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Aula 20

Psicologia para Concursos - Curso Regular 2018

Marina Beccalli

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PSICOLOGIA
TEORIA E QUESTÕES COMENTADAS
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AULA 20

SUMÁRIO PÁGINA
1. Adoção: aspectos psicológicos, jurídicos e sociais 02
2. Teoria geral dos sistemas 15
3. Resolução de questões 20
4. Questões apresentadas na aula 40
5. Gabarito 53

889967

ADOÇÃO: ASPECTOS PSICOLÓGICOS, JURÍDICOS


E SOCIAIS

De acordo com Paiva (2008), o lugar que é outorgado ao psicólogo


no contexto jurídico é o de perito, avaliador, detentor de um
saber científico sobre o funcionamento psíquico, que pode e
deve oferecer elementos e justificativas que contribuam com as
medidas judiciais a serem tomadas.
A adoção é uma das medidas de colocação em lar substituto,
além da guarda, da tutela e do apadrinhamento. A Organização
Mundial de Saúde (OMS) afirma que a adoção é o modo mais
completo de recriar relações familiares para uma criança privada
de família e de promover relações paterno-filiais. Aspecto muito
presente nas adoções é a referência, explícita ou não, a alguma
forma de abandono. No imaginário social, prevalece a ideia de que
crianças ou adolescentes adotados são mais suscetíveis a conflitos

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afetivos e que a adoção, em si, constitui, a priori, um campo propício a


problemas (PAIVA, 2008).

Dolto (1999) afirma que quando a criança


adotada expressa sentimentos de rejeição, conflitos ou
sintomas, em geral, isso está muito mais relacionado com a família
adotiva e com o modo como lidaram com a adoção e com a questão
sobre seus pais de origem, do que com o fato de ter sido adotada (PAIVA,
2008).
Até mesmo entre profissionais que lidam com crianças adotadas há
tendência a considerar o fato de terem sido adotadas como o cerne
de seus problemas ou sintomas. Na verdade, o importante na
investigação são os fatores relacionados à adoção e o modo
como a própria criança e seus pais lidam com isso (PAIVA,
2008).
Porém, existem alguns pais que, ao falarem da adoção, tentam
minimizar ou subestimar o seu impacto na vida do filho e da
família. Há inclusive pais que nem sequer abordam a questão na
primeira entrevista com o psicólogo, como se isso fosse um
acontecimento irrelevante (PAIVA, 2008).

Antes do século XX, como as adoções não


eram regulamentadas por lei, os casais sem filhos buscavam as
Rodas de Expostos para obterem uma criança para adotar. Essas
soluções informais marcam a história da assistência à criança no
Brasil, pois, ao contrário de outros países, que sempre utilizaram
abrigos ou instituições para o acolhimento de seus infantes
abandonados, as famílias brasileiras cultivaram o hábito de
criar os filhos alheios, os chamados "filhos de criação", sem
qualquer documentação (PAIVA, 2008).

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Fonseca (1995) revela que essa prática de acolhimento informal


prevalece até os dias atuais e que é grande o número de crianças que
vivem alguns anos de sua infância e adolescência com famílias que
não as de seus genitores. Com a Constituição da República
Federativa do Brasil, de 1988, os direitos dos filhos adotados e
biológicos foram igualados, tal como descrito no § 6º do art. 227:
"Os filhos, havidos ou não da relação do casamento, ou por adoção,
terão os mesmos direitos e qualificações, proibidas quais- quer
designações discriminatórias relativas à filiação." (PAIVA, 2008).

O Estatuto da Criança e do Adolescente


(ECA) busca eliminar qualquer distinção entre filhos
biológicos e adotivos. Regulamenta as adoções de crianças e
adolescentes até 18 anos ou de adolescentes até 21 anos que já
estejam sob a guarda ou tutela dos adotantes antes de
completarem 18 anos.
As principais mudanças do Estatuto da Criança e do Adolescente com
relação à adoção de crianças e adolescentes são:

• a redução da idade mínima do adotante para 21 anos;


• a desvinculação da adoção do estado civil do adotante;
• a impossibilidade de avós e irmãos adotarem;
• a introdução e regulamentação das adoções unilaterais (um dos
cônjuges podendo adotar o filho do outro);
• a adoção póstuma (que ocorre mesmo se o adotante falecer
durante o processo);
• a regulamentação das adoções internacionais;
• o rompimento dos vínculos de parentesco entre o adotado e a
família biológica,

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• o cancelamento dos dados da família de origem e a inscrição dos


nomes dos novos avós matemos e paternos no registro de
nascimento;
• ausência de restrições e condições com relação aos direitos
sucessórios, entre outros.

O Estatuto da Criança e do Adolescente traz também a necessidade


de equipes multiprofissionais destinadas a assessorar os
juízes. (PAIVA, 2008).
É comum associar-se adoção, direta ou indiretamente, ao abandono de
crianças. Na maioria dos casos de adoção, é verdade, há uma situação
prévia de abandono, de separação ou de interrupção de algum vínculo.
Mas ao estudar o fenômeno social do abandono de crianças no mundo
ocidental, e particularmente no Brasil, Marcílio (1998), afirma que as
adoções não surgem apenas do abandono e nem para solucionar esse
problema. Ela ressalta (PAIVA, 2008):

Só depois da "Declaração Universal dos Direitos da Criança",


promulgada pelas Nações Unidas, em 1959, a infância obteve o
reconhecimento de ser considerada sujeito de direito. Antes disso, o
ato de abandonar os próprios filhos foi tolerado, aceito e, por vezes,
até mesmo estimulado. Pensava-se nos supostos interesses dos
adultos e da sociedade nunca nos da criança (p.12).

A diversidade de conceitos de família, as mudanças relativas a essa


instituição, as novas concepções sobre a infância, os movimentos
internacionais em torno dos direitos das crianças, as teorias e
pesquisas sobre temas como a importância do vínculo mãe-filho,
tudo isso parece ter contribuído para consolidar a ideia de que toda
criança deve ser educada em uma família (PAIVA, 2008).
Para a população de baixa renda, a adoção surge como uma boa
opção quando há impossibilidade de uma gravidez. Com relação às

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pessoas de maior poder aquisitivo, a adoção é um dos últimos


recursos, quando se esgotam todas as tentativas de procriação e
tratamentos médicos. Para ambos, a adoção pode ser vivida como
uma substituição, como um recurso para obturar algo que falta
e para tentar minimizar ou apagar as marcas de um fracasso.

O trabalho dos psicólogos judiciários busca


avaliar o pedido de adoção com o contexto pessoal, familiar e
demarcar seus significados (PAIVA, 2008).
As entrevistas previstas na legislação nos casos de adoção podem ser
sentidas como inconvenientes pelos candidatos à adoção. No decorrer
do processo, isso muitas vezes se altera, pois o casal tem a
possibilidade de falar sobre o que ainda não foi dito. Afinal, a Medicina
não demonstra interesse por questões subjetivas e desejos
inconscientes. O trabalho do psicólogo judiciário busca entender
a demanda por adoção: pode não ser mais que um sintoma ou
uma tentativa de substituição (PAIVA, 2008). Querer um filho nem
sempre coincide com o desejo de um filho, mesmo porque
segundo Chatel (1995), (... ) a vontade pode desconhecer o desejo,
negá-lo, caricaturá-lo, às vezes, revelá-lo (p. 20).
No Judiciário, a articulação entre os profissionais do Direito e da
Psicologia busca fazer prevalecer o interesse da criança e conhecer
os desejos dos candidatos a pais a partir da manifestação de sua
vontade de adotar. Bernardi (1999) acrescenta:
“De maneira genérica, a atuação dos psicólogos judiciários é
concebida como dispondo de um caráter predominantemente
avaliativo. Contudo, é preciso enfatizar que há profissionais que,
com base nos pressupostos da Psicanálise ou em outras disciplinas
e métodos clínicos, procuram proporcionar ao sujeito uma
"escuta" singular, a qual, ainda que sob a demanda explícita da
avaliação, já supõe uma intervenção. Essa escuta pressupõe a

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existência de determinações subjetivas associadas aos motivos


que deram origem à abertura dos autos. A possibilidade de ser
ouvido e de colocar em palavras aquilo que o sujeito acredita ser a
sua verdade configura por si só uma intervenção e, muitas
vezes, algo novo acontece após esses contatos, pois o sujeito
endereça suas demandas a uma instância reconhecida por ele
como detentora de um suposto saber acerca do sofrimento que o
acomete.”

Sobre a presença da Psicologia no contexto jurídico, Barros


(2001) salienta que:

(... ) para além da perícia, tem possibilitado aos indivíduos que


recorrem ou são interceptados pelo sistema jurídico um trabalho que
resgata a dimensão subjetiva de suas ações e recolocam o lugar da
responsabilidade de cada um no projeto social, em consonância com o
ordenamento Jurídico (p.12).

Sobre o trabalho dos assistentes sociais e psicólogos nas adoções, o


estudo psicossocial está disposto no Estatuto como
necessário em diferentes etapas. Os procedimentos da equipe
técnica, nos casos de adoção, incluem:
• entrevistas com os candidatos a pais adotivos,
• entrevistas de acompanhamento com as crianças e/ou
adolescentes com perspectivas de serem colocados em lares
substitutos,
• acompanhamento dos genitores que pensam em entregar
o(s) filho(s) para adoção ou que vão ser destituídos do pátrio
poder,
• assessoria à recém-formada família adotiva durante o estágio
de convivência e acompanhamento das famílias adotivas com
dificuldades (PAIVA, 2008).

