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UFCD - 9185

CUIDADOS DE
ROTINA DIÁRIA E
ATIVIDADES
PROMOTORAS
DO
DESENVOLVIMEN
TO DA CRIANÇA

ENTIDADE FORMADORA: CDCL


Rostos Landal
CARGA HORÁRIA: 25H
FORMADORA: Ana Ramos

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INDICE
UFCD - 9185 ............................................................................................................................. 1
Para a verificação dos materiais não pedagógicos, o/a educador/a deve: ................................. 8
A IMPORTÂNCIA DO ESPAÇO NO JARDIM DE INFÂNCIA ..................................................... 9
.................................................................................................................................................. 9
.................................................................................................................................................. 9
2. DESENVOLVIMENTO DAS ROTINAS COM AS CRIANÇAS ................................................. 11
Entrada, acolhimento e saída das crianças e familiares .......................................................... 12
Atitudes da educadora: ............................................................................................................ 15
CUIDADOS DE HIGIÉNE ........................................................................................................ 16
Apoio na alimentação .............................................................................................................. 17
Os bebés e as crianças aprendem através de uma abordagem ativa enquanto comem.......... 17
A exploração dos alimentos, quando sozinhas, começa pelos dedos. ..................................... 17
A utilização dos dedos tem duas vantagens: não são obrigados a depender completamente de
um adulto e podem manipular diretamente a comida, o que proporciona experiências tácteis
variadas. .................................................................................................................................. 17
As refeições dos bebés e das crianças vão além da mesa necessidade de uma alimentação
nutritiva.................................................................................................................................... 17
• Para os bebés, as refeições proporcionam um contato físico próximo, com um adulto
atento. ..................................................................................................................................... 17
• As crianças mais novas estão, num ambiente calmo e relaxante, formam atitudes positivas
e aprendem competências sociais vitais. Descobrir as texturas, os sabores e o gosto pelo ritual
das refeições, e a consequente interação com os pares, conduz à aprendizagem de
comportamentos adequados à mesa. ...................................................................................... 17
................................................................................................................................................ 17
ACOMPANHAMENTO DE REFEIÇÕES: ................................................................................ 18
Descanso ................................................................................................................................ 19
Cuidados em situação de doença ou acidente ........................................................................ 20
Como diminuir a transmissão de doenças? ............................................................................. 20
O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES? .......................................................................... 21
a) INTOXICAÇÃO POR PRODUTOS TÓXICOS OU ENVENENAMENTO ....................... 22
b) INTOXICAÇÃO ALIMENTAR ....................................................................................... 23
c) AFOGAMENTO ............................................................................................................ 24
d) ASFIXIA ....................................................................................................................... 25
f) FERIDAS ...................................................................................................................... 27
COMO TRATAR .................................................................................................................. 27
g) DESCARGA ELÉTRICA OU QUEIMADURAS ............................................................. 28
O QUE TER NA CAIXA DE PRIMEIROS-SOCORROS? ......................................................... 29
2. ATIVIDADES PROMOTORAS DO DESENVOLVIMENTO COM CRIANÇAS DOS 0 AOS 3
ANOS ......................................................................................................................................... 30
JOGO INFANTIL ..................................................................................................................... 31
JOGOS DE EXERCÍCIOS SENSÓRIO-MOTORES ................................................................ 33
JOGOS DE PENSAMENTO .................................................................................................... 34
JOGOS RELACIONAIS OU FUNCIONAIS .............................................................................. 35
JOGOS DE CONSTRUÇÃO .................................................................................................... 36

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JOGOS SIMBÓLICOS OU “FAZ DE CONTA” ......................................................................... 37
JOGOS DE LINGUAGEM........................................................................................................ 38
IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO CONTEXTO DA RELAÇÃO E DOS CUIDADOS DIÁRIOS À
CRIANÇA ................................................................................................................................ 41
PAPEL DO ADULTO NO BRINCAR ........................................................................................ 42
PAPEL DO ADULTO NO BRINCAR ........................................................................................ 43
SOCIALIZAÇÃO E AUTONOMIZAÇÃO DA CRIANÇA ............................................................ 44
SOCIALIZAÇÃO E AUTONOMIZAÇÃO DA CRIANÇA - DESCOBERTA DO MUNDO
NATURAL ............................................................................................................................... 45
AUTO-REGULAÇÃO ............................................................................................................... 46
AUTONOMIA........................................................................................................................... 47
INDEPENDÊNCIA ................................................................................................................... 47
• Independência é a faculdade de decidir sem depender de outras pessoas. Uma pessoa
pode ser mais ou menos independente em decorrência não só da quantidade e da qualidade
de informações disponíveis para tomar a melhor decisão, mas também da sua
autodeterminação e prontidão para tomar decisões numa determinada situação. ................... 47
• E os hábitos de independência que forem incentivados desde cedo, ajudarão a criança a
tornar-se um adolescente e, mais tarde, um adulto mais responsável, bem resolvido,
organizado e proativo. ............................................................................................................. 47

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OBJETIVOS

 Identificar os materiais lúdico-didáticos e equipamentos


necessários para o exercício da atividade de ama.

 Planificar as rotinas diárias e as atividades promotoras do


desenvolvimento das crianças.

 Desenvolver as atividades lúdico-didáticas relacionando-as com


o quotidiano das crianças na família e comunidade.

 Reconhecer a importância da integração dos valores e princípios


educativos na atividade de ama.

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[Escreva texto]

1. FORMAS DE ORGANIZAÇÃO DO
ESPAÇO FÍSICO, DO EQUIPAMENTO E
MATERIAL NECESSÁRIO AO EXERCICIO
DA ACTIVIDADE DE AMA

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 As creches devem dispor de mobiliário e equipamento


com caraterísticas adequadas ao
conforto e estimulação, de acordo com a sua fase
evolutiva.

 O equipamento a utilizar pelas crianças deve


possuir as seguintes características:

A. Ser adequado à idade e acessíveis - para permitir


o acesso e a arrumação do material pedagógico;

B. Ser estável - cómodo e seguro, facilitando uma correcta postura;

C. Garantir condições de higiene;

D. Ser simples e sem arestas agressivas.

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ATIVIDADES E JOGOS PEDAGÓGICOS


 A criança adquire noções concretas e exatas do mundo que a
rodeia
 por meio de exercícios sensoriais.

 Nada melhor para exercitar os sentidos do que por a criança em


contacto direto com a natureza, fazendo-a observar as árvores,
flores, pássaros, etc.

 Tem a finalidade de obter uma maior destreza e agilidade


(motricidade).

 Necessidade de experienciar o mundo através do brincar, quer


fisicamente através dos sentidos quer através da imaginação e
criatividade.

 “Área" é um termo habitual na educação pré-escolar para


designar formas de pensar e organizar a intervenção do
educador e as experiências proporcionadas às crianças.

 As áreas de conteúdo supõem a realização de atividades, dado


que a criança aprende a partir da exploração do mundo que a
rodeia.

 Se a criança aprende a partir de ação, as áreas de conteúdo são


mais do que áreas de atividades pois implicam que a ação seja
de descobrir relações consigo própria, com os outros e com os
objetos, o que significa pensar e compreende.

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[Escreva texto]

Para a verificação dos materiais não pedagógicos,


o/a educador/a deve:

 Elaborar uma lista dos materiais não pedagógicos necessários


em
cada espaço, os existentes e os que estão em falta;

 Verificar no final de cada semana, num momento de rotina


previamente definido, das listas de materiais existentes e em
falta em cada espaço;

 Providenciar a existência de folhas próprias para requisição de


materiais e de local próprio para os entregar.

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[Escreva texto]

A IMPORTÂNCIA DO ESPAÇO NO
JARDIM DE INFÂNCIA

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A organização do espaço, no jardim-de-infância, reflete as intenções


educativas do educador, por isso os contextos devem promover
aprendizagens significativas, alegria, gosto pelo espaço e que
potenciem o desenvolvimento integrado das crianças que neles vão
passar grande parte do seu tempo.
Pode e deve-se criar novas áreas indo ao encontro do interesse do
grupo, mediante os projetos educativos.
As mudanças devem ser realizadas em cooperação, porque desta
forma familiarizam-se com o espaço e participam no processo de
organização.

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[Escreva texto]

2. DESENVOLVIMENTO DAS ROTINAS


COM AS CRIANÇAS

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[Escreva texto]

Entrada, acolhimento e saída das crianças e


familiares
A adaptação à creche nem sempre é fácil, pelo que deverá ser um
processo antecipado e progressivo de preparação entre os pais, a
criança, a educadora e os auxiliares.
Geralmente, os bebés têm mais facilidade em se adaptar ao que é
novo. Quanto mais cedo a criança entrar para a creche, mais fácil
será a sua adaptação.
Nos primeiros dias, a criança, tal como os pais, pode sentir alguma
dificuldade, o que pode provocar sintomas de mal-estar, tais como:
.
ansiedade ou angústia, falta de apetite, perturbação do sono, etc

Para facilitar a adaptação das crianças à


creche, existem diferentes estratégias:
Por norma, aconselha-se os pais a que nos primeiros dias a criança
fique poucas horas na creche – processo gradual de tempo – facilita a
integração da criança e a adaptação dos pais à nova rotina.
Se a criança tem um objeto de transição (boneco, fralda de pano, etc.)
é importante que este a acompanhe para a creche, pois são usados
por si como um suporte na conquista da autonomia, uma vez que são
uma espécie de substituto materno e permitem à criança organizar-se
na ausência das figuras de referência.
Normalizar o processo juntos dos pais.

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[Escreva texto]

Entrada, acolhimento e saída das


crianças e familiares

Será que o meu filho vai ficar


bem?
Será que ele se vai esquecer de
nós?
Será que vai comer direitinho?
Será?????

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Há sempre um adulto na sala com quem a criança irá criar laços


afectivos mais fortes e intensos, a esta situação chama-se Vinculação:

1. A segurança e o sentido de proteção irão promover a


serenidade e a tranquilidade sempre que vai para a creche.

2. Neste período de ansiedade de separação e de angústia, a


criança pode mostrar relutância em deixar a mãe, ao ser
rabugenta e difícil de consolar, contudo este comportamento da
criança acabará por desaparecer.

Conselhos aos pais:


• A sua atitude vai influenciar a adaptação do seu filho; não se mostre
ansioso nem preocupado, procure responder às dúvidas e explique
que irá buscá-lo, evitando explicações e conversas que possam
“levantar inseguranças”.
• Se o seu filho fizer birra, dizendo que não quer ir para a escola, não
ceda.
• Despeça-se sempre do seu filho e, depois sai logo da sala.
• Cumpra sempre tudo o que promete ao seu filho, procurando nunca
chegar atrasado em relação ao que combinou com ele, principalmente
nas primeiras semanas.
• Apesar das diferenças individuais, esta fase é transitória e
rapidamente a criança se habitua à rotina.

• O momento de chegada da criança à creche é uma oportunidade


propícia para a avaliação de vários aspetos pertinentes a ela, como
sinais e sintomas sugestivos de doenças, a sua relação com
familiares e o comportamento da equipa frente a esses elementos.
• Podemos observar ainda na criança a sua maturidade para o
desligamento temporário da família, a presença ou a ausência de
laços afetivos desta com seus familiares e o nível de relacionamento e
valorização entre creche, criança e família.

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Atitudes da educadora:

 Ao encontrar-se com o bebé deve demonstrar aproximação,


respeito, afeto, sem ansiedade nem agonia.

 Deve saber o nome da criança antes da sua chegada à creche.

 Deve criar um clima de segurança afetiva individual e coletiva.

 Deve manter tranquilidade diante de manifestações de falta de


adaptação da criança (raivas, choros, falta de apetite), mas sem
abandono.

 Deve prestar uma atenção individualizada, mas não exclusiva,


sobretudo nos momentos cotidianos compreendendo como
momentos de grande importância para a relação individual-
afetiva: chegadas, despedidas, refeições.

 Deve possuir um conhecimento da criança através de: entrevista


com ao pais, observação da criança e das suas reações.

 Deve transmitir confiança e segurança aos pais.

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CUIDADOS DE HIGIÉNE

• Organizar as crianças nos diferentes espaços consoante as


características das mesmas (comportamento, desenvolvimento
físico e cognitivo, relações de amizade, etc.), quer em sala quer
no refeitório;

• Identificar todas as chuchas com os nomes das crianças e


colocadas em local adequado.

• Esterilizar as chuchas regularmente, pelo menos uma vez por


semana;

• Preservar a limpeza e identificar o local de arrumação de cada


material e equipamento necessário no refeitório (louça, talheres,
copos e babetes);

• Manter as casas-de-banho limpas e adaptadas ao grupo.

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[Escreva texto]

Apoio na alimentação

Os bebés e as crianças aprendem através de uma abordagem


ativa enquanto comem.

A exploração dos alimentos, quando sozinhas, começa pelos


dedos.

A utilização dos dedos tem duas vantagens: não são obrigados a


depender completamente de um adulto e podem manipular
diretamente a comida, o que proporciona experiências tácteis
variadas.

As refeições dos bebés e das crianças vão além da mesa


necessidade de uma alimentação nutritiva.

• Para os bebés, as refeições proporcionam um contato físico


próximo, com um adulto atento.

• As crianças mais novas estão, num ambiente calmo e relaxante,


formam atitudes positivas e aprendem competências sociais
vitais. Descobrir as texturas, os sabores e o gosto pelo ritual das
refeições, e a consequente interação com os pares, conduz à
aprendizagem de comportamentos adequados à mesa.

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[Escreva texto]
.
ACOMPANHAMENTO DE REFEIÇÕES:

Segurar e prestar uma atenção plena ao bebé.

A hora do biberão é uma altura fundamental para que os


educadores e o bebé estabeleçam laços de ligação
fortes. Esta intimidade física e emocional permite aos
educadores desenvolverem o sentido de confiança e de
segurança da criança.

Apoiar o interesse dos bebés mais crescidos em


comerem sozinhos,ainda que isto signifique que usem os
dedos ou as mãos.

Juntar-se às crianças na mesa das refeições.

Envolver as crianças mais velhas na tarefa de pôr e


levantar a mesa.

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[Escreva texto]

Descanso

A sesta proporciona o descanso necessário para o saudável


crescimento e desenvolvimento das crianças.

• Dormir ajuda a restabelecer a sua boa disposição e a recarregar


energias físicas e emocionais.

• Os bebés mais pequenos poderão ter necessidades de fazer duas


ou três sestas diárias, ao passo que, para os mais crescidos um
momento de descanso depois do almoço será suficiente.

• As crianças que geralmente têm um período de sono mais curto


deverão ficar mais perto da porta da sala, para que quando
acordem possam sair da sala e dirigir-se à casa de banho sem
perturbar o sono das restantes.

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[Escreva texto]

Cuidados em situação de doença ou


acidente

Há uma probabilidade maior de as crianças se infectarem ao


frequentarem uma creche, infantário ou jardim de infância.

Estas infeções tratam-se, afinal, de «vacinas naturais» que os


nossos filhos vão fazendo ao longo da estação fria. Sendo que os
não frequentadores destes espaços também não estão totalmente
protegidos (e ainda bem, caso contrário não desenvolviam a sua
imunidade), pois são os pais e irmãos que se encarregam de
partilhar com eles «a bicharada».

O tempo frio e chuvoso, as variações de temperatura,


provocam instabilidade das defesas a nível local (nariz, boca,
garganta), especialmente nas crianças que, por exemplo, têm o
nariz obstruído, ou que usam chupeta e, por isso, têm uma má
oclusão dentária.

Como diminuir a transmissão de doenças?

 É importante arejar bem os espaços;

 Deve proteger-se as crianças do frio, contudo poderão brincar


ao ar livre, desde que não esteja chuva ou vento, porque
enquanto correm e desenvolvem atividade muscular não se
constipam.

 É importante detetar as crianças que estão doentes, não as


levando no dia seguinte. O mesmo se aplica aos funcionários
doentes.

 O combate ao pó, através da escolha de materiais, da


limpeza e o armazenamento dos brinquedos.

 A higiene na mudança das fraldas é fundamental, sempre,


mas com particular realce quando há surtos de
gastroenterites.

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[Escreva texto]

O QUE FAZER EM CASO DE ACIDENTES?

 Intoxicação por produtos tóxicos ou envenenamento

 Intoxicação alimentar

 Afogamento

 Asfixia

 Queda ou traumas

 Descarga elétrica ou queimaduras

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[Escreva texto]
a) INTOXICAÇÃO POR PRODUTOS TÓXICOS OU
ENVENENAMENTO

Prevenir:

 Guardar sempre os produtos tóxicos e


de limpeza em locais inacessíveis e
tenha cuidado;

 Nunca coloque bebidas alcoólicas, detergentes,


lixívia, insecticidas ou pesticidas em garrafas de
água ou de refrigerantes usadas, porque as crianças
podem ingerir o produto pensando ser água ou
sumo;

 Todos os medicamentos devem ser guardados em


lugares altos e bem fechados. Não os tome à frente das
crianças, pois estas tendem a imitar o comportamento
adulto.

COMO TRATAR

 Reconhecer os sinais de envenenamento: alteração do


comportamento, perda de consciência, tonturas, vómitos,
queixas de queimaduras e/ou dores;

 A actuação imediata pode evitar que a substância ingerida


entre na corrente sanguínea;

 Nem todas as situações se resolvem com o vómito – ex.


lixívia;

 Ligar imediatamente para o Centro de Informação


Antivenenos (CIAV) e explicar de forma rigorosa o que
aconteceu

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[Escreva texto]

b) INTOXICAÇÃO ALIMENTAR

COMO PREVENIR

 Lavar as mãos, utensílios e superfícies com água quente e


detergente antes e depois da preparação de alimentos;

 Os vegetais devem ser bem lavados em água corrente;

 Manter a carne, aves, ovos e peixe ou marisco crus longe dos


alimentos prontos a comer;

 Nunca pôr alimentos cozinhados em pratos previamente


utilizados por alimentos crus;

 Cozinhar até que se alcance uma temperatura de 75ºC.

 A maioria das bactérias cresce bem entre os 5 e os 60ºC – não


deixar à temperatura
ambiente por mais de duas horas.

 Apenas se deve descongelar no frigorífico ou através do


microondas.

COMO TRATAR

 Reconhecer os sinais de envenenamento: alteração do


comportamento, perda de consciência, tonturas, vómitos,
queixas de queimaduras e/ou dores;

 A actuação imediata pode evitar que a substância ingerida entre


na corrente sanguínea;

 Nem todas as situações se resolvem com o vómito – ex. lixívia;

 Ligar imediatamente para o Centro de Informação Antivenenos


(CIAV) e explicar de forma rigorosa o que aconteceu;

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[Escreva texto]

c) AFOGAMENTO

COMO PREVENIR

 Perto da água, não perder as crianças de vista e não facilitar


o acesso a piscinas, banheiras, lagos, tanques, poços,
fossas, baldes e alguidares sem supervisão;

 Escolher praias e piscinas vigiadas e cumprir a sinalização


das bandeiras. Redobrar os cuidados em praias, de mar ou
fluviais, que não estejam vigiadas;

 Ensinar as crianças a nunca nadarem sozinhas e a não


mergulharem sem conhecerem a profundidade da água;

COMO TRATAR

 Retirar, se possível, a criança de dentro de água, colocá-la


sobre uma superfície estável e rígida e ligar o 112. Transmitir
ao técnico do INEM toda a informação possível;

 Se não estiver ninguém presente que saiba de reanimação


cardio-respiratória, é preferível que nenhuma pessoa toque
na vítima antes da chegada do socorro;

 No caso de inconsciência e perda de respiração, a


reanimação passa pelas compressões torácicas, de forma a
manter a circulação sanguínea e oxigenar os órgãos vitais;

 A tradicional respiração boca-a-boca não é aconselhada


pelos profissionais de socorrismo, dando-se preferência às
compressões

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[Escreva texto]

d) ASFIXIA

COMO PREVENIR

 Não deixe objectos de pequenas dimensões no chão ou ao


alcance das crianças;

 Os brinquedos devem ser suficientemente grandes para não


poderem ser engolidos e suficientemente resistentes para
não lascarem ou partirem;

 Tenha atenção ao tamanho dos pedaços de alimentos que


lhe oferece e não permita que ela “petisque” do prato dos
adultos sem vigilância.

COMO TRATAR

 Num bebé, deverá virá-lo de barriga para baixo em cima do


seu braço e dar-lhe algumas pancadas na zona das
omoplatas, para provocar a saída do objecto. Numa criança
crescida, a manobra deverá ser idêntica, mas realizada com
ela de pé;

 Deve incentivar a criança a tossir com toda a força. Este é o


mecanismo natural que o corpo tem para expelir o objecto
estranho e funciona quase sempre;

 Logo que a criança dê sinais de prostração, mesmo leves,


peça ajuda via 112. Bastam uns minutos para que perca a
consciência por falta de oxigénio e qualquer segundo pode
se fatal.

 Se, mesmo com a retirada do objecto, a criança continuar


inconsciente, coloque-a de lado (para evitar a queda da
língua e a aspiração de vómito)...

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[Escreva texto]

e)QUEDA OU TRAUMA
COMO TRATAR
 Quando existem dúvidas sobre a gravidade da situação ou
se é impossível ou discutível transportá-la sem a ajuda de
meios médicos, liguar imediatamente o 112– orientação no
modo de transporte e socorro;

 É importante que quem ligar para o 112 informe o técnico de


eventuais patologias anteriores da criança e se, entretanto,
foi realizada alguma manipulação ou dado alguma
substância ou medicamento.

 Na dúvida, e se possível, não toque na criança até a


chegada do INEM;

 Nos casos menos graves, os técnicos de saúde, seja por


telefone ou presencialmente, alertarão para alguns sinais a
que é importante manter atenção nas horas e dias seguintes
ao acidente: sonolência, apatia, vómitos, desorientação, vista
turva ou apatia.

COMO PREVENIR

 Observar os ambientes quotidianos com «olhos de criança» e


elimine os perigos visíveis: arestas, escadas desprotegidas,
fornos e fogões acessíveis, camas sem grades, fios soltos...

 Não se limitar a proibir as crianças de fazerem isto ou aquilo:


ensine-as e alerte-as para os riscos que certos actos ou
situações envolvem, para que desenvolvam a noção de perigo,
de comportamentos perigosos e atitudes seguras;

 Sempre que necessário, explicar à criança porque é que as


acções dos adultos lhe são permitidas e a ela não;

 Dar o exemplo - se a si não lhe apetece pôr o cinto de


segurança porque a viagem de carro é pequena, muito
dificilmente elas o farão. E está provado que a maior parte dos
acidentes graves se dão em trajectos curtos…

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[Escreva texto]

f) FERIDAS

COMO TRATAR

 Estancar a hemorragia - pegar num pano limpo ou em


compressas e fazer pressão

 Em seguida, há que lavar muito bem a ferida de toda a


sujidade, com água ou, na falta dela, soro fisiológico;

 Desinfectar com solução dérmica, colocar um penso por


cima e mudá-lo todos os dias até que a ferida comece a
ganhar crosta. Logo que a crosta apareça e a ferida tenha
bom aspecto, deve-se deixá-la ao ar;

 Quando mudar a ferida, observa-la e se notar alguns sinais


de contaminação – cor, cheiro ou aspecto inflamado –
convém levar a um profissional. Nunca esprema uma ferida
nessas condições ou arranque a crosta.

27
[Escreva texto]

g) DESCARGA ELÉTRICA OU QUEIMADURAS

Como prevenir

 Procurar evitar que a criança aceda a locais onde existem


chamas ou fontes de calor tais como fogões, lareiras,
aquecedores, etc;

 Todas as tomadas eléctricas devem ter ligação terra e


protectores adequado.

