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3.

Soluções e transcrições áudio


Unidade 1 Braga 38

Unidade 2 Porto 40

Unidade 3 Viseu 42

Unidade 4 Aveiro 45

Unidade 5 Coimbra 46

Unidade 6 Leiria 48

Unidade 7 Santarém 49

Unidade 8 Lisboa 49

Unidade 9 Évora 51

Unidade 10 Faro 52

Unidade 11 Ponta Delgada 54

Unidade 12 Funchal 55

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Manual B1

Unidade 1: Braga

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Chama-se “Rua Verde”. É mais antigo, mais suave.
Ex. 2.2, p. 9: Tudo menos gastronomia. Rodrigo: Mmmm. Este é mesmo bom, Joana.
Joana: Um vinho antigo? É mais velho que a Sé de
Ex. 4, p. 11: 1X, 2B, 3A, 4X, 5C. Braga? (risos)
Ex. 5, p. 11: 1D, 2B, 3A, 4C. Rodrigo: Sim, é quase romano. (risos)
Joana: Por acaso prefiro o outro.
Ex. 7, p. 12 Rodrigo: Eu fiquei siderado! É tão fresco! Tem um
Qualidades: fresco, refrescante, suave, enérgico. sabor antigo. Nunca tinha provado um vinho verde
Sabores: gás, Fruta. Originalidade: é único no mundo, a tão sofisticado, tão contrastante.
cor. História: milenar (romanos), registado desde o Empregado: Se gosta assim tanto, amigo, tem de
século XII. provar o “Verdura”. Temos estado a promovê-lo,
Ex. 10, p. 14 porque só vai estar à venda depois do Natal. É um
a. tinha sido, b. surgiu, c. ocupou, d. foi (conquistada), exclusivo aqui da casa. Os produtores são daqui
e. conquistaram, f. tinha sido, g. destruíram, h. concedeu, perto.
i. tinha sido, j. foi (reconstruída), k. voltou, l. conheceu, Ambos: Uau!
m. criou, n. terminou, o. ficou, p. foram, q. construiu-se, Empregado: Portanto, o que vão levar?
r. foi, s. tinha sido. Joana: Então, para mim são duas garrafas de “Paixão
Verde”. E acho que aqui o meu amigo Rodrigo vai
Ex. 13, p. 17: 1B, 2B, 3C, 4C. reservar umas garrafinhas de “Verdura”.
Empregado: Só umas garrafinhas?
Transcrição Faixa 2
Joana: E depois disto?
Rodrigo: Então, Joana, o que tens feito?
Rodrigo: Vamos ali ao lado a um restaurante típico
Joana: Olha, fomos a Barcelos. Conheces? Fica perto
provar o bacalhau à minhota. Já conheces?
de Braga, mais ou menos a 20 kms.
Joana: Não.
Rodrigo: Sim, conheço.
Rodrigo: É uma delícia. São postas de bacalhau
Joana: Fomos ver uma exposição de Galos de
fritas, com batatas fritas a acompanhar...
Barcelos. Muito giro. E tu, Rodrigo, o que tens feito?
Joana: Com vinho verde?
Rodrigo: Nada de especial, pá! Tenho andado muito
interessado a pesquisar sobre vinhos. É um mundo
Ex. 14, p. 17: 1V, 2F, 3F, 4V, 5V, 6V, 7V.
fascinante. Sabias que Portugal exportou 730
milhões de euros em vinho, só em 2014? Transcrição Faixa 3
Joana: Bem, é impressionante! Foi por isso que me
A Luísa costuma deitar-se com as galinhas, mas às
trouxeste a este bar? Para falarmos de vinhos?
vezes vai beber um copo com os amigos e ontem,
Rodrigo: Também, Joana! Mas não é bem um bar, é
num bar de Braga, encontrou o Tiago por acaso, e
um local para provar vinhos. Este lugar é
ficaram a conversar…
especializado em vinhos verdes. Olha, aí vem a
Luísa: Olá, Tiago, há tanto tempo que não te via!
primeira parte!
Tudo bem?
Empregado: Boa tarde. Bem-vindos à Enoteca
Tiago: Ena! Há quanto tempo! Que é feito?
Verde. Trago-vos aqui um primeiro vinho especial
Luísa: Olha, ‘tá tudo bem, mas tenho andado com
para começar. Chama-se “Verdes Olhos”. É maduro e
muito trabalho. Mandei o meu ex-chefe passear
sabe a fruta acabada de apanhar.
abaixo de Braga e agora tenho um novo emprego e
Joana: Hummm, é delicioso! Gostava de levar este
por isso não tenho visto ninguém: é só trabalho-
para o Manuel. Ele adora vinhos com sabor a fruta.
-casa.
Rodrigo: E tem os olhos da cor do vinho...
Tiago: Ah! Mas isso do trabalho é muito fixe. Onde
Joana: É verdade.
trabalhas agora?
Rodrigo: Mas leva antes o “Paixão Verde”. Está a 50%
Luísa: Estou a trabalhar numa empresa alemã…
do preço.
imagina! Tenho andado a aprender alemão… ai meu
Empregado: Tem razão. O “Paixão Verde” está em
Deus! É tão difícil! Eu já tinha tentado uma vez. Até
promoção.
parece que adivinhava o que ia acontecer, mas
Joana: E tem para provar?
acabei por desistir. Estou siderada... É difícil mas é
Empregado: Trago-o aqui. É de 2014, fresco e
interessantíssimo.
refrescante.
Tiago: O que vale é que tu tens jeito para línguas!
Joana: Rodrigo, que maravilha! Nunca tinha estado
Mas precisas mesmo de saber alemão?
num sítio assim. Para a próxima trazemos o Manuel e
Luísa: Sim, porque tenho ido à Alemanha muitas
a Rita.
vezes fazer ações de formação e, para isso, tenho
Empregado: Tenho aqui outro para provar.
que saber alemão.

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

por uma vida nova, na qual, entretanto, poderia colocar


Tiago: Uau! Espetacular! Então também tens a
em prática as suas convicções políticas: contribuir para a
possibilidade de viajar! Arranjaste o emprego ideal.
efetiva abolição da escravatura em África, assumindo o
Luísa: Espero que sim. Por enquanto ainda é cedo
papel de governador de São Tomé e Príncipe. De facto,
para dizer se é o emprego ideal. E tu? O que tens
mais de um século depois de abolida a escravidão em
feito?
Portugal, ainda sobram dúvidas se os trabalhadores são,
Tiago: Olha, tenho andado numa de cinema. Tenho
realmente, empregados e bem tratados. É mesmo difícil
visto montes de filmes clássicos, mais velhos que a
esclarecer o limiar entre o trabalho escravo e o
Sé de Braga!
assalariado. Equador, primeiro romance de Miguel Sousa
Luísa: Ai que bom! Quem me dera! Podias-me
Tavares, publicado em 2003, trata justamente dessa
recomendar alguns. Assim eu poupava tempo.
complexidade política e da dificuldade de definir, na
Tiago: Claro, não só te posso recomendar, como
prática, aquilo que parece claro nos conceitos e na teoria.
emprestar.
Mais do que isso, este livro fala das paixões humanas e de
Luísa: Isso é o que chamo um verdadeiro amigo!
como elas interferem nos jogos de poder. Luís Bernardo
acaba por aceitar a missão proposta e mergulha numa
Ex. 15, p. 17 realidade completamente alheia. Percebe que só a sua
inteligência não será suficiente para dar conta do que o
Que palavras associa aos filmes de... espera na ilha de São Tomé e Príncipe, onde chegam
amor: paixão, romance, enredo, tragédia, final feliz... apenas dois barcos por mês e a população desconhece
ação: aventura, inquietante, enredo... os direitos humanos já há muito tempo em voga na
suspense: mistério, drama... Europa. Finalmente, não são apenas questões políticas
que estão envolvidas nesse cenário: quando Luís é
ficção científica: espaço, futuro, tecnologia...
tomado por uma paixão proibida e incontornável, tudo
históricos: drama, reconstituição, paixão, batalhas... se torna ainda mais confuso e envolvente.
policiais: detetives, crime, revelação, enredo...
Ex. 20, p. 21: 1F, 2V, 3V, 4F, 5V, 6V, 7F.

Ex. 16, p. 18 Transcrição Faixa 4


“Nós teremos sempre Paris.” – “Casablanca” Picture Portugal luta por atrair estúdios de
“Houston, temos um problema.” – “Apollo” Hollywood a investir em Portugal
“Mim Tarzan, Tu Jane.” – “Tarzan” “Estamos no processo de contactar com grandes
“A vida é como uma caixa de chocolates. Nunca sabes o estúdios para ver se querem investir”, diz à Lusa
que vais encontrar.”– “Forest Gump” Carlos Mattos, dono da CDM Interactive, empresa
“Carpe diem.” – “O Clube dos Poetas Mortos” fornecedora de equipamentos para filmagens e
espetáculos, que já recebeu dois Óscares de
“Elementar, meu caro Watson.” – “Sherlock Holmes”
Hollywood. Carlos Mattos é consultor do projeto
“Tudo ficará bem no fim e se não estiver bem é porque
Picture Portugal e tem usado os seus contactos na
ainda não é o fim.” – “O Exótico Hotel Marigold”
indústria cinematográfica norte-americana para
“Chapéus há muitos.” – “O Pátio das Cantigas” “abrir portas” nos estúdios.
“Canta mas não é pássaro.” – “O Leão da Estrela” O projeto prevê que 51 por cento do capital social
Ex. 18, p. 20 seja privado, e espera-se que alguns estúdios
invistam na compra de participações.
COMPLETAR UMA IDEIA CONTRASTAR AÇÕES
A “cine-cidade” de Portimão, um investimento da
Por isso Porém câmara municipal local, tem a vantagem do custo e
Portanto Quando do clima, e uma oportunidade com a nova realidade
Por fim Mas do cinema digital.
Tudo porque Como “Um dos problemas que Portugal teve no passado
era o tipo de equipamento que era preciso. Não
Como
havia laboratórios e estúdios de edição, e era preciso
ir a Londres, Paris ou Berlim para fazer isso. E, por isso,
Ex. 19, p. 20
acabava-se por se filmar lá também”, afirma à Lusa.
No começo do século XX, Luís Bernardo Valença,
“Agora a tecnologia tem vindo a mudar imenso, com
conhecido intelectual português, é convidado pelo rei
a alta definição e 3D, e esta é a oportunidade certa
D. Carlos a executar uma missão descabida e complicada,
para algo como o que estamos a fazer em Portimão”,
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que implicará uma abrupta mudança de vida. Solteiro e


adianta Carlos Mattos.
perto dos quarenta anos, ele desfruta das regalias que
Em reuniões que tem tido com representantes
uma cidade grande como Lisboa tem a oferecer. No
governamentais, Carlos Mattos defende que:
entanto, aceitar o convite do rei significa abandonar tudo

