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de 10 paísesGɞ GR1DSɞ
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Catarratto
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Borgonha 0DSɞGR
Rhône
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Dilema
9LQKDVTXH Arte e
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ID]HPYLQKRV Bodega
PHOKRUHV" Oceánica

Pauillac
Os ícones do
coração do Médoc
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Editorial

Transmissor
O mundo do vinho tem, sim, um Essa consciência de que o tempo pode
tempo diferente. Compreender esse ter uma outra dimensão ao redor do
tempo é fundamental e, muitas vezes, vinho também está presente no perfil
libertador. No vinho, mesmo que o agora da icônica Harlan Estate, no Napa,
continue sendo instante efêmero, ele em que Bill Harlan admite que visitar
pode se tornar um momento estendido, produtores históricos de Bordeaux e
pois as sensações evocam memórias. Borgonha “deu-me uma noção diferente
O vinho é como um arquétipo que do tempo” ao perceber que “a necessidade
(WLHQQH$UQDXG'RS̗ congrega, na imagem de uma bebida, de criar uma família e de estabelecer
13ɞJHUD§£RGɞIDP­OLɞQRV
toda uma tomada de consciência. valores e uma cultura é ainda mais
QHJ³FLRVGRYLQKR
Cada garrafa é um elo com o importante do que a terra e o negócio”.
passado, o presente e até mesmo o Enfim, o vinho é um transmissor,
futuro. Quando degustamos um vinho, nos mais variados sentidos. Não importa
estamos também conectando-nos a onde, seja na Alsácia, seja no Napa, seja
toda uma história de produção, às mãos em Pauillac, base de alguns dos principais
que cultivaram as uvas, às condições ícones do Médoc, tema da nossa capa,
climáticas e geográficas daquela ele tem a capacidade de revelar os
safra em particular, a quem partilha a segredos da terra e do homem. Podemos
bebida conosco etc. Uma experiência acompanhar ou não o seu ritmo, mas
sensorial que transcende o tempo. nosso convite é sempre para que sim,
A conversa que tivemos com desfrutemos desse harmonioso compasso
Etienne-Arnaud Dopff nesta edição que rege a vida ao redor do vinho.
deixa isso mais claro. São 13 gerações
de uma família trabalhando com vinho. Saúde,
Séculos de sabedoria transmitida.
“Somos transmissores”, ele resume bem. Christian Burgos e Arnaldo Grizzo

Luiz Gastão Bolonhez

COLABORADORES CIRCULAÇÃO
Textos: André Mendes, Christiane Miguez, Dado Lancellotti e Silvia R.Scola Marketing Editorial
Mascella Rosa
ASSINATURAS
MARKETING assinaturas@innereditora.com.br
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DIREÇÃO +55 (11) 3876-8200
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REPRESENTANTES COMERCIAIS Machado Rodante Advocacia - www.machadorodante.com.br
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REDAÇÃO
EDITOR Renato Scolamieri - renato@rscola.com.br IMPRESSÃO
Sônia Machado - sonia@vistamontes.com.br Grass Indústria GráƁca
Arnaldo Grizzo - a.grizzo@revistaadega.com.br

DIRETOR DE ARTE INTERNATIONAL SALES

Estados Unidos Revista ADEGA é uma publicação mensal da INNER Editora Ltda.
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A Inner Editora não se responsabiliza por opiniões, ideias e concei-
AUXILIAR DE ARTE
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FINANCEIRO tos emitidos nos textos publicados e assinados na revista ADEGA,
ƁQDQFHLUR#LQQHUHGLWRUDFRPEU por serem de inteira responsabilidade de seu(s) autor(es).
EDITOR DE VINHO
Eduardo Milan - eduardo.milan@revistaadega.com.br www.revistaadega.com.br
EDITOR CONTRIBUINTE
Sumário
98 92
Great Estates
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$DUWHGɞXUXJXDLɞ +DUODQXP­FRQHGR
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GR&U©PDQWGƦ$OVDFH

88
Curiosidades

103 56 $KLVW³ULFɞUHYROWɞ

Cave
70 DOC
3DXLOODFRFRUD§£RGRV
GRVYLQKDWHLURV
Gɞ%RUJRQKɞ

Harmonização YLQKRVGH%RUGHDX[
8PɞVHOH§£RGHYLQKRV
DYDOLDGRVSHOɞQRVVɞHTXLSH 9LQKRVSDUɞSUDWRV
W­SLFRVGɞFXOLQ¡ULɞ
VXODPHULFDQɞ

e mais...

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Safras ESCOL A DO
VINHO

Como um leitor apaixonado pela história e pela

evolução dos vinhos ao longo do tempo, achei o artigo
ES
AS MELHOR
sobre as safras particularmente fascinante. A tabela DO MILÊNIO das principais
regiões
os melhores anos de safras
Saiba quais foram

de safras apresentada na revista é uma ferramenta

ler uma tabela
mundo e como
vitivinícolas do
e Eduardo Milan
por Arnaldo Grizzo

valiosa. Compreender como as safras variam de ano ASSIM COMO NÃO É

simples
também não
no amadurecime
e na qualidade
nto das uvas
do vinho.
ões qualitativas
pontuar um vinho, Depois, avaliaç

para ano ajuda a tomar decisões mais informadas ao

criar uma tabela levam em
é tarefa fácil dos vinhos, que
de safras é equilíbrio e
de safras. A tabela consideração
gráƁca que ecimento,
uma representação potenc ial de envelh
de geral e as que vinhos de
resume a qualida vinho pois espera-se
das safras de tes envelheçam
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selecionar vinhos para desfrutar ou investir. Em suma,

inada região olvam sabores
para uma determ bem e desenv
de de uva longo do tempo.
vinícola ou varieda um complexos ao
Ela fornece as tabelas de safra
durante os anos. Sendo assim, na
cia rápida para ções valiosas
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compreendere porque pode
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a tabela de safras é uma ferramenta indispensável para

e as características uma ferrame
qualidade geral ser usada como
idos em s sobre quais
dos vinhos produz para tomar decisõe se
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diferentes anos. safras procura ou
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Para chegar estiver é
consideração Sendo assim,
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qualquer amante do vinho que deseja aprofundar sua

. Em primeir como interpre
diversos pontos importante saber
as condiç ões climáticas, informa ções.
lugar, as
diretamente
pois inƂuenciam

compreensão sobre a influência do clima e das condições

de cultivo na qualidade dos vinhos.
Gabriel Dias 1 | 5HYLVWɞADEGA
- Ed.220

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Table By Mel
@melmarqques Escrevendo Vinhos
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Marcelo Laurindo e Giovanni Gaja. Outro
@marcelolaurindo SRQWRTXHPHFKDPRXɞDWHQ§£R©RDSDQKDGR
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redacao@revistaadega.com.br
8 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 ADEGA
Responde
Tem rato
no meu vinho?
“Ouvi um sommelier dizer que provou um vinho com
aroma de rato? O que seria isso? Ele disse que é um
problema mais encontrado em vinhos naturais, está
certo?”, questiona o leitor Carlos Zumaldi
Apesar de alguns chamarem
esse defeito de “xixi de rato”,
Ɓque tranquilo, pois nenhum
roedor urinou no seu vinho.
Os americanos chamam de
“mousiness” ou “mouse taint”,
os franceses de “goût de souris”.
Essa característica, amplamente
considerada pelos produtores
de vinho como uma das mais
repulsivas, é resultado de uma
falha microbiológica causada por
leveduras deteriorantes, principalmente
dos gêneros Brettanomyces e Dekkera, e por
bactérias do ácido láctico, como Lactobacillus
hilgardii e Lactobacillus brevis.
O composto responsável pelo odor
característico é a 2-acetil-3,4,5,6-tetra-
hidropiridina, que é frequentemente descrita
como “gaiola de rato”, “urina de rato”,
“pipoca” ou “chips de milho”. Este composto
é gerado no vinho Ɓnalizado, já que
requer a presença de álcool para
sua formação, não ocorrendo antes
da fermentação. Por essa razão, é
comum encontrar o odor em vinhos
fortiƁcados com alto teor alcoólico.
Os fatores de risco para esse defeito
são vários, mas o maior é a produção de
vinho na ausência de sulƁtos adicionados.
Outros são pH elevado, leveduras selvagens
e potencialmente também o uso de cacho
inteiro. Devido ao aumento da viniƁcação
natural, há quem aponte que isso se tornou
10 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
um problema. Mas não há nenhuma
evidência experimental.
O odor de rato, na
verdade, apresenta um
desaƁo sensorial, pois é
difícil detectá-lo apenas pelo
aroma, tornando-se mais
evidente no paladar após a
degustação. Isso se deve à sua
forma não volátil na presença
do nível de acidez encontrado
no vinho, o que impede sua
detecção pelo olfato. No entanto, ao
entrar em contato com a saliva na boca
após a deglutição, a acidez residual do
vinho diminui, transformando o composto
em uma forma volátil e intensamente
persistente, resultando em um “sabor de
rato” mais pronunciado.
Além disso, é comum os degustadores
relatarem um amargor metálico associado a
esse defeito em vinhos tintos, devido
à produção do composto acroleína
pelos mesmos microrganismos.
Segundo especialistas, para
evitar a ocorrência desse defeito,
é fundamental manter níveis adequados
de dióxido de enxofre durante o processo
de viniƁcação, especialmente
durante a maturação em barricas
de madeira. Trabalhar em
HQYLHVXDVGºYLGDV
baixas temperaturas e pH é
SDUɞredacao@
importante, assim como limitar revistaadega.com.br
o oxigênio dissolvido.
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Autêntico, atrevido
e audacioso
Etienne-Arnaud Dopff conta a história de tradição
e inovação de sua família na Alsácia

por Arnaldo Grizzo e Eduardo Milan

A ALSÁCIA, REGIÃO DA FRANÇA O simpático Etienne-Arnaud Dopƀ

fronteiriça com a Alemanha, é muito
conhecida por seus vinhos brancos.
Mas e se dissermos que quase 30%
da produção da região é de vinhos
espumantes, os famosos Crémant
d’Alsace? Curioso, não? Mais curioso
ainda é saber que a família Dopƀ, que
chegou há Riquewihr há 450 anos, já
foi produtora de Champagne alsaciano.
Como assim?!
Pois é, na época, as denominações de
origem ainda não estavam estabelecidas
e Gustave-Julien Dopƀ, bisavô de
Etienne-Arnaud Dopƀ (o atual gestor do
domaine Dopƀ au Moulin), foi um dos
pioneiros na produção de espumantes
na região usando mosto de Champagne.
Desde então, os Dopƀ sempre foram
defensores desse estilo de vinho na
Alsácia e foi graças a Julien-Pierre,
avô de Etienne-Arnaud, que se criou
uma denominação de origem para os
Crémant.
tem orgulho de representar a 13ª geração
da família no negócio. Os primeiros a
trabalharem com vinho remontam a 1574.
Durante o século ;VII, Jean-Daniel Dopƀ,
Ɓlho de um pastor, estabeleceu-se em
Riquewihr como padeiro e estalajadeiro
na Taverna “Deer”. Seu Ɓlho, Balthazar-
Georges, tornou-se tanoeiro. Quatro
gerações se sucederam dessa forma até
que Jean Dopƀ, dois séculos depois, se
estabeleceu como “gourmet” (corretor
de vinhos). Por sua vez, seu Ɓlho Jean-
Gustave se concentrou na construção do
patrimônio da família e fundou a Maison
Dopƀ, que passou para Gustave-Julien, o
visionário bisavô de Etienne-Arnaud.
Nessa descontraída conversa
(realizada em 2023), Etienne-Arnaud
conta um pouco dessa incrível saga
dos Dopƀ que marcou a vitivinicultura
alsaciana e revela como uma empresa
familiar consegue se manter no mundo
atual. ConƁra.

12 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G

$KLVW³ULɞGɞVXɞIDP­OLɞ©EDVWDQWH
ORQJD©SRVV­YHOUHVXPLU>ULVRV@"
Comecei em Não será fácil porque sou a 13ª geração da
família Dopƀ, baseada em Riquewihr desde 1574.
1998. Meu Portanto, é uma longa história no negócio do
pai me deu as vinho. Meus ancestrais sempre tiveram algum
pequeno vinhedo para produzir vinho e fazer
chaves no dia parte do processo, também sendo fabricante de
barricas, sendo o que chamamos de gourmet,
1º de setembro. que signiƁca negociante que atesta a qualidade
“Esta é a chave do vinho que pode ser trocado e a que preço. E
então começaram a ter seu próprio patrimônio.
da sala de Acho que foi por volta de seis gerações antes
de mim que houve o verdadeiro início da
prensagem. É a propriedade, vendendo garrafas de vinho com o
sua vez”, disse. nosso nome. Meus antepassados sempre foram
visionários. Meu bisavô foi o primeiro realmente
E parou de interessado em espumantes. Ele viu como fazer
um dia para o Champagne na Exposição Universal de Paris em
1900. Tinha 17 anos e disse aos pais: “Quero fazer
outro isso”. Então foi para Champagne para aprender,
em Épernay, como fazer, como distribuir, como
vender. E então seus pais disseram: “Agora é
hora de voltar”, depois de dois anos. E ele disse:
“Ok, volto, mas apenas com uma condição:
de que possa fazer espumantes na Alsácia”.
E eles disseram que sim. Então, primeiro ele
começou a fazer Champagne, comprava mosto
14 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
em Champagne e fazia espumante na Alsácia.
Em nossa casa ainda é possível ver uma placa
com o nome Julien Dopƀ Companie, na época
baseada em Reichenweier. Reichenweier era o
nome alemão de Riquewihr, nossa cidade natal,
porque éramos alemães na época. E também
tínhamos escritório em Épernay, isso foi muito
engraçado no momento. E então, por volta de
1911, não era mais possível enviar mosto para
outra região vinícola; foi o início da proteção das
denominações.
2TXHIH]ɞSDUWLUGD­"
Meu avô pensou: “na Alsácia posso ter um
terroir semelhante, um clima semelhante,
talvez algumas variedades de uvas semelhantes.
Vamos tentar”. Então ele tentou da Sylvaner à
Gewürztraminer, porque temos sete variedades
de uva na Alsácia, e cometeu alguns erros,
com certeza. Sylvaner foi muito difícil.
Gewürztraminer era muito frutado. Mas toda a
família Pinot era realmente perfeita para o que
estava procurando. Ele estava buscando algo
realmente seco e neutro para fazer o espumante
perfeito. Então usou Pinot Blanc, Auxerrois,
Pinot Noir, até Chardonnay, que faz parte da
família Pinot. Ele começou com isso e foi fazendo
um espumante clássico há décadas. Mas então
morreu em 1972, e meu avô, Julien-Pierre Dopƀ,
continuou a história, criando a denominação
Crémant d’Alsace em 1976. Portanto, houve
esta batalha para chegar a uma denominação
e o Crémant d’Alsace está indo cada vez mais
longe todos os anos. Estamos agora perto de 40
milhões de garrafas na Alsácia – saindo de quase
zero há quase 45 anos.
‰XPJUDQGHYROXPHQ£R"
40 milhões é quase 30% de toda a produção da
Alsácia. Portanto, agora temos de encontrar o
equilíbrio. Acho que chegamos à maturidade.
Se você for mais longe, será um problema para
o negócio do vinho tranquilo. Então temos
que continuar valorizando, mostrando que há
qualidade. Sempre foi nosso credo trabalhar
essa qualidade, com o tempo sobre as borras
muito longo, no mínimo dois anos (sendo o
regulamento de um ano), só usamos o primeiro
suco de prensagem para as cuvées porque,
para nós, é o mais importante, com a melhor
acidez, com os melhores componentes para
ter essa riqueza e bolhas Ɓnas. E agora temos
dez Crémant diferentes na propriedade, o que

é bastante. Mas assim todo mundo pode achar o
que prefere. E até para nós é interessante porque
podemos ter um para segunda-feira, um para
terça-feira, um para quarta-feira, e um para
mais para o inverno ou para o verão. É muito
interessante.
(TXDOɞSRUFHQWDJHPHQWUHHVSXPDQWHH
YLQKRWUDQTXLORQɞHPSUHVD"
Estamos em torno de 45% de espumantes e 55%
de vinho tranquilo. É quase equilibrado desde que
começamos. Desde o grande desenvolvimento
do Crémant, eu diria que nos anos 90, chegamos
a essa proporção e agora há 30 anos estamos
em torno disso. Para nós é importante talvez
não ter mais, porque é muito estoque. É que os
nossos banqueiros não Ɓcam muito felizes >risos@,
mas tentamos dizer-lhes: quando querem fazer
qualidade, precisam disso, precisam de estoque.
Se quisermos dar emoções ao nosso cliente,
precisamos fazer isso.
4XDORWDPDQKRGɞSURSULHGDGH"
Temos 64 hectares de vinhedos agora, a segunda
maior vinha da Alsácia, e um terço é apenas
para espumante, na planície da Alsácia, perto de
Colmar, perfeito para Chardonnay. Temos mais
de 11 hectares de Chardonnay, e é muito raro na
Alsácia ter essa proporção, mas isso se deve à nossa
ƨ$JRUɞɞ$OV¡FLɞ
HQWHQGHXTXHWHP
vontade de desenvolver espumantes e temos XPWHUURLUPXLWRERP
orgulho de exportá-los até para o Brasil. Q£RV³YDULHGDGHVGH
XYD7DOYH]WHQKDPRV
TXHWUDEDOKDUQLVVR
&UHLRTXHIRLVHXDY´*XVWDYH PDVQ£R©I¡FLO
TXDQGRYRFªWHP
Gustave-Julien... temos um primeiro nome VHWHYDULHGDGHV
duplo há seis gerações. Seu pai era Jean-Gustave, GHXYɞHGHSRLV
VRORVGLIHUHQWHV6H
então você leva Gustave para a próxima. Gustave- PLVWXUDUWXGRDV
Julien. Meu avô era Julien-Pierre; meu pai, FRPELQD§µHVV£R
PXLWRJUDQGHVƩ
Pierre-Etienne; eu, Etienne-Arnaud. E nosso
primeiro Ɓlho é Arnaud-Hugo.
(Q̛PGL]VHTXHHOHLQYHQWRXɞJDUUDIɞ
IOXWHSDUɞɞ$OV¡FLD"
Foi meu bisavô. Ele era realmente visionário.
Estávamos vendendo vinho em barrica há muito
tempo, como todo mundo, e quando ele começou
a focar em espumantes, espumante é em garrafa.
E ele disse: “Por que não colocar também vinho
tranquilo em garrafa de vidro”. Todo mundo
disse que ele era completamente louco. Então,
para provar, ele fez um engarrafamento de
Riesling e metade das garrafas colocou em
um barco de Bremen, na Alemanha, para a
Austrália, e depois de volta para a Alsácia. E a
segunda parte Ɓcou na Alsácia. Depois, no Ɓnal,
ele fez a degustação das duas e todos viram que
a qualidade era a mesma. Isso foi por volta de
1910. Desta forma, provou que a garrafa não
é um problema para a conservação do vinho,
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 15

ƨ3RUTXHTXDQGR
FKHJDQ£R©XP pelo contrário. Depois disso, todo mundo estava
QHJ³FLRTXHYRFª engarrafando na Alsácia. E agora somos uma das
FULRX(QW£RYRFª
OLGɞFRPRTXH três denominações >as outras são Champagne e
HVWɟDOLRTXHIRL Rioja@ no mundo que têm de engarrafar na região
IHLWR(TXDQGR
YRFªTXHUGDUVXɞ vinícola obrigatoriamente. O vinho é obrigado a
GLUH§£R©FRPRR sair da Alsácia em garrafa de vidro.
7LWDQLF9RFªJLUɞ
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DFRQWHFHQGR1£R© 4XDOIRLɞVXɞWUDMHW³ULɞSDUɞDVVXPLU
FRPRXP)³UPXOɞƩ 'RS̗DX0RXOLQHP"
Foi um longo caminho. Quando eu era jovem,
meus pais e meus avós estavam sempre
mostrando a propriedade. “Então você vê onde
estamos trabalhando. É uma empresa familiar”.
Mas sem pressão. Isso foi muito importante para
mim. Percebi isso depois, de fato, pois eles me
deixaram chegar no meu caminho. Eu também
tenho uma irmã, mas ela não se envolveu.
Poderíamos ter trabalhado juntos, mas a vida é
assim. E primeiro comecei a cursar uma escola
de administração a 200 quilômetros da minha
casa – para conhecer outro lugar, não só a
Alsácia, com amigos. Mas dissemos que não era
tão internacional quanto queríamos. Então, no
meio do segundo ano, criamos uma associação
para promover alguns negócios em Quebec,
no Canadá. Tínhamos alguns contratos então
trabalhamos nisso, com pesquisas de mercado,
encontrando distribuidores. Tudo isso para dizer
que também era uma entrada para o mercado
dos Estados Unidos, porque você fala francês
16 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
e inglês no Canadá. Estávamos trabalhando
nisso de dia e à noite estávamos indo para a HEC
Montreal para fazer um certiƁcado de negócios
internacionais. Então, com todos os contratos
que tínhamos, pagamos o ano todo e não
custamos nada para nossos pais. Eles Ɓcaram
muito felizes.
4XDQGRYROWRX"
Logo em seguida voltei e falei: “Tenho o lado
gerencial, o lado comercial, mas preciso do
lado técnico também”. E então voltei e Ɓz um
BTS (Brevet de Technicien Supérieur, espécie
de treinamento proƁssionalizante) de enologia
e viticultura na Borgonha por dois anos. E
amei isso. Foi um período muito bom e tive a
oportunidade de fazer dois períodos de estágio
muito bons. Um em viticultura no Domaine des
Comtes Lafon com Dominique Lafon, e a parte
da viniƁcação com a colheita em Ch¢teauneuf-
du-Pape no Ch¢teau Mont-Redon, que eram
amigos da família, tive grandes momentos lá. E
foi uma revelação, de fato. E aí eu tive que fazer
meu “exército civil”. Isso foi muito interessante
porque você vê um outro lado da vida, em
que nem todo mundo está vivendo da mesma
forma, com certeza. Isso foi muito importante e
impactante para mim. E então comecei em 1998
na propriedade na sala de prensagem. Meu pai
me deu as chaves no dia 1º de setembro. “Esta é a
chave da sala de prensagem. É a sua vez”, disse. E
parou de um dia para o outro na colheita porque
disse que “há computadores, não é da minha
conta. Desfrute.”
(QW£RKDYLɞPXLWɞUHVSRQVDELOLGDGH
envolvida...
Foi muito difícil. Mas quando você é jovem,
chega, quer empurrar para a direita, para a
esquerda, para ter o seu lugar. E todo mundo
está testando você, todas as pessoas do negócio,
da propriedade da família. Foi muito difícil
para mim ter meu lugar, porque todo mundo
me conhecia desde criança. E você tem que ser
proƁssional e, ao mesmo tempo, não amigo, mas
quase, com alguns. Acho que levei dez anos para
estar realmente no lugar e saber o que podia
trazer. Porque quando você é jovem, quer mover
montanhas e assim por diante. E todo mundo
está dizendo: “Não, não, não, calma.” E você
continua e Ɓca frustrado. Com o tempo, entende.
“Ok, talvez me podaram um pouco demais, mas
eu queria talvez ir longe demais rápido demais”.
Então tenho que encontrar o equilíbrio. E agora
é a idade, você tem experiência, sabe para
onde quer ir, sabe que toque quer deixar na sua
passagem. Porque nós somos transmissores.
Transmitimos de uma geração para outra. E este
é o nosso principal objetivo: dar a propriedade
em melhor forma para a próxima geração.
Esse é o nosso dever. E quando você está em
uma empresa familiar, sempre digo que é um
presente, mas também é um fardo.
&RPR©HVVɞUHOD§£R"
Porque quando chega, não é um negócio que
você criou. Então você lida com o que está ali, o
que foi feito. E quando você quer dar sua direção,
é como o Titanic. Você gira o leme e nada está
acontecendo. Não é como um Fórmula 1. Acho
que depois de dez anos e talvez até mais, 15, 20, a
equipe é realmente a que você queria, depois de
aposentadorias e mudanças de pessoas. E você
pode realmente começar a estratégia que quiser,
mas tem um tempo encurtado para chegar ao seu
objetivo.
(RTXHYRFªTXHUGHL[DUFRPRɞVXɞ
FRQWULEXL§£R"
Minha contribuição é continuar a ser um bastião
de qualidade na Alsácia. Sabemos que tudo está
mudando muito rapidamente. E, nos negócios
familiares, vimos muitos desaparecendo. O
que queremos fazer neste mundo, que é um
pouco diferente de há 30 anos, é manter-nos
independentes, mantermo-nos totalmente
integrados porque somos talvez uma das únicas
empresas na Alsácia a fazer desde os vinhos
clássicos ao vinho Grand Cru, dos vinhos de
colheita tardia e botrytizados, até espumantes,
tintos, rosés, brancos, secos. E fazemos toda a
paleta que se pode encontrar para se manter
tão independente e integrado. Tudo é feito na
propriedade com as pessoas da propriedade.
Então, signiƁca que nos custa mais com certeza,
mas somos totalmente mestres da qualidade que
fazemos. E somos Ƃexíveis e também reativos. E
disso se faz a nossa arte, a nossa ƁlosoƁa, em três
palavras: autêntico, atrevido e audacioso.
4XDORFDPLQKR"
Temos que continuar vendo onde podemos ir
na viniƁcação no nosso terroir. Agora a Alsácia
entendeu que tem um terroir muito bom, não
só variedades de uva. Talvez tenhamos que
trabalhar nisso, mas não é fácil quando você
tem sete variedades de uva e depois 13 solos
diferentes. Se misturar tudo, as combinações
são muito grandes. E, para mim, o que é um
pouco estranho no momento, é que temos toda
essa diversidade, mas indo longe demais na
diversidade, faz-se apenas micro-cuvées. E com Orgânico,
o micro-cuvées você não pode ser conhecido em
todo o mundo. Se todo mundo quiser a mesma
para mim,
micro-cuvée não será possível. Então você tem é muito
que encontrar o equilíbrio entre uma cuvée
muito preciosa, que pode fazer em pequenos
importante
volumes, e talvez um volume maior, mas com porque você
algo muito interessante e fácil de beber, para
fazer as pessoas chegarem ao vinho e descobrir prepara
a Alsácia, a nossa propriedade. Isto é muito
importante e é o que queremos dar também à
melhor o
próxima geração, porque começamos aquilo vinhedo, os
que chamamos na França de responsabilidade
social da empresa. Nosso principal credo é estoques de
cultivar o futuro. Portanto, temos agora de pensar videira, para
no amanhã. E para isso também iniciamos a
conversão org¢nica na propriedade, com 64 reagir à falta
hectares. Queríamos começar há 10, 15 anos, mas
acho que teria sido muito cedo porque quando
de água, a
você decide passar para org¢nico, pode ser uma doenças etc.
decisão fácil, mas se seus funcionários não
estiverem preparados ou forem contra, será um
desastre, porque dirão que será um desastre e
farão de tudo para que seja.
(DVTXHVWµHVFOLP¡WLFDV"
Na Alsácia, as últimas dez safras foram colhidas
sete vezes em agosto. Quando comecei, era
por volta do dia 10 ou 15 de setembro para
o espumante. Agora é de 25 a 30 de agosto.
Então há entre 2 a 3 semanas de diferença. E o
problema que podemos ter é que cada vez mais
as castas estão amadurecendo ao mesmo tempo.
Antes tínhamos tempo para colher. Agora está
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 17

Porque nós somos transmissores.
Transmitimos de uma geração
para outra. E este é o nosso
principal objetivo: dar a
propriedade em melhor forma
para a próxima geração
muito concentrado e precisamos ser reativos.
Na propriedade, toda a colheita é 100% manual.
Fazemos tudo à mão, sem máquina. Então, é
cada vez mais difícil encontrar pessoas para
colher no Ɓnal de agosto.
7DPE©PKɟɞTXHVW£RGɞFDSDFLGDGHGɞ
YLQ­FROD"
Isso podemos administrar, porque quando
cheguei, estávamos produzindo 3 milhões de
garrafas na propriedade. Agora produzimos 1,3
milhão Quando cheguei, era o momento em que
estávamos crescendo, crescendo e crescendo.
E estávamos chegando a um momento que
tínhamos que fazer uma escolha. Ir para 4, 5, 6
milhões de garrafas ou reduzir. E decidi reduzir
porque estava trabalhando em alguns mercados
fora da Europa e perguntava: “Você se importa
com o produto?” Estavam dizendo que não.
Então tive que reprogramar tudo na propriedade
e reduzir. Sabemos que temos capacidade para
ir além, mas não sei se quero. Quero continuar
assim e ter orgulho de todas as garrafas que estão
saindo da propriedade. E todas as garrafas que
estão saindo da propriedade estão com o rótulo
Dopƀ. Não temos outras marcas. Por isso é difícil
permanecer independente e ter orgulho do que
faz. E sim, precisamos ter um certo padrão. É
nossa obrigação, acho que devemos dar emoções
para os clientes. É isso que queremos.
4XDQWDVSHVVRDVWUDEDOKDPQɞHPSUHVD"
Somos 42 pessoas na propriedade. Desde o
vinhedo até à equipe de vendas. E estamos muito
orgulhosos dessa equipe. Minha esposa Marlène
chegou à propriedade há seis anos e estamos
fazendo um trabalho muito bom juntos, porque
agora entendemos que todos temos algo para
18 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
tocar. Então, por exemplo, responsabilidade
social minha esposa está acompanhando.
Estou a tocar mais a parte comercial, também
o vinhedo e a vinícola, ou as coisas técnicas da
minha formação. Acho que estamos crescendo
para sermos mais sábios e estarmos prontos
para os próximos desaƁos, como as alterações
climáticas etc. Está se pensando em talvez testar
novas variedades de uva na Alsácia...
2TXHYRFªDFKɞGLVVR"
Acho que seria uma coisa boa saber que algumas
das variedades de uva que temos não estão na
moda no momento. A gente tem que pensar
nisso, mas tem que ter cuidado também para
não ter as castas que todo mundo tem. Temos
de ter cuidado com isso, senão seremos como
todos, no mesmo nível. Temos de encontrar
a nossa identidade. E o interessante é que
estávamos sempre falando das encostas voltadas
para o sudeste, que são as melhores. Mas agora
estamos pensando que as encostas ao norte não
são tão ruins. Sim, então é uma mudança total
de mentalidade e temos que estar prontos. E
estávamos falando de org¢nico antes. Org¢nico,
para mim, é muito importante porque você
prepara melhor o vinhedo, os estoques de
videira, para reagir à falta de água, a doenças etc.
Você decide que seu estoque de videira tem que
se defender de tudo, sem remédios.
&RPRYRFªHVWɟSUHSDUDQGRɞSU³[LPɞ
JHUD§£R"
Temos dois Ɓlhos, Arnaud-Hugo e Baptiste, com
quase 20 e 17 anos. E não estamos pressionando
também. Nosso Ɓlho mais velho está fazendo
aulas de contabilidade. Ele quer ser contador;
você sempre precisa de um bom contador, então
nunca sabemos. E o segundo está interessado
em ser enólogo. Mas ele tem 16 anos. Vamos
ver, sem pressão, mas sim, ambos têm um nariz
muito bom, até melhores do que nós às vezes.
Por isso, temos de ter cuidado, temos de treinar.
Treinamos para não sermos os últimos quando
estamos neste jogo. Se os dois quiserem trabalhar
juntos, se apenas um quiser vir ou se nenhum
quiser (seria uma pena, porque depois da 13ª
geração parar seria muito difícil), queremos que
eles sejam felizes. Então, se pelo menos um fosse
feliz estando na propriedade, seríamos mais
felizes.
 Vinhos avaliados
AD DOPFF AU MOULIN
92 &89‰((8523(
5,(6/,1*̬̪̬̪
'RS̗DX0RXOLQ$OV¡FLD)UDQ§ɞ
0LVWUDO5 %UDQFRHODERUDGR
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JUDQGHVWRQ©LVRQGH©PDQWLGRHP
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FUHPRVɞH̛QDOSHUVLVWHQWHFRPWRTXHV
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AD DOPFF AU MOULIN
92 &89‰(-8/,(1%587
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FUHPRVɞH̛QDOSHUVLVWHQWHFRP
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AD DOPFF AU MOULIN
91 3,127%/$1&̬̪̬̪
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AD DOPFF AU MOULIN
92 3,127*5,6̬̪̬̪
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AD DOPFF AU MOULIN
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*5$1'&585,(6/,1*
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5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 19
 Mundovino (9(1726'2081'2'29,1+2