COMO TRATAR

 Perante um foco de fogo, caso não haja um extintor, deve-se


abafar a criança com Um cobertor.

 Retirar o vestuário, mas tenha em atenção que o que ficou


preso à pele só deverá ser tirado no serviço de urgência;

 Aplicar água fria continuamente... Nunca usar gorduras;

 Proteger a pele queimada com gaze normal, chamar o INEM


ou, se possível, levar a criança o mais rapidamente possível
a um serviço de urgência:

 Algumas queimaduras causam bolhas que não devem ser


retiradas a não ser pelos profissionais.

 As queimaduras causam dores violentas. Para diminuir a dor,


aplicar de imediato um supositório igual ao usado
habitualmente para a febre;

 Ninguém deve precipitar-se para cima da criança, pois se a


electricidade ainda permanece o adulto pode ficar também
electrocutado;

 Cortar a corrente no disjuntor ou afastar a criança da tomada


ou do fio tocando-lhe com um objecto não condutor de
electricidade (madeira ou plástico).

28
[Escreva texto]

O QUE TER NA CAIXA DE PRIMEIROS-SOCORROS?

 Fuja do algodão e da água oxigenada. O primeiro


deixa filamentos e a segunda pode ser facilmente
substituída por água ou soro e não desinfecta da forma
como os nossos pais e avós pensavam.
 Compressas e Ligaduras
 Termómetro digital
 Solução dérmica para desinfecção
 Hidróxido de alumínio para regular o excesso de acidez no
estômago
 Analgésico e Antidiarreico
 Antipirético – paracetamol sob a forma de xarope ou supositório
 Pomada anti-histamínica
 Soro fisiológico

29
[Escreva texto]

2. ATIVIDADES PROMOTORAS
DO DESENVOLVIMENTO COM
CRIANÇAS DOS 0 AOS 3 ANOS

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[Escreva texto]

JOGO INFANTIL

 Antigamente, os jogos não eram entendidos como parte de


um trabalho escolar e nem valorizado como prática
educativa.

 Com o passar do tempo, os jogos infantis assumiram um


papel relevante no que concerne às atividades
qoutidianas das crianças, relacionadas com cada etapa do
seu desenvolvimento físico e mental.

 Os jogos favorecem o domínio das habilidades de


comunicação, nas suas várias formas, facilitando a auto-
expressão, encorajam o desenvolvimento intelectual por
meio do exercício da atenção e também pelo uso progressivo
de processos mentais mais complexos, como a comparação
e a discriminação, e pelo estímulo à imaginação.

 Através da imaginação, do “faz-de-conta”, tudo é possível


de ser realizado.

31
[Escreva texto]

JOGOS SENSORIAIS

Piaget propõe uma classificação dos jogos baseada na evolução das


estruturas mentais através de três tipos de categorias:

 Jogos de exercícios – 0 a 1 ano

 Jogos simbólicos – 2 aos 6/7 anos

 Jogos de regras – 7 aos 12 anos.

Jogos de Exercícios

 Não incluem intervenção de símbolos ou ficções e nem de


regras;

 A criança executa simplesmente pelo prazer que encontra na


própria atividade, e não com o objetivo de adaptação.

 Age para se satisfazer.

 Piajet divide-os em duas categorias: Jogos de exercícios


sensório- motores e Jogos exercícios de pensamento.

 Dentro dos jogos de exercícios sensório-motores podemos


distinguir três classes:

• Jogos de exercícios simples.

• Combinações sem finalidade.

• Combinações com finalidades.

32
[Escreva texto]

JOGOS DE EXERCÍCIOS SENSÓRIO-MOTORES

Jogos de exercícios simples.

 Comportamento adaptado pelo simples prazer que se


encontra em repetir tal comportamento – usa a
imitação para se adaptar à realidade, aprender novas
ações (estruturas) ou satisfazer uma necessidade; por
ex.: quando tenta arrastar o corpo e chega próximo ao
objeto que quer (aprendendo a gatinhar) ou quando
tenta novas combinações de sons no espaço de imitar
fonemas adultos “bá, bá, dá, dá”.

 Os jogos de exercícios não têm como finalidade a


imitação, mas divertir e servir- se como instrumento de
realização para fazer funcionar, exercitar, estruturas já
aprendidas. Ex.: quando uma criança sobe e desce
inúmeras vezes uma escada ela repete esta ação pelo
único prazer que encontra em repetir.

COMBINAÇÕES SEM FINALIDADE

 A única diferença entre a primeira classe e a segunda


baseia-se no facto de que a criança não se limita a exercer
simplesmente atividades anteriormente adquiridas, mas
passa a construir com elas novas combinações que são
lúdicas desde o inicio.

COMBINAÇÕES COM FINALIDADE

 Nesses jogos as combinações possuem uma finalidade


predominantemente lúdica.

 Por exemplo: Ao pularem sobre os pneus, procuram


descobrir novas formas de saltar, rolar livremente os pneus,
passar por dentro.

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[Escreva texto]

JOGOS DE PENSAMENTO

Jogo de exercício de Pensamento

 Passagens entre o exercício sensóriomotor, o da inteligência


prática e o da inteligência verbal.

 PIAGET (1994), exemplifica dizendo que uma criança tendo


aprendido a formular perguntas, poderá divertir-se pelo
simples prazer de perguntar (exercício simples). Por outro
lado, poderá relatar algo que não existe pelo prazer de
combinar as palavras sem finalidade (combinações sem
finalidade); ou ainda inventar palavras ou descrições pelo
simples prazer que encontra ao criar (combinações lúdicas
de pensamento com finalidade).

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[Escreva texto]

JOGOS RELACIONAIS OU FUNCIONAIS

• A Psicomotricidade Relacional possibilita a inserção da


criança no meio relacional - as relações que estabelecem
com os pares, o adulto e os objetos.

• São trabalhados aspetos de rotina, disponibilidade


corporal, socialização, reconhecimento do outro no
seu limite, na sua afetividade, agressividade,
frustração, culpa, aspetos motores, relacionais,
entre outros.