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“o governo português deve assumir uma postura Estacionar na zona velha? Nem uma formiga numa
mais agressiva, oferecendo aos estúdios condições bicicleta. Não, isto é que é! Não gostaria de viver em
semelhantes às de outros destinos, como o Canadá. nenhum outro lugar no mundo! A Foz não é uma
“Estas condições deveriam incluir deduções fiscais e zona da cidade, isto é um namoro entre a cidade e o
subsídios, bem como licenças para utilizar nas rio. A Foz é dourada!
filmagens os palácios, castelos e cenários naturais. C. Joana Francesa, 26 anos, pintora
Portugal é a Califórnia do Sul da Europa e, tendo O futuro do Porto é a zona das Galerias. Chama-se
algumas instalações e a capacidade de disponibilizar mesmo assim, sabe, “Galerias de Paris”. Havia muitos
os equipamentos mais recentes, esperamos atrair a armazéns de moda, agora há bares. Imensos bares,
produção”. para conversar, para dançar. Não estou a chegar a
“Todos gostam de Portugal e adoram ir lá jogar brasa à minha sardinha... Esta zona da cidade é um
golfe, mas no final de contas dois mais dois têm de laboratório de ideias, de criadores, de inovadores,
ser cinco e eles têm de ver incentivos para ir filmar gente que fez o Erasmus fora e que agora está a
lá”, diz. mudar o Porto. Não vás mais longe... As Galerias
O empresário está também a tentar captar fundos da seriam a minha recomendação do sítio a não perder
comunidade portuguesa nos Estados Unidos para na Invicta!
investir na promoção de Portugal como destino
cinematográfico internacional.
Ex. 3, p. 28
“Um filme pode custar cinco milhões de dólares a
1. Manuel Boavista. 2. O estacionamento e o trânsito.
fazer, mas é preciso gastar mais cinco milhões de
3. Poucas casas foram recuperadas. 4. O metro e a
dólares a promovê-lo e esse fundo é muito
recuperação das casas. 5. Gosta do Porto mas mais casas
importante para o sucesso de qualquer projeto”,
têm de ser recuperadas, e resolvidos os problemas do
afirma.
trânsito e do estacionamento.
Carlos Mattos foi agraciado em 2008 com o Prémio
Empreendedorismo Inovador na Diáspora, da Transcrição Faixa 6
associação empresarial COTEC. Eu chamo-me Manuel Boavista. Sou tripeiro de
A residir nos Estados Unidos há 38 anos, tem gema. Amo o Porto. Mas de coração, mesmo. São as
estado envolvido sempre em grandes produções duas coisas que eu amo mais: o Porto e um bolinho
como “Titanic”. Tem-se dedicado à coprodução de de bacalhau com um fino. E o FCP! Ah, já são três!
filmes. Não sabe o que é o FCP? Mas de que país é que é? É
o glorioso! O Futebol Clube do Porto.
Ex. 21, p. 21: realizador, enredo, produção, ator, Pois eu adoro viver no Porto. Há coisas que estão
cinematográfica, estúdio, ação, filme. bem, como o metro que anda bem e a recuperação
Ex. 25, p. 23 das casas. Eu não gosto de uma coisa... é que falta
1. A1, B2, C3, D4, E5; 2. A2, B1; 3. A5, B3, C1, D2, E4. recuperar ainda muitas casas históricas... Mas em
geral eu não estou contente com dois problemas: o
estacionamento dos carros, e com o trânsito. Eu
Unidade 2: Porto nunca fui de me queixar, mas isto não dá para
acreditar. Os políticos gostam todos de cantar de
Ex. 2, p. 28: 1X, 2C, 3A, 4B, 5A, 6B, 7C.
galo, mas quando chega a altura de fazer mudanças,
Transcrição Faixa 5 não fazem nada. A gente bem pode esperar, é para
 atalina Natal, 57 anos, cozinheira
A. N quando as galinhas tiverem dentes, carago.
A Ribeira é histórica, é maravilhosa, é linda! Não há Muito trânsito... Fizeram a VCI (a Via de Cintura
nada mais bonito no Porto! Estes prédios antigos, à Interna), mas aquilo é mais a via de cintura eterna,
beirinha do rio. Aqui a gente é como uma grande fica-se ali horas... Eu fervo em pouca água com as
família, ajudamo-nos uns aos outros. Por amor aos filas no trânsito. Demoro tanto tempo de casa, da
outros, a gente faz das tripas coração! E os turistas Ribeira, até ao trabalho, no Amial... Mais valia ir dar
não têm de andar a procurar mais: seria melhor um giro a Chaves, a terra da minha mulher...
sentar-se aqui na Ribeirinha, que aqui é onde se demoraria o mesmo tempo... Uma pessoa está ali no
come melhor! Nada de dar de frosques! Isso, trânsito, parada, e tem vontade de os mandar todos
sente-se já aqui! passear abaixo de Braga.
B. Júlio Julião, 38 anos, contabilista
Não há melhor que a Foz, carago! Boas casas, Ex. 4, p. 29
espaços amplos, bem servida de transportes. Ingredientes: salsichas, (pedaços de) carne, queijo,
tomate, cerveja, picante. Utensílios para comer: prato,

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

faca, garfo, colher. Pratos: tripas, francesinha. Adjetivos [7] Em 1820, o movimento liberal, que lutava por
de gosto: delicioso, contrastante. uma Constituição, nasceu nesta cidade. Anos mais
tarde, na guerra civil de 1823-25, que opôs liberais e
Ex. 5, p. 29 absolutistas, a cidade resistiu tão heroicamente a
PALAVRA SINÓNIMO ANTÓNIMO estes últimos, que a rainha D. Maria lhe deu o título
Ex. picante forte insonso de “Cidade Invicta”.
[8] Com a industrialização e os caminhos de ferro
1. inovador moderno retrógrado
(século XIX), o Porto desenvolveu muitíssimo o seu
2. cremoso macio áspero
potencial de ligação comercial entre o Norte e o Sul
3. saborosa apetitosa insípida da Península, e constituiu-se como uma região
4. contrastante (com) opostos neutro industrial, com toda a zona do Minho: calçado,
indústria naval, loiça, enlatados. No século XIX, o
Ex. 6, p. 29 importante Museu Soares dos Reis foi criado, com
uma fabulosa coleção de pintura naturalista.
Transcrição Faixa 7
[9] O Porto sempre foi um centro cultural muito
[1] As origens da cidade do Porto são bastante importante em Portugal. Alguns dos grandes nomes
antigas: investigações arqueológicas efetuadas em da Arte e da Literatura nasceram no Porto, ou aqui
1990 revelaram não só a existência de construções, trabalharam e viveram. Só para destacarmos autores
mas também de objetos que indicavam contactos dos séculos XIX-XX, é o caso dos poetas Sophia de
com o Mediterrâneo, confirmando as longas raízes Mello Breyner, Eugénio de Andrade, Ana Hatherly,
do Porto como cais de ligação entre o Sul e o Norte Alberto Pimenta, entre tantos outros; ou dos
da Península (e da Europa). romancistas Camilo Castelo Branco, Júlio Dinis ou
[2] Os romanos tinham aqui um porto e uma Agustina Bessa-Luís. Ou do realizador Manoel de
povoação, perto da atual Casa do Infante, na zona Oliveira e dos arquitetos Álvaro Siza Vieira e Eduardo
que se chamava Portucale, e que designava quer a Souto Moura.
zona ribeirinha do Porto, quer a outra margem, Gaia. [10] No pós-25 de Abril, a cidade consolidou a sua
[3] Após a conquista pelos Suevos, a cidade ganhou posição de centro industrial, mas também
cada vez maior importância. Seguiu-se a conquista acrescentando um aspeto inventivo e criativo,
pelos mouros, que não se demoraram na cidade. acompanhando Braga como um centro de inovação.
[4] Em 868, Vímara Peres, Conde de Portucale, A cidade tem um grande clube, o Futebol Clube do
conquistou o Porto (e funda uma nova cidade com o Porto, várias vezes campeão nacional e europeu,
seu nome, um pouco mais a norte: Vimaranes, que com sede no Estádio das Antas ou do Dragão. O
hoje é Guimarães). O nome “Portucale” já não indica Porto foi a Capital Europeia da Cultura em 2001, e daí
apenas o Porto e a zona nos seus arredores. A cidade resultaram vários edifícios importantes, como a Casa
mudou frequentemente de mãos entre cristãos e da Música.
muçulmanos, mas por volta de 990, Munio Viegas e
um grupo de nobres da Gasconha, desembarcaram
Ex. 9, p. 30: 1F, 2V, 3F, 4V, 5F, 6F, 7F.
na cidade e conquistaram-na.
[5] O Porto foi o grande centro de comércio no Transcrição Faixa 8
início do Reino de Portugal, mas também de
O dérbi à mesa: Patanisca vs. Francesinha
produção de têxteis e vinho, e construção naval.
Este domingo joga-se a final da Taça da Liga: Benfica
Desta época (século XIV) é o edifício da Casa do
– F. C. Porto. Se quiser acompanhar o jogo com
Infante, na Alfândega. Em 1415, quando o Infante
receitas tradicionais saiba onde se dirigir.
D. Henrique dirigia a produção dos barcos para
A história dos petiscos lisboetas não é fácil de contar.
conquistar Ceuta, no Norte de África, os habitantes
Porque falta à capital um equivalente à francesinha,
fizeram tantos sacrifícios para ajudar a expedição
um déspota das ementas. Falta um soberano,
que só tinham tripas de animais para comer. Esta é
sobram os fidalgos. E quem o diz é quem mais sabe
uma das versões que explica porque chamamos
sobre Lisboa. José Sarmento Matos, olisipógrafo,
“tripeiros” aos portuenses.
aponta as “iscas com elas” e as “ostras do Tejo” (no
[6] Dando continuidade ao seu importante papel de
tempo em que existiam) como petiscos típicos da
centro de indústria e de comércio no Norte de
capital. Gabriela Carvalho, outra estudiosa, fala dos
Portugal, em 1756, o Marquês de Pombal criou a
pastéis e das pataniscas de bacalhau.
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Região Demarcada do Douro, a primeira do mundo.


Para acompanhar a bola centremo-nos nestas
Ainda no século XVIII o arquiteto italiano Nazoni
últimas. Segundo a historiadora, pataniscas e pastéis
assinou grandes edifícios na cidade, como a Torre
têm uma origem comum. Nasceram em Lisboa, das
dos Clérigos.
aparas de bacalhau que os galegos guardavam nas

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suas tabernas, no século XIX. Mas o dedo galego não Ex. 18, p. 36
as torna menos alfacinhas. Os primeiros imigrantes

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da Galiza chegaram à cidade 400 anos antes. Eram 1 = comilões/gourmets 5 = telemóvel de última
nómadas, mas foram ficando. Trabalharam na 2 = na internet geração
indústria naval, no Aqueduto das Águas Livres, 3 = levar para casa 6 = grandes utilizadores
abriram tabernas e carvoarias. Os lisboetas queriam 4 = que usa novas 7 = encontros
que fossem expulsos da cidade, porque, diziam, os aplicações 8 = cozinheiros
galegos roubavam empregos. Pina Manique
recusou-se a expulsá-los: – “E depois quem é que Ex. 23, p. 39
mete as mãos no carvão?”, perguntou ao povo. 1. A4, B5, C2, D3, E1; 2. A4, B1, C2, D5, E3.
Ninguém. E ficaram os galegos, as tabernas e as
pataniscas. Até hoje. Ex. 24, p. 39

Para os portistas, francesinhas... S A S I Z A V I E I R A R O S U S


Escolher um prato típico do Porto é escolher entre S A S S F F E O G H M A E F E F T
“tripas” e “francesinhas”. B E O I O I S F F G E I S A S S E
Resolve-se a questão da maneira mais justa. Moeda R I O J A N E F A F G T S A N F W
ao ar. Ganham as francesinhas. Para saber como I F G H O A E F T F U F G H A A Z
nasceram basta um telefonema para o restaurante B O S F R A A S R G S E T A F N D
onde tudo começou, o “Regaleira”. Manuel Ferreira, E D A R W R O R R G L S O D O I L
um dos sócios, já terá contado a história inúmeras I F F E F T G R A A F T R S O F U
vezes. Mas nota-se que o faz com gosto. Conta que a R E S F E R W S S B O O R S A E K
francesinha é uma invenção de um ex-emigrante, A S A S F R C L E R I G O S W R B
Daniel Silva. O dito Sr. Silva, nascido em Terras de S O M D T D G O A F L G S A N F Ç
Bouro, Braga, arranhava um bocadinho de francês F R A N C E S I N H A S A S S W E
(desconhece-se se tocava piano!). Decidiu, por isso,
emigrar para a Bélgica. Mas quando chegou Unidade 3: Viseu
percebeu que a pronúncia local lhe iria dificultar a
vida. Foi para França, onde fez carreira como Ex. 2, p. 43
barman, com tanto sucesso, que foi recrutado para
Transcrição Faixa 11
voltar ao Porto. Entrou na cozinha do “Regaleira” pela
primeira vez em 1952. Horas depois nascia a Da Lusitana em o meio está assentada
francesinha. Um aperitivo, baseado nos franceses Uma Cidade antiga, populosa, (...)
croque-madame e monsieur, e que se transformou, De serras e altos montes rodeada,
posteriormente, em refeição. E em instituição da E de rios, que a fazem mais fermosa,
cidade. Torres, muralhas, alta fortaleza
Por Tiago Pais, Publicado em 19 de março de 2010 Publicam sua antiga e grã nobreza.
João de Pavia: Descrição da Cidade de Viseu. 1638
Hoje como ontem, a descrição da cidade de Viseu, de
Ex. 10, p. 31
João de Pavia, resume o impacto que sinto quando,
a. vem, b. velho, c. vê, d. sobre, e. neblina, f. ruelas,
ainda da estrada, a avisto. Abraçada em todos os
g. Ribeira, h. grave, i. bela, j. Ver-te, k. vez, l. Rever-te.
pontos cardeais por um anel de cordilheiras, de
Ex. 15, p. 34 imediato sou levado para um tempo onde a vida era
a. Pacotinho, b. Chávenas, c. Colheres, d. q.b., e. pitada, marcada pela dureza das estações – de verões
f. espalhar, g. adoçados, h. forma, i. forno, j. Cobrir, tórridos e invernos gelados, com as serras vestidas
k. polvilhar. de manto branco – e ritmada pelos sinos das altas
torres da antiga Sé Catedral, que me oferece um
Ex. 17, p. 36
entendimento das diversas correntes arquitetónicas
1. O facto de haver uma equipa mista, ser hábito haver
pelas quais passou, do gótico ao barroco.
prato do dia e de serem listados os lugares onde há
Nesta cidade encontro, em cada esquina, um pilar de
caracóis.
mim. Viseu viu nascer os meus avós, tios, mãe. Viseu
2. Sim. De vários exemplos pode citar o dos lugares onde
viu-me já nascido apenas com três dias. E foi pela
comer caracóis ou a barra “apetece-me”.
mão de meu avô materno, homem das letras que,
3. Criando jantares e encontros entre utilizadores, equipa
pela sua carreira política, sempre defendeu e amou a
da zomato e “chefs”.
cidade-berço, que calcorreei, rua por rua, história a
história, a antiga Castro Vesense. E se com o avô
conheci a cidade pelo exterior, foi com a minha avó