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Nas adoções internacionais, as crianças e


os adolescentes passam por acompanhamento psicológico e social com
os técnicos judiciários antes de serem apresentados ao candidato
estrangeiro. A equipe técnica observa e acompanha a adaptação e
a formação dos vínculos afetivos entre o(s) adotando(s) e seus
novos pais. O chamado "estágio de convivência", deve ser de, no
mínimo, quinze dias para crianças de até dois anos de idade ou de
trinta dias para as de idade superior a dois anos, hem como para os
adolescentes (PAIVA, 2008).
Há pretendentes que procuram o Judiciário para solicitar a adoção de
uma criança ou de um bebê específicos. Nesses casos, muitas vezes
os interessados já convivem com a criança há algum tempo e
apenas pretendem legalizar a condição existente. O ato da mãe
ou da família biológica de decidir para quem entregar a criança
caracteriza uma adoção intuitu personae, mas os requisitantes também
são submetidos ao estudo psicossocial e, de acordo com os pareceres,
o juiz determina se a criança permanece com eles ou se será
entregue a candidato inscrito e habilitado no Cadastro de
Pretendentes à Adoção (PAIVA, 2008).
A adoção unilateral é uma das inovações introduzidas pelo ECA, e
- : - .
ocorre quando um dos cônjuges decide adotar o filho do outro. O
termo unilateral significa que a substituição da filiação ocorre apenas na
linha materna ou paterna. Nessa forma de adoção também é necessária a
avaliação psicossocial. Geralmente, a adoção unilateral ocorre quando
um dos genitores biológicos (pai ou mãe) não mantém qualquer
vínculo com o filho, devido à falta de interesse, a paradeiro
ignorado ou falecimento (PAIVA, 2008).
Por isso, é importante nos pedidos de adoção unilateral convocar
para as entrevistas o genitor biológico que vai ser destituído do
pátrio poder a fim de investigar suas razões e o lugar ocupado pelo

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filho em suas representações psíquicas. Vale ainda pesquisar como


este genitor está representado para a criança (PAIVA, 2008).

Muitas vezes os demandantes alegam que


a adoção pode poupar a criança de experiências de abandono,
usando essa forma de filiação como meio de anular uma
ausência. Sendo assim, é importante observar qual a compreensão
que a criança ou adolescente possui acerca do pedido e se possui
liberdade para discordar, caso não queira ser adotado (PAIVA, 2008).
No imaginário social prevalece a ideia de que a criança adotada está
mais vulnerável a conflitos devido aos fatos que vivencia e às
experiências pelas quais passou (abandono, perdas, separações,
ausência da mãe e pai biológicos, institucionalização etc.). Para Dolto
(1981, p.13), "um ser humano, desde a sua vida pré- natal, já está
marcado pela maneira como é esperado, pelo que representa
em seguida, pela sua existência real diante das projeções
inconscientes dos pais". (PAIVA, 2008).
As crianças adotadas, de acordo com Dolto (1998), passam pela
estruturação edipiana como qualquer outra criança e o que pode
intervir nessa estruturação são os pais. Para ela, tanto os pais
adotivos como os biológicos podem facilitar aos filhos à
elaboração da problemática edipiana se "continuam a ser, um
para o outro, apesar de a criança ter aparecido, o objeto preferencial
do desejo deles próprios".

Tanto Dolto como Lebovici e Soule assinalam


que, de maneira geral, quando a relação da criança adotada com seus
novos pais aponta dificuldades ou quando a criança apresenta
distúrbios de aprendizagem e de conduta que - do ponto de vista da

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Psicanálise - adquirem valor de sintoma, há algo ligado à fantasmática


dos pais. Rosenberg diz (1994):
“As crianças costumam fazer sintomas naqueles lugares que se
tornam insuportáveis para seus pais. Frequentemente os sintomas
estão a eles dirigidos porque é uma maneira de se fazer ouvir.(... )
Desta maneira, as crianças, em muitos momentos, reatualizam
conflitos enterrados, não resolvidos, de seus pais (p. 26).”

Para Giberti (1994), o trabalho avaliativo com os pretendentes


à adoção caracteriza uma forma de prevenção, pois tem como
objetivo abordar possíveis conflitos dos pretendentes, tentando
evitar que dúvidas e ansiedades interfiram. Caso os requerentes
tenham filhos, ainda que de uniões anteriores, estes podem e
devem ser incluídos nos contatos, para se verificar como lidam com
a adoção. Para casais com filhos, é interessante realizar pelo menos
uma entrevista familiar, para observar a dinâmica das
interações entre os membros (PAIVA, 2008).
Giberti (1994) também assinala que a adoção envolve a
transformação de uma decisão individual em decisão
conjunta; e que mesmo quando aparentemente a decisão é
conjunta, apenas um dos membros do casal pode estar nela
implicado. O outro pode estar aparentemente concordando, mas na
verdade não estar comprometido. Dolto (1989) sugere:

“No tocante ao projeto da adoção, é importante pesquisar se há


consenso entre os solicitantes e concordância na família, como
emerge a ideia da adoção e em que momento, quais são as
referências de adoção e em que representações se sustentam, que
expectativas existem em torno da criança ou adolescente a

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ser adotado, quais as fantasias em relação à história da criança


etc.”

Segundo Dolto (1990), seria interessante


pesquisar as opiniões e as fantasias dos pretendentes com
relação aos genitores biológicos que decidem doar ou abandonar
os filhos, dados que também têm a ver com a criança e com o lugar a
ela destinado (PAIVA, 2008). Alguns pretendentes mantêm
sentimentos hostis com relação aos pais biológicos que doam
os filhos, independentemente de suas razões. Após a adoção, os
novos pais podem reagir negativamente a tudo o que possa
estar relacionado à origem biológica do filho adotado, mantendo
expressões veladas ou manifestas de raiva (PAIVA, 2008).

A adoção pode representar uma tentativa


de evitar entrar em contato com a angústia sentida pela
esterilidade, ou um modo de compensar perdas sofridas
como a morte de um filho, ou até mesmo uma forma de suprir
a inexistência de projetos de vida e de trabalho. Há ainda os
que buscam "salvar o casamento", ter companhia na velhice
ou ter alguém para receber a herança e cuidar do patrimônio
familiar. Também não são incomuns os pedidos pautados em
questões religiosas, designados "missões" ou "vocações" (PAIVA,
2008).
Lebovici e Soule (1980) consideram que o pedido de adoção pode
estar relacionado com mecanismos de sublimação ou formação
reativa. Quanto mais estiver carregado de formações reativas,
maior será o risco de conflitos, pois a criança dificilmente
conseguirá corresponder à função a ela imputada. Nos casos em
que a demanda por uma adoção está baseada numa formação

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reativa, é possível que os afetos e representações contra os quais o


sujeito tenta se defender (por exemplo, sentimentos aversivos por
criança, ausência de desejo de ser pai e/ou mãe) apareçam
escancaradamente (PAIVA, 2008).
A postura dos pretendentes quanto à revelação para a criança das
origens biológicas e da adoção é elemento importante. A revelação
constitui um dos pontos mais críticos e difíceis de serem vividos pelos
pais adotivos: sob o pretexto de evitar um “trauma" da criança ou
sob alegação de que temem perder o amor do filho, certos pais
optam pelo silêncio ou pela omissão de elementos da história. Só que
esse silêncio, além de ineficaz, é patogênico (PAIVA, 2008).

Dolto (1989) vê na revelação uma


possibilidade de simbolizar o sofrimento reordenando a história, de
modo que a criança tenha sua identidade assegurada através de sua
origem. A autora é enfática quanto à necessidade de que todos os
dados sobre a realidade da criança sejam a ela transmitidos,
salientando que para que a criança possa adotar novos pai e mãe, precisa
saber que seu pai e mãe biológicos estão nela. Somente os pais adotivos
que conseguem restituir à criança, através das palavras, sua origem
biológica, mostram a ela seu lugar simbólico (PAIVA, 2008).

Para Dolto (1998), alguns adultos


“pensam que um ser humano só "sabe" da sua história o que dela lhe
contam ou aquilo de que se lembra mental- mente. O inconsciente sabe,
mas se sua história verídica não for posta em palavras, a vida simbólica da
criança estará em bases inseguras (p. 235).”
Dolto (1999) enfatiza a importância de que a verdade sempre
seja dita à criança, mas ressalva:
Mas é necessário que a pessoa que diz isso tenha credibilidade. As
crianças abandonadas são fortes pelo fato de terem passado por uma

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prova, por terem sobrevivido a ela, e por terem consolado os pais (os
pais adotivos) que também vinham sofrendo, há muito tempo, a sua
própria dor”.

Alguns pais lidam com revelação como uma tarefa a ser cumprida:
fazem em uma única conversa, deixam de dar à criança a
oportunidade de formular perguntas e não levam em
consideração sua capacidade de compreensão. Agindo desse
modo, também podem negar a si próprios e à criança a
possibilidade de elaborar os afetos relacionados a essa vivência.
Dolto diz que revelar é ir nomeando os fatos e significar o
vivido. Portanto, não basta que os pais contem o que ocorreu
ao filho - é importante que essa verdade faça parte do discurso da
família, que possa ser falada sempre que houver interesse ou
necessidade (PAIVA, 2008).
Uma criança adotada pode ser colocada na condição de substituir um
filho morto ou abortos espontâneos de filhos muito desejados,
cujo luto os pais podem não ter vivido. Quando os pais ou
responsáveis resolvem entregar seus filhos à autoridade judiciária, é
imprescindível criar um espaço para que possam refletir e ponderar
melhor sobre essa opção. Nos contatos, o profissional apura as
justificativas, investiga os motivos ainda não revelados sobre a
decisão tomada, levanta outras alternativas para que os filhos
permaneçam ligados à pessoas da família, observa a qualidade dos
vínculos familiares (PAIVA, 2008).
O período de convivência permite a adaptação da criança ao novo
contexto familiar, permite que os adotantes vivenciem os novos
papéis. Os casos de devolução de crianças não são frequentes mas
ocorrem pelas dificuldades de adaptação entre a criança e os adotantes.
O acompanhamento realizado durante o estágio de convivência busca
saber como está se dando a adaptação entre a criança e seus novos
pais, que dificuldades aparecem, como os adotantes conseguem

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integrar aquela criança desconhecida à condição de filho e aspectos


que aponta a inadequação da medida antes que seja legalmente
deferida (PAIVA, 2008).

Com o período de convivência, os pais


são confrontados entre a imagem do filho esperado/idealizado e a
do filho real. Nas adoções de adolescentes ou de crianças maiores
podem existir condutas regressivas, que visam compensar as falhas
ocorridas em épocas anteriores (voltar a fazer xixi na cama, querer
==d946f==

leite apenas na mamadeira, etc.). Em outros casos, podem assumir


uma postura desafiadora e agressiva como forma de testar se os
sentimentos dos pais com relação a ela são verdadeiros e
consistentes e se não vai ser de novo abandonado (PAIVA, 2008).
Ao sentirem-se impotentes diante desses sintomas da criança, os
novos pais podem buscar sua devolução à autoridade judiciária, o
que volta a repetir o ciclo do abandono. Na adolescência, pode haver
tendência a procurar os pais e a família biológica, buscando
compreender o que ocorreu. Isso pode provocar ansiedade nos
adotantes e deixá-los confusos quanto às suas capacidades (PAIVA,
2008).
Dolto (1998) diz que somente depois da chegada da criança é
que se pode dizer verdadeiramente sobre o desejo dos pais,
pois nesse momento é possível analisar o surgimento das emoções.
A autora alerta que o deferimento da adoção nunca deve ocorrer
antes de se saber se a criança está conseguindo se adaptar à nova
família. Os novos pais podem ou não estar preparados para
compreender e lidar com as angústias, fantasias, medos e
hesitações (PAIVA, 2008).
Os psicólogos podem oferecer aos candidatos à adoção a
possibilidade de falarem a respeito dessa escolha, de suas
histórias, de seus motivos, e de pensarem a respeito de questões

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envolvidas nessa forma de filiação, permitindo que expressem suas


angústias, verbalizem seus temores e dúvidas, criando um sentido
para a demanda (PAIVA, 2008).

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS

A Teoria Geral dos Sistemas também é conhecida por Teoria Sistêmica.


Contudo, elas são diferentes, visto que a Teoria Geral dos Sistemas é
mais ampla e abarca todas as áreas do conhecimento (Física, Química,
entre outras). Já a Teoria Sistêmica está mais voltada para a área
da Psicologia (BOLZE, BUENO, CREPALDI, GOMES, 2014).

Bertalanffy confere importância ao Pensamento Sistêmico. De acordo


com o autor, organismos vivos são sistemas abertos que não podem ser
descritos pela termodinâmica clássica, que trata de sistemas fechados em
estado de equilíbrio térmico ou próximo dele. Os sistemas abertos
podem se alimentar de um contínuo fluxo de matéria e de energia
extraídas e devolvidas ao meio ambiente (BOLZE, BUENO, CREPALDI,
GOMES, 2014).

O objetivo da Teoria Geral dos Sistemas se constituía em estudar os


princípios universais aplicáveis aos sistemas em geral, sejam eles de
natureza física, biológica ou sociológica. Bertalanffy conceitua sistema
como um complexo de elementos em estado de interação. A interação
ou a relação entre os componentes torna os elementos mutuamente
interdependentes e caracteriza o sistema, diferenciando-o do

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aglomerado de partes independentes (Vasconcellos, 2010). Assim,


pressupõem-se que os fenômenos não podem ser considerados
isoladamente, e sim, como parte de um todo (BOLZE, BUENO,
CREPALDI, GOMES, 2014).

Sendo assim, o todo emerge além da existência das partes e "as


relações são o que dá coesão ao sistema todo, conferindo-lhe um caráter
de totalidade ou globalidade, uma das características definidoras do
sistema" (Vasconcellos, 2008, p.199). Os conceitos básicos de sua teoria
são: globalidade, não-somatividade, homeostase, morfogênese,
circularidade e equifinalidade (Vasconcellos, 2010).

De acordo com a globalidade, todos os sistemas funcionam como um


todo coeso e mudanças em uma das partes provocam mudanças
no todo. O conceito de não-somatividade afirma que o sistema não é a
soma das partes, devendo-se considerar o todo em sua complexidade e
organização; assim, embora o indivíduo faça parte da família, ele mantém
sua individualidade. A homeostase é o processo de autorregulação
que mantém a estabilidade do sistema preservando seu funcionamento. A
morfogênese é o processo oposto a homeostase, ou seja, é a
característica dos sistemas abertos de absorver os aspectos externos do
meio e mudar sua organização. A circularidade, também chamada de
causalidade circular, bilateralidade ou não-unilateralidade, diz respeito à
relação bilateral entre elementos, sendo que esta relação é não linear
e obedece a uma sequência circular. O último conceito, equifinalidade,
refere que em um sistema aberto, o resultado de seu funcionamento
independe do ponto de partida, ou seja, o equilíbrio é determinado pelos
parâmetros do sistema; diferentes condições iniciais geram igualdade de
resultados (BOLZE, BUENO, CREPALDI, GOMES, 2014).

A Teoria Geral dos Sistemas também fez uso do conceito de


retroalimentação ou feedback que emergiu na cibernética, que
garante a circulação de informações entre elementos do sistema. A

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retroalimentação pode ser negativa, o que acontece quando esse mantém


a homeostase, ou positiva, ocorre quando o sistema responde pela
mudança sistêmica (morfogênese) (Vasconcellos, 2010).

A interação gera realimentações (feedbacks) que podem ser positivas ou


negativas, criando assim uma autorregulação, que cria novas
propriedades, as quais podem ser benéficas ou maléficas para o todo
independente das partes.

Critérios fundamentais do Pensamento Sistêmico

O primeiro dos critérios fundamentais do


Pensamento Sistêmico se refere à mudança das partes para o todo, a
partir do entendimento de que as propriedades essenciais são do todo de
forma que nenhuma das partes as possui, pois estas surgem justamente
das relações de organização entre as partes para formar o todo. Outro
critério diz respeito à capacidade de deslocar a atenção de um lado para o
outro entre níveis sistêmicos (Vasconcellos, 2010).

O pensamento é contextual, pois a análise das propriedades das partes


não explica o todo. É ambientalista porque considera o contexto. A
ênfase está nas relações e não nos objetos, ou seja, os próprios objetos
são redes de relações, embutidas em redes maiores. O mundo vivo é
entendido como uma rede de relações (BOLZE, BUENO, CREPALDI,
GOMES, 2014).

O pensamento sistêmico propõe os paradigmas da complexidade, da


instabilidade e da intersubjetividade.
O pressuposto da complexidade reconhece que a simplificação
obscurece as inter-relações dos fenômenos do universo e de que é

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imprescindível ver e lidar com a complexidade do mundo em todos os


seus níveis. O pressuposto da instabilidade reconhece que o mundo
está em processo de tornar-se, havendo imprevisibilidade,
irreversibilidade e incontrolabilidade dos fenômenos. O pressuposto da
intersubjetividade reconhece que não existe uma realidade
independente de um observador e que o conhecimento científico é uma
construção social.

O Pensamento Sistêmico passa a ser o substrato de propostas de


intervenção para a clínica de família. Dessen (2010) ressalta a
relevante contribuição da Teoria Sistêmica da família, a partir da segunda
metade do século XX, visto que trouxe um novo olhar para o contexto
familiar. A adoção da Perspectiva Sistêmica implica em entender a
família como um sistema complexo, composto por vários subsistemas
que se influenciam mutuamente, tais como o conjugal e o parental
(Kreppner, 2000).

O profissional de Psicologia, nesse cenário,


desempenha um papel de mediador e catalisador das
potencialidades e dos recursos, tanto das pessoas em si como da
comunidade, na satisfação das necessidades e na melhora da qualidade
de vida. O psicólogo coordena ações que levem à ampliação da situação
apresentada, criem contextos de autonomia e favoreçam a mudança
(Moré & Macedo, 2006; Vasconcellos, 2008).

O Pensamento Sistêmico pode ser utilizado em qualquer contexto, como


em situações de mediação familiar em ambiente jurídico (Bueno,
Leal, & Souza, 2012). Nesse contexto, o embasamento sistêmico se
mostra útil para pensar as famílias e os casais cujo processo de separação
conjugal litigioso foi o motivo do encaminhamento. Ao compreender essas
famílias como sistemas, amplia-se o olhar sobre as mesmas,

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corresponsabiliza-se os membros da família pelo modo de


relacionamento estabelecido e questiona-se a problemática
apresentada, explorando o que está por trás do conflito. Realizar
intervenções de modo a modificar os padrões de interação
disfuncionais tem se mostrado benéfico, pois ao desenvolver
formas de relacionamento mais funcionais, o sistema se mostra
mais saudável (BOLZE, BUENO, CREPALDI, GOMES, 2014).

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RESOLUÇÃO DE QUESTÕES

1. (IGP/RS – FUNDATEC – 2017) Segundo Hamad (2002), há


unanimidade entre os especialistas: a criança deve saber que é
adotada. Todo o ser humano tem direito ao conhecimento de suas
origens e sua história, mesmo que elas sejam dolorosas e penosas.
Assinale a alternativa que apresenta a situação considerada ideal pelo
autor citado quanto à revelação da adoção.
(A) Deve se dar na forma de um discurso organizado destinado a
comunicar à criança toda a verdade.
(B) A regra é a transparência em relação ao abandono, e as informações
devem ser reveladas todas de uma só vez.
(C) Para que a criança possa manter-se confiante nos pais adotivos, é
melhor que não sejam eles que revelem à criança que ela é adotada.
(D) O que o adulto esconde necessariamente é o que a criança teme; e é
o que normalmente produz um efeito de choque na criança. A realidade
deve ser omitida e substituída por uma versão bem diferente.
(E) Os pais precisam falar com o filho sobre a realidade da adoção, ou,
pelo menos, criar as condições de uma fala livre da criança sobre sua
adoção. É preferível que nunca tenha havido um momento de revelação,
mas, sim, respostas verdadeiras às perguntas das crianças.

COMENTÁRIOS:

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(A) INCORRETA. O discurso não deve ser organizado, constituindo um


“momento preparado” para a revelação.
(B) INCORRETA. Não se deve enfatizar o abandono e nem se deve
revelar tudo de uma vez.
(C) INCORRETA. Os pais adotivos devem fazer a revelação.
(D) INCORRETA. A realidade não deve ser omitida e nem substituída por
uma versão diferente.
(E) CORRETA. Não se deve fazer um momento da revelação, mas
permitir que as crianças possam se manifestar de forma livre.

2. (TJ/SP – VUNESP – 2017) Um psicólogo, no processo de avaliação


psicológica dos candidatos à adoção, segue as orientações de Leila D.
Paiva (In: Shine, 2014) ao indagar sobre as expectativas do casal em
relação à criança a ser adotada. Assim, ao entrevistá-lo, o psicólogo
deverá
(A) se limitar a aspectos concretos de idade e sexo, de modo a indicar
que outras expectativas serão construídas pelo casal no convívio com a
criança real.
(B) ignorar os dados da dinâmica familiar, dado que o funcionamento do
grupo familiar será alterado com o ingresso da criança adotada na família.
(C) evitar explorar os sentimentos dos solicitantes quanto à família
biológica da criança, de modo a propiciar-lhes um espaço imaginário
íntegro para “gestar” a criança que virá.
(D) ir além das características físicas, pois falar sobre o que espera ou
imagina da criança contribuirá para que o casal a insira em seu curso
desejante.
(E) focalizar as escolhas racionalmente justificadas pelo casal, porque no
âmbito jurídico este é o nível de informações que interessa aos
operadores da lei.
COMENTÁRIOS:

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(A) INCORRETA. Não deve se limitar a aspectos concretos, mas de fato


abordar sobre as expectativas do casal em relação ao processo de
adoção.
(B) INCORRETA. Deve ficar bem atento à dinâmica familiar.
(C) INCORRETA. Deve-se trabalhar os sentimentos em relação à família
biológica, pois eles podem afetar negativamente o processo de adoção.
(D) CORRETA. É importante que o casal fale sobre suas expectativas,
pois isso vai apontando para seu desejo.
(E) INCORRETA. Não é isso que interessa aos operadores da lei.

3. (TJ/SP – VUNESP – 2017) Um importante sinal de dificuldade de


acolher uma criança a ser adotada, apontada na obra Laços e Rupturas
– leituras psicanalíticas sobre adoção e o acolhimento institucional
(Ferreira e Ghirardi, 2016), é o casal apresentar necessidade recorrente
de fazer referência
(A) ao intenso desejo de ter uma criança.
(B) à ansiedade quanto à própria competência parental.
(C) à família biológica da criança.
(D) ao luto sofrido por perdas anteriores.
(E) ao temor de que a criança seja problemática.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. Não representa uma dificuldade de acolher a criança.
(B) INCORRETA. Não representa uma dificuldade de acolher a criança.
(C) CORRETA. Falar recorrentemente sobre a família biológica da criança
é um sinal de dificuldade de acolher aquela criança como parte da família.
(D) INCORRETA. Não representa uma dificuldade de acolher a criança.
(E) INCORRETA. Não representa uma dificuldade de acolher a criança.

4. (TJ/RS – FAURGS – 2016) Frente aos aspectos psicossociais


envolvidos nos processos de adoção, é correto afirmar que

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(A) esgotadas as possibilidades de manter a criança junto aos pais


biológicos ou familiares, há que se iniciar a oitiva da criança, a fim de
identificar seu interesse pela adoção ou manutenção na família de origem,
uma vez que esta escuta se apresenta como definidora do processo.
(B) recomenda-se intervenção da Defensoria Pública quando esgotadas
as possibilidades de manter a criança junto aos pais biológicos ou
familiares, uma vez que se faz necessário trabalhar, nesta esfera legal, as
relações de confiança e de afeto da criança com os novos pais, guardiões
ou tutores.
(C) o desenvolvimento pleno de um bebê adotado só poderá ocorrer se
contar com o amor de seus pais adotivos, expresso como uma íntima
relação que os estudiosos chamam de cooping.
(D) não se reconhece salutar a ciência do status adotivo pela criança
adotada, a fim de que esta possa estabelecer, com maior tranquilidade e
empatia, elos de filiação com a família substituta.
(E) a colocação de criança em família substituta não pode preceder
trabalho com os vínculos afetivos em relação a sua família natural.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. A criança não é quem define o processo e sim o juiz.
(B) INCORRETA. Não há essa recomendação de intervenção da
Defensoria Pública.
(C) INCORRETA. Estratégias de coping, ou enfrentamento são esforços
cognitivos e comportamentais para lidar com situações de dano, de
ameaça ou de desafio quando não está disponível uma rotina ou uma
resposta automática.
(D) INCORRETA. É recomendado que a criança saiba que é adotada.
(E) CORRETA. É preciso trabalhar os vínculos com a família biológica,
para que o processo de adoção se dê de maneira mais tranquila.

5. (TJ/RS – FAURGS – 2016) A não aprovação dos pretendentes à


adoção, motivada por causas psicológicas e sociais, resulta de um

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conjunto de fatores desfavoráveis a serem identificados pela equipe


técnica responsável pelo caso.

Qual das alternativas abaixo apresenta APENAS esses fatores


adversos?

(A) Crise conjugal, histórico da condição econômica dos pretendentes,


motivação advinda da não elaboração da perda de um filho.
(B) Adoção para amenizar problemas de solidão, homossexualidade,
aproximação da meia idade e a presença do ninho vazio, decorrente do
afastamento dos filhos do lar.
(C) Desejo de adoção não compartilhado pelo casal, não elaboração da
infertilidade.
(D) Decisão impulsiva e sem reflexões, adoção para tentar engravidar,
capacidade emocional adequada para o exercício da parentalidade.
(E) Casal com perspectivas de residência fora do país, rede social e
familiar ampla e motivada com relação ao processo de adoção.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. O histórico da condição econômica dos pretendentes
não necessariamente é um fator adverso.
(B) INCORRETA. A homossexualidade não é um fator adverso.
(C) CORRETA. O casal não compartilhar o desejo por adotar e não
elaborar o fato de ser infértil são aspectos negativos que podem afetar o
processo de adoção.
(D) INCORRETA. A capacidade emocional adequada não é um fator
adverso.
(E) INCORRETA. A rede social e familiar ampla e motivada com relação
ao processo de adoção não é um fator adverso.

6. (DPE/RO – FGV – 2015) A ministra Cármen Lúcia, do Supremo


Tribunal Federal (STF), negou recurso do Ministério Público do Paraná e

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manteve decisão que autorizou a adoção de crianças por um casal


homoafetivo. Decisões dessa natureza refletem:
(A) a manutenção da ordem constitucional vigente e da proteção estatal;
(B) o estímulo à conversão da união estável homoafetiva em casamento;
(C) as relações de cuidado e afeto criadas pela jurisprudência;
(D) a legitimação pela Justiça das transformações sociais e culturais;
(E) as vantagens das relações homoafetivas sobre as relações
heteroafetivas tradicionais.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. É uma inovação na ordem constitucional.
(B) INCORRETA. Não há esse estímulo.
(C) INCORRETA. Não há relações de cuidado e afeto.
(D) CORRETA. Essa decisão mostra a Justiça reconhecendo as
transformações sociais e culturais e como isso afeta nos processos de
adoção.
(E) INCORRETA. O foco não é em mostrar essas vantagens.

7. (FUNDAÇÃO SAÚDE – BIORIO – 2014) De acordo com Féres-


Carneiro (1996), existem duas abordagens de terapia familiar: a
psicanalítica e a sistêmica. Com base na abordagem sistêmica, a
terapia familiar sistêmica tem os seguintes pressupostos, EXCETO:
(A) enfatizar a mudança no sistema familiar por meio da reorganização
da comunicação entre familiares.
(B) abandonar o passado familiar como questão central, já que o foco é o
modo comunicacional atual.
(C) compreender que a unidade terapêutica centra-se nos dois principais
membros familiares.
(D) conceber a família como possuidora de uma organização e de uma
estrutura.
(E) defender que a comunicação analógica é mais enfatizada do que a
digital.

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COMENTÁRIOS:
A única incorreta é a letra C, pois a unidade terapêutica é a família como
um todo e não os dois principais membros da família.

8. (TJ/RS – FAURGS – 2016) Ao tratarmos de questões vinculadas ao


entendimento e ao atendimento de famílias no âmbito da Psicologia,
podemos fazer uso da Teoria Sistêmica para a compreensão e
intervenção dos casos atendidos. Nesse sentido, podemos afirmar que a
Terapia Sistêmica expressa, de forma significativa, os novos
paradigmas da contemporaneidade.

Assinale a alternativa que apresenta esses paradigmas.

(A) Complexidade, intrassubjetividade e instabilidade.


(B) Complexidade, intersubjetividade e estabilidade.
(C) Especificidade, intrassubjetividade e instabilidade.
(D) Especificidade, intersubjetividade e estabilidade.
(E) Complexidade, intersubjetividade e instabilidade.

COMENTÁRIOS:
O pensamento sistêmico propõe os paradigmas da complexidade, da
instabilidade e da intersubjetividade.
RESPOSTA: E.

9. (MPE/BA – FGV – 2017) Bruna foi adotada com duas semanas de


vida após ter sido abandonada em via pública com a placenta e o cordão
umbilical. Jorge e Solange, seus pais, têm dúvidas com relação à
revelação da adoção e foram buscar orientação com um psicólogo.

Sobre a revelação da adoção, é correto afirmar que:

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(A) é desnecessária a revelação da adoção, já que Bruna não teve


contato com a genitora e construirá seus vínculos afetivos mais primitivos
com os pais adotivos;
(B) a revelação da adoção deve acontecer na fase da adolescência,
quando Bruna reunirá recursos emocionais e cognitivos para lidar com o
trauma do abandono precoce;
(C) só após atingir a maioridade Bruna poderá saber que foi adotada por
Jorge e Solange e obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada;
(D) pesquisas demonstram a necessidade de que conversas dos pais
adotivos sobre a origem do filho ocorram desde a mais tenra idade e em
contexto positivo e natural;
(E) as hipóteses de criança exposta, em que a genitora é desconhecida,
dispensam a necessidade de processo de adoção, sendo a criança
registrada diretamente em nome dos adotantes.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. É muito importante a revelação da adoção.
(B) INCORRETA. Não é necessário esperar até a adolescência.
(C) INCORRETA. Antes da maioridade, Bruna pode ser informada sobre
sua adoção e se desejar, pode ter acesso a seu processo, podendo contar
inclusive com ajuda de psicólogo.
(D) CORRETA. É saudável que a revelação seja feita de forma contínua,
havendo espaço para a criança poder se manifestar, manifestar suas
dúvidas e sentimentos, de forma natural.
(E) INCORRETA. Não há dispensa do processo de adoção.

