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PORTADORES DE EA
RESUMO
A Espondilite Anquilosante (EA) é uma doença reumática crônica pertencente ao grupo das
espondiloartrites. A sua etiopatogenia ainda não está totalmente esclarecida, dificultando estratégias
de diagnóstico e manejo. Não tem cura e os tratamentos existentes podem apenas combater os
sintomas da doença. Ela acomete de 0,1 a 0,2% da população, preferencialmente a população
caucasiana positiva para o antígeno HLA B27. A falta de conhecimento sobre a EA gera inúmeras
dificuldades para seus portadores e a ausência de um diagnóstico preciso limita parte da população
a obter acesso a um tratamento correto. Dessa forma, a fim de fornecer informações atuais e
relevantes sobre a EA, foi realizada uma revisão bibliográfica por meio de buscas de artigos
científicos, teses e dissertações sobre o tema em plataformas online como o SciELO e PubMed. O
sintoma inicial da EA é a lombalgia de ritmo inflamatório, com rigidez matinal prolongada,
acometendo progressivamente a coluna dorsal e cervical, contribuindo para a "postura do esquiador".
A EA altera a qualidade de vida do paciente, acarretando diferentes graus de incapacidade física,
social, econômica ou psicológica. O diagnóstico é feito pela presença de um critério clínico, além de
um critério radiográfico. O tratamento ocorre através do uso de anti-inflamatórios não hormonais e
corticosteroides, além de exercícios físicos e uma alimentação equilibrada. Mesmo diante de tantos
obstáculos, a presente pesquisa foi encarada como uma oportunidade para entender a EA a fim de
trazer mais informações para a população e melhorar a qualidade de vida dos seus portadores.
ABSTRACT
Ankylosing Spondylitis (AS) is a chronic rheumatic disease belonging to the group of
spondyloarthritis. Its etiopathogenesis is still not fully understood, making diagnosis and
management strategies difficult. There is no cure and existing treatments can only fight the
symptoms of the disease. It affects 0.1 to 0.2% of the population, preferably the Caucasian
population positive for the HLA B27 antigen. The lack of knowledge about AS generates numerous
difficulties for its carriers and the absence of an accurate diagnosis limits part of the population to
obtain access to a correct treatment. Thus, in order to provide current and relevant information about
AS, a bibliographic review was carried out through searches of scientific articles, theses and
dissertations on the subject on online platforms such as SciELO and PubMed. The initial symptom of
AS is low back pain with an inflammatory rhythm, with prolonged morning stiffness, progressively
affecting the dorsal and cervical spine, contributing to the "skier posture". AS alters the patient's
quality of life, causing different degrees of physical, social, economic or psychological disability. The
diagnosis is made by the presence of a clinical criterion in addition to a radiographic criterion.
Treatment occurs through the use of non-steroidal anti-inflammatory drugs and corticosteroids, in
addition to physical exercise and a balanced diet. Even in the face of so many obstacles, the present
research was seen as an opportunity to understand AS in order to bring more information to the
population and improve the quality of life of its patients.
1. INTRODUÇÃO
1
Discente do Curso de Biomedicina do Centro Universitário Filadélfia (UniFil). E-mail:
babiramos09@edu.unifil.br.
2
Graduada em Biomedicina pela Universidade Estadual de Londrina (UEL). Mestrado em Genética e
Biologia Molecular, UEL. Doutorado em Genética e Biologia Molecular, UEL. Docente de ensino
superior no Centro Universitário Filadélfia (UniFil). E-mail: andressa.niwa@unifil.br.
A espondilite anquilosante (EA) é uma doença sistêmica que possui
origem imunogenética, com um contexto multifatorial, ou seja, a etiologia pode ser
genética e ambiental. É conhecida como uma síndrome inflamatória muito variável
quanto à estrutura tecidual, sendo alvo de manifestações inflamatórias. Lesiona a
organização mecânica do sistema esquelético e, em especial, o esqueleto axial
dorsal. O acometimento da inflamação espondilítica pode ser dividida em
localizações esqueléticas e extra esqueléticas (ROCHA, 2002). Sendo assim, a EA
pode ser classificada como uma doença inflamatória reumática crônica rara,
progressiva, autoimune, que normalmente acomete a coluna vertebral e pode evoluir
com rigidez e limitação funcional progressiva do esqueleto axial, tornando o
espondilítico um portador de deficiência física (TORRES, 2006).
