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Unidade 2 Porto 40
Unidade 3 Viseu 42
Unidade 4 Aveiro 45
Unidade 5 Coimbra 46
Unidade 6 Leiria 48
Unidade 7 Santarém 49
Unidade 8 Lisboa 49
Unidade 9 Évora 51
Unidade 10 Faro 52
Unidade 12 Funchal 55
Unidade 1: Braga
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faca, garfo, colher. Pratos: tripas, francesinha. Adjetivos [7] Em 1820, o movimento liberal, que lutava por
de gosto: delicioso, contrastante. uma Constituição, nasceu nesta cidade. Anos mais
tarde, na guerra civil de 1823-25, que opôs liberais e
Ex. 5, p. 29 absolutistas, a cidade resistiu tão heroicamente a
PALAVRA SINÓNIMO ANTÓNIMO estes últimos, que a rainha D. Maria lhe deu o título
Ex. picante forte insonso de “Cidade Invicta”.
[8] Com a industrialização e os caminhos de ferro
1. inovador moderno retrógrado
(século XIX), o Porto desenvolveu muitíssimo o seu
2. cremoso macio áspero
potencial de ligação comercial entre o Norte e o Sul
3. saborosa apetitosa insípida da Península, e constituiu-se como uma região
4. contrastante (com) opostos neutro industrial, com toda a zona do Minho: calçado,
indústria naval, loiça, enlatados. No século XIX, o
Ex. 6, p. 29 importante Museu Soares dos Reis foi criado, com
uma fabulosa coleção de pintura naturalista.
Transcrição Faixa 7
[9] O Porto sempre foi um centro cultural muito
[1] As origens da cidade do Porto são bastante importante em Portugal. Alguns dos grandes nomes
antigas: investigações arqueológicas efetuadas em da Arte e da Literatura nasceram no Porto, ou aqui
1990 revelaram não só a existência de construções, trabalharam e viveram. Só para destacarmos autores
mas também de objetos que indicavam contactos dos séculos XIX-XX, é o caso dos poetas Sophia de
com o Mediterrâneo, confirmando as longas raízes Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Ana Hatherly,
do Porto como cais de ligação entre o Sul e o Norte Alberto Pimenta, entre tantos outros; ou dos
da Península (e da Europa). romancistas Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis ou
[2] Os romanos tinham aqui um porto e uma Agustina Bessa-Luís. Ou do realizador Manoel de
povoação, perto da atual Casa do Infante, na zona Oliveira e dos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Eduardo
que se chamava Portucale, e que designava quer a Souto Moura.
zona ribeirinha do Porto, quer a outra margem, Gaia. [10] No pós-25 de Abril, a cidade consolidou a sua
[3] Após a conquista pelos Suevos, a cidade ganhou posição de centro industrial, mas também
cada vez maior importância. Seguiu-se a conquista acrescentando um aspeto inventivo e criativo,
pelos mouros, que não se demoraram na cidade. acompanhando Braga como um centro de inovação.
[4] Em 868, Vímara Peres, Conde de Portucale, A cidade tem um grande clube, o Futebol Clube do
conquistou o Porto (e funda uma nova cidade com o Porto, várias vezes campeão nacional e europeu,
seu nome, um pouco mais a norte: Vimaranes, que com sede no Estádio das Antas ou do Dragão. O
hoje é Guimarães). O nome “Portucale” já não indica Porto foi a Capital Europeia da Cultura em 2001, e daí
apenas o Porto e a zona nos seus arredores. A cidade resultaram vários edifícios importantes, como a Casa
mudou frequentemente de mãos entre cristãos e da Música.
muçulmanos, mas por volta de 990, Munio Viegas e
um grupo de nobres da Gasconha, desembarcaram
Ex. 9, p. 30: 1F, 2V, 3F, 4V, 5F, 6F, 7F.
na cidade e conquistaram-na.
[5] O Porto foi o grande centro de comércio no Transcrição Faixa 8
início do Reino de Portugal, mas também de
O dérbi à mesa: Patanisca vs. Francesinha
produção de têxteis e vinho, e construção naval.