10. (TJ/PI – FGV – 2015) Os artigos que tratam da Habilitação de


Pretendentes para Adoção e da colocação em família substituta
estabelecem a obrigatoriedade do estudo psicossocial para aferir a
capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício da paternidade,
destacando que não se deferirá colocação em família substituta a pessoa

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que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da


medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
De acordo com essa avaliação e com a legislação vigente, NÃO poderá ter
acolhido o pedido de habilitação para adoção o pretendente:

(A) que tenha orientação sexual homoafetiva;


(B) casado que pretenda adoção monoparental;
(C) que tenha filhos ou seja biologicamente fértil;
(D) cujo cônjuge tenha uma diferença de idade maior que 16 anos;
(E) que deseje escolher o perfil do adotando.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. A homossexualidade não é impedimento para a adoção.
(B) CORRETA. Quem é casado não pode solicitar adoção sem que haja
consentimento de seu parceiro, ou seja, não pode haver adoção
monoparental, o casal deve estar de acordo.
(C) INCORRETA. Mesmo que a pessoa tenha filhos ou seja
biologicamente féril, isso não é impedimento para a adoção.
(D) INCORRETA. Para adotar, a regra é que haja no mínimo 16 anos de
diferença entre adotante e adotado.
(E) INCORRETA. Ideias sobre o perfil do adotado tendem a ser comuns
no processo.

11. (TJ/PI – FGV – 2015) “Policiais civis prenderam, na tarde desta


quarta-feira (7), uma mulher suspeita de ter abandonado uma recém-
nascida em Higienópolis, bairro nobre na região central de São Paulo”. O
crime aconteceu no fim de semana e foi registrado por câmeras de
segurança de prédios da Rua Piauí. (...) Diante da pergunta de por que
abandonou o bebê, Sandra, tapando o rosto com as mãos, disse: “Por
desespero”.
Sobre essa situação e, de acordo com a legislação, é correto afirmar que:

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(A) a entrega de bebês ou crianças em adoção é prerrogativa de


gestantes ou mães que comprovem falta de condições materiais;
(B) a entrega de bebês em adoção será admitida após exame
criminológico que ateste a ocorrência de depressão pós-parto ou psicose
puerperal;
(C) uma gestante ou mãe que deseje entregar seu filho para adoção
deverá ser obrigatoriamente encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude;
(D) as gestantes ou mães que não desejem maternar seus filhos poderão
doá-los para serem registrados diretamente no cartório por terceiros;
(E) a gestante ou mãe que não deseje exercer a maternidade de seu filho
poderá interná-lo em uma entidade de acolhimento.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. A falta de condições materiais por si só não obriga a
entrega de criança para a adoção.
(B) INCORRETA. Depressão pós-parto ou psicose puerperal não obrigam
obriga a entrega de criança para a adoção.
(C) CORRETA. As Entidades de proteção envolvidos com a medida de
acolhimento são: Juízos de Direito da Infância e da Juventude, as
Promotorias de Justiça da Infância e da Juventude, os Conselhos
Tutelares, as instituições de acolhimento.
(D) INCORRETA. Não existe esse procedimento de doação para
terceiros, o processo de adoção envolve várias etapas.
(E) INCORRETA. A mãe não pode internar seu filho em uma unidade de
acolhimento.

12. (TJ/RO – FGV – 2015) Renata e Daniel convivem maritalmente há


cinco anos e são responsáveis pela assistência moral, material e
educacional do filho de Renata, Yuri, de 4 anos. Muito embora a criança
tenha sido reconhecida legalmente pelo pai biológico, Antônio, esse não
mantém qualquer contato com o filho desde o nascimento.

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Diante disso, Daniel decidiu adotar Yuri. Segundo as disposições trazidas


pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que:

(A) Daniel precisará se habilitar para adoção do menino, devendo ser


inscrito no Cadastro Nacional de Adoção;
(B) o processo de adoção formulado por Daniel não necessitará do
consentimento de Antônio, já que ele não convive com o filho;
(C) a adoção será deferida em favor de Daniel e a revelação sobre a
origem biológica de Yuri não será necessária, pois o menino acredita ser
filho biológico do adotante;
(D) como se trata de hipótese de adoção unilateral, não será necessária a
habilitação do adotante para inserção no Cadastro Nacional de Adoção;
(E) a adoção será deferida em favor de Daniel, mas deverá ser precedida
de estágio de convivência com o adotante.

COMENTÁRIOS:
Não estudamos o ECA na literalidade, pois isso faz parte de uma
legislação mais ampla que não sou eu que ministro. Mas vimos alguns
aspectos importantes quanto à adoção unilateral e vamos resolver essa
questão, pois é interessante que vocês tenham algumas informações.
Vamos lá?
De acordo com o ECA:
Art. 50. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro
regional, um registro de crianças e adolescentes em condições de serem
adotados e outro de pessoas interessadas na adoção.
§ 13. Somente poderá ser deferida adoção em favor de candidato
domiciliado no Brasil não cadastrado previamente nos termos desta lei
quando:
I – se tratar de pedido de adoção unilateral;
A adoção unilateral consiste na adoção, geralmente pelo padrasto ou
madrasta, do filho do cônjuge ou companheiro. Nesta modalidade de

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adoção, ocorre o rompimento do vínculo de filiação com um dos pais,


para que seja criado um novo vínculo com o pai adotivo.
A referida adoção está prevista no Estatuto da Criança e do Adolescente,
artigo 41, §1º, abaixo disposto:
Art. 41. A adoção atribui a condição de filho ao adotado, com os mesmos
direitos e deveres, inclusive sucessórios desligando-o de qualquer vínculo
com pais e parentes, salvo os impedimentos matrimoniais.
§1º Se um dos cônjuges ou concubinos adota o filho do outro, mantêm-se
os vínculos de filiação entre o adotado e o cônjuge ou concubino do
adotante e os respectivos parentes.

(A) INCORRETA. Daniel não deverá se inscrever no Cadastro Nacional de


Adoção, pois se trata de adoção unilateral.
(B) INCORRETA. A não convivência não retira o poder do pai.
(C) INCORRETA. É importante a revelação sobre a adoção.
(D) CORRETA. Como vimos, pelo trecho acima.
(E) INCORRETA. Não é necessário estágio de convivência, por se tratar
da hipótese de adoção unilateral.

13. (DPE/MT – FGV – 2015) César e Cláudia habilitaram-se para


adotar uma criança e após três anos aguardando no cadastro de
pretendentes foram chamados para conhecer uma criança com o perfil
que haviam escolhido. No curso do processo de adoção, César faleceu
subitamente de um enfarte fulminante.

Sobre a adoção, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale


a afirmativa correta.
(A) O pedido de adoção deverá ser indeferido, sendo a criança
encaminhada para adoção por novos pretendentes.
(B) A adoção terá prosseguimento apenas em nome de Cláudia uma vez
que não é admitida a adoção póstuma.

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(C) Ao final do processo de adoção, a criança poderá ter o nome de César


como seu pai em seu registro civil de nascimento.
(D) A adoção poderá ser deferida ao falecido se houver concordância
formal dos outros herdeiros necessários de César.
(E) A adoção simples poderá ser concedida, não se estendendo à criança
os direitos sucessórios e patrimoniais da filiação paterna plena.

COMENTÁRIOS:
De acordo com o ECA:
§6o A adoção poderá ser deferida ao adotante que, após inequívoca
manifestação de vontade, vier a falecer no curso do procedimento, antes
de prolatada a sentença.
(A) INCORRETA. A adoção não deve ser indeferida.
(B) INCORRETA. É possível adoção póstuma.
(C) CORRETA. A criança poderá ainda ter o nome do falecido em seu
registro, de acordo com a determinação do ECA.
(D) INCORRETA. Não é necessária a concordância formal dos herdeiros
de César para que a adoção seja deferida.
(E) INCORRETA. Sendo deferida a adoção, a criança possui os direitos
sucessórios e patrimoniais da filiação paterna plena.

14. (TJ/SC – FGV – 2015) Em Homossexualidade e Adoção (2007),


Uziel destaca que os novos modelos de família não são absorvidos pelos
profissionais da justiça, que ainda fazem referência ao modelo biológico.
Daí decorre o medo em relação à adoção por homossexuais ou lésbicas
que, por sua vez, põem em questão a adequação ilusória entre procriação
e parentesco. A reticência de tais profissionais deve-se a diversos
preconceitos, já derrubados por pesquisas. Ao contrário dos preconceitos
predominantes na área, os estudos comparativos atestam que:

I - Não existem diferenças significativas na escolha de objeto sexual tanto


por parte de filhos de casais homossexuais quanto de heterossexuais.

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II - Existem outros elementos importantes na vida das crianças, entre os


quais, a tranquilidade, que varia em função do tipo e do grau de atrito
entre os pais, sejam homossexuais ou heterossexuais.

III - Não há tendência a se reconhecer na parceira da mãe a figura do


“pai”, mas outra mãe ou uma irmã mais velha.

IV - Mães homossexuais se empenham para que seus filhos tenham


contatos sociais variados.

V - Entre gays e lésbicas é mais costumeiro contar com o apoio de amigos


que entre heterossexuais.

Está correto o que se afirma em:


(A) somente I, II e III;
(B) somente I, II, III e IV;
(C) somente I, II, IV e V;
(D) somente II, III, IV e V;
(E) I, II, III, IV e V.

COMENTÁRIOS:
A banca considerou todos os itens corretos, de acordo com dados
apontados em pesquisas.
RESPOSTA: E.

15. (TJ/SC – FGV – 2015) “Entende-se que o vínculo emocional entre


pais e filhos não decorre do modo de filiação e que as famílias adotivas
também estabelecem vínculos com seus filhos tanto quanto as famílias
biológicas. Entretanto (há) situações em que tal premissa não pôde ser
confirmada, pois, apesar da convivência estabelecida, as crianças não
foram acolhidas como filhos, ocorrendo uma desistência dos requerentes

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no processo de adoção em curso. Esses casos têm sido classificados como


devolução de crianças.” (Pinho, P. G. R. Devolução: Quando as Crianças
Não se Tornam Filhos. Guia de Adoção. São Paulo: Roca. 2014).

