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Analise Financeira
Analise Financeira
Esta aula visa introduzir o aluno no estudo das principais características da Análise
de Balanços. O conceito, objetivo, importância, amplitude, histórico, áreas afins,
usuários, metodologia e técnicas utilizadas na Análise de Balanços.
1. CONCEITO E OBJETIVO
A literatura que trata deste assunto utiliza vários termos com o mesmo significado, tais como
Análise das Demonstrações Contábeis, Análise das Demonstrações Financeiras, Análise
Financeira de Balanços, Análise Financeira, Análise Econômico-Financeira, ou simplesmente
Análise Contábil ou Análise de Balanços,
Resumidamente, análise financeira, conforme entendimento de Silva (2010, p. 6) “consiste
num exame minucioso dos dados financeiros disponíveis sobre a empresa, bem como das
condições endógenas e exógenas que a afetam financeiramente, com o objetivo de verificar sua
performance econômico-financeira.”
Como dados financeiros disponíveis, pode-se incluir demonstrações contábeis, programas
de investimentos, projeções de vendas e projeção de fluxo de caixa, por exemplo. Como condições
endógenas, analisa-se estrutura organizacional, capacidade gerencial e nível tecnológico da
empresa. Como condições exógenas, relaciona-se os fatores de ordem política e econômica,
concorrência e fenômenos naturais, entre outros. Desse modo, a análise financeira transcende as
demonstrações contábeis. Na verdade, o que nos interessa é a empresa e não as demonstrações
contábeis. As demonstrações contábeis são apenas canais de informação sobre a empresa, tendo
como objetivo principal subsidiar a tomada de decisão. Está implícito que devemos trabalhar com
informações de boa qualidade para chegarmos a um relatório de análise com o esmero necessário.
Para Assaf Neto (2010. P.35) “a análise de balanços visa relatar, com base nas informações
contábeis fornecidas pelas empresas, a posição econômico-financeira atual, as causas que
determinaram a evolução apresentada e as tendências futura.” Em outras palavras, através da
análise de balanços extraem-se informações sobre a posição passada, sobre a posição atual, e
fornece subsídios para a projeção da posição futuro da empresa.
Matarazzo (2010, p. 1) afirma que “a Análise de Balanços objetiva extrair informações das
Demonstrações Financeiras para a tomada de decisões.” As demonstrações financeiras fornecem
uma série de dados sobre a empresa, de acordo com regras contábeis. A Análise de Balanços
transforma esses dados em informações e será tanto mais eficientes quanto melhores informações
produzir.
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
A análise das Demonstrações Contábeis, portanto, têm por objetivo observar e confrontar os
elementos patrimoniais e os resultados das operações, visando o conhecimento minucioso de sua
composição qualitativa e de sua expressão quantitativa, de modo a revelar os fatores antecedentes
e determinantes da situação atual, e, também, servir de ponto de partida para delinear o
comportamento futuro da empresa.
É importante ressaltar que a análise das demonstrações contábeis, amplamente aceita no
meio acadêmico e empresarial, compreende duas categorias distintas: A Análise Financeira, que
possibilita a interpretação da saúde financeira da empresa, seu grau de liquidez e capacidade se
solvência; e a Análise Econômica, que possibilita a interpretação das variações do patrimônio e da
riqueza gerada por sua movimentação. Tanto a análise financeira quanto a econômica são
elaboradas e avaliadas sob vários pontos de vistas distintos, conforme a necessidade e amplitude
de cada usuário.
2. IMPORTÂNCIA
A análise de balanços é de suma importância para uma empresa que pretende evoluir, pois
através dela obtêm-se informações importantes sobre sua posição econômica e financeira. São os
analistas que tiram conclusões através de dados relevantes como se a empresa analisada em um
determinado momento merece crédito ou não, se a mesma tem capacidade de pagar suas
obrigações, se vem sendo bem administrada, se sua atividade operacional oferece uma
rentabilidade que satisfaz as expectativas dos proprietários de capital e se irá falir ou se continuará
operando, entre outros fatores. Uma análise consistente depende da qualidade das informações
analisadas e da acurácia do analista.
A qualidade das Demonstrações Contábeis é fundamental para se ter uma boa análise,
capaz de refletir a real situação da empresa. Na última década, a contabilidade e, principalmente,
os profissionais de contabilidade têm sofrido críticas em virtude da descoberta de falcatruas
contábeis e gerenciais em corporações americanas como a Enron (2001), a Word-Com (2002), a
Tyco (2002) etc. Também, em função de escândalos contábeis, no caso específico da Enron,
houve a falência de uma das mais tradicionais empresas de auditoria: a Arthur Andersen. Ouro
escândalo que surtiu grande repercussão na mídia em 2004 foi o caso da Parmalat, empresa
italiana que teve sua contabilidade fraudada, caso explicitado,
O Brasil não ficou de fora, já foi cenário de alguns escândalos envolvendo a gestão contábil,
tais como o Banco Nacional (1995), Banco Santos (2004), e em 2010 foi a vez do Banco
Panamericano que apresentou um rombo contábil de R$ 2,5 bilhões, cujas demonstrações
contábeis já haviam passado pelos auditores e pelos analistas responsáveis pelo IPO (oferta
pública de ações) de R$ 679 milhões, em novembro de 2007, como também pelos olhos dos
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
auditores de grandes empresas internacionais de auditoria, tais como KPMG e Deloitte, e ainda
pelo crivo dos analistas das maiores agências de classificação de risco.
Diante disso, os analistas de balanços precisam dominar não somente as técnicas de
análise de balanços, mas devem conhecer profundamente a ciência contábil. Além de conhecer a
empresa como um todo.
Segundo Marion (2010, p.1) a Análise das Demonstrações Contábeis pode ser dividida em
três níveis: Introdutório, Intermediário e Avançado.
A. Nível Introdutório
No nível introdutório, apenas alguns indicadores básicos são abordados. Poderíamos dizer,
a princípio, que só teremos condições de conhecer a situação econômico-financeira de uma
empresa por meio de três pontos fundamentais de análise: Liquidez (Situação Financeira),
Rentabilidade (Situação Econômica) e Endividamento (Estrutura de Capital). Chamado por Marion
(2010, p3) de tripé decisorial da empresa.
Tripé representa o equilíbrio ideal. Pense em dar sustento a uma filmadora (ou câmera), ou
no equilíbrio profissional (conhecimento, habilidade e atitude = chá), ou nos três poderes
(Executivo, Legislativo e Judiciário), ou nas forças armadas (exército, aeronáutica e marinha), ou
na tricotomia do homem (corpo, alma e espírito), ou na Santíssima Trindade, ou nos três estados
da água, etc. O número três lembra-nos equidade. Daí criarmos o tripé decisorial.
Os índices básicos de Liquidez (Corrente, Seca e Geral), Rentabilidade (da Empresa e do
Empresário) e Endividamento (Quantidade e Qualidade) são suficientes para ter uma visão
superficial da empresa a ser analisada.
Quem não se lembra das aulas de ciência, ainda no ensino fundamental, quando era
explicado o funcionamento da “máquina humana”, ressaltando os três aparelhos do corpo humano:
o respiratório (pulmão recebendo oxigênio); o digestivo (o estômago recebendo alimentos); e o
circulatório (o sangue, bombardeado pelo coração, levando oxigênio e alimento a todas as células
do corpo).
Assim são os três pilares principais nas decisões empresariais (tripé decisorial): a situação
financeira (que corresponde à capacidade de pagamento da empresa, o fôlego, os pulmões); a
estrutura de capital, o dinheiro dos proprietários ou de outros financiadores (que equivale à entrada
de recursos na empresa, ou seja, ao aparelho digestivo); e posição econômica (relativa ao lucro, à
rentabilidade, à vida da empresa, ou seja, ao sangue, pois nele está a vida).
B. Nível intermediário
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
C. Nível Avançado
Uma série de outros Indicadores e Instrumentos de análise poderia enriquecer ainda mais as
conclusões referentes à situação econômico-financeira de uma empresa.
Sem querer esgotar todos os recursos de análise, pode-se indicar mais algumas ferramentas
para melhor analisar o tripé referido, agora, num nível mais profundo, mais avançado:
Indicadores combinados (avaliar a empresa ponderando conjuntamente o tripé, dando-se uma
nota final);
Analisar a Demonstração do Valor Adicionado (avaliar a capacidade de gerar renda e como
essa renda gerada é distribuída);
Liquidez Dinâmica (Liquidez econômica, patrimonial etc.);
Projeções das Demonstrações Contábeis e sua análise;
Análise com ajustamento das Demonstrações Contábeis nível geral de preços;
Análise por meio de Dividendos por Ações e outros indicadores para as empresas de capital
aberto com ações cotadas no mercado;
Análise das variações dos fluxos econômicos versus financeiro;
Outros modelos de análise: EVA, MVA, Balanced Scorecard etc.
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
4 BREVE HISTÓRICO
É comum afirmar que a análise das Demonstrações Contábeis é tão antiga quanto à própria
Contabilidade.
Reportando-se ao início provável da Contabilidade (+ ou – 4.000 a. C.), em sua forma
primitiva, encontramos os primeiros inventários de rebanhos (o homem que voltava sua atenção
para a principal atividade econômica: o pastoreio) e a preocupação da variação de sua riqueza
(variação do rebanho).
A análise da variação da riqueza realizada entre a comparação de dois inventários em
momentos distintos conduz a um primeiro sintoma de que aquela afirmação (análise tão antiga
quanto à própria Contabilidade) é possível.
Todavia, remota de época mais recente o surgimento da Análise das Demonstrações
Contábeis de forma mais sólida, mais adulta. É no final do século XIX que se observa os
banqueiros americanos solicitando as demonstrações (praticamente o Balanço) às empresas que
desejavam contrair empréstimos.
E por se exigir, de início, apenas o Balanço para a Análise é que se introduz a expressão
Análise de Balanços, que perdura até nossos dias. Com o tempo, começou-se a exigir outras
demonstrações para análise de concessão de crédito, como a Demonstração do Resultado do
Exercício; todavia, a expressão Análise de Balanços já é tradicionalmente utilizada. Como forte
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
A análise financeira de empresas mantém relação com várias outras disciplinas afins, como:
contabilidade, administração financeira, economia, direito e estatística, entre outras.
Contabilidade
A contabilidade é tida como a linguagem dos negócios e está muito relacionada com a
análise financeira. As demonstrações contábeis fornecidas pela contabilidade constituem
importante grupo de informações que serão examinadas no processo de análise financeira. Um
bom conhecimento de conceitos e mecanismos contábeis é necessário para o desenvolvimento de
uma boa análise financeira, porém não é suficiente.
Como já foi dito anteriormente, embora que tradicionalmente seja chamada análise de
balanços, não se analisa apenas o Balanço Patrimonial. Além do Balanço Patrimonial, analisam-se
também outras demonstrações contábeis, tais como a demonstração do resultado do exercício, a
demonstração dos fluxos de caixa, a demonstração do valor adicionado e a demonstração das
mutações do patrimônio líquido.
Pode-se afirmar que sem contabilidade não é possível fazer análise financeira, porém, a
análise financeira não pode limitar-se aos dados contábeis, devendo interpretá-los e buscar
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
Administração financeira
Normalmente os programas de Administração Financeira abrangem uma parte significativa
de análise financeira, havendo, portanto, uma relação bem próxima entre Administração
Financeira, Análise Financeira e Contabilidade.
O papel do administrador financeiro depende também do porte da empresa. Numa empresa
pequena, muitas vezes não há um órgão específico responsável pelo gerenciamento das
operações financeiras, ficando essas atribuições distribuídas ente a contabilidade e o proprietário.
Á medida que a empresa cresce, torna-se necessária a profissionalização do gerenciamento das
funções financeiras. Nas grandes organizações normalmente há separação entre finanças e
controladoria. Conforme o organograma da empresa, uma diretoria financeira pode administrar as
funções de investimento de capital, financiamentos de longo prazo, crédito e caixa, por exemplo.
Por outro lado, a Controladoria responde pela contabilidade geral, orçamento, custos e tributos, por
exemplo. Em muitos casos, há uma vice-presidência financeira à qual se subordina tanto as
funções financeiras propriamente ditas quanto às funções de controladoria.
Economia
A economia pode ser vista em duas dimensões. A microeconomia e a macroeconomia. A
microeconomia relaciona-se diretamente com as empresas e com os indivíduos, cobrindo conceitos
relacionados ao comportamento do consumidor, aos níveis “ótimos” de vendas, à decisão de
investimento, ao risco e à maximização do lucro, entre outros. A macroeconomia abrange o
ambiente global, ou seja, tanto nacional como internacional. O Sistema Financeiro Nacional, a
política cambial, a política de juros, bem como as atividades de comércio exterior são parte de um
contexto macroeconômico.
O Comportamento da economia é parte de um ambiente no qual a empresa está inserida.
Esse ambiente oferece oportunidades e ameaças, direcionando as estratégias dos administradores
financeiros e das empresas. A busca da compreensão da performance de uma empresa, em
determinado período, certamente, remeterá o analista ao exame do comportamento do setor em
que a empresa atua. A amplitude da análise decorrerá principalmente de seu objetivo, do tipo de
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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atividade e dos produtos da empresa. Uma empresa que tenha suas vendas concentradas no
mercado externo, isto é, nas exportações, terá sua análise ampliada para apreciação de fatores
relacionados à economia internacional e à política cambial de seu país. Portanto, há forte relação
entre economia e análise financeira.
Estatística
A estatística tem prestado sua contribuição à administração financeira, nos modelos de
avaliação de risco e na estimativa de retornos. Conceitos que vão desde valor esperado, desvio-
padrão, variância e correlações até os modelos de precificação de ativos (CAPM – capital asset
pricing model) são exemplos de uso da estatística na administração financeira. No campo da
análise financeira, inclusive na análise de crédito, os modelos de previsão de insolvência, de
classificação de risco (rating) e de credit scoring, são exemplo de utilização de recursos estatísticos
como análise discriminante, regressão logística, modelos bayesianos e redes neurais.
Na realidade, a empresa mantém relação com diversos campos da ciência e do
conhecimento. Ao mesmo tempo, internamente, a empresa é um todo e, em seu funcionamento, a
área financeira deve relacionar-se com diversas outras áreas, como tecnologia de informação,
marketing, produção e recursos humanos, por exemplo. Essas áreas necessitam de recursos
financeiros para desenvolvimento de seus projetos e, ao mesmo tempo, suas ações trazem efeitos
nos resultados financeiros da empresa.
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
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tais como quando ocorrer forte dependência de certos fornecedores, os quais não apresentam uma
estrutura empresarial compatível com a importância dos pedidos, ou quando o número de
fornecedores disponíveis no mercado é reduzido diante da demanda existente. Pode-se tomar
como exemplo as empresas fornecedoras da Petrobrás, ou seja, a Petrobrás como cliente elabora
análise antes de comprar os seus produtos e/ou serviços.
Nesse segmento de análise de balanços, os itens mais importantes da avaliação centram-se
na capacidade física instalada de produção, existência de projetos de expansão, níveis dos
investimentos em pesquisas e desenvolvimento de produtos, condições econômico-financeiras a
curto e longo prazo e, também, no potencial de capacitação de recursos, notadamente no longo
prazo.
Os intermediários financeiros, basicamente bancos comerciais e de investimento,
constituem-se tradicionalmente no principal usuário da análise de balanços. Historicamente, sabe-
se que o processo de avaliação de empresas foi desenvolvido, em grande parte, no sistema
bancário americano, o qual procurava relacionar o risco das diversas empresas com suas
solicitações de empréstimos.
O surgimento dos bancos de investimento e desenvolvimento, com situações típicas de
longo prazo, deu grande impulso ao processo de análise de balanços, vinculando normalmente a
todo o projeto de financiamento a avaliação profunda da situação econômico-financeira da
empresa.
Os interesses dos bancos, em geral, incluem o conhecimento da posição de curto e longo
prazos da empresa. Mesmo que a operação de crédito se verifique a curto prazo, o relacionamento
entre clientes e bancos é geralmente visto também no longo prazo em razão das possibilidades de
renovação do empréstimo, do interesse de manter determinada empresa como cliente etc. Dessa
Forma, além dos aspectos tradicionais da análise de balanços a curto prazo, o grau de
endividamento, solvência, rentabilidade, entre outros, assume também grande importância no
processo de avaliação.
Aos atuais e potenciais acionistas procuram prioritariamente identificar o retorno de seus
investimentos, ou seja, a capacidade que a empresa apresenta em gerar lucros e remunerar os
recursos aportados. O interesse pela liquidez financeira está mais restrito a identificar a capacidade
da empresa em manter suas operações e, muitas vezes, em avaliar as condições atuais e futuras
de distribuição de dividendos. Além desses aspectos, a análise por parte dos acionistas engloba
identicamente estudos sobre os diversos indicadores de ações, tais como preço de mercado da
ação, valorizações, lucro por ação etc.
A análise de concorrentes é muito importante à medida que a empresa possa melhor
conhecer seu mercado e comparar sua posição econômico-financeira (liquidez, rentabilidade,
crescimento de vendas etc.) em relação a seu setor de atividade (empresas concorrentes). Por
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
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Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
material de leitura e adequação dos demais dados disponíveis para análise. Esta fase é o alicerce
para a obtenção de uma boa análise.
O Processamento corresponde ao processo de transformação dos dados em informações
e emissão dos relatórios no formato interno da instituição. Entre os relatórios emitidos, podemos
encontrar o próprio balanço patrimonial, a demonstração do resultado do exercício, a demonstração
das mutações do patrimônio líquido, a demonstração do fluxo de caixa, o quadro dos indicadores,
tais como: índices de liquidez, de endividamento, rentabilidade, atividade, capital de giro, entre
outros. Normalmente, esse processo de emissão de relatórios e cálculos de indicadores é feito por
meio de processamento eletrônico de dados.
A análise é interpretação das informações disponíveis, principalmente dos relatórios e
indicadores já obtidos, verificação da consistência das informações, a observação das tendências
apresentadas pelos números e todos os diagnósticos que possam ser extraídos do processo. Essa
é uma fase que exige muito da capacidade de observação, do conhecimento e da experiência do
analista. Nessa fase, portanto, há dois focos principais: (i) um relativo à análise da empresa e dos
diversos fatores relacionados a seu risco (risco do tomador); e (ii) outro relativo à transação que se
pretende com a análise, como, por exemplo, a compra de ações ou aprovação de operações ou de
limite de crédito (risco da operação). Esta etapa contempla ainda o que Marion (2010, p.32) chama
de “escolha dos indicadores”, “comparação com padrões”.
A conclusão é uma das fases mais importantes da análise. Consiste em identificar, ordenar
e escrever sobre os principais pontos e recomendações acerca da empresa. Não basta ser um bom
analista, é preciso saber expor seu parecer em linguagem simples, clara e consistente, de modo
que o usuário da análise, pela leitura do relatório, conheça a empresa e possa tomar decisão sobre
a mesma. É importante destacar que o conhecimento prévio do objetivo da análise é fundamental
para o analista no direcionamento de seu trabalho. Esta etapa, para algumas instituições, tais como
bancos, agências classificadoras de risco, contempla também a emissão de um rating para a
empresa analisada.
Poderia ainda acrescentar uma última etapa, “decisão”, como fazem alguns autores, porém,
na maioria das vezes, o analista emite apenas o parecer conclusivo, ficando a decisão final a ser
tomada pelo usuário demandante da análise.
8 TÉCNICAS DE ANÁLISE
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Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
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absolutamente correta, pode, em certas circunstâncias não ter nenhuma utilidade para a tomada de
decisões; isso jamais acontecerá com a análise previsional.
Talvez em virtude das dificuldades apresentadas, a análise previsional ainda é muito pouco
usada o Brasil, diferentemente do que ocorre com alguns bancos americanos que a empregam em
larga escala e até como carro-chefe de sues modelos de análise.
8.9 Comparações
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
a) Características pessoais
Potencial adequado à função, automotivação, estabilidade emocional, empatia, diplomacia,
habilidade de ouvir com atenção, comunicação, atenção para detalhes e integridade, entre outras.
b) Habilidades profissionais
Escolaridade, conhecimentos de economia, contabilidade, direito, matemática financeira,
ótima capacidade de redigir e conhecimento dos negócios relacionados a sua área de atuação.
c) Mercado de trabalho
O mercado de trabalho no campo financeiro abrange:
Bancos: análise de crédito, gerência de negócios, análise de investimento e administração de
carteiras, entre outros;
Empresas industriais ou comerciais: análise de crédito, análise de concorrência, análise de
desempenho e previsões financeiras; gerência de orçamento de capital (investimentos);
gerência de projetos financeiros (financiamentos); gerência de caixa, exercendo o controle dos
saldos diários, captação e aplicação de recursos a curto prazo; gerência de crédito, avaliando
risco e a capacidade de pagamento.
Há um leque grande de opções de trabalho em vários outros tipos de organizações, como
corretoras, fundos de pensões e até entidades sem fins lucrativos, por exemplo.
REFERËNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Análise de Balanços / Sérgio Iudícibus. – 10. ed. – 3. reimpr. – São Paulo:
Atlas, 2010.
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
Manual de contabilidade societária / Sérgio de Iudícibus ... (et. al.). – São Paulo : Atlas, 2010.
Outros autores: Eliseu Martins, Ernesto Rubens Gelbecke, Ariovaldo dos Santos
FIPECAFI – Fundação Instituto de Pesquisa Contábeis, Atuariais e Financeiras, FEA/USO.
MARION, José Carlos. Contabilidade Básica / José Carlos Marion. – 10. ed. – São Paulo : Atlas,
2009.
MARION, José Carlos. Analise das demonstrações contábeis: Contabilidade Empresarial / José
Carlos Marion. – 6. ed. – São Paulo : Atlas, 2010.
SILVA, Alexandre Alcântara da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis /
Alexandre Alcântara da Silva. – 2 ed. – São Paul: Atlas, 2010.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas / José Pereira da Silva. – 10. Ed. – São
Paulo : Atlas, 2010.
Exercícios
01. Analisar as demonstrações contábeis de uma empresa não se resume na mera interpretação
dos indicadores econômico-financeiros, embora essa seja a parte mais importante. É necessário
que antes o analista realize outras ações também imprescindíveis para se ter um bom resultado do
trabalho. São etapas que constituem o processo de análise, que pode ser divido em 06 etapas.
Marque a alternativa que traz a sequência correta sugerida para análise de uma empresa.
A) Coletar, preparar, conferência, processamento, análise e conclusão;
B) Coletar, conferência, preparar, processamento, análise e conclusão;
C) Coletar, conferência, preparar, análise, processamento e conclusão;
D) Coletar, conferência, análise, preparar, processamento e conclusão;
E) Conferência, coletar, preparar, processamento, análise e conclusão.
03. De acordo com Marion (2010) pode-se dizer que só teremos condições de conhecer a situação
econômico-financeira de uma empresa por meio dos três pontos fundamentais de análise, que são:
A) situação social (distribuição dos lucros), Situação econômica (capital) e estrutura de
financiamento (perfil das dívidas).
B) formação dos dirigentes (capacidade), Situação cadastral (caráter) e disponibilidades de
recursos (liquidez).
C) situação financeira (liquidez), situação econômica (Rentabilidade) e estrutura de capitais
(endividamento).
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ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS
Elaboração: Profº.Francisco Almeida Barroso
06. Em 22 de Dezembro de 1999, o Conselho Monetário Nacional por intermédio do Banco Central
do Brasil aprova a Resolução 2682 que surge para regular a análise de risco efetuada pelas
instituições financeiras, baseada nos modelos internacionais de análise de riscos, principalmente
nos modelos de rating definidos pelas agenciais internacionais, a exemplo das agências Standad &
Poors e Moody’s duas das maiores agências na área, nos Estados Unidos. Esta resolução define
que as operações de crédito das instituições financeiras devem ser analisadas conforme dois
critérios:
A) por ordem crescente de risco, onde “AA” representa risco zero e “H” o maior risco e por dias
vencidos.
B) por ordem decrescente de risco, onde “AA” representa risco máximo e “H” risco nulo e por dias
vencidos.
C) por ordem crescente de risco, onde “HH” representa risco zero e “AA” o maior risco e por dias
vencidos.
D) por ordem decrescente de risco, onde “AA” representa risco zero e “H” o maior risco e por dias
vincendos.
E) por ordem crescente de risco, onde “A” representa risco zero e “Z” o maior risco e por dias
vencidos.
08. Etapa do processo de análise em que o analista deve fazer a “escolha dos indicadores” e a
“comparação com padrões”.
A) Coletar B) Analisar C) Concluir D) Preparar E) Processar