As manifestações extra esqueléticas integram variados órgãos e sistemas
com destaque para o globo ocular, no qual se desenvolve a uveíte anterior aguda
unilateral que pode ser repetitiva, mudando ou não de lateralidade; o coração com
insuficiência aórtica ou doença aórtica por alterações do esqueleto fibroso valvular
aórtico; os pulmões devido às alterações fibrocavitárias dos lobos apicais; a pele
com lesões cutâneas como as artropatias psoriásicas; o tubo digestivo ou cólon com
a doença de Crohn e a colite ulcerosa, e o fundo de saco meníngeo com a síndrome
da cauda de cavalo (ROCHA, 2002). A EA é habitualmente associada à presença do
antígeno HLA-B27, encontrado frequentemente em populações caucasianas. Por
sua vez, a positividade do HLA-B27 pode variar entre 80% a 98% nos portadores de
EA, sendo assim, é possível associar sua presença ao desenvolvimento de
espondiloartrites (SAMPAIO-BARROS, 2007).
A fim de confirmar o diagnóstico da EA é preciso associar critérios clínicos
e radiográficos. Os critérios clínicos incluem os sintomas convencionais da EA, como
dor lombar com persistência de três meses que melhora durante o movimento e não
é aliviada pelo repouso, limitação da coluna lombar e expansibilidade torácica
diminuída (corrigida para idade e sexo). Já os critérios radiográficos incluem a
ressonância da pelve com presença de sacroileíte bilateral, graus 2, 3 ou 4 e
sacroileíte unilateral, graus 3 ou 4 (SAMPAIO-BARROS, 2007).
Para preservar a mobilidade e manter a postura correta, os portadores de
espondilite anquilosante necessitam de um ritmo diário com práticas de atividade
física, além de cinesioterapia com hidroterapia que possibilitam exercitar com baixo
impacto e com equilíbrio, já que todos os músculos e articulações da região dorsal
podem ser afetados por esta patologia. Sempre frisando a importância da supervisão
realizada por fisioterapeutas durante as atividades físicas devido à gravidade da EA
(RIBEIRO, 2007).
Os medicamentos indicados para tratamento em alguns casos são os
anti-inflamatórios não hormonais (AINHs) e corticosteroides. Em casos muito
sintomáticos, como artrite persistente ou sacroileíte refratária, normalmente é
utilizada a metilprednisolona por via endovenosa, além de corticosteroide via intra-
articular. Os anti-TNF foram aprovados para uso no tratamento da EA, como
exemplos temos o infliximabe, etanercepte e o adalimumabe (FERREIRA, 2008). Em
casos mais avançados, pode haver a necessidade de intervenção cirúrgica, como a
implantação de próteses totais de quadril (SAMPAIO-BARROS, 2007).
O investimento médio anual direto e indireto do sistema público de saúde
(SUS) brasileiro para o tratamento de um paciente portador de espondilite
anquilosante é de US$ 23.183,56 devido aos medicamentos, à previdência social,
afastamentos por doença e aposentadoria por invalidez (AZEVEDO, 2016).
Há carência de dados quanto à causa dessa doença, seus sintomas,
como são as suas manifestações e quais as limitações que surgem através dela.
Dessa forma, o presente estudo visa trazer informações sobre a EA e sua natureza,
a fim de melhorar muitas vidas ao conhecer a origem do problema para finalmente
encontrar um tratamento adequado, além de métodos para amenizar as dores
articulares. Como atualmente os dados sobre sua origem e etiologia são escassos, o
presente estudo visa trazer informações atualizadas sobre a doença, o que pode
agregar muito para o conhecimento acadêmico além de ajudar os portadores da EA.
2. METODOLOGIA
3.1. Conceito
3.3. Etiologia
3.4. Diagnóstico
3.5. Sintomas
Figura 3 - Estágio final de paciente com EA apresenta pontes de sindesmófitos na coluna lombar,
resultando em coluna de bambu.
3.6. Tratamento
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS