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S.R.

DO TURISMO E TRANSPORTES
Portaria n.º 54/2012 de 15 de Maio de 2012

Ao abrigo dos artigos 5.º, n.º 2, 17.º, n.ºs 8 e 2 - A instalação das infraestruturas,
9, e 35.º, n.º 1, do Decreto Legislativo máquinas e, de um modo geral, de todo o
Regional n.º 7/2012/A, de 1 de março, manda equipamento necessário para o
o Governo Regional, pela Secretária funcionamento dos empreendimentos de
Regional da Economia, o seguinte: turismo de habitação e de turismo no espaço
rural deve efetuar-se de modo que não se
Secção I produzam ruídos, vibrações, fumos ou
Objeto cheiros suscetíveis de perturbar ou, de
qualquer modo, afetar o ambiente do
Artigo 1.º empreendimento e a comodidade dos
hóspedes.
Objeto
3 - Os fatores perturbadores ou ruidosos que
1 - A presente portaria estabelece os
decorram do exercício normal, corrente e
requisitos mínimos a observar pelos
regular das atividades próprias das
empreendimentos de turismo de habitação e
explorações agrícolas não são considerados
de turismo no espaço rural.
para os efeitos previstos no número anterior,
2 – A classificação como empreendimentos devendo, no entanto, sempre que possível,
de turismo no espaço rural atenderá ao ser minimizado o seu efeito.
enquadramento paisagístico, às amenidades
Artigo 3.º
rurais envolventes, à qualidade ambiental e à
valorização de produtos e serviços Infraestruturas e equipamentos
produzidos na zona onde o empreendimento
se localize. Os empreendimentos de turismo de
habitação e de turismo no espaço rural
Secção II devem dispor das seguintes infraestruturas e
equipamentos:
Disposições comuns
a) Sistema de iluminação e água corrente
Subsecção I
quente e fria;
Requisitos das instalações
b) Quando o sistema de abastecimento de
Artigo 2.º água seja privativo, os empreendimentos
devem dispor de reservatórios com
Condições gerais de instalação capacidade para satisfazer as necessidades
diárias do empreendimento;
1 - Os empreendimentos de turismo de
habitação e de turismo no espaço rural c) Sistema e equipamentos de segurança
devem observar os requisitos gerais de contra incêndios nos termos de legislação
instalação previstos nos artigos 6.º a 9.º do específica;
Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A, de
1 de março, bem como os previstos na d) Sistema de climatização adequado às
presente portaria. condições climatéricas do local onde se
encontra situado o estabelecimento;

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e) Zona de arrumos separada das zonas 1 - Nos empreendimentos de turismo de
destinadas aos hóspedes; habitação e de turismo no espaço rural deve
existir uma área de receção e atendimento a
f) Sistema de armazenagem de lixos quando hóspedes, devidamente identificada e
não exista serviço público de recolha; destinada a prestar os seguintes serviços:
g) Equipamento de primeiros socorros; a) Registo das entradas e saídas dos
h) Área de estacionamento; hóspedes;

i) Telefone fixo ou móvel com ligação à rede b) Serviço de reservas de alojamento;


