153
Referências 155
RISCOS ELÉTRICOS
Acidentes fatais ocorridos no Sistema Elétrico de Potência, segundo a Fundação COGE, 2005.
Todos nós estamos sujeitos aos riscos da eletricidade, mas se você trabalha diretamente
com equipamentos e instalações elétricas ou próximo delas, tenha sempre cuidado ao
lidar com ela.
O contato com partes energizadas da instalação pode fazer com que a corrente elétrica
passe pelo seu corpo, e o resultado são o choque elétrico e as queimaduras externas e
internas. As conseqüências dos acidentes com eletricidade são muito graves, provocam
lesões físicas e traumas psicológicos, e muitas vezes são fatais. Isso sem falar nos incêndi-
os originados por falhas ou desgaste das instalações elétricas. Talvez pelo fato de a eletri-
cidade estar tão presente em sua vida, nem sempre você dá a ela o tratamento necessário.
Como resultado, os acidentes com eletricidade ainda são muito comuns mesmo entre
profissionais qualificados. Tal quadro, entretanto, recebeu um forte estímulo para mu-
dar a partir de dezembro de 2004, quando passou a vigorar a revisão da NR-10 de 1978.
Como esta norma regulamentadora estabelece os requisitos e as condições mínimas
para as medidas de controle e sistemas preventivos relacionados a instalações que
operam em extrabaixa tensão, baixa tensão e alta tensão, a probabilidade de ocorre-
rem acidentes fica reduzida significativamente a partir da aplicação da norma em todo
o território nacional.
Sob a ótica da NR-10, são instalações de alta tensão aquelas que operam com tensão
superior a 1.000 volts em corrente alternada ou 1.500 volts em corrente contínua e, inde-
pendente de qualquer outra classificação, como a classificação das normas técnicas bra-
sileiras, acima dos valores estipulados, os critérios de segurança são, no mínimo, os
definidos pela NR-10.
No Brasil, ainda não temos muitas estatísticas específicas sobre acidentes cuja causa
está relacionada com a eletricidade. Entretanto, é bom conhecer alguns números a
esse respeito.
Se considerarmos apenas o Setor Elétrico, assim chamado aquele que reúne as empresas
que atuam em geração, transmissão e distribuição de energia elétrica, temos alguns nú-
meros que chamam a nossa atenção. Em 2002, ocorreram 78 acidentes fatais nesse setor,
incluídos aqueles com empregados das empreiteiras. A esse número, entretanto, somam-
se 330 mortes que ocorreram nesse mesmo ano com membros da população que, de
diferentes formas, tiveram contato com as instalações pertencentes ao
Setor Elétrico. Como exemplo desses contatos fatais, há os casos que ocorreram em obras
Este módulo vai abranger vários tópicos relacionados à segurança com eletricidade.
RISCOS ELÉTRICOS
Há diferentes tipos de riscos devido aos efeitos da eletricidade no ser humano e no meio
ambiente. Os principais são o choque elétrico, o arco elétrico, a exposição aos campos
eletromagnéticos e o incêndio. Neste módulo você vai descobrir como a eletricidade
pode causar tantos males.
RISCOS ELÉTRICOS
Choque elétrico
Hoje, com o domínio da ciência da eletricidade, o ser humano usufrui de todos os seus
benefícios. Construídas as primeiras redes de energia elétrica, tivemos vários benefícios,
mas apareceram também vários problemas de ordem operacional, sendo o mais grave o
choque elétrico.
O choque elétrico decorre da corrente elétrica que se caracteriza pelo fluxo de elétrons
que circula quando existe um caminho, denominado circuito elétrico, estabelecido entre
dois pontos com potenciais elétricos diferentes, como por exemplo um condutor energi-
zado e a terra. Se você encostar em ambos simultaneamente formará o circuito elétrico e
permitirá que a corrente circule por intermédio de seu corpo.
Concluindo
O choque elétrico é a perturbação de natureza e efeitos diversos que se
manifesta no organismo humano quando este é percorrido por uma cor-
renteelétrica. Os efeitos do choque elétrico variam e dependem de:
• tempo de duração;
• área de contato;
• tensão elétrica;
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Choque estático
N
Descarga eletrostática – É o efeito capacitivo presente nos mais
diferentes materiais e equipamentos com os quais o homem convive.
Choque dinâmico
É o que ocorre quando se faz contato com um elemento energizado.
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Este tipo de choque é o mais perigoso, porque a rede de energia elétrica mantém a
pessoa energizada, ou seja, a corrente de choque persiste continuadamente.
O corpo humano é um organismo resistente, que suporta bem o choque elétrico nos
primeiros instantes, mas com a manutenção da corrente passando pelo corpo, os órgãos
internos vão sofrendo conseqüências:
Muitos órgãos aparentemente sadios só vão apresentar sintomas devido aos efeitos da
corrente muitos dias ou meses depois de ocorrido o choque elétrico. As seqüelas,
muitas vezes não são relacionadas ao choque em virtude do espaço de tempo
decorrido desde o acidente.
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Os choques dinâmicos podem ser causados pela tensão de toque ou pela tensão de passo.
Tensão de toque
No solo, a corrente de curto-circuito gerará potenciais distintos desde o “pé” da torre até
uma distância remota. Este potencial é apresentado pela curva da figura acima.
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A resistência do corpo humano para corrente alternada de 50 ou 60 Hz, pele suada, para
tensão de toque maior que 250 V fica saturada em 1 000 ohms.
Cada pé em contato com o solo terá uma resistência de contato representada por
R contato.
Tensão de passo
A tensão de passo é a tensão elétrica (diferença de potencial) entre os dois pés no instante
da operação ou defeito tipo curto-circuito monofásico à terra no equipamento. A figura
a seguir nos mostra a situação e o circuito elétrico equivalente.
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No caso da torre de transmissão, a pessoa receberá entre os dois pés a tensão de passo.
O aterramento só será bom se a tensão de passo for menor do que o limite de tensão de
passo, para não causar fibrilação ventricular no ser humano.
A tensão de passo é menos perigosa do que a tensão de toque. Isso se deve ao fato de o
coração não estar no percurso da corrente de choque quando o corpo é submetido a
tensão de passo. Esta corrente vai de pé em pé, mas mesmo assim é também perigosa. As
veias e artérias vão da planta do pé até o coração. Sendo o sangue condutor, a corrente
de choque, devido à tensão de passo, vai do pé até o coração e deste ao outro pé. Por esse
motivo, a tensão de passo é também perigosa e pode provocar fibrilação ventricular.
Se a pessoa estiver com os dois pés na mesma superfície de potencial, a tensão de passo
será nula, não havendo choque elétrico, conforme podemos verificar na figura apresen-
tada a seguir.
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A tensão de passo poderá assumir uma gama de valores, que vai de zero até a máxima
diferença entre duas superfícies eqüipotenciais separadas de 1 metro.
No gado, a tensão de passo se transforma em tensão entre patas. Essa tensão é maior que
a tensão de passo do homem, com o agravamento de que no gado a corrente de choque
passa pelo coração.
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A tabela a seguir apresenta os prováveis locais por onde poderá se dar o contato elétrico,
o trajeto da corrente elétrica e a porcentagem de corrente que passa pelo coração.
A B C D E
19
N
Ocorrem também diferenças nos valores de intensidade de corrente para
uma determinada sensação de choque elétrico, se a vítima for do sexo
feminino ou masculino.
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A resistência oferecida pela parte interna do corpo, constituída pelo sangue, músculos
e demais tecidos, comparativamente à da pele é bem baixa, medindo normalmente
300 ohms, em média, e apresentando um valor máximo de 500 ohms.
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Exemplificando
Num toque acidental de um dedo com um ponto energizado de um
circuito elétrico teremos, quando a pele estiver seca, uma resistência de
400 000 ohms; quando úmida, uma resistência de apenas 15 000 ohms.
Quando seca:
I = 120 V ÷ 400 000 Ω = 0,3 mA
Quando molhada:
I = 120 V ÷ 15 000 Ω = 8 mA
N
Corrente de largar é o valor máximo de corrente que uma pessoa pode
suportar quando estiver segurando um objeto energizado e ainda ser
capaz de largá-lo pela ação de músculos diretamente estimulados por
esta corrente.
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A corrente entra pela pele, invade o corpo e sai novamente pela pele. Ou seja, o corpo
humano está em toda a sua resistência no trajeto da resistência elétrica da pele humana.
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Este choque poderá ocorrer entre um condutor interno e a pele, ou entre dois condu-
tores internos no corpo.