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

que me perdi pelo interior de cada edifício histórico, Henriques: é o painel da Sé de Viseu.
de cada igreja, que corri nos parques da cidade, que [4] Mas há mais pinturas suas, em Coimbra, Lamego
beijei as freiras do colégio onde estudou; no fundo, e Freixo de Espada à Cinta. Os seus quadros mais
comigo, ou por causa de mim, fi-la recuar a uma famosos são o “S. Pedro” (em Viseu) e “O Pentecostes”
outra Viseu, a da sua infância. (em Coimbra).
É no interior das muralhas da cidade, passadas as [5] Grão Vasco morreu em Viseu em 1542. O Museu
duas antigas portas que ainda resistem ao passar do com o seu nome foi fundado ao lado da Sé, no
tempo e à fúria humana, que o esplendor de Viseu antigo Seminário. Muitas das suas obras podem ser
me toma. Ruas tortas e estreitas, como a comercial lá observadas.
Rua Direita, de casas baixas trajadas de cinzento
granítico, remendadas aqui e ali por imponentes Ex. 7, p. 45
casas senhoriais, antigos testemunhos da sua antiga a. tornou-se, b. fizeram, c. foram, d. conseguiram, e. foi,
e grã nobreza. f. viveram, g. nasceu, h. foi, i. tem sido.
No mesmo Largo, duas construções religiosas
dividem a minha Fé. Direi antes, confirmam a minha Ex. 8, p. 46: 1A, 2A, 3B, 4B, 5: casa/normalizada.
Fé: de um lado a Sé Catedral, do outro a Igreja de Transcrição Faixa 14
Misericórdia. Mais abaixo, a estátua a El-Rei D. Duarte I,
Senhores Ouvintes, bem-vindos ao vosso programa
figura que rivaliza as atenções com outro dos filhos
das dez. E está um dia lindo, branco, branco, como
queridos da terra, o valente Viriato.
nunca tal se viu! Atenção às estradas entre Viseu e a
No entanto, e se grandeza fosse preciso acrescentar
Serra da Estrela... Se queria ir, é melhor mudar de
à cidade, a joia mais preciosa de Viseu encontro-a
ideias... estão cortadas devido à queda de neve. Aos
instalada no antigo Palácio dos Bispos, construção
ouvintes que acordaram com as galinhas para
do séc. XVI, que nele alberga o Museu Grão Vasco. Se
apanhar a primeira neve, as nossas desculpas... Não
Viriato fez fama com a espada, Vasco Fernandes –
vejo a hora de escorregar pela neve branquinha...
conhecido então por Grão [Grande] Vasco –, é
Cuidadinho ao sair de casa e andar na cidade, que as
considerado o principal nome da pintura portuguesa
ruas escorregam... É melhor não se armar em carapau
quinhentista. Notável é o seu São Pedro, obra
de corrida... Linda paisagem... Pois é, está fresca a
realizada para a Sé de Viseu.
temperatura... Por isso, é melhor não ferver em pouca
Muito mais encontro em Viseu. A riqueza da sua
água. A autoestrada para o Porto está lenta, devido às
cozinha, a excelência da doçaria conventual – a
condições climatéricas. As autoridades disseram que
famosa e pecaminosa Pastelaria Amaral – e os
durante o dia de amanhã a circulação estará
frutados Vinhos do Dão. Nos meses de agosto e
normalizada. Vá lá, é preciso ser razoável. Estou já
setembro, é imperdível a grande festa anual da Feira
aguado para ouvir o novo sucesso musical de Viriato...
de São Mateus, a mais antiga feira franca da
Península Ibérica, já com mais de 600 anos.
Tudo isto e muito mais, fazem de Viseu uma das Ex. 9, p. 47: A1, B3, C4, D5, E2.
cidades mais vivas de Portugal. Ex. 10, p. 47
José Daniel Soares Ferreira nasceu em Lisboa em 1. O autor teve de parar o carro, porque o motor
1977, onde vive e é investigador em História. fumegava. Fumou um cigarro e então como que viaja
para o passado. Aí percebeu, entre as montanhas, porque
Ex. 4, p. 43: 1C, 2X, 3X, 4A, 5B, 6B, 7B, 8C. é que chamavam àquela região “cova de Viriato”.
2. O tempo de Viriato e o tempo atual. Há vários
Transcrição Faixa 12 exemplos, mas esta frase é a principal: “Emboscado pelos
[1] O pintor Vasco Fernandes terá nascido bosques, revi batalhas de ferro contra granito”. Procure
provavelmente em Viseu em 1475. Sobre este pintor que os alunos a expliquem.
e sobre a sua vida, a primeira informação registada é 3. Uma espécie de casa, de estrutura, de realidade.
de 1501, num documento de contabilidade da Sé.
Ex. 14, p. 49
Aqui ficamos a saber que Vasco Fernandes era
“pintor”, que o sogro era alfaiate, e que morava em Transcrição Faixa 15
Viseu.
[2] Também se sabe que casou duas vezes. Entre Empresário A
1500 e 1542, Vasco Fernandes – ou Grão Vasco, como De Viseu para o mundo saem tapetes e
smartphones gigantes
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passará a ser conhecido, vai trabalhar na zona norte


de Portugal. Fomos à terra dos guerreiros descobrir os novos
[3] O seu primeiro trabalho conhecido é coletivo, campeões da economia portuguesa. Celso Lemos
sobre direção do pintor flamengo Francisco conta como tudo começou:

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“Quase toda a produção sai do país. Vai para as mais Farmácia: Sr. Firmino? Era para avisar que o
distintivas lojas. Para hotéis ou iates ou, até, para medicamento que o Sr. encomendou já cá está. Pode
clientes “únicos”. A história da Abyss & Habidecor faz vir levantar.
lembrar as histórias de Silicon Valley: bastou uma Sr. Firmino: Até que horas posso passar por aí hoje?
máquina de costura numa garagem. E quis fazê-lo Farmácia: Hoje fechamos às 19 horas. Amanhã
em Viseu. Hoje é apenas um dos ramos de negócio estamos abertos entre as 9:30 da manhã e as 14h.
que tenho: juntei ao têxtil de alta gama a hotelaria, a Sr. Firmino: Tá bom. Obrigado, não sei se consigo ir
restauração e o vinho do Dão. As minhas toalhas e aí hoje.
tapetes foram considerados os melhores do mundo. Farmácia: Não faz mal. Esteja à vontade. Pode passar
A nossa empresa exporta para 61 países dos cinco por cá amanhã. Um bom dia para si.
continentes. Acho que nos têxteis também se liga Sr. Firmino: Bom dia e obrigado!
muito às marcas, tal como no vestuário.”
Ana: Olá, Jorge! Tudo bem?
Empresário B Jorge: Olá, Ana! Tás boa? Tás ocupada?
O Smartphone gigante quer continuar a crescer Ana: Tou no metro, mas não faz mal. Diz.
O primeiro smartphone gigante equipado e Jorge: Olha, preciso de falar contigo. A Zé e eu
preparado para estar na rua nasceu em Viseu. estamos a juntar amigos para fazer uma festa
José Agostinho explica: surpresa à Isabel. Ela faz 30 anos! Tu alinhas? Queres
“Isto foi obra da Tomi World que idealizou e organizar connosco?
desenvolveu uma plataforma digital interativa com o Ana: Uau! Ótima ideia! Claro que vos ajudo. Olha,
intuito de suprir uma necessidade latente de agora estou no metro e quase não te oiço.
informação na rua. Enquanto ainda sonhamos levar Telefono-te já daqui a bocadinho, pra combinarmos
o Tomi até ao Brasil, EUA e Médio Oriente, este melhor, tá?
smartphone de 200 quilos já marca presença em 40 Jorge: Ok, Ok. Até já.
cidades do país. A capital já tem 38, distribuídos
pelas estações de metro e pelas ruas. Temos a Secretária: Sim, por favor?
primeira rede urbana de informação interativa, Cliente: Bom dia, o Dr. Borges está?
atualizada e disponível quando e onde é necessária. Secretária: É da parte de quem?
Os vetores principais do Tomi são as notícias de Cliente: O meu nome é Clara Escuro. Eu fiquei de
âmbito local, a agenda relevante para a cidade, o entrar em contacto com o Dr. Borges ainda hoje.
diretório de restaurantes, bares, etc. E porque é um Secretária: Só um momento, vou ver se ele está no
smartphone permite tirar as famosas selfies! O nosso escritório. (…) Está sim? O Dr. Borges está em
próximo passo será a instalação de redes Tomi reunião, não pode atender agora. Quer deixar
noutras cidades mundiais.” recado?
Cliente: Diga-lhe, por favor, que precisava de
esclarecer umas questões quanto ao congresso. Eu
Ex. 16, p. 51
estou contactável toda a tarde. Ele pode-me ligar de
1 2 3 volta. Era importante.
Quem Farmácia Bem Secretária: Sim, senhora, darei o recado. Fique
Jorge Clara Escuro
telefona? Viver descansada. Bom dia e com licença.
Com quem Cliente: Bom dia e obrigada.
Sr. Firmino Ana Dr. Borges
quer falar?
Que relação
tem com essa profissional pessoal profissional Ex. 17, p. 52
pessoa?
– Está?
Informar que Preparar a – Olá, a Catarina está?
Para que quer Por causa do
chegou o festa surpresa 1 – Sim, sou eu.
falar com ela? congresso
medicamento para a Isabel – Ai, desculpa, sou a Isabel. Tudo bem?
Consegue – Sim, tudo bem.
falar com essa sim sim não
pessoa? – Empresa Dito & Feito, bom dia.
– Bom dia! Podia falar com o responsável pelo
Departamento de Relações Públicas, por favor?
Transcrição Faixa 16
– É da parte de quem?
2
Farmácia: Bom dia! Fala da Farmácia Bem Viver. O Sr. – Alexandra Olivais.
Firmino está? – Um momento, por favor.
Pessoa que atende: Um momento, vou passar. – Está sim? Sra. Alexandra Olivais, vou passar a chamada.
– Muito obrigada.
Sr. Firmino: Sim, está? Diga?