O papa do vinho
(PHQFRQWURFRPSURGXWRUHVLWDOLDQRVR3DSɞ)UDQFLVFRD̛UPRXTXH
ƨRYLQKR©SDUɞWRGRVQ£RDSHQDVSDUɞRVTXHWªPPDLVRSRUWXQLGDGHVƩ

Essa somatória só poderia cuidado com o meio ambiente, Ressaltando para os presentes
resultar em taça cheia: um papa com o trabalho e com o consumo que o grande número de empresas
nascido na Argentina, cumprindo saudável, mostrando respeito em envolvidas na produção do vinho na
seu apostolado na Itália e todos os aspectos da produção e Itália é fonte de grande impacto na
recebendo mais de 100 vinhateiros comercialização. economia, na cultura e na geração
numa audiência especial no Palácio Durante a palestra, várias vezes de empregos, o Papa aƁrmou que “O
Apostólico no Vaticano, é conta o Papa mencionou a import¢ncia da Criador nos conƁou tudo isso, à nossa
para garrafa double magnum, no ética e do meio ambiente, fazendo sensibilidade e à nossa honestidade,
mínimo. referência a uma de suas encíclicas, para que possamos transformar as
O encontro recebeu o nome ‘Laudato Si’ - Sobre o Cuidado uvas - como está nas Escrituras - em
de “The Economy of St.Francis de Nossa Casa em Comum: “Na uma verdadeira fonte de alegria para
and the World of Italian Wine” verdade, o cuidado genuíno com o coração do Homem e de todos os
(A Economia de São Francisco nossas vidas, com a nossa relação homens, não apenas para aqueles
e o Mundo do Vinho Italiano) e com a natureza é inseparável com maiores oportunidades”.
aconteceu no Vaticano, organizado da fraternidade, da justiça e da Francisco ainda recebeu de presente
pela Vinitaly (empresa que realiza a Ɓdelidade ao próximo”, declarou uma garrafa de Barolo de seu ano de
maior feira italiana para o trade). Francisco. nascimento, 1936.
Logo no começo do evento
o Papa Francisco disse aos mais
de cem convidados que “o vinho,
a terra, as habilidades agrícolas
e o espírito empreendedor são
presentes de Deus”. A escolha de
abordar o trabalho de São Francisco
de Assis foi motivada pelo caráter
de respeito à terra, a todos os seres
e à promoção da paz e da justiça tão
praticadas pelo santo.
O Papa ressaltou que era muito
bom que os presentes estivem
reƂetindo juntos nos aspectos
éticos e nas responsabilidades
morais que envolvem a produção
do vinho. Ele aƁrmou que estava
satisfeito que a inspiração viesse
de Francisco de Assis, para o

20 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 Cadê as garrafas?
Inventário na adega do famoso restaurante La Tour d’Argent
revelou sumiço de quase 8 milhões de reais em vinhos

Aos 422 anos de idade, é de se
imaginar que pouca coisa possa
acontecer de surpreendente em um
consagrado restaurante parisiense.
Mas da mesma forma que o
restaurante em questão serviu de
inspiração para o desenho animado
Ratatouille, algumas vezes a realidade
é mais estranha que a Ɓcção.
O ícone parisiense La Tour
d’Argent, há centenas de anos
instalado na margem do rio Sena,
conduziu recentemente um inventário
em sua adega (coisa que não era feita
desde janeiro de 2020) e revelou o
desaparecimento de 83 garrafas muito
especiais cujo valor chega a quase 8
milhões de reais.
Obviamente a polícia foi chamada
e uma investigação foi aberta no
Terceiro Distrito de Polícia Judicial
de Paris, no entanto, não há nenhum
sinal de arrombamento no local
e o roubo pode ter acontecido em
qualquer momento dos últimos é trazido à mesa num carrinho de
quatro anos, até em várias subtrações chá. Em suas páginas estão todos
sequenciais e discretas. os grandes vinhos franceses e, mais
De acordo com um dos ainda, safras raras até de séculos
sommeliers do local, que não quis passados, não mais encontradas
se identiƁcar, a adega é muito bem em qualquer outro lugar. Durante
guardada e abriga mais de 300 mil a ocupação nazista, na década de
garrafas, com valor estimado em 1940, o então proprietário conseguiu
mais de 150 milhões de reais. Entre os esconder boa parte das garrafas antes
vinhos que desapareceram, segundo que os soldados tomassem o local.
o sommelier, estão ícones como os
do Domaine de la Romanée-Conti e
outros Grand Cru.
Uma garrafa de Romanée-Conti $'(*$MɟIH]XPSHƯOVREUH
no La Tour d’Argent custa 16.500 HVVHUHVWDXUDQWHP­WLFRHVXɞ
LPSUHVVLRQDQWHDGHJDDFHVVH
euros (pouco mais de 88 mil reais)
e elas são todas numeradas, assim
a polícia espera que, se algum dos
vinhos aparecer no mercado paralelo,
há alguma chance de saber quem foi o
autor do roubo.
O restaurante La Tour d’Argent
tem uma estrela Michelin e sua carta
de vinhos é um livro tão pesado que

22 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
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Latinha na Austrália
(PEDODJHPGHYLQKRHPODWɞ©ɞPHQRV
ƨSUHIHULGDƩSHORVFRQVXPLGRUHVDXVWUDOLDQRV
Um estudo realizado pelo
Ehrenberg-Bass Institute para a
Wolf Blass Foundation, com 1200
australianos, classiƁcou as escolhas
preferidas dos consumidores para
embalagens de vinho. Descobriu-se
que, depois das garrafas de vidro, os
consumidores preferiam vinhos em
barrica e garrafas de plástico antes
das latas, que eram a última opção
na hierarquia, sendo associadas “a
ocasiões especíƁcas, como consumir
ao ar livre”, segundo a pesquisa.
O estudo também destacou que
as garrafas de vidro convencionais
eram a maior fonte de emissões de
carbono da indústria do vinho, com
a fabricação de uma única garrafa
gerando 1,25 kg de dióxido de carbono.
No total, a produção e transporte
de garrafas de vidro representam
mais de dois terços das emissões
totais de carbono da indústria do
vinho, sendo que algumas das
opções menos preferidas pelos
consumidores, na verdade, entregam
os melhores resultados em termos de
sustentabilidade.
O estudo descobriu que
embalagens alternativas, como bag-
in-box e latas de alumínio, além de
novos formatos, como garrafas de
plástico planas, estavam entrando no
mercado e podiam ser até 51% mais
eƁcientes em termos de carbono do
que o vidro.
O pesquisador Jakob Mesidis
disse que pesquisas anteriores sobre
embalagens de vinho haviam se
concentrado nas preferências de
rótulos e fechamentos, mas pouca
atenção havia sido dada ao formato
da embalagem. Ele disse que os
consumidores australianos resistiam
a adotar opções mais amigáveis ao
meio ambiente.
24 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
O estudo também descobriu que
a embalagem era a maior inƂuência
nas escolhas dos consumidores,
sendo o preço o segundo fator mais
importante, e a sustentabilidade e a
marca sendo dependentes da idade
em termos de prioridades.
Formatos alternativos de vinho
também eram geralmente comprados
com mais frequência por pessoas mais
jovens. Os consumidores eram mais
propensos a escolher embalagens
alternativas de vinho quando o preço
estava na faixa média a baixa e se
vinha de uma marca conhecida e
prestigiada.
Mesidis disse: “Se a missão
de uma vinícola menor e menos
conhecida é expandir sua marca
o máximo possível, depender
exclusivamente de vinhos embalados
de forma alternativa não é o caminho
a seguir. A maioria dos australianos
- por enquanto - ainda vai optar
por uma garrafa de vidro quando
estiverem nas lojas.”
“Marcas maiores e mais
prestigiadas provavelmente terão
mais sucesso com vinhos embalados
de forma alternativa. Em última
análise, esta pesquisa fornece aos
proƁssionais de marketing de vinho
uma base para suas estratégias de
embalagem de
baixo carbono, em
vez de navegar às
cegas por esta área
relativamente nova.
A pesquisa nesse
espaço ainda é jovem
e há um trabalho
empolgante a ser
feito para entender
melhor essa parte
Ƃorescente da
indústria do vinho.”
5HIHUªQFLɞ
Pioneira na enologia espanhola
e referência mundial, a enóloga
Maria Isabel Mijares faleceu
A enóloga Maria Isabel Mijares Garcia-
Pelayo, que faleceu em Madrid (Espanha)
recentemente. O pioneirismo e o trabalho
incansável, além do sorriso fácil e olhar
esperto, foram apenas algumas das marcas
que a espanhola, nascida em Mérida em
1942 estabeleceu em sua longa trajetória no
mundo do vinho.
Ela estudou química em 1959 e
prosseguiu os estudos no Instituto de
Enologia da Universidade de Bordeaux.
Já formada foi colaboradora de pesquisa
do nome mais importante da enologia
moderna, Émile Peynaud. De volta à
Espanha, foi a primeira mulher a dirigir
uma vinícola, em Villafranca del Bierzo e
também a primeira a presidir um Conselho
Regulador, o de Valdepeñas (entre 1982 e
1987) e a primeira expert em viticultura na
Real Academia Espanhola de Gastronomia.
Ela era proprietária de um laboratório de
análises enológicas e criou a equipe TEAM,
que produz um guia de vinhos espanhóis.
Em todos esses lugares Maria Isabel
foi se dando conta de que ser mulher no
mundo do vinho tinha outros desaƁos além
dos naturais de qualquer trabalho técnico
e de gestão. Ela também percebeu que a
linguagem com a qual os experts em vinho
se dirigiam aos consumidores era falha,
pomposa e não agregadora. A partir dessas
percepções, ela orientou seu trabalho e
suas ações em favor de um igualitarismo no
mundo do vinho, derrubando sempre que
podia o conceito de ‘vinho para mulher’.
Ele foi uma das fundadoras da associação
franco-espanhola ‘Femmes Avenir” (Futuro
das Mulheres).
Maria Isabel tem uma coleção de
prêmios ganhos na Espanha e no mundo.
No documentário espanhol “Oído? Ellas,
la voz de la gastronomia”, de Sara Cucala,
ela aƁrma: “A videira é como uma mulher.
Nasce, Ƃoresce, chora quando é podada,
dá frutos e Ɓca satisfeita por eles. É
enormemente sofrida e se adapta ao meio
ambiente. Pois a mulher é isso no mundo,
na sociedade e no papel que escolheu
exercer”.
É TEMPO DE SE
DEIXAR INSPIRAR.
Com origem no Alentejo, Portugal, os nossos azeites são a expressão da sua terra

Cada azeite tem as suas características e ocasiões. Basta deixar-se inspirar!

 Quem vai escolher o seu vinho?
&LHQWLVWDVDFKDPTXHLQWHOLJªQFLɞDUWL̛FLDOSRGH
DMXGDUYRFªɞHVFROKHUXPQRYRYLQKRIDYRULWR
Uma nova ferramenta baseada
em inteligência artiƁcial, que inclui
a contribuição de cientistas, oferece
recomendações de vinho com base nos
gostos pessoais e nos orçamentos dos
consumidores. O “mapa de sabores”
digital visa orientar os consumidores em
direção a garrafas que eles naturalmente
prefeririam e aƁrma “democratizar” o
processo de seleção de vinhos. Em vez
de buscar a ajuda de um sommelier
ou de um especialista em vinhos, a
ferramenta tem como objetivo oferecer
uma “maneira acessível e acessível para
os indivíduos descobrirem vinhos”.
Foi criado por cientistas
dinamarqueses, com pesquisas
apresentadas em agosto do ano passado
antes da criação do aplicativo. As
informações são provenientes de um
grande conjunto de dados multimodal
de vinhos e são baseadas na relação
entre percepção visual, linguagem e
sabor. Ele inclui 897.000 imagens de
rótulos de vinho, 824.000 avaliações de
vinhos da plataforma Vivino e 350.000
26 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
safras, anotadas com ano, região,
classiƁcação, teor alcoólico, preço e
composição da uva.
Os cientistas escreveram em
sua introdução à pesquisa: “Nossa
motivação é dupla. Por um lado, fotos
da internet e avaliações de usuários
são uma fonte escalável de dados,
oferecendo insights abundantes,
diversos e facilmente acessíveis sobre as
qualidades dos vinhos. Por outro lado,
as anotações de sabor humano, embora
não tão escaláveis, fornecem uma
compreensão mais direta e granular do
perƁl de sabor dos vinhos. Ao combinar
esses recursos, pretendemos capturar
o melhor dos dois mundos, resultando
em um conjunto de dados mais rico e
intrincado.”
Os cientistas da Technical
University of Denmark, California
Institute of Technology e University of
Copenhagen obtiveram anotações de
sabor detalhadas em um subconjunto,
conduzindo um experimento de
degustação de vinhos com 256
participantes que foram solicitados a
classiƁcar os vinhos com base em sua
semelhança de sabor. A equipe usou os
dados para segregar os vinhos em grupos
de sabores semelhantes. Esses dados
foram então alimentados a um algoritmo
para criar um mapa abrangente de perƁs
de sabor para vinhos tintos, brancos e
rosés, que “se alinha com a intrincada
percepção humana de sabor”.
Usando os dados do Vivino e seu
“mapa de sabores” de IA, o sistema
identiƁca outras garrafas próximas no
mapa, que são semelhantes em sabor,
antes de sugerir como opções possíveis.
Após a criação do “mapa de sabores”,
os cientistas estão investigando mais a
fundo para ver se a ferramenta pode ser
aplicada a outros tópicos, como cerveja
ou café. Os pesquisadores aƁrmam que
o desenvolvimento “representa um
avanço signiƁcativo na interseção entre
tecnologia e gastronomia, e poderia
potencialmente alterar o cenário da
escolha do consumidor em vários
setores”.
 2 0 2 4

Você en con t ra n a

96 97 95
2 0 2 4
PUNTOS

2 0 2 4
99
PUNTOS 2 0 2 4
PUNTOS
2024
PUNTOS

R A N K I N G R A N K I N G

MEJORES MEJORES

VIÑA
R A N K I N G
CACHAPOAL
ENTRE MEJORES CARIÑENA
2 0 2 4
CORDILLERAS
2 0 2 4
DEL AÑO TINTOS
2 0 2 4 2 0 2 4

R A N K I N G

MEJOR MEJORES
TINTO
MAIPO ENTRE
CORDILLERAS
2 0 2 4 2 0 2 4

MEJOR MEJOR
CABERNET
CARMÉNÈRE
SAUVIGNON
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 Alerta em Cava
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Viticultores, donos de vinícolas e 1.500 metros cúbicos de água por O documento, enviado pelos
proƁssionais relacionados ao mundo hectare, para que seja possível manter a vinhateiros para o Conselho da
do vinho na Espanha estão se unindo viabilidade econômica da região. Catalunha, solicita uma resposta e ações
para solicitar ajuda ao Conselho de Ação Enquanto isso, empresas gigantes, imediatas, entre elas a adaptação de
Climática, Alimentação e Agenda Rural como a Freixenet, Codorniú e Jaume plantas industriais de dessalinização,
da região da Catalunha, para que sejam Serra, da D.O. Cava, pensam em pedir a transformação de água de reuso em
tomadas ações imediatas em relação uma permissão especial para o conselho água adequada para utilização no
à grave seca que atinge a região de regulador da Denominação, para que cultivo e outras fontes possíveis de
Penedès. A região entrou em restrição possam engarrafar uma parte de seus obtenção de água. A região de Penedès,
hídrica governamental no começo de espumantes sem o selo da D.O. (o que a mais afetada da Catalunha, possui
fevereiro, num plano de emergência não é permitido no momento) pois mais de 4.500 viticultores, 4 mil pessoas
que atinge 202 municípios e restringe precisarão comprar uvas de outras que trabalham em vinícolas e mais
a utilização de água em residências, regiões para garantir a continuidade de os empregos indiretos gerados pela
empresas, comércios e atividades alguns de seus vinhos. indústria vitivinícola.
agrícolas.
Em entrevista ao site do guia
espanhol Peñin, o proprietário da
vinícola Albet i Noia, José María Albet
i Noia, aƁrmou que os viticultores de
Penedès estão aterrorizados, pois não
têm certeza de que o meio de vida que
sustenta suas famílias há gerações
sobreviverá pelos próximos anos: “As
videiras estão morrendo de sede como
nunca vimos. A perda já alcança 30%
dos vinhedos da região e esse número
pode aumentar”, disse José María.
A estimativa atual é de que a
colheita (que ocorrerá no segundo
semestre de 2024) deve ser entre
50 e 70% menor, uma vez que foi
necessário podar as plantas deixando
apenas uma gema, técnica utilizada
em situação de grande escassez
hídrica, para tentar preservar a videira
e, talvez, salvar a safra de 2026, uma
vez que a de 2025 já está parcialmente
comprometida também.
O que os produtores buscam
das autoridades é um plano de
infraestrutura hídrica, que permita
incorporar a irrigação de apoio aos
vinhedos, mesmo que essa seja
uma tarefa complicada numa área
que possui, naturalmente, poucos
recursos hídricos. A Denominação
de Origem está pedindo para as
autoridades um apoio mínimo de

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 DES R P R P
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WE D E S D E S
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AD D EC D EC
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A D A D
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TA VINOUS

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25 ANOS
O V I N H O C E RTO E M Q UA LQ U E R M O M E N TO.

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Governo francês promete 80 milhões de euros em auxílio para vinhateiros
Poucas pessoas sabem que o maior
produtor agrícola da Europa é a França.
Dentro da Comunidade Econômica
Europeia o país é uma potência de
produção, assim, quando os fazendeiros (e
entre eles os vinhateiros que representam
uma das forças do campo) fazem protestos
e greve, as autoridades prestam atenção.
Ultimamente, caminhões,
tratores e máquinas agrícolas vêm
bloqueando rodovias, entradas
de cidades (como Bordeaux, por
exemplo) e até mesmo aeroportos
na França. Os protestos só perderam
um pouco de força (de uma parte
dos manifestantes) com o anúncio
governamental de um fundo de
emergência no valor de 80 milhões
de euros (aproximadamente
429 milhões de reais) para os
vinhateiros.
O ministro da Agricultura, Marc
Fesneau divulgou alguns planos em
Isso não é Prosecco
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Um bilhão de euros foi o faturamento
em exportações dos Prosecco DOC
em 2022 segundo dados da fundação
italiana Qualivita junto do Ismea
(Instituto de serviços para o mercado
agroalimentar). É natural, então, que
a ‘marca’ Prosecco seja extremamente
protegida por seu país de origem.
A controvérsia é antiga e abrange
também as borbulhas mais famosas do
mundo, o Champagne. Pergunte a um
sommelier quantas vezes ele já teve que
explicar que nem tudo o que borbulha
é Champagne - é certo que ele já perdeu
as contas. E com a popularização do
Prosecco, a confusão se estendeu também
para os espumantes italianos.
Como o mercado do Reino Unido
é essencial para a DOC Prosecco, as
30 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
visita à região do Languedoc no dia 2 de
fevereiro para auxiliar os produtores de
uvas e vinhos que atravessam diƁculdades,
principalmente nas regiões ao sul do
país. Segundo a agência France Presse, há
uma outra ajuda, no valor de 150 milhões
de euros (mais de 900 milhões de reais)
para auxiliar produtores, permitindo que
os agricultores deixem de plantar uvas
e se dediquem a outros cultivos. Mas a
disponibilização desse valor depende de
aprovação da Comissão Europeia.
Em outubro do ano passado, quando
alguns protestantes interceptaram e
destruíram cargas de vinhos vindas para
Espanha perto de Perpignan, as luzes já
foram acesas nos assuntos que acabaram
por mobilizar centenas de manifestantes
no começo de 2024. Em entrevista à revista
Decanter, Frédéric Rouanet, presidente
de um dos sindicatos de vinhateiros,
informou que as causas dos protestos
eram os custos crescentes para a produção
campanhas de consolidação da marca
nas terras do Rei Charles chegaram,
desde dezembro de 2023, ao metrô
londrino. O primeiro cartaz divulgado
(cartazes nas estações e nos vagões do
metrô de Londres são vistos por milhões
de pessoas), na segunda quinzena de
dezembro, mostrava um barril e avisava
“Isto não é Prosecco”.
A nova campanha, que espalhou
880 cartazes, tem como objetivo avisar
sobre as latas e as torneiras (como
chopp) e utiliza a mesma chamada:
“Isto não é Prosecco”. O presidente do
Consorzio DOC de Prosecco, Stefano
Zanette declarou: “É importante informar
que o Prosecco só pode ser vendido
engarrafado, e que a venda de um vinho
com o nome de Prosecco enlatado é
(mesmo sem
o aumento
de valor dos
vinhos), a
possível volta de
um imposto sobre o
combustível dos tratores e
as importações de vinhos com baixíssimo
preço.
O Ministro da Agricultura reconhece
que a indústria francesa do vinho vem
sofrendo uma crise estrutural multifatorial
há alguns anos, que inclui a queda do
consumo interno, queda nas exportações,
altos volumes em estoque e os impactos
das mudanças climáticas.
Além dos 80 milhões de euros, que
devem ser liberados rapidamente para os
produtores, o governo também anunciou
a diminuição de impostos, o relaxamento
de alguns regulamentos de produção e a
proteção contra a competição injusta com
outros países produtores.
fraudulenta”.
O escritório
de tutela de
Prosecco trabalha
sistematicamente
em colaboração
com entidades
de vários países
europeus (e também
no Novo Mundo)
para Ɓscalizar e
fazer cumprir as
normativas da
Comunidade Econômica Europeia sobre
as marcas com Denominação de Origem,
com o objetivo não apenas de proteger
o patrimônio cultural e material, como
também permitir que o consumidor siga
recebendo um produto verdadeiro.
 Alívio para o
mercado com
a safra 2022
da Borgonha
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Os últimos anos foram difíceis

para quem aprecia e comercializa
vinhos da Borgonha. Os preços
subiram muito, a produção foi
baixa (por questões ambientais),
a demanda foi alta e houve até
especulação. O novo relatório
da Liv-ex (London International
Vintner’s Exchange), plataforma
que congrega serviços e informações
para o trade, informa que a safra
2022 dará, Ɓnalmente, algum
respiro para o mercado: “Depois
de 15 meses de retração, a safra
2022 que teve excelente qualidade
e boa produtividade, foi recebida
por produtores, comerciantes e
colecionadores com alegria e alívio.
Mas a questão dos valores ainda
está sem resposta deƁnitiva”, aƁrma O relatório informa que poucos regiões mais bem reputadas e os
Justin Gibbs, cofundador da Liv-ex. produtores (apenas 10%) baixaram grandes rótulos ainda encontram
O que Justin Gibbs quer os preços nos últimos anos, sendo espaço.
dizer é que os preços para o que 40% deles aumentaram Segundo a Liv-ex, a
mercado secundário estão sob discretamente os valores, preciƁcação não leva em conta
pressão, devido aos aumentos diƁcultando as vendas em variados apenas o volume disponível
considerados quase abusivos nos mercados. Os comerciantes estão e a qualidade, e para isso os
últimos anos. A safra de 2021, com esperançosos de que a safra 2022 comerciantes deverão estar muito
baixíssima produção, fez com que seja mais fácil de vender, mesmo atentos pois o mercado está
os produtores subissem demais que num ritmo mais lento. desaƁador: “A diferença entre
os preços. Em 2022 a normalidade Felizmente para os produtores o preço pedido pelos vinhos e o
começou a retornar e como a safra da região, a qualidade dos quanto o consumidor está disposto
de 2023 também foi abundante, vinhos foi muito bem recebida a pagar está diminuindo. Levando
favorecendo a existência de pelos críticos, o que favorece a em consideração que não haverá
algum estoque regulador para a movimentação dos volumes mesmo escassez neste ano ou no próximo,
vinícolas, é provável que haja uma em meio aos altos preços e num os preços talvez tenham que
estabilidade e até um recuo nos mercado que está muito desaƁador baixar um pouco para atrair os
preços dos vinhos da região. para todos os vinhos, mas onde as compradores”, aƁrma o relatório.

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Aconteceu em Verona
(Itália) no Ɓnal de semana
de 3 e 4 de fevereiro, no
Pallazzo della Gran Guardia,
o Amarone Opera Prima, um
evento dedicado totalmente
ao principal vinho da
denominação de origem
de Valpolicella, já em sua
vigésima edição. A safra
celebrada neste ano foi a de
2019, considerada perfeita.
Durante o evento, com a presença de 70 vinícolas,
foram abertas discussões importantes diante
de resultados apresentados no balanço do UIV
(Observatório di Unione Italiana Vini) que aponta
uma redução de volume de exportação em 2023
(-12%), ainda que os Amarones apresentem resultado
positivo (17%) nos últimos 10 anos no exterior.
O presidente do Consorzio Vini della Valpolicella
(organizador do evento), Christian Marchesini
declarou em entrevista à agência italiana de
notícias ANSA: “Devemos fazer uma Amarone
mais contempor¢neo, inclusive diminuindo o
grau alcoólico, um fator ao qual o consumidor está
prestando muita atenção”.
Ele acredita que é necessário que os vinhos Ɓquem
mais frescos, mesmo que os produtores tenham que agir
nos vinhedos, protegendo as uvas do sol forte, nestes
tempos de mudanças climáticas, para que o vinho siga
sendo relevante num mercado que se modiƁcou.
A mudança de tratamento para um estilo de
vinho tão consagrado e importante é também
reforçada pelo vice-presidente do Consorzio, Andrea
Lonardi, que declarou que a transformação não
deve deixar de privilegiar o terroir já famoso. “É
necessário uma mudança de estilo no vinho, que
passe do volume ao valor, pois ainda temos espaço
para crescer, mas talvez as uvas devam ser menos
passiƁcadas e possamos ter um vinho menos
musculoso e com mais identidade do território”, disse
o vice-presidente.
Por outro lado, os vinhedos da DO já avançam na
sustentabilidade, atingindo 39% do território com
certiƁcação “verde”, segundo o sistema nacional de
produção integrada de qualidade. Segundo o relatório
apresentado no Amarone Opera Prima, apenas dentre
2022 e 2023 a área certiƁcada cresceu 20%.
34 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
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Arqueólogos encontraram estrutura da época da
ocupação romana na Grécia, que era utilizada
como loja de vinhos
Uma pesquisa apresentada em janeiro deste ano no
encontro do Instituto dos Arqueólogos da América,
em Chicago, revelou que foram escavadas na Grécia as
ruínas de uma loja de vinhos de aproximadamente 1.600
anos. Segundo os cientistas, o prédio teria sido destruído
e abandonado após algum evento catastróƁco, como um
terremoto ou alagamento, por exemplo.
Os autores da pesquisa, Scott Gallimore (professor
de arqueologia da Universidade Wilfrid Laurier no
Canadá) e Martin Wells (professor associado de ciências
clássicas da Faculdade de Austin), explicaram que a loja
funcionava na antiga cidade de Sikyon (ou Sicyon) no
sudeste da Grécia, na região do Peloponeso, na época da
ocupação romana. Moedas encontradas no local datam
do reinado de Constantino II, que foi de 337 a 361 d.C.
A escavação da loja, que Ɓcava na parte norte de
um complexo comercial, revelou mármores que podem
ser de balcões ou prateleiras, vasos e ¢nforas de muitos
formatos feitos de materiais como bronze, vidro e
cer¢mica, além de 60 moedas espalhadas pelo chão.
Em entrevista para o portal Live Science, o pesquisador
Scott Gallimore informou que ainda não é possível
saber qual o tipo de vinho era feito e vendido no local:
“As evidências que temos até o momento, por conta das
sementes de uvas encontradas, só nos informam que elas
eram Vitis vinifera”, disse.
Outras lojas escavadas na mesma planta continham
peças de barro de muitos tamanhos e um forno para
assar as peças (o que pode revelar que havia um artesão
no local), e também espaços com lagares e prensas que
podem ter sido utilizados para armazenar e prensar uvas
e azeitonas. Os arqueólogos acreditam que o espaço foi
utilizado até o século 5 de nossa era.
 Menos vinhedos
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As prateleiras cheias de rótulos
diferentes cada vez que vamos
fazer uma compra nos dão a
entender que o mundo do vinho
é uma terra sempre em expansão.
Números comparativos colocam
sempre Espanha, Itália e França
em disputa por quem planta mais
e quem faz mais vinho. Mas a
multiplicação de rótulos não quer
dizer exatamente a expansão de
territórios.
A FranceAgriMer é um órgão
público ligado ao Ministério
da Agricultura da França que
sistematicamente elabora e divulga
estatísticas agroeconômicas com
36 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
dados acumulados há muitas
décadas. Em uma publicação
comparativa entre os anos de 1974
e 2020, o órgão revelou que os
vinhedos franceses encolheram
37% nesses 46 anos.
Os terroirs que encolheram
signiƁcativamente foram o
Languedoc-Roussillon (que
diminuiu quase 50%), o Pays de
Loire (-41,7%) e da Provence-Cote
D’Azur (-39,8%) entre outros. Quem
cresceu, durante essas décadas,
foram os territórios de Champagne
(55,8%), Borgonha (43,9%) e da
Alsácia (41,4%).
Em quase toda a Europa os
vinhedos diminuiriam na última
década em busca de um fator:
a qualidade. A tecnologia e os
avanços na agronomia aplicados
aos vinhedos também permitem
que os espaços sejam otimizados e
que os vinhos de algumas regiões
ser tornem mais valiosos, o que
interessa ao produtor.
E como tamanho não é
documento, mesmo a França tendo
encolhido suas áreas de produção
em 10% nos últimos 15 anos, ela
ainda é a segunda maior produtora
de vinhos do mundo, atrás apenas
da Itália, segundo relatório da OIV
com dados de 2022.

Gonzalo
Gonzalo Vial Vial, fundador da Viña
Ventisquero faleceu aos 88 anos
Faleceu aos 88 anos, o empresário chileno Gonzalo
Vial Vial, que foi o fundador da Viña Ventisquero e
era presidente da Agrosuper, uma gigante do ramo de
alimentação no Chile, com 13 mil funcionários diretos.
Gonzalo Vial Vial nasceu na capital Santiago em
1935 e era o mais novo de dez irmãos. Formado em
Agronomia, a disposição para empreender começou
cedo (em 1955) e em entrevistas ele aƁrmou que,
no inicio, não tinha dinheiro para fazer nenhum
investimento, mas começou produzindo e vendendo
ovos e em seguida frangos.
Já um empresário de sucesso, aos 60 anos, Gonzalo
Vial Vial decidiu se aventurar em outra de suas paixões
ligadas à terra e aos alimentos. Ele queria criar uma
vinícola que valorizasse as origens do Chile. Assim,
em 1998 são plantadas as primeiras videiras no Vale do
Maipo Costa.
No ano de 2002 já na sede da empresa, é criada a
marca Ventisquero (nome dado em homenagem aos
glaciares da Patagônia chilena). Com o trabalho do
enólogo-chefe Felipe Tosso e a assessoria do enólogo
australiano John Duval, a vinícola expande seus
territórios de cultivo de norte a sul do país, produzindo
vários estilos de vinhos e crescendo em vendas nos
Estados Unidos, na Europa e no Brasil.
A Agrosuper - empresa que Gonzalo presidiu até
o Ɓnal de seus dias - era, em 2022, responsável por
50% de toda a carne de frango do mercado chileno,
54% de porco e 65% de peru. Através de mudanças
realizadas em 2020, a empresa controladora dos
negócios da família (Promotora Doñihue) passará a ser
administrada pelos quatro Ɓlhos de Gonzalo Vial Vial
que serão diretores fundadores até 2046 e, segundo
diretrizes do pai, todas as decisões deverão ser tomadas
com ao menos três votos.
38 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Acordo fechado
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A Domaines Barons de Rothschild (DBR LaƁte),
proprietária do Ch¢teau LaƁte Rothschild, anunciou
que “formalizou a integração” do produtor de Chablis,
Domaine William Fèvre, em seus negócios. Isso conƁrma
que William Fèvre agora faz parte da DBR LaƁte, após
um breve período sob a égide da Artémis Domaines,
proprietária do Ch¢teau Latour.
DBR e Artémis iniciaram negociações sobre o futuro
do produtor de Chablis no ano passado. A Artémis
adquiriu William Fèvre como parte de seu acordo de
fusão de vinícolas com a família Henriot, anunciado em
2022. “A chegada do Domaine William Fèvre em Chablis
à nossa família de >propriedades@ é uma nova aventura
emocionante”, disse Saskia de Rothschild, diretora-geral
da DBR LaƁte.
O Domaine William Fèvre produz vinhos desde 1959
e é um importante proprietário de terras em Chablis,
além de ser um produtor altamente respeitado. A
propriedade de 70 hectares inclui quase 90 parcelas de
vinhedos.
Saskia de Rothschild disse: “O espírito do local
e de sua equipe, profundamente enraizado na terra
que cultivam, a abordagem local para a viticultura
org¢nica e ambiental, e a abordagem precisa, mas de
pouca intervenção, para a viniƁcação, são valores que
se alinham perfeitamente com nossos valores de longo
prazo. Estamos ansiosos para progredir juntos, com
Didier Séguier e sua equipe, no caminho para grandes
vinhos brancos.”
Séguier, diretor do Domaine William Fèvre, disse:
“Estamos muito satisfeitos com a chegada da DBR LaƁte.
É uma vantagem poder aproveitar o conhecimento de
uma família como esta para trocar ideias e levar adiante
nossos projetos. Há uma forte correspondência entre
quem somos e os projetos que eles vêm desenvolvendo
há 150 anos em seus vinhedos.”
O portfólio da DBR LaƁte também inclui Ch¢teaux
Duhart-Milon, L’Evangile e Rieussec nas
denominações de Pauillac,
Pomerol e Sauternes,
respectivamente, além
de Bodega Caro na
Argentina, Domaine de
Long Dai na China, Viña
Los Vascos no Chile e
Domaine d’Aussières na
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Começou em janeiro de 2024 o projeto Vtskills, que Os produtores que participarem do projeto poderão
terá duração de 3 anos e é coordenado pela Universidade conhecer e aplicar as técnicas de SPV combinadas com
de Sevilha (Espanha) com o objetivo de facilitar a adoção tecnologias inteligentes para melhorar sua eƁciência
de técnicas de agricultura sustentável de precisão e sustentabilidade dentro do setor vitivinícola,
centrada nos vinhedos. adaptando-se inclusive, às novas demandas e diretrizes
O Vtskills une cinco países (Espanha, Itália, França, da Comunidade Econômica Europeia, que busca
Grécia e Bélgica) através da colaboração entre equipes transformar a vitivinicultura do Mediterr¢neo.
multidisciplinares de universidades,
empresas de inovação e tecnologia,
órgãos setoriais e administrativos e
proprietários de vinhedos.
Os países da Comunidade
Econômica Europeia lideram a
produção mundial de vinhos e
representam juntos 45% da superfície
vitícola mundial. A participação do
setor ‘vinho’ na CEE é extremamente
importante e contribui em outros
aspectos além do econômico, com
inƂuência no meio ambiente e na
sociedade (turismo, geração de
empregos e Ɓxação do homem à
terra).
No entanto, a enorme maioria das
empresas vitivinícolas são de pequeno
e médio porte e, para elas, os desaƁos
das novas tecnologias, das mudanças
climáticas e do desenvolvimento
sustentável são mais difíceis de
serem compreendidos e processados,
além de terem limitações na
implementação de soluções para as
novas demandas.
O programa Vtskills chega
para fazer com que essas empresas
avancem da Agricultura de Precisão
(AP) para a Agricultura Sustentável
de Precisão (SPV) através da fusão da
agricultura ecológica com a tecnologia
avançada, adotando - entre outras -
práticas de economia circular e novos
modelos de negócios que apoiem a
sustentabilidade e a maior eƁciência
do setor vitivinícola.

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“O quadro geral é preocupante e a
viticultura corre o risco de entrar em
colapso”, declarou Luca Sammartino,
Conselheiro Geral de Agricultura da
Sicília (Itália). A região mais afetada é
a província de Trapani, no noroeste da
ilha, perto de Marsala.
A ilha da Sicília é um território
naturalmente seco (que pode ter
chuvas torrenciais e sazonais), mas
que ao longo dos séculos foi sendo
transformado para poder se tornar
uma terra cultivável. Cisternas,
sistemas hidráulicos desenvolvidos há
centenas de anos, barragens, irrigação
e modiƁcações na topograƁa dos
terrenos foram essenciais para conter
a água necessária para a sobrevivência
da população e o cultivo.
No entanto, como aƁrma Dino
Taschetta, presidente da Colomba
Bianca, uma das maiores cantinas
42 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Viticultores sicilianos querem
declarar emergência devido à seca
produtoras de vinho biológico
da Europa (com 2.40 viticultores
associados), a maioria das barragens
na Sicília foram construídas nos anos
1950 e estão exigindo manutenção
constante. “Se não houver intervenção
para termos autorização para proteger
as barragens e a água que elas nos
fornecem, corremos o risco de
desperdiçar todos os esforços feitos
pelos agricultores”, explica Taschetta.
Ele faz uma comparação com
o Chile, onde os desertos foram
transformados em jardins através
da irrigação e diz que na Sicília está
ocorrendo o contrário, os jardins
estão se tornando desertos. Segundo
Taschetta, a safra do ano de 2024
já está comprometida e só a chuva
poderá salvar uma parte da produção
do ano.
Existem 46 reservatórios de
água na Sicília, mas apenas 22 deles
estão com operação normal, segundo
a base de dados do Ministério da
Infraestrutura. No inverno há chuvas
regulares (embora neste ano estejam
também mais escassas), mas as
barragens precisam estar em bom
estado para conter a água, senão ela
volta para o mar. “O reservatório de
Trinitá, perto de Trapani, pode conter
18 milhões de metros cúbicos de água,
mas devido às suas condições, só foi
autorizado a captar 4 milhões no ano
passado. É insuƁciente para irrigar a
região”, explica Taschetta.
Os empresários e agricultores
pedem um plano ao governo
com a presença de engenheiros
especializados para estudarem a área
e fazerem melhorias e reparos, sob
risco da vitivinicultura de toda uma
região desaparecer.

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Obtenção de hidrogênio a partir dos
sarmentos da videira é resultado
de trabalho de pesquisadores
brasileiros e espanhóis

Uma pesquisa conjunta da

Universidade de Jaén (Espanha) em
colaboração com a USP (Universidade
de São Paulo) conƁrmou que é
possível obter hidrogênio a partir
de resíduos da poda da videira,
num processo que não necessita
de combustíveis fósseis e que não
emite resíduos tóxicos. O hidrogênio
obtido pode, então, se transformar em
biocombustível.
A pesquisa tem como objeto
central o tratamento de um dos
subprodutos mais comuns da
viticultura, os sarmentos (partes
lanhosas da videira podadas todos
os anos) e que representam quase
93% dos resíduos das vindimas
- aproximadamente 2 toneladas
por hectare. Esses sarmentos são
utilizados, normalmente, como lenha diferença desse estudo é que a enzimas como a laccase, que
ou para a produção de compostagem obtenção da biomassa se dá sem a separam os componentes como a
para os próprios vinhedos. utilização de reagentes químicos lignina e alteram a celulose para
A pesquisa, publicada na revista tornando o processo mais sustentável uma Ɓbra vegetal liberando o açúcar.
Industrial Crops and Products, e com menor impacto ambiental. “O Em seguida um microrganismo
chama-se “Vine shoots pre-treatment processo não libera compostos tóxicos (Clostridium butycurum) é
strategies for improved hydrogen e aumenta a produção de hidrogênio colocado nessa massa gerando uma
production and metabolites em quase 250% comparada com fermentação que produz ácidos
redistribution in Clostridium outros métodos de pré-tratamento”, org¢nicos além de hidrogênio.
butycurum” (Estratégias de pré- aƁrmou Juan Miguel Romero-García, Entre esses ácidos estão o acético e
tratamento dos sarmentos da videira um dos autores do artigo. o butírico, muito procurados pelas
para melhora da produção de Os processos já existentes para a indústrias farmacêutica, cosmética e
hidrogênio e redistribuição metabólica decomposição dos sarmentos até o alimentícia.
da Clostridium butycurum”. momento são físicos, que envolvem A pesquisa foi feita por Camila
Uma vez que os subprodutos a explosão da biomassa utilizando A.B Silva Rabelo, Alfonso M.Vidal,
da videira já possuem utilização vapor - o que consome muita energia, Rocío Casanova-Gonzales, Juan
comprovada em outras áreas ou químicos, onde o etanol é utilizado Miguel Romero-Garcia, Maria
industriais, como a cosmética por para decompor o sarmento, gerando Bernadete A. Vareche, Inmaculada
exemplo, havia necessidade de resíduo tóxico. Romero e Eulogio Castro, com o apoio
descoberta de meios de nova obtenção Já o método biológico, da da FAPESP (Brasil) e da Junta de
da biomassa e do hidrogênio. A pesquisa publicada, introduz Andalucía (Espanha).

44 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
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 Mudança de comando
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A VCT Brasil, que é parte da
Viña Concha y Toro, se despede de
Maurício Cordero, que foi o Diretor
Geral das operações da empresa no
país nos últimos 6 anos. Cordero
retorna ao Chile, celebrando uma
trajetória marcante por aqui,
que contou com a retomada de
importantes relações comerciais,
a reestruturação do portfólio das
marcas e uma amplitude de ações
comerciais que transformaram o
Brasil em um dos mercados mais
importantes para a empresa.
“Minha jornada no Brasil
foi extraordinária, e estou
profundamente grato por ter tido a
oportunidade de liderar uma equipe
tão talentosa e comprometida.
Enquanto retorno ao Chile, levo
comigo lembranças inesquecíveis,
com a sensação de ser “meio-
brasileiro”, e a certeza de que a VCT
46 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Brasil continua em ótimas mãos”,
disse Cordero no comunicado oƁcial.
As ‘boas mãos’ às quais
Cordero se refere serão agora
quatro. Depois de 4 anos na
empresa, Pietro Capuzzi, de
35 anos, assume o posto de
Commercial Country Mananager.
Ele atuou como diretor de
marketing da VCT e tem formação
em Administração de Empresas
pela ESPM com especializações
nos EUA e em Portugal. A VCT
informa que ele trará uma
abordagem global e inovadora
para a liderança, explorando novas
oportunidades de crescimento.
O novo modelo de co-
management que está sendo
adotado, terá também na liderança
Aloisio Miranda, que é diretor
Ɓnanceiro da empresa há 3 anos e
agora assume o cargo de Finance
and Operation Country Manager.
Aloisio tem grande experiência em
gestão Ɓnanceira e controladoria de
grandes redes varejistas.
A VCT tem duas prioridades
declaradas, uma delas é o
fortalecimento das marcas da
companhia com abordagem
inovadora e sustentável, buscando
novas oportunidades de consumo, e
outra é o desenvolvimento da divisão
LBD (Luxury Brands Division), que
tem como objetivo reposicionar e
fazer crescer o portfólio das marcas
como Don Melchor, Amélia, Carmin
de Peumo, Terrunyo, Eolo e o
lançamento Heritage.
Com sede no Chile e uma história
com mais de 140 anos, a Viña Concha
y Toro é, segundo dados da Wine
Intelligence, a maior exportadora de
vinhos da América Latina, presente
em mais de 130 países.
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o fascinante mundo do vinho.

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 Emulando
o flautista?
Inovação com pegada ecológica,
o robô Pied Piper combate pragas com sons
Um pouco de contexto antes
de mais nada: “Pied Piper of
Hamelin” é o nome em inglês
da fábula alemã do século XIII
que nós conhecemos como
‘O Flautista de Hamelin’. Para
quem está desatualizado com as
estórias infantis, essa é aquela
na qual um Ƃautista consegue,
com sua música, livrar a cidade
alemã de Hamelin de uma praga
de ratos. Os animais seguem
o som e saem do vilarejo. Pied
Piper é a Ƃauta, e essa estória
(escrita em versos por Robert
Browning) hoje circula pelos
vinhedos do estado de Oregon
(Estados Unidos) no formato
de um robô, pendurado sobre o
parreiral, que simula os sons de
insetos, afastando as pragas da
plantação.
Diminuir a utilização de
pesticidas é uma preocupação
em qualquer cultivo e muita
tecnologia (além de métodos
naturais) vem sendo empregada
com esse objetivo. O Pied Piper
é uma combinação de ambos.
Os insetos se utilizam de
vibrações para se comunicar,
além de sinais químicos com
feromônios. Rex Cocroft, que
estuda a comunicação entre
os insetos na Universidade do
48 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Missouri aƁrma que os insetos
têm uma experiência mais forte
com as vibrações do que nós
temos com os sons.
Assim, o robô tem gravado
em sua memória os sons de
insetos que podem causar
danos nas videiras, no caso dos
primeiros testes são as cigarras,
de uma espécie que pode ser
portadora de um vírus que
causa dano à planta. Quando o
robô detecta o som, ele emite
uma vibração em resposta e o
inseto ‘acredita’ que encontrou
um parceiro(a) e se aproxima da
máquina.
O robô então, fotografa o
inseto e envia para a central
da empresa que pode agir
para retirar o inseto ou para
emitir outro som que atrasará
o ciclo reprodutivo do animal,
evitando a propagação dos ovos
e a fertilização.
O método já está em teste
na vinícola Stag Hollow em
Yamhill, no Oregon, para as
cigarras, e os entomologistas
da universidade do estado
estão ‘treinando’ o robô para
reconhecer as vibrações de
outros insetos e reagir a eles. O
robô terá aplicações em outras
culturas além da uva também.
Champagne
e Austrália
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Prestes a celebrar seus 180 anos de história,
a vinícola australiana Penfolds aproveitou
a presença de compradores e da mídia para
lançar, na Vinexpo em Paris, sua mais recente
colaboração com casa de Champagne Thiénot, o
Penfolds Cuvée Brut.
A parceria com a empresa familiar francesa
começou em 2019, com o lançamento de 3
rótulos de Champagne da safra 2012, um Blanc
de Blancs e um Blanc de Noirs (ambos Grand
Cru) e um rosé NV. O lançamento de agora é um
Cuvée Brut branco, que chegará ao mercado em
setembro de 2024.
A Penfolds, com esse novo Champagne,
segue estreitando os laços com a França,
iniciados ainda na década de 1950, quando um
de seus mais proeminentes vinicultores, Max
Schubert, fez o Grange safra 1951 inspirado em
uma viagem a Bordeaux. A paixão bordalesa
foi sedimentada com a parceria com a Dourthe
para fazer o Penfolds II - Cabernet Shiraz e
Merlot 2019, e depois com a compra do Ch¢teau
Lanessan, uma das propriedades mais antigas de
Bordeaux, que está passando por um processo de
renovação e preservação da herança histórica.
De olho na expansão de seu marcado
de luxo, a Penfolds decidiu distribuir seus
vinhos através da La Place de Bordeaux e
com isso abriu parceria com um time de
11 dos mais importantes négociants de
Bordeaux, que serão capazes de levar os
vinhos produzidos na Austrália, nos EUA e na
França para compradores mais especializados
e diferenciados. Em entrevista ao ‘The Drink
Business’ durante o lançamento do Champagne,
Tom King, diretor da
Penfolds, aƁrmou: “É
um privilégio fazer
parte da comunidade
francesa produtora de
vinhos e trabalhar em
proximidade com os
produtores locais para
fazer com que nossos
vinhos evoluam ainda
mais”, disse.
 Contra a fumaça
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Os esforços para criar um revestimento pulverizável
que proteja as uvas viníferas da contaminação por
fumaça de incêndios Ƃorestais foram impulsionados por
resultados promissores recentes em testes de laboratório
e em vinhedos de Pinot Noir, de acordo com cientistas da
Universidade Estadual do Oregon. Espera-se que um spray
que possa ajudar a prevenir sabores indesejados no vinho
causados pela contaminação por fumaça seja lançado nos
próximos anos, aƁrmaram os pesquisadores.
O trabalho da equipe foi inƂuenciado por relatos de danos
signiƁcativos à qualidade das uvas viníferas em partes do
Oregon, Califórnia e Washington após incêndios Ƃorestais
intensos em 2020. “O problema da fumaça de incêndios
Ƃorestais está aumentando para as vinícolas aqui e ao
redor do mundo, e atualmente os gerentes de vinícolas
realmente não têm ferramentas para lidar com os efeitos
da fumaça”, disse Elizabeth Tomasino, professora
associada de enologia na Universidade Estadual do
Oregon.
Testes recentes realizados por pesquisadores da
Universidade Estadual do Oregon se concentraram
em veriƁcar se os revestimentos recém-desenvolvidos
podem capturar ou bloquear três compostos nocivos da
fumaça conhecidos como fenóis voláteis. Em um estudo
publicado no Journal of Agricultural and Food Chemistry,
os pesquisadores testaram diferentes formulações de
revestimentos à base de nanoƁbras de celulose contendo
quitosana e beta-ciclodextrina. Esses revestimentos
foram desenvolvidos por Yanyun Zhao, um professor que
estuda revestimentos alimentares há mais de 20 anos, e
Jooyeoun Jung, professora assistente pesquisadora sênior
no laboratório de Zhao.
Tomasino disse à revista Decanter: “Embora eu não
saiba o cronograma exato para isso, Ɓzemos progressos
signiƁcativos nos últimos três anos, então vejo algo
disponível nos próximos anos, embora haja várias etapas
além da criação do revestimento que precisam ocorrer.”
Tomasino acrescentou: “Os próximos grandes passos
de pesquisa são trabalhar na formulação para que
ela pare todos os compostos da fumaça de chegar à
uva. Atualmente, somos capazes de parar o guaiacol,
4-metilguaiacol, syringol e 4-metilsyringol. Estamos
trabalhando para parar os cresóis de passar.”
Outro aspecto importante do trabalho será determinar se
os revestimentos precisam ser lavados antes da produção
de vinho. Se o revestimento “bloquear” fenóis voláteis,
então pode não precisar ser lavado, mas se “capturar”,
então todo o revestimento pode precisar ser removido
antes que os produtores comecem a trabalhar na adega.
“Não precisar lavar economiza tempo, dinheiro e água
para os produtores de uva”, disse Zhao em comunicado
à imprensa da Universidade Estadual do Oregon. “É isso
que estamos buscando.”
Os revestimentos foram testados na vinícola Woodhall
da Universidade, com c¢maras de fumaça colocadas
sobre as vinhas, e o vinho dessas uvas está sendo
analisado. “Sabemos que os revestimentos não afetam o
amadurecimento ou quaisquer par¢metros de qualidade
das uvas e parte da próxima pesquisa é saber como os
revestimentos não lavados afetariam a qualidade do
vinho”, disse Tomasino.
“Todos os ingredientes são de grau alimentício e o
revestimento base foi aprovado pela FDA >Administração
de Alimentos e Medicamentos dos EUA@ como de grau
alimentício. “Este revestimento tem o potencial de
transformar a indústria do vinho.” No entanto, pode ser
necessária uma veriƁcação regulatória adicional para a
formulação Ɓnal, que ainda está para ser determinada.
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 49
 )UDXGHRUJ¢QLFɞ
A polícia italiana apreendeu bens de produtor que supostamente pretendia converter vinhedos
A polícia financeira em Brindisi, sudeste da Itália,
apreendeu bens no valor de mais de € 520.000
como parte de uma investigação de fraude de vinho
org¢nico, a pedido do Escritório do Procurador
Público Europeu (EPPO) em Nápoles. O caso envolve
o suposto uso indevido de fundos agrícolas da
União Europeia (UE) disponibilizados para apoiar a
conversão de um produtor de vinho para a agricultura
org¢nica, disse o EPPO no final de janeiro.
“O problema está em uma empresa atuante no setor
vinícola, cujos representantes legais atestaram
ter realizado a conversão para métodos de cultivo
org¢nico, a fim de receber fundos cofinanciados
pela EU. No entanto, durante as verificações
realizadas pelo Instituto de Certificação Ética
e Ambiental da Itália (ICEA), foram detectados
produtos químicos que não são permitidos na
agricultura org¢nica no solo”, disse o EPPO.
A polícia apreendeu bens imobiliários dos
50 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
suspeitos no caso, embora nenhuma empresa
ou indivíduo tenha sido nomeado neste
estágio. Um juiz ordenou que os bens fossem
congelados, aguardando uma investigação
preliminar do caso pelo Tribunal de Lecce.
O EPPO é um escritório independente de procuradoria
pública responsável por investigar e processar
crimes contra os interesses financeiros da UE.
Quase um quinto da área total de vinhas da Itália
é org¢nica, de acordo com atas de uma reunião do
painel de especialistas do Observatório do Mercado
de Vinhos da Comissão Europeia em dezembro
de 2023. O número de vinhas org¢nicas no país
aumentou 138% desde 2012. Mais de € 1 bilhão
de financiamento da UE é reservado anualmente
para apoiar o setor vinícola do bloco em diferentes
estados membros, desde a reestruturação de
vinhas até a promoção de vinhos no mercado,
disse a Comissão Europeia em junho de 2023.
 Edição limitada
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Celebrando os 240 anos da lendária
propriedade de St-Émilion (em Bordeaux),
o Ch¢teau Angelus safra 2022 chega ao
mercado com garrafas especiais, que
marcam uma nova era da vinícola, há
dez anos sob a administração da CEO
Stéphanie de Boüard-Rivoal. O design
diferenciado dessa edição limitada tem ouro
20 quilates e madre pérola incrustados na
decoração da garrafa negra, desenhando
duas órbitas elípticas, estrelas e planetas.
A nova safra recebeu o nome de ‘Le
Majestueux’ (A Majestosa) e é deƁnida
pela CEO como sendo um vintage dos
mais bem sucedidos que o Ch¢teau já viu
em toda sua história: “É muito raro que
nossa família, Boüard-Rivoal, chegue tão
perto do ideal de excelência que inspira nosso
trabalho e nossos processos como nesta safra.
Nomeada ‘A Majestosa’, esta nova safra toca as
estrelas!”, aƁrmou Stéphanie de Boüard-Rivoal.
Em 2012 o Ch¢teau lançou uma garrafa
comemorativa também, na época em que ainda
pertencia à classiƁcação tradicional de Bordeaux
‘Premier Grand Cru Classé’, que abandonaram
anos depois. Assim, o Vintage 2022 também
celebra o que a empresa considera um caminho
novo, livre das normas que constringiam as
possibilidades para os vinhos da propriedade.
“Entramos numa nova dimensão, determinada
inteiramente por nossa própria busca por
excelência e atenção pelos detalhes”, completou
a CEO. O Ch¢teau Angelus 2022 é composto por
60% de uvas Merlot e 40% de Cabernet Franc.

US$ 33 milhões
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Uma série de experiências únicas, como jantar no

Ch¢teau d’Yquem e um cruzeiro de iate pelas ilhas da
Croácia, impulsionou a arrecadação recorde de mais
de US$ 33 milhões no leilão de caridade Realizado
durante o Naples Winter Wine Festival, na Flórida.
O leilão, organizado anualmente pela Fundação de
Educação e Crianças de Naples, apresentou 50 lotes
únicos, muitos dos quais incluíam experiências
relacionadas a vinhos mundialmente reconhecidos.
Um dos lotes mais destacados, apelidado de ‘O Mais
Raro dos Raros’, foi vendido por impressionantes
US$ 650.000. Este pacote oferecia uma viagem de
seis noites para dois casais à França, com destaque
para uma visita privada ao Palácio de Versalhes e
um tour exclusivo pelas vinhas da Rare Champagne,
acompanhado pelo chef de cave Émilien Boutillat.
Outro lote popular, intitulado ‘Cruzando as Ilhas
da Croácia’, foi arrematado por US$ 800.000. Ele
proporcionava a quatro casais uma excursão de
oito noites pela Croácia, com destaque para um
cruzeiro de sete noites a bordo do luxuoso iate
Navilux, visitando várias ilhas deslumbrantes.
Além disso, diversos outros lotes foram leiloados,
incluindo uma experiência no Ch¢teau d’Yquem, que
alcançou US$ 380.000. Este pacote permitia a três casais
desfrutar de uma estadia no Hotel Cheval Blanc em
Paris, seguida por um jantar em um restaurante com
três estrelas Michelin, antes de uma visita ao prestigiado
Ch¢teau d’Yquem, no sul de Bordeaux, para uma
degustação privada com o CEO da vinícola, Pierre Lurton.
O leilão também contou com a participação de 40 casais
que contribuíram com US$ 25.000 cada para um jantar
exclusivo no The Continental, em Naples, onde puderam
saborear vinhos selecionados por renomados enólogos.
Todos os recursos arrecadados serão destinados
a quase 90 organizações sem Ɓns lucrativos que
trabalham para fornecer apoio a crianças em
situação de risco e desfavorecidas na área. Desde
sua criação em 2001, o Festival d já angariou quase
US$ 302 milhões em benefício dessas causas.

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 51
 CONTR A RÓTULO

Mulher
em fuga
As lendas por trás dos vinhos
da siciliana Donnafugata

por'DGR/DQFHOORWWL#FRQWUDBURWXOR

IL GATTOPARDO OU “O LEOPARDO” la e tornar-se seu rei. Há também quem

em italiano é um aclamado romance do diga que deriva da expressão árabe Ayn as
autor Giuseppe Tomasi di Lampedusa, Jafat (“Fonte da Saúde”), que em dialeto
que narra a história de uma família siciliano virou “Ronnafuata”, e então
aristocrática siciliana do século XIX, Donnafugata.
que se refugia no castelo-palácio de Independentemente da versão, o
Donnafugata. A obra aborda a mesmo castelo e esta aventura foram
relação entre Angelica Sedàra e a inspiração para a propriedade
Tancredi Falconeri e seu encontro vinícola Donnafugata, fundada
original em um jantar no local, em 1983 pelo visionário Giacomo
estabelecendo entre eles um jogo Rallo e sua esposa Gabriella.
de sedução. Em 1963, a trama Oriundo de uma família com mais
foi imortalizada no cinema pelo de 160 anos de experiência na
genial diretor Luchino Visconti. viticultura, ele mudou a percepção
Existem muitas opiniões do vinho siciliano. Gabriella criou
diferentes sobre a origem a identidade da casa com o artista
do nome do castelo. A mais Stefano Vitale. O logo, com a
interessante é a que fala de uma imagem da mulher com cabelos
mulher em fuga. Existem pelo ao vento que domina cada
menos três lendas sobre isso. A garrafa e vários dos seus vinhos
primeira refere-se à rainha Maria foram batizados reverenciando
Carolina, consorte de Fernando Gabriella, a “mulher-fugata”
IV de Bourbon, que encontrou que decidiu se dedicar a
refúgio nas colinas de Contessa este “lavoro”, tornando-se
Entellina. A outra diz que a uma pioneira na viniƁcação
“donna” era a rainha Bianca di feminina de qualidade. Hoje
Navarra, viúva do rei Martino seus sua Ɓlha José e seu Ɓlho
I D’Aragona, que foi presa por Antonio continuam o legado de
Bernat Cabrera, um senhor da paixão dos pais.
guerra espanhol que queria tomá-

52 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
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Bianca siciliana
Fatos sobre a Catarratto, variedade de alto potencial na Sicília
por Arnaldo Grizzo

Uma das uvas brancas mais cultivadas da Sicília gerado grandes vinhos e chamado a atenção de
juntamente com Grillo e Inzolia, a Catarratto tem especialistas. ConƁra curiosidades sobre ela.

