O documento discute a formação e o trabalho dos professores na educação profissional. Argumenta que os professores fazem parte da classe trabalhadora e devem ter competência técnica, saber ensinar e compromisso com a formação emancipatória dos estudantes. Também analisa como as instituições de educação profissional podem promover o desenvolvimento social igualitário.
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8.Resumo Trabalho e formação docente na educação profissional
O documento discute a formação e o trabalho dos professores na educação profissional. Argumenta que os professores fazem parte da classe trabalhadora e devem ter competência técnica, saber ensinar e compromisso com a formação emancipatória dos estudantes. Também analisa como as instituições de educação profissional podem promover o desenvolvimento social igualitário.
O documento discute a formação e o trabalho dos professores na educação profissional. Argumenta que os professores fazem parte da classe trabalhadora e devem ter competência técnica, saber ensinar e compromisso com a formação emancipatória dos estudantes. Também analisa como as instituições de educação profissional podem promover o desenvolvimento social igualitário.
RESUMO: Trabalho e formação docente na educação profissional.
Moura, Dante Henrique.
O texto reflete sobre como o profissional docente se constitui como tal,
com ênfase no campo da educação profissional, não sendo fruto apenas de sua formação inicial e/ou continuada, muito menos da disciplina em que atua, todos esses elementos estão imbricados entre si e com outros que formam a totalidade social na qual estão imersos os professores. Existe uma racionalidade hegemônica: um capitalismo de cunho neoliberal que transforma tudo em mercadoria; e ainda se alimenta da extrema desigualdade social ao potencializar a exacerbação da competitividade. Suas premissas: a naturalização da ideia de que nem todos podem ter acesso aos bens materiais, imateriais, culturais etc. produzidos pela humanidade, impulsiona a escola a formar pessoas cada vez mais competitivas; que tenham amplo domínio sobre como saber fazer muitas coisas diferentes; que sejam empreendedores e tenham empregabilidade. Dessa maneira, impõe uma racionalidade natural: o fato de que não há emprego para todos, logo é necessário ser o mais empregável possível, caso contrário a via do empreendedorismo é mais viável. O mercado é seletivo e competitivo. O papel do professor: estratégico, pois requer certo grau de adesão ao projeto do capital. Contraditoriamente, exige do professor maior acesso ao conhecimento e, em decorrência, certa intelectualização. Essa característica dificulta a separação entre esse trabalhador e o produto do seu trabalho, lhe confere certa autonomia intelectual, contribuindo para a possibilidade de uma ação contra hegemônica quando no exercício de sua função - atuar na formação de outros trabalhadores. O professor deve se assumir como integrante classe trabalhadora, e em uma atuação contra hegemônica deve competência: • técnica específica na sua área; • do saber ensinar, • no compromisso ético-político com a formação da classe trabalhadora. • Em contribuir para a formação de sujeitos emancipados, autônomos e que possam ser dirigentes. O livro tem três capítulos. No primeiro, Formação humana e natureza do trabalho docente, discute-se a formação na perspectiva dos interesses da classe trabalhadora, a partir de autores como Marx, Gramsci, Frigotto, Kuenzer, Saviani, Ciavatta dentre outros. Assume-se a concepção de formação humana integral ou omnilateral, na perspectiva da politecnia, essa deve ser a utopia a se buscar. Na atual fase de desenvolvimento das forças produtivas e da sociedade brasileira em geral, faltam as condições materiais concretas para viabilizar esse tipo de formação. Defende-se que, na última etapa da educação básica, para a “travessia” em direção à utopia já delineada um tipo de ensino médio que garanta a base unitária da formação humana integral, omnilateral ou politécnica de forma integrada a uma formação profissional técnica de nível médio, visando atender aos interesses e necessidades das juventudes e dos adultos das classes populares. Além disso, discute-se a natureza do trabalho docente. O professor integra a classe trabalhadora. O trabalhador