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A música brasileira na cultura popular e na cultura


de massa

Karina Ribeiro Fogaça


Estudante de graduação em Artes
Visuais da Universidade de Brasília – UnB

Nelson Inocêncio
Professor e orientador da pesquisa

Objetiva-se uma análise sobre o aparato da cultura


musical no Brasil, onde atualmente numa sociedade de consumo,
a música passa a ser vista também como produto, como algo que
pode ser consumido, feita em série, uma realidade que desvanece
a identidade popular brasileira que traz suas raízes e seu
histórico de resistência, criando uma população alienada e sem
noção da própria cultura. Há uma necessidade de se discutir
sobre uma sociedade que se desenvolve sem espírito crítico
propositalmente e desumanamente; Um povo destituído de
consciência cultural se transmuta a um povo sem história, e no
campo da música o Brasil retém uma rica bagagem sob sua
construção. A alienação é um evento alastrante e perigoso que
ameaça a contemplação e a perpetuação das culturas populares,
que combinam uma vasta agregação simultânea para a
personificação e conteúdo de um país que já nasceu sendo
abatido no berço de seus heróis indígenas.

Palavras chaves: Cultura, identidade, consciência,


alienação, música brasileira, povo.
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1 Introdução

A música brasileira, quando cultura, está sendo apagada e a música no Brasil,


quando produto para a massa, está em expansão à medida que se consome mais e se
manobra grupos sociais. A ênfase a música nesse trabalho se deve a questões abordadas
incansavelmente em relação à ética, como poucos conseguem encontrar contato e
colocados à disposição dos verdadeiros elementos culturais que compõe este país.
Nossa música e nosso pensamento se encontram interditados para se expandir na
coletividade enquanto grupos com interesse de poder apoiam e alastram o que
denominam como música, uma cultura negativa que corrompe o desenvolvimento das
virtudes e persevera a ignorância do ser em seu próprio meio social; O fator em questão
é a visão de que a consciência está sendo atacada e a cultura, rebaixada. A música está
sendo vedada de sua verdadeira função numa realidade radical.

2 A função da música

“Primeiro, devemos educar a alma através da música e a seguir o corpo através


da ginástica” disse PLATÃO, (348/347 a.C), e P. MERRY, Alan (1923 – 1980),
afirma:

―Acredito que a música pode ser estudada não apenas do ponto de vista de músicos e humanistas,
mas também da dos cientistas sociais, e que, além disso, é no momento do campo da
antropologia cultural que nossa principal estimulação está vinda para o estudo da música como
um aspecto universal das atividades do homem‖.

Tendo tais citações como ponto de partida neste tópico, analisa-se a importância
da Música no social. Ela pode ser comparada a uma espécie ―de unidade de medida‖
para compreender um nível de evolução de comunicação de determinada sociedade.
ELIZABETH TRAVASSOS (2007) cita JOHN BLACKING (1928-1990): ―[...] Entre
outras hipóteses, levantava a de ser a inteligência musical uma inteligência para o social
que teria desempenhado papel importante na evolução da espécie na direção de formas
de vida social complexas. A inteligência musical agrega indivíduos em grupos,
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coordena ações, integra os hemisférios do cérebro‖. A música antecede a língua no


