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“Pelo que não deixarei de

exortar-vos sempre acerca destas


coisas, ainda que bem as saibais,
e estejais confirmados na presente
verdade.”
2 Pe 1.12
Somente firmados na inspirada,
infalível e inerrante Palavra de Deus
podemos identificar e rejeitar os
falsos ensinamentos.
I – RELEMBRANDO VERDADES
ANTIGAS
II – A AUTENCIDADE DA
PALAVRA
III – O VALOR DA PALAVRA
PROFÉTICA
• CONSCIENTIZAR a respeito da
importância de recordar as verdades
antigas;
• APRENDER sobre a autenticidade da
Palavra de Deus;
• SABER o valor da Palavra profética.
O coração pastoral de Pedro o impeliu a admoestar seus leitores para
que não esquecessem dos ensinos que haviam recebido. Apesar de estarem
firmes na fé, eles deveriam manter vivas na memória as verdades da Palavra
de Deus. Esse é o segredo para que o cristão não seja enganado pelos falsos
mestres, dando lugar à falsidade. Não há como refutar as heresias e os
modismos se o crente não estiver submetido ao estudo constante da Palavra de
Deus, sendo sempre recordado dos princípios basilares da fé. Por essa razão, a
Escola Dominical, os cultos de ensino e a pregação expositiva das Escrituras são
essenciais para o preparo não somente dos novos convertidos, mas até mesmo
dos crentes mais maduros na fé. Uma Igreja que não prioriza o ensino e não
investe na capacitação de seus membros é uma presa fácil para os
mercenários, falsos mestres e todos aqueles que propagam heresias.
Prezado(o) professor(a), tenha em mente que você,
enquanto educador, possui grande influência sobre a vida de
seus alunos. Nesta lição, em que estudaremos sobre a
necessidade do cristão ficar firme na fé e na Palavra de Deus,
disponha-se a orar pelos seus jovens alunos. Além disso, durante
a semana, envie mensagens especiais a cada uma deles,
demonstrando o seu interesse e cuidado pela vida espiritual
deles.
2 Pedro 1.12-21
12 Pelo que não deixarei de exortar-vos sempre acerca destas
coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados na presente
verdade.
13 E tenho por justo, enquanto estiver neste tabernáculo, despertar-
vos com admoestações,
14 sabendo que brevemente hei de deixar este meu tabernáculo,
como também nosso Senhor Jesus Cristo já mo tem revelado.
15 Mas também eu procurarei em toda a ocasião que depois da
minha morte tenhais lembrança destas coisas.
16 Porque não vos fizemos saber a virtude e a vinda de nosso
Senhor Jesus Cristo, seguindo fábulas artificialmente compostas;
mas nós mesmos vimos a sua majestade,
17 porquanto ele recebeu de Deus Pai honra e glória, quando da
magnífica glória lhe foi dirigida a seguinte voz: Este é o meu Filho
amado, em quem me tenho comprazido.
18 E ouvimos esta voz dirigida do céu, estando nós com ele no
monte santo,
19 E temos, mui firme, a palavra dos profetas, à qual bem fazeis
em estar atentos, como a uma luz que alumia em lugar escuro, até
que o dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos
corações,
20 sabendo primeiramente isto: que nenhuma profecia da
Escritura é de particular interpretação;
21 Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem
algum, mas
os homens santos de Deus falaram
inspirados pelo Espírito Santo.
Recordar instruções do passado não é uma prática popular
na cultura contemporânea. Há em nossa geração um enorme
desprezo pela sabedoria antiga e uma certa idolatria às
novidades. Mas o apóstolo Pedro sabia que se os crentes não se
voltassem para as antigas verdades, seriam enganados pelas
novas mentiras. As heresias surgem exatamente quando se
desprezam as verdades tradicionais e buscam-se modismos
religiosos. Por esse motivo, nesta lição veremos que o incentivo de
Pedro é que os crentes permanecessem firmes nos fundamentos da
sua fé, lembrando-se das verdades da Palavra de Deus que
haviam aprendido.
1. Um chamado à lembrança. Nesta seção, Pedro encoraja os
leitores da sua Carta a recordarem importantes recomendações que
eram de conhecimento deles: “não deixarei de exortar-vos sempre
acerca destas coisas, ainda que bem as saibais, e estejais confirmados
na presente verdade” (v.12). Apesar de serem conhecedores da verdade,
o apóstolo tinha por importante reavivar na memória de seus leitores
alguns princípios importantes da Palavra de Deus. Considerando a
nossa propensão ao esquecimento (Sl 78.11; Is 49.15; Lm 3.17), as
Escrituras nos instigam a relembrar fatos e verdade espirituais (Êx 13.3;
Js 1.13; Is 46.9; Hb 10.32).