é aquele cuja atividade laboral está imersa na relação de compra e venda da capacidade de realizar determinada atividade, mediante um contrato de trabalho, ou seja, assalariado, No segundo capítulo, A educação profissional como espaço de trabalho docente, o objetivo central é contribuir para que o docente dessa esfera educacional possa compreender intensamente o seu campo de atuação, as correlações de forças existentes e as disputas inerentes a esses processos: o capital e o de sua superação; movimentos contraditórios ocorridos nos últimos anos no âmbito da educação profissional e do ensino médio; os efeitos dessas contradições; aspectos da legislação que trouxe a possibilidade de integração entre a educação profissional e o ensino médio e as ações dela decorrentes, a elaboração das novas Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Profissional Técnica de Nível Médio (DCNEPTNM) e para o Ensino Médio (DCNEM), além do Projeto de Lei do novo Plano Nacional de Educação e a criação do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). No terceiro capítulo, intitulado Especificidades das instituições e da formação docente no campo da educação profissional, questões do interior das instituições de educação profissional e para a formação docente nessa esfera da educação, seja ela inicial ou continuada. Nesse momento, discute-se concepções de instituições de educação profissional e de formação docente coerentes com a perspectiva de desenvolvimento socioeconômico voltado para a construção de uma sociedade igualitária, ou seja, uma proposta contra hegemônica. Analisa-se o papel das instituições de educação profissional para que sua atuação possa ser produtiva socialmente, bem como efetivo financiamento dessas. Ressalta-se que as discrepâncias de oportunidades, de nível de escolarização e conhecimentos, de experiências profissionais, de origem socioeconômica, de faixa etária etc. dos distintos grupos sociais que buscam ou poderão buscar essas escolas, constituem-se em outro grande desafio. Essa diversidade é demonstrada, ao se evidenciar que nas instituições públicas de EP, por exemplo, os cursos técnicos podem ser oferecidos nas formas integrada, concomitante e subsequente, para adolescentes e para o público da EJA. No caso da rede federal de EP, essa diversificação é ainda maior, pois há os cursos de formação inicial e continuada de trabalhadores, que podem receber como estudantes desde neoleitores até profissionais graduados ou pós-graduados, além dos cursos superiores de tecnologia. Além disso, fora do âmbito da EPT, essas instituições veem atuando em cursos de licenciatura para a educação básica e na pós-graduação lato e stricto sensu. Explicita-se que essa diversificação tem forte repercussão sobre o trabalho docente e sobre a demanda por formação específica para atuar em cada uma das distintas ofertas educacionais, sendo que em muitos casos o mesmo docente é convocado atuar em vários desses cursos ao mesmo tempo. Discute-se, a formação do docente da educação profissional. Parte-se da necessidade de considerar duas grandes dimensões: a formação na área de conhecimentos específicos, adquiridos na graduação, cujo aprofundamento é estratégico e deve ocorrer por meio dos programas de pós-graduação, principalmente, stricto sensu; a formação pedagógica, incluindo, as especificidades da EP. É sobre essa última dimensão que se centra a discussão. Existe uma diversidade de sujeitos que atuam como docente na educação profissional, muitos dos quais não são formados como professores. São quatro grupos: • os não graduados que atuam na EP; • os bacharéis ou graduados em cursos superiores de tecnologia, mas não licenciados, em exercício na EP; • os licenciados em disciplinas da educação básica que atuam na EP; • os que ainda se formarão. (não se formaram). Para cada um desses grupos discutem-se suas especificidades e possibilidades formativas. Adota-se, um tipo de formação que lhes permita: • competência técnico-científica, condição necessária para a produção material da vida; • uma perspectiva sócio-histórico-crítica para compreender as relações sociais e de produção; • um compromisso ético-político com os interesses da classe que vive do próprio trabalho e, em consequência, de sua formação enquanto cidadãos emancipados; • saber ensinar.