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Sebenta de Física e Química A

10º Ano

Portal da Sabedoria – Centro de Explicações

Escrito por Inês Soares, explicadora do Portal da Sabedoria


Setembro 2022
Índice
QUÍMICA ........................................................................................................................................................4
Massa e tamanho dos átomos ......................................................................................................4
1. Medição em Química ................................................................................................................................... 4
2. Constituição e massa do átomo ............................................................................................................ 5
3. Quantidade de matéria e massa molar ............................................................................................ 6
4. Medição em química .................................................................................................................................... 8
Energia dos eletrões nos átomos ................................................................................................ 9
5. Espetro eletromagnético e espetros atómicos ............................................................................ 9
6. Espetro do átomo de hidrogénio ..........................................................................................................11
7. Modelo da nuvem eletrónica ou modelo quântico ..................................................................13
Elementos químicos e organização......................................................................................... 15
8. Tabela periódica ..............................................................................................................................................15
9. Propriedades periódicas dos elementos ........................................................................................ 16
Propriedades e transformações da matéria ....................................................................... 17
10. Ligações químicas .........................................................................................................................................17
11. Ligação covalente ......................................................................................................................................... 19
12. Ligações intermoleculares ..................................................................................................................... 26
Propriedades e transformações da matéria ...................................................................... 28
13. Gases e dispersões....................................................................................................................................... 28
14. Soluções, coloides e suspensões ........................................................................................................ 29
15. Composição quantitativa de soluções ............................................................................................ 30
Propriedades e transformações da matéria ...................................................................... 32
16. Transformações químicas........................................................................................................................ 32
17. Reações fotoquímicas na atmosfera ............................................................................................... 34

FÍSICA .......................................................................................................................................................... 37
Energia e movimentos ................................................................................................................... 37
19. Trabalho realizado por forças constantes ..................................................................................... 39
20. A energia de sistemas em movimento de translação .......................................................... 40
21. Lei da conservação da energia mecânica...................................................................................... 41
22. Variação da energia mecânica ............................................................................................................ 42
Energia e fenómenos elétricos .................................................................................................. 43
23. Circuitos elétricos e Grandezas elétricas ....................................................................................... 43

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24. Energia transferida para um recetor elétrico e efeito Joule ............................................. 46
25. Associação de componentes em série e em paralelo........................................................... 47
26. Geradores de tensão contínua ............................................................................................................ 47
Energia, fenómenos térmicos e radiações.......................................................................... 48
27. Sistema termodinâmico .......................................................................................................................... 48
28. Temperatura e equilíbrio térmico ..................................................................................................... 48
29. Transferências de energia por calor ................................................................................................. 49
30. Interação radiação–matéria................................................................................................................... 50
31. Condutividade térmica ...............................................................................................................................51
32. Capacidade térmica mássica................................................................................................................. 53
33. Transferência de energia por calor com mudança de estado físico ............................. 53
34. Primeira e Segunda Leis da Termodinâmica ............................................................................. 54

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QUÍMICA 10º ANO
Massa e tamanho dos átomos

1. Medição em Química

Sistema Internacional de Unidades (SI): Sistema de grandezas e unidades de referência


internacionalmente aceite pela comunidade científica

Grandeza Unidade SI

Nome Símbolo Nome Símbolo

Comprimento L metro m

Massa m quilograma kg

Tempo t segundo s
Temperatura
T kelvin* K
termodinâmica
Quantidade de matéria n mole mol

volume V metro cúbico m3


Massa volúmica/ quilograma por metro
ρ kg/m3
Densidade cúbico
Concentração de
c mol por metro cúbico mol/ m3
quantidade de matéria

* T(K) = T(ºC) + 273,15

Escalas de comprimento

Multiplos das unidades SI Submúltiplos das unidades SI

Nome tera giga mega quilo mili micro nano angstrom pico
Símbolo T G M k m μ n Å p
Fator
1012 109 106 103 10-3 10-6 10-9 10-10 10-12
Multiplicador

Ordem de grandeza (OG): É a potência de base 10 de expoente inteiro mais próxima


desse número.

• Facilita a comparação das medições relativas a uma mesma grandeza


Ex: Massa da bactéria E. coli = 7 x 10-16
OG = 10-15 kg

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2. Constituição e massa do átomo

Modelo atómico: Protões e neutrões localizados no núcleo, que representa


praticamente toda a massa do átomo, eletrões a rodear o núcleo numa nuvem
eletrónica muito difusa.

Protões (+) e neutrões (sem carga elétrica) → Núcleo Carga do átomo é


neutra!
Átomo
nº protões = nº
Eletrões (-) → Nuvem eletrónica eletrões

Elemento químico (X): conjunto de átomos que se caracterizaram por possuírem o


mesmo número de protões.

Número atómico (Z): Nº de protões existente no núcleo.

Número de massa (A): Nº de nucleões (protões + neutrões) existentes no núcleo.

𝑨=𝒁+𝒏

A carga nuclear é número de protões – cargas elementares positivas – do núcleo


atómico e é igual ao número atómico do elemento químico.

Iões

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Isótopos

São átomos de um mesmo elemento químico que possui:

• O mesmo nº atómico, ou seja, o mesmo nº de protões, logo o mesmo nº de


eletrões
• Diferente nº de massa, ou seja, diferente nº de neutrões

Massa do átomo

Soma da massa dos protões e neutrões existentes no núcleo, a massa dos eletrões é
bastante reduzida, por isso pode ser desprezada.

Massa-padrão ou de referência usada é 1/12 da massa de um átomo de carbono-12:

≅ 1,17 x 10-27 kg

Massa atómica relativa média


% isótopo 1 ×Ar isótopo 1 + % isótopo 2 ×Ar isótopo 2
Ar(X) = 100

Sendo a percentagem equivalente à abundância do isótopo na natureza.

A massa atómica relativa é adimensional.

3. Quantidade de matéria e massa molar

Quantidade de matéria (nº de mole)

• O número, que corresponde à mole, foi dado o nome de Número de Avogadro


(Na).

Na = 6,022 x 1023 mol-1 → partículas por mole


• Este valor, corresponde ao número de átomos que existem em 0,012kg de
carbono-12 (isótopo de referência)
• A mole (mol) é a unidade de grandeza quantidade de substância e permite falar
de átomos e moléculas de uma forma microscópica, visível.

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Ex:
1 mol de moléculas de água (H2O)= 1 x 6,02 x 1023 moléculas de H2O
2 mol de moléculas de água (H2O)= 2 x 6,02 x 1023 moléculas de H2O

Cada molécula tem 2 átomos de hidrogénio (H) e um átomo de oxigénio (O)

1mol de moléculas de água (H2O)= 6,02 x 1023 moléculas de H2O:


-H: 2 x 6,02 x 1023 átomos de H.
-O: 6,02 x 1023 átomos de O

Nentidades = n x Na

Átomos, mol Constante


moléculas de Avogadro

Massa molar

A massa molar (M) é a massa de uma quantidade de matéria que contém o Na de


partículas, ou seja, é a massa de 1 mol de partículas. (unidade: g mol-1).

𝑚
M=
𝑚
= g mol-1 n=
𝑀
𝑛
m= M x n

Massa molecular relativa

A massa molecular relativa indica-nos o nº de vezes que a massa da molécula é


maior do que a massa do padrão (1/12 do átomo carbono-12).

Ex: Mr(H2O)= 2 x Ar(H) + 1 x Ar (O) = 2 x 1,008 + 1 x 16,000 = 18,02

Volume molar

𝑉
n= 𝑉𝑚

TPN= 22,4 dm3/mol

Fração Mássica

Para determinar a fração mássica (Xm) de um elemento num composto ou mistura


utiliza-se a expressão:
𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
Xm= 𝑚𝑎𝑠𝑠𝑎 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜/𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎

A soma da fração mássica de todos os elementos do composto ou %m/m= Xm x 100


mistura é igual a 1.
Xm= %m/m : 100
Esta fração é frequentemente expressa em percentagem, tomando a
designação de percentagem em massa, %m/m.

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4. Medição em química

Uma medição pode ser:

• Direta: quando se compara a grandeza a medir com uma unidade da mesma


espécie.
o Ex: medir um comprimento com uma régua, etc.
• Indireta: quando se aplica uma fórmula que relacione a grandeza a medir com
outras grandezas medidas
o Ex: medir a área de um campo de futebol (A= c x l)

Erros de medição:

• Sistemáticos:
o Resultam de perturbações que influenciam todas as medidas no mesmo
sentido (por excesso ou defeito), geralmente com o mesmo afastamento;
o Podem ser corrigidos se a causa for eliminada.
o Ex: posição inadequada ou manipulação incorreta do operador (erros de
paralaxe); temperatura ambiente ou pressão atmosférica diferentes dos
valores de funcionamento do aparelho (calibrado para medir a 20ºC ma a
temperatura real é 15ºC).

• Acidentais ou aleatórios:
o Resultam de fatores ocasionais que não podem ser controlados;
o Podem ser minimizados, mas não eliminados;
o Variam em tamanho e em sentido de modo imprevisível.
o Ex: Limitações na capacidade de visão humana (na leitura de uma escala
quando se estima o valor incorreto); Limitações do aparelho de medição
(variações na tensão elétrica).