Sobre a devolução de crianças em processos de adoção, é correto afirmar


que:
(A) em casos justificados, comprovados por estudo técnico
circunstanciado, a adoção é revogável;
(B) crianças devolvidas não podem mais ser adotadas no país e passam a
integrar o cadastro internacional de adoção;
(C) crianças mais velhas e adolescentes mantêm a vinculação à família
de origem e não se adaptam às famílias substitutas;
(D) os pretendentes podem ter dificuldades em se implicar nos problemas
de adaptação da criança real, culpabilizando-a pelo fracasso da relação;
(E) a devolução reflete a falha das equipes técnicas em sua atribuição de
predizer as dificuldades que surgirão na convivência dos pretendentes
com a criança.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. A adoção é irrevogável.
(B) INCORRETA. Podem sim ser adotadas de novo no país.
(C) INCORRETA. Podem sim conseguir se adaptar às novas famílias.
(D) CORRETA. Os pretendentes podem ter dificuldades em se implicar
nos problemas de adaptação da criança real, culpabilizando-a pelo
fracasso da relação (TRECHO DO LIVRO Guia de Adoção, São Paulo: Roca.
2014).
(E) INCORRETA. A equipe não consegue predizer todas as dificuldades
que vão surgir no processo.

16. (TJ/ BA – FGV – 2015) João e Maria deram entrada no pedido de


adoção dos irmãos Ana e José, que conheceram em uma entidade de
acolhimento. Durante o estágio de convivência, porém, o casamento

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entrou em crise e o casal se separou. Considerando o disposto no


Estatuto da Criança e do Adolescente, o processo de adoção dos irmãos:
(A) será extinto e as crianças retornarão para a entidade de acolhimento;
(B) só poderá ter prosseguimento em nome de um dos ex- cônjuges,
devendo o outro pedir a exclusão do polo ativo do pedido;
(C) será arquivado e as crianças serão encaminhadas para novos
adotantes do cadastro de pretendentes;
(D) poderá ter prosseguimento, desde que João e Maria acordem sobre a
guarda e o regime de visitas das crianças;
(E) será desmembrado em dois processos, sendo cada um dos irmãos
adotado por um dos ex-cônjuges.

COMENTÁRIOS:
De acordo com o ECA - Art 42, § 4º Os divorciados, os judicialmente
separados e os ex-companheiros podem adotar
conjuntamente, contanto que acordem sobre a guarda e o regime
de visitas e desde que o estágio de convivência tenha sido iniciado
na constância do período de convivência e que seja comprovada a
existência de vínculos de afinidade e afetividade com aquele não
detentor da guarda, que justifiquem a excepcionalidade
da concessão.
RESPOSTA: D.

17. (TJ/RJ – FGV – 2014) A gestante Paula, 27 anos, foi encaminhada


ao Juízo da Infância e da Juventude pela assistente social do posto de
saúde onde fazia seu pré-natal, a quem revelou sua intenção de entregar
o bebê em adoção. Existem estudos sobre as mães que, por entrega ou
por abandono, separam-se de seus bebês, que revelam que:
(A) a motivação para a entrega das crianças em adoção ou pelo seu
abandono é a falta de condições econômicas das mães;
(B) o abandono é uma perversão do instinto materno inerente aos
processos filogenéticos da gestação, do parto e do aleitamento;

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(C) muitas entregas são protetivas da criança e algumas se configuram


em verdadeiro ato de amor da mãe pela criança;
(D) os laços de sangue são prioritários e o acolhimento da criança
abandonada enquanto se resgata o amor materno é a medida mais
indicada;
(E) os pais devem ser excluídos do processo de decisão quanto à entrega
em adoção, já que o ônus da maternagem será da mulher.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. Nem sempre o abandono se dá por falta de condições
econômicas.
(B) INCORRETA. O abandono não caracteriza uma perversão.
(C) CORRETA. Maria Antonieta Pisano Motta (2007, p. 251) defende: “Há
certa tendência em encarar toda separação entre mãe e filho entregue em
adoção como abandono e esta se deve primordialmente aos valores
socialmente estabelecidos segundo os quais a maternidade e a
maternagem são naturais e, portanto, presentes em todas as mulheres. O
conceito de abandono, por sua vez, vem normalmente acoplado ao de
adoção e é comumente compreendido como enjeitar, não aceitar, recusar,
desprezar, repudiar, repelir. Com a assunção desse princípio nos
esquecemos de que muitas entregas são protetivas da criança e algumas
se configuram em verdadeiro ato de amor da mãe pela criança.”
(D) INCORRETA. Se houve abandono, a prioridade é buscar uma nova
família e não retomar os laços com a mãe materna.
(E) INCORRETA. Os pais tem direito a se posicionar diante da entrega
para a adoção.

18. (TJ/GO – FGV – 2014) Recentes mudanças no Estatuto da Criança


e do Adolescente modificaram a sistemática de adoção no Brasil, como a
necessária participação dos postulantes à adoção em grupos reflexivos ou
a criação do Cadastro Nacional de Adoção. Com relação ao papel das
equipes técnicas nesse processo, é correto afirmar que:

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(A) auxiliam os pais a compreender a importância da revelação,


trabalhando elementos que facilitem esse momento;
(B) agenciam a chegada das crianças para os habilitados, considerando a
disponibilidade em viajar para outros estados;
(C) orientam mensalmente a rede de apoio escolar sobre a chegada dos
filhos adotivos;
(D) classificam os atributos desejáveis nas crianças acolhidas,
incentivando condutas na interação com os postulantes;
(E) informam sobre os direitos do adotante, inclusive sobre o direito de
conhecer a família biológica e de manter contato.

COMENTÁRIOS:
(A) CORRETA. De acordo com Ferreira, a equipe técnica prepara os
interessados à adoção, trabalhando questões referentes à motivação
pessoal para a adoção, revelação, preconceitos, fases do desenvolvimento
infantil, procedimento judicial da adoção, entre outros.
(B) INCORRETA. Sua função não é a de agenciar crianças.
(C) INCORRETA. O foco não é orientar a equipe escolar mensalmente.
(D) INCORRETA. Não fazem a classificação dos atributos desejáveis das
crianças.
(E) INCORRETA. Esses são os direitos do adotado.

19. (DPE/MT – FGV – 2015) Com relação à Teoria Relacional


Sistêmica, analise as afirmativas a seguir.

I. A família é um sistema fechado, pouco permeável à comunidade


circundante, com duas tendências fundamentais: para a homeostasia e
para a transformação.

II. Um elemento portador de um sintoma psicológico deve ser


considerado, no seu contexto familiar e social, como sinal de uma
homeostasia perturbada no sistema.

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III. No diagnóstico sistêmico não deve ser esquecido o papel do


terapeuta na análise do conjunto.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

COMENTÁRIOS:
Assertiva I: INCORRETA. A família é permeável à comunidade.
Assertiva II: CORRETA. O sintoma revela a verdade familiar e perturbada
a homeostase e organização do sistema.
Assertiva III: CORRETA. Deve-se considerar todos os elementos do
sistema, inclusive o terapeuta.
RESPOSTA: C.

20. (TJ/BA – FGV – 2015) Os fundamentos da teoria sistêmica de


família desenvolveram-se a partir de outros campos da ciência, incluída
a cibernética, entre outros domínios. Tal teoria é dividida em dois
momentos consideravelmente distintos: a cibernética de primeira
ordem e a cibernética de segunda ordem. Nesse sentido, na perspectiva
da cibernética de primeira ordem, o sintoma é compreendido como a:
(A) expressão de uma disfuncionalidade familiar que deve ser tratada
individualmente;
(B) soma das múltiplas disfuncionalidades individuais dos membros da
família;
(C) experiência de romper com a homeostase familiar que abre novas
possibilidades;
(D) tentativa de manter o equilíbrio delicado de um sistema disfuncional;

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(E) forma criativa, espontânea e inovadora de eliminar o sofrimento


psíquico familiar.

COMENTÁRIOS:
(A) INCORRETA. Na teoria sistêmica, o sintoma não é tratado
individualmente.
(B) INCORRETA. O sintoma não é apenas a soma dos problemas
individuais.
(C) INCORRETA. O sintoma afeta de fato o equilíbrio familiar, mas não é
visto como algo que abre novas possibilidades.
(D) CORRETA. Essa é a visão da teoria sobre o sintoma.
(E) INCORRETA. O sintoma não é visto de forma tão positiva e nem
como capaz de eliminar o sofrimento psíquico familiar.

21. (MPE/MS – FGV – 2013) A respeito da abordagem sistêmica, que


oferece novas compreensões sobre a família, bem como um modelo de
atuação que privilegia o atendimento em grupo, assinale a afirmativa
incorreta.
(A) Bateson, Andolfi e Minuchin são autores que trabalham com famílias
através da vertente sistêmica.
(B) O paciente estaria apresentando problemas familiares e costuma ser
esta a razão da busca do atendimento.
(C) Os sintomas sofrem o fenômeno da retroalimentação, de acordo com
a Teoria Sistêmica.
(D) A reflexão familiar com uma abordagem sistêmica tem sido sugerida
em virtude do alto índice de agressões a crianças no âmbito familiar.
(E) A abordagem sistêmica não tem se revelado eficaz para o trabalho no
âmbito de empresas familiares, apesar das tentativas realizadas pelos
profissionais de psicologia.

COMENTÁRIOS:
(A) CORRETA. São autores sistêmicos.

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(B) CORRETA. É o motivo que costuma levar as pessoas a buscarem


ajuda.
(C) CORRETA. A família como um sistema retroalimenta os sintomas.
(D) INCORRETA. É sugerida devido a sua visão e abordagem da família
como um todo, como um sistema.
(E) CORRETA. O ambiente organizacional é diferente.