Observação
Se o choque elétrico for devido ao contato direto com a tensão da rede,
todas as manifestações podem ocorrer.
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N
Parada cardíaca é a falta total de funcionamento do coração. Quando ele
está efetivamente parado, o sangue não é mais bombeado, a pressão cai
a zero e a pessoa perde os sentidos. Nesse estado as fibras musculares
estão inativas, interrompendo o batimento cardíaco.
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O choque de alta tensão queima, danifica, fazendo buracos na pele nos pontos de entra-
da e saída da corrente pelo corpo humano. As vítimas do choque de alta-tensão morrem
devido, principalmente, a queimaduras. E as que sobrevivem ficam com seqüelas, geral-
mente com:
Choques elétricos em baixa tensão têm pouco poder térmico. O problema maior é o
tempo de duração, que, se persistir, pode levar à morte, geralmente por fibrilação ventri-
cular do coração.
» riscos de queimaduras;
» prejuízos no funcionamento seguro de componentes da instalação;
» combustão ou deterioração de materiais.
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atender aos limites de temperaturas, ainda que por curtos períodos, determinados pela
NBR 14039 e devem ser protegidas contra qualquer contato acidental.
Arco elétrico
Toda vez que ocorre a passagem de corrente
elétrica pelo ar ou por outro meio isolante
(óleo, por exemplo) está ocorrendo um arco
elétrico, conforme nos mostra a figura
ao lado.
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Os arcos elétricos são extremamente quentes. Próximo ao “laser”, eles são a mais intensa
fonte de calor na Terra. Sua temperatura pode alcançar 20 000°C. Pessoas que estejam no
raio de alguns metros de um arco podem sofrer severas queimaduras.
Os arcos elétricos são eventos de múltipla energia. Forte explosão e energia acústica acom-
panham a intensa energia térmica. Em determinadas situações, uma onda de pressão tam-
bém pode se formar, sendo capaz de atingir quem estiver próximo ao local da ocorrência.
Todo cuidado é pouco para evitar a abertura de arco através do operador. Também po-
dem desprender-se partículas incandescentes que queimam ao atingir os olhos.
A severidade da lesão para as pessoas na área onde ocorre a falha depende da energia
liberada pelo arco, da distância que separa as pessoas do local e do tipo de roupa que
utilizam. As mais sérias queimaduras por arco voltaico envolvem a queima da roupa da
vítima pelo calor do arco elétrico. Tempos relativamente longos (30 a 60 segundos, por
exemplo) de queima contínua de uma roupa comum aumentam tanto o grau da quei-
madura quanto a área total atingida no corpo. Isso afeta diretamente a gravidade da
lesão e a própria sobrevivência da vítima.
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A proteção para evitar danos ocasionados pelo arco depende do cálculo da energia que
pode ser liberada no caso de um curto-circuito. As vestimentas de proteção adequadas
devem cobrir todas as áreas que possam estar expostas à ação das energias oriundas do
arco elétrico.
Portanto, muitas vezes, além da cobertura completa do corpo, elas devem incluir capu-
zes. O que agora nos parece óbvio, nem sempre foi observado, isto é, se em determinadas
situações uma análise de risco nos indica a necessidade de uma vestimenta de proteção
contra o arco elétrico conforme demonstra a figura apresentada a seguir. Essa vestimen-
ta deve incluir proteção para o rosto, pescoço, cabelos, enfim, as partes da cabeça que
também possam sofrer danos se expostas a uma energia térmica muito intensa.
Além dos riscos de exposição aos efeitos térmicos do arco elétrico, também está presen-
te o risco de ferimentos e quedas, decorrentes das ondas de pressão que podem se for-
mar pela expansão do ar.
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Temos relacionadas algumas medidas para garantir a proteção contra os perigos resul-
tantes de faltas por arco:
• Utilização de um ou mais dos seguintes meios:
» dispositivos de abertura sob carga;
» chave de aterramento resistente ao curto-circuito presumido;
» sistemas de intertravamento;
» fechaduras com chave não intercambiáveis.
Campos eletromagnéticos
O termo campo indica que em um determinado espaço existe uma força que pode ser
responsável pelo movimento de corpos nele inseridos. O campo gravitacional da lua,
que determina a subida da maré, é um exemplo do conceito de campo. Além do campo
gravitacional, temos o campo elétrico, o magnético e eletromagnético.
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As manifestações dos dois campos são sentidas nas linhas elétricas ou de telecomunicações
próximas, evidenciando que o campo se propaga no ar. Nas linhas aparecem sobretensões
(tensões induzidas) como conseqüência dos campos eletromagnéticos causados pelos raios.
Dois efeitos ocorrem nos seres humanos a partir dos campos eletromagnéticos: o campo
elétrico provoca a formação de uma carga sobre a superfície da pele e o magnético cau-
sa fluxo de correntes circulando em todo corpo. Normalmente estes efeitos não são pre-
judiciais ao seres humanos, mas, quando muito intensos, decorrentes de campos muito
intensos, podem ocorrer disfunções em implantes eletrônicos (marca passo e dosadores
de insulina) e a circulação de correntes em próteses metálicas, a ponto de provocar aque-
cimento intenso, o que acarreta lesões internas.
Uma outra preocupação é com a indução elétrica. Esse fenômeno pode ser particular-
mente importante quando há diferentes circuitos próximos uns dos outros.
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Por isso é fundamental que você, além de desligar o circuito no qual vai trabalhar, confira,
com equipamentos apropriados (voltímetros ou detectores de tensão), se o circuito está
efetivamente sem tensão.
Riscos adicionais
São considerados como riscos adicionais aqueles que, além dos elétricos, são específicos
de cada ambiente ou processo de trabalho e que, direta ou indiretamente, possam afetar
a segurança e a saúde dos que trabalham com eletricidade.
Altura
Em trabalhos com energia elétrica feitos em alturas, devemos seguir as instruções relati-
vas a segurança descritas abaixo:
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Ambientes confinados
Locais com acesso e movimentação de pessoas enormemente dificultados; reduzida ou
nenhuma ventilação/iluminação e, em alguns casos, com a presença de vapores que
podem causar intoxicação.
a) treinamento e orientação para os trabalhadores quanto aos riscos a que estão submeti–
dos, a forma de preveni-los e o procedimento a ser adotado em situação de risco;
b) nos serviços em que se utilizem produtos químicos, os trabalhadores não poderão
realizar suas atividades sem um programa de proteção respiratória;
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Áreas classificadas
Áreas sujeitas à formação (ou existência) de uma atmosfera explosiva pela presença
normal ou eventual de gases/vapores inflamáveis ou poeiras/fibras combustíveis.
São consideradas áreas de alto risco aquelas nas quais existe a possibilidade de vaza-
mento de gases inflamáveis em situação de funcionamento normal devido a razões
diversas, como, por exemplo, desgaste ou deterioração de equipamentos.
Tais áreas, também chamadas de ambientes explosivos, são classificadas conforme nor-
mas internacionais, e de acordo com a classificação exigem a instalação de equi-
pamentos e/ou interfaces que atendam às exigências prescritas nas mesmas.
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As áreas classificadas normalmente cobrem uma zona cujo limite é onde o gás ou gases
inflamáveis estarão tão diluídos ou dispersos que não poderão apresentar perigo de ex-
plosão ou combustão.
É evidente que um equipamento instalado dentro de uma área classificada também deve
ser classificado, e esta é baseada na temperatura superficial máxima que o mesmo possa
alcançar em funcionamento normal ou em caso de falha. A EN 50.014 especifica a tem-
peratura superficial máxima em 6 níveis, assumindo como temperatura ambiente de
referência 40ºC. Assim temos:
a) Contenção da explosão: na verdade, este é o único método que permite que haja a
explosão, porque esta fica confinada em um ambiente bem definido e não pode
propagar-se para a atmosfera do entorno.
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Toda instalação, carcaça, invólucro, blindagem ou peça condutora que possam armazenar
energia estática com possibilidade de gerar fagulhas ou centelhas devem ser aterrados.
Trabalhos em condições de risco acentuado deverão ser executados por duas pessoas
qualificadas, salvo critério do responsável técnico.
Trabalhos em redes elétricas entre dois ou mais pontos sem possibilidade de contato
visual entre os operadores somente podem ser realizados com comunicação por meio
de rádio ou outro sistema de comunicação que impeça a energização acidental.
As instalações elétricas com possibilidade de contato com água devem ser projetadas,
executadas e mantidas com especial cuidado quanto à blindagem, estanqueidade,
isolamento, aterramento e proteção contra falhas elétricas.