Exatidão e precisão/fidelidade de uma medida

Para minimizar o efeito dos erros acidentais, devem ser efetuadas várias medidas (em nº
ímpar) da mesma grandeza e considerar a média aritmética dessas medições com o
valor mais provável.

• Exatidão: relaciona-se com a proximidade entre o alor encontrado e o alor


verdadeiro
• Precisão: relaciona-se com a proximidade entre os valores encontrados em
medições repetidas
P.S. um valor exato também pode ser um valor preciso, acerta-se no alvo e várias
vezes.

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Incerteza associada à escala de medida

• Se houver indicação no aparelho/material é esse valor que se considera.


o Analógico: metade da menor divisão daa sua escala
o Digital: menor valor lido pelo aparelho

Cálculo de incertezas para uma medição (quando há um valor tabelado/padrão):

Erro de medição: e=|x - xextato|


|X − Xextato|
Erro em %: er= 𝑋𝑒𝑥𝑎𝑡𝑜
× 100
𝑋1+𝑋2+𝑋3+⋯+𝑋𝑛
Valor mais provável: x= 𝑛

Desvios absolutos (da): Dn= |Xn - X|

Incerteza absoluta (Ia): é o desvio absoluto máximo determinado


𝑖𝑛𝑐𝑒𝑟𝑡𝑒𝑧𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑎
Incerteza relativa (Ir): Ir= 𝑣𝑎𝑙𝑜𝑟 𝑚𝑎𝑖𝑠 𝑝𝑟𝑜𝑣á𝑣𝑒𝑙

Desvio percentual: é o resultado da incerteza relativa apresentado em


percentagem → Dp= Ir x 100

Algarismos significativos

Operações com algarismos significativos

Operação Regra Exemplo


0,085kg
O resultado apresenta o mesmo nº de
47,0kg
+ - casas decimais que a parcela com menor
+ 0,0608kg
casas decimais
=47,9 kg
O resultado apresenta o mesmo nº de 2,2m
x / algarismo significativos que a parcela com x3,55406m
menos nº dos mesmos =7,8m2

Energia dos eletrões nos átomos

5. Espetro eletromagnético e espetros atómicos

A radiação é a propagação de energia no espaço, com está associada a fenómenos


elétrico e magnéticos, designa-se por radiação eletromagnética.

A radiação visível é apenas uma pequena parte da radiação.

Um espetro é o resultado da decomposição da luz. As cores que se vêm no arco-íris do


vermelho ao violeta são o espetro da luz visível/luz branca, são o conjunto das várias
radiações monocromáticas.

O espetro da luz visível é um espetro contínuo.

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Ao espetro total da radiação, visível e não visível, designa-se por espetro
eletromagnético. Este é ordenado de acordo com a energia, frequência e comprimento
de onda das radiações.

A radiação eletromagnética pode ser caracterizada como um conjunto de partículas –


fotões.

De acordo com o espetro eletromagnético, a cada radiação/fotão de uma dada radiação


estão associados um valor de frequência (f, Hz ou s-1) e de comprimento de onda (λ).

Constante de Planck
𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜 = ℎ ∗ 𝑓 h= 6,6x10-34 J/s

𝑐
𝑓= Velocidade da luz no vácuo
𝜆 c = 3,0x108 m/s

Quanto maior a frequência (menor comprimento de onda) maior a energia.

Energia da radiação eletromagnética:

N = nº de fotões

𝐸𝑟𝑎𝑑𝑖𝑎çã𝑜 = 𝑁 ∗ ℎ ∗ 𝑓 = 𝑁 ∗ 𝐸𝑓𝑜𝑡ã𝑜

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Espetros atómicos

São um tipo de espetro descontínuo. Estes podem ser de emissão ou absorção:

Espetro atómico de emissão: conjunto de radiações emitidas pelos eletrões de todos


os átomos presentes durante o processo de desexcitação eletrónica.

Espetro atómico de absorção: conjunto de radiações absorvidas pelos eletrões de


todos os átomos presentes durante o processo de excitação eletrónica.

6. Espetro do átomo de hidrogénio

Espetro descontínuo, cada risca corresponde à transição entre dois níveis de energia
diferentes.

Modelo de Bohr

• Os eletrões movem-se em orbitais circulares bem definas em torno do núcleo.


• O eletrão só pode ocupar determinadas orbitais, e cada orbital tem um certo
valor de energia (nível de energia n) – quantização de energia:

A cada nível n=1, 2,… está associado um valor fixo de energia E1, E2,…

• Transição de eletrões entre os níveis de energia – saídas das orbitais:


o Absorção (excitação) transita para um nível superior de energia
o Emissão (desexcitação) transita para um nível inferior de energia.

|𝛥𝐸| = |𝐸𝑁í𝑣𝑒𝑙𝐹𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐸𝑁í𝑣𝑒𝑙𝐼𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 | = ℎ ∗ 𝑓( 𝐽 )

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• Estado fundamental do eletrão – nível de menor energia (n=1 mais estável). Os
restantes estados designam-se por excitados.

a) Absorção – excitação.
Eletrão transita do estado fundamental (E1) para o 2º
estado excitado (E3).
𝛥𝐸 = 𝐸3 − 𝐸1
−19
= −2,42 × 10 − (−2,18 × 10−18 ) = 1,938 × 10−18
ΔE > 0 → Positivo
b) Emissão – desexcitação
Eletrão transita do 2º estado excitado (E3) para o estado
fundamental (E1).
𝛥𝐸 = 𝐸1 − 𝐸3
−18
= −2,18 × 10 − (−2,42 × 10−19 ) = −1,938 × 10−18
ΔE < 0 → Negativo

2,18 × 10−18
𝐸𝑛 = − 𝐽
𝑛2
Séries espetrais do átomo de hidrogénio

Série de Lyman – Ultravioleta


nf = 1 e ni = 2,3,4,…

Série de Balmer – Ultravioleta e


visível
nf = 2 e ni = 3,4,5,…

Série de Paschen –
Infravermelho
nf = 3 e ni = 4,5,6…

Série de Brackett –
Infravermelho
nf = 4 e ni = 5,6,7…

Série de Pfund – Infravermelho


nf = 5 e ni = 6,7,…

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Limitação do modelo de Bohr: Não é aplicável a átomos polieletrónicos (com mais do
que um eletrão). Este modelo não consegue descrever um espetro de emissão que para
alem da atração entre os eletrões e o núcleo, também exista repulsão entre os eletrões.

Espetroscopia fotoeletrónica (PES) – Determinar energias de remoção dos eletrões de


um átomo, através da análise doa posição e altura dos picos

Energia de remoção

• Energia necessária para remover um eletrão de um átomo.


• Para cada nível de energia diferente, existe um valor diferente de energia de
remoção eletrónica.
• Valores próximos de energia de remoção – nível de energia dividido em subníveis.
• Valores muito afastados de energia de remoção – diferentes níveis energéticos.

Energia de ionizaçao: energia mínima necessária para remover um eletrão do átomo


(últimos níveis de energia – eletrões de valência – mais afastados do núcleo, logo sofrem
menos atração).

7. Modelo da nuvem eletrónica ou modelo quântico

Nuvem eletrónica – representação da densidade da


distribuição de eletrões em trono do núcleo,
corresponde às regiões mais densas, a maior
probabilidade de se encontrar eletrões.

Orbital – zona em torno do núcleo do átomo onde


existe maior probabilidade de encontrar um eletrão.

Orbitais

Quanto maior o nível de energia, maior o tamanho da orbital.

Orbitais degeneradas – têm a mesma energia, pertencem ao mesmo subnível.

Subníveis de energia:

• Orbitias s (Sharp) – forma esférica


Maior
energia • Orbitais p (principal) – forma lobular
• Orbiatias d (diffuse) – formas complexas

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Configuração eletrónica

Princípio da exclusão de Pauli

• Cada orbital com no máximo 2 eletrões com spins opostos


• Spin – propriedade quantizada do eletrão, associada ao sentido do seu
movimento de rotação, havendo dois sentidos diferentes: +1/2 ou -1/2.

Princípio da Energia mínima

• Eletrões ocupam as orbitais disponíveis de modo a obterem um mínimo de


energia para o átomo
• Princípio de construção: estabelece a ordem de preenchimento das orbitais de
modo a conferir maior estabilidade ao átomo e consequentemente o estado de
mais baixa energia para esse átomo

Ex: 20Ca 1s2 2s2 2px2 2py2 2pz2 3s2 3px2 3py2 3pz2 4s2

Cerne (18 eletrões)

Nível de valência → 2 eletrões de valência

Regra de Hund:

• Nas orbitais de igual energia preenche-se primeiro


com um eletrão em cada orbital de modo a ficarem
com o mesmo spin e só depois se preenche com o 2º
eletrão com o spin oposto.
o Nas orbitais degeneradas: 2px1 2p1 2pz1
• Preenchem-se completamente as orbitais não
degeneradas (orbitais s).

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Elementos químicos e organização

8. Tabela periódica

Evolução da tabela periódica

1. Antonie Lavoisier (1743-1794): escreveu a primeira lista extensiva que continha 33


elementos, e distinguiu os metais dos não metais
2. Jons Jakob Berzelius (1779-1848): construiu uma tabela dos pesos atómicos e
introduziu as letras para simbolizar os elementos
3. Stanisalo Cannizzaro (1826-1910): apresentou uma posição sobre o uso dos novos
pesos atómicos
4. Johsnn Dobereiner (1780-1849): iniciou a noção de grupo
5. Alexandre-Émile de Chancourtois (1820-1886): organizou os elementos por
ordem de crescente de massas atómicas, o parafuso telúrico
6. Jonh Newlands (1837-1898): organizou por ordem os pesos atómicos, propôs a lei
a oitavas, descobriu a lei da periodicidade, iniciando assim a noção de período
7. Lothar Meyer (1830-1895): introduziu o conceito de valência como uma
propriedade periódica
8. Dmitri Mendeleev (1834-1907): organizou os elementos em linhas horizontais, de
acordo com massas atómicas crescentes, e também em colunas verticais, com
elementos de propriedades semelhantes
9. William Ramsay (1852-1916): demonstrou que um conjunto de gases, tinham
características distintas e constituíam os gases nobres
10. Henry Moseley (1887-1915): determinou o número atómico de cada um dos
elementos, os elementos passaram a ser agrupados pelos números atómicos
11. Glenn Seaborg (1912-1999): reconfigurou a TP colocando a série dos actinídeos
abaixo dos actinídeos.

Estrutura da tabela periódica: Blocos, grupos e períodos

Grupos – 18

• Colunas da tabela periódica.


• Os elementos de cada grupo possuem igual número de eletrões de valência.

Grupos Nomes
1 Metais Alcalinos (1e- valência)
2 Metais Alcalinoterrosos(2e- valência)
16 Calcogénios (6e- valência)
17 Halógeneos (7e- valência)
18 Gases Nobres (8e- valência)

15
• Para determinar o grupo a que um elemento pertence: vemos os eletrões de
valência que cada elemento tem.
• Ao longo do grupo a carga nuclear e o nível de energia aumentam.

Períodos – 7

• Linhas da tabela periódica.


• À medida que se percorre o período da esquerda para a direita, o número
atómico aumenta uma unidade e o elemento apresenta um protão.
• Elementos com mesmo número de níveis de energia pertencem ao mesmo
período.

Blocos

• Relaciona-se com a configuração


eletrónica.
• Blocos s, p, d, f, de acordo com a última
orbital preenchida

Elementos representativos e de transição

• Os elementos representativos do mesmo grupo apresentam a mesma


configuração eletrónica para o último nível.
• Os elementos de transição são os metais de transição.

9. Propriedades periódicas dos elementos

Raio atómico: é a distância média do núcleo aos eletrões da camada mais afastada, ou
seja, metade da distância entre dois núcleos de dois átomos do mesmo elemento.

• Em moléculas que sejam diatómicas simples, o raio atómico é metade da


distância entre os núcleos dos átomos dessas moléculas
• Num metal, o raio atómico é metade da distância entre os núcleos de dois
átomos adjacentes
• Ao longo do período o raio atómico diminui da esquerda para a direita.
• Ao longo do grupo o raio atómico aumenta de cima para baixo.

Energia de primeira ionização: energia mínima necessária para remover o eletrão mais
energético de um átomo na fase gasosa e no estado fundamental.

• Este valor corresponde ao valor mais baixo de energia de remoção.


• A energia de ionização diminui com o aumento do raio atómico (ao longo grupo)
• A energia de ionização aumenta ao longo de um período

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Raios iónicos:

• Raio do catião (+) é menor do que o raio do átomo que lhe deu origem
• Raio do anião (-) é maior do que o raio do átomo que lhe deu origem

Propriedades e transformações da matéria

10. Ligações químicas

As ligações químicas resultam das atrações e repulsões eletrostáticas dos eletrões e


núcleos atómicos, pois conferem ao conjunto de átomos ligados uma menor energia do
que quando separados:

• Aumentam a estabilidade de um sistema de átomos

Forças que os átomos exercem para manter unidos na molécula

• Atração: entre carga positiva de cada um dos dois núcleos e a carga negativa dos
eletrões
• Repulsão: entre as cargas positivas dos dois núcleos e entre as cargas negativas
dos eletrões

Para a distância de equilíbrio (74pm), as forças de repulsão entre núcleos e eletrões são
equilibradas pelas forças de atração entre os núcleos e os eletrões.

Para a distancia de equilíbrio, a energia é mínima, e quanto maior for o valor (em
módulo) dessa energia, maior será a estabilidade da molécula

As repulsões predominam a curta distância (distâncias menores do que a distância de


equilíbrio)

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Energia de ligação (kJ/mol): energia libertada na formação de uma ligação química.

• Para quebrar a ligação é preciso fornecer ao sistema a mesma quantidade de


energia libertada na formação da ligação → Energia de dissociação

• A energia de ligação e de dissociação têm o mesmo valor, mas com sinais


opostos.

Tipos de ligações químicas

As ligações químicas são de natureza essencialmente eletrostática.

As ligações químicas podem ser descritas com base na partilha de eletrões de valência:

• Partilha resulta na cedência de eletrões entre átomos (do metal para o não
metal)→ Ligação iónica

• Há partilha significativa de eletrões entre os átomos (entre não metais)→ ligação


covalente (em metais)→ Ligação metálica

• Não há partilha significativa de eletrões entre moléculas→ Ligações


intermoleculares

Os átomos só se juntam para formar uma molécula porque a energia fica menor, e por
isso ficam mais estáveis.

Ligação iónica

• Intensas forças de atração eletrostática entre iões de cargas opostas.


• Formada por transferência de eletrões de um átomo de um elemento metálico
(ião

positivo) para um átomo de um elemento não metálico (ião negativo).

Ligação metálica

• Os eletrões de valência deslocam-se livremente em torno do cerne (núcleos e


eletrões internos), formando uma nuvem eletrónica comum – mar de eletrões.
• Patilha deslocalizada de eletrões por todos os átomos dos metais.

18
11. Ligação covalente

Partilha localizada de eletrões de valência entre os átomos.

Notação de Lewis

Na notação de Lewis, utiliza-se cruzes ou pontos para


representar os eletrões de valência.

Esta notação permite destacar o contributo de alguns dos


eletrões de valência para a ligação química, que são
chamados de eletrões partilhados neste modelo.

Regra do octeto

Os átomos ligam-se sempre partilhando eletrões de valência de modo que cada um


fique com 8 eletrões de valência – configuração eletrónica do gás nobre mais próximo
da TP.

Polaridade das ligações

A polaridade de uma ligação está relacionada com a distribuição dos eletrões nos
átomos que se irão ligar.

Ligação polar

• Eletrões são mais atraídos para um dos átomos do que


para o outro.
• Nuvem molecular assimétrica, mais deslocada para o lado
do átomo que mais os atrai. A densidade eletrónica é
maior junto desse átomo.
• Moléculas diatómicas heteronucleares como HCl, HBr, H2O.

Ligação apolar

• Eletrões são igualmente partilhados pelos dois átomos.


• Nuvem molecular simétrica.
• Moléculas diatómicas homonucleares como Cl2, O2, CO2.

19
Comprimento e Energia de ligação

O comprimento de ligação é a distância entre os números de dois átomos que


estabelecem a ligação. Trata-se sempre de uma distância média, pois os átomos ligados
vibram continuamente. Normalmente expressa-se em picómetros (pm= 10-12m).

Quanto maior é a energia de ligação, menor será o comprimento da ligação.

Quanto maior o número de eletrões partilhados, maior energia e proximidade dos


núcleos, menor comprimento de ligação

Quanto maior o número de eletrões partilhados maior a energia de ligação

Ligação Energia de ligação (kJ/mol) Comprimento de ligação (pm)

C–C 347 154

C=C 620 Aumenta 133 Diminui

C≡C 812 120

Geometria molecular

Ângulo de ligação

• As moléculas com dois átomos são sempre lineares.


• O ângulo de ligação é o menor ângulo formado pela interação das retas que
unem o núcleo de um átomo central com os núcleos de dois ouros átomos a ele
ligados.
• O valor do ângulo de ligação é um valor médio face ao estado de vibração
permanente das moléculas.

O valor do ângulo de ligação é determinado por:

• Raios atómicos do átomo central e dos que lhe estão ligados


• Existência ou não de pares de eletrões não ligantes no átomo central
• Número desses pares não ligantes

20
Modelo da repulsão dos pares eletrónicos de valência

Auxilia a previsão da geometria molecular por meio da repulsão eletrostática dos pares
de eletrões da camada de valência:

• Pares ligantes com pares ligantes: L – L


• Pares ligantes com não pares ligantes: L – NL
• Pares não ligantes com não pares ligantes: NL – NLEstruturas de moléculas
orgânicas e biológicas

Entre os mesmos átomos:

Comprimento da ligação simples > comprimento da ligação dupla > comprimento


da ligação tripla

Energia da ligação simples > energia da ligação dupla > energia da ligação tripla

Maior comprimento de ligação → Menor energia de ligação e vice-versa

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Hidrocarbonetos (saturados)

Hidrocarbonetos são compostos orgânicos constituídos por átomos de carbono e


hidrogénio. Os átomos de carbono estabelecem apenas ligações simples entre si.

• Nos hidrocarbonetos insaturados, os átomos de carbono apresentam pelo menos


uma ligação dupla ou tripla.

Alcanos

Os alcanos designam-se também por hidrocarbonetos saturados.