Lucido
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Vinhos Avaliados

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 DOC PAUI LL AC

O coração
do Médoc
Pauillac é uma das denominações mais famosas
de Bordeaux, concentrando em poucos hectares
alguns dos mais célebres produtores

por Arnaldo Grizzo

O MÉDOC E AS SUAS OITO o Ch¢teau Latour. A faixa de vinhedos

denominações representam 15% dos
vinhedos de Bordeaux, ou seja, mais
de 16.000 hectares. As denominações
Médoc estão entre as mais conhecidas
do mundo. Uma das mais celebradas é
Pauillac, tida como o coração do Médoc,
local em que se estabeleceram os
“padrões” para os vinhos de Bordeaux,
casa de três dos cinco Premier Grand
Cru Classés da ClassiƁcação de 1855,
uma terra de excelência.
Pauillac Ɓca entre St-Julien ao sul
e St-Estèphe ao norte. Os poderosos
solos de cascalho de St-Julien
continuam em direção ao norte em
Pauillac. Perto da “fronteira” sul está
é interrompida pelo porto de Pauillac
e logo a oeste da cidade, no planalto
de Bages. Seguindo para o norte em
direção ao povoado de Le Pouyaler,
estão dos outros dois Premier Cru:
LaƁte e Mouton. Não estão tão perto
do estuário como Latour, ocupando
planaltos de cascalho. LaƁte marca o
limite mais ao norte.
A zona de Pauillac é constituída
por 1.213 hectares de vinhedos (cerca
de 7,5% do total do Médoc), que
produzem em média sete milhões
de garrafas. Existem cerca de 50
produtores, dentre eles, 18 ch¢teaux
classiƁcados.

56 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 &DYHGHEDUULFDVGR&K¢WHDX
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Acredita-se História
Diz-se que Pauillac adquiriu suas credenciais de
que Pauillac nobreza desde a proto-história, especialmente
na Idade do Bronze. As descobertas de depósitos
seja a Villa de bronze, reveladas pelas pesquisas do
Pauliacos arqueólogo Ernest Berchon no Ɓnal do século
XIX, mostraram que Pauillac foi um importante
mencionada centro metalúrgico no Bronze Médio (1500-
pelo poeta 1200 a.C), abastecido com minério de estanho
da Armórica meridional ou do Loire atl¢ntico e
Ausone cobre da Península Ibérica.
Na época galro-romana, o Médoc, conhecido
como o “pagus dos Medulli” (terra no meio
das águas), passou a ser pontilhado por vastas
propriedades rurais, as vilas. Tanto que os
vestígios de uma vila foram avistados no local da
igreja de Saint-Martin, que ocupa a posição mais
elevada da cidade de Pauillac.
Várias descobertas galro-romanas foram
identiƁcadas, especialmente nas proximidades
da antiga capela de Trompeloup, arruinada
em 1891, durante os trabalhos de construção
do porto. Berchon descobriu ali uma vasta
necrópole galro-romana com sepulturas. Perto
da igreja de Saint-Martin, em 1866, o pintor Leo
Drouyn relatou mosaicos perto do Ƃanco sul e,
nas proximidades, os restos de um hipocausto.
As paredes descobertas podem corresponder à
villa Pauliacos mencionada pelo poeta Ausone,
que elogiava os produtos do Médoc, como
58 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
ostras, mexilhões, salmões e esturjões, que eram
apreciados por Medulli e outras tribos Bituriges
Vivisques.
Do século XI ao XIII, muitos desmatamentos
foram realizados no Médoc, e Pauillac,
naturalmente, foi afetada. O cultivo da videira
se desenvolveu nos séculos XIV e XV. O
“Mayne de la Tour”, hoje Ch¢teau Latour, é
mencionado nos textos desde essa época. Dois
desenhos do artista holandês Hermann Van
der Hem, datados de 1646 e 1647, mostram o
aspecto de Pauillac no meio do século XVII. A
vila está concentrada em torno da igreja. Um
“peyrat” próximo ao qual algumas casas estão
localizadas, sem dúvida revela uma atividade
artesanal. Pauillac era, então, apenas uma vila
pouco urbanizada, com habitações dispersas
em pequenas aldeias no meio de um cenário de
vinhedos.
O verdadeiro crescimento da viticultura
ocorreu no século XVIII. A cidade de Pauillac
mantém alguns vestígios dessa época
particularmente próspera. Uma fábrica de vidro,
que produz os valiosos frascos, foi construída lá
em 1785. Apenas a toponímia, no local chamado
de La Verrerie, e alguns documentos de arquivo,
mantêm a memória dessa intensa atividade.
O considerável avanço da viticultura em
Pauillac foi interrompido pela Ɓloxera em 1879
e 1880, e depois pelo míldio em 1882. Essa crise
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5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 59

A geologia enfrentada pelos proprietários foi agravada pela
da comuna I Guerra Mundial.
Na época, Pauillac torna-se uma base
de Pauillac americana. A base naval de Pauillac-Trompeloup
apresenta foi o centro de toda a organização de patrulha
aérea implantada nas costas da França para a
uma proteção dos comboios marítimos. Esta base
extensão assegurou o descarregamento, montagem e
reparação de todos os hidroaviões do exército
de terraços americano em serviço na Europa; ela também
serve como estação para um esquadrão de
de cascalho hidroaviões envolvido na vigil¢ncia das costas
paralelos da Gasconha. Em 11 de novembro de 1918, a
base abrigava 133 oƁciais e 3158 soldados. Após
ao estuário o armistício, ela foi usada para repatriar o corpo
do Gironde expedicionário.
Na década de 1920, quando as duras
condições econômicas do período entre
guerras estavam a começar, muitas vinhas
desapareceram completamente e foram
substituídas por pinhais. Uma série de safras
atrozes comprometeu a década de 1930, bem
como surtos de podridão negra que foram
difíceis de tratar. Os anos de guerra, a ocupação
alemã e os anos da década de 1950 continuaram
difíceis, mas na década de 1960 as condições
começaram Ɓnalmente a melhorar. E a
viticultura do Médoc passou por um verdadeiro
renascimento.
60 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Terroir
O solo de Pauillac é semelhante ao de outras
partes do Médoc, mas geralmente apresenta
um teor de argila mais elevado. A profundidade
do cascalho é maior na parte norte da região.
O subsolo pode variar, mas muitas vezes é
composto por alios que é uma faixa de arenito
duro rico em ferro. Uma peculiaridade de
Pauillac é que os rendimentos tendem a ser
mais elevados do que em outros lugares. Não é
incomum que as principais propriedades aqui
tenham rendimentos próximos do máximo legal,
enquanto isso tende a ser exceção em Margaux.
As vantagens da proximidade com o estuário
são as mesmas de St-Julien ou Margaux, ou
seja, notoriamente, quase a região nunca sofre
geadas, o que muitas vezes permite produzir
ótimos vinhos em anos em que outros congelam.
Situada perto do estuário do Gironde, a
leste, e com o Oceano Atl¢ntico a oeste; entre
as denominações de Saint-Estèphe ao norte
e Saint-Julien ao sul, os vinhedos de Pauillac
beneƁciam-se de um clima oce¢nico. Estas
massas de água circundantes tornam o clima
particularmente favorável. A denominação
de Pauillac ou AOC (Appellation d’Origine
Contrôlée) foi oƁcialmente reconhecida em 1936.
A geologia da comuna de Pauillac apresenta uma
extensão de terraços de cascalho paralelos ao
estuário do Gironde. Estes terraços, que datam
do Quaternário e têm uma profundidade média
de cerca de 10 metros, cobrem um subsolo de
margas e calcários datados das épocas Eocénico
e Oligocénico. As principais variedades de uvas
em Pauillac são Cabernet Sauvignon, Merlot,
Petit Verdot, Cabernet Franc e Carménère.
No geral, o estilo dos vinhos de Pauillac
tende a ser cheio, rico e caracterizado pelos
aromas clássicos de cassis e cedro do Cabernet
Sauvignon envelhecido em carvalho. São
normalmente considerados como tendo a
estrutura t¢nica mais poderosa das comunas do
Médoc e muitas vezes são capazes de envelhecer
por muito tempo na garrafa.
 Informações
básicas sobre
PAUILLAC
1.213 hectares de vinhas
(7,5% do Médoc)

Variedades de uvas:
62% &DEHUQHW6DXYLJQRQ
32% 0HUORW
4%&DEHUQHW)UDQF
2% Petit Verdot &RQ̛UɞYLQKRVGH
3DXLOODFDYDOLDGRV
Denominação de Origem por ADEGA
HVWDEHOHFLGɞHP

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18 Châteaux Grand Cru Classé
3UHPLHU&UX'HX[L¨PH&UX
4XDWUL¨PH&UXH&LQTXL¨PH&UX

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 61
 Os principais châteaux
São 18 os châteaux de Pauillac listados na
&ODVVLƁFD§£RGH6HJXHXPDEUHYHGHVFUL§£RGHFDGDXPGHOHV

Château Batailley – Cinquième Cru

A origem do nome “Batailley” é anterior a isso e está
ligada à Batalha de Bataille, travada nas proximidades
durante a Guerra dos Cem Anos. Foi adquirida pela
família Castéja em 1932 e desde então, o Ch¢teau
Batailley tem sido administrado por várias gerações
da mesma família, que têm dedicado esforços
consideráveis para elevar a qualidade e a reputação
de seus vinhos. A propriedade possui cerca de 60
hectares de vinhas.

Château Clerc Milon –

Cinquième Cru
Sua história remonta ao século XVIII, quando
era originalmente propriedade da família
Clerc. No entanto, foi apenas no século XIX,
após uma série de mudanças de proprietários,
que o Ch¢teau Clerc Milon começou a ganhar
destaque como produtor de vinhos. Em 1970,
o Ch¢teau Clerc Milon foi adquirido pela
família Rothschild, proprietária também do
Ch¢teau Mouton Rothschild. Desde então,
a propriedade passou por signiƁcativas
melhorias, incluindo a modernização das
instalações de viniƁcação e a expansão dos
vinhedos.

Château Croizet-Bages – Cinquième Cru

O nome remonta ao século XVII, quando os irmãos Croizet,
uma dinastia emblemática da pequena nobreza rural de
Médoc, fundaram a propriedade. Em 1942 o Ch¢teau foi
adquirido por Paul Quié, renomado entusiasta do vinho e
comerciante em Paris e desde então a família tem se dedicado
a elevar a qualidade dos vinhos produzidos ali. Os vinhedos
do Ch¢teau Croizet-Bages cobrem cerca de 16 hectares.

62 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 Château d’Armailhac –
Cinquième Cru
Um registo local de 1680 aponta a existência
de dois irmãos, Dominique e Guilhem
Armailhacq, proprietários de terrenos
em Pauillac. Outro registo menciona em
1750 um certo Dominique Armailhac, que
“plantou vinhas” na propriedade da família,
aproveitando o “frenesi de plantação” que
então varria o Médoc. No Ɓnal do século
XVIII, o vinhedo, geralmente chamado de
Mouton d’Armailhacq, ocupava cerca de
52 hectares entre Brane-Mouton, no norte,
e Pibran, no sul. Em 1933, foi adquirido
pela família Rothschild, proprietária do
Ch¢teau Mouton Rothschild. Sob a gestão
Rothschild, o Ch¢teau d’Armailhac passou
por melhorias signiƁcativas. Os vinhedos
cobrem aproximadamente 70 hectares.

Château Duhart-Milon – Quatrième Cru

Sua história remonta ao século XVIII, quando era propriedade
da família Sieullac, que também era dona do Ch¢teau LaƁte
Rothschild na época. Em 1850, a propriedade foi adquirida pelo
Barão Duhart, que adicionou seu nome ao ch¢teau. Mais tarde,
em 1962, o Ch¢teau Duhart-Milon foi adquirido pela família
Rothschild, proprietária do Ch¢teau LaƁte Rothschild. Os
vinhedos cobrem aproximadamente 76 hectares.

Château Grand-Puy Ducasse

– Cinquième Cru
Sua história remonta ao século XVII,
quando foi fundado pelo Barão François
Ducasse, que deu origem ao nome da
propriedade. Em 1971, a propriedade
foi adquirida pela família Borie,
proprietária também do Ch¢teau Ducru-
Beaucaillou, Deuxième Grand Cru Classé
de Saint-Julien. Os vinhedos cobrem
aproximadamente 40 hectares.

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 63
 Château Grand-Puy-
Lacoste – Cinquième Cru
O nome Grand-Puy, já mencionado
em documentos da Idade Média, vem
do antigo termo “puy” que signiƁca
“outeiro, pequena altura”. Desde o
século XVI, a propriedade permaneceu
ligada a uma única família de geração
em geração, em linha direta através do
casamento até 1920, antes de se conectar
com outra família em 1978 – os Borie. Os
vinhedos cobrem cerca de 58 hectares.

Château Haut-Bages
Libéral – Cinquième Cru
O nome Haut-Bages refere-se à
designação topográƁca do ponto mais
alto da localidade de “Bages”, terrenos
históricos de Pauillac. Foi a família
Liberal quem, no início do século XVIII,
juntou o seu nome ao da propriedade.
O ch¢teau passou de mão em mão até
a chegada de Jacques Merlaut em 1982
e hoje faz parte das propriedades de
Gonzague e Claire Lourton. Os vinhedos
cobrem cerca de 30 hectares.

Château Haut-Batailley –
Cinquième Cru
O Ch¢teau Haut-Batailley marca a
entrada de Pauillac com a icônica
Tour l’Aspic (torre Aspic) que domina
a propriedade. O vinhedo foi deƁnido
em 1942, quando a propriedade foi
dividida em duas propriedades distintas
(Batailley e Haut-Batailley). Em 2017, a
família Cazes dos Ch¢teaux Lynch-Bages
e Ormes de Pez assumiu a propriedade.
Os vinhedos cobrem aproximadamente
22 hectares.

64 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 &K¢WHDX/DƁWH5RWKVFKLOGř
Premier Cru
Sua história remonta a séculos, com
registros de atividade vinícola na
propriedade que datam do século XIII. O
nome “LaƁte” é derivado do termo “la hite”,
que em Gascon signiƁca “pequena colina”.
Em 1868, o Ch¢teau foi adquirido pela
família Rothschild, notáveis banqueiros
europeus, e permanece em posse da família
desde então. Os vinhedos cobrem cerca de
112 hectares.

Château Latour – Premier Cru

O nome “Latour” deriva do termo “la
tour”, que signiƁca “a torre” em francês.
Em 1718, foi adquirido por Alexandre de
Ségur, conhecido como o “Príncipe das
Vinhas”, que também era proprietário de
outros renomados ch¢teaux em Bordeaux,
incluindo o Ch¢teau LaƁte e o Ch¢teau
Mouton. Atualmente, o Ch¢teau Latour é
propriedade da empresa francesa Artemis,
que é controlada pela família Pinault.
François Pinault é um dos homens mais
ricos do mundo, conhecido por seu império
empresarial que inclui marcas de luxo,
varejo, moda e artes. Os vinhedos cobrem
cerca de 78 hectares.

Château Lynch-Bages –
Cinquième Cru
€s portas de Pauillac, o Ch¢teau Lynch-Bages
deve parte do seu nome à aldeia de “Batges”,
que foi o lar de gerações de viticultores desde
o século XVI. A sua história vinícola começa
no século XVIII, com a chegada da família
Lynch. Na primeira metade do século XX,
a família Cazes adquiriu a propriedade. Os
vinhedos cobrem cerca de 100 hectares

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 65
 Château Lynch-Moussas – Cinquième Cru
A história do Ch¢teau remonta a 1610, quando o Domaine
de Moussas-Bages pertencia à família Jehan, comerciante
de vinhos e proprietária de várias propriedades. Em 1728,
o Domaine de Moussas-Bages foi comprado pela família
Drouillard. Em 1748, Thomas Lynch herdou a propriedade
de sua esposa, Elisabeth Drouillard, que ele rebatizou de
Ch¢teau Lynch. Jean-Baptiste Lynch, prefeito da cidade de
Bordeaux em 1808, herdou a propriedade. Quando morreu em
1835, o Ch¢teau Lynch foi dividido em dois: Ch¢teaux Lynch-
Moussas (localizado no lugar chamado Moussas) e Lynch-
Bages (no lugar chamado Bages). Desde 1919, Lynch-Moussas
pertence à família Castéja, proprietária de diversos Ch¢teaux.
São cerca de 60 hectares de vinhedos.

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Premier Cru
Antigamente, a propriedade era conhecida como
Ch¢teau Brane-Mouton. O barão Nathaniel de
Rothschild adquiriu em 1853 e mudou o nome para
Ch¢teau Mouton Rothschild. Em 1922, o barão
Philippe de Rothschild assumiu o comando da
propriedade e lançou uma série de iniciativas que
transformaram não somente Mouton, mas os vinhos
de Bordeaux. Mesmo sendo classiƁcado como
Deuxième Cru em 1855, ele conseguiu uma revisão na
classiƁcação e subiu ao primeiro posto. Os vinhedos
cobrem cerca de 90 hectares.

Château Pédesclaux –
Cinquième Cru
Sua história remonta ao século XIX,
quando foi fundado pelo negociante
de vinhos Pierre Urbain Pédesclaux.
Durante décadas, a propriedade passou
por mudanças de proprietários e em
2009 foi adquirida por Jacky Lorenzetti,
um empresário francês com interesse
no mundo do vinho. Os vinhedos
cobrem cerca de 40 hectares.

66 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 Château Pichon Baron –
Deuxième Cru
A propriedade foi fundada no Ɓnal do século
XVII. Em 1689, Pierre Desmezures de Rauzan, um
inƂuente comerciante de vinhos e administrador
das prestigiadas propriedades Latour e Margaux,
comprou lotes de vinhas perto da propriedade Latour
para criar Enclos Rauzan. Estas vinhas faziam parte
do dote da sua Ɓlha Thérèse quando esta se casou
com o Barão Jacques Pichon de Longueville em
1694, ano em que foi fundada a propriedade Pichon
Baron. Em 1850, a propriedade foi dividida em duas.
Em 1987, a propriedade foi adquirida pela AXA
Millésimes. Os vinhedos cobrem cerca de 73 hectares.

Château Pichon Longueville

Comtesse de Lalande –
Deuxième Cru
O antigo Domaine de Pichon-Longueville foi
dividido em duas propriedades distintas: Ch¢teau
Pichon Baron e Ch¢teau Pichon Longueville
Comtesse de Lalande. A história do Ch¢teau Pichon
Longueville Comtesse de Lalande está fortemente
ligada à Ɓgura de La Marquise de Lalande, conhecida
por seu papel na expansão e aprimoramento da
propriedade durante o século XVIII. Desde 2007,
a propriedade pertence à família Rouzaud, que
também é proprietária da renomada casa de
Champagne Louis Roederer. Os vinhedos cobrem
cerca de 89 hectares.

Château Pontet-Canet –
Cinquième Cru
Jean-François de Pontet Ɓgurava entre os
aristocratas e magistrados de alto escalão que
moldaram os vastos horizontes do Médoc. Depois
de fazer carreira em Versalhes, foi nomeado
Grão-Escudeiro da França no governo de Luís XV
e, depois de se estabelecer na Guiana, tornou-se
governador do Médoc. Em 1705, reuniu alguns
hectares de terra ao norte da aldeia de Pauillac
e com eles criou um vinhedo; e depois, em 1757,
adquiriu uma propriedade numa pequena área
conhecida como Canet. Assim, em 1781, nasceu o
Ch¢teau Pontet-Canet. A partir de 1975, está sob
gestão da família Tesseron. Os vinhedos cobrem
aproximadamente 81 hectares.

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 67
 (6&2/ $
DO V I N HO
Mapa
do Rhône
Guia rápido para entender
os vinhos do vale do Rhône
por Arnaldo Grizzo
FORMANDO UM CORREDOR
entre o Mediterr¢neo e o Norte da
Europa, o Vale do Rhône ou Ródano
estende-se por seis departamentos
franceses. Os vinhedos são cultivados
entre Vienne e Avignon, entre o
Maciço Central, os Alpes e o Mar
Mediterr¢neo e a região compreende
muitas denominações históricas que
levam o nome de comunas ao longo
do rio.
Geralmente faz-se uma distinção
entre o norte do Rhône, que vai
da cidade de Vienne até o sul de
Valence, que costuma ter a Syrah
como sua principal uva tinta, e o
sul do Ródano, ao sul de Valence
até o sul de Avignon, onde blends
com Syrah, Grenache, Mourvèdre,
Cinsault, Carignan etc. são expoentes
nos tintos (especialmente o famoso
GSM – Grenache, Syrah, Mourvèdre),
enquanto Marsanne, Roussanne,
Viognier e Clairette são escolhas
populares para blends brancos.
ConƁra alguns detalhes.
Vinhos
Existem mais de 25 variedades de
uvas permitidas para plantio no Vale
do Rhône. Mas, no norte, Syrah é a
tinta quase exclusiva dos tintos. Já no
sul, mais de 15 uvas para vinho tinto
são autorizadas. No entanto, a mais
popular é a Grenache. Cerca de 79% de
todos os vinhos produzidos no Vale do
Ródano são tintos, 15% são rosés e os
restantes 6% são brancos.
&ODVVLƁFD§£R"
Os vinhedos do Rhône não possuem
uma classiƁcação oƁcial de Grand
Cru, similar à Borgonha. No entanto,
há uma hierarquia que vai desde
os vinhos mais genéricos até os
prestigiados Crus, de maneira
análoga. Começando pela base, temos
os vinhos simplesmente rotulados
como Côtes du Rhône. Em seguida,
encontramos os Côtes du Rhône
Villages, que não necessariamente
indicam a vila de origem.
Posteriormente, há os Côtes du Rhône
Villages que ostentam o nome da vila
especíƁca. Por Ɓm, destacam-se os
Crus, que incluem renomados nomes
como Ch¢teauneuf-du-Pape, Cornas,
Hermitage, Condrieu, Saint-Joseph,
entre outros.
Norte
Terroir
Um vinhedo estreito em forma
de funil se estende em ambos os
lados do Ródano, de Vienne, no
norte, até Valence, no sul, muitos
situados nas encostas íngremes do
vale. É uma região um pouco mais
fria. Os principais tipos de solo no
norte do Ródano são solos argilosos,
rochosos e graníticos. A produção
aqui é relativamente pequena,
representando menos de 3% do total
do Vale do Ródano.
Uvas
As uvas mais cultivadas no norte
do Rhône são principalmente a
variedade tinta Syrah e a branca
Viognier. As vinhas de Syrah no norte
do Rhône geralmente crescem em
solos de granito e xisto, que conferem
mineralidade aos vinhos.
Denominações mais
importantes
As principais regiões produtoras de
Syrah no norte do Rhône incluem Côte-
Rôtie, Hermitage, Crozes-Hermitage,
Saint-Joseph e Cornas. A Viognier
é comumente encontrada em AOCs
como Condrieu e Ch¢teau-Grillet
Sul
Terroir
Vastas planícies planas abrigam
vinhas e são protegidas dos fortes
ventos Mistral por cercas vivas de
ciprestes. É uma região mais quente.
Os principais tipos de solo no sul
do Ródano são argilosos, rochosos,
calcários e arenosos.
Uvas
No sul do Rhône, as uvas cultivadas
são diversas e incluem tanto
variedades tintas quanto brancas,
reƂetindo a riqueza e a variedade da
região. A Grenache é a mais popular,
seguida pela Syrah e Mourvèdre, com
Cinsault e Carignan tendo papeis
interessantes. Entre as brancas,
Marsanne e Roussanne estão entre as
principais juntamente com Viognier,
complementadas com Grenache Blanc,
Clairette, Bourboulenc, Picpoul etc.
Denominações mais
importantes
As Appellations d’Origine Contrôlée
– AOC mais conhecidas do sul são:
Ch¢teauneuf-du-Pape, Gigondas,
Vacqueyras, Lirac, Tavel etc. Vale
lembrar que o sul concentra as
maiores regiões das denominações
ditas Côtes du Rhône e suas
classiƁcações Village e Crus.
Nomes consagrados do Rhône
Alguns que merecem atenção
na região são Guigal, Ch¢teau de
Beaucastel, Chapoutier, Vidal Fleury,
Jean Loius Chave, Paul Jaboulet Aîné,
Delas Freres, Jean-Luc Colombo,
Ogier, Alain Graillot, Ch¢teau Rayas,
Ch¢teau Saint-Cosme, Domaine
Jamet, Moulin de la Gardette, Clos des
Papes, entre outros.
 Vinhos do Rhône
avaliados por ADEGA

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 69
 HARMON IZ AÇÃO

CULINÁRIA
SUL-AMERICANA
Dez pratos típicos de 10 países da América do Sul
e sugestões de harmonização

por$QGU©0HQGHV

A CULINÁRIA DA AMÉRICA DO Sul enquanto o Brasil incorpora elementos

é incrivelmente diversiƁcada, reƂetindo
a riqueza cultural e histórica dos países
que compõem o continente. Cada
nação possui sua própria identidade
gastronômica, mas há algumas
características comuns e inƂuências
compartilhadas em muitos pratos
típicos. Vários obviamente têm suas
raízes nas tradições dos povos indígenas
que habitavam a região antes da
colonização europeia. Ingredientes como
milho, batata, mandioca, feijão, quinoa e
pimentas são amplamente utilizados.
A chegada dos colonizadores
espanhóis e portugueses introduziu
novos ingredientes e técnicas. Nações
como Argentina e Uruguai têm uma
forte inƂuência da culinária espanhola,
da cozinha portuguesa. Isso sem falar da
inƂuência africana devido aos escravos,
especialmente por aqui. Enquanto em
alguns locais a carne, especialmente a
bovina, é muito valorizada, em outros,
os frutos do mar reinam, principalmente
em países com litorais bastante extensos
como Peru e Chile.
Em suma, a culinária da América do
Sul é uma fusão de tradições indígenas,
europeias e africanas, resultando
em uma rica variedade de pratos e
sabores únicos em cada país. Essa
diversidade gastronômica é parte da
identidade cultural da região e por isso
selecionamos 10 pratos bastante típicos
de 10 países e sugerimos harmonizações.
ConƁra.

