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Hebreus cap.

10

- O AUTOR AOS HEBREUS, aqui no capitulo 10, não apresenta conteúdo novo, o que ele faz
é aprofundar o que ele vem a destacar nos capítulos anteriores. E o que ele vem a destacar? Ele
vem a destacar que o que Cristo fez é infinitamente superior à aliança, ao sacerdócio e aos
sacrifícios aos quais os leitores aqui estavam a ser tentados a voltar fazer.

- Então a palavra a ser destacada aqui no capítulo 10 é a palavra ineficácia. E ele começa por
destacar em primeiro lugar a ineficácia dos antigos sacrifícios, isso nós podemos perceber
nos primeiros 4 versos, vamos ler (ler)

- Mais uma vez aqui, o autor nos relembra que o sistema da lei era provisório, ele tinha um
prazo de validade e por ter um prazo de validade ele estava destinado a acabar. É por isso que
ele primeiramente utiliza a palavra sombra, para denotar de que aquilo era algo que não se devia
apegar para sempre, aquilo não é a imagem real, mas ela contorna a imagem real, na qual essa
deveria ser eternizado. Pois na verdade qual é a importância da sombra? A sombra tem certo
valor por indicar a existência de uma substância ou de uma forma que é real, A sombra existe
como uma evidencia de algo que é real que existe.

- Neste sentido, assim é o judaísmo, o judaísmo teve o seu valor como sombra daquilo que se
tornou realidade, O tabernáculo por exemplo era uma sombra de quem, como falamos na
semana passada? De Cristo, da realidade da existência de Cristo. Tanto é que a palavra grega
skia, traduzida por “sombra” aqui, ela significa um reflexo pálido e nebuloso, um mero contorno
ou silhueta sem realidade, mas que contorna a realidade.

- Então os antigos sacrifícios eram ineficazes porque era sombra, mas também porque
precisavam ser repetidos. A ideia é esta do autor: se os sacrifícios no sistema da lei fossem
eficazes, não precisariam ser repetidos dia após dia, ano após ano. Eles eram eficazes para
aquele momento, mas não de maneira eterna. Por essa razão, esses sacrifícios não podiam
purificar plenamente o pecador. Não traziam alívio pleno para a consciência dos pecadores. O
que os sacrifícios do sistema da lei podiam fazer era trazer alívio momentâneo e logo em
seguida recordar a necessidade da purificação. Havia, portanto, uma ineficácia com relação à
sua plenitude e completude. Mas Cristo veio, Jesus veio para ser essa eficácia plena, é o que
o autor vai mostrar dos versos 5-10, vamos ler (ler)

- O ponto aqui é este: a ineficácia dos sacrifícios da antiga aliança exigia, necessariamente, a
chegada de uma nova aliança, e ao existir uma nova aliança, tudo tinha que ser novo, sacerdote
e sacrifício, pois os outros se mostraram ineficazes. Alguns pontos aqui então, em meio a
ineficácia, a nova aliança veio debaixo de uma promessa, alguém viria cumprir em nosso lugar
o que nós no sistema religioso deixamos de cumprir.

- Vejam bem aqui, esta expressão que diz que Deus deixou de agradar-se dos holocaustos e do
sistema sacrificial da antiga aliança, não significa que aqueles sacrifícios estavam errados,
porque se não Deus entrava em contradição, pois foi ele quem estipulou essa maneira. Porém o
ponto aqui é que o próprio povo, ao acostumar-se com esse sistema sacrificial perdeu de vista o
foco e a verdadeira mensagem por detrás deste sacrifício. E qual era? Mostrar ao povo que eles
não conseguiam salvar-se, eles não conseguiam obedecer a lei a ponto de não precisarem mais
deste sacrifício.

- O que é que então estava a acontecer? Eles adotaram uma postura de que sempre quando
pecassem sempre teriam o sacrifício para realizar para compensar o erro. O senso de obediência
a todo o custo perdeu-se. A ideia era essa, se eu não obedecer aqui, eu depois posso compensar
ali, o sacrifício deixou de ser um espelho da incapacidade do homem, para se tornar um escape
para continuar a errar. Eles perderam a ideia de que Sacrifícios não podiam substituir a falta de
obediência. E isso se tornou uma afronta a Deus, a ponto então de Deus ficar desagradado com
essas práticas por parte do povo. Mas ele não abandonou o seu povo, mas enviou alguém para
ser o próprio sacrifício, e expor em sua vida a prova máxima de que a obediência sempre foi o
foco de Deus para a salvação, coisa que o homem não podia fazer pela sua natureza
pecaminosa. Neste sentido então cristo veio, sofreu em nosso lugar e em tudo não desobedeceu
à vontade do pai e ao fazer isso ele tornou-se a pessoa pela qual, ao estarmos ligados,
deixaríamos de realizar mais sacrifícios.

