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Ética e Deontologia dos Educadores

7 de outubro
Margarida Amoedo
CES – Gabinete 260
Avaliação: 2 Frequência (27 de novembro - aula, 26 de janeiro – 10h, Recurso – 11 de
fevereiro, 26 de julho – época especial; 7 de setembro – época extraordinária)
15 de outubro
Conceitos de ética e de deontologia
 “até para construir o céu será preciso imaginação” – inferno (pessoas tristes –
pauzinhos de 2 metros, contentam-se com o mesmo); céu (pessoas tranquilas –
pauzinhos de 2 metros, dá de comer aos outros); “até aquilo que parece
satisfatório requer imaginação”; Competências das pessoas do céu: cooperação;
solidariedade; resiliente; entreajuda; inteligência; generosidade (que favoreça a
vida);
 Procurar respostas;
 Inteligência e capacidade de reflexão;
 Viver = agir (continuamente) – projeção
 O que exprime a conduta humana;
 Conduta da ética: 20 min;
 Reflexão em todas as formas de agir, para que possa haver uma compreensão;
 Agir Humano: “qualidade humana?”
 Conduta humana dos seres humanos, capacidade de humanizar o mundo – saber
as implicações dos nossos atos na comunidade em que vivemos;
 Atenção pelo outro; todas as modalidades de relação (humanos – não humanos;
humanos – humanos); pensar nas implicações que a nossa ação, no futuro (ética
sensível a esta questão);
 Retrato dos modos atuais e pretéritos de agir, mas sim, o caracter normativo
(espécie de leis; normas éticas servem de base às normas jurídicas, no entanto,
são apenas uma regra ou parâmetro) como aperfeiçoamento de agir; atenção do
concreto e atos singulares; o nosso agir será favorável ao bem comum;
 A ética é mais comum do que diferente entre culturas, porque todos temos
necessidades a satisfazer;
22 de outubro

Definição Básica de Ética

Nota: Discordância no agir, o facto de falarmos sobre isso faz-nos ultrapassar as


discórdias por equívoco.

Objeto de estudo: A ética é a área do saber filosófico dedicada ao estudo sistemático e


aprofundado acerca da conduta humana (valores e princípios em função dos quais
agimos, agir próprio do ser humano que é decidida pelo mesmo), isto é, acerca do agir
que o ser humano decide e concretiza, atendendo a determinados valores e princípios
que permitem considerar, como dignos de pessoas, os nossos atos. (atitudes ponderadas
de acordo com valores e princípios).

Correção ética Vs costumes: Por vezes, pensa-se que basta identificar o que é
considerado normal na nossa sociedade e as normas vigentes na sociedade em que
vivemos, para termos tudo o que necessitamos de saber para decidir e agir corretamente.
(tendemos a agir por imitação). No entanto, nem tudo o que se faz usualmente é
favorável ao bem comum (critério ético essencial), nem tudo o que se faz apenas
porque é costume permite respeitar os mais elevados princípios do agir.

Os conceitos de ética e de moral

Continuação: mais do que a mera conformidade com o que é moralmente aceite num
dado contexto de vida; à ética interessa o caráter humanizador da ação (cuidar de nós,
dos outros e de todos; a nossa ação pode humanizar o mundo através da ação adequada);
é a qualidade humana dos nossos atos o que os torna eticamente aceitáveis, ou, pelo
contrário, eticamente injustificáveis (toda a ação é de caráter ética, seja positiva ou
negativa através da avaliação de ação no seu todo).

A ética procura compreender profundamente o que se faz, como se faz, o que motiva o
que se faz, bem como as implicações do que se faz (todos os atos têm as suas
implicações) – articulação de todos os aspetos – de maneira a estabelecer os
fundamentos da nossa conduta e as orientações para o aperfeiçoamento contínuo do
nosso agir. Não só a conduta, mas também o que vem por detrás da conduta, todos os
parâmetros.