sentido filogenético, talvez seja a forma de comunicação mais primitiva do ser humano
e pesquisadores como os citados a cima a reconhecem como uma circunstância que
desenvolve a mente e a percepção humana. TRAVASSOS cita novamente BLACKING
ao dizer que ―As condições de florescimento ou inibição da aptidão musical são,
contudo, sociais; Dependem das interações, das instituições e de uma seleção de
capacidades cognitivas e sensório-motoras [...]‖.
―Não é a consciência do homem que lhe determina o ser, mas, o inverso, o seu
ser social que lhe determina a consciência‖ KARL MARX (1818-1883). A evolução da
música é a evolução de quem a produz e de quem a contempla; levando a música como
cultura, o rebaixamento da mesma causa rebaixamento da consciência e logo se
imprime a necessidade de tal estudo perante o comportamento da população brasileira
em um estado de alienação aparentemente planejada que transcende ate as classes
marginalizadas indo pejorativamente as classes médias que priorizam cada vez mais um
modo de vida superficial. O provimento da criminalização da cultura é uma aniquilação
ao discernimento humano sobre sua ancestralidade e compreensão do mundo que lhe
cerca. Na história do Brasil no parâmetro musical, a música erudita ate então era
considerada como escalão da burguesia, hoje a música de qualidade e identidade talvez
seja expandida apenas em mentes acordadas de uma medíocre realidade implantada na
maioria dos cidadãos que não fazem um filtro diante de tudo que lhe fazem absorver
inconscientemente.
―A música exprime a mais alta filosofia numa linguagem que a razão não
compreende‖ ARTHUR SCHOPENHAUER (1788-1860). Talvez quando se fala de
―voltar à natureza‖, o fato em questão seja uma carência do homem materializado, de
reconquistar a inteligência inerente de questionar a essência das coisas e do próprio ser;
de sair do modo bicho, sobrevivência e instinto, da inércia e comodismo de apenas ser
um ser consumista e perecível, que renega a própria capacidade de criar, pensar,
interagir e modificar o seu meio, que renega de se evoluir em linguagem, na busca
incessante de algo sublime na existência mundana.
A música talvez seja um modo de materializar sentimentos e emoções de uma
forma intangível; Há um embaraço ao se perguntar ―qual é o som do amor, qual o aroma
da saudade?‖ ou ―que forma a solidão tem, qual a cor do ódio?‖, tais perguntas se
questionadas fora do sentido literário e poético não encontram coesão. Agora se
questionar-se ―qual som me faz sentir paz, qual música me remota a sensação de
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solitude, qual música me traz euforia?‖ já não é mais tão complexo indicar as respostas.
As trilhas sonoras dão um belo exemplo disso ao incorporar e enaltecer no expectador,
as sensações condizentes com as cenas de determinados momentos em filmes, jogos,
etc.; No cinema mudo também, utiliza-se a música para exprimir as tensões das ações
em tela. O pensamento antecede a fala, e a música desenvolve a percepção; compreende
se que inibir ou degradar tais circunstâncias num ser social é um ato desapiedado
também caminhado para o controle de massas.

3 A música brasileira: Uma fusão de retalhos culturais que moldaram a


identidade nacional.

Inicialmente vinda de correntes europeias, africanas e indígenas, a música


brasileira foi nascendo na medida em que, interferências culturais estrangeiras
coexistiam e se fundiam com o ambiente recém-colonizado. Uma pena a se avaliar que
quase se faz inexistentes traços de correntes indígenas a não serem gêneros ―folclóricos‖
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regionais, situação consequente do evento de catequização dos índios pelos
portugueses. As características brasileiras em sua sonoridade foram surgindo a partir de
elementos africanos, consequentemente vindo dos escravos trazidos pelos portugueses,
difundindo assim, o lundu (canto e dança da angola), frevo (originou-se no estado de
Pernambuco e influenciada pela capoeira), choro (gênero de música instrumental
popular que se originou no estado do Rio de Janeiro), samba (oriunda do nordeste do
país, Bahia, derivada do samba de roda, uma dança de raízes africanas) séc. XIX –XX.
No século XX, a identidade musical brasileira se expande com a consolidação da
bossa nova (década de 1950, iniciada principalmente pelos cantores e compositores
João Gilberto, Tom Jobim e Vinícius de Morais), o samba e gêneros regionais como o

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[...] Um século mais tarde as reduções do sul do Brasil, fundadas por jesuítas espanhóis,
conheceriam um florescimento cultural vigoroso e exuberante, onde funcionaram
verdadeiros conservatórios musicais, e relatos de época atestam a fascinação do índio pela música da
Europa e sua competente participação tanto na construção de instrumentos como na prática instrumental e
vocal.

