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Agata Błoch

Instituto de História/Academia de Ciências da Polônia

CHAM/Universidade Nova de Lisboa

agata.natalia.bloch@gmail.com

As redes sociais do Império Português da época moderna


– a importância das visualizações computacionais nos estudos
contemporâneos

1. Introdução

O presente trabalho estuda as redes do império português e, portanto, requer os estudos


aprofundados dos documentos preservados no Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa bem
como da própria natureza deste Arquivo. Por possuir vasta documentação do Conselho
Ultramarino, este arquivo é uma excelente fonte de informação para reconstruir as relações e a
dinâmica do Império Português da época moderna. Além disso, procure-se entender melhor a
história do Brasil colonial no contexto do Império Português setecentista e estudar a trajetória
do Arquivo em causa.

As pesquisas visam definir a identidade portuguesa no ultramar no período de 1600-


1755, através do método matemático-informático chamado Análise de Redes Sociais (ingl.
Social Network Analysis – SNA) que está sendo estudada em "R", uma linguagem de
computação estatística para a análise de dados e imagens gráficas. A análise das redes sociais é
apenas uma ferramenta que permitirá interpretar a estrutura sócio-política das relações entre os
nexos socialmente estruturados nas colónias portuguesas.

A análise histórica está sendo levada a cabo em dois níveis: quantitativo e qualitativo.
A primeira está sendo realizada com base nos inventários publicados pelo Arquivo Histórico
Ultramarino e os códices lá preservados, enquanto que a análise qualitativa requer trabalhos
aprofundados com documentos disponíveis neste Arquivo.

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Para este fim, foi estabelecida uma base de dados eletrônica apoiada nos inventários da
época 1600-1755, publicados pelo AHU. Foi determinado o tipo de documentos em forma de
correspondência missiva internacional, assim como definido o padrão básico de remetentes e
destinatários. A colocação dos dados na aplicação google.map permitiu criar o esboço das
primeiras redes sociais lusófonas que refletissem as ligações geográficas do antigo império
colonial. Foram igualmente criadas as primeiras redes sociais entre as instituições coloniais. O
meu objetivo é conjugar o domínio da recém-criada ciência das redes com as ciências históricas.
Acredite-se que a história tem que responder às determinadas perguntas e preocupações de cada
geração. Portanto, se assumirmos que no mundo contemporâneo, caraterizado pela globalização
e interligação, cuja marca principal são as redes sociais, estudar o passado através da
perspectiva de rede pode trazer os resultados interessantes.

2. A história da Análise de Redes Sociais (ing. Social Network Analysis)

Um dos pioneiros da análise estrutural de sociedade foi Jacob L. Moreno (1889-1974)


que realizou um primeiro estudo sociométrico na década dos anos trinta do século XX, isto é,
um diagrama dos pontos e das linhas que representavas as relações entre as pessoas. Em
International Encyclopaedia of the Social Science (2nd edition, 390-392) encontra-se a
definição do termo „sociometria”, tendo como base a palavra socius, isto é, relações
interpessoais entre os indivíduos. Segundo a Encylopedia, a sociometria providencia as
ferramentas que possam ser usadas não apenas num pequeno grupo de interações, mas também
sempre quando houver quaisquer dinâmicas interpessoais. A sociometria mede as relações e as
ligações, tentando entender o desenvolvimento de mesmas. Os gráficos são apenas uma parte
visual e o sociograma apenas representa visualmente a sociométria.

Praticamente, a Análise de Redes Sociais (SNA) pretende responder às seguintes


perguntas: quais indivíduos podem controlar a tomada de decisão, quem é excluído de uma
determinada situação, quem pode receber e enviar as informações, se os recursos fluem com a
mesma dinâmica na toda a rede e se a posição na rede afeta a posição social? Por esta razão,
percebe-se que as interações e as conexões são mais importantes do que o comportamento
individual, enquanto as configurações das redes influenciam os indivíduos, grupos e
organizações envolvidas.