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

– Está?
Ex. 5, p. 61
– Bom dia, fala Nuno Ramos. Queria falar com o Dr. Ingredientes: gemas, açúcar, claras (vinho, peixes,
Gonçalo Mendes, por favor. marisco). Pratos: ovos moles, doces regionais.
3
– Lamento, mas ele não está. Quer deixar recado? Conventos: conventual, religiosas, conventos, hábitos.
– Diga, por favor, que eu liguei e que estou contactável o Adjetivos: delicioso, grandes, religiosos.
resto da tarde.
Ex. 6, p. 61: AX, B4, C5, D1, EX, F6, G7, H3, I2.
– Consultório Dra. Ana Godinho, bom dia.
– Bom dia, fala Emília Simões. Queria marcar uma
Transcrição Faixa 20
4 consulta.
– Ora vamos ver… dia 12 às 16 horas, pode ser? [1] A região de Aveiro foi certamente habitada no
– Sim, é ideal para mim. período Paleolítico, como revelam os muitos
– Línguas & Companhia, bom dia! exemplos de dólmens que existem na região. A
– Bom dia, eu hoje tinha uma aula às 12h. Era só para pesca e a produção de sal são centenárias nesta
5
avisar que não posso ir. região. Porém, a primeira referência à cidade é de
– Ah, sim, muito obrigado por ter avisado. 959, no testamento da Condessa Mumadona Dias,
que cede ao Mosteiro de Guimarães as suas terras
Ex. 23, p. 55 em “Alauario et Salinas”.
1. A4, B2, C1, D5, E3; 2. A4, B1, C2, D3. [2] Não há muitos dados sobre a história de Aveiro
até esse período, mas nos séculos XII-XIII, a vila foi
rodeada de muralhas. E, em 1424, o rei D. Duarte
Unidade 4: Aveiro autorizou a realização da Feira de Março, uma feira
Ex. 2, p. 59: a. embora, b. mesmo, c. nem, d. Mesmo; anual que ainda hoje tem lugar. Esta Feira mostra
e. provável, f. ainda, g. esqueçam; h. fale, i. mesmo, como Aveiro, situada no Centro do país, e
j. defendamos. desenvolvendo tantas atividades relacionadas com o
mar, já era um importante centro comercial, com um
Ex. 3, p. 60 porto ativo.
1. Elsa. 2. De Aveiro. 3. Fazer políticas, iluminação [3] Em 1475, a Princesa Dona Joana vem habitar o
noturna, sistema de bicicletas, investir num plano de Convento de Jesus da cidade. A presença de Santa
cultivo. 4. É preciso investir na cidade. 5. De gema, vão Joana foi muito importante para a cidade. Depois de
ver se está a chover debaixo dos arcos, vejo-me e beatificada, tornou-se a padroeira da cidade. Em
desejo-me. 1515, a cidade recebeu o seu foral. A Igreja de S.
Transcrição Faixa 19 Domingos, construída originalmente em 1423, deu
origem à Catedral de Aveiro.
Sou a Elsa, tenho 29 anos, sou aveirense de gema.
[4] Durante o século XVI, toda a zona entre a cidade
Esta cidade está melhor que há uns anos. Há muito
e o mar começou a sofrer alterações, e o rio Vouga,
desemprego, e é uma pena. Temos a Ria, temos
que desagua no mar a cerca de 7 km de Aveiro,
uma universidade fantástica e ativa, estamos no
começou a formar pequenos canais, e depois ilhas.
centro do país... Alguém devia fazer ver aos
Assim, a baía transformou-se, e nasceu a Ria de
políticos que só falta fazer políticas, falar uns com
Aveiro, o maior estuário natural em Portugal, com
os outros. Uma pessoa devia encher-se de coragem
uma fauna e uma flora riquíssimas. Um dos
e dizer-lhes: basta! “Vão ver se está a chover debaixo
exemplos é o “moliço”, uma espécie de alga muito
dos arcos”.
nutritiva, usada como fertilizante, que era pescada
Mas eles não iriam nessa. E não acho que seja boa
por barcos típicos – os moliceiros. Rodeada por
ideia... podiam magoar-se a sério, andando pela
quatro serras e por esta ria, Aveiro tornou-se um
cidade com chuva, sobretudo à noite. Isto porque a
cenário natural raro. Juntam-se então os canais, que
iluminação em algumas zonas da cidade é péssima.
ao longo dos séculos foram melhorados, com casas e
Às vezes, se ando de bicicleta de noite, vejo-me e
construções. É o caso do Canal Central.
desejo-me para chegar a casa. Deviam aperfeiçoar
[5] A pesca, a cerâmica e a doçaria vão desenvolver-se
também o sistema das bicicletas da cidade, porque
muito na cidade, bem como a indústria alimentar e
também as luzes não são as melhores.
mecânica, a que se junta o secular porto. A posição
Há um plano de cultivo dentro da cidade que devia
geográfica de Aveiro, e todo o potencial da Ria, vão
ser pensado. Tantos espaços verdes. Criar mais
fazer com que a cidade cresça nos séculos XIX-XX. O
bosques, mais árvores... Criar riqueza para manter a
comboio chega a Aveiro em 1864. A sua estação de
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cidade, e dar mais rendimentos à população. Os


comboios, coberta de azulejos, é considerada uma
aveirenses são gulosos de doces e salgados pela ria...
das mais bonitas de Portugal. Na época, algumas
sabem fazer muito rendimento de pouco.
casas em estilo Art Déco e Modernista foram
E o trânsito, claro.... Vale a pena falar nisso?
construídas na cidade. Mas, junto dos canais, são as

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Ex. 17, p. 68: Noz moscada: 3; Canela: 2; Baunilha: 1.

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casas forradas a azulejos que fazem a diferença,
sobretudo as do Bairro Beira-Mar. Aqui há uma Ex. 22, p. 71: 1. A3, B2, C1; 2. A3, B4, C2, D5, E1.
pequena capela, S. Gonçalo, tradição das mulheres
dos pescadores, que na sua festa atiram ao ar bolos
(as Cavacas). Unidade 5: Coimbra
[6] Em 1973 foi criada a Universidade de Aveiro, que Ex. 3, p. 76: 1C, 2B, 3A, 4C, 5A, 6X, 7A.
se destaca na área da Engenharia, e que ocupa um
lugar fundamental no desenvolvimento da cidade. Ex. 5, p. 78: 1A, 2E, 3B, 4D, 5F, 6C.
[7] Com os seus canais, as praias da Barra, e a Transcrição Faixa 24
Universidade, a cidade tem sido um destino turístico
[1] É possível dizer que havia “duas” cidades de
cada vez mais procurado. E, tal como Viseu, Aveiro
Coimbra: a cidade de Conímbriga, a cerca de 15 kms,
tem frequentemente sido indicada como uma das
e Aeminium ou Emínio. A primeira existia desde a
cidades com melhor qualidade de vida em Portugal.
Idade do Ferro, como provam escavações recentes, e
foi uma cidade importante para os romanos. Ainda
Ex. 7, p. 63: A6, B1, C5, D7, E3, F2, G4.
hoje se podem visitar as ruínas, no Museu
Ex. 13, p. 66 Monográfico, que são particularmente extensas.
Com as invasões dos suevos no século VI, a
Transcrição Faixa 21 população de Conímbriga abandonou a cidade e
O mote deste ano surge no meio de muitas lágrimas refugiou-se na cidade próxima de Aeminium. Em
e suor. Por mares já dantes navegados, mas não Aeminium havia construções romanas, como o
menos desafiadores, tem tanto de grosso como de espantoso Criptopórtico (ainda hoje preservado no
refinado, é de gema, bem aveirense, como nós. Museu Machado de Castro). E assim a cidade passou
O sal. a chamar-se Coimbra, na época dos Visigodos
A vida é uma receita a olho. (século VI-VII).
Vivemos uma combinação de amores e dissabores, [2] Os mouros conquistaram a cidade em 714,
de vitórias e atrasos, de paz, desordem e ideias por construindo uma muralha, e também a Alcáçova
arrumar. Adicionamos perseverança, juntamos (que mais tarde seria o Palácio Real), e organizando a
alguma sorte, misturamos prazer q.b., untamos com zona interior da cidade, a Almedina. A região era
convicção e temperamos a gosto, com ou sem uma zona de fértil contacto entre cristãos e árabes, e
moderação. desenvolveu-se aqui uma importante cultura
Além de saber bem, quando em quantidades moçárabe, isto é, de cristãos que assimilavam
adequadas, o sal é uma necessidade vital. Sem sódio, aspetos da língua e cultura árabe. Uma dessas
o organismo não é capaz de transportar nutrientes e figuras, Sesnando, convenceu o Rei de Leão,
oxigénio, transmitir impulsos nervosos ou mover Fernando Magno, a conquistar Coimbra em 1064.
músculos, incluindo o mais importante: o do Sesnando torna-se administrador do Condado,
coração. reorganizando a cidade (que terá sido um dos
Precisamos de sal para viver. Não só do que últimos exemplos da cultura moçárabe, que
colocamos na mesa da cozinha, e nos intensifica os desapareceu com o fim da reconquista). Coimbra foi
sabores, mas do que nos desperta os sentidos, do assim, no seu primeiro milénio de História, um
que nos recupera o gosto, o sal da vida. exemplo e um palco dos fascinantes contrastes em
Na ciência, na tecnologia, no design, no que viveu a Península Ibérica.
entretenimento, nas pessoas, o que nos sobe a [3] O jovem Afonso Henriques mudou a capital do
tensão? O que nos conserva? seu condado de Guimarães para Coimbra em 1129.
O sal como o que nos mantém sãos, como Não é certo ainda hoje se nasceu aqui, ou em
potenciador da economia, como riqueza, como Guimarães, ou em Viseu, mas foi aqui que morreu
tempero, como símbolo de uma região. em 1185, e aqui está sepultado, na Igreja de Santa
A vida é uma receita a olho. Cruz. Aqui nasceram os seus sucessores, até que, em
No TEDxAveiro, escolhemos os ingredientes certos, 1256, D. Afonso III mudou a capital para Lisboa.
juntamos os melhores e acrescentamos mentes [4] Em 1326, a Rainha viúva Dona Isabel (1271-1336)
curiosas. veio viver para o Convento das Clarissas. A Rainha já
Temperamos com ideias. O sal está nelas. tinha mandado construir o Paço de Santa Clara, anos
Servimos quente. antes. Dona Isabel dedicava todo o tempo à
caridade, ganhou fama de Santa, e após a sua morte
Ex. 16, p. 67: a. diga, b. diga, c. sei, d. tem, e. sei, foi canonizada pela Igreja, e torna-se a Padroeira da
f. deixa, g. diga, h. foste, i. foste, j. é. cidade.