- Cristo veio, cumpriu a lei, e assim encerrou o antigo sistema sacrificial. O Calvário baniu os
animais do altar do sacrifício. Cristo fez a vontade do Pai e realizou o sacrifício perfeito,
completo. Se o sacrifício de animais não podia agradar a Deus nem remover pecados, o
sacrifício de Cristo, o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, foi uma oferta perfeita,
pelo sacerdote perfeito, que agradou a Deus perfeitamente e removeu o pecado de uma vez por
todas.

- Neste sentido quem é maior? Quem vale mais? Quem é mais importante seguir? Dos versos
11-18, o autor então faz esse contraste entre os antigos sacrifícios e o sacrifício de Cristo,
vamos ler (ler)

- Depois de pontuar a ineficácia dos sacrifícios da antiga aliança e mostrar a eficácia do


sacrifício de Cristo, o autor aos Hebreus contrasta um com o outro. Algumas coisas aqui:
primeiro, Cristo ofereceu um único sacrifício para tirar o pecado (10.12a). A superioridade
de Cristo é tanta que ele só bastou oferecer um único sacrifício. A sua perfeição, a sua
obediência e a sua santidade, fizeram cumprir todos os requisitos para que deu uma vez por
todas o sacrifício fosse aceite para sempre. E se o sacrifício foi aceite de uma vez por todas para
sempre, então não existe necessidade mais de um sistema sacrificial. Quem está em Cristo
agora, viver como se tivesse que fazer ainda mais alguma coisa para ser salvo, é tolice e
demonstra a incompreensão plena deste sacrifício único que Jesus ofereceu.

- E é uma tolice porquê? Não apenas porque tudo foi feito de forma plena, mas porque agora,
quem tem Cristo em sua vida, tem aquele com a capacidade de nos aperfeiçoar para sempre,
para vivermos uma vida que agrada ao Pai.

- Se os sacrifícios da antiga aliança não podiam aperfeiçoar, Cristo, com um único sacrifício,
aperfeiçoou para sempre quantos estão sendo santificados. Não existe mais necessidade de
novos sacrifícios. Ele varreu do altar todos os animais mortos. Toda a nossa salvação foi
consumada no Calvário e não há mais nada que possa ser acrescentado ao que ali foi realizado.

- E o autor ainda acrescenta mais, ele ainda acrescenta a bênção do Espírito Santo que agora
vive naquele que tomou posso deste sacrifício. É ele quem testificará de nós ao pai, e nos
lembrará em nossos pecados que esse não é o caminho, pois fomos comprados e lavados pelo
sangue do cordeiro. Não é isso que ele faz?

- A partir do verso 19 ao 39 o autor agora vai fazer um solene encorajamento ao povo. Vamos
ler o texto (ler) Visto agora que temos acesso irrestrito à presença de Deus, visto agora que
temos um novo e vivo caminho, no sentido que agora este novo caminho não é um ritual, uma
cerimônia ou uma liturgia, mas uma pessoa, Visto agora que temos um sumo sacerdote eterno
que sempre advogara a nossa causa, porquê ficarmos inibidos, desencorajados com relação ao
nosso futuro diante dos homens e diante de Deus? Tudo está resolvido a partir de Cristo. A linha
de partida está em Cristo e termina em Cristo.

- Esta é a esperança real mesmo que nós não a vejamos com os nossos olhos. Na verdade, a
verdadeira realidade não é a que vemos com os nossos olhos carnais, mas a que contemplamos
com os nossos olhos espirituais, sacrifício perfeito, perdão de pecados, acesso a Deus, Espírito
Santo em nós. É por isso que o autor diz, ou relembra, o caminho é: o justo viverá pela fé.
- Ele adverte os seus leitores a colocarem os seus olhos no alto, e a tomar as elações do que
acontece aqui na terra a partir do que já aconteceu por nós nos céus. E reparem como isso é tão
importante: nós regulamos o que acontece nesta vida a partir do que acontece aqui em baixo, ou
do que já aconteceu por nós no céu?

- Os leitores aqui estavam a querer tomar decisões a partir do que estava simplesmente a
acontecer aqui na terra, e não estavam a levar em consideração as bênçãos que os céus já
haviam desencadeado para eles a partir do que foi feito em Cristo que agora está nos céus.

- Sendo a nossa última morada o céu? O que é que deve pesar mais? A realidade que aconteceu
por nós que nos abriu o céu para nós. Esta é a nossa esperança, o resto é deceção, suicídio
espiritual. É por essa razão que ele termina no verso 39 (ler) Visto tudo isto que temos em
Jesus, literalmente, desistir nunca poderia ser uma opção, mas perseverar mesmo sem ver, pois,
tudo já está garantido para o seu povo. E assim ele encerra e abre o tão famoso capítulo da fé.

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