70 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 Argentina – Parillada
A parillada argentina é um prato rico e saboroso, AD *$5=“15(6(59$
conhecido por sua variedade de carnes grelhadas, 92 7$11$7̬̪̬̫
%RGHJɞ*DU]³Q0DOGRQDGR
geralmente acompanhadas por chimichurri e
8UXJXDL :RUOG:LQH5 
outros condimentos. Com suas texturas tenras 7LQWRHODERUDGRɞSDUWLUGH
e suculentas, assim como o sabor defumado das XYDV7DQQDWFRPHVW¡JLR
carnes, é importante escolher um vinho que possa HQWUHHPHVHVHP
complementar essas características. Para harmonizar
EDUULFDVHWRQ©LVGHFDUYDOKR
IUDQFªVGHPLOOLWURV
com uma parillada, é interessante optar por vinhos (VWUXWXUDGRHVXFXOHQWR
tintos robustos da própria Argentina ou do Uruguai, UHSOHWRGHIUXWDVQHJUDV
por exemplo. Variedades como Malbec, Cabernet PDGXUDVDFRPSDQKDGDVGH
Sauvignon ou Tannat são escolhas populares, pois QRWDVIORUDLVGHHUYDVHGH
HVSHFLDULDVWXGRHPPHLR
oferecem taninos Ɓrmes e sabores intensos que ɞXPɞDFLGH]UHIUHVFDQWHH
combinam bem com os elementos defumados do WDQLQRV̛UPHVH̛QRV7HP
prato. Além disso, é essencial que o vinho tenha ̛QDOVDERURVRHSHUVLVWHQWH
também uma boa acidez, capaz de cortar a gordura FRPWRTXHVGHDPHL[DV
GHIXPDGRVHWHUURVRVOFRRO
das carnes e limpar o paladar entre as mordidas. $0
AD +(<0$/%(&̬̪̬̬
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 7LQWRHODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGH0DOEHF
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EHEHUHVEDQMɞIUXWDVYHUPHOKDVHQHJUDVPDGXUDVQRSRQWR
FHUWRVHJXLGDVGHQRWDVIORUDLVHGHHUYDVFRPVXɞDFLGH]
YLEUDQWHHVHXVWDQLQRV̛UPHVHWHQVRVGLWDQGRDVUHJUDVH
FRQIHULQGRIOXLGH]DRYLQKROFRRO(0

72 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Brasil – Feijoada
A feijoada é um prato brasileiro robusto e rico, AD 0$548Š6'(
que demanda um vinho com corpo suƁciente 90 0$5,$/9$%5872
7,172%$*$
para acompanhar seu peso, uma boa acidez para
$GHJɞGH&DQWDQKHGH
contrabalançar sua riqueza e um perƁl de sabor que %HLUɞ$WO¢QWLFR3RUWXJDO
possa complementar os elementos defumados e 5RVDQH6DFFKHWWR5
salgados presentes no prato. Embora o Lambrusco seja  (VSXPDQWHWLQWREUXW
frequentemente sugerido como uma opção devido à
HODERUDGRSHORP©WRGR
WUDGLFLRQDOH[FOXVLYDPHQWHɞ
sua acidez e capacidade de complementar pratos mais SDUWLUGH%DJDPDQWLGRQR
pesados, alguns espumantes tintos também podem P­QLPRGXUDQWHPHVHVHP
ser uma escolha interessante. Esses espumantes FRQWDWRFRPDVERUUDVDQWHV
tintos possuem certo peso devido à uva, porém não GɞGHJROD$TXLɞWH[WXUɞ
̛UPHHɞSXOVDQWHDFLGH]
são excessivamente encorpados, o que evita dominar HQYROYHPVXɞIUXWɞYHUPHOKɞ
o sabor do prato. Além disso, sua acidez é capaz de PDGXUDWUD]HQGREDODQ§RH
cortar a gordura e realçar os tons amargos, defumados SURIXQGLGDGHDRFRQMXQWR
e salgados da feijoada. *DVWURQ´PLFRHEHPIHLWRHP
VHXHVWLORPDLVYLQRVRPDV
AD *8$7$0%812,5'(0(5/27%587 VHPGHL[DUGHODGRVHXFDU¡WHU
90 *XDWDPEX&DPSDQKɞ*DºFKD%UDVLO 5  IUXWDGRIOXLGRHJRVWRVRGH
(VSXPDQWHWLQWREUXWHODERUDGRSHORP©WRGRWUDGLFLRQDO EHEHUOFRRO(0
H[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGHXYDV0HUORWPDQWLGRSHOR
PHQRVPHVHVHPFRQWDWRFRPDVOHYHGXUDVDQWHVGɞ
GHJROD,QXVLWDGRPRVWUɞIUXWDVYHUPHOKDVDFRPSDQKDGDV
GHQRWDVIORUDLVWHUURVDVGHHUYDVHGHHVSHFLDULDV
GRFHVTXHVHFRQ̛UPDPQRSDODWR7HP³WLPɞDFLGH]
WH[WXUɞ̛UPHH̛QDOFDWLYDQWHFRPWRTXHVGHFHUHMDVHGH
JURVHOKDVOFRRO(0

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 73
 Bolívia – Majao
O majao boliviano é um prato rico e saboroso, composto AD %$1.6,$526‰
por charque (carne de boi salgada e desidratada) 91 ̬̪̬̫
7UHQWKDP(VWDWH6RXWK
e arroz. Sua característica principal é a presença
(DVWHUQ$XVWUDOLD$XVWU¡OLɞ
marcante de sal e uma riqueza de sabores que 3RUWXV&DOH5 5RVDGR
demandam um vinho capaz de harmonizar com HODERUDGRH[OFOXVLYDPHQWHɞ
essas características. Uma opção interessante para SDUWLUGH6\UDKVHPSDVVDJHP
harmonizar é um espumante, que oferece a acidez
SRUPDGHLUD0RVWUɞQRWDV
IORUDLVHVSHFLDGDVHGH
necessária para limpar o paladar do sal e cortar a HUYDVHQYROYHQGRVXDVIUXWDV
gordura do prato. Além dos espumantes, também YHUPHOKDVHEUDQFDVPDGXUDV
são recomendados rosés secos e mais frescos, que TXHVHFRQ̛UPDPQRSDODWR
apresentam uma ótima acidez. Um estilo mais frutado 7HQVRHUHIUHVFDQWHWHP³WLPɞ
WH[WXUDDFLGH]YLEUDQWHH̛QDO
com vivacidade pode ser uma excelente escolha, pois FDWLYDQWHFRPWRTXHVF­WULFRV
sua acidez equilibrada harmoniza bem com pratos GHSªUDVHGHJURVHOKDVOFRRO
salgados e ricos em sabor. b(0

AD 321721(52&8/7%587526‰
91 3RQWR1HUR9DOHGRV9LQKHGRV%UDVLO 5 
(VSXPDQWHURVDGREUXWHODERUDGRSHORP©WRGR&KDUPDWɞ
SDUWLUGH&KDUGRQQD\H3LQRW1RLUPDQWLGRHPFRQWDWRFRP
DVERUUDVGXUDQWHPHVHVHPWDQTXHVGHD§RLQR[LG¡YHO
)UHVFRFDWLYDQWHHJRVWRVRGHEHEHUHVVɞ©PDLVXPɞ
³WLPɞHGL§£RGHVVHYLQKRTXHHVEDQMɞIUXWDVYHUPHOKDVH
EUDQFDVVHJXLGDVGHQRWDVIORUDLVGHHUYDVHGHHVSHFLDULDV
WXGRDSRLDGRSRUVXɞYLEUDQWHDFLGH]HVXɞWH[WXUɞ̛UPH
HFUHPRVD7HP̛QDOFDWLYDQWHHSHUVLVWHQWHFRPWRTXHV
F­WULFRVGHPRUDQJRVHGHIHUPHQWRTXHFRQYLGDPɞXPɞ
VHJXQGɞWD§D$TXLPHQRV©PXLWRPDLVOFRRO(0

74 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Chile – Congrio
AD +25,=21
O congrio é um peixe típico do Chile, conhecido por seu 91 '(%,&+27
sabor suave e textura Ɓrme, e não muito gorduroso. Para &+$5'211$<̬̪̬̫
harmonizar com esse tipo de peixe, é importante escolher $OEHUW%LFKRW/DQJXHGRF
5RXVVLOORQ)UDQ§ɞ &DQWX
vinhos que realcem seus sabores delicados e complementem
5 3URMHWRGRUHSXWDGR
sua textura. Um espumante Charmat longo, com um pouco SURGXWRUERUJRQKªV$OEHUW
mais de textura, pode ser particularmente interessante, pois %LFKRWHP/DQJXHGRF
sua acidez refrescante pode casar com a suavidade do peixe 5RXVVLOORQHVVHEUDQFR©
e sua textura pode adicionar um toque de complexidade à
HODERUDGRH[FOXVLYDPHQWH
ɞSDUWLUGH&KDUGRQQD\
harmonização. Além disso, espumantes são ótimas escolhas VHPSDVVDJHPSRUPDGHLUD
para preparações fritas, pois sua efervescência pode limpar o 'HERɞWLSLFLGDGHPRVWUɞ
paladar e equilibrar os sabores mais intensos da fritura. Outra IUXWDVWURSLFDLVHGHFDUR§R
opção seria um Chardonnay chileno sem madeira. Esses DFRPSDQKDGDVGHQRWDV
IORUDLVHGHHUYDVTXH
vinhos têm corpo suƁciente para acompanhar o congrio e uma DSDUHFHPWDQWRQRQDUL]
acidez pronunciada que pode realçar seus sabores suaves. TXDQWRQɞERFD7HPDFLGH]
Além disso, a ausência de inƂuência da madeira permite que YLEUDQWHWH[WXUɞ̛UPHH
os sabores frutados e minerais do Chardonnay se destaquem, FUHPRVɞH̛QDOFDWLYDQWH
HSHUVLVWHQWHFRPWRTXHV
complementando o peixe de forma harmoniosa. F­WULFRVHGHDEDFD[LTXH
SHGHPXPɞVHJXQGɞWD§D
AD 6$/7212852(;75$%587 (0
90 6DOWRQ6HUUɞ*DºFKD%UDVLO 5 (VSXPDQWHEUDQFRH[WUɞ
EUXWHODERUDGRSHORP©WRGR&KDUPDWORQJR PHVHVHPFRQWDWR
FRPDVOHYHGXUDV ɞSDUWLUGH&KDUGRQQD\3LQRW1RLUH5LHVOLQJ,W¡OLFR
0RVWUɞIUXWDVEUDQFDVHGHFDUR§RDFRPSDQKDGDVGHQRWDVIORUDLV
GHHUYDVHGHIHUPHQWRFRPVXɞ³WLPɞDFLGH]HVXɞWH[WXUɞ̛UPHH
FUHPRVɞGLWDQGRDVUHJUDVHFRQIHULQGRIOXLGH]DRYLQKR7HP̛QDO
FDWLYDQWHHSHUVLVWHQWHFRPWRTXHVGHOLP£RVLFLOLDQRGHXPDPLHGH
IHUPHQWR0DLVXPɞ³WLPɞHGL§£RGHVVHYLQKROFRRO(0

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 75
 Colômbia – Ajiaco
O ajiaco é um prato tradicional da culinária colombiana, HVSHFLDULDVSLFDQWHVHQYROYHQGR
VXDVIUXWDVEUDQFDVHWURSLFDLV
especialmente popular na região de Bogotá. É uma sopa espessa PDGXUDVQRSRQWRFHUWR&KDPɞ
e reconfortante, geralmente preparada com frango desƁado, DWHQ§£RSHOɞDFLGH]SXOVDQWHSHOɞ
uma variedade de batatas (incluindo batata criolla, uma espécie WH[WXUɞ̛UPHHFUHPRVɞHSHOR̛QDO
local), milho, cebola, alho, pimentões, creme de leite, alcaparras P©GLRORQJRFRPWRTXHVF­WULFRV
GHXPDPLHGHPDUDFXM¡OFRRO
e ervas como coentro e guasca. É frequentemente servido com
(0
arroz branco, abacate e uma fatia de abacaxi para acompanhar.
Para harmonizar com o ajiaco, um vinho branco seco, como o AD &5267255217‰6
Sauvignon Blanc, pode ser uma escolha ideal. Sua boa acidez e 90 ̬̪̬̬
6XVDQɞ%DOER0HQGR]ɞH6DOWD
tons cítricos ajudam a realçar os sabores do frango e da batata,
$UJHQWLQɞ &DQWX5 %UDQFR
enquanto limpa o paladar dos sabores intensos das alcaparras. HODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLU
Além disso, os tons de ervas presentes no Sauvignon Blanc GHXYDV7RUURQW©VFXOWLYDGDVSDUWH
combinam com as ervas utilizadas no prato, como o coentro e HP&DID\DWH6DOWDSDUWHQRYDOH
a guasca. Outra opção interessante seria o Torrontés, uma uva
GH8FR0HQGR]DVHPSDVVDJHP
SRUPDGHLUDPDVPDQWLGRHP
mais aromática que, embora possa transmitir uma sensação de FRQWDWRFRPVXDVERUUDV̛QFDV
dulçor, possui exemplares secos com bom corpo e boa fruta. O GXUDQWHPHVHVHPWDQTXHVGH
Torrontés pode suportar o peso da carne de frango e da batata, D§RLQR[LG¡YHO'H³WLPɞWLSLFLGDGH
enquanto suas notas cítricas e de ervas complementam os PRVWUɞH[XEHUDQWHVDURPDVGH
IUXWDVEUDQFDVWURSLFDLVHGH
sabores do prato. FDUR§RGHSHƯOPDLVIUHVFR
DFRPSDQKDGRVGHQRWDVIORUDLV
AD 025$1'‰(67$7(5(6(59(6$89,*121 GHHVSHFLDULDVEUDQFDVHGHHUYDV
91 %/$1&̬̪̬̬ WXGRDSRLDGRSRUVXɞWH[WXUɞ̛UPH
0RUDQG©&DVDEODQFD&KLOH 2S§£R'LVWULEXLGRUɞ5 %UDQFR HFUHPRVɞHVXɞYLEUDQWHDFLGH]
HODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGHXYDV6DXYLJQRQ%ODQF 7HP̛QDOFDWLYDQWHFRPWRTXHV
FXOWLYDGDVQRVYLQKHGRV%HO©QH(O3ULQFLSDOHP&DVDEODQFD F­WULFRVGHPDUDFXMɟHGHOLFKLDV
VHPSDVVDJHPSRUPDGHLUD0RVWUɞQRWDVIORUDLVGHHUYDVHGH OFRRO(0

76 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Equador – Locro de papas
O locro de papas é um prato tradicional do Equador, AD 687,/*5$1'
91 5(6(59(
destacando-se pela presença de batatas e queijo, além &+$5'211$<̬̪̬̫
de temperos como coentro e cominho. Uma opção 6XWLO/LPDU­&KLOH 'HFDQWHU
interessante de harmonização é o Viognier, por seu 5 %UDQFRHODERUDGR
caráter aromático e bom corpo. Este vinho pode H[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGH
XYDV&KDUGRQQD\FXOWLYDGDV
acompanhar bem pratos que levam queijo, além de
QRYDOHGR/LPDU­FRP
ser adequado para culinárias levemente especiadas. IHUPHQWD§£RHHVW¡JLRGH
O Viognier pode realçar o delicado dulçor do amido PHVHVVHQGRHP
das batatas, enquanto sua acidez equilibrada corta a WDQTXHVGHD§RLQR[LG¡YHO
HHPEDUULFDVXVDGDV
cremosidade do prato. Outra escolha seria o Chardonnay,
GHFDUYDOKRIUDQFªV'H
pela sua acidez e sabores frutados intensos. A acidez ERɞWLSLFLGDGHPRVWUɞ
equilibraria a riqueza do locro de papas, enquanto os IUXWDVWURSLFDLVHGHFDUR§R
sabores frutados dariam um contraste interessante. Se PDGXUDVDFRPSDQKDGDV
o Chardonnay tiver uma breve passagem por madeira,
GHQRWDVIORUDLVGHHUYDV
HGHHVSHFLDULDVGRFHV
as notas amanteigadas do vinho também podem 0DV©QɞERFɞTXHPHUHFH
complementar a cremosidade do prato. DWHQ§£RFRPVXɞDFLGH]
SXOVDQWHVXɞWH[WXUɞ̛UPH
AD 9,‘$352*5(62 HFUHPRVɞHVHX̛QDO
91 29(5*5281'9,2*1,(5̬̪̬̬ FDWLYDQWHFRPWRTXHV
9L±ɞ3URJUHVR3URJUHVR8UXJXDL 9LQFL5 %UDQFRHODERUDGR DPDQWHLJDGRVVDOLQRVGH
H[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGH9LRJQLHUVHPSDVVDJHPSRUPDGHLUD IUXWRVVHFRVHGHDEDFD[L
PDVPDQWLGRHPWDQTXHVGHD§RLQR[HQWUHHPHVHV&KDPɞ OFRRO(0
DWHQ§£RSHOɞWH[WXUɞ̛UPHHFUHPRVɞHSHOɞDFLGH]YLEUDQWHTXH
VXVWHQWDPVXDVIUXWDVEUDQFDVHGHFDUR§RPDGXUDVDSRUWDQGR
IOXLGH]HSURIXQGLGDGHDRYLQKR7HP̛QDOFKHLRHSHUVLVWHQWH
FRPWRTXHVF­WULFRVIORUDLVGHSªVVHJRVHGHHUYDVIUHVFDV
OFRRO(0

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 77
 Paraguai – Sopa paraguaia
A sopa paraguaia é um prato típico do Paraguai AD 3/$7(,$
(obviamente), mas também popular em algumas
90 6(/(&7,21
%5$1&2̬̪̬̫
regiões do Brasil, como no estado do Mato Grosso do 0RQWHGRODPR$OHQWHMR
Sul. Apesar de levar o nome de sopa, trata-se de um 3RUWXJDO 9LQFL5 %OHQG
tipo de bolo de milho salgado, feito com milho, queijo EUDQFRFRPSRVWRɞSDUWLU
GH9HUGHOKRH5RXSHLUR
e leite, sendo menos uma sopa e mais uma torta ou
VHPSDVVDJHPSRUPDGHLUD
pudim. Considerando que a sopa paraguaia apresenta 'LUHWRHI¡FLOGHEHEHUPRVWUɞ
uma base de milho, queijo de sabor suave e leite, um IUXWDVEUDQFDVHGHFDUR§R
vinho branco pode ser uma excelente escolha para VHJXLGDVGHQRWDVIORUDLVH
GHHUYDVTXHVHFRQ̛UPDP
harmonizar. Um branco português do Minho, como o
QRSDODWRWXGRDSRLDGRSRU
Arinto, seria uma excelente opção. Esses vinhos são DFLGH]UHIUHVFDQWHHWH[WXUɞ
conhecidos por sua refresc¢ncia, boa presença de fruta ̛UPHHFUHPRVD7HP̛QDO
de perƁl mais fresco e acidez intensa. Outra sugestão FDWLYDQWHFRPWRTXHVF­WULFRV
seria um blend branco sem madeira, com boa presença
GHSªVVHJRVHGHSHUDVOFRRO
(0
de fruta, corpo médio e muita acidez para limpar o
paladar entre as mordidas.

AD &29(/$$5,172̬̪̬̫
91 4XLQWɞGH&RYHOD0LQKR3RUWXJDO %HUNPDQQ:LQH
&HOODUV5 %UDQFRHODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGH
$ULQWRVHPSDVVDJHPSRUPDGHLUDPDVPDQWLGRHPFRQWDWR
FRPVXDVERUUDV̛QDVHPWRUQRGHPHVHVDQWHVGHVHU
HQJDUUDIDGR0RVWUɞIUXWDVEUDQFDVHGHFDUR§RVHJXLGDVGH
QRWDVIORUDLVGHIUXWRVVHFRVHGHHUYDVTXHVHFRQ̛UPDP
QɞERFD*RVWRVRGHEHEHUWHPDFLGH]UHIUHVFDQWHWH[WXUɞ
FUHPRVɞH̛QDOORQJRHFKHLRFRPWRTXHVF­WULFRVVDOLQRVGH
SªVVHJRVGHSHUDVHGHXPDPLOFRRO(0

78 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Peru – Ceviche
O ceviche é um prato tradicional peruano que consiste AD 1$785$/
em peixe cru marinado em suco cítrico, geralmente
90 0<67,&
%5$1&2̬̪̬̫
limão ou lima, e temperado com diversos ingredientes &RPSDQKLɞGH9LQKRV
como cebola, pimenta, coentro e sal. Esta iguaria é ,QYHQF­YHO0LQKR3RUWXJDO
conhecida por seu frescor, sabores vibrantes e texturas 0LVWUDO5 %UDQFR
FRPSRVWRɞSDUWLUGH
únicas. Uma excelente escolha para harmonizar com /RXUHLUR$ULQWRH$OYDULQKR
ceviche é o Sauvignon Blanc, por sua elevada acidez e VHPSDVVDJHPSRUPDGHLUD
tons cítricos e herbáceos. Sua acidez complementa o 0RVWUɞIUXWDVEUDQFDVHGH
toque cítrico do ceviche, enquanto suas notas herbáceas FDUR§RPDGXUDVHQYROWDV
SRUQRWDVIORUDLVHGHHUYDV
podem realçar as ervas frescas frequentemente
WXGRHTXLOLEUDGRSRUDFLGH]
utilizadas no prato, como o coentro. Isso resulta em uma UHIUHVFDQWHHWH[WXUɞ
experiência refrescante e equilibrada. Outra opção é o ̛UPHHFUHPRVD7HP̛QDO
Vinho Verde, leve, refrescante e de uma acidez vibrante. FDWLYDQWHFRPWRTXHV
A sutil salinidade do Vinho Verde pode combinar bem
VDOLQRVF­WULFRVHGHSHUDV
TXHFRQYLGDPɞPDLVXP
com a salinidade natural de frutos do mar como camarão JROHOFRRO(0
ou lula, caso sejam utilizados no ceviche.

AD &‰),525(6(59$
90 6$89,*121%/$1&̬̪̬̬
9L±ɞ&DVDEODQFD&DVDEODQFD&KLOH &DVɞ)ORUD3RUWRɞ
3RUWR5 %UDQFRHODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGH
XYDV6DXYLJQRQ%ODQFVHPSDVVDJHPSRUPDGHLUD'H³WLPɞ
WLSLFLGDGHPRVWUɞIUXWDVEUDQFDVHWURSLFDLVDFRPSDQKDGDV
GHQRWDVIORUDLVHGHHUYDVFRPVXɞWH[WXUɞ̛UPHHFUHPRVɞ
HVXɞYLEUDQWHDFLGH]GLWDQGRDVUHJUDVHFRQIHULQGRIOXLGH]
DRYLQKR7HP̛QDOP©GLRORQJRFRPWRTXHVF­WULFRVVDOLQRV
HGHPDUDFXM¡OFRRO(0

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 79
 Uruguai – Chivito
AD %5,6$6'(/(67(
O chivito é um prato típico do Uruguai, que se destaca pela 90 7$11$7̬̪̬̪
sua generosa combinação de sabores e texturas. Consiste %ULVDV0DOGRQDGR8UXJXDL
em um sanduíche em que o protagonista geralmente 6HWZLQHV5 7LQWR
HODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞ
é o bife (geralmente de carne bovina), acompanhado SDUWLUGH7DQQDWVHPSDVVDJHP
de queijo derretido, presunto, bacon crocante e uma SRUPDGHLUD$SUHVHQWɞIUXWɞ
variedade de vegetais frescos, como alface, tomate e QHJUɞPDGXUɞHVXFXOHQWD
cebola. Quando se trata de harmonização com vinho, um VHJXLGɞGHQRWDVIORUDLVGH
HUYDVHGHHVSHFLDULDVWXGRHP
rosé pode ser uma escolha excelente para acompanhar
PHLRɞXPɞDFLGH]UHIUHVFDQWH
o chivito, especialmente se houver ovo na receita. Um TXHUHDO§ɞɞTXDOLGDGHGH
rosé com boa acidez ajuda a limpar o paladar entre as VXɞIUXWDHWDQLQRV̛UPHVH
mordidas, enquanto seu corpo equilibrado combina DUHQRVRV2̛QDO©VDERURVR
HIUXWDGRUHSOHWRGHDPHL[DV
perfeitamente com a carne e os demais ingredientes.
HVFXUDVOFRRO$0
Além disso, o frescor e a vivacidade do rosé realçam os
sabores do chivito, proporcionando uma harmonização
deliciosa e equilibrada.

AD &2(/+(,526526‰̬̪̬̫
92 7DSDGɞGH&RHOKHLURV$OHQWHMR3RUWXJDO 0LVWUDO5 
5RVDGRHODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGHXYDV6\UDKFRP
IHUPHQWD§£RHHVW¡JLRHPFRQWDWRFRPVXDVERUUDV̛QDVVHQGR
SDUWHHPEDUULFDVGHFDUYDOKRHSDUWHHPSHTXHQDVFXEDVGHD§R
LQR[LG¡YHO0RVWUɞIUXWDVYHUPHOKDVHEUDQFDVPDGXUDVHQYROWDV
SRUQRWDVIORUDLVGHHUYDVHGHHVSHFLDULDVGRFHVFRPVXɞ
DFLGH]UHIUHVFDQWHHVXɞWH[WXUɞFUHPRVɞWUD]HQGRVXVWHQWD§£RH
HTXLO­EULRDRFRQMXQWR7HPERPYROXPHGHERFɞH̛QDOFDWLYDQWH
FRPWRTXHVF­WULFRVGHJURVHOKDVGHFHUHMDVHGHSHUDV8PURV©
HVWUXWXUDGRJDVWURQ´PLFRHYHUV¡WLOOFRRO(0

80 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Venezuela – Hallaca
A hallaca é um prato venezuelano tradicional, frequentemente FDUR§RHQYROWDVSRUQRWDVIORUDLV
HGHHUYDVTXHVHFRQ̛UPDPQR
preparado durante as festividades de Natal. É uma espécie SDODWR&DWLYDQWHHSHULJRVDPHQWH
de tamale elaborado, composto por uma massa de milho JRVWRVRGHEHEHUWHP³WLPɞ
recheada com uma mistura de carne (como porco, frango ou DFLGH]WH[WXUɞFUHPRVɞH̛QDO
bovina), azeitonas, alcaparras, passas, cebola, pimentão, alho, FRPWRTXHVF­WULFRVVDOLQRVHGH
JURVHOKDVOFRRO(0
cebolinha, páprica e outros temperos. Esta massa é então
cuidadosamente envolvida em folhas de bananeira ou palmeira AD 0$5,86%<0,&+(/
e cozida a vapor, resultando em uma iguaria complexa e 91 &+$3287,(56<5$+
saborosa. Um rosé fresco e frutado pode ser uma escolha ideal *5(1$&+(̬̪̬̫
0&KDSRXWLHU/DQJXHGRF
para acompanhar. Sua estrutura e acidez moderadas ajudam
5RXVVLOORQ)UDQ§ɞ :RUOG:LQH5
a equilibrar a variedade de ingredientes e sabores do prato. A  7LQWRFRPSRVWRɞSDUWLUGH
fruta presente no vinho se harmoniza bem com a doçura das *UHQDFKHH6\UDKVHPSDVVDJHP
passas e a acidez corta a gordura e limpa o paladar entre as SRUPDGHLUD1HVVɞHGL§£RPRVWUD
mordidas. Além disso, a leveza do rosé complementa a textura
VHPDLVWHQVRIUHVFRHYLEUDQWH
5HSOHWRGHIUXWDVYHUPHOKDVH
da massa de milho. Outra opção é escolher um vinho tinto QHJUDVDFRPSDQKDGDVGHQRWDV
suave, sem taninos muito pronunciados e sem inƂuência de IORUDLVWHUURVDVHGHHUYDVFRP
madeira. Este tipo de vinho oferece uma boa estrutura para VXɞ³WLPɞDFLGH]HVHXVWDQLQRV
acompanhar a carne da hallaca, enquanto sua fruta presente e GHWH[WXUɞGHJL]FRQIHULQGR
VXVWHQWD§£RHHTXLO­EULRDR
acidez equilibrada complementam os sabores do prato. O baixo FRQMXQWR7HP̛QDOFDWLYDQWHFRP
teor alcoólico é importante para evitar conƂitos com os sabores WRTXHVGHDPHL[DVHGHDPRUDV
mais delicados. TXHSHGHPɞFRPSDQKLɞGHFDUQHV
YHUPHOKDVPDLVPDJUDVJUHOKDGDV
AD 7$,6526‰3,12712,5̬̪̬̫ OFRRO(0
91 (PLOLDQD&DVDEODQFD&KLOH /ɞ3DVWLQɞ5 5RVDGR
HODERUDGRH[FOXVLYDPHQWHɞSDUWLUGH3LQRW1RLUVHPHVW¡JLRHP
PDGHLUD)UHVFRHWHQVRPRVWUɞIUXWɞEUDQFDVYHUPHOKDVHGH

5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 81
 (6&2/ $
DO V I N HO
 Menos é
sempre mais?
Há uma crença de que rendimentos
mais baixos sempre significam vinhos
A MÉDIA DE PRODUÇÃO DE
ROMANÉE-CONTI é de cerca
de 25 hectolitros por hectare. Ou
seja, são necessárias frutas de
aproximadamente três plantas para
fazer uma garrafa desse vinho mítico.
Em uma região em que a maioria
das regras pede que os vinhedos
tenham rendimento de no máximo
35 hectolitros por hectare, Romanée
trabalha com cerca de 10 a menos. Mas
seria esse o segredo do seu sucesso?
Quanto menor o rendimento, melhor
o vinho?
Antes de responder a essa questão,
é preciso entender as implicações de
um rendimento menor. O princípio
fundamental de um rendimento menor
reside na premissa de que, com um
número menor frutos em uma videira,
a taxa de acumulação de açúcar nos
frutos remanescentes aumenta.
Quanto mais menos cachos, mais
açúcar será direcionado eles. Pode-se
apontar ainda um incrementou na cor
e também em compostos fenólicos. Ou
seja, não haveria dúvida de que “menos
é mais” nesse caso, comprovando a
tese universalmente aceita de que os
melhores. Mas isso é real?
por Arnaldo Grizzo
melhores vinhos surgem de vinhas
cultivadas em terrenos pouco férteis.
No entanto, talvez seja preciso
olhar um pouco além. Em 2018, uma
pesquisa publicada no American
Society for Horticultural Science
tentou encontrar as relações que levam
a isso e também tentar provar se a
relação entre rendimento e qualidade
do vinho existe mesmo. Para isso,
Ɓzeram um experimento que envolveu
vários produtores de Oregon ao
longo de um período de 10 anos. Os
produtores realizaram diversos níveis
de desbaste de cachos em videiras de
Pinot Noir, e então as frutas e o vinho
resultantes foram comparados de
forma independente para veriƁcar
se videiras com menor rendimento
(maior desbaste) produziam frutas
melhores e, consequentemente, um
vinho melhor.
O que aconteceu? Os resultados
do experimento revelaram que não
houve diferenças signiƁcativas na
qualidade do vinho com base no nível
de rendimento. A pesquisa também
mostrou que aumentar os rendimentos
poderia ter implicações econômicas
positivas para os produtores.
“Os enólogos não conseguiram
distinguir entre vinhos de diferentes
rendimentos em nenhum ano,
sugerindo que a gestão do rendimento
não garante vinhos que possam
ser percebidos como tendo maior
qualidade sensorial, apesar da forte
adesão da indústria a este paradigma”,
escreveram os autores.
9HUGDGHXQLYHUVDO"
O poeta Virgílio dizia: Bacchus amat
colles, ou seja, Baco, o deus do vinho,
ama as colinas. Vale lembrar que
as colinas aqui remetem a terrenos
menos férteis, em contraposição aos
vales, regiões onde geralmente há
maior acúmulo de nutrientes no solo.
Solos menos férteis signiƁca menos
rendimento. Mas o que seria um baixo
rendimento?
Pode haver muitas razões para
ter menos uvas para colher e produzir
vinho. Algumas são “naturais”, ou seja,
geada, granizo ou a própria natureza
dos cachos. Às vezes, porém, o baixo
rendimento é intencional, causado
pelas ações do enólogo. Por exemplo,
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 83

3RGɞYHUGH©ɞ
UHPR§£RGHOLEHUDGɞ
GHFDFKRVGHXYDV
ƨH[WUDVƩGɞYLGHLUD
diminuindo o
UHQGLPHQWR
um processo conhecido como “poda
verde”, ou seja, a remoção deliberada
de cachos de uvas “extras” da videira,
diminuindo o rendimento e ajudando
a estimular o amadurecimento das
uvas restantes.
Na região da Borgonha, por
exemplo, cada denominação
estabelece diferentes limites de
“rendimento máximo”, os quais
podem ser ajustados em até 20%
conforme as condições climáticas
exigirem. Os rendimentos básicos para
vinhos tintos Grand Cru variam de 35
a 37 hectolitros (hl) por hectare; para
vinhos brancos Grand Cru, variam
de 40 a 64 hl/ha; para vinhos tintos
84 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
Premier Cru, variam de 40 a 45 hl/
ha; para vinhos brancos Premier
Cru, variam de 45 a 68 hl/ha; para
vinhos tintos de denominação Village,
variam de 40 a 45 hl/ha; e para vinhos
brancos de denominação Village,
variam de 45 a 47 hl/ha.
A ideia então de que menos frutas
resultariam em vinhos mais saborosos
e concentrados parece intuitiva, e
o desbaste de frutas para reduzir o
rendimento tornou-se uma prática
agrícola comum em todo o mundo.
Programas de enologia ensinaram aos
alunos que essa era a abordagem ideal
para produzir bons vinhos.
“Existe uma verdade parcial
nisso, especialmente em lugares como
Borgonha e Priorat, onde os solos são
pobres e o pH é muito alto ou baixo.
Nessas circunst¢ncias, métodos de
cultivo de baixo rendimento são
justiƁcados, mas eles se tornaram uma
espécie de culto que foi aplicado a
terroirs completamente diferentes em
todo o mundo”, observa Keith Wallace,
enólogo e sommelier da Wine School
of Philadelphia.
“Quando eu estava na
Universidade da Califórnia em
Davis, no Ɓnal dos anos 90, todos
os professores defendiam a ideia do
baixo rendimento, mas essa noção
já não é mais tão predominante. No
Napa, o solo é fértil e é necessária
uma maior quantidade de uvas por
hectare para atingir a maturidade
total. No início dos anos 2000, houve
um movimento signiƁcativo entre os
produtores e proprietários de vinícolas
para reavaliar essa abordagem”, diz
Wallace.
A poda verde
Em um artigo sobre a relação entre
rendimento e qualidade do vinho, o
viticultor Steve Matthiasson diz que
o “desbaste de frutas (“poda verde”) é
uma técnica chave usada para reduzir
a produtividade e é uma das práticas
vitícolas mais misteriosas; além da
ciência, envolve hábito, compulsão,
penitência, medo… toda uma série de
impulsos que têm muito pouco a ver
com a agricultura normal, mas tudo
a ver com o vinho, o mais irracional
dos produtos agrícolas humanos. O
desbaste de frutas é extremamente
emocional para agricultores e
produtores de vinho, e a ciência
geralmente tem muito pouco a ver
com essa prática incrivelmente cara e
muitas vezes um desperdício.”
Segundo ele, em grande parte, a
prática do desbaste de frutas como
um padrão nos vinhedos de qualidade
é um fenômeno relativamente
recente, tendo se desenvolvido ao
longo dos últimos 30 anos. Embora
haja exceções, essa generalização
é signiƁcativa porque reƂete uma
parte da evolução global do estilo de
vinho nas últimas décadas – mais
concentrado. O desbaste de frutas
inicialmente surgiu em propriedades
localizadas em regiões de cultivo mais
frias e gradualmente se disseminou
para o restante do mundo vinícola.
A adoção dessa prática não foi
instant¢nea, pois a ideia de cortar
frutas era (e ainda é) algo difícil de
ser aceito pelo agricultor comum,
que tende a ser mais pragmático.
Um agricultor pode remover frutas
de vinhas jovens, fracas ou doentes,
porém, essa é uma prática vitícola
crucial para aliviar as videiras que
não conseguem lidar com sua carga
de frutas, não se trata apenas de uma
“poda verde”, mas sim de um ajuste
Ɓno para otimizar o rendimento.
Como já dito, ao reduzir o número
de frutas em uma videira, há um
aumento na concentração de açúcar
nos frutos restantes. Isso ocorre
porque o açúcar se acumula de forma
constante ao longo do tempo, e ao
diminuir a competição por nutrientes
e recursos da planta, os frutos
remanescentes têm maior acesso aos
nutrientes e podem acumular mais
açúcar. Sendo assim, o momento em
que o desbaste é realizado também
é crucial. O desbaste precoce, antes
do endurecimento das sementes, é
especialmente eƁcaz, pois permite
que a planta concentre sua energia
e recursos nas frutas restantes
desde o início do processo de
amadurecimento.
Além disso, o desbaste de frutas
tem implicações no teor alcoólico
e na cor do vinho. O aumento da
concentração de açúcar nos frutos
remanescentes pode levar a vinhos
com teores alcoólicos mais elevados
e cores mais intensas. No entanto,
é importante notar que o desbaste
tardio pode não ter o mesmo impacto
no caráter da fruta, uma vez que o
processo de amadurecimento já está
avançado. “Uma regra geral para o
desbaste de frutas é que, para cada
semana após o endurecimento das
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YLQKRVSRWHQWHV
PDLVDRƨFXOWRƩGR
EDL[RUHQGLPHQWR
do que ao
DTXHFLPHQWRJOREDO
sementes, 10% mais frutas precisam
ser desbastadas para obter o mesmo
resultado >feito bem cedo, antes da
fase do pintor@”, aponta Matthiasson.
2YRRXJDOLQKD"
“Alguns sugerem que a culpa
>dos vinhos mais concentrados
e alcoólicos@ é do aquecimento
global, mas você pode facilmente
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 85

argumentar que isso é resultado do
desbaste das frutas. O aquecimento
global está, sem dúvida, envolvido,
mas a minha opinião é que a adoção
generalizada do desbaste de frutas é
provavelmente um fator ainda maior.
E os vinhedos de alta qualidade
continuam a diminuir ainda mais,
num esforço para se diferenciarem”,
diz Matthiasson.
“Num ano particularmente
favorável, quando tudo corre
perfeitamente desde a Ƃoração
até à colheita, pode-se obter uma
qualidade excelente mesmo acima
dos 50 hl/há. O problema é que
neste momento temos que escolher
como ajustar o nível de colheita
em julho, no entanto, é impossível
saber se as condições mais tarde
serão perfeitas. Num clima quente,
perseguir pequenos rendimentos
pode acelerar a maturação, o que
não é necessariamente favorável.
Para contrabalançar os efeitos das
alterações climáticas, é cada vez mais
importante gerir corretamente tudo
o que contribui para uma maturação
lenta e uniforme: variedades de
86 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
maturação tardia, porta-enxertos
resistentes à seca, e sim, precisamos
manter níveis adequados de
rendimento. Ornellaia normalmente
busca rendimentos entre 30 e 45 hl/
ha. Acima disso, você começa a ver a
qualidade diminuindo, mas abaixo há
apenas perda de volume, mas nenhum
ganho de qualidade. A variedade mais
sensível é sem dúvida a Cabernet
Franc, que rapidamente perde todas
as suas qualidades assim que rende
demais”, explicou Axel Heinz, ex-
diretor de Ornellaia, em um artigo
para a Wine-Searcher.
“Acho que a história e a solução
para o aquecimento global serão
muito mais complexas do que
simplesmente evitar rendimentos
desnecessariamente baixos. Notei
uma diferença signiƁcativa na
resposta dependendo do tipo de solo
e do sistema de treliça da vinha, mas
também dependendo da idade da
vinha. Simplesmente varia muito. Dito
isto, penso que perseguir rendimentos
baixos não tem sido a abordagem
correta, ou pelo menos tem sido uma
abordagem demasiado simpliƁcada
para alcançar alta qualidade. Da
mesma forma, uma elevada carga de
colheita funciona como um sumidouro
de água e nutrientes – numa estação
quente e seca, a capacidade da
videira de encontrar e transportar
essa quantidade de a água é limitada.
Portanto, neste aspecto, uma menor
carga de colheita é mais ideal numa
situação de seca. Existe uma relação
inegável entre qualidade e quantidade,
mas pela minha experiência esta é uma
relação complicada que nega uma regra
prática. Em vez disso, é uma relação
que depende do local, variedade,
densidade da videira e estação. Basta
lembrar que a qualidade não aumenta
necessariamente com a diminuição
da quantidade. Por exemplo, as vinhas
Sauvignon Blanc precisam de uma
carga de colheita para produzir vinhos
de qualidade, e um ano de baixo
rendimento pode produzir vinhos
com qualidade diminuída, caráter
fenólico e excesso de açúcar/ álcool”,
diz a enóloga Rebekah Wineburg da
Quintessa.
Relações intrincadas
O único aspecto que parece haver
consenso é o tema do equilíbrio
da videira – especiƁcamente a
necessidade de garantir que a relação
copa/fruta seja mantida durante todo
o período vegetativo. “É realmente
encontrar o equilíbrio entre qualidade,
sabor e rendimento, e está Ɓcando
mais complexo. Os verões aqui não
terminam até o Dia de Ação de Graças,
e os picos de calor no Ɓnal da estação
de cultivo podem desidratar as uvas
muito rapidamente. Se as uvas perto
da colheita perderem repentinamente
15% do seu peso, o rendimento
diminuirá, mas a qualidade também.
Podemos reidratar artiƁcialmente
essas uvas, mas isso pode levar a
sabores diluídos”, diz Dan Petroski,
enólogo da Massican Winery, que fez
um experimento:
“Pegamos uma parcela e demos
a metade >deles@ dois cachos de uva
por broto, e outra apenas um >cacho@,
pensando que as uvas de um cacho
produziriam cores, níveis de açúcar
e sabores mais intensos. Paramos
a irrigação após o pintor >início do
amadurecimento das uvas@. Mas as
vinhas pareciam se aclimatar ao longo
e extremo calor do ano, e a parcela
de menor rendimento não era tão
diferente da de maior rendimento.” A
equipe do vinhedo descobriu que era
melhor simplesmente colocar uma
sombra em volta das uvas e descobriu
que o sistema produz os resultados
esperados de vinhas de baixo
rendimento: maior concentração,
equilíbrio e complexidade.
“Temos metas de rendimento
diferentes, dependendo do terroir.
Para Garnacha em Rioja, é necessário
um rendimento muito menor para
vinhos de alta qualidade. Mas em
Ribera del Duero, com diferentes
solos, altitudes e condições climáticas,
os nossos níveis de produção podem
ser muito mais elevados”, aponta
o enólogo Julio Saenz, de La Rioja
Alta. “>Em locais@ onde os solos têm
diƁculdade para secar e são mais ricos
em nutrientes, serão criadas uma
videira e uma copa muito maiores.
Este local muitas vezes produzirá
vinhos melhores se você manter mais
frutas por videira para ajudar a videira
a colocar mais energia. Neste caso,
rendimentos mais elevados podem,
na verdade, signiƁcar vinhos de maior
qualidade”, diz Jesse Katz, enólogo da
Aperture Cellars.
4XDOLGDGHRXHVWLOR"
Quando os produtores optam por
“restringir a produção” através do
desbaste de frutas, seja realizando-o
precocemente ou selecionando
frutas verdes durante o processo
de amadurecimento, o resultado é
uma alteração no estilo do vinho.
Essa mudança é considerada uma
“melhoria” na qualidade se o objetivo
for aumentar o teor alcoólico,
intensiƁcar a cor, promover um
caráter de fruta mais maduro e
menos ácido, além de obter maior
concentração. No entanto, se esses
não forem os atributos desejados, a
restrição de rendimento pode ter um
efeito negativo.
Os produtores de vinho têm
diferentes abordagens em relação ao
desbaste de frutas. Enquanto alguns
adotam essa prática como parte do
cultivo moderno padrão, outros, como
alguns produtores biodin¢micos e
adeptos dos vinhos naturais, evitam
o desbaste, acreditando que interfere
no processo natural de maturação
das uvas. Eles argumentam que a
mistura de frutas maduras e menos
maduras contribui para o equilíbrio
e a longevidade do vinho, trazendo
frescor e complexidade aromática.
No entanto, é amplamente
reconhecido que o desbaste de
frutas pode resultar em vinhos
mais concentrados, com cores
mais intensas e teores alcoólicos
mais elevados. Esse processo é
especialmente signiƁcativo em regiões
mais frias, onde uma produção mais
baixa é essencial para garantir a
maturação adequada das uvas. Por
outro lado, em regiões mais quentes,
é importante manter uma quantidade
suƁciente de frutas na videira para
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evitar que o teor alcoólico domine
completamente o vinho.
Embora o desbaste de frutas seja
uma prática comum, há uma falta
de base cientíƁca para determinar a
quantidade exata de frutas a serem
removidas. Isso muitas vezes leva a
tensões entre viticultores e enólogos,
com pressões para produzir vinhos
que impressionem e reƂitam a
qualidade desejada. No entanto, é
importante encontrar um equilíbrio
entre desbastar as frutas para otimizar
a qualidade e evitar desperdícios
desnecessários. Em última análise, o
desbaste de frutas pode resultar em
uma mudança no estilo do vinho, mas
não necessariamente na qualidade.
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 87
&85,26, '$'(6

A revolta dos vinhateiros da Borgonha,
que marcou a história da França
É NOITE DO DIA 27 DE fevereiro
de 1630. Cerca de 50 pessoas fazem
algazarra no centro da cidade de Dijon,
na Borgonha. Era um prenúncio do que
poderia acontecer. O ambiente era tenso
diante de uma reforma administrativa e
Ɓscal aprovada pelo Cardeal Richelieu,
o famoso primeiro ministro do rei
Luís XIII. No dia seguinte, viticultores,
liderados por Anatoire Changenet,
reúnem-se logo cedo e tocam o sino da
igreja de Saint Michel convocando uma
das revoltas populares mais marcantes
da história francesa.
Changenet, um vinhateiro,
conhecido como “le Roy Machart”,
usava uma coroa de hera e estava
vestido com uma capa multicolorida,
sobra do carnaval recente. Quatro
bateristas e um líder, carregando
uma bengala à qual estava presa uma
toalha, completaram o desƁle do
grupo que estranhamente lembrava
uma marcha militar. Estavam
acompanhados por uma multidão de
mulheres e crianças e todos cantavam
a plenos pulmões o refrão de uma
canção popular, o “Lanturelu”, daí o
nome com que Ɓcou conhecida essa
manifestação: “Révolte du Lanturlu”
ou “l’Émeute des Lanturelus”.
A palavra “Lanturlelu” é na
verdade composta por “la” + “turelure”,
onomatopeia usada em alguns refrões
de canções populares, do nome de um
instrumento musical que designa uma
gaita de foles, um Ƃautim. Tornou-se o
Lanturlu
por Arnaldo Grizzo
refrão de uma música que zombava de
Richelieu, indicando, seja uma recusa,
seja uma resposta evasiva (dizia-se: é
sempre a mesma “turelure”: é sempre a
mesma coisa).
Contra as reformas
Os viticultores estavam revoltados.
Por um édito de junho de 1629,
Richelieu decidiu impor à Borgonha,
então um país de Estado, um regime
administrativo diferente do que a
regia desde o século XIV. Vale lembrar
que, na época, o ducado da Borgonha
tinha certa independência diante do
poder real, elegendo representantes e
sendo capaz de angariar e distribuir os
impostos provinciais da forma como
lhe aprouvesse.
Mas o rei Luís XIII buscava, no
início do século XVII, garantir a
autoridade real, a submissão Ɓscal
(era necessário assegurar os gastos
para a Guerra dos Trinta Anos) e o
fortalecimento do absolutismo, em
detrimento das liberdades provinciais.
O rei Henrique II já havia tentado
instaurar seis eleições em 1554 na
Borgonha, em vão. Luís XIII queria
tentar novamente.
Em novembro de 1629, após
o édito real, uma delegação com
representantes dos “três estados” da
Borgonha (clero, nobreza e burguesia)
tentou uma representação junto ao rei,
mostrando-lhe o quanto essa decisão
era desvantajosa para a província e
contrária aos seus privilégios, mas não
teve efeito. E a tensão foi aumentando.
Os viticultores então
consideraram-se os primeiros a serem
afetados pelo novo edital, pois os
eventuais novos impostos seriam
sobre o vinho. Até então, o vinho só era
tributado quando enviado para fora da
Borgonha, não internamente. E isso
provavelmente mudaria. Assim, os
eventos começaram em 27 de fevereiro,
depois de um rumor de que a C¢mara
de Contas iria aprovar a reforma real e
aceitar os novos eleitos.
Violência
Segundo o artigo de Mack P. Holt
chamado “Culture populaire et culture
politique au XVIIe siècle : l’émeute de
Lanturelu à Dijon en février 1630”, o
pequeno grupo reunido na noite do
dia 27 “dirigiu-se à rue Vannerie em
direção à residência de Nicolas Gagne,
tesoureiro geral da França e defensor
resoluto dos novos governantes eleitos.
Os viticultores começaram por atirar
pedras à sua porta enquanto gritavam
que iam queimar toda a sua casa. Depois,
na esquina da rua, pararam na casa de
Jean Legrand, um dos juízes da C¢mara
de Contas, a quem lançaram as mesmas
ameaças e insultos. Por Ɓm, dirigiram-
se à Place St-Michel onde cantaram e
gritaram ainda mais, para terminar o
desƁle nas muralhas, ainda cantando, na
esperança de encorajar os habitantes de
outras freguesias a virem juntar-se a eles.
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 89

Embora a noite estivesse fria e chuvosa,
e tivessem Ɓcado acordados a noite toda
sem dormir, por volta das cinco horas da
manhã soaram os toques das igrejas de
St-Michel e St-Philibert, bairros onde a
maioria dos viticultores de Dijon residia.
Isso foi suƁciente para alertar toda a
cidade e o pequeno grupo de cinquenta
pessoas rapidamente se transformou
em uma multidão de cerca de 500 a 600
pessoas, com Anatoire Changenet à
frente. Todos voltaram à casa de Nicolas
Gagne, na rue Vannerie, arrombaram
90 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
&DUGHDO
5LFKHOLHX
RIDPRVR
primeiro
PLQLVWURGRUHL
/X­V;,,,
a porta e devastaram tudo que
encontraram em seu caminho. Gagne
e sua família deixaram o local assim
que o alerta matinal foi dado. Ninguém
poderia impedir os danos. Todas as
suas roupas, tapeçarias, móveis e livros,
que constituíam uma das melhores
bibliotecas da Borgonha, foram
transportados para o pátio exterior e
queimados. A sua adega foi saqueada
e o seu vinho consumido, tudo isto
ao ritmo do tambor e da canção de
‘Lanturelu’. A menos de 200 metros
da C¢mara Municipal, o presidente da
C¢mara e os vereadores assistiram ao
espetáculo lá de cima, horrorizados”.
Durante as horas de vandalismo,
os manifestantes queimaram um
retrato do rei e saquearam sete casas
de notáveis, pertencentes à C¢mara de
Contas ou representantes do poder real.
“Por volta das onze horas da manhã,
seis horas após o início da confusão, e
mais de quinze horas após o início da
manifestação, os capitães e tenentes
Ɓnalmente conseguiram mobilizar
tropas suƁcientes para enfrentar os
desordeiros. Atacaram um grupo na
rue de Paultet que estava em processo
de saque da casa de Humbert de Loisie,
outro juiz pertencente à C¢mara de
Contas. Uma salva de balas foi suƁciente
para matar cerca de doze manifestantes
no local e ferir muitos outros. O resto do
grupo fugiu. A milícia perseguiu-os até
à rue St-Philibert, onde conseguiram
capturar alguns deles. Alguns outros
viticultores foram mortos na multidão.
A ordem foi restaurada meia hora
após a mobilização. Apesar de uma
longa busca que durou vários dias,
ninguém conseguiu pôr as mãos em
Anatoire Changenet ou mesmo nos seus
cúmplices mais próximos. No entanto,
dois pobres bodes expiatórios foram
presos, julgados e depois enforcados.
Todos os outros viticultores presos
foram Ɓnalmente libertados para evitar
possíveis represálias. No total, sete casas
e o seu conteúdo foram destruídos,
vinte pessoas mortas, o dobro de
feridos, e dois executados durante
o motim de Lanturelu em Dijon em
fevereiro de 1630.”
Após
Luís XIII, então em visita a Troyes,
foi a Dijon em 26 de abril de 1630. Os
habitantes foram perdoados pelo rei,
mas este impôs pesadas sanções. “A
punição pelos motins de Lanturelu foi
severa e ninguém sofreu mais do que
os viticultores, o prefeito e o conselho
municipal. Os viticultores foram de
fato expulsos tanto do corpo político
como do corpo social. O rei proibiu-
 os de participar em futuras eleições
e ordenou-lhes que abandonassem
a cidade, obrigando-os a instalar-se
nos subúrbios e aldeias vizinhas.
No entanto, esta disposição não foi
cumprida; o governador real recorreu
imediatamente. Mas isto, no entanto,
mostra o grau de severidade com
que Changenet e o seu bando foram
punidos. Quanto aos magistrados
de Dijon, os seus ‘antigos direitos e
privilégios’ foram signiƁcativamente
reduzidos. Em vez de deixar espaço
para eleições livres anuais como
no passado, Luís XIII elegeria o
prefeito para os próximos seis anos.
Além disso, o conselho municipal
seria reduzido de vinte para seis
magistrados que, tal como o alcaide,
seriam nomeados pelo rei”.
Contudo, o novo governador,
Henrique II de Bourbon-Condé, obteve,
em 26 de março de 1631, a revogação
CAVIARPOLANCOBRASIL 11 94129-1777
do edital de eleição de Richelieu,
a restauração dos privilégios de
Dijon e a eleição dos escabinos em
sua forma anterior, bem como a
preeminência dos “Três Estados”
sobre a C¢mara de Contas e o
Parlamento. Ou seja, a revolta dos
vinhateiros não foi exatamente uma
vitória, mas mostrou aos absolutistas
o poder de mobilização das massas
em uma época em que isso ainda era
impensável. Essa revolta permanece
na memória popular e o lado
folclórico ligado à canção permanece.
No século XIX, uma peça baseada
nos acontecimentos foi escrita por
Eugène Fyot. E, a saber, a música
dizia: “O rei, nosso senhor, Por boas
razões, Que não nos atrevemos a
dizer, E que mantemos em silêncio,
Nos proibiu de cantar Lanturelu,
Lanturlu, lanturllu, lanturlu,
lanturlure”.
 *5( $7(67$7(6

A busca pelo
Grand Cru
do Napa
Como a Harlan Estate criou o mito de
um vinho de excelência no Napa Valley

por Arnaldo Grizzo

“QUEM PODERIA IMAGINAR, dadas as condições

da indústria vinícola nas primeiras décadas após a
II Guerra Mundial, que o Vale do Napa poderia se
reinventar como uma capital do vinho? Para aqueles de
nós que começaram a vir aqui no Ɓnal dos anos 1950 e
início dos anos 1960, era um lugarzinho sonolento em
uma paisagem selvagem magníƁca. Talvez uma dúzia
de vinícolas tivesse sobrevivido à Lei Seca e depois. Elas
recebiam degustadores de vinho e eram Ƃexíveis em
suas políticas de entrada — um atrativo para estudantes
universitários de Berkeley e de outras partes a uma
curta dist¢ncia de carro. Alguns de nós saíamos dessas
visitas com o sonho de um dia ter uma pequena vinícola
no Vale do Napa”, recorda o fundador da Harlan Estate,
H. William (Bill) Harlan.
H. William Harlan II nasceu em 1940 em Pico,
Califórnia, Ɓlho de um pai dono de frigoríƁco e
mãe dona de casa. Ele se formou na Universidade

92 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
 %LOO+DUODQVH
RIHUHFHXSDUɞVHGLDU
RSULPHLUR/HLO£R da Califórnia em Berkeley em 1963 em
GH9LQKRVGR1DSɞ comunicações e políticas públicas. Para desgosto
9DOOH\HP
dos seus pais, passou quase um ano viajando de
carona pela África e vários outros anos morando
em um hotel-cassino, em parte para se sustentar
jogando pôquer. Mas um dos eventos que mais
lhe chamou a atenção na juventude foi ter
participado da inauguração da vinícola Mondavi
em 1966.
“Comecei a procurar terras no Napa Valley
em 1972 e Ɓz visitas a vinícolas na Europa para
tentar entender que condições produziam os
melhores vinhos do mundo”, lembra. Em 1973,
ele começou a investir no setor imobiliário de
Lake Tahoe e logo se juntou a um concorrente,
Peter C. Stocker, para fundar uma empresa
chamada PaciƁc Union. Ela desenvolveu
propriedades e converteu apartamentos em
condomínios, passando para grandes projetos,
como o complexo de condomínios Opera
Plaza, de US$ 100 milhões, em São Francisco.
Em 1979, Harlan e seus sócios compraram um
decadente clube de campo de Napa Valley e o
transformaram em um resort vinícola chamado
Meadowood.
“A necessidade de criar uma família e
de estabelecer valores e uma cultura é ainda
mais importante do que a terra e o negócio – e
na verdade deu-me uma noção diferente do
94 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
tempo. Não muito depois disso, comprei o
terreno onde começamos a construir a Harlan
Estate. No ano seguinte, conheci minha futura
esposa, um ano depois nos casamos e no ano
seguinte formamos nossa família. Nenhuma
dessas coisas aconteceu até que eu vi esta vida
de permanência. Sinto que cada um de nós
segue seu próprio tempo e provavelmente não
estava pronto antes disso”, recorda.
Um marco
“O primeiro Leilão de Vinhos do Napa Valley,
em 1981, foi um marco signiƁcativo ao longo
do caminho da evolução do Napa como a
melhor região vinícola dos Estados Unidos.
Os Vinicultores do Vale do Napa começaram
a planejar o evento, modelado segundo os
Hospices de Beaune, em 1979 para aumentar
a conscientização sobre o ressurgimento
do cultivo de vinhos em andamento aqui e
arrecadar fundos para hospitais locais. O início
do planejamento coincidiu com a compra de
Meadowood, que sediou o primeiro leilão e
continua a realizá-lo até hoje”, aponta.
“Preparações para o leilão me levaram a
uma viagem à França organizada por Robert
Mondavi em 1980, enquanto a busca por
terras de vinhedos para a Harlan Estate e o
desenvolvimento do Meadowood continuavam.
Ele organizou visitas aos Premier Crus de
Bordeaux e muitos dos Grands Crus da
Borgonha — uma experiência transformadora.
Ver essas propriedades, conhecer as famílias
em cujas mãos elas residiam geração após
geração, testemunhar a nobre busca de criar
algo artístico a partir da terra no mais alto
nível possível mudou o paradigma da vinha
rom¢ntica para o de uma vinha que, talvez, com
o tempo, com a equipe certa, pudesse produzir
um vinho que seria bem-vindo entre os Premier
Cru. Isso signiƁcava estabelecer uma cultura
discernível e uma estética deƁnida de forma
coerente — o caráter de uma propriedade e um
vinho — algo que pudesse durar por gerações.
Isso também signiƁcava, para mim, o eventual
acolhimento de uma vinha a partir de uma terra
não comprovada, intocada pela mão humana.
Tentar alcançar isso nas colinas do Napa parecia
“Nenhuma dessas coisas
aconteceu até que eu vi esta vida de
permanência. Sinto que cada um
de nós segue seu próprio tempo”
um desaƁo digno”, revela.
Ele assim reuniu uma equipe ainda incipiente
para cultivar e viniƁcar. As primeiras garrafas
foram produzidas na vinícola Merryvale em
Santa Helena até que sua própria vinícola
fosse concluída. Foi durante seu tempo
supervisionando Merryvale que Harlan conheceu
três pessoas que seriam muito importantes no
desenvolvimento de suas várias propriedades no
5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 95

%RE/HY\ DFLPD 
WHYHSDSHO vale: Don Weaver (mais tarde gerente geral da
IXQGDPHQWDOQR Harlan Estate), o enólogo Bob Levy e o enólogo
GHVHQYROYLPHQWR
GɞSURSULHGDGH$ consultor Michel Rolland. A vinícola lançou sua
HTXLSHKRMHFRQWɞ primeira safra em 1983, aproximadamente 250
FRP:LOO+DUODQ ̛OKR caixas de Cabernet e 200 caixas de Chardonnay.
GH%LOO &RU\(PSWLQJ
HQ³ORJR H)UDQ§RLV
9LJQDXG GLUHWRU 
O início verdadeiro
IRWRVDEDL[R O verdadeiro início da Harlan Estate data de 1984,
com a aquisição dos primeiros 16 hectares de terra
nas colinas de Oakville – uma parte acidentada de
terreno coberta por Ƃorestas, bosques de carvalhos
e áreas ripárias, fértil e repleta de vida selvagem.
Ao longo da próxima década mais ou menos,
acrescentamos gradualmente mais algumas
dezenas de hectares espalhados pelas encostas”,
lembra Harlan. “Durante o primeiro ano da Harlan
Estate, trouxemos as primeiras estradas pela densa
Ƃoresta, limpamos e preparamos as terras da
vinha, desenvolvemos fontes de água e drenagem
— construindo pacientemente uma infraestrutura
onde antes não existia. Em seguida, vieram todas
as perguntas óbvias e não tão óbvias associadas a
96 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
como melhor plantar as vinhas em si. Não havia
como saber por uma década ou mais se as escolhas
que Ɓzemos eram as melhores escolhas. No
entanto, a preocupação permanente era garantir
que cada escolha que Ɓzéssemos para intervir com
a terra crua nos permitisse cultivá-la de maneira
sustentável e ecologicamente correta — de uma
maneira que preservasse a terra e permitisse que
ela evoluísse para seu potencial”, complementa.
“A propriedade produziu vinho em 1987, 1988
e 1989 — nenhum dos quais foi para o mercado,
porque a qualidade que esperávamos ainda não
havia aparecido. O 1990, 1991, 1992 e 1993 estavam
engarrafados e o 1994 estava na barrica, antes
que alguém da Harlan Estate se sentasse com
um crítico para provar os vinhos. O primeiro
lançamento, safra 1990, foi em 1996, porque
só então sentimos que tínhamos um vinho de
caráter e qualidade suƁcientes — e as safras de
reserva para seguir”, diz Harlan.
O primeiro rótulo de vinho da Harlan Estate,
que levou 10 anos para ser produzido, foi inspirado
em uma gravura do século XIX e supervisionado
pelo gravador aposentado do Tesouro dos Estados
Unidos, Herb Fichter. De acordo com Harlan, o
rótulo foi desenhado para uma garrafa que “Ɓcaria
sobre uma mesa à luz de velas, não na prateleira de
uma loja”. Além do rótulo principal, eles fazem um
segundo The Maiden”(A Donzela), que representa
a segunda seleção da propriedade.
Hoje
A vinícola, que adota cada vez mais práticas
org¢nicas e biodin¢micas, foi construída em
2002. O primeiro Harlan Estate, da safra de 1990,
foi lançado em 1996 por US$ 65. Hoje em dia,
uma caixa do mesmo vinho é negociada por mais
de US$ 18.000. O tinto recebeu nada menos que
sete pontuações 100 “perfeitas” de Robert Parker.
Combinado com a disponibilidade limitada, não
é de admirar que Harlan Estate tenha todas as
características de um vinho cult mítico, perdendo
talvez apenas para Screaming Eagle. E assim
como este outro mito, ele só pode ser adquirido
por meio de alocações de membros que se
cadastram previamente para adquirir essas joias.
O desenvolvimento inicial do vinhedo da
propriedade começou com apenas 2,5 hectares.
Hoje o plantio está com quase 40 hectares de
vinhas das variedades como Cabernet Sauvignon
(70%), Merlot (20%), Cabernet Franc (8%) e Petit
Verdot (2%). Invariavelmente, o vinho Ɓnal é
predominantemente Cabernet Sauvignon, com
quantidades variadas das outras três variedades,
procurando expressar o caráter do local.
“Esta zona de transição entre o terreno
agreste da Ƃoresta e a planície aberta do vale é
onde plantamos as vinhas, construímos a adega
e estabelecemos a nossa casa. Este é o limite da
mudança e onde mais vivenciamos as atividades
da natureza. Acho que muito do caráter do vinho
vem do fato de que os vinhedos são escavados - e
próximos a - nessas terras selvagens, nessa Ƃoresta
e nesses bosques. É uma boa metáfora para a vida,
bem como para a nossa ƁlosoƁa vitivinícola”, diz
Harlan.
“Nosso objetivo aqui é trabalhar para criar
algo a um nível que ajude a levar nosso público
além de onde ele poderia ter ido se não tivesse
experimentado. Existem certas coisas que
:LOOLDP %LOO 
reconhecemos e gostamos mesmo quando não ou vinho. O performer, o criador, o artista, não +DUODQHVWHYHQɞ
sabemos muito sobre elas. Mas podemos alcançar é o único que tem trabalho a fazer. O público LQDXJXUD§£RGɞ
níveis mais elevados de prazer se dedicarmos exigente também tem que trabalhar. Quanto YLQ­FROɞ0RQGDYL
tempo e esforço ao estudo, à aprendizagem, à mais o público aprende e experimenta, mais rica HPHLVVRIRL
PDUFDQWHHPVXɞ
experiência e à apreciação de uma forma ou meio e profunda é a apreciação da arte e maior é o WUDMHW³ULɞ
de arte, seja ela arte visual, ou música, ou dança, potencial de transformação”, Ɓnaliza.
 ARQUITE TUR A