O pastor Pedro não se furta, em sua responsabilidade, de prover para a
igreja da época o ensino de valores elementares da fé cristã. Enquanto
estivesse vivo, Pedro haveria de despertar os crentes com admoestações
(v.13), pois queria gravar na mente e nos corações de seus leitores a
Palavra da Verdade. Ele não estava preocupado em atender aos anseio
de seus leitores, pregando novidades, mas em transmitir a perene
mensagem de Deus.
2. A importância da recordação. A recordação é um aspecto
relevante na fé cristã, porquanto é preciso lembrar os atos divinos e as
palavras sagradas como diretriz para vivermos o presente e
esperarmos o futuro. Por esse motivo, a tradição tem o seu valor no
Cristianismo, tanto a tradição bíblica quanto aquela que formou a
história da igreja. Não é de estranhar, portanto, que Deus tenha
instruído os israelitas a ensinarem reiteradamente a Lei às crianças.
Por isso Provérbios 3.1 diz: “Filho meu, não te esqueças da minha lei, e
o teu coração guarde os meus mandamentos”. O Espírito Santo foi
dado à Igreja, dentre outros motivos, para lembrar aos cristãos as
lições que já aprenderam (Jo 14.26). Pregadores e ensinadores da
atualidade devem seguir o exemplo do apóstolo. Ainda que venham a
ser considerados repetitivos e antiquados, não podem negar a missão
de pregar princípios atemporais da Palavra de Deus.
3. Consciência da morte. Pedro tinha consciência da iminência de
sua morte: “brevemente hei de deixar este meu tabernáculo” (v.12).
Para o servo de Deus, a iminência da morte não é algo que leva ao
desespero, pois o viver é Cristo e o morrer é lucro (Fp 1.21). O apóstolo
queria que, mesmo depois da sua morte, suas palavras se mantivessem
vivas na mente de seus leitores. Ele queria deixar um legado para a
posteridade. Isso porque, sabia que o mais importante não era ele, e
sim a mensagem de Deus. Os homens passam, mas a Palavra de Deus
permanece para sempre (1 Pe 1.25).
O apostolo Pedro fez o publico reelembrar os
beneficios, de se manterem firme na Fé, refutando as
heresias que estavam sendo introduzidas entre os
cristãos, os homens passam, mas a Palavra de Deus
permanecem para sempre (2 Pe 1.25).
1. Um ensino verdadeiro. Por que o apóstolo insiste com seus leitores
para que não se esqueçam o que haviam aprendido? Porque ele tinha
uma profunda convicção de que tudo aquilo que dera a conhecer sobre
Jesus, notadamente sobre o seu retorno glorioso, eram ensinos
verdadeiros, firmados na realidade, não se tratando de invenções
humanas. Nos tempos do Novo Testamento, os mitos eram
responsáveis por moldar a cultura e a visão de mundo das pessoas. A
mitologia grego-romana idealizava estórias, deuses e heróis na
tentativa de dar sentido à vida.
Em notório contraste, Pedro enfatiza que o seu ensino não seguiu
fábulas artificialmente compostas (v.16), ou seja, que os seus ensinos
não foram elaborados ardilosamente pela mente humana.
Diferentemente das mitologias pagãs, a fé cristã se baseia em fatos e
firmes evidências. A Bíblia não é uma obra de ficção, assim como os
seus personagens e relatos não foram inventados como um conto
fantasioso. Por isso, ela nos adverte a rejeitar as fábulas profanas (1
Tm 1.4; 4.7; Tt 1.14), uma vez que elas distorcem a verdade.
2. O testemunho ocular. Pedro reivindica a veracidade da sua
mensagem ao colocar-se como testemunha ocular da manifestação
divina em Cristo. A expressão “nós vimos a sua majestade” (v.16) refere-
se ao episódio em que ele, juntamente com Tiago e João, presenciaram
a transfiguração de Jesus no monte santo, conforme registrado nos
Evangelhos (Mt 17.1-13; Mc 9.2-13; Lc 9.28-36). Foi um momento sublime
que marcou profundamente a vida do apóstolo.
Além de ter um vislumbre da glória do Filho de Deus, ouviu a voz do
Pai que dizia: “Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo”.
Mais que um experiência pessoal do apóstolo, a transfiguração de Cristo
foi uma revelação especial de Deus, que honrou e testificou do Filho.