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Os trechos e pontos de tomada de força de rede elétrica em desuso devem ser desener-
gizados, marcados e isolados, ou retirados quando não forem mais utilizados.
Condições atmosféricas
Umidade
Deve-se considerar que todo trabalho em equipamentos energizados só deve ser inicia-
do com boas condições meteorológicas, não sendo assim permitidos trabalhos sob chu-
va, neblina densa ou ventos.
Devido a longos períodos de estiagem, as chuvas que começam a cair são normal-
mente acompanhadas de tempestades, sendo estas originadas do encontro de uma
massa de ar frio com uma massa de ar quente ou a partir do aquecimento do solo
pelos raios solares e conseqüente subida do ar quente carregado de partículas de
vapor de água.
O raio é um fenômeno de natureza elétrica, sendo produzido por nuvens do tipo cumu-
lus nimbus, que tem formato parecido com uma bigorna e chega a ter 12 quilômetros de
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O raio ao cair na terra pode provocar grande destruição, devido ao alto valor de sua cor-
rente elétrica, que gera intensos campos eletromagnéticos e calor.
Além dos danos causados diretamente pela corrente elétrica e pelo intenso calor, o raio
pode provocar sobretensões em redes de energia elétrica, em redes de telecomunica-
ções, de TV a cabo, antenas parabólicas, redes de transmissão de dados, etc. Com o intuito
de evitar falsas expectativas ao sistema de proteção contra descargas atmosféricas, de-
vemos fazer os seguintes esclarecimentos:
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Sobretensões transitórias
Sempre que a tensão elétrica em um circuito elétrico sofre um aumento por um determi-
nado período, fica caracterizada uma sobretensão transitória. Partidas de motores de
potência alta, manobras de cargas de potência elevada, curtos-circuitos e descargas elé-
tricas atmosféricas (raios ou relâmpagos) podem provocar sobretensões transitórias.
• Descarga Direta: o raio atinge diretamente uma rede elétrica ou telefônica. Nesse
caso, o raio tem um efeito devastador, gerando elevados valores de sobretensões
sobre os diversos circuitos.
• Descarga Indireta: o raio cai a uma distância de até 1 quilômetro de uma rede
elétrica.
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A sobretensão gerada é de menor intensidade do que a provocada pela descarga direta, mas
pode causar sérios danos. Essa sobretensão induzida acontece quando uma parte da energia
do raio é transferida através de um acoplamento eletromagnético com uma rede elétrica.
A grande maioria das sobretensões transitórias de origem atmosférica, que causam da-
nos a equipamentos provoca a ruptura das isolações e arcos elétricos.
Medidas Preventivas
Toda empresa deve possuir um sistema de proteção contra descarga atmosférica que leve
em consideração o especificado na NBR 5419 (Proteção de estruturas contra descargas
atmosféricas), mas que esteja definido em um projeto assinado por profissional habilitado.
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Uma opção muito aceita tecnicamente é o uso das estruturas metálicas das estacas das
fundações como eletrodos de aterramento e os diversos terras dos sistemas elétricos
conectados a uma barra de aterramento que está ligada aos eletrodos de aterramento
da fundação por um único ponto, conforme demonstra a figura a seguir.
A NBR 5419:2005 estipula que o valor da resistência de aterramento deve ser inferior a
10 ? (ohms), pois as medidas utilizadas para minimizar as conseqüências das descargas
atmosféricas têm como princípio a criação de caminhos de baixa resistência à terra,
escoando nesta as correntes elétricas dos raios.
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Detalhe do aterramento.
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Descargas atmosféricas
Polarização do dielétrico
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Os condutores possuem elétrons livres e, portanto, podem ser eletrizados por indução.
Os isoladores, conhecidos também por dielétricos, praticamente não possuem elétrons
livres. Será que eles podem ser eletrizados por indução, isto é, aproximando um corpo
eletrizado, sem contudo tocá-los?
Um dielétrico que possui átomos assim deformados (achatados) está eletricamente Po-
larizado, e quanto maior for a polarização, maior a probabilidade da ruptura da isolação.
Devido ao atrito com o vento e com a poeira, e em condições secas (baixa umidade), as
linhas sofrem fenômenos eletrostáticos que induzem tensões que se somam às demais
tensões presentes. As tensões estáticas crescem continuamente, e após um longo perío-
do de tempo podem ser relativamente elevadas.
Essas tensões são induzidas por linha ou linhas energizadas que cruzam ou são paralelas
à linha ou equipamento desenergizado no qual se trabalha. Elas dependem da distância
entre linhas, da corrente de carga das linhas energizadas, do comprimento do trecho
onde há paralelismo ou cruzamento e da existência ou não de transposição nas linhas.
No caso de uma linha aterrada em apenas uma das extremidades, a tensão induzida
eletromagneticamente terá seu maior vulto na extremidade não aterrada; e se am-
bas as extremidades estiverem aterradas, existirá uma corrente fluindo num circui-
to fechado com a terra.
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Ao se instalar o aterramento provisório, uma corrente fluirá por seu intermédio, diminu-
indo a diferença de potencial existente e ao mesmo tempo jampeando a área de traba-
lho, o que possibilita neste ponto uma maior segurança para o homem de manutenção.
Atos inseguros
Os atos inseguros são, geralmente, definidos como causas de acidentes do trabalho que
residem exclusivamente no fator humano, isto é, aqueles que decorrem da execução das
tarefas de forma contrária às normas de segurança. É a maneira como os trabalhadores
se expõem (consciente ou inconscientemente) aos riscos de acidentes.
É falsa a idéia de que não se pode predizer nem controlar o comportamento humano.
Na verdade, é possível analisar os fatores relacionados com a ocorrência dos atos insegu-
ros e controlá-los. Seguem-se alguns fatores que podem levar os trabalhadores a pratica-
rem atos inseguros:
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Condições inseguras
São aquelas que, presentes no ambiente de trabalho, põem em risco a integridade física
e/ou mental do trabalhador, devido à possibilidade deste acidentar-se. Tais condições
manifestam-se como deficiências técnicas, podendo apresentar-se:
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Inúmeros casos estão sendo relatados, e muitos, como os citados a seguir, devem servir de
justificativa para as empresas, profissionais e trabalhadores adotarem ações preventivas.
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São dezesseis situações relatadas que serão complementadas a seguir com outros cinco
casos, que demonstram que a utilização da energia elétrica precisa das medidas preven-
tivas prescritas pela NR-10.
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Após pegar uma bola no Horto, Júlio recebeu descarga por 3 minutos
Rio, Brasília e Porto Alegre – Subir num poste para consertar ou instalar
uma linha telefônica e morrer eletrocutado: esse foi o destino de funcionários
de empresas terceirizadas de telefonia fixa nos últimos anos vítimas de
acidentes. Desde a privatização do setor, em 1998, pelo menos 49 trabalha-
dores de firmas terceirizadas morreram em decorrência de acidentes de
trabalho, muitos porque a rede elétrica fica ligada durante a execução do
serviço. Os dados são da Federação Interestadual dos Trabalhadores em
Empresas de Telecomunicações (Fittel). Atualmente, todo o serviço de ma-
nutenção de redes externas é terceirizado.
O auge dos acidentes fatais ocorreu nos últimos três anos, quando as
operadoras Brasil Telecom, Telemar e Telefônica tiveram de cumprir o plano
de antecipação de metas de expansão e qualidade, para poder operar em
outros segmentos.
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A NR-10 define, como medidas de controle, no item 10.2.1, que em “todas as interven-
ções em instalações elétricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle do
risco elétrico e de outros riscos adicionais, mediante técnicas de análise de risco, de
forma a garantir a segurança e a saúde no trabalho”.
RISCOS ELÉTRICOS
A análise de riscos é um conjunto de métodos e técnicas que aplicado a uma atividade
identifica e avalia qualitativa e quantitativamente os riscos que essa atividade represen-
ta para a população exposta, para o meio ambiente e para a empresa, de uma forma
geral.
Conceitos básicos
Perigo
Uma ou mais condições físicas ou químicas com possibilidade de causar danos às
pessoas, à propriedade, ao ambiente ou uma combinação de todos.
Risco
Medida da perda econômica e/ou de danos para a vida humana, resultante da combinação
entre a freqüência da ocorrência e a magnitude das perdas ou danos (conseqüências).
Análise de riscos
É a atividade dirigida à elaboração de uma estimativa (qualitativa ou quantitativa) do
riscos, baseada na engenharia de avaliação e técnicas estruturadas para promover a com-
binação das freqüências e conseqüências de cenários acidentais.