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1. (IGP/RS – FUNDATEC – 2017) Segundo Hamad (2002), há


unanimidade entre os especialistas: a criança deve saber que é
adotada. Todo o ser humano tem direito ao conhecimento de suas
origens e sua história, mesmo que elas sejam dolorosas e penosas.
Assinale a alternativa que apresenta a situação considerada ideal pelo
autor citado quanto à revelação da adoção.
(A) Deve se dar na forma de um discurso organizado destinado a
comunicar à criança toda a verdade.
(B) A regra é a transparência em relação ao abandono, e as informações
devem ser reveladas todas de uma só vez.
(C) Para que a criança possa manter-se confiante nos pais adotivos, é
melhor que não sejam eles que revelem à criança que ela é adotada.
(D) O que o adulto esconde necessariamente é o que a criança teme; e é
o que normalmente produz um efeito de choque na criança. A realidade
deve ser omitida e substituída por uma versão bem diferente.
(E) Os pais precisam falar com o filho sobre a realidade da adoção, ou,
pelo menos, criar as condições de uma fala livre da criança sobre sua
adoção. É preferível que nunca tenha havido um momento de revelação,
mas, sim, respostas verdadeiras às perguntas das crianças.

2. (TJ/SP – VUNESP – 2017) Um psicólogo, no processo de avaliação


psicológica dos candidatos à adoção, segue as orientações de Leila D.
Paiva (In: Shine, 2014) ao indagar sobre as expectativas do casal em
relação à criança a ser adotada. Assim, ao entrevistá-lo, o psicólogo
deverá

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(A) se limitar a aspectos concretos de idade e sexo, de modo a indicar


que outras expectativas serão construídas pelo casal no convívio com a
criança real.
(B) ignorar os dados da dinâmica familiar, dado que o funcionamento do
grupo familiar será alterado com o ingresso da criança adotada na família.
(C) evitar explorar os sentimentos dos solicitantes quanto à família
biológica da criança, de modo a propiciar-lhes um espaço imaginário
íntegro para “gestar” a criança que virá.
(D) ir além das características físicas, pois falar sobre o que espera ou
imagina da criança contribuirá para que o casal a insira em seu curso
desejante.
(E) focalizar as escolhas racionalmente justificadas pelo casal, porque no
âmbito jurídico este é o nível de informações que interessa aos
operadores da lei.

3. (TJ/SP – VUNESP – 2017) Um importante sinal de dificuldade de


acolher uma criança a ser adotada, apontada na obra Laços e Rupturas
– leituras psicanalíticas sobre adoção e o acolhimento institucional
(Ferreira e Ghirardi, 2016), é o casal apresentar necessidade recorrente
de fazer referência
(A) ao intenso desejo de ter uma criança.
(B) à ansiedade quanto à própria competência parental.
(C) à família biológica da criança.
(D) ao luto sofrido por perdas anteriores.
(E) ao temor de que a criança seja problemática.

4. (TJ/RS – FAURGS – 2016) Frente aos aspectos psicossociais


envolvidos nos processos de adoção, é correto afirmar que
(A) esgotadas as possibilidades de manter a criança junto aos pais
biológicos ou familiares, há que se iniciar a oitiva da criança, a fim de
identificar seu interesse pela adoção ou manutenção na família de origem,
uma vez que esta escuta se apresenta como definidora do processo.

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(B) recomenda-se intervenção da Defensoria Pública quando esgotadas


as possibilidades de manter a criança junto aos pais biológicos ou
familiares, uma vez que se faz necessário trabalhar, nesta esfera legal, as
relações de confiança e de afeto da criança com os novos pais, guardiões
ou tutores.
(C) o desenvolvimento pleno de um bebê adotado só poderá ocorrer se
contar com o amor de seus pais adotivos, expresso como uma íntima
relação que os estudiosos chamam de cooping.
(D) não se reconhece salutar a ciência do status adotivo pela criança
adotada, a fim de que esta possa estabelecer, com maior tranquilidade e
empatia, elos de filiação com a família substituta.
(E) a colocação de criança em família substituta não pode preceder
trabalho com os vínculos afetivos em relação a sua família natural.

5. (TJ/RS – FAURGS – 2016) A não aprovação dos pretendentes à


adoção, motivada por causas psicológicas e sociais, resulta de um
conjunto de fatores desfavoráveis a serem identificados pela equipe
técnica responsável pelo caso.

Qual das alternativas abaixo apresenta APENAS esses fatores


adversos?

(A) Crise conjugal, histórico da condição econômica dos pretendentes,


motivação advinda da não elaboração da perda de um filho.
(B) Adoção para amenizar problemas de solidão, homossexualidade,
aproximação da meia idade e a presença do ninho vazio, decorrente do
afastamento dos filhos do lar.
(C) Desejo de adoção não compartilhado pelo casal, não elaboração da
infertilidade.
(D) Decisão impulsiva e sem reflexões, adoção para tentar engravidar,
capacidade emocional adequada para o exercício da parentalidade.

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(E) Casal com perspectivas de residência fora do país, rede social e


familiar ampla e motivada com relação ao processo de adoção.

6. (DPE/RO – FGV – 2015) A ministra Cármen Lúcia, do Supremo


Tribunal Federal (STF), negou recurso do Ministério Público do Paraná e
manteve decisão que autorizou a adoção de crianças por um casal
homoafetivo. Decisões dessa natureza refletem:
(A) a manutenção da ordem constitucional vigente e da proteção estatal;
(B) o estímulo à conversão da união estável homoafetiva em casamento;
(C) as relações de cuidado e afeto criadas pela jurisprudência;
(D) a legitimação pela Justiça das transformações sociais e culturais;
(E) as vantagens das relações homoafetivas sobre as relações
heteroafetivas tradicionais.

7. (FUNDAÇÃO SAÚDE – BIORIO – 2014) De acordo com Féres-


Carneiro (1996), existem duas abordagens de terapia familiar: a
psicanalítica e a sistêmica. Com base na abordagem sistêmica, a
terapia familiar sistêmica tem os seguintes pressupostos, EXCETO:
(A) enfatizar a mudança no sistema familiar por meio da reorganização
da comunicação entre familiares.
(B) abandonar o passado familiar como questão central, já que o foco é o
modo comunicacional atual.
(C) compreender que a unidade terapêutica centra-se nos dois principais
membros familiares.
(D) conceber a família como possuidora de uma organização e de uma
estrutura.
(E) defender que a comunicação analógica é mais enfatizada do que a
digital.

8. (TJ/RS – FAURGS – 2016) Ao tratarmos de questões vinculadas ao


entendimento e ao atendimento de famílias no âmbito da Psicologia,

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podemos fazer uso da Teoria Sistêmica para a compreensão e


intervenção dos casos atendidos. Nesse sentido, podemos afirmar que a
Terapia Sistêmica expressa, de forma significativa, os novos
paradigmas da contemporaneidade.

Assinale a alternativa que apresenta esses paradigmas.

(A) Complexidade, intrassubjetividade e instabilidade.


(B) Complexidade, intersubjetividade e estabilidade.
(C) Especificidade, intrassubjetividade e instabilidade.
(D) Especificidade, intersubjetividade e estabilidade.
(E) Complexidade, intersubjetividade e instabilidade.

9. (MPE/BA – FGV – 2017) Bruna foi adotada com duas semanas de


vida após ter sido abandonada em via pública com a placenta e o cordão
umbilical. Jorge e Solange, seus pais, têm dúvidas com relação à
revelação da adoção e foram buscar orientação com um psicólogo.

Sobre a revelação da adoção, é correto afirmar que:

(A) é desnecessária a revelação da adoção, já que Bruna não teve


contato com a genitora e construirá seus vínculos afetivos mais primitivos
com os pais adotivos;
(B) a revelação da adoção deve acontecer na fase da adolescência,
quando Bruna reunirá recursos emocionais e cognitivos para lidar com o
trauma do abandono precoce;
(C) só após atingir a maioridade Bruna poderá saber que foi adotada por
Jorge e Solange e obter acesso irrestrito ao processo no qual a medida foi
aplicada;
(D) pesquisas demonstram a necessidade de que conversas dos pais
adotivos sobre a origem do filho ocorram desde a mais tenra idade e em
contexto positivo e natural;

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(E) as hipóteses de criança exposta, em que a genitora é desconhecida,


dispensam a necessidade de processo de adoção, sendo a criança
registrada diretamente em nome dos adotantes.

10. (TJ/PI – FGV – 2015) Os artigos que tratam da Habilitação de


Pretendentes para Adoção e da colocação em família substituta
estabelecem a obrigatoriedade do estudo psicossocial para aferir a
capacidade e o preparo dos postulantes para o exercício da paternidade,
destacando que não se deferirá colocação em família substituta a pessoa
que revele, por qualquer modo, incompatibilidade com a natureza da
medida ou não ofereça ambiente familiar adequado.
De acordo com essa avaliação e com a legislação vigente, NÃO poderá ter
acolhido o pedido de habilitação para adoção o pretendente:

(A) que tenha orientação sexual homoafetiva;


(B) casado que pretenda adoção monoparental;
(C) que tenha filhos ou seja biologicamente fértil;
(D) cujo cônjuge tenha uma diferença de idade maior que 16 anos;
(E) que deseje escolher o perfil do adotando.

11. (TJ/PI – FGV – 2015) “Policiais civis prenderam, na tarde desta


quarta-feira (7), uma mulher suspeita de ter abandonado uma recém-
nascida em Higienópolis, bairro nobre na região central de São Paulo”. O
crime aconteceu no fim de semana e foi registrado por câmeras de
segurança de prédios da Rua Piauí. (...) Diante da pergunta de por que
abandonou o bebê, Sandra, tapando o rosto com as mãos, disse: “Por
desespero”.
Sobre essa situação e, de acordo com a legislação, é correto afirmar que:

(A) a entrega de bebês ou crianças em adoção é prerrogativa de


gestantes ou mães que comprovem falta de condições materiais;

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(B) a entrega de bebês em adoção será admitida após exame


criminológico que ateste a ocorrência de depressão pós-parto ou psicose
puerperal;
(C) uma gestante ou mãe que deseje entregar seu filho para adoção
deverá ser obrigatoriamente encaminhada à Justiça da Infância e da
Juventude;
(D) as gestantes ou mães que não desejem maternar seus filhos poderão
doá-los para serem registrados diretamente no cartório por terceiros;
(E) a gestante ou mãe que não deseje exercer a maternidade de seu filho
poderá interná-lo em uma entidade de acolhimento.