[...] Com o passar dos anos os índios remanescentes dos massacres e epidemias foram se
retirando para regiões mais remotas do Brasil, fugindo do contato com o branco, e sua participação na
vida musical nacional foi decrescendo até quase desaparecer por completo.
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sertanejo, baião, forró, ganham mais reconhecimento popular ao mesmo tempo em que
o rock e o jazz (norte americanos) ganham força e adentram nesse misto cultural. Com
esse avanço cultural tanto no campo popular quanto no erudito, nessa época também
nos deparamos com a produção de Villa Lobos, o primeiro grande marco do
brasilianismo musical erudito2.
Já citando o exemplo acima na cultura musical erudita brasileira, vale ressaltar
que ainda se encontra equívoco conceitual sobre os termos música popular brasileira e
MPB. Música popular brasileira se dirige a todo o campo musical popular exceto, o
erudito; inicialmente abordado para os ritmos, melodias e harmonias oriundas de
culturas regionais ―folclóricas‖, de camadas ―subalternas‖, e isso não se aplica apenas
no campo da música, apesar dela se exceder a quase todo o parâmetro da história, aliás,
como uma forma de arte e comunicação, claramente sua presença é inevitável. O
popular (não o referindo também a uma ideia de homogeneidade de classes, mas sim, à
diversidade que caracteriza os povos), exemplificando, seria o bumba meu boi, o
maracatu, a ciranda, a congada; seria a cultura tradicional, mantida pela oralidade e/ou
agregada pelo povo trazendo suas marcas e símbolos. Os irmãos Grimm, que
trabalharam prioritariamente com o anonimato popular, associaram toda essa teia como
―poesia natural‖, por que são correntes criadas pelo próprio povo e pertence ao mesmo,
uma espécie de autoria coletiva (BURKER, Peter, p.32), ―nenhuma pátria pode existir
sem poesia popular [...], é o manancial de onde jorra o verdadeiro original da alma
popular‖ (BURKE, 1989, p. 12.).
Mais tarde claro, a música popular brasileira passou a ser tocada não somente
pelo povo ―subalterno‖, artistas da classe média e universitários passaram a agregar tais
ritmos em suas composições, e a partir da década de 60, a fusão de dois movimentos
musicais deu a luz ao MPB. De um lado a bossa nova conhecida pela influência do jazz
estadunidense e também com influência erudita, que traziam dissonância e sofisticação
ao samba, e tendo como precursores os compositores Tom Jobim e Vinícius de Morais.
Do outro lado, o Centro de Cultura Popular Brasileira e o movimento da União
Nacional dos Estudantes (UNE), inconformados com a ideia de influências americanas e
com um intuito mais nacionalista com a intenção de priorizar as raízes do samba,
forçaram uma divisão de duas linhas musicais, uma segunda geração da Bossa Nova.
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Diante de tal situação, artistas mais novos juntaram as duas vertentes


conflituosas anteriores, com a intenção de construir um campo musical sem limite ou
rótulo. Surgindo como MPM (Musica Popular Moderna), tal movimento musical se
consolidou depois como MPB, adotando um caráter mais social, diferente das letras
mais romantizadas da Bossa Nova, e se tornou símbolo de resistência e luta para
universitários durante a Ditadura militar (1964-1985), perante a repressão e censura da
época3. Esse fato consagrou o MPB como um dos maiores e principais gêneros da
música brasileira e informalmente, perante o senso comum, sua sigla causa uma
aparente confusão por ser ―Música Popular Brasileira‖, mas conceitualmente, não é uma
nomenclatura que aborda todos os gêneros musicais brasileiros.

A preocupação atual é de ―músicas‖ que espelham e motiva a violência, a


denegrir a imagem da mulher numa sociedade preconceituosa, a realidade das periferias
esquecidas e abandonadas (tanto no campo da educação quanto no campo cultural), o
som que se expande no país e que mais se mostra na grande mídia hoje literalmente
rebaixa a consciência. ―Músicas‖ com letras medíocres que transitam somente no
cotidiano das necessidades primitivas do homem que não amplia seu pensamento e
percepção de mundo para além daquilo, a cultura dos bares, dos bailes... Realmente há
uma inibição a inteligência musical ou da música popular no papel social.

4 A música como produto: o rebaixamento da consciência do povo em uma


alienação planejada.

Um homem sem cultura está à mercê do esquecimento. EDMUND BURKE


(1729-1797,) cita ―Um povo que não conhece seu passado está fadado a repeti-la‖; Por
mais que esse processo seja dinâmico e acumulativo, está altamente ligada à identidade
e consciência do ser e de seu grupo. A Cultura popular é um palco de inúmeras
discursões que se seguem até hoje, e aqui, prioritariamente, a ênfase na música, que não
deixa de ser um dos instrumentos mais abstratos da arte, interfere crucialmente quando
se analisa o comportamento de pensamento, ação e intenção de determinado povo sob
sua construção.