Avaliação de riscos
É o processo que utiliza os resultados da análise de riscos e os compara com os critérios
de tolerabilidade previamente estabelecidos.
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Gerenciamento de riscos
É a formulação e a execução de medidas e procedimentos técnicos e administrativos
que têm o objetivo de prever, controlar ou reduzir os riscos existentes na instalação
industrial, objetivando mantê-la operando dentro dos requerimentos de segurança
considerados toleráveis.
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Árvore de eventos
Não
(0,200) NÃO 0,200
Não
(0,999)
Não
(0,995)
NÃO 0,794
Não Sim
(0,999) (0,800)
Sim Sim
(1) (0,005) SIM 0,004
Sim
(0,001) SIM 0,001
Sim
(0,001) SIM 0,001
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É um método que tem por objetivo antecipar e descrever, de forma seqüenciada, a partir
de um evento inicial, as conseqüências lógicas de um possível acidente.
Árvore de falhas
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Em uma dada instalação, para cada evento perigoso identificado em conjunto com a
severidade das conseqüências, um conjunto de causas é levantado, possibilitando a clas-
sificação qualitativa do risco associado, de acordo com categorias preestabelecidas de
freqüência de ocorrência. A tabela apresentada a seguir demonstra a correlação entre a
freqüência de ocorrência, a gravidade e a classificação do risco.
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A APR permite uma ordenação qualitativa dos cenários de acidentes encontrados, facili-
tando a proposição e a priorização de medidas para redução dos riscos da instalação,
quando julgadas necessárias, além da avaliação da necessidade de aplicação de técnicas
complementares de análise.
INSPEÇÕES
IRRELEVANTE MANUTENÇÃO CORRETIVA PROGRAMADA
DENTRO DA PREVENTIVA
MELHORIAS NO EQUIPAMENTO
MÉDIO SUBSTITUIÇÃO DO EQUIPAMENTO
REDUÇÃO DA PERIODICIDADE
DA MANUTENÇÃO PREVENTIVA
PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS
(perfil da mão-de-obra, nível de segurança, treinamento)
ALTO PROCEDIMENTOS OPERACIONAIS
PROCEDIMENTOS DE MANUTENÇÃO
PROCEDIMENTOS PARA EMERGÊNCIA
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Na página anterior são apresentadas tabelas associadas a uma análise feita em equipa-
mentos eletromecânicos instalados em vias férreas onde um descarilhamento pode pro-
vocar mortes e prejuízos de grande monta. Associadas aos riscos, foram definidas medidas
de controle genéricas que, quando elaboradas, passam a atender aos aspectos de segu-
rança dos equipamentos e dos mantenedores.
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1ª coluna: Operações
Esta coluna deve descrever, sucintamente, as diversas etapas da atividade/operação.
2ª coluna: Risco
Esta coluna deve conter os riscos/perigos identificados para o módulo de análise em
estudo. De uma forma geral, os riscos/perigos são eventos acidentais que têm potencial
para causar danos às instalações, aos trabalhadores, ao público ou ao meio ambiente.
4ª coluna: Efeitos
Os possíveis efeitos danosos de cada risco/perigo identificado devem ser listados
nesta coluna.
8ª coluna: Recomendações/observações
Esta coluna deve conter as recomendações de medidas mitigadoras de risco propostas
pela equipe de realização da APR ou quaisquer observações pertinentes ao cenário
de acidente em estudo. Ela deve conter também as medidas de emergência quando
necessárias.
A seguir apresentamos uma planilha de APR para uma tarefa realizada por mantenedo-
res da área elétrica. Nas colunas 5ª, 6ª e 7ª, foram lançadas as categorias de freqüência,
gravidade e a classificação dos riscos conforme as tabelas apresentadas anteriormente.
63
N
Uma planilha de APR, em branco, foi deixada neste MDI para poder servir
para aplicações práticas em sala de aula ou no campo.
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Em relação aos riscos elétricos e adicionais, as medidas de controle começam a ser defi-
nidas na fase de projeto das instalações elétricas e terminam nos procedimentos para
situações de emergência.
RISCOS ELÉTRICOS
Prever instalações à prova de explosão em ambientes explosivos, utilizar equipamentos
à prova de explosão certificados, ter profissionais treinados para a realização dos servi-
ços de manutenção e preparados para resgate, primeiros socorros e operação de equipa-
mentos de combate a incêndio são exemplos de medidas de controle.
Neste caso devem-se prover medidas de proteção básicas que visem impedir o contato
com partes vivas perigosas em condições normais, como por exemplo:
No caso 2, o choque ocorre quando regiões neutras ficam com diferença de potencial
devido a um curto-circuito na instalação ou nos equipamentos.
Deve-se notar que nesse tipo de choque a pessoa está tocando ou pisando regiões ou
elementos não energizados da instalação. Porém, no momento do curto-circuito,
ou mais precisamente durante este, estas áreas neutras ficam com diferença de
potencial, advindo daí o choque elétrico.
Neste caso devem-se prover medidas de proteção supletivas que visem suprir a prote-
ção contra choques em caso de falha da proteção básica, como por exemplo:
Desenergização
É o conjunto de procedimentos visando à segurança pessoal dos envolvidos ou não em
sistemas elétricos. É realizada por no mínimo duas pessoas.
68
Seccionamento
É a ação da interrupção da alimentação elétrica em um equipamento ou circuito. A inter-
rupção é executada com a manobra local ou remota do respectivo dispositivo de mano-
bra, geralmente o disjuntor alimentador do equipamento ou circuito a ser isolado (ver
figura a seguir).
Sempre que for tecnicamente possível, deve-se promover o corte visível dos circuitos,
provendo afastamentos adequados que garantam condições de segurança específica,
impedindo assim a energização acidental do equipamento ou circuito.
69
Impedimento de reenergização
É o processo pelo qual se impede o religamento acidental
do circuito desenergizado. Este impedimento pode ser feito
por meio de bloqueio mecânico, como por exemplo:
70
Aterramento temporário
A instalação de aterramento temporário tem como finalidade a eqüipotencialização dos circui-
tos desenergizados (condutores ou equipamento), ou seja, ligar eletricamente ao mesmo po-
tencial, no caso ao potencial de terra, interligando-se os condutores ou equipamentos à malha
de aterramento através de dispositivos apropriados ao nível de tensão nominal do circuito.
71
Observação
1. Bloqueio e etiquetagem
2. Equipamento
em manutenção
3. Aterramentos provisórios
4. Detector de tensão
72
Aterramento
Sistema constituído por “eletrodos de aterramento” cravados no solo e “condutores de
aterramento” destinados a prover uma ligação intencional entre os circuitos elétricos e a
terra (solo) por questões funcionais e de proteção.
Ligações à terra
Qualquer que seja sua finalidade (proteção ou funcional), o aterramento deve ser único
em cada local da instalação.
Para casos específicos, de acordo com as prescrições da instalação, podem existir aterra-
mentos separados, desde que sejam tomadas as devidas precauções.
Aterramento funcional
É o aterramento de um ponto (do sistema, da instalação ou do equipamento) destinado
a outros fins que não a proteção contra choques elétricos. Em particular, no contexto da
seção, o termo “funcional” está associado ao uso do aterramento e da eqüipotenci-
alização para fins de transmissão de sinais e de compatibilidade eletromagnética.
73
Observação
Do ponto de vista da instalação, o aterramento do neutro na origem
proporciona uma melhoria na equalização de potenciais essencial
à segurança.
74
A secção mínima do condutor de proteção (PE) deve obedecer aos valores estabelecidos
na tabela abaixo.
Esquema TN-S
75
Esquema TN-C-S
As funções de neutro e de condu-
tor de proteção são combinadas
em um único condutor em uma
parte da instalação.
Esquema TN-C
As funções de neutro e de con-
dutor de proteção são combi-
nadas em um único condutor
ao longo de toda a instalação.
76
Esquema TT
Possui um ponto de alimenta-
ção diretamente aterrado, estan-
do as massas da instalação
ligadas a eletrodos de aterra-
mento eletricamente distintos
do eletrodos de aterramento
da alimentação.
Esquema IT
Não possui qualquer ponto da alimen-
tação diretamente aterrado, estando
aterradas as massas da instalação.
• Condutor PEN
77
A NBR 14039:2005 diz que as massas devem ser ligadas a condutores de proteção para
cada esquema de aterramento (apresentados a seguir) e destaca que massas simultane-
amente acessíveis devem ser ligadas à mesma rede de aterramento individualmente,
por grupo ou coletivamente.
78
Esquema TNR
Nesse esquema, as correntes de falta direta fase-massa devem ser inferiores a uma cor-
rente de curto-circuito, sendo, porém, suficientes para provocar o surgimento de tensões
de contato perigosas.
São considerados dois tipos de esquemas, TTN e TTS, de acordo com a disposição do
condutor neutro e do condutor de proteção das massas do ponto de alimentação, a saber:
79
Nesse esquema, a corrente resultante de uma única falta fase-massa não deve ter inten-
sidade suficiente para provocar o surgimento de tensões de contato perigosas.
São considerados três tipos de esquemas, ITN, ITS e ITR, de acordo com a disposição do
condutor neutro e dos condutores de proteção das massas da instalação e do ponto de
alimentação, a saber:
80
Uma questão básica, muito debatida nos dias de hoje, é o valor da resistência de ater-
ramento e o valor da resistividade do solo. Em virtude da resistividade do solo e dos
eletrodos de aterramento (sejam verticais ou horizontais), obtém-se o valor da resis-
tência de aterramento, que pode variar em função das condições climáticas como chuva,
por exemplo.
A própria resistividade do solo sofre influência do tipo de solo (lama, argilas, terra de
jardim, granito), da umidade, concentração e tipos de sais, compacidade do solo, granu-
lometria e temperatura.
Assim sendo, um boa avaliação do solo com a determinação da sua resistividade são
determinantes para a definição dos eletrodos de aterramento que serão utilizados para
que se atinja os valores de resistência de aterramento compatíveis com as necessidades
de proteção requeridas.
X – Aterramento
C – Eletrodo de corrente
P – Eletrodo de potencial
81
Eqüipotencialização
Podemos definir eqüipotencialização como o conjunto de medidas que visa minimizar
as diferenças de potenciais entre componentes de instalações elétricas de energia e de
sinal (telecomunicações, rede de dados, etc.), prevenindo acidentes com pessoas e bai-
xando a níveis aceitáveis os danos tanto nessas instalações quanto nos equipamentos a
elas conectados.
Condições de eqüipotencialização
• Interligação de todos os aterramentos de uma mesma edificação, exceto casos
específicos de acordo com as prescrições das instalações.
• O quadro geral de baixa tensão (QGBT), o distribuidor geral da rede telefônica, o
da rede de comunicação de dados, etc., deverão ser convenientemente
interligados, formando um só aterramento.
• Todas as massas metálicas de uma edificação, como ferragens estruturais, grades,
guarda-corpos, corrimãos, portões, bases de antenas, bem como carcaças
metálicas dos equipamentos elétricos, devem ser convenientemente interligadas
ao aterramento.
• Todas as tubulações metálicas da edificação, como rede de hidrantes, eletrodutos
e outros, devem ser interligadas ao aterramento de forma conveniente.
• Os aterramentos devem ser realizados em anel fechado, malha, ou
preferencialmente pelas ferragens estruturais das fundações da edificação,
quando esta for eletricamente contínua (e na maioria das vezes é).
• Todos os terminais “terra” existentes nos equipamentos deverão estar interligados
ao aterramento via condutores de proteção PE que, obviamente, deverão estar
distribuídos por toda a instalação da edificação.
• Todos os ETIs (equipamentos de tecnologia de informações) devem ser protegidos
por DPSs (dispositivos de proteção contra surtos), constituídos por varistores
centelhadores, diodos especiais, Taz ou Tranzooby, ou uma associação deles.
• Todos os terminais “terra” dos DPSs devem ser ligados ao BEP (barramento de
eqüipotencialização principal) através da ligação da massa dos ETIs pelo condutor
de proteção PE.
• No QDP (quadro de distribuição principal de baixa tensão), ou no quadro do
secundário do transformador, dependendo da configuração da instalação elétrica
82
de baixa tensão, deve ser instalado um DPS (dispositivo de proteção contra surtos)
de características nominais mais elevadas que possibilite uma coordenação eficaz
nos quadros de alimentação dos circuitos terminais que alimentam os ETIs.
• Nestes casos podem ser utilizados vários recursos que otimizem o custo da
instalação, como, por exemplo, o aproveitamento de bandejamento dos cabos,
hidrantes, caso seja garantida sua continuidade elétrica em parâmetros aceitáveis.
N
O uso freqüente da palavra “conveniente” nos itens anteriores enfatiza
que a interligação entre aterramentos deve obedecer a certos critérios,
pois interligar aterramentos não é simplesmente interligar um eletrodo
ao outro.
Para que a interligação ocorra de maneira correta e eficaz, deve-se instalar próximo ao
QDP, para instalações de energia da edificação, uma barra de cobre distanciada da pare-
de em alguns centímetros e isolada desta por isoladores de porcelana, resina, ou outro
material isolante.
Esta barra deve ter dimensões compatíveis que assegurem um bom contato elétrico,
preservando suas características de resistência mecânica e de baixa impedância elétrica.
Conseqüentemente, um bom parâmetro para suas dimensões são: largura = 50 mm, es-
pessura = 6 mm e comprimento não inferior a 500 mm. Tanto a NBR 5410:2004 quanto a
NBR 5419:2001 denominam este barramento de BEP (barramento de eqüipotencializa-
ção principal).
Cabe esclarecer que se por qualquer motivo alguma tubulação metálica não puder ser
diretamente interligada ao BEP, por exemplo a corrosão galvânica, esta interliga-
ção deverá ser realizada de forma indireta via centelhador.
83
Figura G1
Legenda:
BEP = Barramento de equipotencialização principal.
EC = Condutores de equipotencialização.
84
Figura G2
Esquema TN Esquema TT
N
1) A figura é essencialmente ilustrativa. Se o quadro de distribuição prin-
cipal se situar junto ou bem próximo do ponto de entrada da linha na
edificação, dua barra PE, caso não haja outras restrições, poderia
acumular a função de BEP.
85
86
87
88
Princípio de funcionamento
O DR opera em função do campo magnético resultante da circulação da corrente pelos
condutores de alimentação dos circuitos elétricos. Em condições normais esse campo
magnético é praticamente nulo, mas, em caso de fuga associada a choques elétricos ou
defeitos de isolação, o seu valor deixa de ser nulo e assume um valor proporcional à
corrente que está fugindo (vazando) do circuito.
O princípio citado também vale para os circuito trifásicos a três ou quatro condutores.
Nesses circuitos as correntes estão defasadas entre si e os campos magnéticos ao redor
dos condutores de alimentação, desde que não exista fuga (vazamento), se anulam, ou
seja, o seu valor é praticamente nulo.
89
Assim sendo, foi concebido o DR, que possui internamente jogos de contatos, mecanis-
mo de acionamento manual, um transformador de corrente com núcleo toroidal, um
enrolamento de detecção, um sistema mecânico de disparo e outro de teste de funcio-
namento do próprio DR.
Bipolar Tetrapolar
A situação é análoga se alguma pessoa vier a tocar uma parte viva do circuito protegido:
a porção de corrente que irá circular pelo corpo da pessoa provocará igualmente
um desequilíbrio na soma vetorial das correntes – a diferença, então, é detectada pelo
dispositivo diferencial, tal como se fosse uma corrente de falta à terra.
90
Quando essa diferença atinge um determinado valor, é ativado um relé. Este relé irá pro-
vocar a abertura dos contatos principais do próprio dispositivo ou do dispositivo associ-
ado (contator ou disjuntor). Poderia, eventualmente, como observado no início, apenas
acionar um alarme visual ou sonoro. Mas neste caso se trata de proteção; e proteção no
caso mais geral significa desligamento do circuito.
Uso do dispositivo DR
Independentemente do esquema de aterramento TN, TT ou IT, o uso de proteção DR,
mais particularmente de alta sensibilidade (isto é, com corrente diferencial-residual
nominal igual ou inferior a 30 mA), tornou-se expressamente obrigatório nos
seguintes casos:
91
Pode-se dizer que não há razões para preocupação, quanto ao atendimento da regra do
seccionamento automático, quando se usam dispositivos DR, a não ser que a proteção
diferencial-residual usada seja de baixíssima sensibilidade.
Dispositivo DR com fonte auxiliar – caso não atuem automaticamente por falha de fonte
Auxiliar, é admitido somente se uma das duas condições for satisfeita:
1. a proteção contra contatos indiretos for assegurada por outros meios no caso
de falha da fonte auxiliar; e
2. os dispositivos forem instalados em instalações operadas, testadas e mantidas
por pessoas advertidas ou qualificadas.
Esquema TN pode ser protegido por um dispositivo DR, o mesmo ocorrendo em cir-
cuitos terminais. Nesse caso as massas não precisam ser ligadas ao condutor de proteção
do esquema TN, desde que sejam ligadas a um eletrodo de aterramento com resistência
compatível com a corrente de atuação do dispositivo DR.
Esquema TT se uma instalação for protegida por um único dispositivo DR, este deve
ser colocado na origem da instalação, a menos que a parte da instalação compreendida
entre a origem e o dispositivo não possua qualquer massa e satisfaça a medida de
proteção pelo emprego de equipamentos classe II (50 a 1 500 V) ou pela aplicação de
isolação suplementar.
92
do dispositivo deve ser no mínimo igual à corrente que circula quando uma primeira
falta franca à terra afete um condutor-fase.
Tipos de DR
Na prática a proteção diferencial-residual pode ser realizada através de:
» interruptores diferenciais-residuais;
» disjuntores com proteção diferencial-residual incorporada;
» tomadas com interruptor DR incorporado;
» blocos diferenciais acopláveis e disjuntores em caixa moldada ou
a disjuntores modulares (minidisjuntores); e
» peças avulsas (relé DR e transformador de corrente toroidal), que são
associadas apenas a um elemento de sinalização e/ou alarme, se
eventualmente for apenas este, e não um desligamento, que é o objetivo
da detecção diferencial-residual.
93
Certos critérios devem ser observados quanto ao uso deste tipo de proteção, como por
exemplo:
Do ponto de vista da segurança, este método é excelente, pois aqui o fator de segurança
é multiplicado por três, ou seja, multiplica-se pelos três fatores: a isolação funcional, a
isolação do sistema, no caso de transformadores, e a redução da tensão. Contudo, do
ponto de vista prático, este método de proteção tem suas desvantagens, como: necessi-
dade de uma instalação elétrica de baixa tensão, grandes secções transversais para os
condutores de fornecimento da baixa tensão e, freqüentemente, construção de equipa-
mentos de dimensões relativamente grandes quando comparados com equipamentos
que se utilizam de tensões mais altas para o seu funcionamento.
94
95
Nestes locais a NBR 5410:2004 admite o uso de medidas de proteção apenas parciais ou
mesmo a sua dispensa. Estes locais técnicos abrigam equipamentos elétricos, sendo proi-
bido o ingresso de pessoas que não sejam advertidas ou qualificadas. Em suma, o acesso
a esses locais é restrito apenas aos técnicos responsáveis.
Isolamento elétrico
É a ação destinada a impedir todo contato com as partes vivas da instalação elétrica.
As partes vivas devem ser completamente recobertas por uma isolação que só possa ser
removida através de sua destruição. O isolamento pode ser destruído por sobretensões
transitórias, que provocam uma descarga elétrica no isolamento que, por sua vez, causa
sua ruptura (perfuração), como nos mostra a figura apresentada a seguir.
96
A isolação reforçada é um tipo de isolação única aplicada às partes vivas que assegura
um grau de proteção contra choques elétricos equivalente ao da dupla isolação.
A expressão “isolação única” não implica que a isolação deva constituir uma peça homo-
gênea. Ela pode comportar diversas camadas impossíveis de serem ensaiadas isolada-
mente, como isolação básica ou como isolação suplementar.
97
Na prática podemos considerar como condutor com isolação reforçada o cabo mostrado
na figura a seguir. Ele pode ser instalado em locais inacessíveis sem a utilização de
invólucros/barreiras (eletrodutos, calhas fechadas, etc.), sendo constituído de isolação
(2) e cobertura (4) em composto termoplástico de PVC, não sendo considerada pelo
fabricante a função de isolação da camada de cobertura (4), considerando-se esta
somente como proteção contra influências externas.
1. Condutor
• material: fio de cobre nu,
têmpera mole;
• forma: redonda normal,
compacta ou setorial;
• encordoamento: classe 2.
2. Isolação
Composto termoplástico de PVC
em chumbo antichama.
3. Enchimento
Identificação
Composto termoplástico em
Cabo unipolar: cobertura preta;
PVC sem chumbo.
Cabos multipolares (2, 3 e 4 condutores): veias numerizadas
e cobertura preta. 4. Cobertura
Temperaturas máximas do condutor: 70°C em serviço Composto termoplástico de PVC
confinado, 100°C em sobrecarga e 160°C em curto-circuito. sem chumbo antichama.
Quando há o espaçamento, este deve ser suficiente para que se evite que pessoas circu-
lando nas proximidades das partes vivas possam entrar em contato com essas partes,
seja diretamente ou por intermédio de objetos que elas manipulem ou transportem.
A seguir podemos verificar um exemplo de proteção parcial por colocação fora do alcance
em uma subestação.
98
99
Partes vivas
W – área de circulação
permitida a pessoas
advertidas
Anteparos
Tela ou grade metálica
X – área de circulação proibida
• – dispositivos de manobra
100
Partes vivas
W – área de circulação
permitida a pessoas
advertidas
Anteparos
Tela ou grade metálica
X – área de circulação proibida
• – dispositivos de manobra
101
ZL = Zona livre.
ZC = Zona controlada, restrita a trabalhadores autorizados.
ZR = Zona de risco, restrita a trabalhadores autorizados
e com adoção de técnicas, instrumentos e equipa-
mentos apropriados ao trabalho.
PE = Ponto da instalação energizado.
SI = Superfície isolante construída com material resistente
e dotada de todos os dispositivos de segurança.
102
Distanciamento de segurança
103
A proteção por separação elétrica pode ser realizada pelos seguintes meios:
104
Umidade Desumidificação.
105
RISCOS ELÉTRICOS
funcionários que possam executar atividades paralelas nas redondezas ou até de pas-
santes, cujo percurso pode levá-los à exposição ao risco existente.
Conjunto de aterramento
Equipamento destinado à execução de
aterramento temporário, visando
à eqüipotencialização e proteção
pessoal contra a energização indevida
do circuito em intervenção.
Tapete de borracha
Observação
A minimização da corrente de falta fluindo pelo corpo (IC) ocorre quanto
maior for o valor da resistência de isolação do tapete e menor a resistên-
cia do aterramento de proteção. Podemos concluir que o tapete é um
complemento da proteção por aterramento da carcaça.
108
Fita de sinalização
características: fita plástica colorida em poliestileno, com listras laranja
e preta intercaladas.
Utilizada interna e externamente na sinalização, interdição, balisamento
ou demarcação em geral por indústrias, contrutoras, transportes, órgãos
públicos ou empresas que realizam trabalhos externos.
Leve, resistente, dobrável e de fácil instalação, é fornecida em rolo de
200 metros de comprimento e 70 mm de largura, podendo ser afixada em
cones e tripés.
Cores: laranja/preto
Materiais destinados a fazer a isolação de uma área onde estejam sendo executadas
intervenções.
109
Placas de sinalização
São utilizadas para sinalizar perigo (perigo de vida, etc.) e situação dos equipamentos
(equipamentos energizados, não manobre este equipamento sobre carga, etc.), visando
assim à proteção de pessoas que estiverem trabalhando no circuito e de pessoas que
venham a manobrar os sistemas elétricos.
Anteparos destinados à proteção contra contatos acidentais em redes aéreas, são utiliza-
dos na execução de trabalhos próximos a ou em redes energizadas.
110
É vedado o uso de adornos pessoais nos trabalhos com instalações elétricas ou em suas
RISCOS ELÉTRICOS
proximidades, principalmente se forem metálicos ou que facilitem a condução de energia.
Todo EPI deve possuir um Certificado de Aprovação (CA) emitido pelo Ministério do
Trabalho e Emprego.
Exemplos de EPIs
Óculos de segurança
Equipamento destinado à proteção contra elementos que venham a prejudicar a visão,
como, por exemplo, descargas elétricas.
Capacetes de segurança
Luvas isolantes
Observação
As luvas de cobertura devem ser utilizadas por cima das luvas isolantes.
112
Elas podem ser testadas com inflador de luvas para verificação da existência de furos,
e por injeção de tensão de testes.
Elas são classificadas pelo nível de tensão de trabalho e de teste, conforme tabela a se guir:
Devem ser acondicionadas em local apropriado, para a não perder suas características
de isolação.
113
Cinturão de segurança
Trava-quedas
Para o tipo pára-quedista, podem ser utilizados trava-quedas instalados em cabos de aço
ou flexível fixados em estruturas a serem escaladas.
Protetores auriculares
114
Máscaras/respiradores
Equipamento destinado à utilização em áreas confinadas e sujeitas a emissão de gases
e poeiras.