• Nos alcanos só existem ligações covalentes simples


• As ligações químicas são saturadas pois não se pode adicionar mais átomos de
hidrogénio
• Cada átomo de carbono está ligado a 4 átomos de hidrogénio ou carbono
• Possuem geometria tetraédrica (átomo central de carbono com 4 ligações aos
átomos que estão em seu torno e sem pares de eletrões não ligantes)

Nomenclatura dos alcanos de cadeia linear (IUPAC)

• Cada átomo de carbono está ligado a outros 4 átomos


• O nome obtém-se adicionando ao prefixo que indica o número de átomos de
carbono, a terminação ”-ano” é de ser uma ligação covalente simples

Fórmula geral
Fórmula racional Nome do alcano
CnH2n+2
CH4 CH4 Metano
CH3 – CH3 C2H6 Etano
CH3 – CH2 – CH3 C3H8 Propano
CH3 – CH2 – CH2 - CH3 C4H10 Butano

“Manteiga É Para Barrar Pão”


Isómeros: Compostos que têm a mesma fórmula molecular, mas com diferente arranjo
atómico

Isómeros - Nomenclatura dos alcanos de cadeia ramificada

Neste exemplo temos dois alcanos


de cadeia ramificada, com a mesma
fórmula molecular (geral) mas
diferente fórmula de estrutura
(arranjo atómico).

22
E se existir mais do que um radical?

Se existir dois ou mais grupos alquilo iguais acrescenta-se um dos prefixos


multiplicativos (di, tri, tetra, etc), ao nome do grupo alquilo.

A posição dos grupos deve ser indicada por ordem de crescente e são assinalados antes
do respetivo prefixo e separadas por vírgulas.

CH3
|
CH3 – CH2 – CH - CH - CH3 2, 3 – dimetilpentano
1 2 3 |4 5
CH3

Se os grupos alquilo forem diferentes devem ser indicados por ordem alfabética.

CH3 CH2 – CH3


| |
CH3 – CH– CH – CH2 - CH2 - CH3 3- etil- 2-metil-hexano (quando tem h põe-se hifan)
1 2 3 4 5 6

Cadeia principal: hexano

Grupos alquilo: 2- metil / 3- etil

Hidrocarbonetos Halogenados – Haloalcanos

Derivados dos alcanos em que um ou mais átomos de hidrogénio foram substituídos


por halogéneos (átomos do grupo 17 da TP).

Substituição de um H por um Halogénio (F, fluor)

Metano Fluorometano

Substituição de 2H por halogéneos (2 Cl, cloro)

Metano Diclorometano

23
Clorofluorcarbonetos (CFCs)

CCl3F Triclorofluorometano

1,1,2-tricloro – 1,2,2 – trifluoroetano

Freon- 113

1,1 – dicloropropano 1- cloro- 3 – fluoropropano

Hidrocarbonetos (insaturados)

Têm pelo menos uma ligação dupla ou tripla entre os átomos de carbono.

Alcenos (ligações duplas)

• Fórmula geral: CnH2n


• Terminação: “-eno”

Alcinos (ligações triplas)

• Fórmula geral: CnH2n-2


• Terminação: “-ino”

24
Parâmetros de ligação

• Comprimento de ligação: está relacionado com a densidade eletrónica e a


energia de ligação.
• Densidade eletrónica: quanto maior for a densidade eletrónica, menor é o seu
comprimento
• Energia de ligação: quanto maior for energia de uma ligação química, menor é o
comprimento dessa mesma ligação

Compostos orgânicos

• Existem compostos orgânicos que na sua constituição incluem outros elementos


além do carbono e do hidrogénio.
• Esses átomos formam grupos funcionais que são características de certas
famílias ou classes de compostos orgânicos.

Álcoois: Os álcoois incluem um ou mais grupos hidroxilo- OH, têm a terminação em -ol

Ex: etanol, glicerol

25
Cetonas e aldeídos: As cetonas caracterizam-se por ter no meio da cadeia carbonada,
um grupo carbonilo:

Acetona ou propanona:

Nos aldeídos existe, na extremidade de uma cadeia carbonada, o grupo carbonilo:

O metanal é usado como matéria-prima para fabricar plásticos e


como conservante em produtos de limpeza.

O etanal é usado na preparação de pesticida e espelhos.

Ácidos carboxílicos: Os ácidos carboxílicos possuem o grupo carboxílico, que pode


representar-se de diferentes modos:

• COOH
• CO2H

Aminas: As aminas, são compostos derivados do amoníaco, NH 3, pela substituição de


um ou mais átomos de hidrogénio. Grupo funcional:

Trimetilamina e benzocaína

12. Ligações intermoleculares

Resultam de interações atrativas de natureza eletrostática entre moléculas, sendo


muito mais fracas que as ligações químicas.

Quanto maior a intensidade das forças intermoleculares, maior a coesão entre as


moléculas e maiores os pontos de fusão e ebulição.

26
Forças de Van der Waals

Forças atrativas e repulsivas entre moléculas, devido ao carater polar das moléculas ou à
sua capacidade de polarização.

Ligação dipolo-dipolo/ dipolo permanente-dipolo


permanente

Interações entre moléculas polares, atração entre cargas


opostas dos dipolos permanentes de duas moléculas vizinhas.

Ligação dipolo permanente-dipolo induzido

Interações entre moléculas polares e


moléculas apolares, atração entre as cargas
opostas do dipolo permanente de uma
molécula polar e o dipolo induzido de uma
molécula apolar.

Ligação dipolo instantâneo-dipolo induzido/ Forças de dispersão de London

Interações entre moléculas apolares ou entre átomos como o resultado da atração entre
as cargas opostas de um dipolo instantâneo, formado por distorção da nuvem
eletrónica e um dipolo induzido. Fazem-se sentir em todas as moléculas.

Ião dipolo

Uma interação ião-dipolo resulta de atrações entre um ião e uma molécula polar e é tão
mais forte quanto maior for a carga do ião e quanto mais polar for a molécula. (ocorre
em soluções).

Ligações ou pontes de hidrogénio

São as mais fortes que a generalidade das outras ligações intermoleculares.

As ligações de hidrogénio devem-se à elevada assimetria de carga em ligações com O-


H, N-H ou H-F, ou seja ocorrem quando a molécula possui um átomo de hidrogénio
ligado a um átomo de O, N, F, de outra molécula.

27
O hidrogénio ao partilhar na ligação o
seu único eletrão deixa o seu núcleo
muito desprotegido e as forças
atrativas são relativamente maiores
comparadas a outras moléculas
polares.

Miscibilidade

A miscibilidade de dois líquidos depende de múltiplos fatores, um dos quais é o tipo de


ligações intermoleculares que se estabelecem entre as moléculas de dois líquidos.

Regra geral: “Semelhante dissolve semelhante” ou “Polar dissolve polar e apolar dissolve
apolar”

Tabela de ligações mais importantes em diferentes substâncias líquidas

Pontes de Ligações entre Forças de


Substâncias
hidrogénio moléculas polares London
Água X X X
Moléculas
Etanol X X X
Polares
Acetona X X
Pentano X
Moléculas
Hexano X
Apolares
Benzeno X

Propriedades e transformações da matéria

13. Gases e dispersões

Lei de Avogadro

Volumes iguais de gases diferentes contêm o mesmo número de moléculas quando


medidas nas mesmas condições de pressão e temperatura.

Volume molar

O volume molar de um gás é o volume ocupado por uma mole desse gás, em
determinadas condições de pressão e temperatura.

𝑉 𝑉
𝑉𝑚 = (𝑑𝑚3 /𝑚𝑜𝑙) 𝑛=
𝑛 𝑉𝑚

A partir da lei de Avogadro, conclui-se que:

• Todos os gases têm o mesmo volume molar, nas mesmas condições de pressão e
temperatura.

28
Vm em condições PTN: 22,4 dm3/mol

P= 1 atm= 1,01x105 Pa

T= 0ºC= 273,15 K

Vm em condições padrão: 24,5 dm3/mol

P= 1 atma= 1,01x105 Pa

T= 25ºC= 298,15 K

Massa volúmica

Nas mesmas condições de pressão e temperatura, quanto maior a


massa molar de um gás, maior será a sua densidade.

𝑀
𝝆= (𝑔/𝑑𝑚3 )
𝑉𝑚

Fração Molar

No cálculo da fração molar (Xn) tem-se em conta o número de moles de cada elemento
do composto ou mistura.

𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑜 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜
𝑋𝑛 =
𝑛º 𝑑𝑒 𝑚𝑜𝑙𝑒𝑠 𝑑𝑒 𝑡𝑜𝑑𝑜𝑠 𝑜𝑠 𝑒𝑙𝑒𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠 𝑑𝑜 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑜𝑠𝑡𝑜/𝑚𝑖𝑠𝑡𝑢𝑟𝑎
• É adimensional (mol/mol)

14. Soluções, coloides e suspensões

Composição da troposfera terrestre: 78% dinitrogénio, 21% dioxigénio, 1% Argón,


hidrogénio, hélio, dióxido de carbono, metano…

Soluções Coloides Suspensões


Dimensão das
<1nm 1nm a 1 µm >1 µm
partículas
Entre homogénea e
Aspeto da mistura Homogénea Heterogénea
heterogénea
Exemplos de Átomos, moléculas, Macromoléculas
Pó, polén e cinza
partículas e iões fuligem e goticulas
Exemplos na
Ar Fumo e neblina Poeira
atmosfera

Nos coloides verifica-se o efeito Tyndall, que permite observar o trajeto da luz visível em
coloides transparentes.