Este domingo joga-se a final da Taça da Liga: Benfica
Desta época (século XIV) é o edifício da Casa do
– F. C. Porto. Se quiser acompanhar o jogo com
Infante, na Alfândega. Em 1415, quando o Infante
receitas tradicionais saiba onde se dirigir.
D. Henrique dirigia a produção dos barcos para
A história dos petiscos lisboetas não é fácil de contar.
conquistar Ceuta, no Norte de África, os habitantes
Porque falta à capital um equivalente à francesinha,
fizeram tantos sacrifícios para ajudar a expedição
um déspota das ementas. Falta um soberano,
que só tinham tripas de animais para comer. Esta é
sobram os fidalgos. E quem o diz é quem mais sabe
uma das versões que explica porque chamamos
sobre Lisboa. José Sarmento Matos, olisipógrafo,
“tripeiros” aos portuenses.
aponta as “iscas com elas” e as “ostras do Tejo” (no
[6] Dando continuidade ao seu importante papel de
tempo em que existiam) como petiscos típicos da
centro de indústria e de comércio no Norte de
capital. Gabriela Carvalho, outra estudiosa, fala dos
Portugal, em 1756, o Marquês de Pombal criou a
pastéis e das pataniscas de bacalhau.
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suas tabernas, no século XIX. Mas o dedo galego não Ex. 18, p. 36
as torna menos alfacinhas. Os primeiros imigrantes
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que me perdi pelo interior de cada edifício histórico, Henriques: é o painel da Sé de Viseu.
de cada igreja, que corri nos parques da cidade, que [4] Mas há mais pinturas suas, em Coimbra, Lamego
beijei as freiras do colégio onde estudou; no fundo, e Freixo de Espada à Cinta. Os seus quadros mais
comigo, ou por causa de mim, fi-la recuar a uma famosos são o “S. Pedro” (em Viseu) e “O Pentecostes”
outra Viseu, a da sua infância. (em Coimbra).
É no interior das muralhas da cidade, passadas as [5] Grão Vasco morreu em Viseu em 1542. O Museu
duas antigas portas que ainda resistem ao passar do com o seu nome foi fundado ao lado da Sé, no
tempo e à fúria humana, que o esplendor de Viseu antigo Seminário. Muitas das suas obras podem ser
me toma. Ruas tortas e estreitas, como a comercial lá observadas.
Rua Direita, de casas baixas trajadas de cinzento
granítico, remendadas aqui e ali por imponentes Ex. 7, p. 45
casas senhoriais, antigos testemunhos da sua antiga a. tornou-se, b. fizeram, c. foram, d. conseguiram, e. foi,
e grã nobreza. f. viveram, g. nasceu, h. foi, i. tem sido.
No mesmo Largo, duas construções religiosas
dividem a minha Fé. Direi antes, confirmam a minha Ex. 8, p. 46: 1A, 2A, 3B, 4B, 5: casa/normalizada.
Fé: de um lado a Sé Catedral, do outro a Igreja de Transcrição Faixa 14
Misericórdia. Mais abaixo, a estátua a El-Rei D. Duarte I,
Senhores Ouvintes, bem-vindos ao vosso programa
figura que rivaliza as atenções com outro dos filhos
das dez. E está um dia lindo, branco, branco, como
queridos da terra, o valente Viriato.
nunca tal se viu! Atenção às estradas entre Viseu e a
No entanto, e se grandeza fosse preciso acrescentar
Serra da Estrela... Se queria ir, é melhor mudar de
à cidade, a joia mais preciosa de Viseu encontro-a
ideias... estão cortadas devido à queda de neve. Aos
instalada no antigo Palácio dos Bispos, construção
ouvintes que acordaram com as galinhas para
do séc. XVI, que nele alberga o Museu Grão Vasco. Se
apanhar a primeira neve, as nossas desculpas... Não
Viriato fez fama com a espada, Vasco Fernandes –
vejo a hora de escorregar pela neve branquinha...