Quanto à conservação:
Quanto ao transporte:
115
Quanto à inspeção:
Considerando que esta parte do trabalho visa orientar a equipe e o eletricista quanto aos
aspectos que envolvem as condições de uso das ferramentas e equipamentos de prote-
ção individual e coletiva, listamos para cada um deles os agentes que deverão merecer
um controle de risco, visando com isto à diminuição das principais causas dos acidentes.
116
Calçados de segurança
• furos ou partes descosturadas ou descoladas na sola;
• deformados ou malconservados nas partes de couro;
• solado com objeto metálico.
Canivete
• lâmina de corte com “dentes” ou desgaste excessivo;
• partes quebradas ou trincadas (cabo e lâmina);
• mola relaxada ou frouxa.
117
Colete refletivo
• tinta da fita fosforescente com condições de ser vista de longe e no escuro,
quando da incidência de luz;
• limpo e bem conservado;
• partes descosturadas ou rasgadas.
Conjunto impermeável
• completo, com calça e jaleco;
• rasgos ou partes descosturadas;
• sujo, desbotado ou apresentando mofo nas partes internas;
• tamanho ou modelo de acordo com o usuário.
118
119
Bandeirola de sinalização
• rasgada ou desgastada;
• bem amarrada nas escadas;
• padrão utilizado pela empresa.
120
Chaves de boca
• trincas ou rachaduras no corpo da chave;
• desgaste da “boca”, de maneira a prejudicar o seu desempenho;
• jogo de acordo com o estabelecido pela empresa.
Cones de sinalização
• rachaduras ou partes quebradas;
• cores em condições de serem vistas a distância;
• condições de conservação e limpeza adequadas;
• bem acondicionados na viatura.
121
Detector de tensão
• partes de adaptação do bastão em perfeitas condições;
• funcionamento dos dispositivos de sinalização e ajuste;
• partes quebradas ou trincadas;
• pilhas em bom estado.
122
Facão
• cabo quebrado;
• cabo bem fixado à lâmina;
• dentes na lâmina;
• condições de uso da bainha.
Farolete manual
• condutores e conectores da extensão em condições;
• vidro quebrado ou trincado;
• farolete funcionando a contento;
• condição do suporte do farolete.
Fita refletiva
• corroída ou rasgada;
• pintura fosforescente pode ser vista a distância e no escuro;
• comprimento adequado;
• estado de conservação e limpeza dentro da faixa de segurança.
Tapete de borracha
• limpo e conservado;
• trincas ou rasgos que possam comprometer o isolamento elétrico;
• tamanho de acordo com o estabelecido pela empresa;
• testes de isolamento atualizados.
123
Lanterna manual
• vidro quebrado ou trincado;
• lanterna funcionando;
• internamente apresenta sinais de oxidação;
• pilhas em bom estado;
• mola de compressão das pilhas com pressão.
Loadbuster
• encaixes de arma e desarma funcionando corretamente;
• controle do número de operações;
• data da última inspeção;
• transportado em estojo próprio.
124
Volt-amperímetro
• partes quebradas ou trincadas;
• parafuso de ajuste para zero funcionando;
• sistema de leitura funcionando;
• sendo transportado em estojo próprio;
• equipamento aferido.
125
Legislação específica
A Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) apresenta artigos específicos sobre os EPIs:
“Art. 167 – O EPI só poderá ser posto à venda ou utilizado com a indicação do Certificado
de Aprovação do Ministério do Trabalho.”
126
Observação
O artigo 158 da CLT dispõe: “Constitui ato faltoso do empregado a
recusa do uso do EPI.”
Além dessas obrigações legais, todo EPI antes de sua utilização deve ser inspecionado
visualmente. Caso haja dúvidas sobre sua integridade, devem ser consultados suas
especificações técnicas ou o responsável pela área de segurança da empresa.
127
Normas ABNT
No Brasil, as normas técnicas oficiais são aquelas desenvolvidas pela Associação Brasileira
de Normas Técnicas (ABNT) e registradas no Instituto Nacional de Metrologia e Qualidade
Industrial (INMETRO). Essas normas são o resultado de uma ampla discussão de profissi-
onais e instituições, organizados em grupos de estudos, comissões e comitês. A sigla NBR
que antecede o número de muitas normas significa Norma Brasileira Registrada.
RISCOS ELÉTRICOS
diversas normas, abrangendo quase todos os tipos de instalações e produtos.
130
Regulamentações do MTE
Os instrumentos jurídicos de proteção ao trabalhador têm sua origem na Constituição
Federal que, ao relacionar os direitos dos trabalhadores, incluiu entre eles a proteção de
sua saúde e segurança por meio de normas específicas. Coube ao Ministério do Trabalho
estabelecer essas regulamentações (Normas Regulamentadoras – NR) por intermédio da
Portaria nº 3.214/78. A partir de então, uma série de outras portarias foram editadas pelo
Ministério do Trabalho com o propósito de modificar ou acrescentar normas regulamen-
tadoras de proteção ao trabalhador, conhecidas pelas suas iniciais: NR. Sobre a segurança
em instalações e serviços em eletricidade, a referência é a NR-10, que estabelece as con-
dições mínimas exigíveis para garantir a segurança dos empregados que trabalham em
instalações elétricas, em suas diversas etapas, incluindo elaboração de projetos, execu-
ção, operação, manutenção, reforma e ampliação, em quaisquer das fases de geração,
transmissão, distribuição e consumo de energia elétrica. A NR-10 exige também que se-
jam observadas as normas técnicas oficiais vigentes e, na falta destas, as normas técnicas
internacionais. A fundamentação legal, que dá o embasamento jurídico à existência
desta NR, está nos artigos 179 a 181 da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.
131
Deve ser realizado um treinamento de reciclagem bienal e sempre que ocorrer alguma
das situações a seguir:
132
Procedimentos de trabalho
Considerando o exposto na NR-10, procedimento é uma “seqüência de operações a
serem desenvolvidas para realização de um determinado trabalho, com a inclusão dos
meios materiais e humanos, medidas de segurança e circunstâncias que impossibilitem
a sua realização”.
RISCOS ELÉTRICOS
A norma padroniza que os procedimentos de trabalho, o treinamento de segurança e
saúde e a autorização de que trata o item 10.8 devem ter a participação em todo o pro-
cesso de desenvolvimento do Serviço Especializado de Engenharia de Segurança e Me-
dicina do Trabalho (SEESMT) quando houver.
Elaboração
Análise crítica
Compatibilidade com o SGQ
Compatibilidade com o SGA
Técnica
Segurança
134
1. OBJETIVO
Padronizar a substituição de resistências elétricas nos chuveiros do Vestiário III no Bloco A.
2. CAMPO DE APLICAÇÃO
Manutenção Elétrica e Empresas de Manutenção Terceirizadas.
3. BASE TÉCNICA
Informações do fabricante do chuveiro arquivadas na pasta “CHUVEIROS” no arquivo de aço na sala
da Manutenção Elétrica.
Projeto das instalações elétricas e memorial descritivo arquivados na sala da Manutenção Elétrica.
4. COMPETÊNCIAS
Ser profissional autorizado pela empresa.
5. RESPONSABILIDADES
A responsabilidade pela elaboração e revisão deste documento e da Manutenção Elétrica e a
responsabilidade pela execução do serviço é do profissional autorizado que realizar o trabalho
conforme registro na ordem de serviço.
6. MATERIAL NECESSÁRIO
Além dos EPIs padrões, é necessária a relação de recursos apresentada a seguir.
• Uma escada de abrir de 7 degraus com pés antiderrapantes.
• Resistência de 220 volts, 2 400 watts, código de estoque 100.040.350.
• Bloqueio de disjuntor bipolar para quadro de distribuição.
• Placa de sinalização “CIRCUITO EM MANUTENÇÃO” com o nome e telefone do mantenedor
responsável pelo serviço.
7. MEDIDAS DE CONTROLE
• Utilizar os EPIs padrões definidos pela Área de Segurança.
• Programar a substituição fora do horário dos banhos, que habitualmente ocorrem no fim de
cada turno de trabalho.
• Verificar as instruções do fabricante para substituição da resistência elétrica.
• Verificar, no projeto elétrico, o quadro de distribuição e a identificação do disjuntor.
• Requisitar a resistência elétrica e conferir suas características. Caso o estoque seja zero e não
‘existam resistências equivalentes, reprogramar o serviço e solicitar a aquisição da resistência.
• Nunca improvisar consertos na resistência que será removida.
• Verificar se o chão do boxe esta seco e, caso contrário, pedir para o setor de limpeza secar o chão.