29
15. Composição quantitativa de soluções

Concentração ou concentração molar


𝑛𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑐= (𝑚𝑜𝑙/𝑑𝑚3 )
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
Concentração em massa
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝐶𝑚 = (𝑘𝑔/𝑑𝑚3 )
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Percentagem em massa
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
%(𝑚/𝑚) = × 100%
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
Percentagem em volume

𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
%(𝑉/𝑉) = × 100%
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜

Partes por milhão

Partes por milhão em volume:

𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑝𝑝𝑚 (𝑉 ) = × 106 𝑝𝑝𝑚 (𝑉) NOTA:
𝑉𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
%(m/m) x 104 = ppm
Partes por milhão em massa: ppm / 104 = %(m/m)
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑢𝑡𝑜
𝑝𝑝𝑚 (𝑚) = × 106 𝑝𝑝𝑚 (𝑚)
𝑚𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜
Ppm= msoluto/msolução x 106

Gases e dispersões

𝐶𝑖 × 𝑉𝑖 = 𝐶𝑓 × 𝑉𝑓

30
Mistura de soluções com o mesmo soluto

Solução 1 Solução 2
NaCl NaCl
C1= 5 mol/dm3
+ C2= 2 mol/dm3
V1= 10L ou dm3→ n1 V2= 8L ou dm3→ n2

n1(NaCl)= c1xV1= 5x10= 50 mol

n2(NaCl)= c2xV2= 2x8= 16 mol nTotal= 66 mol

Cf(NaCl)=?

Vf= V1+V2= 10+8= 18L

Cf= nTotal (NaCl) / Vtotal= 66:18= 3,67 mol/dm3

Mistura de soluções com diferentes solutos, mas sem reação química (entre elas)

Solução 1 Solução 2
NaCl CuSO4 (II)
C1= 5 mol/dm3
+ C2= 2 mol/dm3
V1= 10L ou dm3→ n1 V2= 8L ou dm3→ n2

n1(NaCl)= c1 x V1= 5x10= 50 mol

Cf(NaCl)=?

Vf= V1+V2= 10+8= 18L

Cf= nTotal (NaCl) : Vtotal= 50:18 = 2,8 mol/dm3

Fator Diluição
𝐶𝑖 𝑉𝑓
𝑓= ou 𝑓=
𝐶𝑓 𝑉𝑖

31
Propriedades e transformações da matéria

16. Transformações químicas

Energia de ligação e reações químicas

Processos endoenergéticos e exoenergéticos

O rearranjo dos átomos numa reação química envolve a rutura das ligações nos
reagentes, e a formação de ligações nos produtos da reação.

• A rutura de uma ligação ocorre sempre com absorção de energia: o processo é


endoenergético.
• A rutura de uma ligação ocorre sempre com libertação de energia: o processo é
exoenergético.

Por convenção, qualquer energia que:

• Sai do sistema para o exterior, é NEGATIVA, o que significa que a energia final é
menor do que a inicial.
• Entra do exterior para o sistema, é POSITIVA, o que significa que a energia final é
maior que a energia inicial.

Reações exotérmicas e endotérmicas

Nas reações exotérmicas o aumento da temperatura está associado ao aumento da


energia cinética interna. Esse aumento deve-se à custa da diminuição da energia
potencial interna, associada às ligações químicas.

Nas reações endotérmicas a diminuição da temperatura está associada à diminuição


da energia cinética interna, à custa do aumento da energia potencial interna.

Variação de energia: ∆𝐸 = 𝐸𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 – 𝐸𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

32
Balanço energético

O balanço energético da rutura de ligações (reagentes) e da formação de novas ligações


(produtos da reação) permite avaliar se a reação é endo ou exoenergática.

Reação Endoenergética Reação exoenergética


A energia absorvida na rutura das A energia absorvida na rutura das
ligações dos reagentes é superior à ligações dos reagentes é inferior à
energia libertada na formação dos energia libertada na formação dos
produtos. produtos.

Variação da entalpia

A variação de entalpia, ∆H, é uma grandeza que mede a energia transferida entre o
sistema e a vizinhança quando a reação química ocorre a pressão é constante e pode
ser positiva ou negativa.

• Se a reação for exotérmica, ∆H será NEGATIVA, ∆H < 0


• Se a reação for endotérmica, ∆H será POSITIVA, ∆H > 0

Através das energias de ligação é possível fazer um balanço energético entre as


energias envolvidas na rutura e na formação de ligações químicas.

Variação de entalpia de uma ligação química, ∆H:

∆𝐻 = ∑𝐸𝑙𝑖𝑔 (𝑟𝑒𝑎𝑔𝑒𝑛𝑡𝑒𝑠)– ∑𝐸𝑙𝑖𝑔 (𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢𝑡𝑜𝑠)


∆𝐻 = 𝐸𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑟𝑢𝑡𝑢𝑟𝑎 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠 − 𝑒𝑛𝑒𝑟𝑔𝑖𝑎 𝑙𝑖𝑏𝑒𝑟𝑡𝑎𝑑𝑎 𝑛𝑎 𝑓𝑜𝑟𝑚𝑎çã𝑜 𝑑𝑒 𝑙𝑖𝑔𝑎çõ𝑒𝑠

Reação direta e inversa

N2 (g) + 3H2(g) → 2NH3 (g) 2NH3 (g) → N2 (g) + 3H2(g)


∆H= -76KJ/mol ∆H= 76KJ/mol

33
Fatores de que depende a variação da entalpia

• A entalpia é uma propriedade que depende da quantidade de matéria


(propriedade extensiva), isto é, o seu valor é proporcional à quantidade de
reagente consumida no processo
• A variação da entalpia de uma reação tem um valor simétrico da variação de
entalpia da sua reação inversa
• A variação da entalpia de uma reação depende dos estados físicos dos reagentes
e produtos

17. Reações fotoquímicas na atmosfera

Fotodissociação

A dissociação de moléculas é um tipo de transformações em que há quebra de ligações,


considerando-se, neste caso, que os eletrões de ligação são igualmente divididos pelas
espécies resultantes dessa quebra.

Exemplo:

N2→ N(g) + N(g): ∆H= 945 KJ/mol (por absorção de radiação ultra violeta)

A luz ultravioleta de mais baixa energia é em grande parte filtrada pelo ozono
estratosférico, O3, e vai provocar:

O3 (g) → O2 (g) + O (g): ∆H= 373 KJ/mol ∆H>0

Fotoionização

A formação de iões é genericamente designada por ionização. Pode ocorrer por


remoção de um eletrão (e-) a partir de um átomo, por exemplo X, formando-se um iao
monopositivo, X+.

X → X+ + e- ∆H>0

Este tipo de reação ocorre frequentemente na termosfera e envolve maior energia do


que a necessária para as fotodissociação.

Exemplo:

O2 → O+2 + e- ; ∆H= 1205 KJ/mol

Ionização: X → X+ + e- ; ∆H>0

Fotoionização: Xluz → X+ + e- ; ∆H>0

Tanto a fotodissociação como a fotoionização são processos endoenergéticos.

34
Radicais livres

As espécies poliatómicas (compostas por mais do que uma átomo ou ião), só são
radicais se tiverem número ímpar de eletrões. A maioria das espécies poliatómicas com
número par de eletrões não é radical.

Espécies químicas com eletrões desemparelhados, sendo muito reativos

Hidroxilo, OH → Tem número ímpar de eletrões: radical OHº


nº de eletrões: 8+1

Ião Hidróxido, OH- → Tem número par de eletrões não é radical


nº de eletrões: 8+1+1

Nas reações químicas de fotodissociação são originados radicais livres.

Fotoionização e fotodissociação na atmosfera

35
Ozono atmosférico

Formação de ozono

O2→ Oº +Oº
O ozono presente na estratosfera é um ozono bom, que filtra os raios da radiação UV.

Os radicais Oº originados neste processo estão na base da formação do ozono:

Oº + O2 → O3
Decomposição do ozono

O3 → Oº + O2
A concentração de ozono permanece aproximadamente constante pois as reações
ocorrem à mesma velocidade, quando ocorre naturalmente na natureza.

Destruição da camada de ozono

Os CFC são os principais destruidores da camada de ozono.

• Ao serem emitidos para a atmosfera, a ação da radiação UV-C provoca a quebra


destes compostos, libertando um radical de Clº.
• Este radical destrói as moléculas de ozono, num processo cíclico e persiste na
atmosfera muitos anos.

CCl3F → CCl2Fº + Clº


Clº + O3 → ClOº + O2
ClOº + Oº → O2 + Clº
O3 → Oº + O2 (por ação de UV-B)
Equação Global: 2 O3 → 3 O2

Ozono troposférico

O ozono troposférico é um ozono mau. Este ozono encontra-se na troposfera. Provoca o


smog fotoquímico e pode provocar problemas de saúde, prejudicar as sementeiras, etc.