conhecido então por Grão [Grande] Vasco –, é
Cuidadinho ao sair de casa e andar na cidade, que as
considerado o principal nome da pintura portuguesa
ruas escorregam... É melhor não se armar em carapau
quinhentista. Notável é o seu São Pedro, obra
de corrida... Linda paisagem... Pois é, está fresca a
realizada para a Sé de Viseu.
temperatura... Por isso, é melhor não ferver em pouca
Muito mais encontro em Viseu. A riqueza da sua
água. A autoestrada para o Porto está lenta, devido às
cozinha, a excelência da doçaria conventual – a
condições climatéricas. As autoridades disseram que
famosa e pecaminosa Pastelaria Amaral – e os
durante o dia de amanhã a circulação estará
frutados Vinhos do Dão. Nos meses de agosto e
normalizada. Vá lá, é preciso ser razoável. Estou já
setembro, é imperdível a grande festa anual da Feira
aguado para ouvir o novo sucesso musical de Viriato...
de São Mateus, a mais antiga feira franca da
Península Ibérica, já com mais de 600 anos.
Tudo isto e muito mais, fazem de Viseu uma das Ex. 9, p. 47: A1, B3, C4, D5, E2.
cidades mais vivas de Portugal. Ex. 10, p. 47
José Daniel Soares Ferreira nasceu em Lisboa em 1. O autor teve de parar o carro, porque o motor
1977, onde vive e é investigador em História. fumegava. Fumou um cigarro e então como que viaja
para o passado. Aí percebeu, entre as montanhas, porque
Ex. 4, p. 43: 1C, 2X, 3X, 4A, 5B, 6B, 7B, 8C. é que chamavam àquela região “cova de Viriato”.
2. O tempo de Viriato e o tempo atual. Há vários
Transcrição Faixa 12 exemplos, mas esta frase é a principal: “Emboscado pelos
[1] O pintor Vasco Fernandes terá nascido bosques, revi batalhas de ferro contra granito”. Procure
provavelmente em Viseu em 1475. Sobre este pintor que os alunos a expliquem.
e sobre a sua vida, a primeira informação registada é 3. Uma espécie de casa, de estrutura, de realidade.
de 1501, num documento de contabilidade da Sé.
Ex. 14, p. 49
Aqui ficamos a saber que Vasco Fernandes era
“pintor”, que o sogro era alfaiate, e que morava em Transcrição Faixa 15
Viseu.
[2] Também se sabe que casou duas vezes. Entre Empresário A
1500 e 1542, Vasco Fernandes – ou Grão Vasco, como De Viseu para o mundo saem tapetes e
smartphones gigantes
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– Está?
Ex. 5, p. 61
– Bom dia, fala Nuno Ramos. Queria falar com o Dr. Ingredientes: gemas, açúcar, claras (vinho, peixes,
Gonçalo Mendes, por favor. marisco). Pratos: ovos moles, doces regionais.
3
– Lamento, mas ele não está. Quer deixar recado? Conventos: conventual, religiosas, conventos, hábitos.
– Diga, por favor, que eu liguei e que estou contactável o Adjetivos: delicioso, grandes, religiosos.
resto da tarde.
Ex. 6, p. 61: AX, B4, C5, D1, EX, F6, G7, H3, I2.
– Consultório Dra. Ana Godinho, bom dia.
– Bom dia, fala Emília Simões. Queria marcar uma
Transcrição Faixa 20
4 consulta.
– Ora vamos ver… dia 12 às 16 horas, pode ser? [1] A região de Aveiro foi certamente habitada no
– Sim, é ideal para mim. período Paleolítico, como revelam os muitos
– Línguas & Companhia, bom dia! exemplos de dólmens que existem na região. A
– Bom dia, eu hoje tinha uma aula às 12h. Era só para pesca e a produção de sal são centenárias nesta
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avisar que não posso ir. região. Porém, a primeira referência à cidade é de
– Ah, sim, muito obrigado por ter avisado. 959, no testamento da Condessa Mumadona Dias,
que cede ao Mosteiro de Guimarães as suas terras
Ex. 23, p. 55 em “Alauario et Salinas”.