• Expressão do consciente e do inconsciente, do real e


do imaginário, que sem as restrições da censura, permitem
aflorar, de forma livre: comportamentos, afirmação da
identidade e de relações com o prazer, com as regras, com
o desejo, com os limites, possibilidades de interação,
permissividade e integração das experiências vivenciadas,
transformadas em pensamentos, artes, atos e atitudes.

• Em Psicomotricidade Relacional, o jogo e a atividade lúdico-


criativa são essencialmente não-verbais – priveligia-se as
expressões corporal e motora, o agir e o não-agir da criança,
articulando-se e interelacionando- se com o contexto.
• Não significa que o sujeito não possa falar, mas apenas se
privilegiam outras formas de comunicação, gestos, mímicas,
posturas corporais, sons diversos, diferenças da linguagem verbal
codificada.
• Considera-se, neste contexto, que embora muitas vezes o
simbolismo da linguagem verbal facilite a compreensão de
conteúdos manifestos, em geral, esconde conteúdos latentes

35
[Escreva texto]

JOGOS DE CONSTRUÇÃO

 São uma etapa de transição entre os jogos simbólicos (faz-


de-conta) e os jogos sociais (jogos de regra).

 permitem à criança explicitar a sua visão do mundo


concretamente, revelando o seu universo interior
(medos, fantasias) por meio das construções.

 Objetivo - desenvolver a criatividade e a capacidade de


elaboração e de expressão, além de conscientizá-los sobre a
importância da reciclagem de materiais.

 Exs. de materiais: latas, embalagens de leite, garrafas


plásticas, tampinhas, jornais e revistas, etc.

 A criança monta prédios, casas, castelos, torres, entre


outros, através da construção em altura, do equilíbrio e dos
princípios autodidatas da Física e da Matemática.

36
[Escreva texto]

JOGOS SIMBÓLICOS OU “FAZ DE CONTA”

 Exercício da autonomia sem ter o adulto como condutor das


ações... as crianças tornam-se protagonistas da sua própria
aprendizagem.

 Podem perceber a diferença entre o Eu e o Outro, e


aproximam o brincar da realidade por elas vivida dentro e
fora do ambiente escolar e acabam por enriquecer as suas
identidades.

 “A imaginação (imagem em ação), amplamente estimulada


no jogo simbólico, é uma capacidade que caracteriza o ser
humano, que o diferencia das demais espécies. Figuras
(imagem) de super-heróis, pais, profissionais e seres
fantásticos são vivenciadas na atuação da criança no seu
faz-de-conta (ação).” Adriana Klisys e Edi Fonseca (2008)

 A criança desenvolve a função simbólica que consiste na


representação de um objecto ausente.

37
[Escreva texto]

JOGOS DE LINGUAGEM

 Podem ser feitos em qualquer lugar, sem o


uso de nenhum material além da
imaginação, do pensamento e da vontade
de brincar.

 Jogos que desafiam o raciocínio e ampliam o vocabulário


das crianças.

 Retirados do livro “O grande livro


dos jogos” (Editora Leitura, 1999),
seguem-se cinco propostas de
dificuldade variadas, que podem
ser realizadas com duas pessoas.
Exemplos:
• O que você viu ontem?
• Nem sim, nem não

38
[Escreva texto]
NEM “SIM”, NEM “NÃO”

• Um singular duelo em que não se pode distrair um só momento.

• Os participantes começam o jogo repetindo as palavras que não


podem dizer durante a partida: “nem sim, nem não”.

• A partir desse momento, cada jogador tenta fazer com que o


outro diga as palavras proibidas, fazendo perguntas de todo tipo, e
toma muito cuidado com as são feitas para ele.

• O primeiro que disser “sim” ou “não” perde, e o outro jogador


ganha 1 ponto.

• A lista de palavras proibidas vai-se ampliando, para tornar o


jogo mais difícil, conforme avançam as partidas. As proibições
mais comuns são “Nem sim, nem não”, “Nem branco, nem preto”,
“Nem ouro, nem prata”, ainda que se possa acrescentar todas as
que se queira.

O que você viu ontem?


• Promove a curiosidade e as capacidades verbal e de abstração.
• Escolher um jogador para ser interrogado. Os demais fazem as
perguntas.
• O jogador a quem se vai interrogar escolhe um objeto ou uma
pessoa que viu no dia anterior. Ex.: “Ontem vi um animal.”
• Os outros jogadores fazem perguntas, um de cada vez, para
adivinhar o que o companheiro viu. Este apenas responde “sim” ou
“não”.
• O que adivinhar, ocupa o seu lugar e escolhe um “tema” para
ser interrogado.

39
[Escreva texto]

3. Planeamento das rotinas diárias


e das atividades promotoras do
desenvolvimento.

40
[Escreva texto]
IMPORTÂNCIA DO BRINCAR NO CONTEXTO DA RELAÇÃO E
DOS CUIDADOS DIÁRIOS À CRIANÇA

• Atualmente, o brincar fica relegado para segundo


plano e a preocupação dos pais recaí sobretudo em saber se os
filhos estudaram ou não, sem perceberem que nenhuma criança
desenvolverá todo o seu potencial se a brincadeira não fizer parte
da sua vida.

• Por intermédio da brincadeira, a criança explora e


reflete sobre a realidade e a cultura na qual está inserida,
interiorizando-a.

• Brincar é uma forma segura das crianças encenarem


os seus medos, as suas angústias e a sua agressividade e de
tentarem elaborar e resolver os seus conflitos internos.

• Os jogos de perder e ganhar permite trabalhar a


resistência à frustração.

41
[Escreva texto]

PAPEL DO ADULTO NO BRINCAR

• Os pais têm um papel fundamental no que respeita à


preparação dos espaços, à seleção dos brinquedos e dos
contextos a serem explorados, proporcionando à criança um
ambiente de qualidade e enriquecedor da imaginação infantil, que
estimule as interações sociais com os pares, familiares e amigos.