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

[5] Coimbra é também o lugar da mais conhecida [10] Em 1938 é fundado o Teatro Académico de
história de amor em Portugal (ver A5.1), entre o Coimbra, fundamental na história do Teatro em
futuro D. Pedro I (1320-1367) e Dona Inês de Castro. Portugal. Na década de 1940, a cidade recebe
Segundo a lenda, ainda hoje, na atual Quinta das algumas obras, entre as quais a do “Portugal dos
Lágrimas, as manchas vermelhas que se veem na Pequenitos”, um parque temático ordenado pela
Fonte das Lágrimas são as marcas do seu sangue. ditadura de Salazar. Em 1960, a zona da Universidade
Embora não seja mais do que uma lenda, a Quinta é remodelada, ao gosto monumental da ditadura.
das Lágrimas ficou para sempre com uma aura Depois do 25 de Abril, a cidade tem sido muito
romântica. requalificada, cujos maiores exemplos são o Museu
[6] Bem perto da Quinta das Lágrimas encontra-se o Machado de Castro, ou a nova ponte sobre o rio
Mosteiro de Santa Clara-a-Velha, do século XIII, um Mondego, a Ponte Rainha Santa Isabel.
monumento muito interessante pelo seu estilo [11] Em 2013, a parte velha da cidade foi
gótico raro. Durante séculos, o rio Mondego quase considerada Património Mundial pela UNESCO.
submergiu o Mosteiro, o que só foi evitado nos anos
1990. Também por isso, no século XVII se construiu Ex. 9, p. 80: a. vem, b. percas, c. Seja, d. queira, e. Trá-lo,
outro Mosteiro (Santa Clara-a-Nova). f. Traz.
[7] Apesar da mudança de capital, Coimbra não seria
Ex. 13, p. 82: A: V, F; B: V, F; C: V, V.
nunca uma cidade secundária, e a sua história como
lugar de encontro de conhecimento continuaria. Transcrição Faixa 26
Nesta época começa uma interessante história de
Pessoa A
viagens: a da Universidade. Tudo começou quando
A internet...? Quer saber o que eu acho, é? Bom, eu
em 1290 o Rei D. Dinis fundou a Universidade, em
acho tudo isso um verdadeiro disparate. É uma
Lisboa, e a transferiu para Coimbra em 1308; anos
ilusão as pessoas dizerem que fazem amizades pela
mais tarde, a Universidade volta para Lisboa, até se
internet! É tudo superficial, tudo falso. E além disso,
fixar definitivamente, em 1537, em Coimbra.
anda aí meio mundo a enganar outro meio mundo!
[8] D. João V manda construir a Biblioteca – que
Além disso, eu vejo-me e desejo-me para encontrar
guarda o seu nome. É um extraordinário edifício,
malta interessante na net!
terminado em 1725. Anos mais tarde, o Marquês de
Pombal reformulou profundamente a Universidade, Pessoa B
separando-a da gestão religiosa, e orientando-a para Olhe, se não fosse a internet eu não tinha conhecido
a vida prática. Cria também o Jardim Botânico, perto o meu marido. Dantes eu achava que só ia encontrar
da Sé Nova. Nesta época nascem também diversas alguém quando as galinhas tivessem dentes, mas
tradições académicas, que transformaram também a depois… olhe… entusiasmei-me com a internet…
vida da cidade: como a “Latada”, a receção aos meti-me num fórum e ao fim de uns meses combinei
estudantes, ou a “Queima das Fitas”, no fim da encontro com o meu atual marido. Foi amor ao
licenciatura. A grande Serenata nos degraus da Sé primeiro clique por assim dizer… Ah! Ah! Ah!
Velha, onde se canta o Fado de Coimbra, é mais um Pessoa C
exemplo destas tradições misturadas. Ou o “Penedo Bom, não há dúvida que a internet veio facilitar
da Saudade”, um miradouro sobre Coimbra, onde muito. Por causa dela podemos manter o contacto
muitas recordações de amantes separados estão com amigos que estão fora do país, podemos saber
gravadas. o que eles fazem no próprio dia e a comunicação
[9] Coimbra foi a única Universidade portuguesa até mantém-se. Porém, é preciso também dizer que se
1911 (quando foram fundadas a Universidade de conhece muita gente que não interessa para nada e
Lisboa e a do Porto). Mas, mesmo que não seja a que, às vezes, é uma perda de tempo. Agora, em
única universidade, a vida cultural passava e ainda termos de relações profissionais, claro que não
passa por esta cidade. Numerosos escritores, tenho dúvidas de que é uma coisa muitíssimo
pintores e intelectuais viveram em Coimbra. Aqui importante.
nasceu um dos grandes compositores portugueses,
Carlos Seixas (1704-1742). E também nesta cidade Ex. 14, p. 83: a. deixem, b. fique, c. tenham, d. caia,
teve lugar uma célebre polémica no século XIX, “a e. seja, f. tenha, g. faça.
Questão Coimbrã”, sobre o Realismo. Aqui estudaram
alguns dos maiores escritores portugueses, como Ex. 21, p. 87: 1. A5, B4, C2, D1, E3; 2. A5, B4, C3, D1, E2;
3. A3, B5, C4, D2, E1.
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António Nobre, Antero de Quental, Eça de Queiroz,


Miguel Torga ou José Régio. Aqui foram fundadas
algumas das mais importantes revistas literárias e
artísticas do século XX, como a “Presença”.

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Ex. 22, p. 87

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Também D. João I mandou construir um palácio
S A I N E S D E C A S T R O S U M dentro do Castelo, que foi bastante destruído. No
S A S S F F E O G H M A E F E F I século XX foi reconstruído, sendo adaptada pelo
B E N I O I S F F G E I S A S S G arquiteto Ernesto Korrodi a célebre loggia de estilo
X I O T A N E F A F G T E A N F U italiano que é a sua marca.
F F G H A A E F T F U F S H A A E Até à expulsão dos Judeus no século XVI, muitos
I O S F R I I S R G S E N A N N L viveram em Leiria, e desenvolveram intensas
S D A R W R S R R G L S A D D V T atividades. Uma das primeiras obras impressas em
A F F E F T G A A A F T N S O F O Portugal foi precisamente o Almanach Perpetuum de
A E S F E R W S B B O O D S A E R Abraão Zacuto, em 1496.
E S A S F R S A E E E A O A W R G A partir do século XV, a povoação vizinha das Caldas
D O M P E D R O A F L G S A N F A da Rainha vai desenvolver-se rapidamente, com as
A S F A E I O Y W A S S A S S W F suas Termas, fundadas pela Rainha Dona Leonor.
A cidade teve sempre o seu desenvolvimento
Unidade 6: Leiria associado à agricultura. De facto, fica na região
Oeste, que é responsável pela maioria da produção
Ex. 3, p. 90: a. gema, b. comecemos, c. queira, d. de fruta em Portugal, em particular a célebre “Pera
velhas, e. façam, f. morro, g. falem, h. poderiam, i. águas. Rocha”, única em Portugal, e que movimenta cerca
de 150 milhões de euros (dados de 2014).
Transcrição Faixa 27 As Aparições de Fátima, em 1917, tiveram um
Em finais dos anos 1990, foi encontrada perto de grande impacto em Leiria. Três pastores afirmavam
Leiria, no Lapedo, uma sepultura com cerca de ter visto Maria, a mãe de Jesus. De um fenómeno
25 000 anos, de uma criança de quatro anos: o menino isolado, a região (a cerca de 20 km de Leiria)
do Lapedo. O facto revela a antiguidade de Leiria, da transformou-se num enorme santuário, com milhões
qual há imensos testemunhos arqueológicos. de visitantes mundiais. Isso contribuiu muito para o
De facto, o nome da cidade já indica essa história progresso da região.
abundante: Leiria vem de “leira” (chão), uma palavra No início do século XXI, a cidade tem-se
com origens celtas. Não há, porém, muitos registos, desenvolvido rapidamente, sendo sede de várias
até a cidade (então vila) ser conquistada pelos empresas, da agricultura à distribuição, passando
Suevos no século V, e depois incorporada no reino pela construção.
Visigodo em 585. Mais tarde é tomada pelos
generais mouros Mussa e Tarife em 715. A região Ex. 4, p. 91
mudou frequentemente de mãos, até que em 1135 1. Felisberto Lis. 2. As estradas são antigas; acha que as
foi conquistada por D. Afonso Henriques, que aqui obras são só em Lisboa e no Porto; falta divulgação desta
construiu um lindíssimo castelo, ao qual foram região. 3. Tem História e uma paisagem bonita, e
acrescentadas belas e raras galerias. empresas criativas. 4. As estradas. 5. Ter amor à camisola,
Leiria ocuparia um papel fundamental na História de mudar de atitude, mais velho que a Sé de Braga, morrer
Portugal. Aqui tiveram lugar quatro Cortes de amores, o resto é paisagem, estar com a mão na
(parlamentos temporários), sendo as primeiras as de massa, ficar tudo em águas de bacalhau. 6. A cidade e a
1254. Também por esta época, a cidade era região são históricas e ativas, mas faltam estradas
frequentemente assolada por grandes ventos, pelo regionais e divulgação.
que no final do século XIII, D. Afonso III mandou
Ex. 5, p. 91
construir um pinhal, que o seu filho D. Dinis
1. gostar da sua região, da sua equipa; 2. alterar a sua
expandiu muitíssimo. Este pinhal foi importante para
forma de sentir e agir; 3. não gostar muito de alguma
a fixação da cidade, bem como para a espécie de
coisa; 4. o resto não interessa; 5. pôr direito; 6. terreno
pinheiro bravo. Mas igualmente porque com esta
onde crescem pinheiros; 7. território que se pode ver,
madeira se fizeram as caravelas das Descobertas. O
pintura ou quadro da natureza; 8. melhorar; 9. estar a
pinhal é ainda hoje fundamental para a região, e
tratar de um assunto; 10. ficar tudo na mesma.
estende-se por mais de 17 quilómetros.
Em 1390, a cerca de 20 km de Leiria, o pequeno Ex. 7, p. 92
exército português, auxiliado pelos seus aliados 1. muitas coisas espantosas; 2. que se vê bem, que nos
ingleses, vence um exército castelhano na batalha olha sem medo; 3. limitado pela crise, moribundo.
de Aljubarrota. Para comemorar esta vitória, o rei
Ex. 11, p. 95
D. João I manda construir o Mosteiro da Batalha, um
1. A3, B1, C2, D5, E4; 2. A4, B3, C1, D2; 3. A3, B2, C1, D4.
espantoso monumento gótico, cujas obras
demoraram cerca de 150 anos.

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

Unidade 7: Santarém construídos feitos desfeitos


principal/
Ex. 2, p. 100: 1X, 2C, 3A, 4B, 5C, 6B, 7A. essencial acessório
fundamental
Ex. 3, p. 100: 1B, 2B, 3B, 4B, 5A. habituado acostumado desabituado
Ex. 4, p. 101: 1C, 2D, 3A, 4B. justo isento arbitrário
humano compreensivo desumano
Ex. 5, p. 102: (Ingredientes)
Tomate Ensopado de Enguias Saboroso Ex. 14, p. 111
Ervas aromáticas Enguias Fritas Intenso VERBO TER SER/ESTAR
Azeite Arroz de Enguias Aromáticas aceitar aceitado aceite
Pão (torrado) Sopa da Pedra Rico empregar empregado empregue
Ex. 8, p. 104 entregar entregado entregue
a. várias; b. logo; c. fulcral; d. ainda; e. então; f. aí; g. cada; matar matado morto
h. logo; i. todos; j. ainda; k. várias; l. então; m. Aqui; n. acender acendido aceso
além; o. hoje; p. Muitos; q. vários; r. muitas; s. sobretudo; secar secado seco
t. recentemente; u. igualmente; v. aqui.
Ex. 10, p. 106: 1B, 2C, 3B, 4C, 5C, 6B, 7: passageiros, Ex. 16, p. 112: “Sexta-Feira” de Boss AC
necessário, pressione, nosso. a. desempregado; b. pago; c. Alguém; d. aguenta;
e. verdades; f. emprestam.
Transcrição Faixa 30
Ex. 18, p. 113
Bom dia, senhores passageiros, e bem-vindos ao
comboio com destino a Santarém. Este comboio repressão liberdade
efetuará paragens em Lisboa Oriente e Vila Franca de desigualdade igualdade
Xira. Informamos que não é permitido fumar. ditadura democracia
Lamentamos informar que por motivos técnicos, a guerra paz
internet sem fios não se encontra em eleições manipuladas eleições livres
funcionamento. O sistema de vídeo está disponível.
deveres direitos
É necessário que pressione o botão I à direita do seu
colonização descolonização
assento para o ligar. Recomendamos igualmente
uma visita ao nosso bar/carruagem, onde poderá censura liberdade de expressão
relaxar e apreciar a maravilhosa vista sobre o rio Tejo, polícia política justiça
com as suas ilhas ou mouchões, e a paisagem agrícola, tortura liberdade
com touros e os típicos pastores a cavalo, os campinos. partido único sistema multipartidário
A hora prevista de chegada é às 13h 03 min. filhos ilegítimos filhos legítimos
Desejamos aos senhores passageiros uma agradável
viagem. Ex. 21, p. 115: A1, B2, C3, D4, E5.
Ex. 23, p. 117: A. A4, B3, C2, D5, E1; B. A5, B3, C4, D1,
Ex. 11, p. 107: 1E, 2A, 3F, 4C, 5F (B, parcialmente).
E2; C. A3, B4, C1, D2.
Ex. 12, p. 108
PALAVRA SINÓNIMO ANTÓNIMO Unidade 8: Lisboa
lendária mítica real
Ex. 2, p. 122: 1B, 2C, 3C, 4X, 5B.
alta grande/crescida baixa
fértil produtiva infértil Ex. 3, p. 122
1. Maria Sardinha, 41 anos, de Campo de Ourique. 2. Os
pequena mínima grande
transportes, que são insuficientes e pouco frequentes;
fundamental essencial acessório muito trânsito e engarrafamentos (e falta de cafés). 3. As
espantoso impressionante péssimo/vulgar obras, o trânsito e a falta de cultura de café como espaço
calmo/ de encontro. 4. A luz, os preços, a qualidade de vida, a
feroz selvagem
doméstico proximidade do mar. 5. O cais do Sodré, o Marquês de
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impressionado/ Pombal, o Chiado (mas menos). 6. Alfacinha de gema,


emocionado indiferente
tocado apertar o cinto, as obras de Santa Engrácia. 7. Lisboa tem
desatualizado/ características únicas, mas falta melhorar os transportes e
inovador moderno
arcaico o trânsito, e criar espaços de encontro.