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http://www.uppermag.com/mpb-musica-popular-brasileira/ Data de acesso: 11/11/18
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Desde a antiguidade, o surgimento da música sempre esteve relacionado a algo


maior, com sentido ritualístico, como algo de comunicação divina, na tentativa de
alcançar a perfeição e/ou as divindades, até se tornar uma forma de reflexão sobre um
povo, personalizando momentos em sua história4. A música transcende para objeto de
consciência e nível de realidade em que determinado grupo ou nação se encontra, e é
aqui que o trama da música como produto começa. A cultura como processo dinâmico e
acumulativo pela a própria cultura e bagagem histórica com caráter é colocada contra a
parede ao se deparar com uma realidade onde o processo acumulativo em questão é
meramente o capital, a apropriação da arte como algo puramente para entretenimento e
produto, ignorando quaisquer noções de marca e identidade para uma produção massiva
é um massacre cultural que pode condenar tal sociedade ao emburrecimento e ao
esquecimento de suas raízes e lutas, também, por consequente, a qualquer tentativa de
revolução, devido à inibição do pensamento. TEIXEIRA COELHO (1980) aponta em
seu livro O que é indústria cultural, várias abordagens interessantes a serem analisadas
nesse tópico:
―[...] partindo do pressuposto de que a cultura de massa aliena, forçando o indivíduo a
perder ou a não formar uma imagem de si mesmo diante da sociedade, uma das primeiras
funções por ela exercida seria a narcotizante, obtida através da ênfase ao divertimento em seus
produtos. Procurando a diversão, a indústria cultural estaria mascarando realidades intoleráveis e
fornecendo ocasiões de fuga da realidade.‖

Desde que a informação e o acesso a ela ficou mais fácil, com toda a evolução
tecnológica da comunicação, a maioria das pessoas tende a agir relativamente igual,
ingerindo o que lhe vier mais rápido e fácil. Novamente se faz presente as palavras de
COELHO:
―[...] com seus produtos a indústria cultural pratica o reforço das normas sociais,
repetidas até a exaustão e sem discussão. Em consequência, outra função: a de promover o
continuísmo social. E a esses aspectos centrais do funcionamento da indústria cultural viriam
somar-se outros, consequência ou subprodutos dos primeiros: a indústria cultural fabrica
produtos cuja finalidade é a de serem trocados por moeda; promove a deturpação e a degradação
do gosto popular; simplifica ao máximo seus produtos, de modo a obter uma atitude sempre
passiva do consumidor; assume uma atitude paternalista, dirigindo o consumidor ao invés de
colocar-se à sua disposição.‖

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https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_m%C3%BAsica Data de acesso: 04/11/1
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Seguindo esse raciocínio, um leitor que procura um livro sobre filosofia numa
estante onde só se encontra três livros de três filósofos, Platão, Kant e Freud, só terá a
opção de ler sobre tais filósofos se lhe convier meramente de olhar somente nessa
estante, onde esses livros estão facilmente à mostra, vedado da noção de haver um
quarto ao lado cheio de mil livros sobre os variados filósofos já existentes, que estão
guardados empoeirados em caixas. Isso claramente implicaria na sua concepção sobre a
história da filosofia com esse leitor limitado a apenas três visões de alguns filósofos, e
também se implica a quem deixou tais livros facilmente a mostra que pode estar
relacionado com sua concepção pessoal em que partilha da ideia de tais filósofos
deixados na estante. Dado esse exemplo, analisemos as palavras do jornalista paraibano
e também, estudioso da cultura popular brasileira, Assis Ângelo, à revista A nova
democracia, 20055, um autor de canal alternativo fora da grande mídia:

Pela audiência que sempre tive, pode-se notar que o povo gosta do que é bom, desde
que tenha essa opção. Quer dizer, é mentira essa conversa de que o brasileiro gosta mesmo é de
pagode, funk, ou ‗sertanojo‘. O que falta é divulgação da verdadeira música popular para que o
povo possa fazer escolhas. [...] Afirmo que mente quem diz que o povo não gosta da música
brasileira. O problema é que não toca música brasileira para o ouvinte brasileiro, para o
telespectador. Para o leitor dos jornais, das revistas, da mesma maneira, não divulga na sua
forma impressa, a verdadeira cultura popular, o melhor das massas brasileiras. Então, não se
pode admirar aquilo que não se conhece. Atualmente, o que vale é a cultura de massa, que
chamam de popular, mas não tem nada de popular. É a massificação de algo, que de tanto ser
repetido, e censurado o verdadeiro, fica o enganoso na cabeça das pessoas [...].