12. (TJ/RO – FGV – 2015) Renata e Daniel convivem maritalmente há


cinco anos e são responsáveis pela assistência moral, material e
educacional do filho de Renata, Yuri, de 4 anos. Muito embora a criança
tenha sido reconhecida legalmente pelo pai biológico, Antônio, esse não
mantém qualquer contato com o filho desde o nascimento.
Diante disso, Daniel decidiu adotar Yuri. Segundo as disposições trazidas
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, é correto afirmar que:

(A) Daniel precisará se habilitar para adoção do menino, devendo ser


inscrito no Cadastro Nacional de Adoção;
(B) o processo de adoção formulado por Daniel não necessitará do
consentimento de Antônio, já que ele não convive com o filho;
(C) a adoção será deferida em favor de Daniel e a revelação sobre a
origem biológica de Yuri não será necessária, pois o menino acredita ser
filho biológico do adotante;
(D) como se trata de hipótese de adoção unilateral, não será necessária a
habilitação do adotante para inserção no Cadastro Nacional de Adoção;
(E) a adoção será deferida em favor de Daniel, mas deverá ser precedida
de estágio de convivência com o adotante.

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13. (DPE/MT – FGV – 2015) César e Cláudia habilitaram-se para


adotar uma criança e após três anos aguardando no cadastro de
pretendentes foram chamados para conhecer uma criança com o perfil
que haviam escolhido. No curso do processo de adoção, César faleceu
subitamente de um enfarte fulminante.

Sobre a adoção, segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente, assinale


a afirmativa correta.
(A) O pedido de adoção deverá ser indeferido, sendo a criança
encaminhada para adoção por novos pretendentes.
(B) A adoção terá prosseguimento apenas em nome de Cláudia uma vez
que não é admitida a adoção póstuma.
(C) Ao final do processo de adoção, a criança poderá ter o nome de César
como seu pai em seu registro civil de nascimento.
(D) A adoção poderá ser deferida ao falecido se houver concordância
formal dos outros herdeiros necessários de César.
(E) A adoção simples poderá ser concedida, não se estendendo à criança
os direitos sucessórios e patrimoniais da filiação paterna plena.

14. (TJ/SC – FGV – 2015) Em Homossexualidade e Adoção (2007),


Uziel destaca que os novos modelos de família não são absorvidos pelos
profissionais da justiça, que ainda fazem referência ao modelo biológico.
Daí decorre o medo em relação à adoção por homossexuais ou lésbicas
que, por sua vez, põem em questão a adequação ilusória entre procriação
e parentesco. A reticência de tais profissionais deve-se a diversos
preconceitos, já derrubados por pesquisas. Ao contrário dos preconceitos
predominantes na área, os estudos comparativos atestam que:

I - Não existem diferenças significativas na escolha de objeto sexual tanto


por parte de filhos de casais homossexuais quanto de heterossexuais.

II - Existem outros elementos importantes na vida das crianças, entre os

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quais, a tranquilidade, que varia em função do tipo e do grau de atrito


entre os pais, sejam homossexuais ou heterossexuais.

III - Não há tendência a se reconhecer na parceira da mãe a figura do


“pai”, mas outra mãe ou uma irmã mais velha.

IV - Mães homossexuais se empenham para que seus filhos tenham


contatos sociais variados.

V - Entre gays e lésbicas é mais costumeiro contar com o apoio de amigos


que entre heterossexuais.

Está correto o que se afirma em:


(A) somente I, II e III;
(B) somente I, II, III e IV;
(C) somente I, II, IV e V;
(D) somente II, III, IV e V;
(E) I, II, III, IV e V.

15. (TJ/SC – FGV – 2015) “Entende-se que o vínculo emocional entre


pais e filhos não decorre do modo de filiação e que as famílias adotivas
também estabelecem vínculos com seus filhos tanto quanto as famílias
biológicas. Entretanto (há) situações em que tal premissa não pôde ser
confirmada, pois, apesar da convivência estabelecida, as crianças não
foram acolhidas como filhos, ocorrendo uma desistência dos requerentes
no processo de adoção em curso. Esses casos têm sido classificados como
devolução de crianças.” (Pinho, P. G. R. Devolução: Quando as Crianças
Não se Tornam Filhos. Guia de Adoção. São Paulo: Roca. 2014).

Sobre a devolução de crianças em processos de adoção, é correto afirmar


que:

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(A) em casos justificados, comprovados por estudo técnico


circunstanciado, a adoção é revogável;
(B) crianças devolvidas não podem mais ser adotadas no país e passam a
integrar o cadastro internacional de adoção;
(C) crianças mais velhas e adolescentes mantêm a vinculação à família
de origem e não se adaptam às famílias substitutas;
(D) os pretendentes podem ter dificuldades em se implicar nos problemas
de adaptação da criança real, culpabilizando-a pelo fracasso da relação;
(E) a devolução reflete a falha das equipes técnicas em sua atribuição de
predizer as dificuldades que surgirão na convivência dos pretendentes
com a criança.

16. (TJ/ BA – FGV – 2015) João e Maria deram entrada no pedido de


adoção dos irmãos Ana e José, que conheceram em uma entidade de
acolhimento. Durante o estágio de convivência, porém, o casamento
entrou em crise e o casal se separou. Considerando o disposto no
Estatuto da Criança e do Adolescente, o processo de adoção dos irmãos:
(A) será extinto e as crianças retornarão para a entidade de acolhimento;
(B) só poderá ter prosseguimento em nome de um dos ex- cônjuges,
devendo o outro pedir a exclusão do polo ativo do pedido;
(C) será arquivado e as crianças serão encaminhadas para novos
adotantes do cadastro de pretendentes;
(D) poderá ter prosseguimento, desde que João e Maria acordem sobre a
guarda e o regime de visitas das crianças;
(E) será desmembrado em dois processos, sendo cada um dos irmãos
adotado por um dos ex-cônjuges.

17. (TJ/RJ – FGV – 2014) A gestante Paula, 27 anos, foi encaminhada


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o bebê em adoção. Existem estudos sobre as mães que, por entrega ou
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(A) a motivação para a entrega das crianças em adoção ou pelo seu


abandono é a falta de condições econômicas das mães;
(B) o abandono é uma perversão do instinto materno inerente aos
processos filogenéticos da gestação, do parto e do aleitamento;
(C) muitas entregas são protetivas da criança e algumas se configuram
em verdadeiro ato de amor da mãe pela criança;
(D) os laços de sangue são prioritários e o acolhimento da criança
abandonada enquanto se resgata o amor materno é a medida mais
indicada;
(E) os pais devem ser excluídos do processo de decisão quanto à entrega
em adoção, já que o ônus da maternagem será da mulher.

18. (TJ/GO – FGV – 2014) Recentes mudanças no Estatuto da Criança


e do Adolescente modificaram a sistemática de adoção no Brasil, como a
necessária participação dos postulantes à adoção em grupos reflexivos ou
a criação do Cadastro Nacional de Adoção. Com relação ao papel das
equipes técnicas nesse processo, é correto afirmar que:
(A) auxiliam os pais a compreender a importância da revelação,
trabalhando elementos que facilitem esse momento;
(B) agenciam a chegada das crianças para os habilitados, considerando a
disponibilidade em viajar para outros estados;
(C) orientam mensalmente a rede de apoio escolar sobre a chegada dos
filhos adotivos;
(D) classificam os atributos desejáveis nas crianças acolhidas,
incentivando condutas na interação com os postulantes;
(E) informam sobre os direitos do adotante, inclusive sobre o direito de
conhecer a família biológica e de manter contato.

19. (DPE/MT – FGV – 2015) Com relação à Teoria Relacional


Sistêmica, analise as afirmativas a seguir.

I. A família é um sistema fechado, pouco permeável à comunidade

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circundante, com duas tendências fundamentais: para a homeostasia e


para a transformação.

II. Um elemento portador de um sintoma psicológico deve ser


considerado, no seu contexto familiar e social, como sinal de uma
homeostasia perturbada no sistema.

III. No diagnóstico sistêmico não deve ser esquecido o papel do


terapeuta na análise do conjunto.

Assinale:
(A) se somente a afirmativa I estiver correta.
(B) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas
(C) se somente as afirmativas II e III estiverem corretas.
(D) se somente as afirmativas I e III estiverem corretas.
(E) se todas as afirmativas estiverem corretas.

20. (TJ/BA – FGV – 2015) Os fundamentos da teoria sistêmica de


família desenvolveram-se a partir de outros campos da ciência, incluída
a cibernética, entre outros domínios. Tal teoria é dividida em dois
momentos consideravelmente distintos: a cibernética de primeira
ordem e a cibernética de segunda ordem. Nesse sentido, na perspectiva
da cibernética de primeira ordem, o sintoma é compreendido como a:
(A) expressão de uma disfuncionalidade familiar que deve ser tratada
individualmente;
(B) soma das múltiplas disfuncionalidades individuais dos membros da
família;
(C) experiência de romper com a homeostase familiar que abre novas
possibilidades;
(D) tentativa de manter o equilíbrio delicado de um sistema disfuncional;
(E) forma criativa, espontânea e inovadora de eliminar o sofrimento
psíquico familiar.

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21. (MPE/MS – FGV – 2013) A respeito da abordagem sistêmica, que


oferece novas compreensões sobre a família, bem como um modelo de
atuação que privilegia o atendimento em grupo, assinale a afirmativa
incorreta.
(A) Bateson, Andolfi e Minuchin são autores que trabalham com famílias
através da vertente sistêmica.
(B) O paciente estaria apresentando problemas familiares e costuma ser
esta a razão da busca do atendimento.
(C) Os sintomas sofrem o fenômeno da retroalimentação, de acordo com
a Teoria Sistêmica.
(D) A reflexão familiar com uma abordagem sistêmica tem sido sugerida
em virtude do alto índice de agressões a crianças no âmbito familiar.
(E) A abordagem sistêmica não tem se revelado eficaz para o trabalho no
âmbito de empresas familiares, apesar das tentativas realizadas pelos
profissionais de psicologia.

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08 E 09 D 10 B 11 C 12 D 13 C 14 E
15 D 16 D 17 C 18 A 19 C 20 D 21 A

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