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Manual B1

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Transcrição Faixa 32 Eugénia: Pois é, que seca! Olha, e se jogássemos no
Eu chamo-me Maria Sardinha, tenho 41 anos, e sou totoloto?
de Campo de Ourique, nascida e criada. Alfacinha de Marta: Boa! Vou ali buscar o papelinho. É pra já.
gema! Trabalho na Rua da Prata, em plena Baixa Eugénia: E eu vou já pensando nos números mágicos.
Pombalina, mas o que eu gosto mesmo é do bairro Marta: Ah! Ah! Ah!... vai, vai. Aqui está. A caneta... diz
da Bica, ali ao pé do Chiado... Então nos Santos lá os teus números.
Populares... Eugénia: 13, 16, 26, 36, 46 e... falta um, não é?... olha
Eu amo a minha cidade. Não viveria noutro lugar do põe o 8. E tu?
mundo. E já conheci outras... Quando a crise estava Marta: Eu... espera... o Nuno, que sabe destas coisas,
mais forte e foi preciso apertar o cinto, emigrei para disse-me que se eu escolhesse números ímpares
a Bélgica, para Bruxelas. E depois fui para Amsterdão, tinha mais hipóteses. Então: 3,13, 19, 27, 33 e o 41.
na Holanda. E por fim para Hamburgo, na Alemanha. Eugénia: Pronto, já comecei a sonhar... se eu
Três anos a trabalhar em restaurantes. Há muitas ganhasse alguma coisa ia passar umas boas férias a
coisas boas lá fora, mas Lisboa tem a luz mais bonita, Moçambique e depois a São Tomé. E tu?
não é cara, tem boa comida, tem qualidade de vida... Marta: Eu? Eu mandava o meu chefe ir pregar para
Em que capital europeia se vai e se está logo na praia outra freguesia e deixava o emprego. Se me caísse
(mas praia a sério) a 25 minutos de comboio? E num dinheiro do céu eu ficava uns meses em casa,
comboio ao lado do mar e da maravilhosa Avenida gozando os dias, lendo no meu sofá novo (que
Marginal? comprava logo, logo...).
Mas os transportes em Lisboa podiam ser melhores... Eugénia: Olha a Inês ali! Inês!
Fazem obras e obras e não melhoram... São as obras Inês: Meninas, então? O quê? A fazer o totoloto? Mas
de Santa Engrácia. Mas afinal era simples... Se vocês acreditam nisso? Se eu fosse a vocês não
aumentassem mais o metro, e se tivessem mais gastava nem um euro nisso.
carruagens a circular... É difícil chegar ao trabalho a Marta: Ó pá, deixa lá, é só desta vez, não chateies.
tempo e horas com tão pouca frequência de metros. Eugénia: Diz lá antes o que tu fazias se nós te
Em Hamburgo, apanha-se um transporte e está-se déssemos um bocadinho do nosso ganho?
em todo o lado em três tempos. Mas não se pode Inês: Bom, se vocês fossem muito queridas e me
dizer isto em Portugal, cai logo o Carmo e a Trindade... dessem uns euritos, eu comprava um carro novo que
As pessoas ainda usam muito o carro em Lisboa. bem preciso e comprava todos os vestidos que
Fizeram umas limitações para carros mais velhos, e gostasse na Moda Lisboa.
têm feito obras junto ao rio. Fui lá ontem e está Marta & Eugénia: Ah! Ah! Ah! não querias mais nada!
muito jeitoso. Mas anda tudo armado em carapau de
corrida com os seus carros. E há zonas de Lisboa que Ex. 15, p. 129: 1. V; 2. F; 3. V; 4. V; 5. V.
estão sempre engarrafadas, de manhã e ao fim da
tarde, às horas de ponta: o cais do Sodré, o Marquês Transcrição Faixa 35
de Pombal, o Chiado (mas menos). Cliente: Bom dia!
Também fazem falta cafés em Lisboa. No Porto há a Empregada: Bom dia, posso ajudar?
cultura do café, as pessoas juntam-se lá, conversam. Cliente: Talvez, talvez... tem aqui coisas muito giras... e
Em Lisboa muito menos. eu pensei que talvez pudesse levar umas prendinhas
para os meus colegas. Uma coisa pequena.
Ex. 4, p. 123: a. Portugal, b. regressa, c. Estrangeiros, Empregada: Pois claro, olhe, podia levar estas
d. governar, e. agricultura, f. região, g. organizado, embalagens de sardinhas ou estas garrafinhas de
h. reergueu, i. obrigado, j. português. miniaturas de azeite português.
Cliente: Mostre lá (...) se eu soubesse o que eles
Ex. 9, p. 126: A6, BX, C7, DX, E9, F8, G2, H5, I3, J4, KX, gostam...
L10, M1. Empregada: Ah, mas toda a gente gosta de um bom
Ex. 10, p. 127: 1E, 2D, 3G, 4I, 5F, 6B, 7H, 8J, 9C, 10A. azeite ou de umas sardinhas! E estas hoje estão mais
baratas, mas só hoje.
Ex. 11, p. 127: 1. Fingiu-se apaixonado pela rainha das Cliente: Acha? E aquilo ali? O que é?
serpentes. 2. Depois de ter a sua ajuda para arranjar a (vira-se e dá um encontrão numa prateleira com
frota, fugiu. 3. Com o corpo da rainha das serpentes. produtos)
Ex .14, p. 129: 1. V; 2. F; 3. V; 4. V; 5. F. Empregada: Ai, ai, a minha loiça que se ia partindo,
foi resvés.
Transcrição Faixa 34 Cliente: Rés quê minha senhora?
Marta: Ai, nós aqui neste café de bairro... assim não Empregada: Foi resvés Campo de Ourique, foi por
acontece nada nas nossas vidas. pouco, dizemos nós aqui em Lisboa, nós alfacinhas!

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

Ex. 4, p. 138
Cliente: Ah, estou a ver.
Empregada: Então, o senhor leva o quê? Transcrição Faixa 37
Cliente: Se eu soubesse, já lhe tinha pedido para
[A] A mais antiga construção de Évora é o
pagar e embrulhar...
Cromeleque dos Almendres, datado de cerca de
Empregada: Então vá pensando que eu entretanto
6000 a. C. É um conjunto de 95 pedras organizadas
atendo outros clientes.
em 2 círculos. O cromeleque tinha uma utilização
Cliente: Sim, não se preocupe, eu decido-me já, que
astronómica e ritual. Na zona de Évora existem
ainda quero visitar Mafra, Cascais e Sintra e ainda
outros monumentos megalíticos. A sua construção
tenho um concerto no CCB ao fim da noite.
mostra que esta área foi habitada há muitos milhares
Empregada: Isso tudo? Num só dia? Veja lá se não
de anos. A cidade terá sido depois povoada por uma
quer meter o Rossio na Rua da Betesga também...
tribo celta chamada Eburones. Curiosamente, a
Ah! Ah! Ah!
palavra celta para a árvore teixo é Eburos. E a área de
Évora é uma região onde esta árvore é frequente.
Ex. 22, p. 133: A5, B2, C7, D1, E6, F2, G3.
[B] No século I a. C., no período das lutas entre
Ex. 24, p. 133: 1. A6, B1, C2, D4, E7, F3. Lusitanos e Romanos, conta André de Resende que o
general rebelde Sertório fez de Évora a sua capital (80
Unidade 9: Évora a. C.). Quando os Lusitanos foram vencidos, o nome
de Évora foi alterado para Liberalitas Julia por Júlio
Ex. 2, p. 137: 1C, 2B, 3A, 4B, 5X, 6C, 7C, 8A, 9B. César. Aqui, entre outras construções, os Romanos
Ex. 3, p. 138 ergueram o mais célebre monumento romano, o
Templo de Diana, ainda hoje visível entre o Convento
Transcrição Faixa 36 dos Lóios e a Biblioteca Municipal. Perto de Évora, na
[C] Al-Mu’tamid Ibn Abbad foi um homem completo, Tourega, pode visitar-se uma ampla escavação de
com uma vida aventurosa, inacreditável, de príncipe uma villa romana. A zona era tão fértil em cereais que
a poeta. Nasceu em 1040 não em Évora, mas na o escritor romano Plínio a chamou Ebora Cerealis.
outra grande cidade do Alentejo, Beja. [C] A Universidade, encerrada desde 1759 devido à
[D] O seu pai foi Emir (Rei) de Sevilha. Quando tinha expulsão dos Jesuítas, foi reaberta em 1979. Évora foi
treze anos, Al-Mu’tamid conquistou Silves (no considerada Património Mundial pela UNESCO em
Algarve). O seu pai nomeou-o governador da região. 1986.
Aí conheceu o poeta Ibn Ammar. Os dois [D] Não há muitos dados sobre a ocupação
envolveram-se numa relação complexa, a que o seu visigótica. Mas em 714 a cidade foi conquistada por
pai se opôs. Al-Mu’tamid nomeou Ibn Ammar seu Abd Aziz Ibn Mussa, o primeiro governador mouro
vizir (primeiro-ministro). Numa célebre batalha, Ibn da Península, e um brilhante general que conquistou
Ammar venceu uma batalha contra Afonso VI de Narbonne, em França. Os Mouros desenvolveram
Leão num jogo de xadrez. profundamente a região e investiram na agricultura.
[E] A cidade de Silves tinha, na época da conquista Pela sua posição estratégica, Évora cresceu, mais
por Al-Mu’tamid, um espantoso palácio – o Palácio ainda que a cidade próxima de Beja. A muralha
dos Balcões. O rei-poeta contou num célebre poema, romana foi reconstruída e aumentada.
“Evocação de Silves” as memórias de juventude com [E] D. Afonso Henriques conquistou a cidade em
Ibn Ammar nesse palácio imenso, maior que o 1159, mas perdeu-a pouco tempo depois. É Geraldo
Alhambra – infelizmente destruído pelos Geraldes, conhecido como o Sem Pavor, que a
conquistadores portugueses, mais tarde. reconquistou em 1165. Uma lenda narra a história
[A] Em 1069 Al-Mu’tamid tornou-se Rei de Sevilha. O deste nobre que chefiava um bando de foras-da-lei.
seu reino estendia-se da costa alentejana até Sevilha, Para o rei os perdoar, conquistaram a cidade de uma
e ao sul, até Múrcia, perto de Gibraltar. Alguns dos forma corajosa. E assim Geraldo ficou desde aí
maiores estudiosos da época viveram na corte de Al- representado no brasão de Évora. E o seu nome
Mu’tamid, como o geógrafo Al-Bakri. também está presente na mais importante e famosa
[B] Em 1085, o rei Afonso VI conquistou Toledo. Em Praça – a do Giraldo.
vez de receber auxílio dos seus aliados berberes no [F] Évora recebe o seu foral em 1166, e logo depois
norte de África, Al-Mu’tamid foi traído, preso, e D. Afonso Henriques a entrega a uma Ordem
exilado em Aghmat, perto de Marraquexe, onde Religioso-Militar, que mais tarde se chamaria de Avis.
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ainda hoje está sepultado. É considerado um dos No século XIII é construída a Sé Catedral de Évora,
maiores poetas do Islão. O estudioso português um monumento gótico espantoso, e que foi
Adalberto Alves traduziu os seus poemas para aumentado posteriormente. Muitos edifícios feitos
Português. nesta época recuperaram, de forma inteligente,
restos de edifícios romanos.