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Linton C. Freeman, professor do Departamento da Sociologia e Instituto das Ciências


Comportamentais Matemáticas da Universidade de Califórnia (Irvine, CA) definiu a Análise de
Redes Sociais como uma abordagem estrutural, com base no estudo da interação entre os atores
sociais. Esta abordagem foi fundamentada na noção intuitiva de que a padronização dos laços
sociais tem as consequências importantes para os indivíduos envolvidos na rede. (Freeman, p.
2). Por conseguinte, L.C Freeman no seu livro: “The development of social Network Analysis
- a study in the sociology of Science”, apresentou quatro características das Redes Sociais:
primeiro, que estas são motivadas pela intuição estrutural. Segundo, é uma coleção sistemática
que, no terceiro lugar, baseia-se em gráficos e, no final, é uma ferramenta matemático-
computacional. L.C Freeman explicou que os laços sempre desempenhavam um papel
significativo nos estudos sobre as sociedades. Porém, os primeiros que analisaram a interação
social (ingl. patterned social interactions) foram Pierre Huber (naturalista suíço) que realizou
seus estudos em 1802 e Lewis Henry Morgan, que fez um estudo sobre o sistema dos Índios
Americanos em 1871. O grande avanço nesta área deu-se com a criação dos primeiros
sociográmas por J. Moreno e com as investigações feitas por um grupo acadêmico da
Universidade de Harvard na década de 1930. Os estudos de SNA estavam parados, até quando
Harrison White (MiT) descobriu, na década de 1960, que as ferramentas utilizadas para os
circuitos elétricos pudessem ser aplicadas para a análise das interações entre as pessoas, o que
foi descrito no seu livro “Anatomy of Kinship”. As grandes mudanças vieram, porém, apenas
na década dos anos 1990 quando os físicos descobriram que as propriedades estruturais de
grupos sociais desempenham um papel importante no ambiente e na natureza. O sucesso neste
campo foi possível também graças a um avanço tecnológico e à criação dos programas
computacionais, facilmente transportados, de visualização estrutural dos dados. A unificação
dos estudos sobre a Análise de Redes Sociais, realizados pelos acadêmicos do campo de
ciências e de humanidades, foi possível graças a Barry Wellman, o fundador de International
Network for Social Network Analysis e o criador das conferencias Sunbelt (a partir de 1981)
que congregam os investigadores de SNA de vários campos acadêmicos do mundo todo.

3. A importância das visualizações nas ciências sociais

Na época do mundo globalizado, dominado pela cultura de imagem, a visualização


tornou-se numa ferramenta importante para difundir o conhecimento e transmitir a informação.
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As gerações contemporâneas olham e analisam o mundo através da imagem. Por este motivo,
acredita-se que a visualização poderia ser aplicada também na difusão dos resultados
científicos.

Antes de trabalhar com as visualizações como uma forma de apresentar os resultados


das nossas pesquisas, convém entender como estas funcionam e para o que servem. As seguintes
explicações foram encontradas no Jornal Austríaco dos Estudos de História: "Historische
Netzwerkanalysen"(Austrian Journal of Hitorical Studies, 23/2012/1). A regra principal diz
que, de acordo com os métodos de Viena, um desenho, isto é, qualquer visualização deve já à
primeira vista mostrar as conclusões mais importantes. Estas têm que ser perceptíveis para um
leitor comum no primeiro instante. No caso de visualização geográfica, esta não significa,
porém, apenas um mapeamento. Nas ciências, os mapas são uma ferramenta importante para
apresentar e interpretar os dados e as suas formas de como foram medidos. (Austrian Journal,
p.7). Por esta razão o essencial é transformar as informações em uma comunicação visual.
Análise de Redes Sociais permite uma pesquisa da sociedade em geral e não de uma cultura
específica, porque o fenômeno social pode ser definido como uma relação entre vários
indivíduos, o que facilita uma análise de uma sociedade em causa:

“(…) direct observation does reveal to us that these human beings are connected by a
complex network of social relations. I use the social structure to denote this network of
actually existing relation” (Ibidem, p. 9)

Contudo, convém lembrar que as ferramentas de análise de redes sociais não geram
nenhuma teoria geral que poderia ser aplicada à todas as investigações da mesma forma. Estas
produzem apenas os gráficos que visualizam os resultados de pesquisas. A SNA não oferece
nenhuma interpretação. As interpretações surgem no processo investigatório. (Ibidem, p. 20)

As redes sociais, no sentido metafórico, tinham existido desde sempre nos estudos
historiográficos. Os pesquisadores alemães e, ao mesmo tempo, fundadores de
HistoricalNetworkResearch.com apontaram que:

“The concepts and methods of social network analysis in historical research are
recently being used not only as a mere metaphor but are increasingly applied in

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practice. In the last decades several studies in the social sciences proved that formal
methods derived from social network analysis can be fruitfully applied to selected
bodies of historical data as well (...) Among historians, the term network has been used
in a metaphorical sense alone for a long time. It was only recently that this has
changed” (http://historicalnetworkresearch.org/).

A novidade neste campo são as ferramentas computacionais que permitem uma análise
muito mais profunda através qual é possível medir, de uma maneira mais objetiva, as
características de uma rede social. Portanto, a história não atua sozinha porque se junta à
sociologia, à antropologia, à economia, à matemática, à informática e às outras ciências. Desta
forma, os conceitos antigos das redes sociais na historiografia são acrescidos pelas medidas
mais matemáticas. Conforme foi observado, a SNA é uma mistura de uma perspectiva teórica e
metodológica que estuda a complexidade de laços por um período de tempo mais longo e define
quais destas conexões sociais são mais importantes e quais menos. Porém a perspectiva de rede
implica duas coisas: uma estratégia coletiva e a intenção. Os indivíduos, neste caso chamados
de atores sociais, têm consciência e conhecimento da importância das suas conexões e
interligações (Ibidem, p. 18)

Em consequência, entende-se que os resultados da SNA não mostrarão apenas que as


redes são importantes. Esta hipótese deverá ser apenas um ponto de partida no início da pesquisa
acadêmica. Por conseguinte, será necessária uma análise mais profunda destas redes, descrever
algum padrão principal, as tendências e as mudanças, bem como responder como estas redes
são construídas e quais consequências implicam para o ambiente. A chave deste tipo de
investigação são as próprias interligações: a forma como estas são organizadas e qual posição
ocupam os indivíduos nesta estrutura (Ibidem, p. 22). Portanto, a SNA concentra-se no estudo
das relações entre estes indivíduos, grupos e instituições e não no estudo das características
próprias das mesmas. Procure-se responder às seguintes questões: como a sociedade influencia
os indivíduos, como os indivíduos influenciam a sociedade, como os indivíduos estão ligados
ao sistema social e quais são os resultados globais de um sistema social.

Do ponto de vista conceitual, a SNA abrangerá a análise da interação, do potencial de


intercâmbio, da origem e dos efeitos das relações entre as pessoas, as organizações, as

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instituições ou até as cidades (Ibidem, p. 30). Do ponto de vista matemático-informático, serão


analisados, entre outros, os seguintes conceitos: a centralidade, a periferia, os brokers, a
densidade, o número de ligações, a direção, a reciprocidade, os intermediários, os ponte ou a
força destas relações etc.