• Importa lembrar que enriquecedor não significa


proporcionar brinquedos caros, mas meios que permitem a
exploração de diferentes linguagens como a musical, corporal,
gestual, escrita, etc.

42
[Escreva texto]

PAPEL DO ADULTO NO BRINCAR

• O adulto pode e deve participar na brincadeira,


uma vez que o seu envolvimento não só estreita os laços afetivos
com a criança como também aumenta o seu nível de interesse e
motivação.

• Na interação, o adulto tem oportunidade de conter


e ajudar a criança na elaboração das inquietações que surgirem
durante a brincadeira, bem como enriquecer e estimular a
imaginação da criança, despertando-lhe ideias e questionando-
a para a descoberta de soluções.

43
[Escreva texto]

SOCIALIZAÇÃO E AUTONOMIZAÇÃO DA CRIANÇA

• A socialização é o processo através do qual a criança


desenvolve hábitos, competências, valores e motivos que os
tornam membros responsáveis e produtivos da sociedade.

• A obediência às expectativas parentais é o primeiro


passo no sentido da obediência às regras sociais.

• A internalização dessas regras é essencial para que


as crianças
aceitem os padrões sociais de conduta como se fossem seus.

• Mais tarde, elas tornam as suas as regras sociais.

44
[Escreva texto]
SOCIALIZAÇÃO E AUTONOMIZAÇÃO DA CRIANÇA -
DESCOBERTA DO MUNDO NATURAL

A Catarina está prestes a meter o seu dedo numa tomada


eléctrica. No seu apartamento “à prova de criança” as tomadas
estão tapadas, não acontecendo o mesmo em casa da sua avó.
Quando a Catarina ouve o seu pai gritar “Não” ela afasta o seu
braço para trás. Na vez seguinte quando se aproxima de uma
tomada eléctrica e começa a apontar o seu dedo, hesita e ela
própria diz “Não”.

• Ela impediu-se a si própria de fazer algo que se lembrou não ser


suposto fazer.

• Ela está a começar a revelar auto-regulação:

45
[Escreva texto]

AUTO-REGULAÇÃO

• Controlo do seu próprio comportamento para se conformar às


exigências ou expectativas da figura parental, mesmo quando
esta não está presente.

• É a base da socialização e integra todos os domínios do


desenvolvimento – físico, cognitivo, social e emocional.

• Até ao momento em que a Catarina não estava fisicamente


capaz de se movimentar por si própria, as tomadas eléctricas
não constituiam qualquer perigo. Impedir-se de introduzir o dedo
numa tomada exige que ela compreenda conscientemente e
recorde a ordem do pai. Contudo, a consciência cognitiva não
é suficiente; restringir-se a si própria requer também controlo
emocional.

46
[Escreva texto]
AUTONOMIA

• A autonomia é a condição de domínio do ambiente físico e


social, preservando ao máximo a privacidade e a dignidade da
pessoa que a exerce. E um conceito que determina a liberdade
de indivíduo em gerir livremente a sua vida, efetuando
racionalmente as suas próprias escolhas.

• O desenvolvimento da autonomia da criança acontece aos


poucos e pode ser incentivado ao deixar a criança a escovar os
dentes sozinha, atar os cordões e outros procedimentos de
rotina.

INDEPENDÊNCIA

• Independência é a faculdade de decidir sem depender de outras


pessoas. Uma pessoa pode ser mais ou menos independente em
decorrência não só da quantidade e da qualidade de informações
disponíveis para tomar a melhor decisão, mas também da sua
autodeterminação e prontidão para tomar decisões numa determinada
situação.
• E os hábitos de independência que forem incentivados desde cedo,
ajudarão a criança a tornar-se um adolescente e, mais tarde, um
adulto mais responsável, bem resolvido, organizado e proativo.

47
[Escreva texto]

Gradualmente, a criança torna-se capaz de assumir


algumas tarefas e a sua autonomia:

• 2 a 3 anos: já é capaz de trocar brinquedos com os


amigos e não mais tomá-los à força, de se sentar à mesa durante o
lanche e de se alimentar sozinha.

• 3 a 4 anos: ela é capaz de cumprir regras de


convivência construídos coletivamente e realizar tarefas
como carregar a própria mochila e tirar o material escolar.
Pode ainda ir ao WC com a supervisão de um adulto.

• 4 a 5 anos: Manuseia os objetos pessoais e


quando tem dificuldade motora solicita ajuda. Também tem
condições de escolher com o que vai brincar. Trocar de
roupa, ir ao WC e entender algumas regras sociais, ajuda o
professor na escola e participa de atividades em grupo.

• 5 a 6 anos: Já é capaz de escolher os amigos


e as brincadeiras, e também já pode ser responsável
pelos seus materiais e brinquedos, escovar os dentes
sozinha, etc.

48
[Escreva texto]

E como é que os pais podem ajudar as crianças a ter


autonomia?

• Incentivando a criança a
executar tarefas que tenha
capacidade de realizar sozinha,
bem como a aprender coisas
novas.

• Parabenizar a cada iniciativa com sucesso.

• Demonstrar interesse pelas coisas realizadas pela criança

• Não a privar da dificuldade, mas ajudar a superá-la.

• Acompanhar o desenvolvimento da criança, não


retardando processos que ela já
tem maturidade para executar.

• Não cobrar da criança o que ainda não é da sua


competência.

• Dialogar com a criança em situações de conflito.

49
[Escreva texto]
É importante...

• Deixe a criança arrumar-se sozinha:


vestir e calçar-se sozinha faz com que a
criança desenvolva a coordenação
motora, a lateralidade e a organização do
pensamento lógico.

• Tomar banho e lavar os dentes sozinha: é uma atividade


em que a criança precisa
aprender com calma e paciência, orientar e supervisionar
mas deixar...

• Ensine a criança a fazer escolhas: demonstre


vista, as suas ideias; mantenha também o diálogo
com a criança e pare para ouvir os seus
argumentos.

• Incentive a resolver pequenos problemas:


permita que as crianças superem sozinhas
pequenas dificuldades sem interferir (mas claro,
sem deixar de as proteger em situações de
perigo).