Nota: As diferenças fazem com que as pessoas ajam de forma diferente, no entanto,
temos de pensar na consequência que isso tem no outro, a diferença pode ter uma
implicação negativa ou positiva no outro. Dispor de justificações que expliquem o que
fazemos é indispensável para que a nossa ação seja correta do ponto de vista ético. Não
há agir nenhum que não tenha motivações e implicações. São dimensões constituintes.
Os meios não devem ser reprováveis de modo a atingir os fins aprovados. O que é que
não têm atenção? O que é que sacrificou? Embora não desculpabilize. Não seremos
perfeitos, mas procuramos aperfeiçoar-nos. Quem é o autor do saber da ética? São os
especialistas dessa área, mas não só. Todas as áreas da humanidade caracterizam a
conduta humana os parâmetros da ética. Não devemos produzir juízos de valor a cerca
das pessoas porque não conhecemos o íntimo e o que a motiva, como dimensões de
mistério que são impensáveis de ser criticadas. No entanto, podemos avaliar um ato, isto
é, justificar o ato que a pessoa teve e apreciá-lo, mesmo que isso não a defina. Exemplo:
não podemos dizer que a criança é maldosa, mas sim o ato que estas praticam podem ser
tipificados.

Embora as palavras “Moral” e “Ética” sejam frequentemente usadas como sinónimas,


podemos, a partir da sua diferente etimologia e atendendo à distinção entre o que se faz
por costume e o que se faz por ser eticamente correto, considerar que o segundo desses
termos (“Ético) remete para um conceito mais extenso, que abrange até o que
caracteriza a “Moral”.

A palavra “Ética deriva etimologicamente de duas raízes gregas: “éthos” (costumes;


usos ou atos concretos de um determinado contexto de vida) e “êthos” (morada; maneira
de ser; caráter);

A palavra “Moral” deriva do latim mores (usos; costumes);

Em suma, ambas as palavras remetem para o campo dos costumes e atos concretos
numa determinada comunidade, mas a palavra “Ética” remete ainda, desde a sua origem
etimológica, para os valores e princípios, para os fundamentos e justificações que
permitem ajuizar os atos concretos e habituais.

Portanto, o termo “Ética” pode ser usado para designar a área de saber da conduta
humana que não se restringe ao factual e às considerações morais mais escritas. (“contra
factos, às vezes há argumentos). A Ética permite ponderar a legitimidade de toda a ação
humana e interrogar até, com o seu saber, a moralidade de certos costumes.

29 de outubro
Análise do texto:

 Ética como comparável com uma bússola;


 Situações não explicitas; somos parte do saber da ética e concorremos de alguma
forma para esse saber;
 O que é questionável do ponto de vista ético? A conduta humana, o conjunto dos
atos que um ser humano.
 “Reflexão”: num contexto de referência à presença na generalidade da vida das
pessoas; nível de reflexão mais aprofundado, sendo qualificado como reflexão
filosófica;
 “noção de dúvida” a ação decorre de uma experiência de dúvida pelo caminho a
percorrer;
 “orientação”, a ética e o campo de orientação que permite escolher; quanto mais
aprofundada e sistemática for a ação;
 “comportamento” (ocorra automaticamente, ato reflexo) Vs “conduta” (remete
para o conjunto dos comportamentos que são realizados assunção do sujeito que
os realiza do foro ético);
 “justificação”: procura da justificação ética, em função do que é preferível e
articulação do que é necessário adotar mediante a ação; procurar ter uma
justificação, mesmo que não haja ocasião para a adotar;
 Ação consciente: quando detemos as justificações para as ações;
 Justificação tem uma força e relação do que é válido e partilhável (razão);
 Questões/ interpretação: “o que devemos fazer?”; “o que não devemos fazer na
vida?”

______________________________ Introdução______________________________

 Diferenças entre as disciplinas: os outros campos do saber, procuram fornecer


informações e conhecimentos, de modo a acumular informação; dar uma
orientação da forma como utilizar o conhecimento, com vista a ajudar à
orientação; não confundir “dar” orientação com ajudar na procura a orientação.
 Agir Vs viver: a vida humana é quase inseparável do agir;
 Relação connosco próprios, com os outros e com a natureza: o nosso agir tem
que ter consideração a tudo quanto existe, pela influência que temos na
qualidade de outros seres;
 Ciências da natureza e da sociedade: fornece fotografias e mapas (realizam um
trabalho do qual resulta uma conversa de descrição, de representação de algo
que é objeto desses saberes – elementos como evidentes); ética: fornece uma
bússola (algo que serve para nos orientarmos pelo mundo, o saber que a ética
produz/fornece é como uma bússola);
 “o que significa orientação (atender a algo na função do qual possamos escolher)
no contexto de uma vida?”: modos privilegiados de optar e de agir;
 “como devo agir?” – síntese;
 Questões normativas (não factuais, não respondidas através do apontar de
factos): identificam-se quase sempre pelo recurso ao verbo dever, para estas não
basta a apresentação de factos (exibição ou enunciado), mas sim que
determinadas maneiras de agir são melhores em função de determinados valores,
respeito por determinados princípios, do que outra;
 Preferido (preferir uma opção no imediato) Vs preferível (a nossa opção deve ser
preferível no futuro);
 Critérios éticos: são critérios não empíricos;
 Caráter descritivo complementa o caráter normativo;

5 de novembro

Valores éticos e princípios do agir

 Valores são marcos de referência para as nossas escolhas, no entanto há


outros valores fora do campo da ética que também nos orientam.
 Valores são qualidades (definição muito geral) em virtude das quais aquilo
que elas qualificam.

A reflexão profunda (filosófica) da Ética, a cerca da conduta humana, abarca a


pergunta (própria da Deontologia): “como deve ser a conduta da pessoa?” /
“como devemos agir?” – pergunta vulgar, que sempre que alguém procura tomar
consciência do agir próprio, agir no sentido preferível.

Sempre que procuramos responder-lhe, acabamos por identificar determinados


valores que funcionam como grandes marcos de referência da ação humana: os
valores éticos.
Tal como os valores de outras ordens (como, por exemplo, os valores estéticos, os
valores do conhecimento, os valores religiosos), os valores (in substantivos, não
existem por si, nós vivemos os valores) éticos são caracterizados por polaridade, o
que quer dizer que há valores éticos positivos e valores éticos negativos.

Nota – Características gerais dos valores: polaridade (a um valor positivo


corresponde sempre um valor negativo e vice-versa). O mal é humano porque tem
experiência na presença humana, no entanto, é uma experiência desumana.

Decidimos a nossa conduta em função desses valores, procurando realizar os


primeiros e evitar a realização dos negativos.

Os suportes específicos dos valores éticos são os chamados “atos voluntários” do ser
humano, isto é, os atos que pressupõem liberdade, decisão e responsabilidade.

O agir considerado do ponto de vista ético decorre de uma decisão livremente


assumida pelo sujeito, uma decisão com caráter pessoal (noção de pessoa implica a
dimensão individual e comunitária). – Noção de pessoa

Os valores éticos reconhecem-se ao nível da vida com caráter pessoal, uma vez
que é a pessoa singular e coletivamente considerada) que pode, em liberdade,
decidir.

Dizemos que o ser humano se cumpre como Pessoa, quando se torna sujeito
autónomo (assumir regras), alguém capaz de autodeterminar com consciência o
seu agir, criando condições para concretizar valores éticos positivos e
concretizando-os efetivamente. – Regras que não são exclusivas de cada um, por ser
um agir coletivo, que afeta o outro.

Currículo emergente

Considerar a vida de um ponto de vista ética começa por ser uma lição que nos é
dada pelos outros, mas à medida que vamos crescendo, é também uma lição que
vamos aprendendo, por nós, quando, imersos na complexidade de inúmeras escolhas
a fazer, temos de nos esforçar para discernir (distinguir, comparar) o que é
preferível em termos éticos e agir em conformidade. Quando reconhecemos os
valores éticos, eles revelam a sua força extraordinária, impelindo-nos de agir:

 De modo a realizar uns (os positivos);


 A não concretizar os opostos (os negativos);

A escolha de valores a realizar exige um esforço constante de ponderação (condição de


decisões criteriosas) e de opção por um entre os caminhos possíveis – o que por vezes é
muito difícil, pois tem de ser uma escolha responsável ou, por outras palavras, uma
escolha pela qual responderemos daí em diante.

Escolher responsavelmente a cada momento acarreta uma incumbência pessoal, um


encargo, que aceitamos para podermos cumprir deveres irrecusáveis, atendendo a
princípios indeclináveis que são para nós imperativos de ação.

12 de novembro

Considerar a vida de um ponto de vista ético começa por ser uma lição que nos é dada
pelos outros. – Educadores, pais, etc. Mas, á medida que vamos crescendo, é também
uma lição que vamos aprendendo, por nós, quando, imersos na complexidade de
inúmeras escolhas a fazer, temos de nos esforçar para discernir o que é preferível em
termos éticos e agir em conformidade. – Fazer por imitação.

Noção de discernir: o que preferimos no imediato e o que é preferível ao longo do


tempo.

Quando reconhecemos os valores éticos (exemplos e análise dos dados concretos,


reflexão), eles revelam a sua força extraordinária, impelindo-nos a agir: de modo a
realizar uns (os positivos) e a não concretizar outros (os negativos). Ex: um gesto pode
ser belo (valor estético) e ser eticamente reprovável (valor ético), o sujeito é atraído do
ponto de vista da beleza e repelido do ponto de vista ético. Isto obriga que a nossa
educação nos preparar para discernir não só sobre os valores, mas também de forma
hierárquica.

A escolha de valores a realizar exige um esforço constante de ponderação (condição de


decisões criteriosas) e de opção por um entre vários caminhos possíveis – o que por
vezes é difícil, pois tem de ser uma escolha responsável ou, por outras palavras, uma
escolha pela qual responderemos daí em diante.

Escolher responsavelmente a cada momento acarreta uma incumbência pessoal, um


encargo, que aceitamos para podermos cumprir deveres irrecusáveis, atendendo a
princípios indeclináveis que são para nós imperativos de ação.
O que estipulam os princípios? Prescrições dos atos através dos quais é possível realizar
os valores éticos positivos.

E é próprio da conduta da Pessoa agir segundo imperativos éticos que obrigam a


concretizar determinados valores (e a não concretizar outros).

Pessoas autênticas sentem a satisfação de com consciência assumirem esse encargo do


agir por imperativos éticos, à cabeça dos quais está o imperativo da Bondade. - Impõe
que a nossa ação seja boa, e que as circunstâncias da nossa vida sejam alteradas de
modo a agir bem.

 O imperativo de Bondade impõe ultrapassar obstáculos ao agir ponderado e


responsável, mesmo que isso implique transformar certas condições existenciais.

Não são só as circunstâncias que nos envolvem, mas também as circunstâncias que
vivemos, podendo ser prejudicial para nós e, ao mesmo tempo, ser do ponto de vista
ético correto.

Texto: Educar em Valores: uma Opção inevitável – Tema e Assunto e não uma prática

Refere-se a valores e a Educação (tem em vista, entre outras finalidades, tem a educação
em valores, mesmo havendo diferença em valores, os valores de ordem ética são de
carater mais elevado, suporte preferível à apreciação e suporte de valores – os atos, que
pressupõe uma decisão livre e responsável pelo ser humano)

 Fenómeno de todos falarem em Educação em valores sem saberem o que são,


isto é, não o aprofundam. Tem sido crescente ao longo do tempo, no entanto,
devemos verificar se ainda se mantém válida a proposição.
 Os valores sempre estiveram presentes na Educação, não é viável ser neutro, as
intervenções exteriores da família, correspondem a um conjunto de valores.

Novo modelo de educação: valor mas sem o aprofundar; como se atende às diversas
sociedades, acaba por se diversificar cada valor, cada sociedade tem os seus valores
e, por isso, são igualmente validos em cada país. É correto que determinadas
características sejam aprovadas em determinados contextos, mas não em todos.

19 de novembro
 Propósito da Educação promover educação em determinados valores, correlação
entre Educação e valores.
 Evitar a infusão de alguns valores em particular: respeitar valores sociais
(democracias ocidentais) e que optem por agir arbitrariamente (várias opções)
por aquilo que definirem.

Exemplos: competitividade é um valor vigente na sociedade; desrespeito inter


geracional;

 Laisse faire – “deixar andar”. Como se cada um tivesse os seus valores.


 O que é que fragiliza a nossa educação? A ignorância, a escassez de referência, a
falta de conhecimento. A Educação é tanto melhor quanto mais rica em
referências for. Quanto menos valores possam ser distinguidos e discernidos
pelos educandos, maior será a ignorância.
 Há determinados valores em vista, para poder orientar a educação.
 O valor da utilidade (por exemplo), não é o valor por excelência para tratar de
pessoas.
 Há determinados valores que são utilizados para determinadas situações que não
são por excelência, atendendo áquilo que é mais importante em ter em
consideração. Depende do contexto que a situação está, para apreciar a
diferença.
 É adequado valorar as coisas pela utilidade (valor da utilidade), ao passo que, as
pessoas devem ser apreciadas segundo valores éticos (atos, de decisão livre e
responsável).
 Todas as ordens de valores são importantes, mas nem todas têm a sua
importância.
 Autor toma uma posição demarcando-se de uma visão que a educação ocorre
naturalmente: laisser faire. O autor toma uma posição contra esta postura, e
contra as implicações que daí ocorrem, “deixar que os educandos vão crescendo
nos seus valores”, os valores éticos (maiores a nível hierárquico) devem ser
transmitido pelos educadores.
 Função dos educadores: autoridade pedagógica (axiológica) promoção de
valores, além de todas as outras funções.
 Quais valores devem ser promovidos? Promover os valores éticos positivos, isto
é, atender à polaridade dos valores éticos e promover os positivos, procurando
promover nos educandos, que estes tomem os valores éticos positivos.
 Deve também demonstrar outros valores, no entanto, os valores éticos são de
tamanho peso. O educador deve ter preparação e seja detentor de um horizonte
de valores éticos, para poder promovê-los. Educação: séria, comprometido,
sensibilidade para estar atentos à realidade e mobilizar as suas capacidades para
tomar decisões de ordem positiva.
 Compromisso que configura uma missão: reconhecimento do valor dos
educadores profissionais, algo que se assume por uma obrigação, um dever
(próprio do exercício da profissão);
 Educação em valores: atonia mental; confucionismo (confusões); desinteresse
em pensar em educar com rigor;  a educação não pode ser encarada como uma
brincadeira, porque implica pessoas. Devemos fazer aquilo que realmente é
importante e não só encher tempos.
 São necessários diferentes contextos educativos (família, casa, escola, entre
outros), para que a pessoa seja integralmente formada, complementaridade que
permite fazer tudo quanto não pode ser realizado, fora de uma educação formal.
– Fazer de um modo decidido e valente, com coragem (missão).
 Procurar sempre saber mais. Sem ceder a acómodos, entre outros.
 Diferenciar cada aluno. Da mesma forma para todos, mas de formas diferentes
para cada um.

26 de novembro

Revisões: cuidado pelo outro – exigência ética, como reconhecimento de que a nossa
vida será de qualidade no ponto de vista ética, quando maior for a nossa atenção pelo
outro, a cada caso, de cada outra pessoa (todos e cada um). A omissão de intervenção
também pode ser errada. Atender à situação e as condições disponíveis – ponderação e
discernimento.  não ter uma preocupação excessiva em fixar frases.

Definição da ética, a ação do ponto de vista ético, o que são valores.

Atos diferentes de modo a guiarmo-nos pelo mesmo valor. As pessoas NÃO TÊM
valores, as pessoas GUIAM-SE pelos valores.
Critérios: bem comum (atenção ao outro) e humanizador da ação.

Do ponto de vista ético, apreciamos os atos voluntários e responsáveis de cada pessoa.

Vitoria Camps: posição central que o autor defende no texto - educação deve estar
comprometida com determinados valores éticos. Dificuldades de identificação dos
valores: justiça, solidariedade, paz, bondade, etc… são valores com os quais a educação
deve estar comprometida – mesmo que seja uma tarefa difícil. Bem-estar ambivalente à
ação humana.

Metodologia: natureza reflexiva dos atos; compreensão profunda do agir humano.

Vertente descritiva: atenção a atos concretos (atos realizados);

Vertente normativa: interrogação genérica em que consiste a ação humana;

10 de dezembro

Tal como em todos os restantes planos da nossa vida humana, também ao nível
profissional necessitamos de saber o que, em termos éticos, é preferível fazer. E
precisamos até de o explicar, identificando o que temos o dever de fazer, ou seja,
necessitamos de referências deontológicas, necessitamos de uma Deontologia.

A palavra “Deontologia”, derivado etimologicamente de “deon”, “deontos” (“o que se


deve fazer” / “o que se tem o dever de fazer”) e de “loghia”, “logos” (“linguagem” /
“discurso” / “teoria”), significa teoria acerca dos deveres.

Definição Básica: natureza deontológica é uma parte da ética, isto é, a Deontologia


(considerada em geral) é a parte da ética em função da qual a ação humana é julgada e o
respetivo sujeito responsabilizado, a partir de um conjunto de deveres.

 “Ajuizar certas profissões.” – falar de forma geral, restrição abusiva.