Portanto, a análise de redes sociais junto com os gráficos e as visualizações permitirão


entender melhor a história do Império Português. Deste medo, através de uma ferramenta
contemporânea pretende-se analisar as redes sociais do império em causa da época moderna.
Acredita-se que este tipo de análise trará conclusões interessantes que poderão explicar o
porquê o Império Português era o mais duradouro organismo político no mundo. Através da
abordagem histórica da análise de redes sociais, procura-se entender a trajetória do império, de
acordo com uma teoria do campo de ciências sociais, chamada “dependência do caminho” (ing.
path dependency), que diz que:

"Cada país encontra-se numas específicas condições institucionais, que já tinham sido
moldadas antes. Nesta situação, qualquer decisão tomada é uma continuação de um
caminho específico de desenvolvimento no passado. Este caminho é muito difícil de
mudar e as suas alterações são dispendiosas. Dentro do conceito do institucionalismo
histórico acredita-se, portanto, que apenas o estudo da evolução de fenômenos
específicos permitir-nos-á compreender completamente as instituições de hoje e tirar
as conclusões apropriadas e relevantes para cada sistema político (Petelczyc, p. 101).

4. As redes sociais e a história do Império Português

A análise da história do Império Português através da SNA veio com a hipótese do


sentido de pertencimento dos Portugueses às suas colônias, qual conceito foi percebido por
Charles Boxer. Este historiador britânico citou o governador holandês, van Dieman, na época
quando a Batávia foi conquistada pelos Holandeses, o qual identificou a identidade ultramarina
como uma “forma do apego das gentes portuguesas às colônias, a ponto de se esqueceram do
regresso à metrópole” (Boxer, 2011: XII).

A origem das redes sociais do império português eram os contatos comerciais que, em
seguida, se tornaram em negociações políticas e comerciais, sabendo que estas exigiam um

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prestigie, confiança, reputação e credibilidade. No ramo deste processo gradual, iam


desenvolvendo-se as relações sociais mais estreitas que ultrapassavam apenas os contatos
comerciais.

A cientista política polonesa da Universidade de Varsóvia, Maria Theiss definiu as redes


sociais como uma consciente política de estabelecimento das relações duradouras, sublinhando
que estas redes sociais devem ser compreendidas como um conjunto de atores ligados por um
tipo específico de relacionamento. Portanto, entende-se que isto se refere a uma prática de
criação de uma rede, sendo esta criação consciente, e a uma política intencional cujas medidas
culturais visam a construção de uma rede de contatos.

A estratégia geo-política que estava a ser realizada pela Coroa Portuguesa entre 1600-
1755 foi definida como política consciente de criação de relações de poder. Os vínculos sociais
entre as colônias nasceram como resultado de uma ação dos poderes no mundo. A rede, sendo
um conjunto de atores unidos por um tipo concreto de relações, é o fundamento da „comunidade
em rede” que pode determinar as relações relativamente superficiais, constituídas por vínculos
livres e dinâmicos, baseadas em interesses e necessidades individuais e coletivos.

A análise das redes sociais é apenas uma ferramenta ou um dispositivo metodológico


que permitirá interpretar a estrutura sócio-política das relações entre os nexos socialmente
estruturados nas colónias portuguesas.

Portanto, percebe-se que o estudo historiográfico do Império Português através da


perspectiva de rede une três campos diferentes - a história, com as ciências de rede e com a
análise de redes sociais. Contudo, como o foco de Network Science é a teoria de
interdependência e a de interconectividade, a sua base historiográfica para estes conceitos são
a “Monarquia Pluricontinental” e o “Império Oceânico em Rede”. O conceito da Monarquia
Pluricontinental foi melhor descrito no livro “Monarquia Pluricontinental: e a Governança da
Terra no Ultramar Atlântico Luso” de João Fragoso e Antônio Carlos Juca de Sampaio, lançado
em 2012. Este tipo de sistema governativo referia-se ao corporativismo, às habilidades de
negociações entre o Rei e as elites locais das colônias, o diálogo entre as instituições, sendo
cientes também do pluriinstitucionalismo de Lisboa, a partir o qual o Império foi governado,
entre outros, por Conselho Ultramarino, conselho de Guerra, Conselho da Fazenda ou Conselho

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de Estado. Conforme esta teoria, o império português era um organismo fortemente unido
através o Rei. Por isso, já no século XVIII a colônia ultramarina foi definida como „ he parte
de hum Reyno, Monarquia ou Estado que tem a mesma língua & os mesmos costumes […] se
distingue pela expansão de hua jurisdição temporal ou espiritual” (Bluteau 1720, vol. VI, p.
807).