1. A4, B2, C1, D5, E3; 2. A4, B1, C2, D3. [2] Não há muitos dados sobre a história de Aveiro
até esse período, mas nos séculos XII-XIII, a vila foi
rodeada de muralhas. E, em 1424, o rei D. Duarte
Unidade 4: Aveiro autorizou a realização da Feira de Março, uma feira
Ex. 2, p. 59: a. embora, b. mesmo, c. nem, d. Mesmo; anual que ainda hoje tem lugar. Esta Feira mostra
e. provável, f. ainda, g. esqueçam; h. fale, i. mesmo, como Aveiro, situada no Centro do país, e
j. defendamos. desenvolvendo tantas atividades relacionadas com o
mar, já era um importante centro comercial, com um
Ex. 3, p. 60 porto ativo.
1. Elsa. 2. De Aveiro. 3. Fazer políticas, iluminação [3] Em 1475, a Princesa Dona Joana vem habitar o
noturna, sistema de bicicletas, investir num plano de Convento de Jesus da cidade. A presença de Santa
cultivo. 4. É preciso investir na cidade. 5. De gema, vão Joana foi muito importante para a cidade. Depois de
ver se está a chover debaixo dos arcos, vejo-me e beatificada, tornou-se a padroeira da cidade. Em
desejo-me. 1515, a cidade recebeu o seu foral. A Igreja de S.
Transcrição Faixa 19 Domingos, construída originalmente em 1423, deu
origem à Catedral de Aveiro.
Sou a Elsa, tenho 29 anos, sou aveirense de gema.
[4] Durante o século XVI, toda a zona entre a cidade
Esta cidade está melhor que há uns anos. Há muito
e o mar começou a sofrer alterações, e o rio Vouga,
desemprego, e é uma pena. Temos a Ria, temos
que desagua no mar a cerca de 7 km de Aveiro,
uma universidade fantástica e ativa, estamos no
começou a formar pequenos canais, e depois ilhas.
centro do país... Alguém devia fazer ver aos
Assim, a baía transformou-se, e nasceu a Ria de
políticos que só falta fazer políticas, falar uns com
Aveiro, o maior estuário natural em Portugal, com
os outros. Uma pessoa devia encher-se de coragem
uma fauna e uma flora riquíssimas. Um dos
e dizer-lhes: basta! “Vão ver se está a chover debaixo
exemplos é o “moliço”, uma espécie de alga muito
dos arcos”.
nutritiva, usada como fertilizante, que era pescada
Mas eles não iriam nessa. E não acho que seja boa
por barcos típicos – os moliceiros. Rodeada por
ideia... podiam magoar-se a sério, andando pela
quatro serras e por esta ria, Aveiro tornou-se um
cidade com chuva, sobretudo à noite. Isto porque a
cenário natural raro. Juntam-se então os canais, que
iluminação em algumas zonas da cidade é péssima.
ao longo dos séculos foram melhorados, com casas e
Às vezes, se ando de bicicleta de noite, vejo-me e
construções. É o caso do Canal Central.
desejo-me para chegar a casa. Deviam aperfeiçoar
[5] A pesca, a cerâmica e a doçaria vão desenvolver-se
também o sistema das bicicletas da cidade, porque
muito na cidade, bem como a indústria alimentar e
também as luzes não são as melhores.
mecânica, a que se junta o secular porto. A posição
Há um plano de cultivo dentro da cidade que devia
geográfica de Aveiro, e todo o potencial da Ria, vão
ser pensado. Tantos espaços verdes. Criar mais
fazer com que a cidade cresça nos séculos XIX-XX. O
bosques, mais árvores... Criar riqueza para manter a
comboio chega a Aveiro em 1864. A sua estação de
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[5] Coimbra é também o lugar da mais conhecida [10] Em 1938 é fundado o Teatro Académico de
história de amor em Portugal (ver A5.1), entre o Coimbra, fundamental na história do Teatro em
futuro D. Pedro I (1320-1367) e Dona Inês de Castro. Portugal. Na década de 1940, a cidade recebe
Segundo a lenda, ainda hoje, na atual Quinta das algumas obras, entre as quais a do “Portugal dos
Lágrimas, as manchas vermelhas que se veem na Pequenitos”, um parque temático ordenado pela
Fonte das Lágrimas são as marcas do seu sangue. ditadura de Salazar. Em 1960, a zona da Universidade
Embora não seja mais do que uma lenda, a Quinta é remodelada, ao gosto monumental da ditadura.