Teoria dos deveres que incumbem todas as pessoas, também os profissionais (além dos
deveres específicos tem também deveres gerais, antes de sermos profissionais somos
pessoas);

Importância da Deontologia: A importância da teoria geral dos Deveres (Deontologia,


em geral) é inegável, porquanto necessitamos, enquanto pessoas, de decidir sempre os
nossos atos segundo justificações, segundo regras e imperativos éticos que adotamos
criticamente (de natureza crítica, não é arbitraria, mas sim criteriosa), quando nos
esforçamos a responder à pergunta “como deve ser a nossa conduta?”. Necessitamos,
em suma, de saber quais são e de cumprir os nossos deveres. – Necessidade de
Execução.

Conceitos principais da Deontologia Geral

Deveres são ações com força de imperativos, isto é, obrigações incondicionais, que
temos de realizar independentemente dos nossos desejos mais imediatos e das nossas
inclinações mais particulares; São ações que temos de cumprir porque devem ser
cumpridas (daí o seu caráter imperativo, que impõe que, se deve ser feito, então tem de
ser feito), em virtude de princípios, razões e regras integrantes de um dever-ser por nós
assumido.

“Imperativos/Deveres/Regras (apesar de serem conceitos diferentes) não são meras


sugestões, são a indicação do que deve ser feito e, por isso, têm caráter de
obrigatoriedade e levam-nos ao cumprimento disso.”

Há uma correspondência entre deveres e direitos (aquilo que é devido alguém) que é
óbvia, quando sabemos que estes significam o que é devido a alguém por respeito aos
mesmos princípios, razões e regras, que nos vinculam incondicionalmente aos deveres.

Conceitos Recíprocos: Deveres VS Direitos

 Se se cumprirem os deveres os direitos são respeitados. Determinados princípios


obrigam-nos a fazê-lo.

Exemplo: se cada pessoa tem o direito de ser respeitada por todas as outras, as outras
– entre quem me incluo – têm o dever de a respeitar. “eu respeito-te, por isso, tu deves
respeitar-me”. Eu tenho, então, como pessoa, direito de ser respeitada e dever de
respeitar todas e cada uma das outras pessoas. Não pode haver contradição entre um
direito e o dever que lhe corresponde. E a Deontologia, tendo isso em consideração,
também atende aos correspondentes direitos.

Exemplo: A minha ação tem de ser responsável, mesmo que a ação dos outros seja
irresponsável.

 Os deveres que temos o dever de realizar de modo a respeitar princípios éticos,


no entanto, não são ações que fazemos em troca do respeito que os outros fazem
dos nossos direitos.
17 de dezembro

Deontologia geral e “deontologias regionais”

A partir da Deontologia (geral) é possível delimitar conjuntos de deveres, relativos a


certos sectores sociais ou sectores de atividades (nomeadamente profissionais), que
constituem as chamadas “deontologias regionais” (por contraste com a Deontologia –
que é geral). Por exemplo, a deontologia desportiva (isto é, própria do desporto, quer
amador, quer profissional), a deontologia médica e a deontologia dos jornalistas são
algumas das mais frequentemente invocadas. Nós necessitamos de atender a uma
deontologia educacional e, mais especificamente ainda, à deontologia dos educadores
profissionais.

 Quando consideramos em geral a deontologia, referimo-nos à parte da ética que


tem como foco os deveres;
 Quando nos referimos ao setor profissional, estamos a fazer um sentido mais
restrito, por dizerem que respeito a certos setores, nomeadamente, profissionais.

Deontologia Educacional: Quando atendemos aos grandes contextos e intervenientes


(diretos ou indiretos) na Educação e buscamos uma compreensão articulada dos deveres
e dos direitos de todos os que colaboram na tarefa da formação humana, temos de nos
situar no âmbito de uma deontologia educacional. E é já no quadro desta que se podem
entender os deveres, em particular, dos educadores profissionais.

 A tarefa de educação Humana (intervenção formativa para atingir determinadas


finalidades), não é uma competência apenas dos educadores profissionais (amplo
processo de muitos atos, múltipla de participação no processo que deve articular-
se, que praticamente coincide com todas as pessoas, porque todas elas podem ter
papel de educadores, com intervenção intencional – não é necessário ser
educador).
 Múltiplos deveres e direitos de múltiplas participações; devemos saber o que nos
constrange enquanto agentes o cumprimento de deveres.
 Dificuldade em articular os deveres e direitos que nos incumbem.

Exemplo: educadores de infância e professores dos vários níveis de ensino.