50
[Escreva texto]

IMPORTÂNCIA DA GARANTIA DA
CONTINUIDADE DAS ROTINAS DA
CRIANÇA NA AMA E NA FAMÍLIA

51
[Escreva texto]

DOS 0 AOS 3 MESES

• Descobre e usa muito as mãos.

• O sorriso como um reflexo involuntário.

• Gosta de cantigas de embalar.

• Aprecia cores vivas e movimentos.

• É frequente a presença de cólicas.

DOS 3 AOS 6 MESES

• Emite muitos sons e gosta de palrar.


• Aos 3 meses o bebé já sorri com intenção.
• Tenta alcançar com o corpo o objeto para o qual está a olhar.
• Descobre a forma, o tamanho, o peso e a textura.
• É estimulado através da relação com os pais e outras pessoas.
• Gosta de brinquedos com textura e sons e de brincar no banho.
• Aprecia os sons e jogos de surpresa, como o "cucu!".
• Começa a ser capaz de comer papas.
• Por volta dos 6 meses já rebola. rebola.

52
[Escreva texto]

DOS 6 MESES AO 1º ANO

• Nesta fase o bebé começa a gatinhar, podendo mesmo


começar a andar.
• Por volta dos 8 meses, o bebé pode estranhar pessoas
desconheidas.
• Gosta bastante de atividades do tipo "aparece e desaparece" e
"onde está?" e As escondidas.
• Começa a ter um brinquedo preferido, que o acalma quando
fica mais agitado.
• Experimenta a independência e atreve- se a fazer algumas
coisas sozinho.
• Já percebe que os objetos que saem da sua frente não
desaparecem e, por isso, procura-os.
• Atira objetos para o chão para adquirir a noção de causa -
efeito. Larga e vê o que acontece – exploração do meio.
• Já faz pinça com os dedos, apanha objetos pequenos.
• Imita os adultos, repete sons e já diz algumas palavras.
• Experimenta os sons podendo, por vezes, gritar.
• O brincar passa a ter muita importância e até às refeições
arranja motivos.
• Deve-se descer o estrado da cama, pois o bebé pode começar
a querer levantar-se agarrado às grades.
• As tomadas elétricas e os cantos dos móveis devem estar
protegidos.
• As bebidas quentes não devem estar ao alcance da criança.
• O objetos perigosos e tóxicos devem também estar longe do
alcance da criança.

53
[Escreva texto]

DO 1º ANO AO 2º ANO

• Já anda e já corre.
• Quer fazer tudo sozinha e afirmar-se. Por vezes, os pais
sentem que o/a filho/a se está a afastar deles, mas ele/a
está só a ganhar a sua autonomia.
• Tem, por vezes, comportamentos de
desafio em relação aos pais e outros.
• Faz muitas gracinhas e o adulto consegue entender o seu
vocabulário que é agora mais rico.

DOS 2 AOS 3 ANOS

• Está a aprender as regras e normas sociais.


• Centra-se muito no "é meu", agarra-se às suas coisas e
esconde-as.
• A birra acompanha o sono ou quando está doente ou,
simplesmente, quando é contrariado/a.
• O NÃO torna-se difícil de aceitar

54
[Escreva texto]

CAPACIDADES DA CRIANÇA DOS 2 AOS 3 ANOS


DE IDADE

• Aos 3 anos já controla as fezes e a urina, e pode ir


sozinha/o à casa-de- banho.

• Já diz frases completas e tem um vocabulário muito rico.

• Pode pintar com lápis de cor ou de cera grossos.

• Brinca com o quadro de escrever.

• Gosta de ouvir histórias.

• Aprecia mexer em plasticinas, fazer pinturas com os dedos ou


com o pincel.

• Gosta de material para colagens.

• Anda de triciclo.

• Gosta do Faz-de-Conta e de brincar com outras crianças.

• Gosta de ouvir música.

• Inquietude e curiosidade.

• A partir dos 3 anos pode ter terrores noturnos.

55
[Escreva texto]
ESTRATÉGIAS DE IMPLEMENTAÇÃO DAS ROTINAS E
ATIVIDADES - REGRAS E LIMITES

A rotina deve respeitar o ritmo biológico da criança:

• Atividades que exigem maior atenção/concentração ou que


estão relacionadas à movimentação ativa devem ser
priorizados no período da manhã;
• Os momentos de descanso são importantes e necessários
para a “reposição de energia”; “.
• Atividades como artes, música, faz-de conta, etc., exigem
menos gasto de energia e podem ser mais exploradas no
turno da tarde;
• O final do dia deve ser um momento agradável e pode
terminar com uma música tranquila e uma boa massagem.
• A observação aguçada do educador o ajudará a perceber
mudanças ou alternâncias que podem ser feitas na rotina da
creche.
• Atividades que exigem mais do ponto de vista motor podem
ser alternadas com atividades mais tranquilas, onde a
atenção e concentração podem ser

56
[Escreva texto]

A DISCIPLINA NÃO SE IMPÕE, TRANSMITE-SE.

• Carinho e afeto não impede a definição clara dos limites.

• Comportamento Não-Verbal (expressões facial e corporal


assertiva) coerente com o Comportamento Verbal (tom de voz
firme).

• Bom senso

• Nunca exija o que não faz. Nunca peça o que não dá. O adulto é
sempre o
exemplo.

• Conversar sobre as regras – contrato de compromisso com a


criança.

• O sentido de humor é uma óptima estratégia. A excessiva


atenção à birra
alimenta-a.

57
[Escreva texto]

"Aqueles que passam


por nós, não vão sós,
não nos deixam sós,
deixam um pouco de si
e levam um pouco de
nós"
(Exupery)

58
[Escreva texto]

BIOGRAFIA

• ALMEIDA, Paulo N. Educação lúdoca: Tecnicas e jogos


pedagógicos, 10 ed. São Paulos Loyola, 2000

• Fachada, Maria Odete, Psicologia das relações


Interpessoais, Edições Silabo, 2010

• Paiva, Campo, B., Psicologia do desenvolvimento e


educação de jovens, Lisboa: Universidade Aberta, 1990

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