das Lágrimas ficou para sempre com uma aura Depois do 25 de Abril, a cidade tem sido muito
romântica. requalificada, cujos maiores exemplos são o Museu
[6] Bem perto da Quinta das Lágrimas encontra-se o Machado de Castro, ou a nova ponte sobre o rio
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, do século XIII, um Mondego, a Ponte Rainha Santa Isabel.
monumento muito interessante pelo seu estilo [11] Em 2013, a parte velha da cidade foi
gótico raro. Durante séculos, o rio Mondego quase considerada Património Mundial pela UNESCO.
submergiu o Mosteiro, o que só foi evitado nos anos
1990. Também por isso, no século XVII se construiu Ex. 9, p. 80: a. vem, b. percas, c. Seja, d. queira, e. Trá-lo,
outro Mosteiro (Santa Clara-a-Nova). f. Traz.
[7] Apesar da mudança de capital, Coimbra não seria
Ex. 13, p. 82: A: V, F; B: V, F; C: V, V.
nunca uma cidade secundária, e a sua história como
lugar de encontro de conhecimento continuaria. Transcrição Faixa 26
Nesta época começa uma interessante história de
Pessoa A
viagens: a da Universidade. Tudo começou quando
A internet...? Quer saber o que eu acho, é? Bom, eu
em 1290 o Rei D. Dinis fundou a Universidade, em
acho tudo isso um verdadeiro disparate. É uma
Lisboa, e a transferiu para Coimbra em 1308; anos
ilusão as pessoas dizerem que fazem amizades pela
mais tarde, a Universidade volta para Lisboa, até se
internet! É tudo superficial, tudo falso. E além disso,
fixar definitivamente, em 1537, em Coimbra.
anda aí meio mundo a enganar outro meio mundo!
[8] D. João V manda construir a Biblioteca – que
Além disso, eu vejo-me e desejo-me para encontrar
guarda o seu nome. É um extraordinário edifício,
malta interessante na net!
terminado em 1725. Anos mais tarde, o Marquês de
Pombal reformulou profundamente a Universidade, Pessoa B
separando-a da gestão religiosa, e orientando-a para Olhe, se não fosse a internet eu não tinha conhecido
a vida prática. Cria também o Jardim Botânico, perto o meu marido. Dantes eu achava que só ia encontrar
da Sé Nova. Nesta época nascem também diversas alguém quando as galinhas tivessem dentes, mas
tradições académicas, que transformaram também a depois… olhe… entusiasmei-me com a internet…
vida da cidade: como a “Latada”, a receção aos meti-me num fórum e ao fim de uns meses combinei
estudantes, ou a “Queima das Fitas”, no fim da encontro com o meu atual marido. Foi amor ao
licenciatura. A grande Serenata nos degraus da Sé primeiro clique por assim dizer… Ah! Ah! Ah!
Velha, onde se canta o Fado de Coimbra, é mais um Pessoa C
exemplo destas tradições misturadas. Ou o “Penedo Bom, não há dúvida que a internet veio facilitar
da Saudade”, um miradouro sobre Coimbra, onde muito. Por causa dela podemos manter o contacto
muitas recordações de amantes separados estão com amigos que estão fora do país, podemos saber
gravadas. o que eles fazem no próprio dia e a comunicação
[9] Coimbra foi a única Universidade portuguesa até mantém-se. Porém, é preciso também dizer que se
1911 (quando foram fundadas a Universidade de conhece muita gente que não interessa para nada e
Lisboa e a do Porto). Mas, mesmo que não seja a que, às vezes, é uma perda de tempo. Agora, em
única universidade, a vida cultural passava e ainda termos de relações profissionais, claro que não
passa por esta cidade. Numerosos escritores, tenho dúvidas de que é uma coisa muitíssimo
pintores e intelectuais viveram em Coimbra. Aqui importante.