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Manual B1

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[G] Em 1559 é fundada a Universidade, que é neste mercado. Adoro estes cheirinhos todos!
entregue à Companhia de Jesus (os Jesuítas). Até ao Voz produto B: Estás entendendo agora? Não há
final do século XVI, a cidade vai conhecer uma vida nada como um mercado para se sentir o
nova, não apenas pela presença de estudantes, verdadeiro cheirinho do Alentejo... Ah! Ah! Ah!
também pelas imensas e novas construções: a Igreja E se começássemos por ali? Bora.
da Graça, o Aqueduto da Água de Prata. Também Voz produto C: Bom, eu cá acho que esta banca tem
várias famílias nobres construíram os seus palácios. um cheiro bem intenso, penetrante e fedorento...
Já D. João II e D. Manuel I, uns anos antes, tinham Eh! Eh! Eh!... ah, já entendi, pois claro, são queijos de
erguido palácios, do qual resta o Palácio de Nisa. Puxa, quem gosta de comer isto? Bom, se eu
D. Manuel com a sua Galeria das Damas. tivesse de comer estes queijos, a única consolação
era saber que não tem nada de químico.
Ex. 5, p. 138 Voz produto A: Olha, e se comprássemos azeitonas.
(...) Posso provar uma? (prova) Que maravilha, mas
PALAVRA SINÓNIMO ANTÓNIMO
pensava que tivesse mais cheiros como tempero, no
básica essencial supérflua Alentejo juntam sempre vários condimentos às
cozido cozinhado cru azeitonas. Estas têm um sabor suave, fresco, até
corajosa brava cobarde citrino. Talvez tivessem juntado limão...
inteligente perspicaz burro Voz produto B: Olha o que há ali! É pá, adoro
famosa conhecida desconhecida amoras. Vamos lá ver.
Voz produto C: Eu também! E se fizéssemos
espantosa surpreendente vulgar
compota?
organizada metódica desorganizada Voz produto B: Para isso era preciso que
fértil produtiva infértil comprássemos uns quilos!
próxima perto distante Voz produto A: Espera aí, deixa-me ver. Acho que
imensas muitas nenhumas estas aqui estão podres...
nova recente antiga Voz produto B: Então era melhor que provasses
estas. Isto sim, uma delícia: frutadas, adocicadas,
Ex. 7, p. 140: a. quisesses, b. procurasse, c. dissesse, perfumadas. Olhe, por favor, queria 2 quilos de
d. calasse. amoras.

Ex. 8, p. 140 Ex. 9, p. 141: a. chegasse, b. escrevesse, c. fosse,


Característica Produto A Produto B Produto C d. rasgasse, e. corresses.
penetrante X Ex. 10, p. 142: A3, B4, C1, D2.
fedorento X
Ex. 12, p. 143: A3, B4, C2, D1.
intenso X
químico X Ex. 16, p. 144: 1A, 2C, 3B.
suave X Transcrição Faixa 42
fresco X  que é que os alentejanos chamam aos caracóis?
1. O
citrino X Animais irrequietos.
podre X 2. Um dia um alentejano diz prá mulher:
adocicado X – Maria põe a mesa no quintal que hoje vamos
queimado jantar fora.
perfumado X 3. O que faz um alentejano calçado com galochas,
no Estádio da Luz?
frutado X
Está à espera da enchente!
vegetal
floral Ex. 17, p. 145: A. A4, B5, C3, D1, E2; B. A5, B1, C2, D3,
terroso E4; C. A3, B4, C1, D2.
fragrante
repugnante
Unidade 10: Faro
amadeirado
Ex. 2, p. 149: a. tivesse, b. faltasse, c. fosse, d. quiser,
e. for, f. virem, g. voltar, h. fosse.
Transcrição Faixa 39
Ex. 4, p. 150: 1C, 2B, 3E, 4A, 5D.
Voz produto A: Obrigado por marcar o encontro

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

Ex. 5, p. 151
Começo este post com três amostras do mesmo
PALAVRA SINÓNIMO ANTÓNIMO produto: água. Apesar de ser o mesmo produto, vai
típico característico atípico concordar que são bem diferentes entre si. Em
pobre necessitado rico primeiro lugar, um copo de água natural. Água é
andar de terra essencial à vida. Sem água, o ser humano não vive
vagabundear fixar-se mais do que cinco dias. A segunda figura também
em terra
valente destemida cobarde mostra um copo de água, mas agora gelada. Às
vezes, dependendo do calor, não basta água, tem
honesto honrado desonesto
que ser gelada. Finalmente, a terceira figura é de
cansada exausta dinâmica
uma garrafa de Água das Pedras. Para quem não
satisfeita contente insatisfeita
conhece, é água com gás.
estranho esquisito banal Pois bem: esta é a diferença entre o essencial, o
heroico corajoso cobarde necessário e o supérfluo. Água é essencial. Água
gelada pode ser bem necessária, mas se não tiver, dá
Ex. 6, p. 151 para desenrascar com água natural. E a água das
Ingredientes: arroz, lingueirão, marisco. Vocabulário de pedras é absolutamente supérfluo.
cozinha: receita, ingrediente, cortado, lavado, cozido, Para termos uma vida de consumo saudável, é
iguaria. Vocabulário do mar: peixe-navalha, lingueirão, preciso distinguir com a maior clareza possível estes
marisco. Adjetivos: principal, frequente, suave, intenso. três níveis de necessidade. No caso da água foi fácil.
Ex. 7, p. 152: 1C, 2C, 3A, 4C, 5C, 6B, 7 Algarve, Aljezur, Mas nem sempre é assim.
Albufeira. Certamente já parámos para pensar um dia em
como conseguíamos viver sem telemóvel quando
Transcrição Faixa 44 este não existia. Hoje trata-se de uma necessidade,
Bom dia, senhores passageiros, fala o vosso capitão. mas que antes não existia. O mesmo com o
Estamos praticamente a chegar ao nosso destino: computador, automóvel, frigorífico e todas as
Faro! Se olharem agora para a vossa direita, poderão conquistas da tecnologia. Certo, uma vez
já ver a costa do Algarve: Aljezur, o Cabo de S. Vicente, acostumados, não há como voltar atrás. Tornam-se
Sagres. Logo depois Silves com o seu belo castelo, coisas necessárias. E, para alguns, essenciais.
Albufeira, Vilamoura, Tavira com as suas salinas, depois Mas a coisa muda de figura quando passamos um
a Ria de Faro. A nossa tripulação vai agora oferecer-vos aperto financeiro e temos que fazer escolhas. O
um doce típico algarvio, Dom Rodrigo, com imenso orçamento já não paga tudo a que estávamos
açúcar! Se não for do vosso agrado, podem trocar acostumados, e precisamos de nos livrar do supérfluo
por um Queijinho de Amêndoa. e, às vezes, até do necessário, para ficar com o
Vamos iniciar a aterragem dentro de minutos, e por essencial. Saberíamos fazer isso, se preciso fosse?
isso pedimos que endireitem as vossas cadeiras Mas esse exercício não é útil somente quando o
pressionando o botão à vossa esquerda. Solicitamos porta-moedas fica leve. Muitas pessoas se queixam
também que desliguem os vossos aparelhos que não conseguem poupar nada, que o salário é
eletrónicos, porque podem interferir com os mais curto que o mês. Esse é o típico caso em que
sistemas de voo. Informamos os passageiros com um exercício de essencial/necessário/supérfluo cairia
voos de ligação que devem embarcar nas seguintes bem. Se quiser tentar, faça o seguinte: pegue numa
portas: para Lisboa, porta A2; para o Porto, porta A4; folha de papel e faça três colunas: uma para as suas
para o Funchal, porta A5. A nossa hora prevista de despesas essenciais, outra para as necessárias e
aterragem é às 13h13 min. outra para as supérfluas. Se conseguir classificar pelo
Boa viagem e excelente estadia no Algarve. menos 10% do seu orçamento como supérfluo o
Obrigado por voarem na Air Pechincha. exercício será bem-sucedido. Corte essas despesas e
poupe o resultado.
Ex. 9, p. 153: AX, B5, CX, D2, E6, F1, G4, HX. Note que não há uma receita única. Para alguns,
Ex. 17, p. 158 comer fora todos os domingos é essencial. Já outros
1. Água, 2. Não: quando passamos um aperto financeiro. não conseguem respirar se não tiverem uma
3. Sim. 4. “Se conseguir classificar pelo menos 10% do assinatura para vários canais de TV. O importante é
seu orçamento como supérfluo o exercício será bem- descobrir aquilo que é supérfluo para si. Se depois
sucedido.” de muito esforço, não conseguir classificar nada
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como supérfluo, provavelmente você é um pobre


Transcrição Faixa 45 escravo do consumo, e não vai conseguir tomar as
A diferença entre o essencial, o necessário e o rédeas da sua situação financeira. Mesmo que venha
supérfluo a ter muito dinheiro.

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Manual B1

Ex 24, p. 161

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o desafogo económico proporcionava o
“Quanto mais se descobre, menos se sabe” (4): aparecimento de sábios e artistas.
a investigação revela coisas inesperadas. Para todos era suficiente gozar e explorar as riquezas
“Não se trata aqui de conquistas militares” (8): não do seu reino, mas não deixavam de se ensaiar na arte
estamos a referir aspetos de batalhas ou dominações. da guerra.
“São os objetos do quotidiano que nos interessam” (8): Assim não foi difícil aos Atlantas defenderem o seu
são os pequenos objetos de todos os dias. território dos ataques daqueles que, levados pela
“São histórias da Carochinha” (8): são histórias para inveja, ansiavam conquistar a tão prodigiosa
crianças, não verdadeiras. Atlântida. De tal modo se portaram na defesa da terra
que o orgulho desabrochou e deu-se pela primeira
Ex. 25, p. 161: A. café, açúcar, alface, limão, álcool;
vez a ambição de alargar os domínios do reino.
B. cherne, açafrão, alcachofras, alecrim, azeite, alfazema,
O poderoso exército atlanta alastrou por todo o
alfaiate.
mundo conhecido então e dominou os povos.
Ex. 27, p. 163: 1. A2, B2, C5, D4, E1; 2. A3, B4, C2, D1; Inebriados pelo tempo, deixaram-se dominar pelo
3. A5, B3, C4, D2, E1. orgulho e pela vaidade, caindo no luxo e na
corrupção, desrespeitando os deuses.
Ex. 28, p. 163
Zeus convocou um concílio para que se aplicasse um
A A I L A R A N J A S K R O S U K castigo aos Atlantas (...). Em consequência, a terra
S Ç S S F F E O G H G A E F A F C tremeu violentamente, o céu escureceu como se
B E U I O I S F F G E A S A S L E fosse noite, o fogo lambeu as florestas, o mar galgou
X I O C A N E F A F R L S A F F H a terra e engoliu aldeias e cidades.
F F G H A A E F T F R F G H A A G A Atlântida e toda a sua prosperidade
I O S F R R R S R G S A T A F C D desapareceram para sempre na imensidão do mar,
A D A R W R S R R G F C O E O W Ç mas nove dos montes mais altos dessa linda terra
Z F F E F T G R A A F E R S W F J ficaram a descoberto. Muitos anos mais tarde essas
E E S F E R W S S B O Ç R S A E Y pequenas ilhas, restos do grande continente, foram
I S A S F R S A E T E A R A W R P povoadas e são hoje as ilhas dos Açores que, pelo
T O M P E G A R R A F A S A N F V seu clima (...) bom, pela beleza da sua paisagem,
E S F A E I O Y W A S S A S S W Z lembram a próspera Atlântida.