exterior na área de receção ou, quando se c) Receção, guarda e entrega aos hóspedes
trate de casas de campo, no escritório de das mensagens, correspondência e demais
atendimento a hóspedes previsto no n.º 2 do objetos que lhe sejam destinados;
artigo 13.º
d) Prestação de informação ao público sobre
Artigo 4.º os serviços disponibilizados.
Dispensa de requisitos 2 - Nas casas de campo os serviços
1 - Para os efeitos do disposto no n.º 1 do previstos no número anterior podem ser
artigo 38.º do Decreto Legislativo Regional prestados num escritório de atendimento, o
n.º 7/2012/A, de 1 de março, relativo à qual pode estar situado fora do
dispensa de requisitos para atribuição da empreendimento, desde que na mesma ilha.
classificação de empreendimento turístico, 3 - O edifício principal dos empreendimentos
considera-se que possuem relevante valor de turismo de habitação deve dispor de uma
arquitetónico ou artístico os imóveis sala de estar destinada aos hóspedes que
característicos da região que: pode ser a utilizada pelo proprietário,
a) Em razão da sua antiguidade, da sua traça explorador ou seus representantes, quando
e dos materiais utilizados traduzam ali residentes.
significativamente a arquitetura erudita ou Artigo 6.º
tradicional;
Unidades de alojamento
b) Sejam manifestações singulares de
diferentes estilos arquitetónicos, 1 - As unidades de alojamento dos
reconhecidos e tipificados como tal, no empreendimentos de turismo de habitação e
âmbito da história da arquitetura. de turismo no espaço rural são quartos ou
suites, exceto no caso do alojamento rural,
2 - Para o efeito do disposto no mesmo em que também podem ser apartamentos e
artigo, considera-se que possuem relevante moradias.
valor histórico ou cultural os imóveis que,
independentemente do seu estilo 2 – Os quartos são duplos ou individuais e
arquitetónico, tenham sido testemunho de devem dispor, no mínimo, de cama, mesa-
importantes eventos históricos, culturais ou de-cabeceira ou solução de apoio
científicos ou possuam, em razão da sua equivalente, espelho, armário, iluminação de
natureza, interesse etnológico ou cabeceira e tomada elétrica.
arqueológico.
3 - Nos empreendimentos de agro-turismo as
Artigo 5.º unidades de alojamento podem ainda ser
edifícios autónomos nos termos previstos no
Zonas comuns n.º 3 do artigo 18.º do presente diploma.
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4 - Quando as unidades de alojamento dos 1 - As instalações sanitárias afetas ou
empreendimentos de turismo de habitação integradas em unidades de alojamento
ou de turismo no espaço rural dispuserem de devem dispor, no mínimo, de sanita, duche
salas privativas, a área mínima exigida para ou banheira, lavatório, espelho, ponto de luz,
as mesmas é de 10 m2. tomada de corrente elétrica e de água
corrente quente e fria.
5 - As unidades de alojamento dos
empreendimentos de turismo de habitação e 2 - As instalações sanitárias afetas ou
de turismo no espaço rural podem integrar-se integradas em unidades de alojamento
num edifício ou num conjunto de edifícios. devem ainda estar equipadas, no mínimo,
com sabonete ou gel de banho.
6 - Nos casos em que as unidades de
alojamento se situem em vários edifícios, Subsecção II
estes deverão estar claramente identificados
como fazendo parte integrante do Requisitos do funcionamento
empreendimento. Artigo 9.º
7 - As unidades de alojamento são Informações
insonorizadas e com janelas ou portadas em
comunicação direta com o exterior. Os empreendimentos de turismo de
habitação e de turismo no espaço rural
Artigo 7.º devem disponibilizar aos hóspedes
Cozinhas informação escrita, em português e em pelo
menos outra língua oficial da União Europeia,
1 - As cozinhas ou pequenas cozinhas sobre:
(kitchenettes) dos empreendimentos de
turismo de habitação e de turismo no espaço a) Condições gerais da estada e normas de
rural devem estar equipadas, no mínimo, utilização do empreendimento, incluindo
com frigorífico, fogão ou placa e micro-ondas, preços dos serviços disponibilizados e
lava-loiça, dispositivo para absorver fumos e respetivos horários, bem como equipamentos
cheiros e armários para víveres e utensílios. existentes à disposição dos hóspedes para a
prática de desportos ou de outras atividades
2 - As cozinhas dos empreendimentos de de animação turística e regras para a sua
turismo de habitação e de turismo no espaço utilização;
rural destinadas a confecionar refeições para
os hóspedes nos termos do disposto no n.º 3 b) Áreas do empreendimento de acesso
do artigo 10.º podem ser as destinadas ao reservado ao seu proprietário, explorador ou
uso do proprietário do empreendimento ou legal representante;
seu representante, quando ali residente. c) Produtos comercializados, sua origem e
3 – Nas kitchenettes das suites, dos preço;
apartamentos e das moradias com fins d) No caso dos empreendimentos de agro-
turísticos, são interditos os aparelhos de turismo, atividades agro-turísticas
confeção de refeições ou de aquecimento disponibilizadas, o seu funcionamento,
que recorram a fluidos combustíveis. horário e condições de participação;
Artigo 8.º e) Património turístico, natural, histórico,
Instalações sanitárias etnográfico, cultural, gastronómico
paisagístico da região onde o
empreendimento se localiza;
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f) Localização dos serviços médicos e das restauração ou de bebidas pequenas
farmácias mais próximas; quantidades de produtos primários,
transformados ou não, nos termos da
g) Meios de transporte público que sirvam o legislação nacional que estabelece e
empreendimento e vias de acesso aos regulamenta derrogações aos regulamentos
mesmos. comunitários relativos à higiene dos géneros
Artigo 10.º alimentícios.