nasceu um dos grandes compositores portugueses,
Carlos Seixas (1704-1742). E também nesta cidade Ex. 14, p. 83: a. deixem, b. fique, c. tenham, d. caia,
teve lugar uma célebre polémica no século XIX, “a e. seja, f. tenha, g. faça.
Questão Coimbrã”, sobre o Realismo. Aqui estudaram
alguns dos maiores escritores portugueses, como Ex. 21, p. 87: 1. A5, B4, C2, D1, E3; 2. A5, B4, C3, D1, E2;
3. A3, B5, C4, D2, E1.
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Ex. 22, p. 87
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Ex. 4, p. 138
Cliente: Ah, estou a ver.
Empregada: Então, o senhor leva o quê? Transcrição Faixa 37
Cliente: Se eu soubesse, já lhe tinha pedido para
[A] A mais antiga construção de Évora é o
pagar e embrulhar...
Cromeleque dos Almendres, datado de cerca de
Empregada: Então vá pensando que eu entretanto
6000 a. C. É um conjunto de 95 pedras organizadas
atendo outros clientes.
em 2 círculos. O cromeleque tinha uma utilização
Cliente: Sim, não se preocupe, eu decido-me já, que
astronómica e ritual. Na zona de Évora existem
ainda quero visitar Mafra, Cascais e Sintra e ainda
outros monumentos megalíticos. A sua construção
tenho um concerto no CCB ao fim da noite.
mostra que esta área foi habitada há muitos milhares
Empregada: Isso tudo? Num só dia? Veja lá se não
de anos. A cidade terá sido depois povoada por uma
quer meter o Rossio na Rua da Betesga também...
tribo celta chamada Eburones. Curiosamente, a
Ah! Ah! Ah!
palavra celta para a árvore teixo é Eburos. E a área de
Évora é uma região onde esta árvore é frequente.
Ex. 22, p. 133: A5, B2, C7, D1, E6, F2, G3.
[B] No século I a. C., no período das lutas entre
Ex. 24, p. 133: 1. A6, B1, C2, D4, E7, F3. Lusitanos e Romanos, conta André de Resende que o
general rebelde Sertório fez de Évora a sua capital (80
Unidade 9: Évora a. C.). Quando os Lusitanos foram vencidos, o nome
de Évora foi alterado para Liberalitas Julia por Júlio
Ex. 2, p. 137: 1C, 2B, 3A, 4B, 5X, 6C, 7C, 8A, 9B. César. Aqui, entre outras construções, os Romanos
Ex. 3, p. 138 ergueram o mais célebre monumento romano, o
Templo de Diana, ainda hoje visível entre o Convento
Transcrição Faixa 36 dos Lóios e a Biblioteca Municipal. Perto de Évora, na
[C] Al-Mu’tamid Ibn Abbad foi um homem completo, Tourega, pode visitar-se uma ampla escavação de
com uma vida aventurosa, inacreditável, de príncipe uma villa romana. A zona era tão fértil em cereais que
a poeta. Nasceu em 1040 não em Évora, mas na o escritor romano Plínio a chamou Ebora Cerealis.
outra grande cidade do Alentejo, Beja. [C] A Universidade, encerrada desde 1759 devido à
[D] O seu pai foi Emir (Rei) de Sevilha. Quando tinha expulsão dos Jesuítas, foi reaberta em 1979. Évora foi
treze anos, Al-Mu’tamid conquistou Silves (no considerada Património Mundial pela UNESCO em
Algarve). O seu pai nomeou-o governador da região. 1986.