Em uma sociedade fenômeno da industrialização massiva, de classes


dominantes, o monopólio das comunicações tende a serem negociações políticas que se
tornam instrumento de controle massivo, ―ao invés de lutar contra o povo, tire deles a
noção disso‖; em outras palavras, há uma deturpação da cultura, que passa a ser
produzida para e não pelo o povo, e como cultura remete a consciência e a música é
sinônima de tal, COELHO cita novamente:

―[...] Para essa sociedade, o padrão maior de avaliação tende a ser a coisa, o
bem, o produto; tudo é julgado como coisa, portanto tudo se transforma em coisa —

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https://anovademocracia.com.br/no-26/593-assis-angelo-muito-brasil Data de acesso:
04/11/18.
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inclusive o homem. E esse homem reificado só pode ser um homem alienado: alienado
de seu trabalho, que é trocado por um valor em moeda inferior às forças por ele gastas;
alienado do produto de seu trabalho, que ele mesmo não pode comprar, pois seu
trabalho não é remunerado a altura do que ele mesmo produz; alienado, enfim, em
relação a tudo, alienado de seus projetos, da vida do país, de sua própria vida, uma vez
que não dispõe de tempo livre, nem de instrumentos teóricos capazes de permitir-lhe a
crítica de si mesmo e da sociedade.‖

A música como produto apaga a individualidade e marca de um grupo. O que


deveria ser um plano sublime da evolução humana junto com o crescente
desenvolvimento tecnológico que expandiria essa circunstância acaba sendo distorcido
pela mediocridade e egoísmo de outros sem senso de humanidade. A música brasileira
deveria estar no seu auge, para que grandes nomes como Chico Buarque, Amilton de
Holanda, Heitor Villa Lobos, Ellis Regina e vários outros importantes protagonistas
desse meio, não fossem os únicos nomes a serem citados e que o surgimento de tais
grandes protagonistas não ficasse confinado apenas na década de 60, que movimentos
musicais como o MPB não fosse apenas contemplados como fenômenos do passado.
Qualquer surgimento e crescimento de jovens músicos de qualidades ou a contemplação
de culturas populares para serem reconhecidas não encontram espaço de divulgação na
grande mídia, ―hoje, o próprio povo não tem conhecimento de sua riqueza‖.

[...] Há no Brasil cerca de 2.000 estações de rádio e 140 de TV. Do outro lado
da antena, são 56 milhões de aparelhos receptores de rádio e 26 milhões de TV (15
milhões a cores). Teoricamente, a rede de rádio pode cobrir todos os habitantes do país,
enquanto a TV alcança entre 60 e 80 milhões de pessoas. [...]
A duplicação das estações geradoras de rádio e TV poderia ser um bom sinal se
as concessões não fossem feitas segundo critérios estreitos e enviesados que atendem
antes a interesses individuais e de grupos de poder do que a interesses da coletividade.
[...] TEIXEIRA COELHO (1980).
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Referências bibliográficas

TREVISAN, Armindo. A Escultura dos Sete Povos. Brasília, 1978.

TRAVASSOS, Elizabeth. John Blacking ou uma humanidade sonora e


saudavelmente organizada, 2007.

BURKER, Peter. Cultura popular na Idade Moderna. Europa, 1989.

TEIXEIRA, Coelho. O que é indústria cultural, 1980.

CHAUI, Marilena, Conformismo e resistência, 2014.

https://pt.wikipedia.org/wiki/Hist%C3%B3ria_da_m%C3%BAsica Data de acesso:


04/11/18.
https://anovademocracia.com.br/no-26/593-assis-angelo-muito-brasil Data de acesso:
04/11/18.
http://www.uppermag.com/mpb-musica-popular-brasileira/ Data de acesso: 11/11/18.

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