Esta pesquisa está dividida em duas partes – a parte quantitativa e qualitativa. A Análise
de Redes Sociais do Império Perfeito está sendo realizada no período de 1668-1775, levando
em conta as razões tanto técnicas como substantivas. Do ponto de vista técnico, os catálogos
dos documentos manuscritos avulsos do Fundo do Arquivo Histórico Ultramarino de Lisboa
ainda não estão completos para todas as suas ex-colónias, o que é o caso da Índia, impedindo a
criação de base de dados para todas ex-colônias. Concluídos são os catálogos relacionados ao
Brasil (isto é - todos os estados brasileiros), Macau e Timor, enquanto os de África, em grande
maioria, são parciais: o catálogo de Cabo Verde data-se de 1614-1715, o de Angola - 1602-
1765, o da Guiné - 1614-1782 e o de São Tomé - 1538-1749. Esta base está sendo completada
com os dados provenientes também de Registo de Cartas Régias, Provisões e outras ordens do
Brasil, Angola, Cabe Verde, Guiné, São Tomé e Príncipe, Macau e Timor, sendo os dois últimos
localizados no Registo da Índia. Vale a pena observar que só a partir do ano 1673 os Livros de
Registros de Cartas Régias estão dividias geograficamente. Entre 1668-1673 estes registros
estavam sendo descritos apenas num livro comum para todo o Império.

A justificação substantiva para ter escolhido este período é o fato que no século XVII,
percebe-se as mudanças no ramo do Império Português que passou do império portuário para o
império terrestre, construindo um forte império transcontinental e transoceânico. A União
Ibérica (1580-1640) contribuiu para as mudanças na geopolítica do Império, especialmente do
Brasil, cuja posição estratégica mudou significativamente. A data final desta pesquisa refere-se
ao terremoto em Lisboa que ocorreu em 1755, após qual foram tomadas várias decisões
políticas e administrativas que alteraram a estrutura do Império.

Em baixo apresenta-se a base de dados que está sendo elaborada. Com fim de preparar
uma base de correspondência entre Portugal e as suas colônias (no período inicialmente

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determinado de 1600-1755) e poder localizar no google.map era necessário separar os


remetentes dos destinatários e determinar as suas localizações.

Enquanto às localizações, foi fundamental procurar os nomes atuais das cidades


existentes em várias partes das ex-colónias portuguesas, pe. Vila de Nossa Senhora do
Desterro que se refere a cidade de Florianópolis (SC).

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Como exemplo dos gráficos das Redes Sociais, apresentam-se os seguintes desenhos.
Porém, é necessário explicar que a base de dados ainda não está completa, por isso as
visualizações finais destes gráficos em baixo mudarão quando a base de dados estiver completa.
Os seguintes gráficos servem como um exemplo.

As relações de D. Filipe III (1621-1640) com as colônias portuguesas da época moderna.

As relações do D. José I (1750-1777) com as colônias da época moderna.

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Os objetivos de longo prazo deste projeto são vários. A base de dados e os gráficos
sociais serão disponibilizados na Internet, permitindo deste modo continuar pesquisas em várias
áreas para outros investigadores. Assim, espera-se que os resultados desta pesquisa podem
inspirar outros pesquisadores, por ex. para levar a cabo uma análise comparativa de redes
sociais modernos de outros impérios europeus. O entendimento das redes sociais do império
português permitirá entender melhor as relações contemporâneas entre Portugal e as suas
antigas colónias. Por consequência, a pesquisa providenciará a percepção inovadora de estudos
relativos à globalização no território dos PALOP, como a definição de planos geoestratégicos
e da política portuguesa de redes sociais entre 1600 e 1755.

BIBLIOGRAFIA
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