Aí conheceu o poeta Ibn Ammar. Os dois [D] Não há muitos dados sobre a ocupação
envolveram-se numa relação complexa, a que o seu visigótica. Mas em 714 a cidade foi conquistada por
pai se opôs. Al-Mu’tamid nomeou Ibn Ammar seu Abd Aziz Ibn Mussa, o primeiro governador mouro
vizir (primeiro-ministro). Numa célebre batalha, Ibn da Península, e um brilhante general que conquistou
Ammar venceu uma batalha contra Afonso VI de Narbonne, em França. Os Mouros desenvolveram
Leão num jogo de xadrez. profundamente a região e investiram na agricultura.
[E] A cidade de Silves tinha, na época da conquista Pela sua posição estratégica, Évora cresceu, mais
por Al-Mu’tamid, um espantoso palácio – o Palácio ainda que a cidade próxima de Beja. A muralha
dos Balcões. O rei-poeta contou num célebre poema, romana foi reconstruída e aumentada.
“Evocação de Silves” as memórias de juventude com [E] D. Afonso Henriques conquistou a cidade em
Ibn Ammar nesse palácio imenso, maior que o 1159, mas perdeu-a pouco tempo depois. É Geraldo
Alhambra – infelizmente destruído pelos Geraldes, conhecido como o Sem Pavor, que a
conquistadores portugueses, mais tarde. reconquistou em 1165. Uma lenda narra a história
[A] Em 1069 Al-Mu’tamid tornou-se Rei de Sevilha. O deste nobre que chefiava um bando de foras-da-lei.
seu reino estendia-se da costa alentejana até Sevilha, Para o rei os perdoar, conquistaram a cidade de uma
e ao sul, até Múrcia, perto de Gibraltar. Alguns dos forma corajosa. E assim Geraldo ficou desde aí
maiores estudiosos da época viveram na corte de Al- representado no brasão de Évora. E o seu nome
Mu’tamid, como o geógrafo Al-Bakri. também está presente na mais importante e famosa
[B] Em 1085, o rei Afonso VI conquistou Toledo. Em Praça – a do Giraldo.
vez de receber auxílio dos seus aliados berberes no [F] Évora recebe o seu foral em 1166, e logo depois
norte de África, Al-Mu’tamid foi traído, preso, e D. Afonso Henriques a entrega a uma Ordem
exilado em Aghmat, perto de Marraquexe, onde Religioso-Militar, que mais tarde se chamaria de Avis.
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ainda hoje está sepultado. É considerado um dos No século XIII é construída a Sé Catedral de Évora,
maiores poetas do Islão. O estudioso português um monumento gótico espantoso, e que foi
Adalberto Alves traduziu os seus poemas para aumentado posteriormente. Muitos edifícios feitos
Português. nesta época recuperaram, de forma inteligente,
restos de edifícios romanos.
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Ex. 5, p. 151
Começo este post com três amostras do mesmo
PALAVRA SINÓNIMO ANTÓNIMO produto: água. Apesar de ser o mesmo produto, vai
típico característico atípico concordar que são bem diferentes entre si. Em
pobre necessitado rico primeiro lugar, um copo de água natural. Água é
andar de terra essencial à vida. Sem água, o ser humano não vive
vagabundear fixar-se mais do que cinco dias. A segunda figura também
em terra
valente destemida cobarde mostra um copo de água, mas agora gelada. Às
vezes, dependendo do calor, não basta água, tem
honesto honrado desonesto
que ser gelada. Finalmente, a terceira figura é de
cansada exausta dinâmica
uma garrafa de Água das Pedras. Para quem não
satisfeita contente insatisfeita
conhece, é água com gás.
estranho esquisito banal Pois bem: esta é a diferença entre o essencial, o
heroico corajoso cobarde necessário e o supérfluo. Água é essencial. Água
gelada pode ser bem necessária, mas se não tiver, dá
Ex. 6, p. 151 para desenrascar com água natural. E a água das
Ingredientes: arroz, lingueirão, marisco. Vocabulário de pedras é absolutamente supérfluo.
cozinha: receita, ingrediente, cortado, lavado, cozido, Para termos uma vida de consumo saudável, é
iguaria. Vocabulário do mar: peixe-navalha, lingueirão, preciso distinguir com a maior clareza possível estes
marisco. Adjetivos: principal, frequente, suave, intenso. três níveis de necessidade. No caso da água foi fácil.