36
FÍSICA 10º ANO
Energia e movimentos

18. Formas de energia fundamentais

Energia cinética (Ec): associada ao movimento dos corpos que constituem o sistema.
(de translação, rotação, vibração)

A energia cinética depende da massa e da velocidade da partícula:

Ec: energia cinética (J)


1 m: massa (kg)
𝐸𝑐 = × 𝑚 × 𝑣2
2
v: velocidade (m/s)

É uma grandeza escalar.

Energia potencial (Ep): armazenada num sistema e associada às interações (forças)


entre partículas ou corpos que compõem o sistema – atrativas ou repulsivas (elástica,
elétrica, gravítica).

Epg: energia potencial gravítica (J)

𝐸𝑝𝑔 = 𝑚 × 𝑔 × ℎ m: massa (kg)

g: módulo da aceleração gravítica (Terra: 9,8 m/s2)

h: altura (m)

Energia mecânica

A energia mecânica é a soma da energia cinética e da energia potencial de um sistema.

𝐸𝑚 = 𝐸𝑐 + 𝐸𝑝𝑔

• Nível Macroscópico
• Energia cinética pode transformar-se em energia potencial gravítica
• Se não houver transferência de energia do corpo para a vizinhança, a energia
mecânica mantém-se constante.

37
Energia interna (U)

Quantidade de energia que um sistema possui a nível microscópico.

A energia interna resulta da energia cinética de todas as partículas em movimento no


interior do sistema (translação, rotação e vibração) e da energia potencial associada às
interações entre partículas dentro do sistema.

𝑈 = 𝐸𝑐(𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜) + 𝐸𝑝𝑔 (𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜)

• Entre dois sistemas do mesmo tipo à mesma temperatura, o sistema que tiver
maior número de partículas é o que tem mais energia interna.
• Entre dois sistemas iguais a temperaturas diferentes, o sistema que estiver a
uma temperatura mais elevada é o que tem mais energia interna.

Energia total: corresponde à soma da energia a nível macroscópico (energia mecânica)


com a energia a nível microscópico (energia interna)

𝐸𝑇𝑜𝑡𝑎𝑙 = 𝐸𝑚 + 𝑈

Sistema mecânico: Sistema físico que sofre apenas variações de energia mecânica (ao
nível macroscópico). Desprezadas as variações de energia interna.

Sistema termodinâmico: Sistema físico que sofre apenas variações de energia interna
(ao nível microscópico)

Representação de forças e Centro de massa

Centro de RN = reação normal (força


massa perpendicular à superfície de apoio do
corpo)

P ou Fg= peso ou força gravítica

F= força exercida

Fa= força de atrito

O centro de massa de um sistema mecânico, apenas com movimento de translação, é o


ponto onde se considera concentrada toda a amassa do sistema onde são aplicadas
todas as forças que nele atuam.

38
19. Trabalho realizado por forças constantes

Trabalho: medida da energia transferida entre sistemas por ação de forças

Para medir o trabalho realizado por uma força constante, aplicada ao corpo da figura, é
necessário conhecer:

• A intensidade da força (F) aplicada ao corpo


• O módulo do deslocamento (d)
• A direção e o sentido em que a força é aplicada (medida pela ângulo α formado
entre o vetor força e o vetor deslocamento)

𝑊𝐹 = 𝐹 × 𝑑 × cos 𝛼

Unidade SI de energia: joule (J)

J=Nxm

Trabalho Potente: Quando a força aplicada tem uma


direção que forma um ângulo inferior a 90º com o
deslocamento, o trabalho realizado pela força é
positivo ou potente. O que significa que é fornecida
energia ao corpo.

Trabalho Resistente: Quando a força aplicada tem


uma direção que forma um ângulo superior a 90º
com o deslocamento, o trabalho realizado pela força é
negativo ou resistente. O que significa que é retirada
energia ao corpo.

Trabalho Nulo: Quando a força aplicada tem uma


direção que forma um ângulo igual a 90º com o
deslocamento, o trabalho realizado pela força é nula.
O que significa que não há energia transferida para o
corpo.

Trabalho Máximo: O trabalho realizado é máximo


quando a força aplicada tem uma direção que forma
um ângulo igual a 0º com o deslocamento.

39
Componente eficaz de uma força

𝐹𝑒𝑓 = 𝐹 × 𝑐𝑜𝑠 𝜃, onde θ é o angulo entre a força e o


deslocamento

Força eficaz é a componente da força na direção do deslocamento que, efetivamente,


realiza o trabalho.

𝑊𝐹 = 𝐹𝑒𝑓 × 𝑑
• Se Fef tem o sentido do movimento → trabalho potente
• Se Fef tem o sentido oposto do movimento → trabalho resisetente
• Se Fef for nula (𝑐𝑜𝑠 90º = 0)) → trabalho nulo

Trabalho da resultante das forças

É igual à soma do trabalho realizado por cada uma das forças aplicadas ao sistema:

𝑊𝐹 𝑅 = 𝑊𝐹1 + 𝑊𝐹2 + 𝑊𝐹3

20. A energia de sistemas em movimento de translação

Teorema da energia cinética ou lei do trabalho – energia

O trabalho realizado pela resultante das forças aplicadas num sistema é igual à
variação da energia cinética desse sistema.

𝑊𝐹 𝑅 = ∆𝐸𝑐 = 𝐸𝑐 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 − 𝐸𝑐 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙

Com isto, o teorema da energia cinética indica que a velocidade de um corpo só


aumenta se o trabalho realizado pela resultante das forças aplicadas no centro de
massa do corpo for positivo, ou seja, a Ec final será maior que a Ec inicial.

Se a velocidade do sistema diminuir, o trabalho realizado pela resultante das forças


aplicadas no centro de massa do corpo é negativo, ou seja, a E c final será menor que a Ec
inicial.

Quando o trabalho realizado pela resultante das forças aplicadas no centro de massa
do corpo for nulo a energia cinética do seu centro de massa permanece constante.

40
Forças conservativas e não conservativas

Forças conservativas

Uma força é conservativa quando o trabalho realizado pela força no deslocamento de


um corpo:

• É independente da trajetória efetuada pelo corpo, uma vez que só depende da


posição final e inicial
• É nulo num percurso em que a posição final e inicial são a mesma

Ex: Trabalho realizado pelo peso

O trabalho realizado pelo peso (WFc) é simétrico da variação da energia potencial


gravítica do sistema corpo + Terra:

𝑊𝐹𝑐 = −(𝐸𝑝𝑓 – 𝐸𝑝𝑖 ) = − ∆𝐸𝑝

Forças não conservativas

Uma força não é conservativa quando o trabalho realizado pela força no deslocamento
de um corpo:

Depende da trajetória

• Não é nulo numa trajetória em que a posição final e inicial são a mesma.
• Ex: força de atrito

21. Lei da conservação da energia mecânica

𝐸𝑚 = 𝐸𝑐 + 𝐸𝑝𝑔
Qualquer diminuição que haja da energia potencial gravítica do sistema, é compensada
por um aumento da energia cinética, ou seja, a energia mecânica conserva-se.

𝐸𝑚 = 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑡𝑎𝑛𝑡𝑒  ∆𝐸𝑚 = 0  ∆𝐸𝑝 = −∆𝐸𝑐

Lei da conservação da Em: se num sistema só atuarem forças conservativas, a energia


mecânica do sistema mantém-se constante.

41
22. Variação da energia mecânica

Variação da energia mecânica e forças não conservativas

Quando há atrito, a energia é dissipada sob várias formas, (energia térmica, sonora, etc.),
ou seja, parte da energia mecânica inicialmente existente no sistema, é convertida
noutra forma de energia.

𝐸𝑚 𝑖𝑛𝑖𝑐𝑖𝑎𝑙 = 𝐸𝑚 𝑓𝑖𝑛𝑎𝑙 + 𝐸𝑚 𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎

Se num sistema atuarem forças não conservativas (FNC) que realizem trabalho:

• A energia mecânica do sistema não se mantém constante;


• A variação da energia mecânica do sistema é igual ao trabalho das forças não
conservativas

𝑊𝐹 𝑁𝐶 = ∆𝐸𝑚

Exemplo: Queda livre de um paraquedista

Potência e rendimento

Potência (P) é a quantidade de energia (E) transferida ou transformada por unidade de


tempo (∆t). Mede a rapidez com que a energia se transfere.

𝐸
𝑃=
∆𝑡

A relação entre a energia disponível, útil e dissipada é Lei da Conservação da Energia:

𝐸𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = 𝐸ú𝑡𝑖𝑙 + 𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎

42
Como a potência é igual à quantidade de energia (E) transferida ou transformada por
unidade de tempo (∆t) tem-se:

𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 = 𝑃ú𝑡𝑖𝑙 + 𝑃𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎

Rendimento (η) é a razão entre a energia útil e a energia disponível. Ou é a relação entre
a potência útil e a potência disponível.
𝐸ú𝑡𝑖𝑙 𝑃ú𝑡𝑖𝑙
𝜂= 𝜂=
𝐸𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

O rendimento também pode ser calculado em percentagem:


𝐸ú𝑡𝑖𝑙 𝑃ú𝑡𝑖𝑙
𝜂= × 100 𝜂= × 100
𝐸𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙 𝑃𝑑𝑖𝑠𝑝𝑜𝑛í𝑣𝑒𝑙

Energia e fenómenos elétricos

23. Circuitos elétricos e Grandezas elétricas

Circuitos elétricos

É um conjunto de componentes ligados em circuito fechado, onde tem de existir:

• Um gerador
• Um ou mais recetores
• Fios de ligação

Intensidade de corrente elétrica (I→A)

Quantidade de carga elétrica (q → c, coulomb) que atravessa uma secção reta de um


condutor, por unidade de tempo (∆t).
𝑞
𝐼=
∆𝑡

Corrente contínua e corrente alternada

Corrente contínua: Corrente elétrica que percorre os aparelhos flui sempre no mesmo
sentido

• Corrente contínua estacionária: Corrente elétrica que se mantém constante ao


longo do tempo.
• Corrente contínua não estacionária: Apenas se manter no mesmo sentido, mas
não é constante ao longo do tempo.

43
Corrente alternada: A corrente elétrica que percorre os aparelhos não se mantém
constante ao longo do tempo e inverte periodicamente o seu sentido.

Sentido da corrente

Num circuito elétrico, o sentido da corrente é do polo positivo para o polo negativo do
gerador → Sentido Convencional.

Amperímetro → medir corrente elétrica – em série

Diferença de potencial elétrico (U→V)

Corresponde à energia (E → J) transferida entre dois pontos por unidade de carga


elétrica transportada (q → c, coulomb).

𝐸
𝑈=
𝑞
A diferença de potencial nos terminais de um condutor percorrido por uma corrente
elétrica é a energia transferida para o condutor por unidade de carga elétrica que
atravessa.

Voltímetro → medir potencial elétrico – em paralelo

Resistência elétrica (R→Ω)

Corresponde ao quociente entre a d.d.p. (U → V) aplicada a um condutor e a intensidade


de corrente elétrica (I → A) que percorre.

𝑈
𝑅=
𝐼

Lei de Ohm: A temperatura constante a resistência é constante:


𝑈
𝑅=
𝐼
= constante

Em condutores óhmicos, verifica-se a característica do condutor: 𝐼 = 𝐼(𝑈)

Ohmímetro → medir resistência elétrica

44
Resistência elétrica de condutores filiformes e resistividade

Condutores filiformes: forma de fio, geralmente de cobre, com vários diâmetros e


comprimentos.

• A resistência elétrica de um fio condutor depende do material de que é feito, ou


seja, do material constituinte do fio
• Quanto maior é o comprimento do fio, maior é a sua resistência elétrica. A
resistência de um metal filiforme é diretamente proporcional ao seu
comprimento.
• Quanto maior for a área de secção reta do fio, menor será a sua resistência
elétrica. A resistência elétrica de um metal filiforme é inversamente proporcional
à área da sua secção reta

Concluindo, a resistência elétrica dos condutores filiformes depende do material que os


constitui e das características geométricas, do comprimento e área de secção.

A resistência elétrica de um condutor filiforme é diretamente proporcional ao


comprimento (l) e inversamente proporcional à área da secção reta (A). A constante de
proporcionalidade está relacionada com o material de que é feito o condutor e
denomina-se de resistividade elétrica (ρ).

𝑙
𝑅= 𝜌 ×
𝐴

A resistividade (Ωm) é uma característica do material de que é feito o condutor.

• A resistividade elétrica na generalidade dos metais, aumenta linearmente com a


temperatura.

Bons condutores, maus condutores e semicondutores

Bons condutores: com valores de resistividade muito baixos (geralmente <10-5 Ωm) e
cuja resistividade aumenta com a temperatura.

Semicondutores: com valores de resistividade intermédios (geralmente entre 10-5 Ωm e


algumas centenas de Ωm) e cuja resistividade diminui com a temperatura.

Maus condutores: frequentemente denominados de isoladores. Com valores de


resistividade muito elevados (geralmente >108 Ωm) e relativamente aos quais α é muito
difícil de determinar.

45
24. Energia transferida para um recetor elétrico e efeito Joule

Potência elétrica (W)

𝐸 = 𝑃 × ∆𝑡  𝐸 = 𝑈 × 𝐼 × ∆𝑡, por isso:


𝐸 ∆𝑡
𝑃 =𝑈 ×𝐼 𝑃 = ∆𝑡  𝑃 = 𝑈 × 𝐼 × ∆𝑡  𝑃 = 𝑈 × 𝐼

OU

Pela lei de Joule, E= RI2∆t 

P=E/∆t  P= RI2∆t/∆t 

P= RI2  P=UI

Energia transferida para um recetor de um circuito elétrico: 𝐸 = 𝑈 × 𝐼 × ∆𝑡

Efeito Joule

Energia dissipada num condutor, com uma determinada resistência elétrica, quando
percorrido por uma corrente elétrica.

𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑈 × 𝐼 × ∆𝑡  𝑬𝒅𝒊𝒔𝒔𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂 = 𝑹 × 𝑰𝟐 × ∆𝒕

𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 𝑅 × 𝐼 2 × ∆𝑡
𝑃𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 =  𝑃𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 =  𝑷𝒅𝒊𝒔𝒔𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂 = 𝑹 × 𝑰𝟐
∆𝑡 ∆𝑡

2
𝑈2 𝑼𝟐
𝑃𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑅 × 𝐼  𝑃𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑅 × 2  𝑷𝒅𝒊𝒔𝒔𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂 =
𝑅 𝑹

Energia dissipada na resistência: 𝐸𝑑𝑖𝑠𝑠𝑖𝑝𝑎𝑑𝑎 = 𝑅 × 𝐼 2 × ∆𝑡

Potência dissipada na resistência: 𝑷𝒅𝒊𝒔𝒔𝒊𝒑𝒂𝒅𝒂 = 𝑹 × 𝑰𝟐

Energia transferida pelo gerador: x I x ∆t

46
25. Associação de componentes em série e em paralelo

Em série

• Amperímetro liga-se sempre em série, e por isso medem todos a mesma


intensidade de corrente.
• A diferença de potencial é igual à soma das d.d.p. nos terminais de todos os
componentes do circuito.

𝐼 = 𝐼1 = 𝐼2 = 𝐼3 = 𝐼4 = ⋯
𝑈 = 𝑈1 + 𝑈2 + 𝑈3 + 𝑈4 = ⋯
𝑅 = 𝑅1 + 𝑅2 + 𝑅3 + 𝑅4 = ⋯

Em paralelo

• Voltímetro liga-se sempre em paralelo, e por isso medem todos a mesma


diferença de potencial
• A intensidade é igual à soma da intensidade de corrente que percorre cada um
dos componentes.

𝑈 = 𝑈1 = 𝑈2 = 𝑈3 = 𝑈4 = ⋯
𝐼 = 𝐼1 + 𝐼2 + 𝐼3 + 𝐼4 = ⋯

26. Geradores de tensão contínua

Geradores são dispositivos capazes de manter uma tensão elétrica ou diferença de


potencial elétrico entre os seus terminais.

Força eletromotriz (V)

É a quantidade de energia transferida pelo gerador (Eg), por unidade de carga elétrica
(q) que o atravessa.

𝐸𝑔
𝜀=
𝑞

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Gerador ideal: a força eletromotriz é igual à d.d.p nos terminais do gerador, a resistência
é nula.

𝜀=𝑈

Força eletromotriz e resistência interna

Gerador real: a d.d.p (U→V) nos terminais do gerador, com a força eletromotriz ( →V) e
a resistência interna (r→Ω), depende da intensidade da corrente (I→A) que atravessa o
gerador.

Tensão aos terminais do gerador: 𝑈 = 𝜀 − 𝑟𝐼


𝜀
Pela lei da conservação da energia: 𝐼 =
𝑅+𝑟

Energia, fenómenos térmicos e radiações

27. Sistema termodinâmico

Sistema Aberto: a fronteira permite trocas de matéria e de energia com a vizinhança.

Sistema Fechado: a fronteira não permite troca de matéria com a vizinhança, mas
permite trocas de energia.

Sistema isolado: a fronteira não permite trocas de matéria nem de energia. Energia
interna mantém-se constante.

Um sistema termodinâmico é um sistema em que se tem em consideração a sua


energia interna (U); é constituído por um número muito elevado de partículas.

𝑈 = 𝐸𝑐(𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜) + 𝐸𝑝𝑔 (𝑝𝑎𝑟𝑡í𝑐𝑢𝑙𝑎𝑠 𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜)

28. Temperatura e equilíbrio térmico

A temperatura é uma propriedade que determina se um sistema está ou não em


equilíbrio térmico com outros.

Microscopicamente, a temperatura do sistema está relacionada com a energia cinética


do sistema:

• Quanto maior a energia cinética média das partículas do sistema, maior é a sua
temperatura.
• Um sistema a temperatura elevada tem mais energia interna do que o mesmo
sistema a temperatura mais baixa.

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Equilíbrio térmico: se dois sistemas forem colocados em contacto, há uma transferência
de energia do sistema que está a uma temperatura mais elevada para o sistema que
está com uma temperatura mais baixa, e ao fim de algum tempo ficam à mesma
temperatura.

Temperatura Elevada Temperatura baixa

Lei zero da termodinâmica: se dois sistemas (A e C) que estejam, cada um deles, em


equilíbrio térmico com um terceiro sistema (B), estão em equilibro térmico entre si.

NOTA: corpos que estão à mesma temperatura não têm necessariamente a mesma
energia interna.