Serviço de refeições Artigo 12.º

1 - Nos empreendimentos de turismo de Fornecimentos incluídos no preço diário


habitação e de turismo no espaço rural é do alojamento
obrigatório o serviço de pequeno-almoço. No preço diário do alojamento está incluído,
2 – Nas casas de campo, o serviço de obrigatoriamente, o pequeno-almoço, o
pequeno-almoço pode consistir no mero serviço de arrumação e limpeza e o consumo
fornecimento aos hóspedes dos artigos ilimitado de água e de eletricidade, desde
alimentares necessários. que inerente aos serviços próprios do
empreendimento.
3 - Devem ainda ser disponibilizados
almoços e jantares, mediante solicitação Artigo 13.º
prévia, sempre que não exista Arrumação e limpeza
estabelecimento de restauração a menos de
5 km, exceto quando se trate de casas de 1 - Nos empreendimentos de turismo de
campo não habitadas pelo proprietário, habitação e de turismo no espaço rural, as
explorador ou seu representante. instalações e os equipamentos devem ser
mantidos em boas condições de higiene,
4 - As refeições servidas nos limpeza e funcionamento.
empreendimentos de turismo de habitação e
de turismo no espaço rural devem 2 - As unidades de alojamento devem ser
corresponder à tradição da cozinha regional arrumadas e limpas diariamente.
e utilizar, sempre que possível, produtos da
região ou da exploração agrícola do 3 - As roupas de cama e as toalhas das
empreendimento. casas de banho das unidades de alojamento
devem ser substituídas:
Artigo 11.º
a) Pelo menos duas vezes por semana;
Comercialização de produtos artesanais e
alimentares b) Sempre que o hóspede o solicite;

1 - Nos empreendimentos de turismo de c) Sempre que haja mudança de hóspede.


habitação e de turismo no espaço rural é Artigo 14.º
permitida a comercialização de produtos
artesanais e gastronómicos produzidos no Atividades complementares
próprio empreendimento ou na região em
1 - Os empreendimentos de turismo de
que se insere.
habitação e de turismo no espaço rural
2 – Os empreendimentos de turismo no podem, com observância do regime jurídico
espaço rural podem fornecer diretamente aos aplicável, exercer atividades de animação
seus utentes, a estabelecimentos de que se destinem exclusivamente à ocupação
comércio a retalho ou a estabelecimentos de de tempos livres dos seus utentes e
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contribuam para a divulgação das Exploração dos empreendimentos de
características, produtos e tradições das turismo no espaço rural
regiões em que os mesmos se situam.
Os proprietários ou entidades exploradoras
2 - Quando as atividades previstas no dos empreendimentos de turismo no espaço
número anterior não se destinem rural, bem como os seus representantes,
exclusivamente à ocupação dos utentes dos podem ou não residir no empreendimento
empreendimentos de turismo no espaço durante o respetivo período de
rural, devem as respetivas entidades funcionamento.
promotoras licenciar-se como empresas de
animação turística. Artigo 17.º

Secção III Casas de campo

Disposições específicas 1 - Nas casas de campo deve existir, pelo


menos, uma instalação sanitária para cada
Artigo 15.º três quartos.

Turismo de habitação 2 - Nas casas de campo, a área mínima dos


quartos individuais é de 7 m2 e a dos quartos
1 - Nos empreendimentos de turismo de duplos de 9 m2.
habitação todas as unidades de alojamento
devem estar dotadas de instalações Artigo 18º
sanitárias privativas.
Agro-turismo
2 - Podem ser instaladas unidades de
alojamento fora do edifício principal, em 1 - Nos empreendimentos de agro-turismo
edifícios contíguos ou próximos daquele e deve existir, pelo menos, uma instalação
que com ele se harmonizem do ponto de sanitária por cada duas unidades de
vista arquitetónico e da qualidade das alojamento.
instalações e equipamentos, desde que 2 - A área mínima dos quartos individuais é
existam pelo menos duas unidades naquele de 7 m2 e a dos quartos duplos de 9 m2.
edifício.
Artigo 19.º
3 - Nas situações previstas no número
anterior, as unidades de alojamento podem, Hotéis rurais
até ao limite de três, integrar-se em edifícios
1 - Os hotéis rurais devem cumprir os
autónomos.
requisitos comuns aos empreendimentos de
4 - A área mínima dos quartos individuais é turismo no espaço rural previstos na presente
de 10 m2 e a dos quartos duplos de 12 m2. portaria e classificam-se nas categorias de 3
a 5 estrelas, de acordo com as normas
5 - A exploração dos empreendimentos de regulamentares aplicáveis aos
turismo de habitação assume natureza estabelecimentos hoteleiros.
familiar pelo facto dos proprietários,
entidades exploradoras ou seus 2 – Os hotéis rurais têm uma capacidade
representantes residirem obrigatoriamente máxima de 30 quartos.
nos empreendimentos, durante o período de
3 - Os hotéis rurais devem ainda dispor de
funcionamento.
instalações, equipamentos e, pelo menos, de
Artigo 16.º uma unidade de alojamento que permitam a