Escultura
uruguaia
Arte e arquitetura harmonizam-se
na Bodega Oceánica, do Uruguai

por Arnaldo Grizzo

A BODEGA OCEÁNICA José para seus visitantes, em um

Ignacio é uma vinícola localizada
na cidade de José Ignacio,
região costeira de Maldonado,
no Uruguai. Sua história
começou com a produção de
azeites em 2007 sob a marca
O’33. Os proprietários são um
casal uruguaio: Natalia Welker e
Marcelo Conserva. Desde 2012,
também produzem vinho e, desde
2018, recebem visitantes em uma
belíssima vinícola, de cerca de
725 metros quadrados, não muito
distante do oceano.
A vinícola emerge como um
ícone arquitetônico que combina
de forma única a produção
com o turismo, integrando-se
harmoniosamente à paisagem
natural e proporcionando uma
experiência sensorial memorável
projeto da equipe do arquiteto
Marcelo Daglio.
A declaração arquitetônica
da vinícola é fundamentada em
três pilares essenciais: gravidade,
espaço produtivo e arquitetura. A
gravidade é recuperada como uma
lei natural essencial no processo
de viniƁcação, reƂetindo-se
na disposição dos espaços de
produção em diferentes níveis,
permitindo o transporte do mosto
e do vinho através de processos
naturais, sem a necessidade de
meios mec¢nicos.
O espaço produtivo é
concebido como o cerne da função
e interpretação do processo de
produção, priorizando-se sua
eƁciência e funcionalidade.
A arquitetura, por sua vez, se

98 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
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destaca como uma escultura
contempor¢nea, apresentando
um formato de cone truncado
iluminado por telhas de aço
Corten, que se integra de maneira
org¢nica à paisagem e confere
uma identidade única à vinícola.
Ciclorama
Ao adentrar a vinícola, o
visitante é imerso em uma
experiência envolvente, onde
pode contemplar a produção
vinícola em todas as suas etapas,
desde a chegada da fruta até
100 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G
o processo de fermentação e
maturação, enquanto desfruta de
vistas panor¢micas da paisagem
circundante. A arquitetura
interior, inspirada nos cicloramas
renascentistas, ou seja, coloca o
espectador no centro do espaço,
proporcionando uma visão em 360
graus e enriquecendo a narrativa
do processo vinícola.
No exterior, a vinícola se
revela como uma obra de arte
em constante diálogo com o
movimento. Sua forma simples,
porém, única, é iluminada pelas
folhas Corten, evocando as cores
das vinhas no outono e lembrando
os fornos de tijolo da região. Cada
gesto arquitetônico, como a ponte
elevada e o acesso subterr¢neo,
contribui para enriquecer a
história da vinícola e conferir
identidade e personalidade ao
produto Ɓnal.
Arte
A Bodega Oce¢nica José
Ignacio é adornada por uma
variedade de obras de arte que
complementam sua arquitetura
única e enriquecem a experiência
dos visitantes. Estas obras são
cuidadosamente selecionadas
para reƂetir a identidade da
vinícola, sua conexão com a
natureza e sua paixão pela
produção vinícola de alta
qualidade. Assim, o terreno reúne
esculturas e instalações de Ricardo
Pascale, Enrique Broglia, Pablo
Atchugarry, Giorgio Carlevaro,
Octavio Podestá, José Pelayo,
Diego Santurio e Marcelo Legrand.
Arte e arquitetura reúnem-se em
um ambiente singular.
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5HYLVWɞ$'(*$ - (G | 101

 CADERNO DE AVALIAÇÃO DE ADEGA

Avaliações por
Editor de vinho:
Eduardo Milan (EM)

André Mendes (AM)

Christian Burgos (CB),
Christiane Miguez (CM),
)HOLSH*UDQDWɞ.RVLNRYVNL )*. H
João Paulo Gentille (JPG)
www.MelhorVinho.com.br

Degustações realizadas no restaurante

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Os preços são
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lançamentos e
raridades
e, portanto, não
às cegas.

Tabela de avaliação
Apoio: Classificação Pontos
Extraordinário 95 a 100
Excelente 91 a 94
Ótimo 89 a 90
Muito Bom 87 a 88
Bom 85 a 86
Regular 82 a 84
Fraco abaixo de 82

Espumantes Brancos Rosés Tintos

p. 102 p. 102 p. 104 p. 104
 ESPUMANTES
AD ALIANÇA BRUT
89 CHAMPENOISE
Nova Aliança, Campanha Gaúcha,
Brasil (R$ 79). Espumante branco brut
elaborado pelo método tradicional a
partir de Chardonnay, Riesling Itálico
e Pinot Noir, mantido em contato com
as borras durante 12 meses antes da
degola. Cremoso e gostoso de beber,
mostra frutas brancas e de caroço
acompanhadas de notas Ƃorais,
tostadas, de ervas e de especiarias, que
se conƁrmam no palato, tudo apoiado
por acidez refrescante e textura Ɓrme
e cremosa. Tem bom volume de boca e
Ɓnal persistente, com toques cítricos,
de pêssegos e de frutos secos. Álcool
12,5%. EM
AD CASA VALDUGA
PREMIVM ESPUMANTE
89 DEMI-SEC ROSÉ
Casa Valduga, Serra do Sudeste, Brasil
(R$ 99). Espumante rosé demi-sec
elaborado pelo método tradicional
a partir de Chardonnay e Pinot Noir,
mantido por 24 meses em contato
com as borras. Muito bem feito em seu
estilo meio seco, mostra notas frutas
vermelhas maduras, Ƃorais e de ervas,
que se repetem no palato. Tem acidez
refrescante, que dá frescor e equilíbrio
ao conjunto, gostosa textura e Ɓnal
médio, com toques de cítricos e de
morangos. Álcool 12%. AM
AD DIFFERENZIATO NATURE
90 ROSÉ GAMAY 2022
Belmonte, Farroupilha, Brasil (R$ 110).
Espumante rosé nature elaborado pelo
método Charmat exclusivamente a
partir de uvas Gamay cultivadas em
Farroupilha. Refrescante e gostoso
de beber, esbanja frutas vermelhas e
brancas envoltas por notas Ƃorais e de
ervas, tudo apoiado por acidez vibrante
e textura cremosa. Aqui, menos é mais.
104 | 5HYLVWɞADEGA - Ed.220
Para o aperitivo! Bem geladinho. Álcool
12,5%. EM
AD OTTO BLANC DE
91 BLANC BRUT
Adega ReƁnaria, Serra Gaúcha, Brasil
(R$ 189). Espumante branco brut
elaborado pelo método tradicional
a partir de Chardonnay, Viognier,
Trebbiano e Riesling Itálico, das
safras 2017, 2018 e 2019 e mantido, no
mínimo, 24 meses em contato com as
leveduras antes de ser comercializado.
Mais uma boa edição desse vinho,
que prima pela acidez pulsante e
pelas frutas brancas e de caroço de
qualidade, tudo sustentado por sua
textura Ɓrme e cremosa, que confere
Ƃuidez e profundidade ao conjunto.
Gostoso de beber, tem Ɓnal persistente,
com toques de limão siciliano, de
pêssegos, de peras, de fermento, de
frutos secos e de umami. Álcool 12%.
EM
AD PONTO NERO CULT
90 BRUT MOSCATO
Ponto Nero, Vale dos Vinhedos,
Brasil (R$ 83). Espumante branco
brut elaborado pelo método Charmat
longo (6 meses em contato com suas
lias em tanques de aço inoxidável)
exclusivamente a partir de Moscato
Branco. Mostra cativantes notas Ƃorais
e herbáceas envolvendo suas frutas
brancas maduras no ponto certo, com
sua pulsante acidez e sua textura
cremosa ditando as regras e conferindo
Ƃuidez ao vinho. Tem Ɓnal médio/
longo, com toques cítricos e de maçãs,
que convidam a uma segunda taça.
Inusitado. Grata surpresa! Álcool 11%.
EM
AD RAR CUVÉE NILVA
89 BRUT ROSÉ
RAR, Campos de Cima da Serra,
Brasil (R$ 78). Espumante rosado brut
elaborado pelo método tradicional e
composto a partir de Chardonnay e
Pinot Noir, mantido, pelo menos, 12
meses em contato com as leveduras
antes da degola. Fácil de beber e de
agradar, mostra frutas vermelhas e
brancas de perƁl mais maduro, com
sua refrescante acidez trazendo certo
equilíbrio ao vinho. Tem textura
cremosa, bom volume de boca e Ɓnal
médio/longo, com toques terrosos,
cítricos, de peras e de groselhas. Álcool
12%. EM
AD SALTON BRUT ROSÉ
88
Salton, Serra Gaúcha, Brasil (R$ 40).
Espumante rosado brut elaborado
pelo método Charmat a partir de
uvas Pinot Noir e Trebbiano. Mostra
frutas brancas e vermelhas maduras
acompanhadas de notas Ƃorais e
de ervas frescas, com sua acidez
vibrante e sua textura Ɓrme e cremosa
aportando sustentação ao conjunto.
Tem Ɓnal cativante, com toques
cítricos, de maçãs e de groselhas,
que convidam a mais um gole. Álcool
11,5%. EM
BRANCOS
AD ALAMEDA DE SANTAR
PARCELAS BRANCO
92 2021
Quinta da Alameda, Dão, Portugal
(WinePass R$ 199). Branco elaborado
a partir do blend de Encruzado e
Arinto, sem passagem por madeira,
mas mantido em contato com suas
borras Ɓnas em tanques de aço
inoxidável durante 4 meses. Cativante
nos aromas e franco nos sabores,
mostra frutas brancas e de caroço
maduras seguidas de notas Ƃorais,
de frutos secos e de ervas, que se
conƁrmam no palato. Fluido, austero
e de perƁl gastronômico, tem acidez
vibrante, textura Ɓrme e Ɓnal cremoso
e persistente, com toques cítricos,
salinos, de peras e de umami, que pedem
a companhia de carnes de porco mais
magras. Álcool 12%. EM
AD JERMANN PINOT
92 GRIGIO 2021
Jermann, Friuli, Itália (Berkmann
Wine Cellars R$ 380). Branco elaborado
exclusivamente a partir de Pinot Grigio,
com fermentação e estágio de 6 meses
em contato com suas borras Ɓnas, sendo
parte em tanques de aço inoxidável e
parte em botti de carvalho de 20 a 80hl.
Chama atenção pela acidez refrescante
e pela textura Ɓrme e tensa envolvendo
suas frutas cítricas e brancas de perƁl
mais fresco, o que confere ainda mais
Ƃuidez, vibração e profundidade ao
vinho. De perƁl gastronômico, tem Ɓnal
persistente, com toques de pêssegos, de
limão siciliano e de umami. Álcool 13%.
EM
AD KOMPASSUS COLHEITA
92 BRANCO 2020
Kompassus, Bairrada, Portugal
(Decanter R$ 143). Branco elaborado a
partir de Maria Gomes, Bical, Arinto e
Cercial, sem passagem por madeira, mas
mantido durante 6 meses em contato
com suas borras Ɓnas em tanques de
aço inox. Tenso e vibrante, apresenta
frutas brancas e de caroço de perƁl mais
fresco, seguidas de notas Ƃorais e de
ervas, que se conƁrmam no palato. Tem
acidez penetrante, textura cremosa e
Ɓrme e Ɓnal longo, com toques cítricos e
salinos. Álcool 11,5%. AM
LUIS PATO VINHAS
AD VELHAS BICAL CERCIAL
93 SERCIALINHO BRANCO
2020
Luis Pato, Bairrada, Portugal (Mistral R$
208). Branco composto a partir de uvas
50% Bical, 25% Cercial e 25% ,
Sercialinho advindas de vinhedos de mais
de 40 anos, sem passagem por madeira,
mas mantido em contato com suas lias até
o engarrafamento. Mostra frutas brancas
e de caroço maduras, seguidas de notas
Ƃorais, de ervas e de frutos secos, que se
conƁrmam no palato. Tenso, vibrante e
gostoso de beber, tem acidez refrescante,
textura Ɓrme e Ɓnal persistente, com
toques cítricos, amanteigados, de
pêssegos e de umami. Entre as melhores,
senão a melhor safra de Vinhas Velhas
Branco provada por ADEGA até o
momento. Álcool 12,5%. EM
AD MARQUÊS DE BORBA
VINHAS VELHAS
92 BRANCO 2022
João Portugal Ramos, Alentejo, Portugal
(Casa Flora/Porto a Porto R$ 270). Branco
composto a partir de Arinto, Antão Vaz,
Roupeiro e Alvarinho, com fermentação
parcial e estágio de 8 meses em barris de
carvalho francês e húngaro. Apresenta
frutas brancas e de caroço escoltadas
por notas Ƃorais, de camomila e de
especiarias doces. Estruturado e untuoso,
mas também fresco e Ƃuido, tem ótimo
volume de boca, textura Ɓrme e cremosa,
acidez refrescante e Ɓnal suculento e
persistente, com toques amanteigados,
cítricos, de pêssegos, de peras e de
umami. Álcool 13%. EM
AD MONOPOLE BLANCO
92 SECO 2020
CVNE, Rioja, Espanha (Vinci R$ 194).
Branco 100% Viura, sem passagem por
madeira. Aromático e de ótima tipicidade,
mostra frutas brancas e cítricas frescas,
ervas, Ƃores e tons minerais, que se
conƁrmam no palato. Tem bom corpo,
acidez penetrante, que dá vivacidade e
tensão ao conjunto, textura cremosa e Ɓnal
persistente e fresco, com toques de casca de
lima, de jasmim e salinos. Álcool 12,5%. AM
 ROSÉ
AD ASSOBIO ROSÉ 2021
90
Quinta dos Murças, Douro, Portugal
(Qualimpor R$ 119). Rosado composto
a partir de Alicante Bouschet, Touriga
Nacional, Tinta Roriz, Tinto Cão e Rufete,
sem passagem por madeira. Mostra frutas
vermelhas e brancas maduras, seguidas
de notas Ƃorais, terrosas e de ervas, que
se conƁrmam no palato. De corpo médio,
tem acidez refrescante, textura cremosa e
Ɓnal também médio, com toques cítricos,
de maçãs e de morangos. Álcool 12,5%. EM
TINTOS
AD ADOBE RESERVA
89 MERLOT 2021
Emiliana, Rapel, Chile (La Pastina R$
84). Tinto elaborado exclusivamente a
partir de Merlot, com estágio de 20% do
vinho em barricas de carvalho francês
durante 6 meses. Mostra ameixas e
amoras acompanhadas de notas Ƃorais,
de ervas e de especiarias doces, que se
conƁrmam no palato, mas é na boca
que merece atenção, com sua ótima
acidez, seus taninos Ɓrmes e seu Ɓnal
suculento e cativante, com toques de
cassis e de violetas. Álcool 13,5%. EM
AD AFTER EIGHT SHIRAZ
92 2018
Stellenrust, Stellenbosch, África do Sul
(Winebrands R$ 874). Elaborado
106 | 5HYLVWɞADEGA - Ed.220
exclusivamente a partir de Shiraz (1/3
fermentado com cachos inteiros), com
estágio de 18 meses em foudres de
carvalho francês. Nessa edição, mostra
frutas vermelhas e negras de perƁl mais
fresco acompanhadas de notas Ƃorais,
de ervas e de especiarias picantes, que
se conƁrmam no palato. Estruturado e
carnudo, tem acidez vibrante, taninos
Ɓrmes e de textura arenosa e Ɓnal cheio
e longo, com toques defumados, de
ameixas, de pimenta negra e de alcaçuz.
Álcool 14,5%. EM
AD ALTA VISTA ESTATE
91 PREMIUM MALBEC 2022
Alta Vista, Mendoza, Argentina
(Épice R$ 129). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de Malbec,
com estágio de 12 meses somente de
50% do vinho em barricas de carvalho
francês. Mais uma boa edição, que
mostra frutas vermelhas e negras
maduras, acompanhadas de notas
Ƃorais, de ervas e de especiarias doces,
que aparecem tanto no nariz quanto
na boca. Fácil de beber e de agradar,
tem boa acidez, taninos de grãos Ɓnos e
Ɓnal carnudo e persistente, com toques
de violetas e de ameixas, que pedem
a companhia de carnes vermelhas
grelhadas. Álcool 14%. EM
AD ANUBIS RESERVE
89 MALBEC 2020
Susana Balbo, Mendoza, Argentina
(Cantu R$ 84). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de uvas
Malbec, com estágio de 9 meses
em barricas de carvalho francês e
americano. Bem feito em seu estilo de
maior madurez de fruta vermelha e
negra, com seus taninos de boa textura
e sua refrescante acidez aportando
certo equilíbrio ao conjunto. Tem
Ɓnal carnudo, com toques de amoras,
de violetas, de especiarias doces e da
passagem pela madeira. Álcool 14%.
EM
AD BARON PHILIPPE DE
ROTHSCHILD ALMAULE
92 PAÍS 2022
Baron Philippe de Rothschild, Maule,
Chile (Vila Porto Vinhos R$ 139). Tinto
elaborado exclusivamente a partir
de uvas País, cultivadas no vinhedo
Tierra Sagrada, de mais de 80 anos,
fermentado (50% em cachos inteiros)
sem adição de leveduras exógenas,
com estágio em tanques de concreto
durante de 8 meses. Mostra frutas
vermelhas maduras no ponto certo,
seguidas de notas Ƃorais, de ervas e
de especiarias, que aparecem tanto no
nariz quanto na boca, tudo apoiado por
acidez refrescante e taninos Ɓrmes e de
grãos Ɓnos. Um País vestido à francesa.
Álcool 12%. EM
AD BARRICADO TINTO 2020
88
Casa Relvas, Alentejo, Portugal
(Cantu R$ 56). Tinto composto de
Aragonês, Alicante Bouschet,
Trincadeira e Touriga Nacional, com
estágio de 6 meses em barricas de
carvalho. Fácil de beber e de agradar,
apresenta frutas vermelhas e negras
maduras seguidas de notas
especiadas, Ƃorais e de ervas secas,
que aparecem tanto no nariz quanto
na boca. Tem ótima acidez
pronunciada, taninos aveludados e
Ɓnal médio/longo, com toques
tostados, terrosos e de ameixas.
Álcool 13,5%. EM
AD BOBBEJAAN SHIRAZ
MOURVÈDRE VIOGNIER
90 2021
Bobbejaan Wines, Swartland, África
do Sul (My Winery R$ 120). Tinto
composto a partir de 70% Shiraz, 25%
Mourvèdre e 5% Viognier, com breve
passagem por madeira. Gostoso de
beber e fácil de agradar, esbanja frutas
vermelhas maduras acompanhadas de
notas Ƃorais, de ervas e de especiarias
doces, com sua refrescante acidez
e seus taninos aveludados ditando
as regras. Tem Ɓnal suculento, com
toques, terrosos, de groselhas, de
ameixas e de pimenta negra. Álcool
14%. EM
AD CHAKANA NUNA
VINEYARD BONARDA
90 2020
Chakana, Mendoza, Argentina (La
Pastina R$ 109). Tinto orgânico e
biodinâmico de mínima intervenção
elaborado exclusivamente a partir
de Bonarda, com estágio de 8 meses,
sendo 85% em cubas de concreto e
15% em barricas usadas de carvalho.
Puro suco de amoras e de ameixas
acompanhado de notas Ƃorais e de
ervas, que se conƁrmam na boca.
Fluido e gostoso de beber, tem acidez
refrescante, taninos de ótima textura
e Ɓnal médio/longo, com toques
terrosos, de cassis e de especiarias
doces. Para o sanduíche de mortadela.
Álcool 13%. EM
AD CHÂTEAU CILORN 2018
92
Château La Claymore, Bordeaux,
França (La Pastina R$ 221). Tinto
elaborado predominantemente a partir
de Merlot, sem passagem por madeira,
mas mantido 12 meses em tanques de
aço inox antes de ser engarrafado.
Fluido e gostoso de beber, chama
atenção pelos taninos Ɓrmes e Ɓnos e
pela acidez vibrante, que envolve suas
frutas vermelhas e negras maduras no
ponto certo, conferindo profundidade
ao vinho. Tem Ɓnal persistente, com
toques terrosos, de ameixas, de alcaçuz
e de graƁte, que convidam a uma
segunda taça. Álcool 14%. EM
AD COLLEZIONE LA
SCUOLA NEL VIGNETO
89 CORVINA 2020
Domìni Veneti, Vêneto, Itália (World Wine
R$ 114). Tinto elaborado exclusivamente
a partir de Corvina, sem passagem por
madeira. De perƁl gastronômico, mostra
frutas vermelhas acompanhadas de notas
especiadas e de ervas. De corpo médio,
tem boa acidez e taninos aveludados,
que conferem certo equilíbrio ao seu
perƁl de maior sensação de dulçor. Tem
Ɓnal cativante, com toques de cerejas e
de groselhas, que pedem companhia de
embutidos em geral. Álcool 12%. EM
AD DAGAZ GRANITO
ESTATE CABERNET
92 SAUVIGNON 2019
Dagaz, Colchagua, Chile (Vila Porto Vinhos
R$ 178). Tinto elaborado exclusivamente
a partir de uvas Cabernet Sauvignon
cultivadas na zona de Pumanque, no vale
de Colchagua, com estágio de 14 meses em
barricas de carvalho francês. Mostra frutas
vermelhas e negras, maduras no ponto
certo, acompanhadas de notas Ƃorais, de
ervas e de especiarias doces, que aparecem
tanto no nariz quanto na boca, tudo
apoiado por refrescante acidez e taninos
Ɓrmes e de grão Ɓnos, que conferem Ƃuidez
e sustentação ao conjunto. Tem Ɓnal
carnudo e persistente, com toques terrosos,
mentolados, de amoras e de ameixas.
Álcool 14,5%. EM
AD DE MARTINO LEGADO
GRAN RESERVA
92 CARMÉNÈRE 2021
De Martino, Maipo, Chile (Winebrands
R$ 246). Tinto elaborado exclusivamente
a partir de Carménère, com estágio de 12
meses em barricas de carvalho francês.
Mostra frutas vermelhas e negras de perƁl
mais fresco, envoltas por notas Ƃorais, de
ervas e de especiarias picantes, típicas da
 variedade. Estruturado e cativante, tem
acidez vibrante, taninos aveludados
e de ótima textura e Ɓnal persistente
e cheio, com toques de ameixas, de
amoras e de graƁte. Álcool 13,5%. EM
AD FLOR DE PINGUS 2016
95
Pingus, Ribera del Duero, Espanha
(Mistral R$ 1326). Espécie de segundo
vinho do mítico Pingus, esse tinto é
elaborado exclusivamente a partir de
uvas Tempranillo cultivadas em vinhedos
entre 20 e 50 anos, com estágio de 18
meses em barricas de carvalho francês,
sendo 40% novas. Diferentemente do
Flor de Pingus 2015, nessa safra mostra-se
mais Ƃuido e com maior sensação de
frescor (comparado dentro dos padrões
de estrutura e concentração desse vinho),
com seus taninos tensos e de grãos Ɓnos e
sua acidez vibrante envolvendo suas
frutas vermelhas e negras maduras no
ponto certo. Polido e preciso, tem Ɓnal
longo, com toques terrosos, Ƃorais, de
ameixas e de especiarias doces. Uma das
melhores safras de Flor de Pingus, está
ótimo agora, mas tem tudo para ganhar
ainda mais em garrafa nos próximos 10
anos. Álcool 14.5%. EM
AD FONTECANESE 2019
94
Castello di Montepò, Toscana, Itália
(Mistral R$ 1658). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de uvas Cabernet
Sauvignon (de uma pequena parcela
plantada em solo de Galestro), com
estágio de 24 meses em barricas de
carvalho francês. Mostra exuberantes
frutas negras maduras acompanhadas
de notas empireumáticas, balsâmicas, de
especiarias e terrosas, que se conƁrmam
no palato. Tem acidez refrescante,
taninos Ɓrmes e de ótima textura e Ɓnal
suculento e muito persistente, com
toques de ameixas escuras, de cacau e
de graƁte. Um vinho ainda muito jovem,
que alia muito bem estrutura, potência e
profundidade. Álcool 14%. AM
108 | 5HYLVWɞADEGA - Ed.220
AD FUTUROSSO ROSSO
91 2020
Marchesi Incisa della Rocchetta,
Piemonte, Itália (Winebrands R$ 241).
Tinto composto de Barbera, Merlot e
Pinot Nero, sem passagem por madeira.
Direto, fácil de beber e de agradar,
mostra notas Ƃorais, terrosas, de ervas
e de especiarias envolvendo suas frutas
vermelhas maduras, com sua refrescante
acidez e seus taninos Ɓrmes conferindo
sustentação ao conjunto. De vocação
gastronômica, tem Ɓnal suculento, com
toques de cerejas e de groselhas, que
pedem a companhia de massas ao molho
tipo sugo. Álcool 14,5%. EM
AD GIANFRANCO
ALESSANDRIA BAROLO
94 2018
Gianfranco Alessandria, Piemonte,
Itália (Tanyno R$ 387). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de uvas Nebbiolo
cultivadas na zona de Monforte D'Alba,
com fermentação sem adição de
leveduras exógenas e estágio de 24 meses
em barris de carvalho francês, sendo
entre 15 e 20% novos. Chama atenção
pela vibrante acidez e pelos taninos
Ɓrmes e tensos, que envolvem suas
frutas vermelhas, maduras no ponto
certo, conferindo Ƃuidez e equilíbrio
ao conjunto. Preciso, reƁnado e muito
gostoso de beber, tem Ɓnal persistente,
com toques terrosos, Ƃorais, de ervas,
de cerejas, de groselhas e de especiarias
doces. Álcool 14%. EM
AD GRAN CORONAS
RESERVA CABERNET
91 SAUVIGNON 2017
Torres, Penedès, Espanha
(Cantu R$ 156). Tinto composto
predominantemente de Cabernet
Sauvignon, mais Tempranillo, com
estágio de 12 meses em barricas de
carvalho francês (30% novas). Sempre
consistente, apresenta frutas negras
maduras, seguidas de notas balsâmicas,
de especiarias e tostadas, que se
repetem no palato. Tem acidez intensa,
que realça sua fruta suculenta e de
qualidade, taninos Ɓnos e de ótima
textura e Ɓnal persistente, com toques
de cassis, de pimenta preta e terrosos.
Álcool 14,5%. AM
AD GUADO AL TASSO IL
93 BRUCIATO 2020
Antinori, Toscana, Itália (Berkmann
Wine Cellars R$ 505). Tinto composto a
partir de uvas 55% Cabernet Sauvignon,
30% Merlot, 15% Syrah, cultivadas em
Bolgheri, na Toscana, com estágio parte
em tanques de aço inoxidável e parte
em barricas de carvalho. Mostra perƁl
de frutas vermelhas e negras maduras
acompanhadas de notas Ƃorais, de ervas
e de especiarias doces, tudo apoiado por
acidez vibrante e taninos Ɓrmes e de
grãos Ɓnos, que conferem Ƃuidez ao
vinho. Tem Ɓnal suculento e
persistente, com toques herbáceos, de
ameixas, de graƁte e de alcaçuz. Álcool
13,5%. EM
AD HORIZON DE BICHOT
91 PINOT NOIR 2021
Albert Bichot, Languedoc-Roussillon,
França (Cantu R$ 169). Projeto do
reputado produtor borgonhês Albert
Bichot em Languedoc-Roussillon,
esse tinto é elaborado exclusivamente
a partir de Pinot Noir, sem passagem
por madeira. Privilegiando as frutas
vermelhas acompanhadas de notas
Ƃorais e de ervas, tem ótima acidez e
taninos tensos e de boa textura, que
aportam Ƃuidez e vibração ao vinho.
De boa tipicidade, tem Ɓnal cativante,
com toques terrosos, de groselhas e de
cerejas. Entrega o que promete, além de
ser uma boa introdução ao fantástico
mundo da Pinot Noir. Álcool 13%. EM