O enquadramento dado por uma deontologia educacional pressupõe uma identificação


dos grandes sectores e intervenientes educativos e permite-nos evitar o erro de pensar
que as obrigações ou deveres educativos são um exclusivo dos profissionais da
Educação.

 Toda a responsabilidade educativa parece ser imposta apenas aos profissionais,


no entanto, há deveres que são partilhados, isto é, comuns a todos os
intervenientes.

E, por outro lado, ajuda a perceber que os deveres profissionais não podem entrar em
contradição com os deveres gerais de todos os educadores e, alargando ainda mais a
perspetiva, não podem entrar em contradição com os deveres gerais de todos os seres
humanos.

 Esforço de entender que no pano de fundo da deontologia dos educadores


profissionais está uma deontologia geral, que não devem ser contraditórios. Os
deveres gerais, servem de base para os deveres de deontologia profissional e,
posteriormente de deontologia profissional. Todos devem estar relacionados e os
deveres de carater profissional, não devem ultrapassar os direitos humanos
(gerais).

Deontologia geral

Deontologia profissional.

Deontologia dos Educadores

A deontologia educacional diz respeito a todos os envolvidos no processo educativo:

 educadores (pais, educadores de infância e professores) e outros agentes


educativos (como, por exemplo, os funcionários não docentes das escolas e
jardins de infância, e também os educandos);
 o Estado (nas suas estruturas políticas e nos seus mecanismos administrativos);
 os agentes culturais de diferentes tipos (associações recreativas e associações
científicas; clubes desportivos; companhias de dança; etc.);
 os agentes económicos (empresas e empresários);
 e todas as outras forças que no seio da Sociedade podem contribuir para a
formação humana (como é o caso paradigmático da comunicação social).

Abrangendo tantos agentes educativos, a deontologia educacional não pode ser a


estipulada num código único. Para além do mais, tem de ser continuamente debatida e
enriquecida, tornando cada vez mais precisos os deveres e direitos em Educação, para
que a conduta de todos os que nela estão envolvidos possa servir para o
aperfeiçoamento ético do ser humano.

 Importante saber que deveres são esses e como se articulam.

Deveres dos educadores profissionais

Tendo por pano de fundo a deontologia educacional, os deveres dos educadores


profissionais ressaltam como deveres específicos (que são enunciados no estatuto da
carreira docente):

 Artigo 10º
 uns são deveres relativos diretamente aos educandos / alunos e ao saber que
professam;

Exemplos: o dever de saber o que se ensina; o dever de conhecer metodologias de


ensino/aprendizagem; o dever de ser sempre um avaliador cuidadoso; o dever de
respeitar integralmente cada educando como pessoa; o dever de ser bondoso e justo no
tratamento dos educandos.

 outros são deveres relativos à instituição em que trabalham, à Educação, em


geral, à comunidade a que pertencem e às famílias dos educandos.
 As nossas obrigações pessoais são estreitas com obrigação profissional, a partir
do momento em que somos profissionais. Quando alguém tem em sua posse um
código deontológico é como se houvesse um código para a pessoa.

Exemplos: o dever de conhecer o sentido e as finalidades da educação; o dever de não


se alhear do processo educativo de cada educando em todas as circunstâncias da sua
vida, dentro e fora da instituição de trabalho; o dever de ser um cidadão exemplar, quer
dizer, cumpridor, congruente; o dever de contribuir para o progresso moral da
comunidade; o dever de cooperar com as famílias no trabalho educativo, dentro e fora
da instituição; o dever de cumprir o estatuto da respetiva carreira.

7 de janeiro

Isabel Batista: Ensino Pré-Escolar; Ensino Básico, Ensino Secundário


 Bem Comum (o que é necessário para a concretização dos direitos das pessoas e
o que é sustentável para o bem comum)  comunidade; sociedade em geral;
 Educação como bem essencial do bem comum (educação em geral); Toda a
sociedade tem de se organizar para que possa assumir-se como comunidade
educativa.
 As finalidades educativas são de médio-longo prazo.
 Colaboração dos restantes participantes como membros educativos e partilham a
finalidade da educação como bem comum.
 Todas as pessoas necessitam de estar envolvidas em condições de aprendizagem
de caráter intencional.
 Educação que mobiliza a comunidade, os educadores e as pessoas que não se
assumindo como educadores inserem-se como educadores na sociedade.
 Profissionalidade conjunto de qualidades científicas, e éticas essenciais à
docência
 Não há profissionalidade docente à margem do conhecimento

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