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sua utilização por utentes com mobilidade b) Em edifícios novos, erigidos de raíz (inclui
condicionada. as áreas das instalações sanitárias):

4 – É interdita a instalação de unidades de • quartos individuais: 14,5 m2;


alojamento em edifícios complementares dos
hotéis rurais. • quartos duplos: 19,5 m2;

Artigo 20.º • apartamento em estúdio com duas camas


individuais ou uma de casal: 28m2;
Alojamento rural
• apartamento com um quarto duplo: 40 m2;
1 – São requisitos essenciais do alojamento
rural: • apartamento com mais de um quarto duplo:
nº de quartos × 30 m2.
a) A boa integração na paisagem rural;
3 – As áreas mínimas das moradias são
b) O aproveitamento de património idênticas às que o número anterior
construído, representativo de modelos estabelece para apartamentos.
arquiteturais tradicionais na Região;
4 – É necessária, ainda, a verificação de pelo
c) Espaço verde privativo envolvente, com menos três dos seguintes requisitos:
área não inferior a 50 m2 por unidade de
alojamento; a) Singularidade da paisagem e vista
panorâmica;
d) Demonstração de que as novas
edificações são em escala coerente com as b) Atendimento personalizado dos clientes,
pré-existências; nos moldes da hospitalidade tradicional;

e) A qualidade superior das instalações; c) Exploração da relação do homem com o


meio rural, nomeadamente na vertente das
f) Capacidade máxima de 25 unidades de atividades produtivas agrícolas tradicionais;
alojamento;
d) Equipamentos e serviços intrinsecamente
g) A utilização de edifícios com um máximo relacionados com as especificidades do local
de três pisos; da intervenção;

h) Cumprimento das áreas mínimas previstas e) Valorização de produtos e serviços


no número seguinte; produzidos na zona onde o empreendimento
se localize;
i) Instalações sanitárias privativas em todas
as unidades de alojamento. f) Aplicação de conceitos inovadores, ao
menos na Região, na criação dum produto
2 – Os quartos e apartamentos dos turístico valorizador dos recursos ou da oferta
empreendimentos devem ter as seguintes turística do meio rural.
áreas mínimas:
Secção IV
a) Em edifícios existentes, a reconstruir,
reabilitar ou ampliar (inclui as áreas das Disposições finais
instalações sanitárias):
Artigo 21.º
• quartos individuais: 14,5 m2;
Autorização de abertura − vistorias
• quartos duplos: 16,5 m2;

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1 – Para efeitos de emissão da autorização convocados, exceto no caso previsto no n.º 3
de abertura dos empreendimentos turísticos, do artigo 30.º do Decreto Legislativo Regional
a comissão prevista no artigo 65.º do Regime n.º 7/2012/A, de 1 de março, em que também
Jurídico da Urbanização e Edificação integra é imprescindível a presença do representante
obrigatoriamente representantes da direção da direção regional competente em matéria
regional competente em matéria de turismo, de turismo.
do serviço competente em matéria de
proteção civil e segurança contra incêndios e Artigo 22.º
do delegado de saúde concelhio, os quais Entrada em vigor
devem ser convocados com a antecedência
mínima de oito dias, juntando-se cópia do A presente portaria entra em vigor no dia
levantamento referido no n.º 3 do artigo 30.º seguinte ao da sua publicação.
do Decreto Legislativo Regional n.º 7/2012/A,
Secretaria Regional da Economia.
de 1 de março, se for o caso.
Assinada 30 de Abril de 2012.
2 - Para que a comissão realize a vistoria e
delibere validamente, é suficiente a presença A Secretária Regional da Economia, Luísa
dos representantes do município, desde que Maria Estrela Rego Miranda Schanderl.
os restantes tenham sido regularmente

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