Jesus, afinal, é a revelação mais completa de Deus. Pedro está
mostrando que a experiência no Monte da Transfiguração é um
elemento crucial para demonstrar a autenticidade dos ensinos cristãos,
pois ele viu, ouviu e sentiu a manifestação sobrenatural de Deus.
3. O valor da experiência. As experiências com Deus possuem
importante valor na vida cristã, na medida em que autenticam a
veracidade das Escrituras em nós. Sabemos que Deus existe e que a sua
Palavra é verdadeira não somente porque são plausíveis ou por causa
das evidências externas, mas também porque temos o testemunho
interno do Espírito Santo (Rm 8.16) e experimentamos o seu poder. O
crente pentecostal tem no encontro com Deus e na relação com o
sobrenatural o aspecto central da sua espiritualidade. Além de serem
confirmadas, as nossas crenças básicas ganham vida e vigor quando
são vivenciadas na prática.
Não sem razão, a Bíblia contém um conjunto de histórias e narrativas
das experiências de homens e mulheres de Deus. O livro de Atos dos
Apóstolos, em especial, com suas magníficas narrativas de batismo no
Espírito Santo, falar em novas línguas, curas e milagres, dentre outros
eventos miraculosos, fornecem para a igreja contemporânea um
modelo de vida e experiência pentecostal.
Lembrete sobre a Autenticidade Profética (1.19-21)
Em seguida, Pedro começa a estabelecer o contraste entre os
verdadeiros e os falsos profetas. Dá uma severa ordem para
que se preste atenção às palavras dos profetas. Pode fazê-lo
por ter o suporte das próprias Escrituras. O salmista, inspirado,
referiu-se à Palavra de Deus nos seguintes termos: 'Lâmpada
para os meus pês é tua palavra e luz, para o meu caminho' (Sl
119.105). Sob uma inspiração semelhante, Pedro fala da
palavra profética como 'uma luz que alumia em lugar escuro'
(2 Pe 1.19).
1. Palavra confirmada. Pedro também diz que devemos estar
atentos às palavras dos profetas. O apóstolo está se referindo aos
vaticínios de Deus constantes do Antigo Testamento, pois eles
precedem e ao mesmo tempo confirmam o Evangelho, tornando a sua
verdade ainda mais incontestável. Ainda que constituída de sessenta e
seis livros, escritos em continentes diferentes, em três idiomas e por
autores provenientes de várias classes sociais, a Bíblia é única em sua
mensagem e consistente em seu conteúdo. Logo, não há divergência ou
incoerência na Palavra do Senhor, pois se trata da revelação divina
escrita. É o maior e melhor de todos os livros!
O cumprimento profético é uma evidência inconteste da veracidade
das Escrituras e da onisciência de Deus. A Bíblia contém centenas de
profecias feitas séculos antes dos próprios eventos, muitas delas sobre o
nascimento, obra e morte de Jesus. Há predileções do nascimento
virginal de Cristo (Is 7.14; Mt 1.23), do local de seu nascimento (Mq 5.2;
Mt 2.6), da maneira de sua morte (Sl 22.16; Jo 19.36), e do local de seu
sepultamento (Is 53.9; Mt 27.57-66). No dia de Pentecostes (At 2),
Pedro testificou o cumprimento daquilo que fora predito pelo profeta
Joel (Jl 2.28). Será que tudo isso aconteceu por coincidência ou acaso?
Evidentemente que não! Os ateus e céticos precisam ter muita fé para
acreditar que isso tenha acontecido de maneira aleatória.
2. Palavra iluminada. Pedro compara a palavra profética a uma
lâmpada que ilumina na escuridão. Assim, os cristãos são encorajados
a se deixarem iluminar por ela, pois como expressou o salmista:
“Lâmpada para os meus pés é tua palavra, e luz para o meu caminho”
(Sl 119.105). Note, porém, que segundo Pedro a luz ilumina “até que o
dia amanheça, e a estrela da alva apareça em vossos corações”. Jesus é
a brilhante Estrela da Manhã (Ap 22.16), que voltará em glória e
poder.
3. Palavra inspirada. Concluindo o seu raciocínio, Pedro agora
explica porque a Palavra de Deus é digna de confiança (vv. 20,21).
Para entendermos melhor a sua explicação, devemos começar pelo
verso 21, pois este dá sentido ao anterior. Pedro está dizendo que as
Escrituras não foram produzidas pela mente humana, mas inspiradas
pelo Espírito Santo de Deus. O sentido do texto é que os autores
humanos eram “levados adiante” (gr.pheromenoi), conduzidos pelo
Espírito ao comunicarem as coisas de Deus. Desse modo, a totalidade
das Escrituras é inspirada, pois seus autores as escreveram sob a
inspiração, supervisão e orientação do Espírito Santo (2 Tm 3.16).