Ex. 7, p. 152: 1C, 2C, 3A, 4C, 5C, 6B, 7 Algarve, Aljezur, Mas nem sempre é assim.
Albufeira. Certamente já parámos para pensar um dia em
como conseguíamos viver sem telemóvel quando
Transcrição Faixa 44 este não existia. Hoje trata-se de uma necessidade,
Bom dia, senhores passageiros, fala o vosso capitão. mas que antes não existia. O mesmo com o
Estamos praticamente a chegar ao nosso destino: computador, automóvel, frigorífico e todas as
Faro! Se olharem agora para a vossa direita, poderão conquistas da tecnologia. Certo, uma vez
já ver a costa do Algarve: Aljezur, o Cabo de S. Vicente, acostumados, não há como voltar atrás. Tornam-se
Sagres. Logo depois Silves com o seu belo castelo, coisas necessárias. E, para alguns, essenciais.
Albufeira, Vilamoura, Tavira com as suas salinas, depois Mas a coisa muda de figura quando passamos um
a Ria de Faro. A nossa tripulação vai agora oferecer-vos aperto financeiro e temos que fazer escolhas. O
um doce típico algarvio, Dom Rodrigo, com imenso orçamento já não paga tudo a que estávamos
açúcar! Se não for do vosso agrado, podem trocar acostumados, e precisamos de nos livrar do supérfluo
por um Queijinho de Amêndoa. e, às vezes, até do necessário, para ficar com o
Vamos iniciar a aterragem dentro de minutos, e por essencial. Saberíamos fazer isso, se preciso fosse?
isso pedimos que endireitem as vossas cadeiras Mas esse exercício não é útil somente quando o
pressionando o botão à vossa esquerda. Solicitamos porta-moedas fica leve. Muitas pessoas se queixam
também que desliguem os vossos aparelhos que não conseguem poupar nada, que o salário é
eletrónicos, porque podem interferir com os mais curto que o mês. Esse é o típico caso em que
sistemas de voo. Informamos os passageiros com um exercício de essencial/necessário/supérfluo cairia
voos de ligação que devem embarcar nas seguintes bem. Se quiser tentar, faça o seguinte: pegue numa
portas: para Lisboa, porta A2; para o Porto, porta A4; folha de papel e faça três colunas: uma para as suas
para o Funchal, porta A5. A nossa hora prevista de despesas essenciais, outra para as necessárias e
aterragem é às 13h13 min. outra para as supérfluas. Se conseguir classificar pelo
Boa viagem e excelente estadia no Algarve. menos 10% do seu orçamento como supérfluo o
Obrigado por voarem na Air Pechincha. exercício será bem-sucedido. Corte essas despesas e
poupe o resultado.
Ex. 9, p. 153: AX, B5, CX, D2, E6, F1, G4, HX. Note que não há uma receita única. Para alguns,
Ex. 17, p. 158 comer fora todos os domingos é essencial. Já outros
1. Água, 2. Não: quando passamos um aperto financeiro. não conseguem respirar se não tiverem uma
3. Sim. 4. “Se conseguir classificar pelo menos 10% do assinatura para vários canais de TV. O importante é
seu orçamento como supérfluo o exercício será bem- descobrir aquilo que é supérfluo para si. Se depois
sucedido.” de muito esforço, não conseguir classificar nada
CMARLP © Porto Editora
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Ex 24, p. 161
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amores pela Alemanha por causa do alemão que é portugueses mas também flamengos. A ilha foi
difícil como tudo, mas antes aprender alemão do dividida em três capitanias, e numa delas foi capitão
que ter de apertar o cinto... Ah! Ah! Ah! Bartolomeu Perestrelo, sogro de Cristóvão Colombo.
Amigo: Já estou a ver que quando vais de férias a O futuro descobridor da América passou longas
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