135
136
Procedimentos de desenergização
Toda empresa deve elaborar, aprovar e divulgar (distribuir) o procedimento de desener-
gização obedecendo à seqüência indicada a seguir.
137
Procedimentos gerais
A critério das empresas, procedimentos gerais para as tarefas que possuem operações
comuns podem ser elaborados, aprovados e divulgados.
138
ATIVIDADES PRELIMINARES
O que fazer? Como fazer? Por que fazer? Observações
139
140
141
142
143
Observação
A sinalização de impedimento de energização deve ser feita com etique-
tas ou placas contendo avisos de proibição de religamento, tais como:
144
145
Após a conclusão dos serviços e com a autorização para reenergização do sistema, deve-se:
Responsabilidades
Quando são definidas as atribuições e as responsabilidades dos diversos cargos (fun-
ções) existentes dentro de uma empresa, deve-se considerar obrigatoriamente a habili-
tação, qualificação, capacitação e autorização nos termos recomendados pela NR-10.
Os cargos que aprovam projetos e procedimentos devem ser ocupados por profissionais
habilitados.
Como regra geral, os cargos que por atribuição são ocupados por profissionais que fa-
zem diagnóstico e podem tomar decisão dentro da empresa devem ser ocupados por
profissionais no mínimo qualificados, sendo recomendado que sejam habilitados.
Recursos Humanos
Cabe à área de recursos humanos da empresa contratante “instruir formalmente” todos
os seus contratados (funcionários, prestadores de serviços terceirizados, temporários e
estagiários) com conhecimentos que permitam identificar e avaliar seus possíveis riscos
e adotar as precauções cabíveis. Por exemplo, é necessário que todos os contratados
146
A instrução formal, conforme estipula a norma, pode ser realizada no programa de inte-
gração dos contratados, ou seja, antes que ele realize suas atividades dentro da empresa.
Na integração das pessoas que irão realizar serviços em eletricidade, nas instalações elé-
tricas ou nas suas proximidades, deve ser enfatizado que é “vedado o uso de adornos
pessoais nos trabalhos”.
Área Industrial
Cabe à área industrial da empresa desenvolver programas internos para manter as suas
instalações elétricas em condições seguras de funcionamento e seus sistemas de prote-
ção devem ser inspecionados e controlados periodicamente de acordo com as regula-
mentações existentes e definições de projeto.
Gerência imediata
• Instruir e esclarecer seus funcionários sobre as normas de segurança do trabalho e
sobre as precauções relativas às peculiaridades dos serviços executados em
estações.
• Fazer cumprir as normas de segurança do trabalho a que estão obrigados todos os
empregados, sem exceção.
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Supervisores e encarregados
• Instruir adequadamente os funcionários com relação às normas de segurança
do trabalho.
• Certificar-se da colocação dos equipamentos de sinalização adequados antes
do início de execução dos serviços.
• Orientar os integrantes de sua equipe quanto às características dos serviços
a serem executados e quanto às precauções a serem observadas no seu
desenvolvimento.
• Comunicar à gerência imediata irregularidades observadas no cumprimento das
normas de segurança do trabalho, inclusive quando ocorrerem fora de sua área
de serviço.
• Advertir pronta e adequadamente os funcionários sob sua responsabilidade,
quando deixarem de cumprir as normas de segurança do trabalho.
• Zelar pela conservação das ferramentas e dos equipamentos de segurança, assim
como pela sua correta utilização.
• Proibir que os integrantes de sua equipe utilizem ferramentas e equipamentos
inadequados ou defeituosos.
• Usar e exigir o uso de roupa adequada ao serviço.
• Manter-se a par das inovações introduzidas nas normas de segurança do trabalho,
transmitindo-as aos integrantes de sua equipe.
• Providenciar prontamente os primeiros socorros para os funcionários acidentados
e comunicar o acidente à gerência imediata, logo após sua ocorrência.
• Estudar as causas dos acidentes e incidentes ocorridos e fazer cumprir as medidas
que possam evitar sua repetição.
• Conservar o local de trabalho organizado e limpo.
148
Empregados
• Observar as normas e preceitos relativos à segurança do trabalho e ao uso correto
dos equipamentos de segurança.
• Utilizar os equipamentos de proteção individual e coletiva.
• Alertar os companheiros de trabalho quando estes executarem os serviços de
maneira incorreta ou atos que possam gerar acidentes.
• Comunicar imediatamente ao seu superior e aos companheiros de trabalho
qualquer acidente, por mais insignificante que seja, ocorrido consigo, com colegas
ou terceiros, para que sejam tomadas as providências cabíveis.
• Avisar seu superior imediato quando, por motivo de saúde, não estiver em
condições de executar o serviço para o qual tenha sido designado.
• Observar a proibição da ocorrência de procedimentos que possam gerar riscos
de segurança.
• Não ingerir bebidas alcoólicas ou usar drogas antes do início, nos intervalos ou
durante a jornada de trabalho.
• Evitar brincadeiras em serviço.
• Não portar arma, excluindo-se os casos de empregados autorizados pela
Administração da Empresa, em razão das funções que desempenham.
• Não utilizar objetos metálicos de uso pessoal, tais como: anéis, correntes, relógios,
bota com biqueira de aço, isqueiros a gás, a fim de se evitar o agravamento das
lesões em caso de acidente elétrico.
• Não usar aparelhos sonoros.
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Visitantes
O empregado encarregado de conduzir visitantes pelas instalações da empresa, deverá:
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Todas as empresas estão obrigadas a manter diagramas unifilares das instalações elétri-
cas com as especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e
dispositivos de proteção.
Devem ser mantidos atualizados os diagramas unifilares das instalações elétricas com as
especificações do sistema de aterramento e demais equipamentos e dispositivos
de proteção.
RISCOS ELÉTRICOS
no mínimo:
Toda a documentação deve ser em língua portuguesa, sendo permitido o uso de língua
estrangeira adicional.
152
RISCOS ELÉTRICOS
fisicamente nos componentes das instalações considerando a NR-26, que trata de
sinalização de segurança e padroniza as cores que devem ser utilizadas. Por
exemplo, a cor laranja deverá ser empregada para identificar canalizações
contendo ácidos; partes móveis de máquinas e equipamentos; partes internas das
guardas de máquinas que possam ser removidas ou abertas; faces internas de
caixas protetoras de dispositivos elétricos; faces externas de polias e engrenagens;
botões de arranque de segurança e dispositivos de corte, borda de serras, prensas;
• considerar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e à localização de seus
componentes e às influências externas, quando da operação e da realização de
serviços de construção e manutenção, considerando a NBR 5410 Instalações
Elétricas de Baixa Tensão, e a NR-17 Ergonomia;
» as influências externas relacionadas na NBR 5410 são: temperatura ambiente,
condições climáticas do ambiente, altitude, presença de água, presença de
corpos sólidos, presença de substâncias corrosivas ou poluentes, solicitações
mecânicas, presença de flora e mofo, presença de fauna, fenômenos
eletromagnéticos de baixa freqüência (conduzidos ou radiados), fenômenos
eletromagnéticos de alta freqüência conduzidos, induzidos ou radiados
(contínuos ou transitórios), descargas eletrostáticas, radiações ionizantes,
radiação solar, descargas atmosféricas, movimentação do ar, vento,
competência das pessoas, resistência elétrica do corpo humano, contato das
pessoas com o potencial terra, condições de fuga das pessoas em emergências,
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ABNT. NBR 14039: Instalações elétricas de média tensão de 1,0 kV a 13,2 kV, 2003. 65 p.
RISCOS ELÉTRICOS
CENELEC. EN 50014: Electrial apparatus for potentially explosive atmospheres.
General requeriments.
CREDER, Hélio. Instalações elétricas. Rio de Janeiro: LTC Editora S.A., 2002.
KINDERMANN, Geraldo. Choque elétrico. Porto Alegre: Ed. Sagra Luzato, 2000.
SOUZA, José Rubens Alves de. Guia da NBR 5410: Instalações elétricas em baixa tensão.
São Paulo: Eletricidade moderna, 2001.
Endereços eletrônicos
www.ritzbrasil.com.br
www. fesp.com.br
www. carbografite.com.br
www. cemig.com.br
www.mte.gov.br
www.unesp.br
www.miomega.com.br
www.coltec.ufmg.br
www.ge.com.br
www.jakobi.com.br
www.3m.com.br
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Paulo Rech
Gerente de Certificação Profissional
Equipe técnica
Paulo Roberto Alves Arruda SENAI/RJ
Conteúdista
Roberto Azul
Revisão gramatical