AD INVINCIBLE NÚMERO
92 DOIS TINTO 2019
Companhia de Vinhos Invencível, Douro,
Portugal (Mistral R$ 387). Tinto composto
a partir do Ɓeld blend (Touriga Franca,
Touriga Nacional, Tinta Roriz, Tinta
Amarela, Tinta Barroca e Rufete) de
Vinhas Velhas, de mais de 50 anos, com
estágio de 16 meses em barricas usadas de
carvalho francês. Mostra frutas vermelhas
e negras de perƁl mais maduro, com
sua boa acidez e seus taninos Ɓrmes
conferindo certo equilíbrio ao conjunto.
Tem Ɓnal suculento e persistente,
com toques terrosos, de ameixas, de
especiarias, de ervas e alcaçuz. Álcool
14%. EM
AD J. BOUCHON CANTO
91 SUR 2020
J. Bouchon, Maule, Chile (World Wine R$
125). Blend tinto composto a partir de
50% Carménère, 25% Carignan e 25%
País, sem passagem por madeira, mas
mantido em tanques de cimento durante
4 meses. Sedutor nos aromas e franco nos
sabores, mostra frutas vermelhas e negras
de perƁl mais fresco, escoltadas por notas
Ƃorais, de ervas e de especiarias doces.
Fluido, tem ótima acidez e taninos Ɓrmes
e de textura arenosa, que pedem a
companhia de comida, de preferência
carnes vermelhas ensopadas. Álcool
13,5%. EM
AD LUIS PEREIRA 2020
95
Santa Carolina, Vale Central, Chile (Casa
Flora/Porto a Porto R$ 1763). Tinto
elaborado a partir de uvas Cabernet
Sauvignon, de vinhedos de mais de 70
anos, com estágio de 24 meses, sendo os
12 primeiros em barricas usadas e os 12
restantes em foudres. Intenso,
concentrado e, ao mesmo tempo,
elegante e preciso, apresenta notas de
frutas vermelhas e negras maduras,
balsâmicas, tostadas e de especiarias,
tudo em meio a uma acidez aƁada e
taninos Ɓrmes. O Ɓnal é vibrante e
persistente, com toques de cassis, de
ameixas, de tabaco e de graƁte. Está
delicioso agora, mas tem tudo para Ɓcar
ainda melhor nos próximos anos. Álcool
13%. AM
AD MARQUÉS DE CASA
CONCHA CABERNET
93 SAUVIGNON 2021
Concha y Toro, Maipo, Chile (VCT R$ 195).
Tinto composto a partir de 91% Cabernet
Sauvignon, 4% Petit Verdot, 3% Cabernet
Franc, 1% Syrah e 1% Carménère, com
estágio de 18 meses em carvalho francês,
sendo parte em foudres de 5 mil litros
e parte em barricas (28% novas). Um
Cabernet dos Andes de dicionário, mostra
notas especiadas e de ervas envolvendo
suas frutas vermelhas e negras, maduras
no ponto certo, tudo sustentado por
acidez vibrante e taninos tensos e de
grãos Ɓnos. Fluido e cativante, tem Ɓnal
preciso e longo, com toques Ƃorais,
terrosos, de amoras, de cassis, de graƁte
e de alcaçuz. BeneƁciado pelo ótimo ano
de 2021, está entre as melhores safras
desse vinho provadas por ADEGA até o
momento. Álcool 14,5%. EM
AD MILLAPOA PAÍS 2020
92
Torres, Bío Bío, Chile (Qualimpor R$
239). Tinto elaborado exclusivamente a
partir de uvas País advindas de vinhedos
centenários, com fermentação
espontânea em lagares de raulí e,
posterior, estágio de 11 meses em ovos de
concreto. Mais uma ótima safra desse
vinho, que mostra notas Ƃorais, terrosas
e de ervas secas, que envolvem suas
frutas vermelhas e negras, maduras no
ponto certo, tudo apoiado por acidez
 refrescante e taninos firmes e finos.
Tem final suculento, com toques de
groselha e de cerejas. Álcool 12,5%.
EM
AD MONTGRAS INTRIGA
MAXIMA CABERNET
94 SAUVIGNON 2020
MontGras, Maipo, Chile (Angeloni R$
600). Tinto elaborado exclusivamente
a partir de uvas Cabernet Sauvignon,
advindas de vinhedos de mais de 80
anos, com estágio de 15 meses em
barricas de carvalho francês, sendo
70% novas. O ano mais quente de
2020 se sente no perfil mais maduro
de suas frutas vermelhas e negras,
seguidas de notas florais, de ervas
secas e de especiarias doces, que se
confirmam na boca, mas tem acidez
vibrante e taninos firmes e de grãos
finos, que trazem sustentação e
equilíbrio ao conjunto. Potente e
preciso, tem final cheio e persistente,
com toques de ameixas, de grafite, de
alcaçuz e da passagem pela madeira.
Álcool 15%. EM
AD MOUCHÃO TINTO 2016
94
Herdade do Mouchão, Alentejo,
Portugal (Adega Alentejana R$ 645).
Um dos mais tradicionais tintos do
Alentejo, foi engarrafado pela
primeira vez na safra de 1949. Blend
composto majoritariamente a partir
de uvas Alicante Bouschet acrescidas
de pequena parte de Trincadeira, com
fermentação (100% em cachos
inteiros) e estágio de 48 meses em
grandes toneis de madeira de 5 mil
litros e mais 3 anos em garrafa, até ser
lançado ao mercado. Mais uma ótima
safra desse vinho, que chama atenção
pelo volume de boca e pela
profundidade, sempre com sua acidez
refrescante e seus taninos firmes e de
textura arenosa ditando as regras e
trazendo equilíbrio a toda sua
concentração e sustentação às suas
frutas vermelhas e negras maduras.
Tem final cheio e persistente, com
toques terrosos, de ameixas, de
amoras, de ervas, de eucalipto, de
110 | 5HYLVWɞADEGA - Ed.221
especiarias e de grafite. Está ótimo
agora, mas tem tudo para ficar ainda
melhor nas próximas décadas. Álcool
15%. EM
AD PEQUENOS REBENTOS
ATLÂNTICO ESCOLHA
93 TINTO 2021
Márcio Lopes, Minho, Portugal
(Grapy R$ 290). Tinto no estilo
clarete composto a partir de uvas
Doçal, Cainho Tinto, Pedral,
Alvarelhão entre outras, cultivadas
em ramadas (latada) na zona de
Barcelos, assim como em vinhas
nas áreas de Ponte de Lima e de
Melgaço, com fermentação sem
adição de leveduras exógenas e
sem passagem por madeira, mas
mantido em contato com as borras
finas durante 7 meses antes do
engarrafamento. Fluido e gostoso
de beber, impressiona pela acidez
pulsante e pelos taninos tensos, que
envolvem suas frutas vermelhas
frescas, conferindo profundidade
ao vinho. Tem final vertical, com
toques terrosos, de ervas secas, de
especiarias, de cerejas e de groselhas,
que pedem uma segunda taça. Não
se iluda com ele, pois aparenta ser
mais complexo do que realmente é.
Álcool 11,5%. EM
AD PODERUCCIO 2016
90
Camigliano, Toscana, Itália (Casa
Flora/Porto a Porto R$ 284). Tinto
composto de Merlot (65%), Cabernet
Sauvignon (30%) e Sangiovese (5%),
com estágio de seis meses em barricas
de carvalho francês. Em um estilo
bem maduro, apresenta notas de
frutas vermelhas e negras, tostadas,
de ervas secas e de especiarias, que se
confirmam no palato. Tem acidez
refrescante, taninos intensos e de boa
textura e final médio/longo e
suculento, com toques de ameixas, de
tabaco e terrosos. Álcool 14%. AM
AD QUINTA DO CARMO
93 RESERVA TINTO 2014
Bacalhôa, Alentejo, Portugal (Portus
Cale R$ 989). Blend tinto composto a
partir de 40% Aragonez, 30% Alicante
Bouschet, 20% Cabernet Sauvignon e
10% Syrah, com estágio de 18 meses
em barricas novas de carvalho francês.
Encorpado, mostra frutas vermelhas
e negras maduras, seguidas de notas
Ƃorais, de ervas secas e de especiarias
doces, tudo apoiado por boa acidez e
taninos Ɓrmes e de grãos Ɓnos, que
conferem equilíbrio e Ƃuidez ao vinho.
Concentrado e potente, mas também
preciso e reƁnado, tem Ɓnal cheio e
persistente, com toques terrosos, de
ameixas, de amoras, de violetas, de
graƁte e de alcaçuz. Tem 14% de álcool.
EM
AD RIBEIRO SANTO
TOURIGA NACIONAL
92 2018
Magnum Vinhos, Dão, Portugal (PHD –
Loyal Vinhos R$ 200). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de Touriga
Nacional, com estágio de 12 meses em
barricas de carvalho francês. Mostra
frutas vermelhas e negras, maduras no
ponto certo, com sua acidez vibrante
e sua textura Ɓrme ditando as regras e
conferindo Ƃuidez ao vinho. Cativante
e de perƁl gastronômico, tem Ɓnal
suculento e persistente, com toques
terrosos, de amoras, de ameixas, de
violetas, de graƁte e de especiarias
doces. Álcool 13,5%. EM
AD SOPHENIA SYNTHESIS
CABERNET SAUVIGNON
92 2020
Finca Sophenia, Mendoza, Argentina
(World Wine R$ 338). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de Cabernet
Sauvignon, com estágio de 12 meses em
barricas de carvalho. De ótima tipicidade,
mostra frutas vermelhas e negras
seguidas de notas Ƃorais, de ervas e de
especiarias. Mas, é na boca que merece
atenção, com seus taninos reativos e de
textura arenosa, sua acidez vibrante e seu
Ɓnal cheio e persistente, com toques de
cassis, de amoras, de violetas e de graƁte.
Álcool 14%. EM
TERRAZAS DE LOS
AD ANDES GRAND
92 CABERNET SAUVIGNON
2017
Terrazas de los Andes, Mendoza,
Argentina (Moët Hennessy Brasil R$
330). Tinto composto de uvas Cabernet
Sauvignon, com estágio de 12 meses
em barricas de carvalho francês.
Predominam os aromas de frutas
negras maduras e empireumáticos,
seguidos por notas balsâmicas, de
especiarias doces e terrosas, que se
confirmam no palato. Concentrado,
tem acidez refrescante, taninos
intensos e de boa textura e final longo,
com toques de cassis e de cacau. Álcool
14%. AM
AD VILLARD JCV
93 GRENACHE 2022
Villard, Casablanca, Chile (Decanter R$
228). Essa é somente a segunda edição
desse tinto de mínima intervenção
elaborado exclusivamente a partir de
uvas Garnacha fermentadas sem adição
de leveduras exógenas (parte com
em cachos inteiros), com estágio de 8
meses, sendo 85% em foudres e barricas
de carvalho francês e 15% em tanques
de aço inoxidável. Chama atenção
pela qualidade e nitidez de suas frutas
vermelhas e negras de perƁl mais fresco,
seguidas de notas Ƃorais, terrosas, de
ervas e de especiarias doces, com sua
acidez pulsante e seus taninos Ɓrmes e
tensos, ditando as regras e conferindo
Ƃuidez e profundidade ao vinho. Grata
surpresa! Álcool 14%. EM
VIU MANENT LOMA
AD BLANCA SINGLE
93 VINEYARD CARMÉNÈRE
2018
Viu Manent, Colchagua, Chile (Asa
Gourmet R$ 220). Tinto elaborado
exclusivamente a partir de uvas
Carménère, advindas do vinhedo El Olivar,
com estágio de 16 meses em barris de SUA EMPRESA CONECTADA
carvalho francês, sendo 20% novos. Fluido
e muito gostoso de beber, mostra acidez
refrescante e taninos Ɓrmes envolvendo
COM SEU PÚBLICO.
toda sua fruta vermelha e negra de perƁl
mais maduro, tudo em meio a notas de E SUA COMUNICAÇÃO,
ervas, de especiarias picantes e doces,
típicas da variedade. Num estilo mais
concentrado e austero, que pede a COM O SEU TEMPO.
companhia de comida. Álcool 14%. EM
AD VIÑA PROGRESO Há 11 anos, a Orantes.C desenvolve
OVERGROUND
90 SANGIOVESE 2020 comunicação estratégica eficiente
para clientes dos segmentos
de enogastronomia, gastronomia,
Viña Progreso, Progreso, Uruguai (Vinci
R$ 190). Tinto elaborado exclusivamente
alimentos e bebidas.
a partir de Sangiovese, com estágio
entre 6 e 7 meses em barricas usadas de Um trabalho conectado com o seu
carvalho francês e americano. Mostra
frutas vermelhas maduras seguidas de tempo, na construção de imagem
notas Ƃorais, de ervas e de especiarias
doces, que aparecem tanto no nariz junto a imprensa, influenciadores,
quanto na boca. Estruturado, tem taninos
Ɓrmes e de ótima textura e boa acidez,
que trazem certo equilíbrio ao conjunto.
colaboradores e consumidores.
Álcool 13,5%. EM
AD ZORAH KARASÌ 2020
91
Zorah, Rind, Armênia (Degusti R$ 350).
Tinto elaborado exclusivamente a partir
de Areni Noir, com fermentação em
tanques de concreto e posterior estágio
de 12 meses em ânforas de barro, que tem
75% de seu corpo enterrado, da mesma
forma que se faz há milênios na região.
Mostra frutas vermelhas e negras, seguidas
de notas Ƃorais, terrosas, de ervas e de
especiarias doces. Estruturado e de perƁl
gastronômico, tem taninos Ɓrmes e de
textura arenosa, acidez refrescante e Ɓnal
suculento e persistente, com toques de
ameixas, que pedem a companhia de
carnes vermelhas ensopadas. Álcool 14%.
EM
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Terroir mais
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do vinho e os seus benefícios para a saúde?

A CONCENTRAÇÃO DE ÁLCOOL, O TEOR Os vinhos exibiram diferenças signiƁcativas em

FENÓLICO, o pH e a “plenitude de sabor” dos vinhos todos os parâmetros medidos, destacando assim
podem diferir signiƁcativamente com base na região o profundo impacto da geograƁa e do clima na
geográƁca e nas técnicas de produção, sendo assim, a qualidade. Descobriu-se que o Local 1, por exemplo,
compreensão dos fatores que inƂuenciam a qualidade continha tanino substancialmente mais elevado a
do vinho e os benefícios para a saúde fornecem 109,9 mg/L, menor antocianina a
informação para, em última análise, ajudar os 251,1 mg/L e maior teor de álcool
consumidores. a 16,1% alc. vol do que os outros
Em um estudo do Departamento de quatro locais. A análise por HPLC
Bioquímica e Biotecnologia da Facultat revelou 15 antocianinas e 15
d’Enologia de Tarragona, na Espanha, vinhos procianidinas, com resultados de
correspondentes em idade e densidade de vinhas ANOVA identiƁcando alto teor
em cinco partes geográƁcas e climaticamente de malvidina (antocianinas) e
distintas na região de Priorat, foram comparados ácido gálico (procianidinas).
para avaliar os impactos destes fatores na sua As estimativas de
qualidade e conteúdo nutricional. biodisponibilidade revelaram
As metodologias para avaliar os índices de que os vinhos nos cinco locais
qualidade do vinho foram derivadas das usadas pela de estudo variaram no seu teor
Organização Internacional da Vinha e do Vinho (OIV) e diário recomendado de procianidina
incluem álcool por volume (ABV), pH, antocianinas totais, total de 2,9-17,1% e de antocianina total
acidez tartárica total (ATT), taninos totais e Ƃavan-3-ol por de 9,8-57,7%. Assim, apesar da sua
derivatização com p-dimetilaminocinamaldeído (DMACA). baixa biodisponibilidade,
CromatograƁa líquida de alta eƁciência (HPLC) acoplada à estes fenólicos devem ser
espectrometria de massa (MS) foi utilizada para identiƁcar considerados na avaliação
e quantiƁcar antocianidinas. da qualidade do vinho.
As procianidinas foram Ou seja, a geograƁa,
analisadas por o tipo de solo e o clima
cromatograƁa líquida podem afetar profundamente
de resolução o conteúdo fenólico e a
rápida (RRLC). concentração de álcool de
As análises diferentes vinhos. Isto enfatiza
estatísticas que deve ser dada muita atenção
incluíram análise aos rótulos de conteúdo nutricional ao
de variância (ANOVA) escolher quais vinhos consumir. Dependendo
para avaliação da qualidade das porções saudáveis de vinho recomendadas para
do vinho. mulheres ou homens, diferentes vinhos podem ser
Dessa forma, o “Local 1” e o “Local 2” representam vinhos selecionados para obter quantidades semelhantes de
derivados das áreas mais quentes (maturação precoce, E), procianidinas e antocianinas na dieta. Além disso, a
enquanto os vinhos do “Local 3”, “Local 4” e “Local 5” foram seleção de vinhos especíƁcos pode evitar a ingestão
obtidos das áreas mais frias (maturação tardia, L). adicional de álcool.

112 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G

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plantados principalmente com as de vinhedos e modernizaram a adega
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Portugal, é chamada de Aragonez
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Lurton, um dos principais nomes do vinho francês e
de Haro, capital de La Rioja. Em 1999, a propriedade
responsável por dois dos mais históricos e celebrados
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vinhos de Bordeaux, Château Cheval Blanc e Château
marcas Licor 43, entre outras.
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até o momento.

MARQUÉS DE CASA CONCHA

CABERNET SAUVIGNON 2021
Concha y Toro, Maipo, Chile (VCT R$ 195).
Um Cabernet de Maipo de dicionário, mostra Rei
notas especiadas e de ervas envolvendo suas frutas Merecidamente reconhecido como o
vermelhas e negras. EM maior nome de sua região, Georges
AD Duboeuf era chamado de rei de
92 Beaujolais.

CHÂTEAU DES CAPITANS

JULIÉNAS 2020
Georges Duboeuf, Beaujolais, França
(World Wine R$ 238).
AD Mostra frutas vermelhas seguidas de notas
93 Viticultores
Ƃorais, de ervas e de especiarias, que se
conƁrmam na boca. EM
Pertencente originalmente a uma família de
produtores de uvas, a Bodegas y Viñedos Valderiz
é uma das precursoras da agricultura biológica e
sustentável na região de Ribera del Duero.

VALDEHERMOSO CRIANZA 2020

Bodegas y Viñedos Valderiz, Ribera del Duero,
Espanha (World Wine R$ 258).
Terroir espanhol
Potente e estruturado, mas também tenso e preciso,
Além de Rioja, onde possui 205 hectares AD
tem Ɓnal com toques Ƃorais, terrosos, de amoras,
próprios, Ramón Bilbao também está presente 91
de graƁte e de alcaçuz. EM
nas regiões de Rueda e Rías Baixas.

RAMÓN BILBAO CRIANZA 2019

História AD Ramón Bilbao, Rioja, Espanha
Uma das mais tradicionais vinícolas do Alentejo, a 92 (Cantu R$ 140).
Esporão comemorou no ano de 2023 seus 50 anos de Tem acidez pulsante e taninos Ɓrmes e
existência. de grãos Ɓnos, que envolvem suas frutas
vermelhas e negras, seguidas de notas
ESPORÃO COLHEITA TINTO 2022 terrosas, Ƃorais, de ervas secas e de
Esporão, Alentejo, Portugal especiarias doces. EM
(Qualimpor R$ 150).
Muito gostoso de beber, tem acidez vibrante,
taninos Ɓrmes e de textura arenosa e Ɓnal
persistente, com toques terrosos, de cassis, de
amoras e de alcaçuz. EM

Três garrafas R$600/mês + frete Duas garrafas R$350/mês + frete

 GRAN GOLD GOLD
PLUS

AD
São Mamede 92
A vinícola encontra-se junto ao Parque Natural
da Serra de São Mamede, perto de Portalegre, e,
atualmente, conta com 40 hectares de vinhedos.

CARLOS REYNOLDS TINTO 2021

Reynolds Wine Growers, Alentejo, Portugal
(WinePass R$ 149).
Sempre consistente, mostra notas Ƃorais,
terrosas, de ervas secas e especiarias doces
envolvendo suas frutas vermelhas e negras de
perƁl mais fresco. EM
Do Maipo
Fundada em 2002 e localizada em
Huelquén, no Alto Maipo, Pérez Cruz conta
AD com 240 hectares de vinhedos, a maioria
92 (70%) de Cabernet Sauvignon e o restante
de variedades tintas bordalesas, com
exceção da Garnacha.

PÉREZ CRUZ GRENACHE 2022

AD Liderança
Pérez Cruz, Maipo, Chile
90 Fundada em 1955, a Adega Cooperativa
(Setwines R$ 135).
de Borba teve um papel importante para a
Esbanja frutas vermelhas acompanhadas
ascensão do setor vitivinícola na economia
de notas Ƃorais, terrosas, de ervas e de
regional, em uma época em que a região do
especiarias doces, que aparecem tanto no
Alentejo estava voltada principalmente para a
nariz quanto na boca. EM
cultura de cereais.

CASTELO DE BORBA TINTO 2020

Adega Cooperativa de Borba, Alentejo,
Portugal (PHD – Loyal Vinhos R$ 80).
Sedutor, tem Ɓnal com toques de amoras e de
ameixas, que convidam a uma segunda taça. Você sabia que...
EM 0DW­DV©ƁOKRGRUHSXWDGRHQ³ORJR-RUJH5LFFLWHOOL
AD
um dos lendários personagens do vinho na
92
Argentina?
Alberto
Poggiotondo é o projeto familiar do italiano
Alberto Antonini, atualmente entre os enólogos e AD THIS IS NOT ANOTHER LOVELY
consultores mais reputados do mundo. 90 MALBEC 2022
Riccitelli Wines, Mendoza, Argentina
POGGIOTONDO ORGANIC
(Winebrands R$ 120).
SANGIOVESE ROSSO 2022
Um ótimo exemplo da variedade, apresenta
Poggiotondo, Toscana, Itália
notas Ƃorais e de ervas envolvendo suas frutas
(World Wine R$ 128).
vermelhas e negras de perƁl mais fresco. EM
Apresenta frutas vermelhas maduras
acompanhadas de notas Ƃorais, terrosas, de
ervas secas e de especiarias doces, com sua
acidez refrescante e seus taninos Ɓrmes ditando
as regras. EM
Três garrafas R$350/mês + frete Duas garrafas R$250/mês + frete
 GOLD SILVER
PLUS

Bio AD
Dominio de Punctum conta com 200 hectares de 90
vinhas, situadas a 800 metros do nível do mar,
cultivadas através da agricultura ecológica e
biodinâmica.

99 ROSAS TEMPRANILLO CABERNET

SAUVIGNON 2021 Diferenças
Dominio de Punctum, Castilla-La Mancha,
Montepulciano é uma uva tradicional na
Espanha (Casa Flora/Porto a Porto R$ 83).
região de Abruzzo, muito diferente do Vino
De perƁl gastronômico, tem Ɓnal médio/longo,
AD Nobile de Montepulciano, nesse caso uma
com toques terrosos e de ameixas, que pedem a
companhia de carnes vermelhas ensopadas. EM
90 região da Toscana, que costuma elaborar
tintos a partir de Sangiovese.

ANTICO ROSONE
Marchigüe
MONTEPULCIANO 2020
A história da vinícola começou há 50 anos, Caviro, Abruzzo, Itália
quando plantaram vinhedos na zona de
AD Marchigüe. O empreendimento se dedicou
(Winebrands R$ 82).
90 exclusivamente a vender uvas até meados de
Fluido e gostoso de beber, tem boa acidez,
taninos aveludados e Ɓnal médio/longo,
1980, a partir daí começaram a comercializar com toques de groselhas e de cerejas, que
seus próprios vinhos. convidam a uma segunda taça. EM
PETIRROJO RESERVA MERLOT 2022
Viña Bisquertt, Colchagua, Chile
(World Wine R$ 78).
De boa tipicidade, mostra notas Ƃorais, terrosas
60 anos
e de ervas envolvendo suas frutas vermelhas
A Adega Cooperativa de Silgueiros iniciou suas
e negras, com sua boa acidez e seus taninos
atividades em 1964, dois anos após sua fundação
sedosos ditando as regras. EM
(1962), e atualmente é uma das mais consistentes AD
e tradicionais do Dão, contando com mais de 90
AD 2.000 sócios.

Você sabia que... 89 MORGADO DE SILGUEIROS

o grupo Avinea também pertence ao bilionário
COLHEITA SELECIONADA TINTO
argentino Alejandro Bulgheroni, proprietário da
2020
Bodega Garzón, reputada vinícola uruguaia?
Adega de Silgueiros, Dão, Portugal
(La Pastina R$ 74).
AG FORTY SEVEN RESERVA CABERNET
Fluido, cativante e gostoso de beber, essa é
SAUVIGNON 2021
uma ótima versão desse sempre consistente
Grupo Avinea, Mendoza, Argentina
tinto de perƁl gastronômico e repleto de
(La Pastina R$ 89).
frutas vermelhas e negras maduras. EM
Equilibrado, tem acidez refrescante, taninos
numerosos e Ɓrmes e Ɓnal médio e saboroso, com
toques de ameixas escuras. AM

Três garrafas R$250/mês + frete Duas garrafas R$150/mês + frete

 SILVER BRANCO

Tradição Desbravador
Tradicional vinícola brasileira, a Salton foi fundada Matías Riccitelli começou a engarrafar sua
HPPDVIRLFRP$QJHOR6DOWRQQRƁQDOGD
AD própria linha de vinhos em 2009. Atualmente, AD
década de 1990, que a vinícola passou a se focar
90 produz vinhos a partir de diferentes terroirs 92
realmente na produção de vinhos e espumantes de de Mendoza, tanto de vinhedos antigos em La
qualidade. Consulta, Perdriel e Vistalba, bem como de
vinhas mais jovens no vale do Uco.
SALTON DOMENICO CAMPANHA
TANNAT 2020 THIS IS NOT ANOTHER LOVELY
Salton, Campanha Gaúcha, Brasil (R$ 125). TORRONTÉS 2023
Destaca-se pelo estilo focado na fruta, tanto Riccitelli Wines, Mendoza, Argentina
no nariz quanto na boca, seguida de notas de (Winebrands R$ 120).
especiarias, de ervas e Ƃorais. Gostoso de beber, Sedutor nos aromas e franco nos sabores, mostra
tem acidez refrescante, que realça todo seu lado notas Ƃorais e de ervas frescas envolvendo suas
frutado. AM frutas brancas e de caroço. EM

Pintura
AD AD O nome faz referência a Vasco Fernandes,
89 90 conhecido como Grão Vasco, principal nome das
artes portuguesas no século XVI.

San Rafael
Originária de San Rafael, a Bianchi possui 300 GRÃO VASCO BRANCO 2022
hectares de vinhedos por lá e de onde vêm as uvas Sogrape, Dão, Portugal (Épice R$ 72).
Malbec desse tinto. Cativante e de perƁl gastronômico, tem Ɓnal
médio/longo, com toques cítricos, salinos e de
ELSA BIANCHI MALBEC 2022 peras. Para os peixes brancos grelhados. EM
Bianchi, Mendoza, Argentina (Divvino R$ 55).
De corpo médio, tem acidez refrescante,
taninos aveludados e Ɓnal também médio, com
toques de ameixas e de violetas. EM

Bastião chileno
AD
Fundada por Luis Pereira em 1875, Santa Carolina
88 AD
é uma das mais maiores e mais tradicionais
Leveza
90
vinícolas do Chile.
Versátil, é perfeito para o aperitivo ou na
companhia de saladas em geral.
ESTELAR 57 SPECIAL SELECTION
CARMÉNÈRE 2020 MEZZACORONA PINOT GRIGIO 2022
Santa Carolina, Vale Central, Chile Mezzacorona, Trentino, Itália (Cantu R$ 90).
(Casa Flora/Porto a Porto R$ 43). Apresenta frutas brancas acompanhadas de notas
Mostra típicas notas de ervas e de especiarias Ƃorais e de ervas, tudo apoiado por acidez vibrante
picantes envolvendo suas frutas vermelhas e e textura cremosa. EM
negras, que se conƁrmam no palato. EM

Três garrafas R$150/mês + frete Três garrafas R$280/mês + frete

Proteja os tesouros da sua adega

O primeiro seguro
para coleção
de vinhos no Brasil

Você pode nem ter percebido, mas um dos maiores

patrimônios em sua casa é sua coleção de vinhos, e até
então esse tesouro não podia ser protegido com um seguro.

Mas agora o seguro para seus vinhos está disponível no Brasil.

Estruturado no formato all risks, o Seguro Adega Chubb

pode ser adquirido por pessoas físicas para a proteção
dos itens de sua coleção particular.

O Seguro Adega Chubb foi desenvolvido a partir do

conhecimento acumulado pela Chubb na cobertura de bens de
alto valor nos Estados Unidos e na Europa. Para esse lançamento
no Brasil, a companhia buscou a parceria da Inner Editora,
responsável pela Revista ADEGA - a mais inƂuente publicação
especializada em vinhos no país.

Para saber mais e

proteger seus vinhos
acesse:
 QUEM DISSE?

“Como você reconhece um bom

restaurante? As taças de vinho
são maiores que as taças de
água”
)U©G©ULF%HLJEHGHUHVFULWRU

“Para fazer vinho não pode ter

medo de cair. Tem que cair e
levantar. E isso já aconteceu
muito comigo. Eu já caí
várias vezes e ainda estou
aqui. Não sei quanto
tempo vai durar, mas
por enquanto estou
feliz”
5DXO3©UH]HQ³ORJR

“Não há uma fórmula científica

infalível para fazer grandes
vinhos. Ao longo dos anos,
aprendi a me comunicar com os
vinhos e como nutri-los. Percebi
que você não faz vinho apenas
com a cabeça e os sentidos. Você
faz vinho com o coração”
0LNH*UJLFKHQ³ORJR

“Tanto críticos de filmes quanto de vinhos podem ser ácidos

quando querem, mas tenho décadas a mais de experiência
lidando com Hollywood. Mas, honestamente, em sua essência,
críticas de vinho e de filmes são fundamentalmente a mesma
coisa. Sempre se resume se você acredita no seu produto”
5LGOH\6FRWWFLQHDVWɞ

122 | 5HYLVWɞ$'(*$ - (G

como preparar um

BACALHAU
a La relv

BEBA COM MODERAÇÃO

INGREDIENTES:
- 1 Posta de bacalhau dessalgada;
- 1 Batata cozida cortada em cubos;
- 1 Cebola média picada;
- 3 Dentes de alho picados;
- 1 Xícara de azeite;
PREPARO:
Colocar todos os ingredientes em um
refratário de vidro e assar por 15
minutos a 260 graus. Seu bacalhau da
moda Relvas está pronto para servir.

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