Escalas de temperatura: Celsius e Kelvin

𝑇 = 𝑡 + 273,15
T: temperatura em kelvin (K)
t: temperatura em Celsius (ºC)

A escala de Kelvin, escala da termodinâmica é uma escala absoluta. O zero desta escala
é um zero absoluto, é a temperatura mais baixa possível do universo.

T = 273,15 K → Fusão do gelo NOTA:


Variação 1 K = Variação 1ºC
T = 373,15 K → Ebulição da água

29. Transferências de energia por calor

Calor

É a quantidade de energia transferida espontaneamente, através da fronteira de um


sistema, devido à diferença de temperatura entre o sistema e a sua vizinhança.

• A energia transferida como calor ocorre espontaneamente de um sistema com


temperatura mais alta para um sistema com uma temperatura mais baixa, e
nunca no sentido inverso.

Mecanismos de transferência de energia como calor

Pode-se transferir energia como calor por três mecanismos:

• Condução térmica: mecanismo pelo qual a energia é transferida, por interação de


partículas sem que haja alteração da sua posição média. As partículas de maior
energia cinética cedem energia às de menor energia cinética.
É o principal mecanismo nos materiais sólidos.
• Convecção térmica: mecanismo pelo qual a energia é transferida com o
movimento das partículas de um fluido (líquido ou gasoso), devido a diferenças

49
de densidade das partes mais quentes e mais frias do fluido – correntes de
convecção.
• Radiação: mecanismo pelo qual a energia é transferida através da propagação de
ondas eletromagnéticas (luz).

30. Interação radiação–matéria

A energia do sol é transmitida por radiação.

As radiações eletromagnéticas não precisam de um meio material para se propagarem.

Emissão da radiação

• À temperatura ambiente, todos os objetos emitem, predominantemente,


radiação na zona do infravermelho no espetro eletromagnético.

Absorção da radiação

• Todos os corpos absorvem radiação.


• A absorção de corpos relaciona-se com a sua natureza.

Lei da Conservação da Energia:

𝐸𝑟𝑎𝑑. 𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒 = 𝐸𝑟𝑎𝑑. 𝑟𝑒𝑓𝑙𝑒𝑡𝑖𝑑𝑎 + 𝐸𝑟𝑎𝑑. 𝑎𝑏𝑠𝑜𝑟𝑣𝑖𝑑𝑎 + 𝐸𝑟𝑎𝑑. 𝑡𝑟𝑎𝑛𝑠𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎

• Um corpo opaco a uma radiação não se deixa atravessar por essa radiação, não a
transmite.
• Um corpo transparente a uma radiação deixa-se atravessar por essa radiação,
transmitindo-a.

Radiação e irradiância

Irradiância (W/m2)
𝐸 𝑃𝑖𝑛𝑐𝑖𝑑𝑒𝑛𝑡𝑒
𝐸𝑟 𝑜𝑢 𝐸𝑒 = =
𝐴 × ∆𝑡 𝐴𝑠𝑢𝑝𝑒𝑟𝑓í𝑐𝑖𝑒

Ao valor da irradiância solar média, no topo da atmosfera, chama-se constante solar e


tem o valor de 1367 W/m2.

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Emitância radiante
𝐸𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎 𝐸𝑒𝑚𝑖𝑡𝑖𝑑𝑎
𝑀𝑒 = × ∆𝑡  𝑀𝑒 =
𝐴𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜 𝐴𝑐𝑜𝑟𝑝𝑜
Corpo Branco:

• Mau absorsor de calor → Aquece lentamente


• Mau emissor de calor → Arrefece lentamente
• Baixa emissividade

Corpo Negro:

• Bom absorsor de calor → Aquece rapidamente


• Bom emissor de calor → Arrefece rapidamente
• Elevada emissividade

Células fotovoltaicas

Um painel fotovoltaico é uma associação de células fotovoltaicas que aproveitam a


energia da luz solar para criarem diretamente uma diferença de potencial nos seus
terminais, produzindo uma corrente elétrica contínua.

A diferença de potencial depende da potência da radiação incidente, na área da célula e


na orientação da célula em relação à direção da radiação incidente.

Se a célula for ligada, através de um circuito elétrico, a um recetor, gera-se uma corrente
elétrica contínua.

Maior irradiância → maior potência (𝑈 × 𝐼) → maior U e maior I

31. Condutividade térmica

Condução térmica

Mecanismo pelo qual a energia, como calor, se transfere num material sólido devido à
interação entre as partículas. Esta propagação de energia ocorre sempre das zonas de
maior temperatura para as de menor temperatura.

A condutividade térmica (k → W m-1 K-1) é uma grandeza física, característica de um


material, que está associada à taxa temporal de transferência de energia por calor, por
condução, e depende de:

• Intervalo de tempo (∆t → s): quanto maior este for, maior será a quantidade de
energia transferida
• Diferença de temperatura (∆T → K): quanto maior esta for, maior será a
quantidade de energia transferida

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• Área de secção reta da barra (A →m2): quanto maior esta for, maior será a
quantidade de energia transferida
• Distância ou comprimento (l → m): quanto maior esta for, menor será a
quantidade de energia transferida
• Material: diverge de material para material

𝐸 ×𝑙
𝑘=
∆𝑡 × 𝐴 × ∆𝑇

Taxa temporal de energia transferida:

𝐸 𝐴 × ∆𝑇
= 𝑘 ×
∆𝑡 𝑙

Materiais isoladores e condutores do calor

Bons condutores térmicos: conduzem bem energia, transferem grandes quantidades


de energia. São os metais os materiais que apresentam valores mais elevados de
condutividade térmica, por serem bons condutores térmicos.

Isoladores térmicos: maus condutores de energia, transferem pequenas quantidades de


energia. Ex: madeira

Coletor solar

Um coletor absorve energia da radiação proveniente do sol. Há transferência de energia


por radiação, condução e convecção.

Aplicações:

• Aquecimento de água para aplicação doméstica


• Aquecimento nos dessalinizadores

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32. Capacidade térmica mássica

A capacidade térmica mássica (c) de um material é igual à quantidade de energia


(calor) que é necessário fornecer a uma unidade de massa desse material para elevar a
sua temperatura de um grau, e é uma característica do material.

𝐸 = 𝑚 × 𝑐 × ∆𝑇

Esta expressão só é valida nas situações de arrefecimento ou aquecimento em


que não ocorram mudanças do estado do sistema.

A capacidade térmica (C) é uma grandeza característica de um corpo e relaciona


a quantidade de energia, fornecida como calor, com a variação de temperatura sofrida
pelo corpo:
𝑄
𝐶 =
∆𝑇

33. Transferência de energia por calor com mudança de estado físico

Numa mudança de estado físico de uma substância, a pressão constante a,


temperatura também permanece constante.

Fusão e ebulição da água:

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Variação da entalpia mássica de fusão ∆𝐻𝑓𝑢𝑠ã𝑜 :

Durante a fusão do gelo, a energia fornecida por calor é utilizada para quebrar ligações
entre as moléculas da água no estado sólido (gelo) e não para elevar a sua temperatura.

• É a energia que é necessário fornecer à unidade de massa de


uma substância para que, depois de atingida a temperatura de
fusão, ocorra fusão completa.

A energia fornecida ao gelo tem uma variação de entalpia mássica


positiva: ∆𝐻𝑓𝑢𝑠ã𝑜 > 0 J kg-1

Variação da entalpia mássica de vaporização ∆𝐻𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 :

Durante a ebulição da água, a energia fornecida por calor é utilizada para alterar as
interações entre as moléculas da água e não para elevar a sua
temperatura.

• É a energia que é necessário fornecer à unidade de massa


de uma substância para que, depois de atingida a temperatura
de ebulição, passe na totalidade para o estado gasoso.

A energia fornecida à água tem uma variação de entalpia


mássica positiva: ∆𝐻𝑣𝑎𝑝𝑜𝑟𝑖𝑧𝑎çã𝑜 > 0 J kg-1

34. Primeira e Segunda Leis da Termodinâmica

Primeira Lei da Termodinâmica

A variação da energia interna, ∆𝑈, de um sistema não isolado é igual à soma da energia
transferida por calor, Q, com a energia transferida como trabalho, W.

∆𝑈 = 𝑄 + 𝑊

Energia recebida por um sistema é POSITIVA:

• Q>0
• W>0

Energia cedida por um sistema é NEGATIVA:

• Q<0
• W<0

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Segunda Lei da Termodinâmica

• Um processo que só consista na cedência de energia por calor de um corpo a


temperatura mais baixas para outro a temperatura mais elevada é impossível.
• Nenhum sistema termodinâmico que funcione ciclicamente pode transferir
energia por calor de uma única fonte transformando-a integralmente em
trabalho.
• No universo há uma contínua diminuição de energia útil.

Máquinas térmicas

Produzem trabalho à custa da transferência de energia por calor.

Pela 1ª Lei da Termodinâmica:

0 = 𝑄1 + 𝑄2 + 𝑊  𝑄1 = − 𝑄2 − 𝑊 => 𝑄1 = |𝑄2 | + |𝑊 |

Rendimento de uma máquina térmica:

|𝑊 |
∆𝑈 = × 100
𝑄1

Escrito por Inês Soares, explicadora do Portal da Sabedoria


Setembro 2022

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