Por conseguinte, “nenhuma profecia da Escritura é de particular
interpretação” (v.20). Ao leitor não é dado o direito de dar ao texto
sagrado o sentido que melhor lhe convém. Devemos ler a Bíblia com o
propósito de entender o propósito de Deus, com o auxílio do Espírito
Santo, pois sendo Ele o agente de inspiração, é também Ele que nos
ensina a interpretá-los corretamente e aplicá-los à vida. Somente com
a iluminação do Consolador conseguimos compreender as verdades de
Deus. Essa passagem refuta os falsos mestres e pregadores que alegam
possuir “revelações especiais” de Deus.
A extensão da inspiração pode ser vista claramente em II Timóteo 3:16-17:
“Toda a Escritura é inspirada por Deus e útil para o ensino, para a
repreensão, para a correção, para a educação na justiça, a fim de que o
homem de Deus seja perfeito e perfeitamente habilitado para toda boa
obra.” Este verso nos diz que Deus inspirou toda a Escritura e que ela é
proveitosa para nós. Não são somente algumas partes da Bíblia que lidam
com doutrinas religiosas que são inspiradas, mas cada uma e todas as
partes, desde Gênesis até Apocalipse, são a Palavra de Deus. Por terem sido
inspiradas por Deus, as Escrituras são, então, autoridade no tocante a
estabelecer doutrinas, e suficientes para ensinar ao homem como estar em
um correto relacionamento com Deus, “instruir em justiça”. A Bíblia afirma
ser não apenas inspirada por Deus, mas também ter a capacidade de nos
transformar e nos fazer “completos”, totalmente equipados para toda boa
obra.
Um outro verso que lida com a inspiração das Escrituras é II Pedro 1:21. Este
verso nos diz que “Porque a profecia nunca foi produzida por vontade de
homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito
Santo.” Este verso nos ajuda a compreender que apesar do homem ter escrito as
Escrituras, as palavras que escreveram foram as próprias palavras de Deus.
Apesar de ter usado homens com suas diferentes personalidades e estilos de
escrita, Deus divinamente inspirou cada palavra que escreveram. O próprio
Jesus confirmou a inspiração verbal e plenária das Escrituras quando disse:
“Não cuideis que vim destruir a lei ou os profetas: não vim abrogar, mas
cumprir. Porque em verdade vos digo que, até que o céu e a terra passem, nem
um jota ou um til se omitirá da lei, sem que tudo seja cumprido” (Mateus 5:17-
18). Nestes versos, Jesus reafirma a exatidão das Escrituras, que vai até ao
menor detalhe e até ao menor sinal de pontuação: porque é a própria palavra
de Deus.
Concluímos nesta lição que a melhor maneira de
ficarmos firmes na fé, sem nos desviarmos da verdade, é
relembrando os ensinamentos bíblicos. Para refutar as
heresias e os modismos que tentam se infiltrar em nosso
meio, devemos estar submetidos ao constante estudo
das Escrituras, sabendo que são elas a inspirada,
inerrante, infalível e, portanto, confiável Palavra do
Senhor.
1. Segundo a lição, por que a recordação é um aspecto importante na fé cristã?
Porque é preciso lembrar os atos divinos e as palavras sagradas como diretriz
para vivermos o presente e esperarmos o futuro.
2. Por que o apóstolo insiste com seus leitores para que não se esqueçam o que
haviam aprendido?
Porque ele tinha uma profunda convicção que tudo aquilo que havia dado a
conhecer sobre Jesus, notadamente sobre o seu retorno glorioso, eram ensinos
verdadeiros, firmados na realidade, não se tratando de invenções humanas.
3. O que Pedro quer dizer quando afirma que seu ensino não seguiu fábulas
artificialmente compostas?
Que os seus ensinos não foram elaborados ardilosamente pela mente humana.
4. A expressão “nós vimos a sua majestade” (v.16) refere-se a qual episódio na
Bíblia?
Ao episódio em que ele, juntamente com Tiago e João, presenciou a
transfiguração de Jesus no monte santo, conforme registrado nos Evangelhos
(Mt 17.1-13; Mc 9.2-13; Lc 9.28-36).
5. Conforme a lição, como devemos ler a Bíblia?
Devemos ler a Bíblia com o propósito de entender o propósito de Deus, com o
auxílio do Espírito Santo, pois sendo Ele o agente de inspiração, é também Ele
quem nos ensina a interpretá-los corretamente e aplicá-los à vida.

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