Unidade 11: Ponta Delgada Ex. 9, p. 171


Ilhas: Açores, Atlântida, S. Jorge, Terceira, S. Miguel.
Ex. 3, p. 168: 1B, 2X, 3C, 4A, 5A, 6X, 7C, 8B, 9A, 10X, 11C. Mitologia: Atlântida, Poseidon, Hércules, Zeus.
Ex. 5, p. 168: a. 1923, b. 1934, c. 1966, d. 1974, e. 1980, Povos: cartaginenses, atlantes, portugueses.
f. 1993, g. XX. Adjetivos: enorme, primeira, fértil, autónoma, próprios,
humana, antiga, velho, frequentes, vitoriosa.
Ex. 7, p. 170: 1C, 2F, 3A, 5D, 6E, 7B.
Produtos agrícolas: laranjas, cereais, cana-de-açúcar,
Ex. 8, p. 171: 1. Sobre a lenda fundadora dos Açores. batata-doce, linho, laranja, ananás, chá.
2. Porque eles se deixaram corromper e quiseram
Ex. 13, p. 174: a. Haja, b. houver, c. Há, d. haja,
conquistar mais território.
e. houver, f. Há, g. Haja, h. houver.
Transcrição Faixa 49 Ex. 14, p. 174: a. voar, b. pisar, c. sentir, d. respirar,
A lenda da Atlântida e. olhar, f. chegar, g. rasgar, h. descer, i. tocar, j. ter,
Nas grandes civilizações da antiguidade dizia-se que k. descobrir.
para além das Colunas de Hércules, hoje Estreito de
Ex. 16, p. 175: A. chegar a bom porto: terminar bem,
Gibraltar, e onde agora se estende o Atlântico,
ter resultados. B. dar à costa: aparecer, surgir. C. dar
dominava o poderoso império dos Atlantas.
graças a alguém: agradecer, estar grato.
Esse império era constituído por uma federação de
dez reinos, sob a proteção de Poseidon, pelo que os Ex. 18, p. 175
Atlantas eram exemplares no seu comportamento, 1. Está relacionado com o hábito inglês de beber o chá às
não se deixando corromper pelo vício e pelo luxo. 5 da tarde. 2. Porque na época Macau era uma colónia
Toda a Atlântida era sonho e delícia. A terra produzia portuguesa. 3. Porque chove, e porque o solo é “argiloso
madeiras preciosas; havia minas de metais nobres; o e ácido”. 4. Porque é ecológico e sem pesticidas.
clima excecional favorecia uma agricultura 5. Porque o consumo de “Broken Leaf”, mais barato,
florescente; as casas e palácios evidenciavam está ligado ao estado económico do país.
conforto e riqueza; havia estradas e pontes ótimas; e

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3. Soluções dos exercícios e transcrições das faixas áudio do manual

Ex. 20, p. 176


Portugal vives à grande e à francesa!
Motivo para sair A principal inde- Principais Pessoa B: Não sejas parvo! Achas que é assim? Lá porque
do país cisão/dificul- vantagens em vivo na Alemanha sou milionário? O que é certo é
Pessoa
dade em tomar sair
que estamos bem aqui, a minha mulher também já
a decisão de sair
tem emprego. As miúdas estão bem na escola e
Situação incerta Ter de viajar Melhores con-
em Portugal muito dições de traba- temos mais tempo para as acompanhar. Olha, dá-me
A aí o teu número de telemóvel que eu já não o tenho...
lho, ambiente
multicultural Pessoa C
A oportunidade Aprender Vida melhor Amiga: Olá, Catarina! Que bom ver-te, por aqui, em
de trabalhar alemão São Miguel?
B fora traria boas Pessoa C: Olá, Alexandra! É verdade. Tirei uns
oportunidades
Isolamento
diazinhos de férias e vim matar saudades.
Amiga: Como vai isso por Londres? Estás a gostar?
Trabalho Tem saudades Trabalho
interessante da terra, da interessante
Sei que a tua decisão não foi fácil!
C Pessoa C: Tu bem sabes! Quando eu disse à minha
língua, da Integrar as duas
comida culturas família que tinha uma oferta de emprego lá com a
rainha de Inglaterra caiu o Carmo e a Trindade!
Transcrição Faixa 53 Amiga: Mas agora já se habituaram, não é?
Pessoa A Pessoa C: Sim, entretanto sim. A mim também me
Amigo: Olá, Vina! Viva! Há tanto tempo que não te via! custou: este cheirinho daqui dos Açores, este verde...
Pessoa A: Olá, Pedro! Pois é! Sabes, isto aqui em ai... ai... até da pronúncia tenho saudades e de falar
Portugal não atava nem desatava e eu decidi pelos cotovelos!!! Mas o trabalho é tão interessante
mudar de vida e agora estou em Bruxelas a e já tenho um ótimo círculo de amigos.
trabalhar. Pesei tudo muito bem na balança e Amiga: Sentes ainda muitas diferenças culturais?
tomei a decisão de andar com a casa às costas. Pessoa C: Bom, o primeiro ano foi o mais difícil.
Amigo: O que é isso de andares com a casa às costas? Habituei-me à maneira de trabalhar dos ingleses e
Pessoa A: Pois. Foi essa a minha principal indecisão. acho que consegui um bom equilíbrio entre as duas
Andar com a casa às costas significa que agora eu culturas. Também... olha, agarrei-me ao novo
vivo entre Lisboa, Bruxelas e Estrasburgo, por causa trabalho com unhas e dentes! Agora sinto falta é da
do meu trabalho. comida.
Amigo: Mas tens razão, se ficasses à espera que te
caísse um emprego do céu podias ficar esperando Ex. 21, p. 177: 1B, 2A, 3C, 4C, 5C.
até as galinhas terem dentes... Ah! Ah! Ah!
Ex. 24, p. 178: 1E, 2D, 3B, 4F, 5A, 6C.
Pessoa A: É isso mesmo. Olha, estou contentíssima:
adoro a minha casa em Bruxelas, adoro o meu Ex. 26, p. 179: 1. A5, B4, C3, D2, E1; 2. A4, B1, C5, D3, E2.
trabalho, estou perto de tudo e conheço gente de
muitas culturas diferentes. E tu? Não queres ir passar
um fim de semana comigo a Bruxelas?
Unidade 12: Funchal
Pessoa B Ex. 2, p. 182: A1, B3, C2, D5, E4, F2, GX, HX, I6, J1, K3, L5.
Pessoa B: Não posso, tu aqui? Na Alemanha?
Amigo: E pá! Não acredito! Não me digas que Transcrição Faixa 54
também estás a passar férias? [1] Tal como acontece com os Açores, não há
Pessoa B: Eu? Férias? Não tem nada a ver com isso, registos de presença humana no arquipélago da
ah! Ah! Eu vim para aqui trabalhar há já dois anos! Eu Madeira (que compreende a ilha da Madeira e do
moro aqui, pá! No meio dos alemães. Porto Santo). Porém, uma das teorias (a de que teria
Amigo: E como vieste aqui parar? sido descoberto pelos Vikings) parece estar a ser
Pessoa B: Olha, foi a minha mulher que me fez ver comprovada por um estudo científico espanhol. De
que esta oportunidade de emprego e de experiência todo o modo, a primeira referência escrita data de
no estrangeiro só nos ia fazer bem. Nós estávamos 1348-1349, no Libro del Conocimiento.
nos Açores, que é lindo e nós adoramos, mas... sabes [2] Oficialmente, a ilha da Madeira foi descoberta em
como é ser ilhéu: acabas por ficar isolado de certas 1419 por Tristão Vaz Teixeira e João Gonçalves Zarco.
oportunidades profissionais. Eu não morro de Em 1425, teve início o povoamento, com colonos
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amores pela Alemanha por causa do alemão que é portugueses mas também flamengos. A ilha foi
difícil como tudo, mas antes aprender alemão do dividida em três capitanias, e numa delas foi capitão
que ter de apertar o cinto... Ah! Ah! Ah! Bartolomeu Perestrelo, sogro de Cristóvão Colombo.
Amigo: Já estou a ver que quando vais de férias a O futuro descobridor da América passou longas

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Manual B1

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temporadas no Funchal. quiser, posso dar-lhe a minha opinião sobre o
[3] O arquiteto Gil Eanes construiu a catedral no final Funchal... Isto é para quê? Ah, para um livro. Ótimo!
do século XV, que ainda hoje se pode visitar e que Eu sou tripeiro, mas vim para a Madeira tinha eu três
tem elementos únicos de estilo manuelino. A ilha anos. Seria um tripeiro ilhéu, se isso fosse possível.
está coberta de flora exuberante e maravilhosa, e Eu gosto muito de viver no Funchal. Se não gostasse,
também o seu solo é fértil. Para dar uso a estas não vivia cá, não é verdade? As pessoas são
qualidades, entre 1425 e 1433, o Infante D. Henrique próximas, simpáticas, familiares, amistosas.
mandou trazer da Sicília a cana-de-açúcar. A cultura Defendem-se umas às outras com unhas e dentes.
cresceu rapidamente. Também o vinho da Madeira, Mas isto é uma ilha, e as mudanças aqui levam mais
que utiliza um tipo de uvas vindo de Creta, na Grécia, tempo, ainda mais se formos comparar com o
entre outros tipos, tornou-se um produto muito continente. Às vezes fica-se com a sensação que isto
procurado, assim como, mais tarde, as bananas. Pela não ata nem desata.
sua posição estratégica, o Funchal converteu-se num Há uns anos, fizeram vias rápidas e autoestradas a
porto importante, e em 1508 foi elevado a cidade. A atravessar a ilha. Numa ilha com 742 km2 de área,
expansão portuguesa contribuiu ainda mais. fazem assim tanta falta? Não sei. Mas sem ter um
[4] A cidade teve um crescimento rápido, mas não carro, viver nesta ilha é difícil. Os autocarros (aqui
cuidou das suas defesas, e em 1556 a cidade foi chamam-se “Horários”) não são perfeitos, e há só os
saqueada por piratas franceses e praticamente autocarros. Não há um sistema de comboio ou
destruída. Por isso, pouco tempo depois do desastre, metro, e isso faz falta. Se eu pudesse pedir um
o arquiteto Mateus Fernandes foi enviado para o desejo, seria este. O trânsito automóvel não é um
Funchal para proceder à construção de fortalezas. verdadeiro problema aqui no Funchal. O que é pior
Deste trabalho surgiu o primeiro mapa conhecido são os custos de ser ilhéu... É caro ir a Portugal
do Funchal, datado de 1573. continental, fica longe, e há a sensação de que as
[5] O Funchal tem um papel importante nas Guerras oportunidades não são para todos. Quando houver
da Restauração (1640-1668), enviando soldados que menos crise, acho que se deveria criar mais
combateram pela reconquista do Brasil, na época emprego, mais oportunidades aqui... E falta
ocupado pelos Holandeses. A partir de finais do século recuperar mais edifícios, aproveitar melhor tanta
XVII, mudaram-se para a Madeira vários comerciantes estrutura que pode ser aproveitada pelo turismo e
ingleses, que investem na produção de vinho. A cana- pela indústria... Há tantos edifícios históricos
de-açúcar deixa de ser uma produção tão importante. fechados. Se eu tivesse meios, reabria um destes
Estes serão os primeiros de inúmeros habitantes sítios. É uma pena perder as memórias!
ingleses que irão para a Madeira ao longo de séculos. E as chuvas que caíram há uns anos... Eu sou
A sua ação vai mudar o Funchal, criando pequenos ecologista... Bom, sentimos mais que o mundo está
palácios românticos fora da cidade, e dando origem a num equilíbrio precário... O aquecimento global
hotéis e a uma tradição de hotelaria. Em 1807, em passa a ser uma preocupação de cada dia. Numa
plena guerra contra Napoleão, os britânicos ilha, a pegada ecológica faz-se sentir muito. Se um
proclamaram a Madeira como território britânico, mas dia fossem ilhéus, as pessoas perceberiam isso. Bom,
em 1808 foi assinado um tratado de restituição. mas eu não quero falar nisso.
[6] A Madeira conheceu uma época de intenso Haja o que houver, esta é uma ilha mágica,
desenvolvimento depois de 1910, sobretudo assente maravilhosa, e é um privilégio viver aqui. E isso é que
no Turismo. O Porto do Funchal continuou a ser um importa, não é?
importante porto comercial, mas também passou a
Ex. 8, p. 185: 1. A1, B3, C2, D5, E4; 2. A4, B5, C1, D2, E3.
receber cruzeiros. Em 1976, a Madeira tornou-se uma
Região Autónoma, com o Funchal como sua capital, Ex. 9, p. 185
onde têm lugar o Parlamento e o Governo Regionais. M A I F U N C H O A S K R O S U k
Ex. 3, p. 182 S A S S F F E O G H G A E F A F Ç
1. André Machico. 2. No Porto (é “tripeiro). 3. “As pessoas B E D I O I S F F G E A S A S L E
são próximas, simpáticas, familiares, amistosas”. 4. “As X I O E A N E F A F R T S A F C J
mudanças aqui levam mais tempo”. 5. Sobre o Ambiente. F F G H I A E F T F R F G H A R H
6. É um privilégio viver na cidade, embora viver numa I O S F R R R S R G S A T A F U U
ilha seja um ritmo mais lento, e aqui se possa sentir mais P D A R W R A R R G F S O E Z Z G
o impacto das alterações climáticas. 7. Defender com O F F E F T G R A A F A R S W E F
unhas e dentes; não atar nem desatar; fazer falta. N E S F E R W S S B O Ç R S A I V
C S A S F R V I N H O A R A W R T
Transcrição Faixa 55 H O M P E D R O A F L A S A N O W
O meu nome? André Machico, muito prazer... Se A S F A E I O Y W A S S A S S S S

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